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Parte superior do formulário Pergunta 1 A atividade atualmente chamada de ciência tem se mostrado fator importante no desenvolvimento da civilização liberal: serviu para eliminar crenças e práticas supersticiosas, para afastar temores brotados da ignorância e para fornecer base intelectual de avaliação de costumes herdados e de normas tradicionais de conduta. NAGEL, E et al. Ciência: natureza e objetivo. São Paulo: Cultrix, 1975 (adaptadoº Quais características permitem conceber a ciência com os aspectos críticos mencionados? 1. Ser fundamentada em um corpo de conhecimento autoevidente e verdadeiro. 2. Constituir-se como saber organizado ao permitir classificações deduzidas da realidade. 3. Apresentar explicações em uma linguagem determinada e isenta de erros. 4. Possuir proposições que são reconhecidas como inquestionáveis e necessárias. 5. Estabelecer rigorosa correspondência entre princípios explicativos e fatos observados. Parte inferior do formulário 2. Parte superior do formulário Pergunta 2 A felicidade é, portanto, a melhor, a mais nobre e a mais aprazível coisa do mundo, e esses atributos não devem estar separados como na inscrição existente em Delfos “das coisas, a mais nobre é a mais justa, e a melhor é a saúde; porém a mais doce é ter o que amamos”. Todos estes atributos estão presentes nas mais excelentes atividades, e entre essas a melhor, nós a identificamos como felicidade. ARISTÓTELES. A Política. São Paulo: Cia. das Letras, 2010. Ao reconhecer na felicidade a reunião dos mais excelentes atributos, Aristóteles a identifica como 1. conhecimento de verdades imutáveis e perfeitas. 2. plenitude espiritual e ascese pessoal. 3. expressão do sucesso individual e reconhecimento. 4. busca por bens materiais e títulos de nobreza. 5. finalidade das ações e condutas humanas virtuosas. Parte inferior do formulário 3. Parte superior do formulário Pergunta 3 Se os filósofos não forem reis nas cidades ou se os que hoje são chamados reis e soberanos não forem filósofos genuínos e capazes e se, numa mesma pessoa, não coincidirem poder político e filosofia e não for barrada agora, sob coerção, a caminhada das diversas naturezas que, em separado, buscam uma dessas duas metas, não é possível, caro Gláucon, que haja para as cidades uma trégua de males e, penso, nem para o gênero humano. PLATÃO. A República, Livro V. São Paulo: Martins Fontes, 2006 (adaptadoº. F I. A desigualdade de classes não é necessariamente um problema, pois representa a divisão das funções na cidade em conformidade com a natureza. II. A cidade justa é composta por três ordens (classesº com funções diferentes: artesãos, guardiães e governantes. III. Como característica natural para o cumprimento da função de rei ou magistrado, o domínio da razão é elementar, por isso o rei deverá ser filósofo. IV, A democracia representa a melhor forma de organização da pólis; o rei filósofo, escolhido pelo povo, deverá considerar em seu governo as necessidades de todos. É correto apenas o que se afirma em: 1. I, II e III. 2. II e IV. 3. I, III e IV. 4. I e IV. 5. II e III. Parte inferior do formulário 4. Parte superior do formulário Pergunta 4 “O mito é uma narrativa. É um discurso, uma fala. É uma forma de as sociedades espelharem suas contradições, exprimirem seus paradoxos, dúvidas e inquietações. Pode ser visto como uma possibilidade de se refletir sobre a existência, o cosmos, as situações de ‘estar no mundo’ ou as relações sociais”. Everado Rocha. Mediante essa definição geral de mito é correto afirmar que 1. alguns mitos oferecem modelos de vida e podem servir como referências para a vida de muitas pessoas mesmo no século XXI. 2. as sociedades antigas, ocidentais e orientais, foram fundadas sobre o mesmo mito primitivo, variando, apenas, os nomes de seus personagens. 3. Platão, um dos filósofos mais estudados e influentes do pensamento ocidental, não recorria aos mitos em seus diálogos, apesar de ter sido o primeiro a utilizar o termo mitologia. 4. todas as afirmações acima estão corretas. 5. as sociedades com conhecimentos científico, tecnológico e filosófico complexamente constituídos não possuem mitos, pois eliminaram as duvidas e os paradoxos. Parte inferior do formulário 5. Parte superior do formulário Pergunta 5 O sofista é um diálogo de Platão do qual participam Sócrates, um estrangeiro e outros personagens. Logo no início do diálogo, Sócrates pergunta ao estrangeiro, a que método ele gostaria de recorrer para definir o que é um sofista. Sócrates: – Mas dize-nos [se] preferes desenvolver toda a tese que queres demonstrar, numa longa exposição ou empregar o método interrogativo? Estrangeiro: – Com um parceiro assim agradável e dócil, Sócrates, o método mais fácil é esse mesmo; com um interlocutor. Do contrário, valeria mais a pena argumentar apenas para si mesmo.