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CENTRO EDUCACIONAL PROFISSIONALIZANTE REGINALDO M. OLIVEIRA 
 
 
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ASSISTÊNCIA EM 
SAÚDE COLETIVA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Reginaldo M. Oliveira 
 
 
 
 
CENTRO EDUCACIONAL PROFISSIONALIZANTE REGINALDO M. OLIVEIRA 
 
 
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DISTRIBUIDOR NO BRASIL 
Max Globo do Brasil Ltda. 
Rua Assai 236 - Sitio Cercado 
81.900-470 
Todos os direitos reservados a Reginaldo M. Oliveira 
 
É proibida a reprodução parcial, total ou de trechos desta obra, sem a autorização expressa do autor ou 
do distribuidor. 
FICHA DE CATALOGAÇÃO 
 
RMO/2020 
Oliveira, Reginaldo Miranda. 2020. 
(Assistência em saúde coletiva. Português). 
Curitiba – Paraná. 
Revisão: Professor E. Roberto Godinho 
Inclui Bibliografia de Autores pesquisados. 
ISBN – 
1. Saúde 
2. Enfermagem 
3. Técnico de Enfermagem 
4. Educação e Saúde 
Conteúdos: 
 
5. Níveis de atenção em saúde. 
6. Atenção Básica à saúde. 
7. Sistema de referência e contra referência. 
8. Programa Nacional de Imunizações. 
9. Rede de frio. Perfil epidemiológico. 
10. Doenças de notificação compulsória. 
11. Pacto pela Saúde. 
12. Programas de atenção a saúde do adulto, idoso, adolescente, criança e gestante. 
Estratégia de saúde da família. 
13. Manejo e Profilaxia nas doenças infectocontagiosas. 
14. Manejo e Profilaxia nas doenças parasitárias. 
15. Manejo nos acidentes com animais peçonhentos. 
16. Técnico em enfermagem como educador em saúde. 
 
 
 
 
 
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APRESENTAÇÃO 
 
ASSISTÊNCIA EM SAÚDE COLETIVA 
 
 
 
Segundo Charles Edward Amory, 1920 a definição de Saúde Coletiva é: 
 
 
 
 
“a arte e a ciência de prevenir a doença, prolongar a vida, promover a saúde e a 
eficiência física e mental mediante o esforço organizado da comunidade. Abrangendo o 
saneamento do meio, controle das infecções, a educação dos indivíduos nos princípios de 
higiene pessoal, a organização de serviços médicos e de enfermagem para o diagnóstico 
precoce e pronto tratamento das doenças e o desenvolvimento de uma estrutura social que 
assegure a cada individuo na sociedade um padrão de vida adequado à manutenção da 
saúde”. 
 
 
A Saúde Coletiva é um movimento que surgiu na década de 70 contestando os atuais 
paradigmas de saúde existentes na América Latina e buscando uma forma de superar a crise 
no campo da saúde. Ela surge devido à necessidade de construção de um campo teórico-
conceitual em saúde frente ao esgotamento do modelo científico biologista da saúde pública. 
A saúde pública é entendida neste texto como vários movimentos que surgiram tanto na 
Europa quanto nas Américas como forma de controlar, a priori, as endemias que ameaçavam 
a ordem econômica vigente e depois como controle social, buscando a erradicação da miséria, 
desnutrição e analfabetismo. Contudo os vários modelos de saúde pública não conseguiram 
estabelecer uma política de saúde democrática efetiva e que ultrapassasse os limites 
interdisciplinares, ou seja, ainda permanecia centrado na figura hegemônica do médico. 
 
Reginaldo M. Oliveira 
Professor Enfermeiro 
 
 
 
 
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CAPITULO I 
HISTÓRIA DAS POLÍTICAS DE SAÚDE NO BRASIL 
 
 
 
 
O Brasil colônia 
 
• À primeira vista apenas nativos; 
• Terra sem aparentes riquezas, senão o pau-brasil; 
• Colonização por degredados e aventureiros. 
• A atenção à saúde limitava-se aos próprios recursos da terra (plantas, ervas) e, aqueles que, 
por conhecimentos empíricos (curandeiros), desenvolviam as suas habilidades na arte de 
curar (FINKELMAN, 2002). 
 
1808 – Chegada da Corte Portuguesa 
 
• Sede provisória do Império português e principal porto do País, a cidade do Rio de Janeiro 
tornou-se centro das ações sanitárias; 
• Criada em 22 de janeiro de 1810, pelo Príncipe Regente D. Pedro I, a Inspetoria Sanitária 
de Portos. Interesse primordial estava limitado ao estabelecimento de um controle sanitário 
mínimo da capital do império. 
A carência de profissionais médicos no Brasil Colônia e no Brasil Império era enorme, 
a saber, no Rio de Janeiro, em 1789, só existiam quatro médicos exercendo a profissão. Em 
outros estados brasileiros eram mesmo inexistentes. Por ordem real, foram fundadas as 
 
Academias médico-cirúrgicas, no Rio de Janeiro e na Bahia 
 
Na primeira década do século XIX, logo transformadas nas duas primeiras escolas de 
medicina do País. 
 
 
República Velha (1889 – 1930) 
 
• A Proclamação da República estabeleceu-se uma forma de organização Jurídico-Política 
típica do estado capitalista; 
• Coronelismo - “política café-com-leite”; 
 
• Doenças graves: varíola, a malária, a febre amarela, e posteriormente a peste, afetam o 
comércio exterior. 
 
Oswaldo Cruz e a Revolta da Vacina 
 
• Em 1904 é instituída a Reforma Oswaldo Cruz e criado o Serviço de Profilaxia da Febre 
Amarela e a Inspetoria de Isolamento e Desinfecção, com a responsabilidade de combater 
a malária e a peste no Rio de Janeiro; 
• Revolta da Vacina - uma grave epidemia de varíola assolou a cidade do Rio de Janeiro 
fazendo com que o governo interviesse, tornando a vacinação obrigatória; 
 
 
 
 
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• Modelo de intervenção campanhista; 
• Erradicação da febre amarela (FINKELMAN, 2002). 
 
 
 
Neste período Oswaldo Cruz procurou organizar a diretoria geral de saúde pública, 
criando uma seção demográfica, um laboratório bacteriológico, um serviço de engenharia 
 
sanitária e de profilaxia da febre-amarela, a inspetoria de isolamento e desinfecção, e o 
instituto soroterápico federal, posteriormente transformado no Instituto Oswaldo Cruz. Na 
reforma promovida por Oswaldo Cruz foram incorporados como elementos das ações de 
saúde: 
 
- O registro demográfico, possibilitando conhecer a composição e os fatos vitais de 
importância da população; 
- A introdução do laboratório como auxiliar do diagnóstico etiológico; 
- A fabricação organizada de produtos profiláticos para uso em massa. 
 
Carlos Chagas - Avanços 
 
• 1909 - Carlos Chagas descobriu a Doença de Chagas, provocada pelo Tripanosoma cruzi; 
• Em 1920 Carlos Chagas transformou os Distritos Sanitários Marítimos em Diretorias de 
Defesa Marítima e Fluvial��Sucessor de Oswaldo Cruz; 
• Criaram-se órgãos especializados na luta contra a tuberculose, a lepra e as doenças 
venéreas. 
 
Eloi Chaves e as Caps. 
 
•1923 - Lei Elói Chaves, com a criação de uma Caixa de Aposentadoria e Pensões - CAPS 
para os empregados de cada empresa ferroviária. 
 
• Ponto de partida para a criação de uma Previdência nacional propriamente dita, uma vez 
que nos anos subsequentes estas “caixas de aposentadoria” seriam estendidas as demais 
categorias, tais como: portuários, telegráficos, servidores públicos, mineradores, etc. 
 
• Lei Eloi Chaves “O artigo 9, que definia os benefícios concedidos apresentava na sua lista, 
além dos benefícios pecuniários (aposentadorias e pensões), a prestação de serviços 
médicos e farmacêuticos. Estes eram estendidos a todas as 'pessoas de sua família que 
habitem sob o mesmo teto e sob a mesma economia' (FINKELMAN, 2002) 
 
 
“Era Vargas” (1930 – 1964) 
 
Entre 1922 a 1930, sucederam-se crises econômicas e políticas em que se 
conjugaram fatores de ordem interna e externa, e que tiveram como efeito a diminuição do 
poder das oligarquias agrárias. Em particular, atuaram no Brasil as crises internacionais de 
1922 a 1929, tornando mais agudas as contradições e instalações contra a política dos 
governadores. 
 
A crise de 1929 imobilizou temporariamente o setor agrário-exportador, redefinindo a 
organização do estado, que vai imprimir novos caminhos a vida nacional. Assim é que a crise 
 
 
 
 
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do café, a ação dos setores agrários e urbanos vão propor um novo padrão de uso do poderno Brasil. 
Em 1930, comandada por Getúlio Vargas é instalada a revolução, que rompe com a 
política do café com leite, entre São Paulo e Minas Gerais, que sucessivamente elegiam o 
Presidente da República. 
 
•Criação dos IAP’s (Instituto de Aposentadoria e Pensões): 
 
 
Benefícios: 
 
a) aposentadoria; 
 
 
b) pensão em caso de morte para os membros de suas famílias ou para os beneficiários 
c) assistência médica e hospitalar, com internação até trinta dias; 
d) socorros farmacêuticos, mediante indenização pelo preço do custo acrescido das despesas 
de administração. 
 
§ 2o - O custeio dos socorros mencionados na alínea c não deverá exceder à importância 
correspondente ao total de 8%, da receita anual do Instituto, apurada no exercício anterior, 
sujeita a respectiva verba à aprovação do Conselho Nacional do Trabalho (FINKELMAN, 
2002). 
 
I Conferência Nacional de Saúde 
 
•1941 Realizada a 1ª Conferência Nacional de Saúde tendo como principais temas: a 
organização sanitária estadual e municipal, a ampliação das campanhas nacionais contra a 
lepra e a tuberculose, o desenvolvimento dos serviços básicos de saneamento e o plano de 
desenvolvimento da obra nacional de proteção à maternidade, à infância e à juventude. 
 
Saúde e Saneamento 
 
• 1942 Assinado convênio básico que estabelecia o desenvolvimento de atividades de 
saneamento, profilaxia da malária e assistência médico-sanitária às populações da Amazônia. 
•O Ministério da Educação e Saúde criou o Serviço Especial de Saúde Pública (SESP). 
 
