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E-book de CRIMINOLOGIA Organizado por CP Iuris ISBN 978-85-5805-010-4 CRIMINOLOGIA Professor: Rodolfo Laterza 1 1Delegado da Polícia Civil do ES. Mestre em Segurança Pública pela UVV. Coordenador do Curso Avançado de Combate às Organizações Criminosas e à Corrupção, ministrado em 11 Estados. Especialista em Direito Penal, Processo Penal e em Políticas e Gestão em Segurança Pública. Docente em Ensino Policial pelo Instituto de Segurança Pública. Foi Professor de cursos de Graduação e Pós-Graduação e da Academia da Polícia Civil do ES. Presidente da Fed. Nac. dos Delegados de Polícia Civil – FENDEPOL, do Sind. dos Delegados de Polícia do Espírito Santo - SINDEPES e da ADEPOL-ES. Coautor e revisor do livro “Manual do Delegado: Teoria e Prática" - Editora Forense. Coautor do livro “Temas Atuais de Polícia Judiciária". Instagram: rodolfolaterza Sumário CRIMINOLOGIA ............................................................................................................................6 Conceito .......................................................................................................................................6 Teorias Biológicas .........................................................................................................................9 Teorias Psicológicas ....................................................................................................................10 Teorias sociológicas ...................................................................................................................11 Criminologia Ambiental: quando o ambiente influencia o crime ...............................................12 Foco no Meio Ambiente .............................................................................................................12 Mapeamento de Crimes .............................................................................................................13 Identificação de Padrões ............................................................................................................13 Questão Aplicada _____________________________ .........................................................14 Teoria Da Tensão: A Pressão Da Sociedade Para Vencer E A Tensão Decorrente Do Fracasso ..15 Questão Aplicada _____________________________ .........................................................17 O Terrorismo à luz do pensamento criminológico contemporâneo ...........................................17 Questão Aplicada _____________________________ ........................................................20 Teoria da Atividade Rotineira: as oportunidades criadas para o crime a partir de situações específicas ..................................................................................................................................21 Questão Aplicada _____________________________ ............................................................24 Teoria da Associação Diferencial: Edwin Sutherland e o Poder das influências sociais e do processo de aprendizagem ........................................................................................................25 Questão Aplicada _____________________________ ........................................................26 Controle Social Formal: regras e mecanismos de orientação do comportamento em uma sociedade ...................................................................................................................................26 Questão Aplicada ........................................................................Erro! Indicador não definido. Teoria da Escolha Racional: quando o criminoso é visto como alguém que age pensando em si e em prol de atingir seus objetivos plenos .................................................................................28 A abordagem da criminologia para o crime estatal ....................................................................32 Questão Aplicada ...................................................................................................................33 A síntese da prevenção criminal para a criminologia .................................................................34 Questão Aplicada ...................................................................................................................35 O tipo ideal genético do positivismo criminológico ...................................................................35 Questão Aplicada ...................................................................................................................36 A correlação entre fatores biológicos e ambientais com o crime: a criminologia biossocial ......37 Introdução ..................................................................................................................................37 Ambiente....................................................................................................................................37 Genética .....................................................................................................................................38 Neurofisiologia ...........................................................................................................................38 Psicologia evolutiva ....................................................................................................................38 Aplicações concretas e críticas ...................................................................................................39 Questão Aplicada ...................................................................................................................40 Marxismo e Criminologia: o crime como expressão da luta de classes ......................................41 Questão Aplicada ...................................................................................................................44 O fenômeno da “cifra negra” .....................................................................................................45 Questão Aplicada ...................................................................................................................46 A expressão “cifra negra” ou oculta, refere-se: ...................................................................46 A Escola de Chigago (parte 1): ecologia social e o ambiente como relevâncias conceituais ......47 Histórico .....................................................................................................................................47 Características principais ............................................................................................................47 Críticas e Legado ........................................................................................................................50 Questão Aplicada ...................................................................................................................51 Escola de Chicago (parte 2): principais abordagens teóricas ......................................................52 Questão Aplicada ...................................................................................................................55 A Teoria da não-subordinação como reação à violência de gênero ...........................................56 Questão Aplicada ...................................................................................................................59 Skinheads, Satanistas, Hoolingans: as subculturas de delinquência ..........................................59 Principais estudos teóricos das subculturas ...............................................................................60 Questão Aplicada ...................................................................................................................62O polêmico movimento ‘law and order” ....................................................................................62 Questão Aplicada ...................................................................................................................65 O crime como desobediência a uma decisão política da elite: a teoria do conflito....................66 Tipos de Teoria do Conflito ........................................................................................................66 Significado ..................................................................................................................................67 História .......................................................................................................................................67 Função ........................................................................................................................................67 Efeitos ........................................................................................................................................68 Questão Aplicada ...................................................................................................................68 Lombroso e sua tipologia de criminosos ....................................................................................69 Tipologia de criminosos na definição de Lomboso .....................................................................70 Questão Aplicada ...................................................................................................................70 Garofalo e seus conceitos de “mala in se” e “mala prohibita” ...................................................71 Questão Aplicada ...................................................................................................................72 A TEORIA DA FACILITAÇÃO DA VÍTIMA COMO EXPRESSÃO DA VITIMOLOGIA ...........................73 Questão Aplicada ...................................................................................................................74 O crime político na visão da criminologia...................................................................................75 Questão Aplicada ...................................................................................................................77 A prevenção criminal na visão da criminologia ..........................................................................77 Questão Aplicada ...................................................................................................................78 Questão Aplicada ...................................................................................................................80 6 CRIMINOLOGIA O estudo das principais teorias da Criminologia é essencial para que o candidato não seja surpreendido na prova e não perca pontos importantes para sua aprovação. Diversos concursos públicos para a carreira de Delegado de Polícia, Ministério Público e Magistratura exigem conhecimentos cada vez mais intercalados desta disciplina, infelizmente desconsiderada nas universidades. Não deixe de dar relevância a este estudo, pois é uma disciplina pouco enfatizada e cujo conhecimento gera um diferencial ao candidato no momento da aprovação. Ao estudar Criminologia, vale uma dica fundamental: não se baseie em uma abordagem teórica positivista ou de construção doutrinária estritamente jurídico-penal, pois a Criminologia tem uma abordagem multidisciplinar com interpenetração em outras áreas do conhecimento, como a sociologia, a antropologia, a arquitetura, a psicologia, a ciência política e a filosofia. Vale frisar que a criminologia é uma ciência social mais vinculada à Sociologia, não sendo caracterizada como uma ciência social independente. Em relação ao seu objeto — a criminalidade — a criminologia é ciência geral porque cuida dela de um modo geral. No seio da Sociologia e sob sua égide, trata, particularmente, da criminalidade e do criminoso. Conceito A criminologia é o conjunto ordenado de conhecimento empírico do crime , o criminoso , a conduta socialmente desviante e controle de tal conduta e da vítima. Do ponto de vista histórico, o primeiro alvorecer da criminologia é o surgimento da cultura das Iluminações no século XVIII e, em particular, o jurista intelectual italiano CesareBeccaria e seu tratado " Dei delitti e delle pene ". A chamada escola clássica, baseada nos conceitos liberais do direito penal, nasce nesse contexto . Posteriormente, no século XIX , com o desenvolvimento das ciências empíricas ( psicologia , sociologia , antropologia ), nasceu a escola positiva , que se divide em duas direções: o estudo do homem que delineia de acordo com a abordagem médico-biológica da antropologia criminoso ( CesareLombroso ) e o estudo sociológico das condições que https://it.wikipedia.org/wiki/Crimine https://it.wikipedia.org/wiki/Reo https://it.wikipedia.org/wiki/Condotta_(diritto) https://it.wikipedia.org/wiki/Devianza_(sociologia) https://it.wikipedia.org/wiki/Illuminismo https://it.wikipedia.org/wiki/XVIII_secolo https://it.wikipedia.org/wiki/Cesare_Beccaria https://it.wikisource.org/wiki/Dei_delitti_e_delle_pene https://it.wikipedia.org/w/index.php?title=Scuola_classica&action=edit&redlink=1 https://it.wikipedia.org/wiki/XIX_secolo https://it.wikipedia.org/wiki/Psicologia https://it.wikipedia.org/wiki/Sociologia https://it.wikipedia.org/wiki/Antropologia https://it.wikipedia.org/wiki/Positivismo https://it.wikipedia.org/wiki/Antropologia https://it.wikipedia.org/wiki/Cesare_Lombroso https://it.wikipedia.org/wiki/Sociologia 7 favorecem a comissão "diferencial" de crimes de acordo com a classe social a que pertencem. Mais tarde, com a multiplicação da pesquisa e do conhecimento psicológico, a escola positiva assume uma orientação psicopatológica e psiquiátrica . A decepção resultante das expectativas excessivas que se formaram em relação à possibilidade de abordar cientificamente os problemas da criminalidade levará ao surgimento de abordagens de criminologia crítica (de abordagem marxista ) e "anticriminologia", por um lado, e, por outro, ao ressurgimento da escola clássica na área agora chamada "neoclássica": esta na Itália, caracterizada, como é sabido, pela aversão às ciências sociais pelas ideologias politicamente dominantes. No EstadosUnidos e em países de língua Inglês, ao contrário da Itália, Criminologia, desde os anos vinte do século XX , ela se qualifica como