(Platão. O sofista, 1970. Adaptado.º É correto afirmar que o interlocutor de Sócrates escolheu, do ponto de vista metodológico, adotar 1. o determinismo, que une numa síntese final as teses dos contendores. 2. o apriorismo, que funda a eficácia da razão humana na prova de existência de Deus. 3. o empirismo, que acredita ser possível chegar ao saber por meio dos sentidos. 4. o dualismo, que resulta no ceticismo sobre a possibilidade do saber humano. 5. a maiêutica, que transita do simples para o elaborando, até gerar ou "parir" respostas mais complexas. Parte inferior do formulário 6. Parte superior do formulário Pergunta 6 A filosofia grega parece começar com uma ideia absurda, com a proposição: a água é a origem e a matriz de todas as coisas. Será mesmo necessário deter-nos nela e levá-la a sério? Sim, e por três razões: em primeiro lugar, porque essa proposição enuncia algo sobre a origem das coisas; em segundo lugar, porque o faz sem imagem e fabulação; e enfim, em terceiro lugar, porque nela embora apenas em estado de crisálida, está contido o pensamento: Tudo é um.NIETZSCHE. F. Crítica moderna. In: Os pré-socráticos. São Paulo: Nova Cultural. 1999 O que, de acordo com Nietzsche, caracteriza o surgimento da filosofia entre os gregos? 1. A ambição de expor, de maneira metódica, as diferenças entre as coisas. 2. A tentativa de justificar, a partir de elementos empíricos, o que existe no real. 3. O desejo de explicar, usando metáforas, a origem dos seres e das coisas. 4. A necessidade de buscar, de forma racional, a causa primeira das coisas existentes. 5. O impulso para transformar, mediante justificativas, os elementos sensíveis em verdades racionais. Parte inferior do formulário 7. Parte superior do formulário Pergunta 7 Como se caracteriza acima de tudo o filósofo no sentido maior? 1. Amante do saber. 2. Criador de novos horizontes teórico-político do sentido crítico em seu contexto histórico. 3. Pensador de ideias filosóficas elaboradas. 4. Pensador de lógica e de como funciona o conhecimento intelectual. 5. Nenhuma das alternativas anteriores. Parte inferior do formulário 8. Parte superior do formulário Pergunta 8 Texto I "Eis aqui, portanto, o princípio de quando se decidiu fazer o homem, e quando se buscou o que devia entrar na carne do homem.Havia alimentos de todos os tipos. Os animais ensinaram o caminho. E moendo então as espigas amarelas e as espigas brancas, Ixmucaná fez nove bebidas, e destas provieram a força do homem. Isto fizeram os progenitores, Tepeu e Gucumatz, assim chamados.A seguir decidiram sobre a criação e formação de nossa primeira mãe e pai. De milho amarelo e de milho branco foi feita sua carne; de massa de milho foram feitos seus braços e as pernas do homem. Unicamente massa de milho entrou na carne de nossos pais. "(Adaptado: SUESS, P. Popol Vuh: Mito dos Quiché da Guatemala sobre sua origem do milho e a criação do mundo. In: A conquista espiritual da América Espanhola: 200 documentos – Século XVI. Petrópolis: Vozes, 1992, p. 32-33.º Texto II “Se você é o que você come, e consome comida industrializada, você é milho”, escreveu Michael Pollan no livro O Dilema do Onívoro, lançado este ano no Brasil. Ele estima que 25% da comidaindustrializada nos EUA contenha milho de alguma forma: do refrigerante, passando pelo Ketchup, até as batatas fritas de uma importante cadeia de fast food – isso se não contarmos vacas e galinhas que são alimentadas quase exclusivamente com o grão. O milho foi escolhido como bola da vez ao seu baixo preço no mercado e também porque os EUA produzem mais da metade do milho distribuído no mundo". (Adaptado: BURGOS, P. Show do milhão: milho na comida agora vira combustível.Super Interessante. Edição 247, 15 dez. 2007, p.33.º Com base nos textos I e II e nos conhecimentos sobre as relações entre organização social e mito, é correto afirmar. 1. A exemplo das narrativas que predominavam no período homérico da Grécia antiga, os mitos expressam uma forma de conhecimento científico da realidade. 2. Para certas tradições de pensamento, como a da escola de Frankfurt, o iluminismo representa a superação completa do mito. 3. Na busca de um princípio fundante e ordenador de todas as coisas, como ocorre na mitologia grega, a narrativa mítica justifica as bases da legitimação de organização política e de coesão social. 