Conselho de Saúde 
 
• 1948 Criado o primeiro Conselho de Saúde, considerado o marco inicial da saúde pública 
moderna. A partir deste ano, a saúde do povo foi reconhecida como importante função 
administrativa de governo. 
 
Ministério da Saúde 
 
• 1953 Lei n.º 1 920 - de 25/07/1953, regulamentada pelo Decreto n.º 34 596, de 16/11/1953, 
desdobrou o Ministério da Educação e Saúde em dois Ministérios: Ministério da Educação e 
Cultura e Ministério da Saúde. 
 
 
 
 
 
 
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• Os órgãos do Ministério da Saúde eram: Gabinete do Ministro, Conselho Nacional de Saúde, 
Comissão Nacional de Alimentação, Seção de Segurança Nacional, Serviço de 
Documentação, Serviço de Estatística da Saúde, Departamento de Administração, 
Departamento Nacional de Saúde, Departamento Nacional da Criança, Instituto Oswaldo Cruz 
(FINKELMAN, 2002). 
 
Linha do Tempo da Saúde: Uma viagem pela História 
das Políticas de Saúde no Brasil 
 
• 1956 Lei n.º 2 743 - de 06/03/1956, efetivou a criação do Departamento Nacional de 
Endemias Rurais (DNERU), integrante do Departamento Nacional de Saúde. 
 
 
 
Luta pela Municipalização: 
 
 
• Realizou-se a 3ª Conferência Nacional de Saúde, no período de 09 a 15/12/1963 no Rio 
de Janeiro. 
Os temas centrais eram: Situação Sanitária da População Brasileira; Distribuição e 
Coordenação das Atividades Médico-Sanitárias nos Níveis Federal, Estadual e Municipal; 
Municipalização dos Serviços de Saúde; Fixação de um Plano Nacional de Saúde. 
 
 
A 1ª e 2ª Conferências Nacionais de Saúde aconteceram, respectivamente, em 1941 
e 1950 (BERTOLLI FILHO, 2010). 
 
 
“GOLPE MILITAR DE 1964” 
 
 
A Política de Saúde nos Anos 60 
 
A saúde pública, relegada ao segundo plano, tornou-se uma máquina ineficiente e 
conservadora, cuja atuação restringia-se a campanhas de baixa eficácia. Os habitantes das 
regiões metropolitanas, submetidos a uma política concentradora de renda, eram vítimas das 
péssimas condições de vida que resultavam em altas taxas de mortalidade. Este quadro seria 
ainda agravado com a repressão política que atingiu também o campo da saúde, com 
cassações de direitos políticos, exílio, intimidações, inquéritos policial-militares, aposentadoria 
compulsória de pesquisadores, falta de financiamento e fechamento de centros de pesquisas. 
 
Criação da Sucam - 1970 
 
•Decreto n.º 66 623 - de 22/05/1970, criou a Superintendência de Campanhas de Saúde 
Pública, SUCAM, resultado da fusão do Departamento Nacional de Endemias Rurais, da 
Campanha de Erradicação da Varíola e da Campanha de Erradicação da Malária. Coube à 
SUCAM as atividades de execução direta de ações de erradicação e controle de endemias 
nas áreas apresentando transmissão atual ou potencial; o mesmo decreto criou também a: 
Divisão Nacional de Educação Sanitária, Divisão Nacional de Engenharia Sanitária, Divisão 
Nacional de Epidemiologia e Estatística da Saúde e a Divisão Nacional de Organização 
Sanitária. 
 
 
 
 
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1975- Sistema Nacional de Saúde 
 
Estabelecia de forma sistemática o campo de ação na área de saúde, dos setores 
públicos e privados, para o desenvolvimento das atividades de promoção, proteção e 
recuperação da saúde. O documento reconhece e oficializa a dicotomia da questão da saúde, 
afirmando que a medicina curativa seria de competência do Ministério da Previdência, e a 
medicina preventiva de responsabilidade do Ministério da Saúde (BERTOLLI FILHO, 2010). 
 
INPS – INAMPS - IAPAS - 1977 
 
•Lei n° 6.439 - de 1° de setembro de 1977, instituiu o Sistema Nacional de Previdência e 
Assistência Social - SINPAS, orientado, coordenado e controlado pelo Ministério da 
 
Previdência e Assistência Social, responsável "pela proposição da política de previdência e 
assistência médica, farmacêutica e social, bem como pela supervisão dos órgãos que lhe são 
subordinados" e das entidades a ele vinculadas. 
 
 
As Ações do Piass 
 
 
 
• 1979 - Decreto n.º 84 219 - de 14/11/1979, dispôs sobre a intensificação e expansão de 
serviços básicos de saúde e saneamento, aprovou o Programa de Interiorização das Ações 
de Saúde e Saneamento (PIASS) para o período 1980/1985. 
• Ocorreu o 1º Simpósio Nacional de Política de Saúde, realizado pela Comissão de Saúde 
da Câmara dos Deputados, sendo um marco expressivo do Movimento Sanitário. O Centro 
Brasileiro de Estudos em Saúde (CEBES) apresentou e discutiu a primeira proposta de 
reorientação do sistema de saúde. 
 
 
Saúde nos anos 80 
 
• Início dos Dias Nacionais contra a Paralisia Infantil no Brasil. 
• Programa Nacional de Serviços Básicos de Saúde - Prev-Saúde. 
 
•Começou em todo o país campanha de conscientização sobre a febre amarela, para 
alertar quem viaja às zonas da mata das regiões Centro-Oeste e Amazônia sobre a 
necessidade de se vacinar contra a doença, pelo menos dez dias antes da viagem. 
 
Importantes Conquistas - 1984 
 
• 1984 Nasceu o primeiro bebê de proveta no Brasil. 
• Criação do Programa de Assistência Integral à Saúde da Mulher (PAISM). 
• Iniciou-se em todo país a vacinação de crianças de zero a quatro anos de idade contra 
poliomielite, sarampo, difteria, coqueluche e tétano (BERTOLLI FILHO, 2010). 
 
Nova República (1985 – 1988 e Avanços e Desafios em 1985 
 
 
 
 
 
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• 1985 Após três décadas da sua erradicação das regiões urbanas do país, o mosquito 
transmissor da febre amarela reaparece em várias cidades brasileiras, incluindo São Paulo e 
Rio de Janeiro. 
 
Conquistas Científicas em 1986 
 
• 1986 Aprovado o Plano de Ação para a Erradicação da Poliomielite no Brasil. 
• Criação do Centro de Informação Científica e Tecnológica - CICT. 
• Criação do Zé Gotinha, personagem símbolo da erradicação da poliomielite. 
 
Marco para o SUS em 1986 
 
• 1986 Realizou-se a 8ª Conferência Nacional de Saúde, no período de 17 a 21/3/1986, em 
Brasília. Os temas centrais eram: Saúde como Direito Inerente à Cidadania e à Personalidade; 
Reformulação do Sistema Nacional de Saúde; Financiamento do Setor Saúde. 
Em 1986, foi realizada em Brasília a VIII Conferência Nacional de Saúde (CNS), com 
ampla participação de trabalhadores, governos, usuários e parte dos prestadores de serviços 
de saúde. Precedida de conferências municipais e estaduais, a VIII CNS significou um marcona formulação das propostas de mudança no setor de saúde, consolidadas na Reforma 
Sanitária Brasileira. Seu documento final sistematiza o processo de construção de um modelo 
reformador para a saúde, que é definida como: “resultante das condições de alimentação, 
habitação, educação, renda, meio ambiente, trabalho, transporte, emprego, lazer, liberdade, 
acesso e posse da terra e acesso a serviços de saúde. É, assim, antes de tudo, o resultado 
 
 
das formas de organização social da produção, as quais podem gerar desigualdades nos 
níveis de vida". 
Paralelo ao processo de elaboração da Constituição Federal, outra iniciativa de 
reformulação do sistema foi implementada, o Sistema Unificado e Descentralizado de Saúde 
(SUDS). Idealizado enquanto estratégia de transição em direção ao SUS, propunha a 
transferência dos serviços do INAMPS para estados e municípios. 
Enquanto resultante dos embates e das diferentes propostas em relação ao setor de 
saúde presentes na Assembleia Nacional Constituinte, a Constituição Federal de 1988 
aprovou a criação do SUS, reconhecendo a saúde como um direito a ser assegurado pelo 
Estado e pautado pelos princípios de universalidade, equidade, integralidade e organizado de 
maneira descentralizada, hierarquizada e com participação da população (BERTOLLI FILHO, 
2010). 
 
 
Pós-constituinte (1889-Lei orgânica da saúde: 
 
• 1990 Lei n.º 8 080 - de 19/9/1990, "Lei Orgânica da Saúde" REGULAMENTOU o Sistema 
Único de Saúde. 
 
• Lei n.º 8 142 - de 28/12/1990, dispôs sobre a participação da comunidade na gestão do 
Sistema Único de Saúde (SUS) e sobre as transferências intergovernamentais de recursos 
financeiros na área de saúde. 
Novos Caminhos 
 
• 1991 Aprovação da Norma Operacional Básica 01/91. 
 
 
 
 
 
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• Decreto n.º 100 - de 16/4/1991, criou a Fundação Nacional de Saúde (FUNASA). 
• O Programa de Agentes Comunitários de Saúde (PACS) começou a ser implantado na 
região Nordeste, mediante projeto piloto, desenvolvido no estado da Paraíba. 
• Nesse mesmo ano, com a entrada do cólera no país, o programa foi estendido em caráter 
emergencial, à região Norte. 
• 1993 Extinção do INAMPS 
 
Saúde da Família 
 
• 1994 Criação do Programa de Saúde da Família (PSF) como estratégia de reorientação dos 
serviços de atenção básica à saúde. Os primeiros 55 municípios colocaram em ação 328 
equipes de Saúde da Família; cada equipe é composta por 1 médico, 1 enfermeiro, 1 auxiliar 
de enfermagem e de 4 a 6 agentes Comunitários de saúde. 
 
Financiamento do SUS – Uma Vitória 
 
• 1999 Foi promulgada pelo Congresso Nacional a Emenda Constitucional (EC-29) que 
vinculou verbas para o setor saúde e estabeleceu metas de aumento a serem atingidas até 
2004. Pela emenda, o governo terá que ampliar anualmente o orçamento da saúde em 
percentual igual ao do crescimento do Produto Interno Bruto (PIB). 
 