principalmente a disciplina sociológica. Em última análise, pode-se dizer que a criminologia constitui o ponto de encontro e o debate de todas as contribuições científicas para o problema do delinquente como pessoa e da criminalidade como fenômeno social, bem como das formas mais adequadas para fins de prevenção , tratamento e controle de crime. A criminologia moderna não pode ser definida, portanto, como uma ciência em sentido estrito, mas como um conjunto de disciplinas definidas por seu objeto comum, o agressor e / ou o crime. Na realidade, está esgotado nas disciplinas que, por diversas razões, lidam com cada objeto de acordo com próprio ponto de vista, tais como a sociologia , a psicologia, a psiquiatria , a biologia , a genética , a Neurociências em geral (embora sua contribuição para a criminologia tenha sido amplamente superestimada), além de o direito penal das ciências normativas e o direito penitenciário . A criminologia é hoje uma disciplina bastante eclética em termos metodológicos , precisamente porque não constitui uma ciência unitária, mas o lugar de aplicação do conhecimento adquirido em vários contextos e pertencendo a diferentes campos disciplinares ao problema do crime . A criminologia tradicionalmente tratou do estudo da personalidade do ofensor, ao qual as principais escolas desenvolvidas no campo psicológico-clínicocontribuíram, desde o nascimento da psicologia como ciência no século XIX ( psicologia experimental , antropologia criminal, psicanálise e principaisescolas psicodinâmicas , escolas escolas cognitivistas comportamentais e maisrecentemente cognitivistas , escolas psicológicas, escolas sistêmicas e https://it.wikipedia.org/wiki/Ceto_sociale https://it.wikipedia.org/wiki/Psichiatria https://it.wikipedia.org/wiki/Psicopatologia https://it.wikipedia.org/wiki/Psichiatria https://it.wikipedia.org/wiki/Marxismo https://it.wikipedia.org/wiki/Stati_Uniti_d%27America https://it.wikipedia.org/wiki/Anni_1920 https://it.wikipedia.org/wiki/XX_secolo https://it.wikipedia.org/wiki/Prevenzione https://it.wikipedia.org/wiki/Sociologia https://it.wikipedia.org/wiki/Psicologia https://it.wikipedia.org/wiki/Psichiatria https://it.wikipedia.org/wiki/Biologia https://it.wikipedia.org/wiki/Genetica https://it.wikipedia.org/wiki/Neuropsichiatria https://it.wikipedia.org/wiki/Diritto_penale https://it.wikipedia.org/wiki/Diritto_penitenziario https://it.wikipedia.org/wiki/Eclettismo https://it.wikipedia.org/wiki/Metodologia https://it.wikipedia.org/wiki/Delitto https://it.wikipedia.org/wiki/XIX_secolo https://it.wikipedia.org/wiki/Psicologia_sperimentale https://it.wikipedia.org/wiki/Psicologia_sperimentale https://it.wikipedia.org/wiki/Comportamentismo https://it.wikipedia.org/wiki/Personalit%C3%A0#Personalit.C3.A0_e_teorie_psicodinamiche https://it.wikipedia.org/wiki/Comportamentismo https://it.wikipedia.org/wiki/Psicologia_cognitiva https://it.wikipedia.org/wiki/Comportamentismo https://it.wikipedia.org/wiki/Psicologia_cognitiva https://it.wikipedia.org/wiki/Teoria_dei_sistemi 8 dinâmicas familiares , estudo da delinquência através dos principais reagentes psicodiagnósticos). Também foram importantes as contribuições das escolas sociológicas desenvolvidas principalmente nos Estados Unidos: por um lado, a sociologia da escola de Chicago , com os desenvolvimentos subsequentes ( teoria das associações diferenciais , teoria da subcultura , teorias de estratificação social , até a "criminologia radical"); por outro lado, na sequência da psicologia social de George Herbert Mead , sociologia interacionista e fenomenológica , com as contribuições da teoria da rotulageme o estudo de carreiras criminais. Outras pesquisas investigaram a percepção do fenômeno criminoso e as emoções conectadas (medo do crime) na comunidade em geral. Para obter esses resultados, a criminologia usou técnicas de investigação quantitativa e técnicas qualitativas (atualmente em desenvolvimento após a onda quantitativa dos anos setenta e oitenta do século passado), que estão mais tensas para estudar casos individuais ou profundos pequenos grupos de autores. As metodologias ligadas às escolas interacionistas não devem ser esquecidas . " observação participante ", na qual o estudioso participa diretamente do fenômeno que ele pretende estudar. Do ponto de vista descritivo, criminologia trata tanto de " epidemiologia de grandes crimes, ou seja, a forma como eles se manifestam concretamente: assassinato , estupro , crimes relacionados ao uso de substâncias entorpecentes, crimes económicos e de colarinho branco , crime comum e organizado , terrorismo , etc. tanto as características dos próprios perpetradores quanto a sua maior ou menor propensão a cometer crimes e os fatores de risco relacionados ao comportamento criminoso. A análise epidemiológica da criminalidade mostrou, por exemplo, que a tendência para a ação criminal é muito mais frequente (cerca de dez vezes mais) em homens do que em mulheres e está concentrada em grupos de jovens de 20 a 35 anos. Muitas teorias foram propostas para explicar fenômenos criminais. Eles podem ser divididos em: • teorias neurobiológicas e neuropsicológicas; • teorias psicológicas; • teorias sociológicas. https://it.wikipedia.org/wiki/Famiglia https://it.wikipedia.org/wiki/Psicodiagnostica https://it.wikipedia.org/wiki/Scuola_di_Chicago_(sociologia) https://it.wikipedia.org/wiki/Scuola_di_Chicago_(sociologia) https://it.wikipedia.org/w/index.php?title=Teoria_delle_associazioni_differenziali&action=edit&redlink=1 https://it.wikipedia.org/w/index.php?title=Teoria_delle_associazioni_differenziali&action=edit&redlink=1 https://it.wikipedia.org/wiki/Subcultura https://it.wikipedia.org/wiki/Stratificazione_sociale https://it.wikipedia.org/wiki/George_Herbert_Mead https://it.wikipedia.org/wiki/Interazionismo https://it.wikipedia.org/wiki/Fenomenologia https://it.wikipedia.org/wiki/Stigmatizzazione_(scienze_sociali) https://it.wikipedia.org/wiki/Metodo_qualitativo https://it.wikipedia.org/wiki/Metodo_qualitativo https://it.wikipedia.org/wiki/Ricerca_quantitativa https://it.wikipedia.org/wiki/Metodo_qualitativo https://it.wikipedia.org/wiki/Anni_1970 https://it.wikipedia.org/wiki/Anni_1980 https://it.wikipedia.org/wiki/Metodologia https://it.wikipedia.org/wiki/Interazionismo https://it.wikipedia.org/wiki/Osservazione_partecipante https://it.wikipedia.org/wiki/Epidemiologia https://it.wikipedia.org/wiki/Omicidio https://it.wikipedia.org/wiki/Violenza_sessuale https://it.wikipedia.org/wiki/Colletto_bianco https://it.wikipedia.org/wiki/Criminalit%C3%A0_organizzata https://it.wikipedia.org/wiki/Terrorismo https://it.wikipedia.org/wiki/Epidemiologia 9 Teorias Biológicas Entre as primeiras teorias biológicas, devemos lembrar os estudos de CesareLombroso sobre o delinquente nascido e sobre o conceito de atavismo , bem como as investigações sobre fatores genéticos, hormonais, psicopatológicos e neurológicos da ação criminal. Posteriormente, várias teorias sobre as origens biológicas da delinquência foram avançadas. Nos últimos anos foi apresentada a teoria do cromossomo Y supranumerário. No patrimônio genético humano normal há dois cromossomos sexuais: XX no caso das