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Modelos de redação nota 1000 no enem

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2013: Efeitos da implantação da Lei Seca no Brasil 
Sucesso absoluto 
Historicamente causadores de inúmeras vítimas, os acidentes de trânsito vêm ocorrendo 
com frequência cada vez menor, no Brasil. Essa redução se deve, principalmente, à 
implantação da Lei Seca ao longo de todo o território nacional, diminuindo a quantidade 
de motoristas que dirigem após terem ingerido bebida alcoólica. A maior fiscalização, 
aliada à imposição de rígidos limites e à conscientização da população, permitiu que tal 
alteração fosse possível. 
As estatísticas explicitam a queda brusca na ocorrência de óbitos decorrentes de 
acidentes de trânsito depois da entrada da Lei Seca em vigor. A proibição absoluta do 
consumo de álcool antes de se dirigir e a existência de diversos pontos de fiscalização 
espalhados pelo país tornaram menores as tentativas de burlar o sistema. Dessa forma, 
em vez de fugirem dos bafômetros e dos policiais, os motoristas deixam de beber e, com 
isso, mantêm-se aptos a dirigir sem que transgridam a lei. 
Outro aspecto de suma relevância para essa mudança foi a definição de limites 
extremamente baixos para o nível de álcool no sangue, próximos de zero. Isso fez com 
que acaba e a crença de que um copo não causa qualquer diferença nos reflexos e nas 
reações do indivíduo e que, portanto, não haveria problema em consumir doses 
pequenas. A capacidade de julgamento de cada pessoa, outrora usada como teste, 
passou a não mais sê-lo e, logo, todos têm que respeitar os mesmos índices 
independentemente do que consideram certo para si. 
Entretanto, nenhuma melhoria seria possível sem a realização de um amplo programa 
de conscientização. A veiculação de diversas propagandas do governo que alertavam 
sobre os perigos da direção sob qualquer estado de embriaguez foi importantíssima na 
percepção individual das mudanças necessárias. Isso fez com que cada pessoa passa 
e a saber os riscos que infligia a si e a todos à sua volta quando bebia e dirigia, 
amenizando a obrigatoriedade de haver um controle severo das forças policiais. 
É inegável a eficiência da Lei Seca em todas as suas propostas, formando uma geração 
mais consciente e protegendo os cidadãos brasileiros. Para torná-la ainda mais eficaz, 
uma ação válida seria o incremento da frota de transportes coletivos em todo o país, 
especialmente a noite, para que cada um consuma o que deseja e volte para casa em 
segurança. Além disso, durante um breve período, a fiscalização poderia ser fortalecida, 
buscando convencer motoristas que ainda tentam burlar o Estado. O panorama atual já 
é extremamente animador e as projeções, ainda melhores, porém apenas com a ação 
conjunta de povo e governo será alcançada a perfeição. Paulo Henrique Matta 
2014: Publicidade infantil em questão no Brasil 
Desde o início da expansão da rede dos meios de comunicação no Brasil, em especial 
o rádio e a televisão, a mídia publicitária tem veiculado propagandas destinadas ao 
público infantil, mesmo que os produtos ou serviços anunciados não sejam destinados 
a este. Na década de 1970, por exemplo, era transmitida no rádio a propaganda de um 
banco utilizando personagens folclóricos, chamando a atenção das crianças que, assim, 
persuadiam os pais a consumir. 
E sabido que, no período da infância, o ser humano ainda não desenvolveu claramente 
seu senso crítico, e assim é facilmente influenciado por personagens de desenhos 
animados, filmes, gibis, ou simplesmente pela combinação de sons e cores de que a 
publicidade dispõe. Os adolescentes também são alvo, numa fase em que o consumo 
pode ser sinônimo de autoafirmação. Ciente deste fato, a mídia cria os mais diversos 
produtos fazendo uso desses atributos, como brindes em lanches, produtos de higiene 
com imagens de personagens e até mesmo utilizando atores e modelos mirins nos 
comerciais. 
Muitos pais têm então se queixado do comportamento consumista de seus filhos, 
apelando para organizações de defesa dos direitos da criança e do adolescente. Em 
abril de 2014, foi aprovada uma resolução que julga abusiva essa publicidade infantil, 
gerando conflitos entre as empresas, organizações publicitárias e os defensores dos 
direitos deste público-alvo. Entretanto, tal resolução configura um importante passo dado 
pelo Brasil com relação ao marketing infantil. Alguns países cujo índice de escolaridade 
é maior que o brasileiro já possuem legislação que limita os conteúdos e horários de 
exibição dos comerciais destinados às crianças. Outros, como a Noruega, proíbem 
completamente qualquer publicidade infantil. 
A legislação brasileira necessita, portanto, continuar a romper com as barreiras impostas 
pela indústria publicitária, a fim de garantir que o público supracitado não seja alvo de 
interesses comerciais por sua inocência e fácil persuasão. No âmbito educacional, as 
escolas devem auxiliar na formação de cidadãos com discernimento e capacidade 
crítica. Desta forma, é importante que sejam ensinados e discutidos nas salas de aula 
os conceitos de cidadania, consumismo, publicidade etc., adequando-os a cada faixa 
etária. 
Gabriela Costa 
2015: A persistência da violência contra a mulher na sociedade brasileira 
Permeada pela desigualdade de gênero, a história brasileira deixa clara a posição 
inferior imposta a todas as mulheres. Essas, mesmo após a conquista do acesso ao 
voto, ensino e trabalho negado por séculos permanecem vítimas da violência, uma 
realidade que ceifa vidas e as priva do direito a terem sua integridade física e moral 
protegida. 
O machismo e a misoginia são promovidos pela própria sociedade. Meninas são 
ensinadas a aceitar a submissão ao posicionamento masculino, ainda que estejam 
inclusas agressões e violência, do abuso psicológico ao sexual. Os meninos, por sua 
vez, têm seu caráter construído à medida que absorvem valores patriarcais e abusivos, 
os quais serão repetidos em suas condutas ulteriores. 
Um dos conceitos filosóficos de Francis Bacon, que declara o comportamento humano 
como contagioso, se aplica perfeitamente à situação. A violência de gênero, conforme 
permanece a ser reproduzida, torna-se enraizada e frequente. Concomitantemente, a 
voz das mulheres e silenciada e suas manifestações são reprimidas, o que favorece o 
mantimento das atitudes misóginas. 
O ensino veta todo e qualquer tipo de instrução a respeito do feminismo e da igualdade 
de gênero e contribui com a perpetuação da ignorância e do consequente preconceito. 
Ademais, os veículos de comunicação pouco abordam a temática, enquanto o Estado 
colabora com a Lei Maria da Penha, nem sempre eficaz, e com unidades da Delegacia 
da Mulher, em número insuficiente. 
Entende-se, diante do exposto, a real necessidade de ações governamentais que 
garantam que a lei puna todos os tipos de violência, além da instalação de delegacias 
específicas em áreas necessitadas. Cabe à sociedade, em parceria com a mídia e com 
as escolas, instruções sobre igualdade de gênero e campanhas de oposição à violência 
contra as mulheres. Essas, por m, devem permanecer unidas, através do feminismo, em 
busca da garantia de seus direitos básicos e seu bem-estar social. 
 Julia Pereira

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