Urgências e Emergências 
 
• 2003 Lançado o SAMU (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) - principal componente 
da Política Nacional de Atenção às Urgências. 
• O serviço atende as urgências de natureza traumática, clínica pediátrica, cirúrgica, gineco-
obstétrica e psiquiátrica. 
 
 
2006 pacto pela saúde 
 
• Assinado o Pacto de Gestão, documento que estabelece as responsabilidades sanitárias de 
cada ente federado (União, estados e municípios). Uma das principais ações é a definição de 
 
 
diretrizes para a gestão do SUS - descentralização, regionalização, financiamento, pactuação 
entre municípios e regulação, entre outros (BERTOLLI FILHO, 2010). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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CAPITULO II 
SUS: PRINCÍPIOS DOUTRINÁRIOS E ORGANIZATIVOS 
 
 
Este sistema é único, ou seja, deve ter a mesma doutrina e a mesma forma de 
organização em todo o país. Mas, é preciso compreender bem esta ideia de unicidade. Num 
país com tamanha diversidade cultural, econômica e social como o Brasil, pensar em 
organizar um sistema sem levar em conta estas diferenças seria uma temeridade. O que é 
definido como único na Constituição é um conjunto de elementos doutrinários e de 
organização de sistema de saúde, os princípios da universalização, da equidade, da 
integralidade, da descentralização e da participação popular. 
 
 
 
PRINCÍPIOS DOUTRINÁRIOS 
 
 
 
Universalidade 
 
O acesso às ações e serviços deve ser garantido a todas as pessoas, 
independentemente de sexo, raça, renda, ocupação, ou outras características sociais ou 
pessoais. O exercício deste princípio traz a perspectiva da oferta a todos os brasileiros, no 
sistema público de saúde, da vacina à cirurgia mais complexa, alterando a situação anterior 
em que o acesso era diferenciado entre os que tinham vínculos previdenciários e os demais 
brasileiros (BRASIL, 2009). 
 
 
Equidade 
 
O objetivo da equidade é diminuir desigualdades. Mas isto não significa que a equidade 
seja sinônimo de igualdade. A equidade justifica a prioridade na oferta de ações e serviços 
aos segmentos populacionais que enfrentam maiores riscos de adoecer e morrer em 
decorrência da desigualdade na distribuição de renda, bens e serviços. Para isso, a rede de 
serviços deve estar atenta às necessidades reais da população a ser atendida. 
 
 
Integralidade 
 
O princípio da integralidade significa considerar a pessoa como um todo, atendendo a 
todas as suas necessidades. Para isso, é importante a integração de ações, incluindo a 
promoção da saúde, a prevenção de doenças, o tratamento e a reabilitação. Ao mesmo 
tempo, o princípio da integralidade pressupõe a articulação da saúde com outras políticas 
públicas, como forma de assegurar uma atuação intersetorial entre as diferentes áreas que 
tenham repercussão na saúde e qualidade de vida dos indivíduos. 
 
 
 
 
 
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Princípios Organizativos 
 
Para organizar o SUS, a partir dos princípios doutrinários apresentados e levando-se 
em consideração a ideia de seguridade social e relevância pública, existem algumas diretrizes 
que orientam o processo. Na verdade, tratam-se de formas de concretizar o SUS na prática. 
 
 
Regionalização e Hierarquização 
 
A regionalização e a hierarquização de serviços significam que os serviços devem ser 
organizados em níveis crescentes de complexidade, circunscritos a uma determinada área 
geográfica, planejados a partir de critérios epidemiológicos, e com definição e conhecimento 
da clientela a ser atendida. A regionalização é, na maioria das vezes, um processo de 
articulação entre os serviços já existentes, buscando o comando unificado dos mesmos. 
Com a ideia de hierarquização busca-se ordenar o sistema de saúde por níveis de 
atenção e estabelecer fluxos assistenciais entre os serviços, de modo que regule o acesso 
aos mais especializados, considerando que os serviços básicos de saúde são os que ofertam 
o contato com a população e são os de uso mais frequente (BRASIL, 2009). 
 
 
Descentralização e Comando Único 
 
Descentralizar é redistribuir poder entre os níveis de governo. Na saúde, a 
descentralização tem como objetivo prestar serviços com maior qualidade e garantir o controle 
e a fiscalização pelos cidadãos. Quanto mais perto tiver a decisão, maior a chance de acerto. 
 
No SUS a responsabilidade pela saúde deve ser descentralizada até o município. Isto 
significa dotar o município de condições gerenciais, técnicas, administrativas e financeiras 
para exercer esta função. 
A decisão deve ser de quem executa que deve ser o que está mais perto do problema. 
A descentralização, ou municipalização, é uma forma de aproximar o cidadão das decisões 
do setor e significa a responsabilização do município pela saúde de seus cidadãos. 
 
 
Participação Popular 
 
O SUS foi fruto de um amplo debate democrático. Mas a participação da sociedade 
não se esgotou nas discussões que deram origem ao SUS.Esta democratização também 
deve estar presente no dia-a-dia do sistema. Para isto, devem ser criados Conselhos e as 
Conferências de Saúde, que tem como função formular estratégias, controlar e avaliar a 
execução da política de saúde. 
Os Conselhos de Saúde, que devem existir nos três níveis de governo, são órgãos 
deliberativos, de caráter permanente, compostos com a representatividade de toda a 
sociedade. Sua composição deve ser paritária, com metade de seus membros representando 
os usuários e a outra metade, o conjunto composto por governo, trabalhadores da saúde e 
prestadores privados. Os conselhos devem ser criados por lei do respectivo âmbito de 
governo, onde serão definidas a composição do colegiado e outras normas de seu 
funcionamento. 
As Conferências de Saúde são fóruns com representação de vários segmentos sociais 
que se reúnem para propor diretrizes, avaliar a situação da saúde e ajudar na 
 
 
 
 
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definição da política de saúde. Devem ser realizadas em todos os níveis de governo. Um 
último aspecto que merece destaque é o da complementaridade do setor privado. Este 
princípio se traduz nas condições sob as quais o setor privado deve ser contratado, caso o 
setor público se mostre incapaz de atender a demanda programada. Em primeiro lugar, entre 
 
 
os serviços privados devem ter prioridade os não lucrativos ou filantrópicos. Para a celebração 
dos contratos deverão ser seguidas as regras do direito público. Em suma, trata-se de fazer 
valer, na contratação destes serviços, a lógica do público e as diretrizes do SUS. Todo serviço 
privado contratado passa a seguir as determinações do sistema público, em termos de regras 
de funcionamento, organização e articulação com o restante da rede. Para a contratação de 
serviços, os gestores deverão proceder a licitação, de acordo com a Lei Federal nº 8666/93 
(BRASIL, 2009). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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CAPITULO III 
NÍVEIS DE ATENÇÃO À SAÚDE 
ATENÇÃO BÁSICA À SAÚDE 
 
 
 
Compreende um conjunto de ações, de caráter individual e coletivo, que engloba a 
promoção da saúde, a prevenção de agravos, o tratamento e a reabilitação. Constitui o 
primeiro nível da atenção do Sistema Único de Saúde. 
 
É o contato preferencial dos usuários com os sistemas de saúde e deve: 
• Ser baseada na realidade local 
• Considerar os sujeitos em sua singularidade, complexidade, integridade e inserção 
sociocultural 
• Orientar-se: pelos princípios do SUS: universalidade, equidade, integralidade, controle 
social e hierarquização 
• Pelos princípios próprios: acessibilidade, vínculo, coordenação, continuidade do 
cuidado, territorialização e descrição de clientela, responsabilização, humanização. 
 
 
PRIMÁRIO: refere-se à promoção da saúde e a proteção específica; 
SECUNDÁRIO: é realizada no individuo sobre a ação de um agente patogênico; 
TERCIÁRIO: é a prevenção da incapacidade através de medidas de reabilitação. 
 
Atenção Primária é aquele nível de um sistema de serviço de saúde que oferece a 
entrada no sistema para todas as novas necessidades e problemas; fornece atenção sobre a 
pessoa no decorrer do tempo, fornece atenção para todas as condições, e coordena ou integra 
a ação fornecida em algum outro lugar ou por terceiros. (Sarsfield, 2004). A Atenção ou os 
Cuidados Primários de Saúde, como entendemos hoje, constituem um conjunto integrado de 
ações básicas, articulado a um sistema de promoção e assistência integral à saúde (Aleixo, 
2002). 
 
 
 
 
 
 
 
 
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SISTEMAS DE INFORMAÇÃO EM SAÚDE 
 
Os sistemas de informação em saúde são instrumentos padronizados de 
monitoramento e coleta de dados, que tem como objetivo o fornecimento de informações para 
análise e melhor compreensão de importantes problemas de saúde da população, 
subsidiando a tomada de decisões nos níveis municipal, estadual e federal. A seguir estão 
relacionados os sistemas de informação relativos ao tema em questão: 
 
 
Sistema de Informações sobre Mortalidade – SIM 
 
O SIM proporciona a produção de estatísticas de mortalidade e a construção dos principais 
indicadores de saúde. A análise dessas informações permite estudos não apenas do ponto 
de vista estatístico e epidemiológico, mas também sócio-demográfico. 
 
Sistema de Informações de Nascidos Vivos – SINASC 
§ 
Por intermédio desses registros é possível subsidiar as intervenções relacionadas à saúde 
da mulher e da criança para todos os níveis do Sistema Único de Saúde - SUS, como ações 
de atenção à gestante e ao recém-nascido. O acompanhamento da evolução das séries 
históricas do SINASC permite a identificação de prioridades de intervenção, o que contribui 
para efetiva melhoria do sistema. 
 
Sistema de Informação de Agravos de Notificação – SINAM 
§ 
O Sinan é alimentado, principalmente, pela notificação e investigação de casos de doenças e 
agravos que constam da lista nacional de doenças de notificação compulsória, mas é 
facultado a estados e municípios incluir outros problemas de saúde importantes em sua 
região. Sua utilização efetiva permite a realização do diagnóstico dinâmico da ocorrência de 
 
um evento na população, podendo fornecer subsídios para explicações causais dos agravos 
de notificação compulsória, além de vir a indicar riscos aos quais as pessoas estão sujeitas, 
ATENÇÃO 
TERCIÁRIA 
 ATENÇÃO 
 SECUNDÁRIA 
ATENÇÃO 
PRIMÁRIA 
 
 
 
 
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contribuindo assim, para a identificação da realidade epidemiológica de determinada área 
geográfica. 
 