fêmeas e XY no caso dos machos. O cromossomo Y é, portanto, aquele que determina a aquisição do sexo masculino. Em vários casos de indivíduos admitidos em asilo criminoso ou presos por crimes graves, observou-se a presença de trissomia XYY , ou seja, a presença de um cromossomo Y adicional. Uma vez que a freqüência estatística da anomalia XYY apareceu bastante elevada entre os sujeitos internados e caracterizada por comportamento violento, pensou-se que essa anomalia poderia estar na base da conduta criminal. De fato, do ponto de vista metodológico , houve um grande problema nesses estudos: não houve comparação com um grupo controle de não internados. Quando este estudo foi realizado, verificou-se que a freqüência dos indivíduos XYY entre os delinquentes não era maior do que a da população geral. Mais tarde, argumentou que os sujeitos que apresentavam essa anomalia estavam presentes em maior número nas instalações da prisão, porque seu maior desenvolvimento em altura e massa muscular os tornou mais visíveis para a polícia que estava operando as prisões. Outro campo amplamente estudado foi o de temperamento (especialmente o conceito de "busca de sensações" por Robert Cloninger ), juntamente com o da relação entre neurotransmissores e agressividade (em particular, pesquisas sobre o metabolismo da serotonina). Posteriormente, no campo da neurociência , novas linhas de pesquisa foram desenvolvidas sobre características genéticas, mesmo que em um contexto profundamente modificado, no contexto dos chamados. " epigenética ", ou seja, o estudo da interação entre genes e características do ambiente que podem ou não estimular o desenvolvimento de comportamentos antissocial ou pro-social. https://it.wikipedia.org/wiki/Cesare_Lombroso https://it.wikipedia.org/wiki/Atavismo https://it.wikipedia.org/wiki/Cromosoma https://it.wikipedia.org/wiki/DNA https://it.wikipedia.org/wiki/Ospedale_Psichiatrico_Giudiziario https://it.wikipedia.org/wiki/Trisomia https://it.wikipedia.org/wiki/Metodologia https://it.wikipedia.org/wiki/Prigionehttps://it.wikipedia.org/wiki/Polizia https://it.wikipedia.org/w/index.php?title=Robert_Cloninger&action=edit&redlink=1 https://it.wikipedia.org/wiki/Neurotrasmettitore https://it.wikipedia.org/wiki/Aggressivit%C3%A0 https://it.wikipedia.org/wiki/Neuropsichiatria https://it.wikipedia.org/wiki/Epigenetica 10 Teorias Psicológicas No campo psicológico, devemos primeiro mencionar as contribuições da psicanálise , como a teoria da culpa-delinquente, que remonta a uma incursão freudiana rara no campo, e a teoria da deficiência do superego, por sua vez, relacionada ao conceito de "policial interno". Neste contexto, devemos também considerar as contribuições da escola Kleinian (em torno dos anos trinta e cinquenta do século passado) e as do famoso psicanalista britânico Donald W. Winnicott, famoso por seu conceito de "tendência antisocial", segundo ele estimulado pela perda precoce do objeto do amor materno, o que levaria à tentativa compensatória composta por atos desviantes e criminosos. Ao mesmo tempo, no campo de pesquisa menos diretamente clínico e experimental, as idéias de Winnicott foram desenvolvidas com a contribuição de Sir John Bowlby , que encontrou em uma primeira fase de sua pesquisa a presença de uma privação materna nos assuntos que seriam tornam-se delinquentes; e depois desenvolveu a teoria do anexo , que também leva em consideração a agressividade e a anti-socialidade, fazendo com que voltem a uma forma particular de apego (anexo desorganizado) trazido pelo autor e seus alunos ( Mary Ainsworth , Mary Main , Peter Fonagy ) a situações traumáticas que produziriam estados dissociativos nos assuntos. As contribuições da derivação comportamental , baseadas no conceito de condicionamento e aquelas ligadas à teoria da "frustração-agressão" de Charles Dollard e Kelly Miller, também foram mencionadas : estudos experimentais mostraram que a frustração (isto é, impedir que um sujeito alcançar um objetivo ou objetivo importante para ele) tende a gerar agressão , que pode ser baixada diretamente na causa ou fonte de frustração, ou indiretamente em outros assuntos, por assim dizer, mais acessível. De acordo com essa teoria, portanto, na base do comportamento criminal, pode haver uma acumulação de agressão pela frustração . Por outro lado, uma série adicional de contribuições destinadas a trazer de volta à psiquiatria os problemas relacionados às ações anti-sociais, que os manuais diagnósticos-estatísticos descrevem de forma exageradamente comportamental e não descritiva das características psíquicas dos criminosos. Deste ponto de vista, destacam- se os nomes de Robert D. Hare , revivendo o conceito de psicopatia , cunhado pelo https://it.wikipedia.org/wiki/Psicoanalisi https://it.wikipedia.org/wiki/Sigmund_Freud https://it.wikipedia.org/wiki/Melanie_Klein https://it.wikipedia.org/wiki/Anni_1930 https://it.wikipedia.org/wiki/Anni_1950 https://it.wikipedia.org/wiki/Donald_Winnicott https://it.wikipedia.org/wiki/John_Bowlby https://it.wikipedia.org/wiki/John_Bowlby https://it.wikipedia.org/wiki/Attaccamento https://it.wikipedia.org/wiki/Attaccamento https://it.wikipedia.org/wiki/Mary_Ainsworth https://it.wikipedia.org/wiki/Mary_Main https://it.wikipedia.org/wiki/Peter_Fonagy https://it.wikipedia.org/wiki/Comportamentismo https://it.wikipedia.org/wiki/Aggressivit%C3%A0 https://it.wikipedia.org/wiki/Aggressivit%C3%A0#Teoria_della_frustrazione https://it.wikipedia.org/wiki/Psichiatria https://it.wikipedia.org/w/index.php?title=Robert_D._Hare&action=edit&redlink=1 https://it.wikipedia.org/w/index.php?title=Robert_D._Hare&action=edit&redlink=1 https://it.wikipedia.org/w/index.php?title=Robert_D._Hare&action=edit&redlink=1 https://it.wikipedia.org/wiki/Psicopatia 11 psiquiatra alemão Kurt Schneider e Otto Kernberg , que por seu treinamento cosmopolita (alemão, chileno, americano ) foi capaz de introduzir o pensamento kleiniano na psicanálise americana e unido entre si, no conceito de "organização de personalidade limítrofe ",as contribuições daprópria psicanálise , psicologia e psiquiatria da era do desenvolvimento . Em particular, as vicissitudes do narcisismo , de acordo com Kernberg , produzem os problemas do comportamento anti-social. Kernberg fala mesmo de um continuum que, no sentido de aumentar a gravidade, do transtorno narcisista (variante da organização borderline ), do narcisismo maligno e da psicopatia ou desordem antissocial propriamente dita, caracterizada pela ausência de uma "boa relação de objeto" internalizada. Teorias sociológicas Finalmente, entre as teorias sociológicas, lembremos de ambientes ou contextos criminais (teorias ecológicas da criminalidade), a teoria das associações diferenciais de Edwin Sutherland ( ver acima ), a das identificações diferenciais , a teoria do conflito cultural , teorias baseadas no conceito de anomia (quanto maior a tendência anômala de uma empresa , maior a freqüência de crimes nessa empresa). O comportamento criminal muitas vezes se manifesta no contexto de subculturas criminosas que transmitem aos valores de seus membros , que revelam a conduta do indivíduo como os da cultura geral não-criminal de