4. Os deuses maias criaram os homens dotados de livre arbítrio para, a partir dos princípios da razão e da liberdade, ordenarem igualitariamente a sociedade. 5. Assim como nos povos Quiché da Guatemala, também os mitos gregos procuram explicar a arché, a origem, a partir de um elemento originário onde está presente o milho. Parte inferior do formulário 9. Parte superior do formulário Pergunta 9 0.1 pontos O que há em comum entre Tales, Anaximandro e Anaxímenes de Mileto, entre Xenófanes de Colofão e Pitágoras de Samos? “Todos esses pensadores propõem uma explicação racional do mundo, e isso é uma reviravolta decisiva na história do pensamento”(Pierre Hadotº. Com base no texto e nos conhecimentos sobre as relações entre mito e filosofia, seguem as seguintes proposições: I. Os filósofos pré-socráticos são conhecidos como filósofos da physis porque as explicações racionais do mundo por eles produzidas apresentam não apenas o início, o princípio, mas também o desenvolvimento e o resultado do processo pelo qual uma coisa se constitui. II. Os filósofos pré-socráticos não foram os primeiros a tratarem da origem e do desenvolvimento do universo, antes deles já existiam cosmogonias, mas estas eram de tipo mítico, descreviam a história do mundo como uma luta entre entidades personificadas. III. As explicações racionais do mundo elaboradas pelos pré-socráticos seguem o mesmo esquema ternário que estruturava as cosmogonias míticas na medida em que também propõem uma teoria da origem do mundo, do homem e da cidade. IV. O nascimento das explicações racionais do mundo são também o surgimento de uma nova ordem do pensamento, complementar ao mito; em certos momentos decisivos da história da filosofia as duas ordens de pensamento chegam a coexistir, exemplo disso pode ser encontrado no diálogo platônico Timeu quando, na apresentação do “mito mais verossímil”, a figura mítica do Demiurgo é introduzida para explicar a produção do mundo. V. Tales de Mileto, um dos Sete Sábios, além de matemático e físico é considerado filósofo – o fundador da filosofia, segundo Aristóteles – porque em sua proposição “A água é a origem e a matriz de todas as coisas” está contida a proposição “Tudo é um”, ou seja, a representação de unidade. Assinale a alternativa correta. 1. As proposições III e IV estão incorretas. 2. Todas as proposições estão incorretas. 3. Somente as proposições I e II estão corretas. 4. Todas as proposições estão corretas. 5. Apenas a proposição IV está incorreta. Parte inferior do formulário 10. Parte superior do formulário Pergunta 10 A virtude é, pois, uma disposição de caráter relacionada com a escolha e consistente numa mediania, isto é, a mediania relativa a nós, a qual é determinada por um princípio racional próprio do homem dotado de sabedoria prática. ARISTÓTELES. Ética a Nicômaco. Tradução de Leonel Vallandro e Gerd Bornheim. São Paulo: Nova Cultural, 1987 (adaptadoº. De acordo com o excerto acima, a virtude aristotélica consiste: 1. na capacidade de se encontrar a justa medida, a partir da ação própria do agente que reconhece a relatividade das circunstâncias nas quais está inserido. A medida está na capacidade de agir virtuosamente a cada momento e diante de todas as circunstâncias particulares de tempo, de lugar, de relação. 2. na capacidade de alcançar o fim desejado, isto é, uma vida justa e feliz. Por isso, a ética, na concepção de Aristóteles, é um saber produtivo (poiesis., sendo determinado pelo produto de suas ações, o que equivale a dizer que o agente e os meios ficam em segundo plano em relação ao fim atingido. 3. no senso de medida universal, ou seja, na boa escolha relativa a nós, que pode ser comparada à produção aritmética em sua capacidade de escolher os meios com medida, ou de escolher a justa medida - nem o excesso, nem a falta de forma sistemática. 4. na repetição do ato virtuoso, pois este já se encontra em estado de perfeição. Diante disso, uma vez encontrada a justa medida, que está compreendida no domínio daquilo que não pode ser de outro modo, esta deve ser repetida em todas as circunstâncias. 5. na racionalidade com que o agente escolhe os meios para se atingir os fins desejados, ainda que estes fins não possam ser alcançados, pois, ainda que as escolhas sejam boas (oportunas e medidas., os fins almejados pelo homem virtuoso nem sempre podem ser alcançados. Parte inferior do formulário