Sistema de Informações Hospitalares - SIH/SUS 
 
Seu instrumento de coleta de dados é a Autorização de Internação Hospitalar (AIH), 
atualmente emitida pelos estados a partir de uma série numérica única definida anualmente 
em portaria ministerial. Este formulário contém, entre outros, os dados de atendimento, com 
os diagnósticos de internamento e alta (codificados de acordo com a CID), informações 
relativas às características de pessoa (idade e sexo), tempo e lugar (procedência do paciente) 
das internações, procedimentos realizados, valores pagos e dados cadastrais das unidades 
de saúde, que permitem sua utilização para fins epidemiológicos. 
 
Sistema de Informações Ambulatoriais – SIA-SUS 
 
O SIA/SUS foi formalmente implantado em todo o território nacional como instrumento de 
ordenação do pagamento dos serviços ambulatoriais (públicos e conveniados), viabilizando 
aos gestores apenas a informação do gasto por natureza jurídica do prestador. Entretanto, 
como sua unidade de registro de informações é o procedimento ambulatorial realizado, 
desagregado em atos profissionais, outros indicadores operacionais podem ser importantes 
como complemento das análises epidemiológicas, 
 
 
por exemplo: número de consultas médicas por habitante/ano; número de consultas médicas 
por consultório; número de exames/terapias realizados pelo quantitativo de consultas 
médicas. 
 
Sistema de Informação do Programa Nacional de Imunizações - SI-PNI 
 
O objetivo fundamental do SI-PNI é possibilitar aos gestores envolvidos no programa 
uma avaliação dinâmica do risco quanto à ocorrência de surtos ou epidemias, a partir do 
registro dos imunos aplicados e do quantitativo populacional vacinado, que são agregados 
por faixa etária, em determinado período de tempo, em uma área geográfica. Por outro lado, 
possibilita também o controle do estoque de imunos necessário aos administradores que têm 
a incumbência de programar sua aquisição e distribuição. 
 
 
OUTROS SISTEMAS DE INFORMAÇÃO 
 
§ FAD (Sistema de Informação sobre Febre Amarela e Dengue) 
§ Sistema de Informação da Atenção Básica – SIAB – cobertura do Programa Agentes 
Comunitáriosde Saúde e das equipes de Saúde da Família 
§ Sistema de Informação de Vigilância Alimentar e Nutricional – SISVAN 
§ Sistema de Informação de Vigilância da Qualidade da Água para Consumo Humano 
(Siságua) 
 
Vale ressaltar que a partir de 2014 alguns sistemas dos citados serão incluídos num único 
sistema o e-SUS que terá a transmissão de dados on-line. 
 
 
 
 
 
 
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FICHAS DE NOTIFICAÇÃO 
 
O Sistema de Informação de Agravos de Notificação - Sinan é alimentado, 
principalmente, pela notificação e investigação de casos de doenças e agravos que constam 
da lista nacional de doenças de notificação compulsória (Portaria GM/MS Nº 104, DE 25 DE 
JANEIRO DE 2011), mas é facultado a estados e municípios incluir outros problemas de 
saúde importantes em sua região. 
Sua utilização efetiva permite a realização do diagnóstico dinâmico da ocorrência de 
um evento na população; podendo fornecer subsídios para explicações causais dos agravos 
de notificação compulsória, além de vir a indicar riscos aos quais as pessoas estão sujeitas, 
contribuindo assim, para a identificação da realidade epidemiológica de determinada área 
geográfica. 
 
 
Lista de Notificação Compulsória – LNC 
 
1. Acidentes por animais peçonhentos; 
2. Atendimento antirrábico; 
3. Botulismo; 
4. Carbúnculo ou Antraz; 
5. Cólera; 
6. Coqueluche; 
7. Dengue; 
8. Difteria; 
9. Doença de Creutzfeldt-Jakob; 
10. Doença Meningocócica e outras 
Meningites; 
11. Doenças de Chagas Aguda; 
12. Esquistossomose; 
13. Eventos Adversos Pós-Vacinação; 
14. Febre Amarela; 
15. Febre do Nilo Ocidental; 
16. Febre Maculosa; 
17. Febre Tifóide; 
18. Hanseníase; 
19. Hantavirose; 
20. Hepatites Virais; 
21. Infecção pelo vírus da 
imunodeficiência humana -HIV em 
gestantes e crianças expostas ao 
risco de transmissão vertical; 
22. Influenza humana por novo subtipo; 
23. Intoxicações Exógenas (por 
substâncias químicas, incluindo 
agrotóxicos, gases tóxicos e metais 
pesados); 
24. Leishmaniose Tegumentar 
Americana; 
25. Leishmaniose Visceral; 
26. Leptospirose; 
27. Malária; 
28. Paralisia Flácida Aguda; 
29. Peste; 
30. Poliomielite; 
31. Raiva Humana; 
32. Rubéola; 
33. Sarampo; 
34. Sífilis Adquirida; 
35. Sífilis Congênita; 
36. Sífilis em Gestante; 
37. Síndrome da Imunodeficiência 
Adquirida – AIDS; 
38. Síndrome da Rubéola Congênita; 
39. Síndrome do Corrimento Uretral 
Masculino; 
40. Síndrome Respiratória Aguda Grave 
associada ao Coronavírus (SARS-
CoV); 
41. Tétano; 
42. Tuberculose; 
43. Tularemia; 
44. Varíola; e 
45. Violência doméstica, sexual e/ou 
outras violências. 
 
 
 
 
 
 
 
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3 
 
 
 
TUBERCULOSE 
 
A tuberculose é uma doença infecciosa causada pelo Mycobacterium 
tuberculosis ou bacilo de Koch em homenagem ao seu descobridor, o bacteriologista alemão 
Robert Koch, em 1882. 
Outras espécies de microbactérias, como as Mycobacterium bovis, M. 
africanum e M. microti também podem causar esta doença que afeta, principalmente, os 
pulmões. Rins, órgãos genitais, intestino delgado, ossos, etc., também podem ser 
comprometidos. 
 
A transmissão é direta: ocorre de pessoa para pessoa via gotículas de saliva 
contendo o agente infeccioso, sendo maior o risco de transmissão durante contatos 
prolongados em ambientes fechados e com pouca ventilação. 
A resposta imunológica é capaz de impedir o desenvolvimento da doença e, por tal motivo, 
pessoas com sistema imune menos resistente ou comprometido estão mais propensas a 
adquirir esta doença, de evolução geralmente lenta. 
Após a transmissão do bacilo, ocorrerá uma destas situações: o sistema imunológico 
do indivíduo pode eliminá-lo; a bactéria pode se desenvolver, mas sem causar a doença; a 
tuberculose se desenvolve (tuberculose primária) ou pode haver a ativação da doença vários 
anos depois (tuberculose pós-primária). 
Alguns pacientes podem não apresentar os sintomas ou estes podem ser ignorados 
por serem parecidos com os de uma gripe. Tosse seca e contínua se apresentando 
posteriormente com secreção e com duração de mais de quatro semanas, sudorese noturna, 
cansaço excessivo, palidez, falta de apetite e rouquidão são os sintomas da doença. 
Dificuldade na respiração, eliminação de sangue e acúmulo de pus na pleura pulmonar são 
característicos em casos mais graves. 
 
O diagnóstico é feito via análise dos sintomas e radiografia do tórax. Exames 
laboratoriais das secreções pulmonares e escarro do indivíduo são procedimentos 
confirmatórios. 
 
O tratamento é feito à base de antibióticos, com duração de aproximadamente seis 
meses. É imprescindível que este não seja interrompido – fato que pode ocorrer, 
principalmente, devido aos efeitos colaterais, tais como enjoos, vômitos, indisposição e mal-
estar geral. As medicações são distribuídas gratuitamente pelo sistema de saúde, através de 
seus postos municipais de atendimento. 
 
A vacina BCG é utilizada na prevenção da tuberculose e deve ser administrada em 
todos os recém-nascidos. Melhoras nas condições de vida da população, além de tratamento 
e orientação aos enfermos são formas de evitar sua contaminação em maior escala. 
 
 
HANSENÍASE 
 
A hanseníase, conhecida oficialmente por este nome desde 1976, é uma das doenças 
mais antigas na história da medicina. É causada pelo bacilo de Hansen, o Mycobacterium 
leprae: um parasita que ataca a pele e nervos periféricos, mas pode afetar outros órgãos como 
o fígado, os testículos e os olhos. Não é, portanto, hereditária. 
 
 
 
 
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Com período de incubação que varia entre três e cinco anos, sua primeira 
manifestação consiste no aparecimento de manchas dormentes, de cor avermelhada ou 
esbranquiçada, em qualquer região do corpo. Placas, caroços, inchaço, fraqueza muscular e 
dor nas articulações podem ser outros sintomas. 
Com o avanço da doença, o número de manchas ou o tamanho das já existentes 
aumenta e os nervos ficam comprometidos, podendo causar deformações em regiões, como 
nariz e dedos, e impedir determinados movimentos, como abrir e fechar as mãos. Além disso, 
pode permitir que determinados acidentes ocorram em razão da falta de sensibilidade nessas 
regiões. O diagnóstico consiste, principalmente, na avaliação clínica: aplicação de testes de 
sensibilidade, força motora e palpação dos nervos dos braços, pernas e olhos. Exames 
laboratoriais, como biópsia, podem ser necessários. 
Esta doença é capaz de contaminar outras pessoas pelas vias respiratórias, caso o 
portador não esteja sendo tratado. Entretanto, segundo a Organização Mundial de Saúde, a 
maioria das pessoas é resistente ao bacilo e não a desenvolve. Aproximadamente 95% dos 
parasitas são eliminados na primeira dose do tratamento, já sendo incapaz de transmiti-los a 
outras pessoas. Este dura até aproximadamente um ano e o paciente pode ser 
completamente curado, desde que siga corretamente os cuidados necessários. Assim, buscar 
auxílio médico é a melhor forma de evitar a evolução da doença e a contaminação de outras 
pessoas. 
O tratamento e distribuição de remédios são gratuitos e, ao contrário do que muitas 
pessoas podem pensar, em face do estigma que esta doença tem, não é necessário o 
isolamento do paciente. Aliás, a presença de amigos e familiares é fundamental para sua cura. 
 Durante este tempo, o hanseniano pode desenvolver suas atividades normais, sem 
restrições. Entretanto, reações adversas ao medicamento podem ocorrer e, nestes casos, é 
necessário buscar auxílio médico. 
Importante saber: 
Segundo a OMS, nosso país é líder mundial em prevalência da hanseníase. Em 1991, 
foi assinado pelo governo brasileiro um termo de compromisso mundial, comprometendo-se 
a eliminar esta doença até 2010. Entretanto, a cada ano, há mais de quarenta mil novos casos 
tendo, entre eles, vários indivíduos em situação de deformidade irreversível. 
Nos dias24, 26 e 27 de janeiro são comemorados, respectivamente, o Dia do 
Hanseniano, o Dia Mundial de Combate à Hanseníase e o Dia Estadual de Combate à 
Hanseníase. 
“Lepra”, designação antiga desta doença, era o nome dado a doenças da pele em 
geral, como psoríase, eczema e a própria hanseníase. Devido ao estigma dado a esta 
denominação e também ao fato de que hoje, com o avanço da medicina, há nomes 
apropriados para cada uma destas dermatoses, este termo deixou de ser utilizado. 
 