que as mesmas subculturas fazem parte. Os sociólogos também destacaram a importância dos processos de estigmatização na formação da identidade criminal e na consolidação de um projeto real de vida desviante. Em outras palavras, às vezes é a mesma reação social desqualificante e marginalizadora contra o desvio e a criminalidade para atuar como fator criminal. A teoria do etiquetamento ( rotulagem ) destaca as consequências negativas do estigma, e é a abordagem básica para o crime juvenil, que se baseia em evitar tanto quanto possível a prisão de menores e a sua consequente exclusão do circuito normais das relações sociais . https://it.wikipedia.org/w/index.php?title=Kurt_Schneider&action=edit&redlink=1 https://it.wikipedia.org/wiki/Otto_Kernberg https://it.wikipedia.org/wiki/Melanie_Klein https://it.wikipedia.org/wiki/Disturbo_borderline_di_personalit%C3%A0 https://it.wikipedia.org/wiki/Disturbo_borderline_di_personalit%C3%A0 https://it.wikipedia.org/wiki/Psicoanalisi https://it.wikipedia.org/wiki/Psicologia https://it.wikipedia.org/wiki/Neuropsichiatria_infantile https://it.wikipedia.org/wiki/Narcisismo https://it.wikipedia.org/wiki/Otto_Kernberg https://it.wikipedia.org/wiki/Otto_Kernberg https://it.wikipedia.org/wiki/Narcisismo#Studi_recenti https://it.wikipedia.org/wiki/Psicopatia https://it.wikipedia.org/wiki/Edwin_Sutherland https://it.wikipedia.org/w/index.php?title=Identificazioni_differenziali&action=edit&redlink=1 https://it.wikipedia.org/wiki/Prospettiva_del_conflitto https://it.wikipedia.org/wiki/Prospettiva_del_conflitto https://it.wikipedia.org/wiki/Anomia https://it.wikipedia.org/wiki/Societ%C3%A0_(sociologia) https://it.wikipedia.org/wiki/Subcultura https://it.wikipedia.org/wiki/Valore_(scienze_sociali) https://it.wikipedia.org/wiki/Stigmatizzazione_(scienze_sociali) https://it.wikipedia.org/wiki/Identit%C3%A0_(scienze_sociali) https://it.wikipedia.org/wiki/Relazione_interpersonale 12 Criminologia Ambiental: quando o ambiente influencia o crime A criminologia ambiental é um campo crescente de estudo dentro da disciplina de criminologia. Em essência, o termo descreve a relação dos ambientes individuais em que os crimes ocorrem e como eles influenciam ou contribuem para a atividade criminosa e comportamento. Em geral, os criminólogos insistem que há quatro elementos necessários para um crime a ocorrer. Se um desses elementos não estiver presente, então nenhum crime ocorreu. ✓ Lei: Primeiro, deve haver uma lei a ser quebrada. Se a atividade não é ilegal, então, obviamente, não pode ser criminoso. ✓ Ofensor: Em segundo lugar, alguém deve ter violado a lei. Se não há nenhum ofensor, não há crime. ✓ Vítima ou Alvo: Terceiro,para que um ato seja criminoso, deve haver uma vítima. Nos supostos crimes "sem vítimas", diz-se que o estado ou comunidade como um todo é vítima por causa dos problemas que se acredita serem resultado do comportamento. ✓ Lugar: Em quarto lugar, a atividade ou comportamento deve ter ocorrido em um lugar. Não pode haver crime no vácuo Foco no Meio Ambiente Para os criminologistas ambientais, o quarto elemento, o lugar, é o foco principal de seus estudos. Este campo de estudo começou a se desenvolver no início dos anos 80 e foca nos fatores ambientais como determinantes para o surgimento do crime como fenômeno social, posto que eles acreditam que podem levar a influenciar o crime em suas etapas de execução e ao comportamento criminoso quanto a suas condições de emergência e surgimento. Ao estudar o lugar, os criminologistas ambientais não se concentram tanto na localização geográfica, mas nos elementos ambientais de natureza urbana que e 13 apresentam no local, como as condições de iluminação, o estado de reparação ou de degradação que os edifícios podem expor, bem como outras condições de vizinhança. A criminologia ambiental examinaportanto dados como a hora e o local dos crimes, a fim de ajudar os agentes da lei a entender melhor onde os crimes estão ocorrendo. Isso ajuda os policiais a concentrar suas patrulhas, a fim de tomar uma abordagem mais preventiva para a resolução de crimes, em oposição a uma abordagem reativa. Desta forma, a criminologia ambiental é complementar ao policiamento orientado para a comunidade. Mapeamento de Crimes Um dos reflexos práticos mais notórios da criminologia ambiental é o mapa do crime. Sem dúvida, quem já viu programas de televisão ou filmes, ou talvez tenha ido até um centro de comando e controle de alguma Secretaria de Segurança Pública viu um grande mapa afixado em uma parede com pinos e outras marcas nele (atualmente são digitalizados e totalmente informatizados). Esses pinos ou marcas indicam áreas onde ocorreram crimes e são um exemplo muito básico do que os criminologistas chamam de "mapeamento do crime". Os criminologistas ambientais levam em extrema consideração este mapeamento, debruçando-se sobre os dados para procurar padrões. Identificação de Padrões O objetivo final é usar todos os padrões que localizados para ajudar a identificar as causas originárias dos crimes e ajudar a desenvolver soluções viáveis para o problema. Por exemplo, se um grande número de roubos está ocorrendo em um local específico em um momento específico, criminologistas ambientais vão querer olhar para esse local naquele momento para determinar quais os fatores contribuintes podem ser os mais notórios. 14 Para os criminologistas ambientais, vige o pensamento de que as pessoas agem de acordo com o que elas percebem como as normas sociais de seu ambiente. Como reflexo político-criminal da Criminologia Ambiental, a "Teoria das Janelas Quebradas" sugere que o estado físico e visível dos edifícios, gramados, casas e empresas fornecem pistas importantes sobre como as pessoas se comportam nessa área. A idéia é que quanto mais janelas quebradas houver no bairro, maior a probabilidade de haver crime na área. Questão Aplicada A Criminologia Ambiental se tornou um dos principais focos de estudos da Criminologia Moderna. Assinale a alternativa incorreta quanto a sua concepção dogmática desse campo de estudo: A A teoria das janelas quebradas é um desdobramento de seu estudo. B O local do crime é o foco essencial na análise das causas do crime. C A localização geográfica do criminoso e do fato em si são aspectos determinantes de análise para esta teoria. D São considerados como elementos relevantes de análise fatores urbanos como as condições da vizinhança, o estado das estruturas de iluminação pública e o estado de degradação dos edifícios do local. E Para este vertente da criminologia, o mapeamento de crime pelas forças de segurança se torna relevante para a prevenção e repressão aos comportamentos delituosos. A transformação de um perfil delinqüente decorre da predominância de um conjunto de fatores favoráveis à violação da lei em detrimento de sua observância. RESPOSTA: No caso da questão acima, a alternativa “c” está errada ao inferir que a localização geográfica é um aspecto determinante a ser considerado na Criminologia Ambiental, pois é justamente a conjunção de elementos presentes no local de crime como as características da vizinhança, a iluminação pública, o nível de reparação dos edifícios que influenciam os fatores causais do crime mais que a localização em si da área. Todas as demais alternativas correspondem ao que aborda esta vertente da Criminologia. 15 GABARITO: letra “c”. Teoria Da Tensão: A Pressão Da Sociedade Para Vencer E A Tensão Decorrente Do Fracasso O conceito de teoria da tensão ganha bastante relevância no estudo da criminologia a partir dos anos 70. Acaba sendo necessária sua compreensão, porque muitas questões de concurso público exploram a influência da pobreza e da baixa escolaridade nas respostas, usando do senso comum que jornalistas em geral exploram na formação de uma opinião vaga sobre as causas da criminalidade. Dada a profundidade do tema, faremos a explicação de modo único, para fins puramente didáticos. A teoria da tensão é uma teoria da sociologia e da criminologia desenvolvida em 1938 por Robert K. Merton. A teoria afirma que a sociedade exerce pressão sobre os indivíduos para alcançar objetivos socialmente aceitos (como o sonho americano), embora eles não tenham muitas vezes os meios para tal, o que leva a uma situação de tensão que pode levar os indivíduos a cometer crimes. Exemplos disso são a venda de drogas ou o envolvimento na prostituição para ganhar segurança financeira. A estirpe desta teoria pode ser: ✓ Estrutural: refere-se aos processos a nível societário que filtram e afetam o modo como o indivíduo percebe as suas necessidades, isto é, se certas estruturas sociais são inerentemente inadequadas ou se há regulação inadequada, isso pode alterar as percepções do indivíduo quanto aos meios e oportunidades; ✓ Individual: refere-se às fricções e dores experimentadas por um indivíduo à medida que procura formas de satisfazer as suas necessidades, ou seja, se os objetivos de uma sociedade se tornam significativos para um indivíduo, efetivamente consegui-los pode ser mais importante do que os meios adotados para atingir tai fins, o que leva a transgressões diversas. Robert King Merton argumentou que a sociedade pode incentivar o desvio em grande medida. Merton acreditava que os objetivos socialmente aceitos pressionavam as pessoas a se conformarem. As pessoas são forçadas a trabalhar dentro do sistema ou tornar-se membros de uma subcultura desviante para alcançar a meta desejada. Merton continuou a dizer quando os indivíduos são confrontados com uma lacuna entre seus objetivos 16 (geralmente finanças / dinheiro relacionado) e seu status atual, a tensão ocorre. Quando confrontados com a tensão, as pessoas têm cinco maneiras de se adaptar: ✓ Conformidade: perseguir metas culturais através de meios socialmente aprovados. ✓ Inovação: usando meios socialmente não aprovados ou não convencionais para obter metas culturalmente aprovadas. Exemplo: lidar com drogas ou roubar para alcançar segurança financeira. ✓ Ritualismo: usar os mesmos meios socialmente aprovados para atingir metas menos elusivas (mais modestas e humildes). Ocorre com aqueles que compram em um sistema de meios socialmente aprovados, mas perdem de vista os objetivos. Merton acreditava que os usuários de drogas estão nesta categoria ✓ Retreatismo: rejeitar os objetivos culturais e socialmente aprovados , bem como os meios para obtê-lo,encontrando assim uma maneira de escapar dele. ✓ Rebelião: rejeitar os objetivos e os meios culturais, trabalhando para substituí-los. As pessoas negam objetivos e meios socialmente aprovados criando um novo sistema de metas e meios aceitáveis para sua realidade, muitas vezes a partir de transgressões e práticas antissociais. ✓ Em seus estudos, observou que existem caminhos institucionalizados para o sucesso na sociedade. A teoria da tensão sustenta que o crime é causado pela dificuldade que aqueles em pobreza têm em conseguir objetivos socialmente avaliados por meios legítimos. Um de suas ênfases está no argumento de que aqueles que têm, por exemplo, uma escolaridade pobre têm dificuldade em obter riqueza e status ao obterem um emprego bem remunerado, sendo, pois, mais propensos a usar meios criminosos para alcançar esses objetivos. Crítica Uma dificuldade com a teoria da tensão é que ela não explora por que as crianças de famílias de baixa renda teriam escolaridade pobre em primeiro lugar. Mais importante ainda é o fato de que muitos crimes juvenis não têm uma motivação econômica. A teoria da tensão não, portanto, explica o crime violento, o tipo de crime juvenil que causa mais ansiedade para o público. 17 Questão Aplicada A respeito da teoria da tensão e sua influência no surgimento da criminalidade, assinale a alternativa incorreta. A O crime surge em função da dificuldade de pessoas inseridas em um contexto de pobreza de atingir objetivos socialmente legítimos. B Uma baixa escolaridade de uma pessoa a torna propensa a usar meios ilegais para atingir objetivos profissionais quando adquire certo nível social e profissional. C Indivíduos que negam meios socialmente aceitáveis criam um sistema com objetivos e metas aceitáveis em sua realidade. D Para esta teoria, a baixa escolaridade determina crimes violentos no seio da juventude. E O crime emerge em uma dissociação entre a aquisição de algo por meios socialmente legítimos e os objetivos alcançados, como no caso do tráfico de drogas. RESPOSTA: A única alternativa correta é a letra “d”, pois esta teoria justamente não explica o surgimento de crimes violentos em segmentos sociais não necessariamente pobres ou de baixa escolaridade. As demais alternativas se apresentam como características desta teoria. GABARITO: letra “d”. O Terrorismo à luz do pensamento criminológico contemporâneo O estudo do terrorismo conexo à criminologia moderna está ganhando cada vez mais relevância, face a atualidade do tema e as inúmeras abordagens teóricas usadas pela Criminologia Moderna para estudá-lo. Diante da atualidade do tema, esta questão ganha importante relevância e ainda servirá como meio de revisão de algumas teorias já estudadas nos módulos anteriores. Para melhor compreensão, faremos a explicação de modo único. Em geral, as ciências sociais contêm uma série de explicações sobre o terrorismo. Mais especificamente, no entanto, nem todas as disciplinas das ciências sociais contêm perspectivas igualmente bem desenvolvidas do estudo do terrorismo. Em particular, as 18 elucidações criminológicas do terrorismo são menos desenvolvidas do que os esclarecimentos oferecidos em outras disciplinas de ciências sociais, como a ciência política e a história Tipicamente, os criminologistas se baseiam em algumas teorias gerais da violência para gerar hipóteses sobre o terrorismo. Geralmente, as hipóteses são extraídas da privação relativa ou de teorias subculturais da violência (papel das idéias em causar comportamentos terroristas / ilícitos). A privação relativa tem sido usada na literatura para expressar situações em que os cidadãos através de medidas de padrões econômicos, políticos ou sociais mantiveram sentimentos de privação quando equilibrados com outros cidadãos em seus postos comparáveis na sociedade . De fato, a frustração gerada por sentimentos de privação relativa tem sido representada como um antecedente provável de violência política, como terrorismo, desrespeitos políticos e movimentos