 
ANIMAIS PEÇONHENTOS 
 
 
Acidentes por cobra 
 
- Acidente botrópico (causado por serpentes do grupo das jararacas): dor e inchaço no local 
da picada, às vezes com manchas arroxeadas e sangramento pelos orificios da picada; 
sangramentos em gengivas, pele e urina. Pode evoluir com complicações como infecção e 
necrose na região da picada e insuficiência renal. 
 
- Acidente laquético (causado por surucucu): quadro semelhante ao acidente botrópico, 
acompanhado de vômitos, diarréia e queda da pressão arterial. 
 
 
 
 
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- Acidente crotálico (causado por cascavel): no local sensação de formigamento, sem lesão 
evidente; dificuldade de manter os olhos abertos, com aspecto sonolento, visão turva ou dupla, 
dores musculares generalizadas e urina escura. 
- Acidente elapídico (causado por coral verdadeira): no local da picada não se observa 
alteração importante; as manifestações do envenenamento caracterizam-se por visão borrada 
ou dupla, pálpebras caídas e aspecto sonolento. 
Convém lembrar que serpentes não peçonhentas também podem causar acidentes e 
que nem sempre as serpentes peçonhentas conseguem inocular veneno por ocasião do 
acidente. 
 
 
Acidentes por escorpião 
 
Os escorpiões de importância médica estão distribuídos em todo o país, causam dor no 
local da picada, com boa evolução na maioria dos casos, porém crianças podem apresentar 
manifestações graves decorrentes do envenenamento. 
Em caso de acidente, recomenda-se fazer compressas mornas e analgésicos para alívio 
da dor até chegar a um serviço de saúde para as medidas necessárias e avaliar a necessidade 
ou não de soro. 
 
Acidentes por aranhas 
 
São três os gêneros de aranhas de importância médica no Brasil: 
- Loxosceles ("aranha-marrom"): é importante causa de acidentes na região Sul. A aranha 
provoca acidentes quando comprimida; deste modo, é comum o acidente ocorrer enquanto o 
individuo está dormindo ou se vestindo, sendo o tronco, abdome, coxa e braço os locais de 
picada mais comuns. 
- Phoneutria ("armadeira", "aranha-da-banana", "aranha-macaca"): a maioria dos acidentes é 
registrada na região Sudeste, principalmente nos meses de abril e maio. É bastante comum 
o acidente ocorrer no momento em que o indivíduo vai calçar o sapato ou a bota. 
- Latrodectus ("viúva-negra"): encontradas predominantemente no litoral nordestino, causam 
acidentes leves e moderados com dor local acompanhada de contrações musculares, 
agitação e sudorese. 
As aranhas caranguejeiras e as tarântulas, apesar de muito comuns, não causam 
envenenamento. As que fazem teia áreas geométricas, muitas encontradas dentro das casas, 
também não oferecem perigo. 
 
Acidentes por taturanas ou lagartas 
 
As taturanas ou lagartas que podem causar acidentes são formas larvais de mariposas 
que possuem cerdas pontiagudas contendo as glândulas do veneno. É comum o acidente 
ocorrer quando a pessoa encosta a mão nas árvores onde habitam as lagartas. 
O acidente é relativamente benigno na grande maioria dos casos. O contato leva a dor em 
queimação local, com inchaço e vermelhidão discretos. Somente o gênero Lonomia pode 
causar envenenamento com hemorragias à distância e complicações como insuficiência renal. 
 
Soros 
 
Os soros antipeçonhentos são produzidos no Brasil pelo Instituto Butantan (São Paulo), 
Fundação Ezequiel Dias (Minas Gerais) e Instituto Vital Brasil (Rio de Janeiro). Toda a 
produção é comprada pelo Ministério da Saúde que distribui para todo o país, por meio das 
 
 
 
 
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Secretarias de Estado de Saúde. Assim, o soro está disponível em serviços de saúde e é 
oferecido gratuitamente aos acidentados. 
 
 
ATENDIMENTO ANTI-RÁBICO 
 
Esse atendimento é recomendado a toda pessoa que for agredida por um cachorro ou 
gato, mesmo se o animal estiver vacinado contra a raiva. Também é recomendado para 
pessoas que sofreram ataques de morcegos, outros animais silvestres (inclusive os 
domiciliados) e animais domésticos de interesse econômico ou de produção (bovinos, equinos 
e outros). O ferido deve procurar o médico o mais rápido possível para que a vacina seja 
aplicada antes de o vírus ter tempo de se manifestar. Esse processo é conhecido por 
imunização pós-exposição. A vítima também deve lavar imediatamente o ferimento com água 
e sabão. 
Mesmo quando o paciente é atendido, não se deve matar o animal (cão e gato) que o 
atacou, mas, sim, deixá-lo em observação durante 10 dias, para que se possa identificar 
qualquer sinal indicativo da raiva. O animal deverá receber água e alimentação normalmente, 
num local seguro, para que não possa fugir ou atacar outras pessoas ou animais. Se o animal 
adoecer, morrer, desaparecer ou mudar de comportamento, voltar imediatamente ao Serviço 
de Saúde. Quando um animal apresentar comportamento diferente, mesmo que ele não tenha 
agredido ninguém, não o mate e procure o Serviço de Saúde. 
Todo cidadão tem o dever de procurar sempre o Serviço Médico, no caso de agressão 
por animais, e levar o animal para ser vacinado contra a raiva. A pessoa não deve tocar em 
animais estranhos, feridos e doentes ou perturbar animais quando estes estiverem comendo, 
bebendo ou dormindo. 
A única forma de proteção ao cão é a vacina preventiva, que deve ser repetida 
anualmente. Outro cuidado simples é evitar que o cão tenha contato com outros animais nas 
ruas. 
 
 
 
 
 
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DENGUE 
 
A dengue é uma doença infecciosa febril aguda causada por um vírus da família 
Flaviridae e é transmitida, no Brasil, através do mosquito Aedes aegypti, também infectado 
pelo vírus. Atualmente, a dengue é considerada um dos principais problemas de saúde pública 
de todo o mundo. 
Em todo o mundo, existem quatro tipos de dengue, já que o vírus causador da doença 
possui quatro sorotipos: DEN-1, DEN-2, DEN-3 e DEN-4. A dengue é conhecida no Brasil 
desde os tempos de colônia. O mosquito Aedes aegypti tem origem africana. Ele chegou ao 
Brasil junto com os navios negreiros, depois de uma longa viagem de seus ovos dentro dos 
depósitos de água das embarcações. O primeiro caso da doença foi registrado em 1685, em 
Recife (PE). Em 1692, a dengue provocou 2 mil mortes em Salvador (BA), reaparecendo em 
novo surto em 1792. 
O vírus da dengue pode se apresentar de quatro formas diferentes, que vai desde a 
forma inaparente, em que apesar da pessoa está com a doença não há sintomas, até quadros 
de hemorragia, que podem levar o doente ao choque e ao óbito. 
Sintomas da Dengue: há suspeita de dengue em casos de doença febril aguda com 
duração de até 7 dias e que se apresente acompanhada de pelo menos dois dos seguintes 
sintomas: dor de cabeça, dor atrás dos olhos, dores musculares, dores nas juntas, prostração 
e vermelhidão no corpo. 
 
Infecção Inaparente 
 
A pessoa está infectada pelo vírus, mas não apresenta nenhum sintoma da dengue. 
 
Dengue Clássica 
 
 
 
 
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8 
 
 
Geralmente, os sintomas da dengue iniciam de uma hora para outra e dura entre 5 a 
7 dias. A pessoa infectada tem febre alta (39° a 40°C), dores de cabeça, cansaço, dor 
muscular e nas articulações, indisposição, enjôos, vômitos, manchas vermelhas na pele, dor 
abdominal (principalmente em crianças), entre outros sintomas. Os sintomas da Dengue 
Clássica duram até uma semana. Após esteperíodo, a pessoa pode continuar sentindo 
cansaço e indisposição. 
 
Dengue Hemorrágica 
 
A febre alta é um dos primeiros sintomas da dengue. Inicialmente os sintomas da 
dengue hemorrágica se assemelha à Dengue Clássica, mas, após o terceiro ou quarto dia de 
evolução da doença, surgem hemorragias em virtude do sangramento de pequenos vasos na 
pelo e nos órgãos internos. A Dengue Hemorrágica pode provocar hemorragias nasais, 
gengivais, urinárias, gastrointestinais ou uterinas. Na Dengue Hemorrágica, assim que os 
sintomas de febre acabam a pressão arterial do doente cai, o que pode gerar tontura, queda 
e choque. Se a doença não for tratada com rapidez, pode levar à morte. 
 
Síndrome de Choque da Dengue 
 
A pessoa acometida pela doença apresenta um pulso quase imperceptível, 
inquietação, palidez e perda de consciência. Neste tipo de apresentação da doença, há 
registros de várias complicações, como alterações neurológicas, problemas 
cardiorrespiratórios, insuficiência hepática, hemorragia digestiva e derrame pleural. Entre as 
principais manifestações neurológicas, destacam-se: delírio, sonolência, depressão, coma, 
irritabilidade extrema, psicose, demência, amnésia, paralisias e sinais de meningite. Se a 
doença não for tratada com rapidez, pode levar à morte. É importante destacar que a dengue 
é uma doença dinâmica, que pode evoluir rapidamente de forma mais branda para uma mais 
grave. É preciso ficar atento aos sintomas que podem indicar uma apresentação mais séria 
da doença. 
 