sociais. Deve-se enfatizar que os criminologistas estão fazendo contribuições importantes para a literatura do terrorismo, recorrendo a outras teorias, mesmo as de outras disciplinas no estudo do crime e do terrorismo. Por exemplo, Laqueur (1999)2 aludiu a este ponto quando observa que o estudo do terrorismo, bem como o foco criminológico no crime, tem sido amplamente interdisciplinar. Laqueur (1999) insiste ainda que este foco interdisciplinar estimulou a pesquisa e empurrou o estudo do terrorismo e do crime para além dos limites de uma única disciplina. Na sua explicação sobre o terrorismo, a criminologia ainda não abraçou questões históricas como o colonialismo, o imperialismo e o neocolonialismo como sistemas de dominância econômica, política, social e cultural. Essas questões são fundamentais na busca da criminologia para fornecer explicações sobre o terrorismo e articular contramedidas importantes contra ele. Na verdade, como resultado do reconhecimento de que as pessoas econômicas, políticas, sociais e culturalmente colonizadas (dominadas e controladas) têm a capacidade de adotar o uso da força ou de encetar lutas armadas em suas tentativas de alcançar ou alcançar a libertação, o terrorismo internacional pode surgir como força de subversão. Por outro lado, os Estados podem usar o terrorismo oficial para manter seus interesses econômicos, políticos, sociais e culturais vitais sobre as sociedades dominadas ou oprimidas para manter o poder e a influência. O terrorismo, portanto, tem duas faces. Uma representa indivíduos e grupos dentro de uma nação que estão tentando manter seus recursos econômicos e manter a independência; a outra reflete o interesse dos Estados, que querem dominar e controlar as 2Walter Laqueur, The New Terrorism: FanaticismandtheArmsof Mass Destruction, Oxford University Press, US, 1999 19 vidas dos subjugados. Cada esfera adota o terrorismo para alcançar a libertação através da ação política. Durante a Guerra Fria, para combater a opressão colonial, os movimentos de resistência praticavam por vezes ações terroristas como meio de alcançar visibilidade internacional na tentativa de serem ouvidos. Alguns também adotam táticas e estratégias terroristas para alcançar seu lugar político e econômico na distribuição econômica mundial. Em contrapartida, os poderes que detêm a chave para a economia mundial podem combater o terrorismo, resultando nos dois rostos do terrorismo. É também através da violência que as massas podem ser suprimidas. As teorias prévias do crime e da violência não se concentraram nas estruturas do colonialismo, imperialismo e neocolonialismo. No entanto, algumas das perspectivas existentes sobre criminalidade e justiça estão inseridas em implicações não desenvolvidas para o terrorismo. Os pesquisadores biológicos do terrorismo acreditam que indivíduos envolvidos na natureza cíclica da violência caracterizam-se por desequilíbrios hormonais e variações neuroquímicas em suas funções cerebrais (Hubbard 1993). Eles afirmam que os terroristas têm níveis anormais de compostos de norepinefrina, acetilcolina e endorfinas na química corporal ( Hubbard 1993)3. Eles também observam que a norepinefrina está mais intimamente associada com o terrorismo do que os outros compostos, porque trata de vôo ou luta (um estado de excitação sob o estresse em que os órgãos operam mais proficientemente) na química do corpo individual. A aceitação do vínculo com doença mental do terrorismo centra-se na premissa de que indivíduos doentios não observam regras e regulamentos estabelecidos pela sociedade, são erráticos e são incapazes de controlar suas emoções. Tendo em vista que eles estão dispostos a agir de forma irracional em qualquer momento, as pessoas loucas são,portanto, potencialmente perigosas. Se também assumimos que as pessoas que cometem atos violentos estão loucas e doentes, também estamos supondo a visão de que os doentes mentais são inseguros e os indivíduos que cometem atos bizarros são psicologicamente indispostos. Alguns estudiosos argumentaram que a relativa impotência é um fator estrutural significativo associado à evolução dos padrões de comportamento que os atores poderosos podem definir como criminosos, incluindo atos de violência terroristas. Em seu livro, The Social Reality of Crime, Quinney (1970) insiste em que o crime é uma definição de conduta humana que é criada por agentes autorizados em uma sociedade politicamente 3Hubbard, R. S., & Power, B. M. (1993). Finding and framing a research question. In L. Patterson, C. M. Santa, K. G. Short, & K. Smith (Eds.), Teachers are researchers: Reflection and action (pp. 19-25). Newark, DE: International Reading Association. 20 organizada. A visão de que existe um preconceito na definição criminológica do crime , que favorece apenas os ricos e castiga os pobres também foi expressado por Chambliss (1999)4. Ele afirma que o foco da criminologia tradicional em crimes predatórios é o favoritismo da classe média da disciplina. Assim, junto com agências de aplicação da lei e políticos, os criminologistas de tendência de classe média refletem o viés da classe média em seus próprios contextos sociais. Apesar de uma preponderância de evidência da frequência e seriedade dos crimes de colarinho branco, corporativo e estadual, os criminologistas da classe média continuam acreditando que os "problemas reais do crime" são os crimes que são desproporcionalmente (embora não exclusivamente) cometidos por membros do menor escalão da sociedade, tais como roubo, roubo, assassinato, estupro e roubo. Além disso, a teoria da privação relativa não é principalmente uma teoria do crime, mas pode ser usada para explicar o comportamento terrorista em um ambiente urbano (Shelley, 1985). A privação relativa ocorre em sociedades industrializadas, onde homens jovens de classe baixa ou minorias étnicas se sentem economicamente discriminados. Também pode existir nas sociedades em desenvolvimento, onde novos residentes metropolitanos procuram adquirir bens materiais que nunca foram disponibilizados para eles devido a políticas externas e internas que negaram seu orgulho humano Portanto, a privação relativa combina a desigualdade econômica com os sentimentos de ressentimento e injustiça entre os grupos que têm menos em tais sociedades. Isso foi demonstrado com os terroristas suicidas palestinos, onde tais sentimentos de ressentimento caracterizados pela pobreza e desigualdade podem levar a atos terroristas de violência. A criminologia precisa de novas ideias e perspectivas que incentivem a diversidade no estudo da criminalidade e do terrorismo. Como revela esta breve revisão da história e das teorias do terrorismo, a criminologia oferece uma visão monolítica que tipicamente obstrui seu objeto de estudo a partir do contexto em que está enredado. A criminologia deve fornecer um contexto apropriado no qual o terrorismo pode ser situado e compreendido. Questão Aplicada O terrorismo um fenômeno complexo com profundas implicações na definição de estratégias de controle e no direcionamento de uma Política Criminal sob certa abordagem, também com influência sobre as esferas econômicas, sociais e culturais de 4Power, Politics, and Crime. Contributors: William J. Chambliss - Author. Publisher: Westview Press. Place of publication: Boulder, CO. Publication year: 1999. 