 
SINAIS DE ALERTA – DENGUE HEMORRÁGICA 
 
1. Dor abdominal intensa e contínua 
(não cede com medicação usual); 
2. Agitação ou letargia; 
3. Vômitos persistentes; 
4. Pulso rápido e fraco; 
5. Hepatomegalia dolorosa; 
6. Extremidades frias; 
7. Derrames cavitários; 
8. Cianose; 
9. Sangramentos expontâneos e/ou 
prova de laço positiva; 
10. Lipotimia; 
11. Hipotensão arterial; 
12. Sudorese profusa; 
13. Hipotensão postural; 
14. Aumento repentino do hematócrito; 
15. Diminuição da diurese; 
16. Melhora súbita do quadro febril até o 
5 dia; 
17. Taquicardia.
 
O tratamento da dengue requer bastante repouso e a ingestão de muito líquido, como 
água, sucos naturais ou chá. No tratamento, também são usados medicamentos anti-térmicos 
que devem recomendados por um médico. É importante destacar que a pessoa com 
dengue NÃO pode tomar remédios à base de ácido acetil salicílico. Como eles têm um efeito 
 
 
 
 
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anticoagulante, podem promover sangramentos. O doente começa a sentir a melhorar cerca 
de quatro dias após o início dos sintomas da dengue, que podem permanecer por 10 dias. 
É preciso ficar alerta para os quadros mais graves da doença. Se aparecerem 
sintomas, como dores abdominais fortes e contínuas, vômitos persistentes, tonturas ao 
levantar, alterações na pressão arterial, fígado e baço dolorosos, vômitos hemorrágicos ou 
presença de sangue nas fezes, extremidades das mãos e dos pés frias e azuladas, pulso 
rápido e fino, diminuição súbita da temperatura do corpo, agitação, fraqueza e desconforto 
respiratório, o doente deve ser levado imediatamente ao médico. 
 
 
DOENÇA MENINGOCÓCICA E OUTRAS MENINGITES 
 
Agente etiológico - Neisseria meningitidis, bactéria em forma de diplococos Gram 
negativos. Apresenta 13 sorogrupos, sendo 8 responsáveis, com maior frequência, pela 
doença meningocócica (A, B, C1+, C1-, X, Y, W-135,L). Estes podem ainda ser classificados 
em sorotipos e subtipos. 
Reservatório - O homem doente ou portador assintomático. 
A transmissão é realizado por contato íntimo de pessoa a pessoa, através de gotículas 
das secreções da nasofaringe. O principal transmissor é o portador assintomático. O período 
de incubação - De 2 a 10 dias, em média de 3 a 4 dias. 
O período de transmissibilidade - Dura enquanto houver o agente na nasofaringe. Em 
geral, após 24 horas de antibioticoterapia, o meningococo já desapareceu da orofaringe. 
Existem algumas complicações, tais como: Necroses profundas com perda de tecido 
nas áreas externas, onde se iniciam as equimoses; surdez, artrite, miocardite, pericardite, 
paralisias, paresias, abcesso cerebral, hidrocefalia, dentre outras. 
Através do isolamento da Neisseria meningitidis do sangue, líquor, líquido sinovial ou 
de derrame pericárdico ou pleural, pode se fazer o diagnóstico. O LCR pode se apresentar 
turvo, com cor leitosa ou xantocrômica. A bioquímica evidencia glicose e cloretos diminuídos 
(concentração de glicose inferior a 50% da glicemia, coletada simultaneamente ao líquor) 
proteínas elevadas (acima de 100mg/dl) e pleiocitose (aumento do número de leucócitos, 
predominado polimorfonucleares neutrófilos). A contraimuno-eletroforese (CIE) é positiva, o 
Gram evidencia a presença de diplococos gram negativos, e a cultura isola. Nas 
meningococcemias, o leucograma apresenta-se com milhares de leucócitos, havendo 
predominância de neutrófilos, e desvio para a esquerda, a hemocultura e a CIE no soro são 
positivas. O raspado das lesões de pele pode ser cultivado para identificação do agente. 
Outros exames que podem ser utilizados para identificação do meningococo é a pesquisa de 
antígenos no líquor, através da CIE, fixação do látex, ELISA ou radioimunoensaio. A reação 
de polimerase em cadeia (PCR) para o diagnóstico tem sido utilizada, apresentando elevada 
sensibilidade e especificidade. 
Diagnóstico diferencial - Meningites e meningoencefalites em geral, principalmente as 
purulentas; encefalites, febre purpúrica brasileira, septicemias. 
O Tratamento é feito com uso de Penicilina G cristalina, 300.000 a 500.000UI/kg/dia, 
com dose máxima de 24.000.000 UI/dia, IV, fracionadas em 3/3 ou 4/4 horas, durante 7 a 10 
dias; ampicilina, 200 a 400mg/Kg/dia, até no máximo de 15g/dia, IV, fracionadas em 4/4 ou 
6/6 horas, durante 7 a 10 dias. Em casos de alergia, usar cloranfenicol, na dose de 50 a 100 
mg/kg/dia, IV, fracionadas em 6/6 horas. 
Características epidemiológicas - É a meningite de maior importância para a saúde 
pública, por se apresentar sob a forma de ondas epidêmicas que podem durar de 2 a 5 anos. 
Tem distribuição universal e casos ocorrem durante todo o ano (forma endêmica). O Brasil 
viveu uma grande epidemia de doença meningocócica na primeira metade da década de 70. 
Nos anos 80 e 90, elevação da incidência tem sido localizada, atingindo várias cidades 
 
 
 
 
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brasileiras. Os principais sorogrupos, no Brasil, são o A, B e C. A letalidade depende do 
diagnóstico precoce da doença e da qualidade da assistência (± de 20%). 
 
 
HEPATITES VIRAIS 
 
As Hepatites Virais são qualquer inflamações do fígado. Pode ser causada por 
infecções (vírus, bactérias), álcool, medicamentos, drogas, doenças hereditárias (depósitos 
anormais de ferro, cobre) e doenças autoimunes. 
Hepatite Viral A: a via fecal-oral, ou seja, fezes de pacientes contaminam a água de 
consumo e os alimentos quando há condições sanitárias insatisfatórias 
Hepatite Viral B: as relações sexuais e a injeção de drogas ilícitas são as principais 
preocupações atuais. A aquisição pela transfusão sanguínea e derivados deixou de ser o 
principal motivo, desde a implantação dos rigorosos cuidados vigentes nos bancos de sangue 
e a extinção de pagamento a doadores. O bebê pode adquirir hepatite na hora do parto 
quando a mãe tiver o vírus 
Hepatite Viral C: a transfusão de sangue e derivados, a injeção de drogas ilícitas, o 
contato desprotegido com sangue ou secreções contaminadas são as principais vias. 
Ocorrem casos de transmissão mãe-bebê na hora do parto. Suspeita-se da via sexual e da 
aspiração nasal de drogas para explicar uma parte dos 20 a 30% de casos nos quais não se 
conhece a forma de contaminação. 
Hepatite Viral D: é um vírus que só causa doença na presença do vírus da hepatite B. 
Sua forma de transmissão é a mesma do vírus B 
Hepatite Viral E: fecal-oral, igualà hepatite A. É mais descrita em locais 
subdesenvolvidos após temporadas de enchentes 
Álcool: uso abusivo de qualquer tipo de bebida alcoólica. A quantidade que causa 
doença hepática é variável de pessoa para pessoa, sendo necessário, em média, menor dose 
para causar doença em mulheres do que em homens. 
A dose de alto risco é de 80g de álcool por dia, o que equivale a 5-8 doses de uísque 
(240 ml), pouco menos de 1 garrafa e meia de vinho (800 ml) ou 2 litros de cerveja. Quanto 
maior o tempo de ingestão (anos), maior é o risco de hepatite alcoólica e cirrose. Certas 
pessoas podem adoecer mesmo com doses e tempo bem menores do que a média acima 
mencionada 
Medicamentosa: vários remédios de uso clínico podem causar hepatite em indivíduos 
suscetíveis. Não se pode prever quem terá hepatite por determinada droga, porém, indivíduos 
que já têm outras formas de doença do fígado correm maior risco. 
Autoimune: algumas doenças fazem com que as substâncias de defesa do próprio 
indivíduo (anticorpos) causem inflamação e dano ao fígado. Não se sabe porque isso 
acontece 
Hepatites por causas hereditárias: doenças como a hemocromatose e a doença de 
Wilson levam ao acúmulo de ferro e cobre, respectivamente, no fígado, causando hepatite 
Esteatohepatite não alcoólica (esteatose hepática, fígado gorduroso): é o acúmulo de 
gordura no fígado. Ocorre em diversas situações independentes do consumo de álcool, como 
obesidade, desnutrição, nutrição endovenosa prolongada, diabete melito, alterações das 
gorduras sanguíneas (colesterol ou triglicerídeos altos) e alguns remédios. 
No caso das hepatites infecciosas, há um período sem sintomas, chamado de 
incubação. A duração dessa fase depende do agente causador. Depois, aparecem sintomas 
semelhantes, por exemplo, a uma gripe, com febre, dores articulares (nas juntas) e de cabeça, 
náuseas (enjôo), vômitos, falta de apetite e de forças. É comum que a melhora dessas queixas 
gerais dê lugar ao aparecimento dos sintomas típicos da doença, que são a coloração 
amarelada da pele e mucosas (icterícia), urina escura (cor de Coca-Cola) e fezes claras. 
 
 
 
 
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Pode-se notar o aumento do tamanho do fígado, com dor quando se palpa a região abaixo 
das costelas do lado direito. A duração dessa fase varia de 1 até 4 meses. De forma geral, a 
hepatite A costuma ter evolução benigna, não deixando seqüelas. A hepatite B torna-se 
crônica em até 5% dos casos e a hepatite C em mais de 80%. Dos indivíduos com hepatite B 
crônica, 25 a 40% evoluem para cirrose e/ou câncer de fígado, enquanto que na hepatite 
crônica C, isso ocorre em cerca de 20%. A hepatite D piora a evolução da hepatite B por estar 
associado a formas fatais. A hepatite E é geralmente benigna, exceto nas gestantes, nas quais 
há maior risco de formas graves levando a óbito materno e fetal. A hepatite alcoólica, assim 
como as medicamentosas e autoimunes, pode evoluir para cronicidade e cirrose se a 
exposição ao agente causador persistir. A hemocromatose pode evoluir, com o passar dos 
anos, para a cirrose e o câncer de fígado. A doença de Wilson quando não tratada, pode 
evoluir para cirrose, degeneração cerebral e óbito. 
 
O médico, além da história e do exame clínico, pode testar sua hipótese diagnóstica 
de hepatite, principalmente, através de exames de sangue. Entre esses, há os chamados 
marcadores de hepatites virais e autoimunes. Outros testes mostram a fase e gravidade da 
doença. Em alguns casos, poderá ser necessária uma biópsia hepática (retirada de um 
pequeno fragmento do fígado com uma agulha) para que, ao microscópio, se possa descobrir 
a causa. 
Para as hepatites agudas causadas por vírus não há tratamento específico, à exceção 
dos poucos casos de hepatite C descobertos na fase aguda, na qual o tratamento específico 
pode prevenir a evolução para a doença crônica. O repouso total prolongado e a restrição de 
certos tipos de alimentos, nas hepatites, não ajudam na recuperação do doente e também 
não diminuem a gravidade da doença. De forma geral, recomenda-se repouso relativo 
conforme a capacidade e bem-estar do paciente, bem como alimentação de acordo com a 
tolerância. Excepcionalmente, é necessária a administração de líquidos endovenosos. 
As hepatites A e B podem ser prevenidas pelo uso de vacina. Para prevenção da 
hepatite A é importante o uso de água tratada ou fervida, além de seguir recomendações 
quanto à proibição de banhos em locais com água contaminada e o uso de desinfetantes em 
piscinas. 
A hepatite B também é prevenida da mesma forma que a AIDS, ou seja, usando 
preservativo nas relações sexuais e não tendo contato com sangue ou secreções de pessoas 
contaminadas (transfusões de sangue, uso de agulhas e seringas descartáveis não 
reutilizadas). 
A hepatite C é prevenida da mesma forma, porém o risco de contágio sexual não está 
bem estabelecido. Trabalhadores da área da saúde (médicos, enfermeiros) devem usar luvas, 
óculos de proteção e máscara sempre que houver possibilidade de contato (ou respingos) de 
sangue ou secreções contaminadas com vírus da hepatite B ou C com mucosas ou com 
lesões de pele. 
 
LEPTOSPIROSE 
 
É uma doença infecciosa causada por uma bactéria chamada Leptospira presente na 
urina de ratos e outros animais, transmitida ao homem principalmente nas enchentes. 
Bovinos, suínos e cães também podem adoecer e transmitir a leptospirose ao homem. 
Em situações de enchentes e inundações, a urina dos ratos, presente em esgotos e 
bueiros, mistura-se à enxurrada e à lama das enchentes. Qualquer pessoa que tiver contato 
com a água das chuvas ou lama contaminadas poderá se infectar. As leptospiras presentes 
 
 
 
 
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na água penetram no corpo humano pela pele, principalmente se houver algum arranhão ou 
ferimento. 
O contato com água ou lama de esgoto, lagoas ou rios contaminados e terrenos 
baldios com a presença de ratos também podem facilitar a transmissão da leptospirose. 
Veterinários e tratadores de animais podem adquirir a doença pelo contato com a urina de 
animais doentes ou convalescentes. 
Os sintomas mais frequentes são parecidos com os de outras doenças, como a gripe 
e a dengue. Os principais são: febre, dor de cabeça, dores pelo corpo, principalmente nas 
panturrilhas, podendo também ocorrer vômitos, diarréia e tosse. Nas formas mais graves 
geralmente aparece icterícia (coloração amarelada da pele e dos olhos) e há a necessidade 
de cuidados especiais em caráter de internação hospitalar. O doente pode apresentar também 
hemorragias, meningite, insuficiência renal, hepática e respiratória, que podem levar à morte. 
O tratamento é baseado no uso de medicamentos e outras medidas de suporte, 
orientado sempre por um médico, de acordo com os sintomas apresentados. Os casos leves 
podem ser tratados em ambulatório, mas os casos graves precisam ser internados. 
A automedicação não é indicada, pois pode agravar a doença. 
Para o controle da leptospirose, são necessárias medidas ligadas ao meio ambiente, 
tais como obras de saneamento básico (abastecimento de água, lixo e esgoto), melhorias nas 
habitações humanas e o combate aos ratos. 
Deve-se evitar o contato com água ou lama de enchentes e impedir que crianças 
nadem ou brinquem nessas águas ou outros ambientes que possam estar contaminados pela 
urina dos ratos. Pessoas que trabalham na limpeza de lamas, entulhos e desentupimento de 
esgoto devem usar botas e luvas de borracha (se isto não for possível, usar sacos plásticos 
duplos amarrados nas mãos e nos pés). 
O hipoclorito de sódio a 2,5% (água sanitária) mata as leptospiras e deverá ser 
utilizado para desinfetar reservatórios de água (um litro de água sanitária para cada 1000 litros 
de água do reservatório), locais e objetos que entraram em contato com água ou lama 
contaminada (um copo de água sanitária em um balde de 20 litros de água). Durante a limpeza 
e desinfecçãode locais onde houve inundação recente, deve-se também proteger pés e mãos 
do contato com a água ou lama contaminadas. 
Dentre as medidas de combate aos ratos, deve-se destacar o acondicionamento e 
destino adequado do lixo e o armazenamento apropriado de alimentos. A desinfecção de 
caixas d´água e sua completa vedação são medidas preventivas que devem ser tomadas 
periodicamente. As medidas de desratização consistem na eliminação direta dos roedores 
através do uso de raticidas e devem ser realizadas por equipes técnicas devidamente 
capacitadas. 
A pessoa que apresentar febre, dor de cabeça e dores no corpo, alguns dias depois 
de ter entrado em contato com as águas de enchente ou esgoto, deve procurar imediatamente 
o Centro de Saúde mais próximo. A leptospirose é uma doença curável, para a qual o 
diagnóstico e o tratamento precoces são a melhor solução. 
 
 
SÍFILIS 
 
É uma doença infecciosa causada pela bactéria Treponema pallidum. Podem se 
manifestar em três estágios. Os maiores sintomas ocorrem nas duas primeiras fases, período 
 
 
 
 
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em que a doença é mais contagiosa. O terceiro estágio pode não apresentar sintoma e, por 
isso, dá a falsa impressão de cura da doença. 
Todas as pessoas sexualmente ativas devem realizar o teste para diagnosticar a sífilis, 
principalmente as gestantes, pois a sífilis congênita pode causar aborto, má formação do feto 
e/ou morte ao nascer. O teste deve ser feito na 1ª consulta do pré-natal, no 3º trimestre da 
gestação e no momento do parto (independentemente de exames anteriores). O cuidado 
também deve ser especial durante o parto para evitar sequelas no bebê, como cegueira, 
surdez e deficiência mental. 
A sífilis pode ser transmitida de uma pessoa para outra durante o sexo sem camisinha 
com alguém infectado, por transfusão de sangue contaminado ou da mãe infectada para o 
bebê durante a gestação ou o parto. O uso da camisinha em todas as relações sexuais e o 
correto acompanhamento durante a gravidez são meios simples, confiáveis e baratos de 
prevenir-se contra a sífilis. 
Os primeiros sintomas da doença são pequenas feridas nos órgãos sexuais e caroços 
nas virilhas (ínguas), que surgem entre a 7 e 20 dias após o sexo desprotegido com alguém 
infectado. A ferida e as ínguas não doem, não coçam, não ardem e não apresentam pus. 
Mesmo sem tratamento, essas feridas podem desaparecer sem deixar cicatriz. Mas a pessoa 
continua doente e a doença se desenvolve. Ao alcançar um certo estágio, podem surgir 
manchas em várias partes do corpo (inclusive mãos e pés) e queda dos cabelos. 
Após algum tempo, que varia de pessoa para pessoa, as manchas também 
desaparecem, dando a ideia de melhora. A doença pode ficar estacionada por meses ou anos, 
até o momento em que surgem complicações graves como cegueira, paralisia, doença 
cerebral e problemas cardíacos, podendo, inclusive, levar à morte. 
Quando não há evidencia de sinais e ou sintomas, é necessário fazer um teste 
laboratorial. Mas, como o exame busca por anticorpos contra a bactéria, só pode ser feito 
trinta dias após o contágio. 
Recomenda-se procurar um profissional de saúde, pois só ele pode fazer o diagnóstico 
correto e indicar o tratamento mais adequado, dependendo de cada estágio. É importante 
seguir as orientações médicas para curar a doença. 
 
Sífilis congênita 
 
É a transmissão da doença de mãe para filho. A infecção é grave e pode causar má-
formação do feto, aborto ou morte do bebê, quando este nasce gravemente doente. Por isso, 
é importante fazer o teste para detectar a sífilis durante o pré-natal e, quando o resultado é 
positivo, tratar corretamente a mulher e seu parceiro. Só assim se consegue evitar a 
transmissão da doença. 
A sífilis congênita pode se manifestar logo após o nascimento, durante ou após os 
primeiros dois anos de vida da criança. Na maioria dos casos, os sinais e sintomas estão 
presentes já nos primeiros meses de vida. Ao nascer, a criança pode ter pneumonia, feridas 
no corpo, cegueira, dentes deformados, problemas ósseos, surdez ou deficiência mental. Em 
alguns casos, a sífilis pode ser fatal. 
O diagnóstico se dá por meio do exame de sangue e deve ser pedido no primeiro 
trimestre da gravidez. O recomendado é refazer o teste no 3º trimestre da gestação e repeti-
lo logo antes do parto, já na maternidade. Quem não fez pré-natal, deve realizar o teste antes 
do parto. O maior problema da sífilis é que, na maioria das vezes, as mulheres não sentem 
nada e só vão descobrir a doença após o exame. 
Quando a sífilis é detectada, o tratamento deve ser indicado por um profissional da 
saúde e iniciado o mais rápido possível. Os parceiros também precisam fazer o teste e ser 
 
 
 
 
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tratados, para evitar uma nova infecção da mulher. No caso das gestantes, é muito importante 
que o tratamento seja feito com a penicilina, pois é o único medicamento capaz de tratar a 
mãe e o bebê. Com qualquer outro remédio, o bebê não estará sendo tratado. Se ele tiver 
sífilis congênita, necessita ficar internado para tratamento por 10 dias. O parceiro também 
deverá receber tratamento para evitar a reinfecção da gestante e a internação do bebê. 
 
HIV/AIDS 
Conceito: síndrome (uma variedade de sintomas e manifestações) causada pela infecção 
crônica do organismo humano pelo vírus HIV (Human Immunodeficiency Virus). O vírus 
compromete o funcionamento do sistema imunológico humano, impedindo-o de executar sua 
tarefa adequadamente, que é a de protegê-lo contra as agressões externas (por bactérias, 
outros vírus, parasitas e mesmo por células cancerígenas). Com a progressiva lesão do 
sistema imunológico o organismo humano se torna cada vez mais susceptível a determinadas 
infecções e tumores, conhecidas como doenças oportunísticas, que acabam por levar o 
doente à morte. 
A fase aguda (após 1 a 4 semanas da exposição e contaminação) da infecção 
manifesta-se em geral como um quadro gripal (febre, mal estar e dores no corpo) que pode 
estar acompanhada de manchas vermelhas pelo corpo e adenopatia (íngua) generalizada (em 
diferentes locais do organismo). A fase aguda dura, em geral, de 1 a 2 semanas e pode ser 
confundida com outras viroses (gripe, mononucleose etc.) bem como pode também passar 
despercebida. 
Os sintomas da fase aguda são, portanto, inespecíficos e comuns a várias doenças, 
não permitindo por si só o diagnóstico de infecção pelo HIV, o qual somente pode ser 
confirmado pelo teste anti-HIV, o qual deve ser feito após 90 dias (3 meses) da data da 
exposição ou provável contaminação. Agente HIV (Human Immunodeficiency Virus), com 2 
subtipos conhecidos: HIV-1 e HIV-2. Complicações/Conseqüências Doenças oportunas, 
como a tuberculose miliar e determinadas pneumonias, alguns tipos de tumores, como certos 
linfomas e o Sarcoma de Kaposi. Distúrbios neurológicos. 
Transmissão Sangue, semêm, secreções vaginais e leite materno. Pode ocorrer 
transmissão no sexo vaginal, oral e anal. Período de Incubação De 3 a 10 (ou mais) anos 
entre a contaminação e o aparecimento de sintomas sugestivos de AIDS. Diagnóstico Por 
exames realizados no sangue do (a) paciente. 
Tratamento Existem drogas que inibem a replicação do HIV, que devem ser usadas 
associadas, mas ainda não se pode falar em cura da AIDS. As doenças oportunas são em 
sua maioria tratáveis, mas há necessidade de uso contínuo de medicações para o controle 
dessas manifestações. Prevenção Na transmissão sexual se recomenda sexo seguro: 
relação monogâmica com parceiro comprovadamente HIV negativo, uso de camisinha. Na 
transmissão pelo sangue recomenda-se cuidado no manejo de sangue (uso de seringas 
descartáveis, exigir que todo sangue a ser transfundido seja previamente testado para a 
presença do HIV, uso de luvas quando estiver manipulando feridas ou líquidos potencialmente 
contaminados). Não há, no momento, vacina efetiva para aprevenção da infecção pelo HIV. 
 
 
 
 
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É necessário observar que o uso da camisinha, apesar de proporcionar excelente proteção, 
não proporciona proteção absoluta (ruptura, perfuração, uso inadequado etc.). Repito, a 
maneira mais segura de se evitar o contágio pelo vírus HIV é fazer sexo monogâmico, com 
parceiro (a) que fez exames e você saiba que não está infectado (a). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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CAPITULO IV 
VIGILÂNCIA SANITÁRIA 
 
É um conjunto de ações capazes de eliminar, diminuir ou prevenir riscos à saúde e de 
intervir nos problemas decorrentes do meio ambiente, da produção e circulação de bens e da 
prestação de serviços de interesse da saúde. A Vigilância Sanitária (VISA) é responsável por 
promover e proteger a saúde e prevenir a doença por meio de estratégias e ações de 
educação e fiscalização. 
O objetivo da VISA é promover e proteger a saúde da população por meio de ações 
integradas e articuladas de coordenação, normatização, capacitação, educação, informação, 
apoio técnico, fiscalização, supervisão e avaliação em Vigilância Sanitária - VISA. As ações 
de VISA proporcionam a melhoria da qualidade de vida por meio da proteção e defesa da 
saúde, quer individual ou coletiva. Dentro da VISA temos a vigilância Ambiental e a Saúde do 
Trabalhador. 
 
VIGILÂNCIA AMBIENTAL EM SAÚDE 
 
A Vigilância Ambiental em Saúde é um conjunto de ações que proporciona o 
conhecimento e a detecção de qualquer mudança nos fatores determinantes e condicionantes 
do meio ambiente que interferem na saúde humana, com a finalidade de identificar as medidas 
de prevenção e controle dos fatores de risco ambientais relacionados às doenças ou outros 
agravos à saúde (BRASIL, 2002). 
 
SAÚDE DO TRABALHADOR 
 
A Saúde do Trabalhador realiza ações voltadas à formulação e implementação de 
políticas de proteção à saúde, visando à redução e eliminação do adoecimento e morte 
resultantes das condições, dos processos e dos ambientes de trabalho, bem como o 
aprimoramento da assistência à saúde dos trabalhadores. O foco de atuação são todos os 
trabalhadores presentes em áreas urbanas e rurais, abrangendo os do mercado formal, com 
carteira assinada ou não, do mercado informal, autônomos, funcionários públicos, 
desempregados e aposentados. 
 
 
 
 
 
 
 
 
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CAPITULO V 
ESTRATÉGIA SAÚDE DA FAMÍLIA 
 
 
O Programa de Saúde da Família (PSF) surgiu em 1994 e atualmente, tem sido 
denominado Estratégia de Saúde da Família (ESF), não possui caráter programático, e sim 
características estratégicas de mudança do padrão de atenção à saúde da população. Com 
isso, as práticas da ESF visam ter como foco do trabalho a família e constitui uma prática que 
combate a fragmentação do saber e do indivíduo avançando para além da simples intervenção 
médica sob o corpo anátomo-fisiológico centrado no saber médico. Esse programa busca a 
integração com a comunidade, numa atuação interdisciplinar dos profissionais que compõem 
as equipes de saúde da família, buscando identificar os determinantes sociais do processo 
saúde-doença e intervir nestes, possibilitando uma transformação das condições de vida e 
saúde. 
A Saúde da Família é entendida como uma estratégia de reorientação do modelo 
assistencial, operacionalizada mediante a implantação de equipes multiprofissionais em 
unidades básicas de saúde. Estas equipes são responsáveis pelo acompanhamento de um 
número definido de famílias, localizadas em uma área geográfica delimitada. As equipes 
atuam com ações de promoção da saúde, prevenção, recuperação, reabilitação de doenças 
e agravos mais frequentes, e na manutenção da saúde desta comunidade. 
 
Objetivos 
 
§ Divulgar o conceito de saúde como qualidade de vida e direito do cidadão; 
§ Promover a família como núcleo básico da abordagem no atendimento à saúde da 
população, num enfoque comunitário; 
§ Prestar atendimento básico de saúde, de forma integral a cada membro da família, 
identificando as condições de risco para saúde do indivíduo; 
§ Proporcionar atenções integrais, oportunas e contínuas a população no domicílio, em 
ambulatórios e hospitais; 
§ Agendar o atendimento a população com base nas normas dos programas de saúde 
existentes, sem descartar a possibilidade de atendimentos eventuais e domiciliares; 
§ Humanizar o atendimento e estabelecer um bom nível de relacionamento com a 
comunidade; 
§ Organizar o acesso ao sistema de saúde; 
§ Ampliar cobertura e melhorar a qualidade do atendimento no sistema de saúde; 
§ Promover a supervisão e a atualização profissional para garantir boa qualidade e 
eficiência no atendimento; 
§ Incentivar a participação da população no controle do sistema de saúde. 
 
 
Equipes de saúde 
 
O trabalho das equipes da Saúde da Família é o elemento-chave para a busca 
permanente de comunicação e troca de experiências e conhecimentos entre os integrantes 
da equipe e desses com o saber popular do Agente Comunitário de Saúde. As equipes são 
compostas, no mínimo, por um médico de família, um enfermeiro, um auxiliar de enfermagem 
 
 
 
 
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e 6 agentes comunitários de saúde. Quando ampliada, conta ainda com: um dentista, um 
auxiliar de consultório dentário e um técnico em higiene dental. 
Cada equipe se responsabiliza pelo acompanhamento de, no máximo, 4 mil 
habitantes, sendo a média recomendada de 3 mil habitantes de uma determinada área, e 
estas passam a ter corresponsabilidade no cuidado à saúde. A atuação das equipes ocorre 
principalmente nas unidades básicas de saúde, nas residências e na mobilização da 
comunidade, caracterizando-se: como porta de entrada de um sistema hierarquizado e 
regionalizado de saúde; por ter território definido, com uma população delimitada, sob a sua 
responsabilidade; por intervir sobre os fatores de risco aos quais a comunidade está exposta; 
por prestar assistência integral, permanente e de qualidade; por realizar atividades de 
educação e promoção da saúde. 
 
 
PROGRAMA DOS AGENTES COMUNITÁRIOS DE SAÚDE (PACS) 
 
Agente Comunitário de Saúde: 
Faz a ligação entre as famílias e o serviço de saúde, visitando cada domicílio pelo 
menos uma vez por mês; realiza o mapeamento de cada área, o cadastramento das famílias 
e estimula a comunidade. 
O exercício da atividade profissional de Agente Comunitário de Saúde deve observar 
a Lei nº 10.507/2002, que cria a profissão de Agente Comunitário de Saúde, o Decreto nº 
3.189/1999, que fixa as diretrizes para o exercício da atividade de Agente Comunitário de 
Saúde, e a Portaria nº 1.886/1997 (do Ministro de Estado da Saúde), que aprova as normas 
e diretrizes do Programa de Agente Comunitário e do Programa de Saúde da Família. 
 
ATIVIDADES REALIZADAS 
Por meios de ações individuais ou coletivas, o agente comunitário de saúde realiza 
atividade de prevenção de doenças e promoção da saúde sob supervisão do gestor local do 
SUS (a Secretaria Municipal de Saúde). Ao ACS deverá atender entre 400 e 750 pessoas, 
dependendo das necessidades locais, e desenvolverá atividades de prevenção de doenças e 
promoção da saúde por meio de ações educativas individuais e coletivas, nos domicílios e na 
comunidade, sob supervisão competente, como: 
� Visita no mínimo uma vez por mês cada família da sua comunidade; 
� Identificar situação de risco e encaminhar aos setores responsáveis; 
� Pesar e medir mensalmente as crianças menores de dois anos e registrar a 
informação no Cartão da Criança; 
� Incentivar o aleitamento materno; 
 
 
 
 
 
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� Acompanhar a vacinação periódica das crianças por meio do cartão de vacinação e 
de gestantes;