21 uma sociedade. Assinale a alternativa incorreta quanto aos fatores causais do comportamento terrorista estudados pela criminologia moderna: a) A privação relativa e as subculturas de violência são consideradas como fontes causais do comportamento terrorista. b) Estados podem usar estruturas institucionais para promover terrorismo como meio de manutenção de equilíbrio de poder e continuidade de um sistema de dominância social, econômica, política ou cultural. c) O terrorismo não é considerado um método tático ou estratégico de conflito entre sistemas estatais antagônicos, por caracterizar violação a ordem constitucional e a todo um sistema de normas de direito internacional que regem os Estados Modernos. d) Pesquisadores biológicos consideram que terroristas usualmente sofrem de desequilíbrios hormonais ou variações neuroquímicas em suas funções cerebrais. e) Terrorismo pode ser característico de indivíduos com doenças mentais que os tornem incapazes de atender a regras sistematizadas em uma ordem jurídica- política e de controlar suas emoções em um contexto de dificuldade de integração pessoal em dada comunidade. RESPOSTA: No caso da questão acima, a alternativa “c” está errada ao inferir os Estado não utilizam o terrorismo como método de projeção de poder ou de alcance de objetivos políticos, na medida em que o que se verifica é justamente o contrário em tempos modernos, os quais estratégias de guerra híbrida combinam ações ilegais de subversão e de terrorismo patrocinados por instituições estatais, independentemente de limites de ordem constitucional ou legal. As demais alternativas são abordagens adotadas pela Criminologia moderna. Teoria da Atividade Rotineira: as oportunidades criadas para o crime a partir de situações específicas O estudo da teoria da atividade rotineira é relevante pra se compreender como o crime de desenvolve por contextos situacionais propícios não atrelados a elementos de 22 ordem econômica e social puramente. Dada a profundidade do tema, faremos a explicação de modo único, para fins puramente didáticos. A teoria da atividade de rotina é um sub-campo da teoria da oportunidade do crime que se concentra em situações de crimes. Foi desenvolvido por Marcus Felson e Lawrence E. Cohen. A premissa da teoria da atividade rotineira é que o crime não é afetado por causas sociais como pobreza, desigualdade e desemprego. Por exemplo, após a Segunda Guerra Mundial, a economia dos países ocidentais estava crescendo e os estados de bem-estar estavam se expandindo. Apesar disso, o crime aumentou significativamente durante esse período. De acordo com Felson e Cohen, o motivo do aumento é que a prosperidade da sociedade contemporânea oferece mais oportunidades de crime; ou seja, há muito mais para roubar. A teoria da atividade de rotina é controversa entre os sociólogos que acreditam nas causas sociais do crime. Mas vários tipos de crime são muito bem explicados pela teoria da atividade de rotina. Por exemplo, violação de direitos autorais relacionada ao compartilhamento de arquivos digitais; desvios de recursos públicos por servidores bem qualificados; os distintos tipos de crime corporativo. Os infratores motivados são indivíduos que não são apenas capazes de cometer atividades criminosas, mas estão dispostos a fazê-lo. Alvos adequados podem ser uma pessoa ou objeto que os infratores consideram vulneráveis ou particularmente atraentes. Os fatores que tornam atraente um determinado alvo são específicos da situação e do crime. O foco analítico das atividades de rotina tem uma visão em nível macro e enfatiza as mudanças em grande escala nos padrões de comportamento da vítima e do agressor. Ele se concentra em eventos específicos de criminalidade e comportamentos / decisões dos infratores. A teoria da atividade de rotina baseia-se no pressuposto de que o crime pode ser cometido por qualquer pessoa que tenha a oportunidade. A teoria também afirma que as vítimas recebem escolhas sobre se devem ser vítimas principalmente por não se colocarem em situações em que um crime pode ser cometido contra elas. Como exemplos desta análise, citemos os estudos em que Holtfreter,Reisig e Pratt [1] encontraram apoio para a premissa de que a falta de autocontrole produz 23 resultados de vitimização. Os seus estudos demonstraram que os indivíduos com baixo autocontrole perceberam um risco aumentado, mas demonstraram uma diminuição nas estratégias projetadas para proteger e / ou evitar a vitimização na Internet. Os teóricos Marcus Felson e Lawrence E. Cohen [7] estabelecem que aqueles que vivem sozinhos são mais propensos a estar sozinhos e a ter pouca ajuda para proteger seus bens, eles provavelmente enfrentam taxas mais altas de vitimização para crimes pessoais e de propriedade. O aumento de 30,6% nas taxas de participação das mulheres empregadas e casadas não só sujeita essas mulheres a um maior risco de ataque de e para o trabalho, mas também deixa suas casas e o carro menos protegidos da entrada ilegal. O aumento de 118% na proporção da população, composta por estudantes universitários, coloca mais mulheres em risco de ataque ao realizar atividades diárias como estudantes, uma vez que podem ser menos efetivamente protegidas por familiares ou amigos. A descoberta mais importante é que tanto a criminalidade violenta como as formas de fraude na internet de vitimização ainda compartilham o mesmo mecanismo causal subjacente associado às atividades rotineiras de possíveis alvos criminosos. O teórico do criminologista Lynch usa a teoria da rotina para explicar que as pessoas no trabalho eram um importante determinante do risco de vitimização entre pessoas ocupadas, mesmo quando a periculosidade da área de trabalho era constante. Além disso, os atributos específicos das atividades prosseguidas na exposição ao trabalho, na tutela e na atratividade estavam todos relacionados à vitimização de acordo com as previsões da teoria da atividade. À vítima é geralmente atribuída ao descuido da pessoa que desempenha um papel ocupacional específico. Essas descobertas indicam que as diferenças no risco de vitimização no trabalho são mais determinadas pela tarefa realizada que a pessoa propriamente em determinada função ocupacional. Além disso, esses achados identificam atributos específicos de profissões que poderiam ser modificados para reduzir o risco de vitimização no trabalho. A vitimização dos trabalhadores em suas rotinas laborais diminuirá se a mobilidade, a acessibilidade pública e o manejo do dinheiro como parte do papel ocupacional forem reduzidos. Os indivíduos envolvidos em padrões de rotina enfrentaram pouco controle social e têm taxas mais altas de crime. Para esta teoria, o envolvimento no padrão de rotina com níveis mistos de visibilidade e padrões instrumentais, sociais e atléticos tem pouco efeito na delinquência. 24 Críticas A teoria da atividade de rotina é principalmente uma macro-teoria da vitimização. Ele nos diz quem é mais provável que seja vítima. Mas quem são os infratores? Existe uma correlação entre vítimas criminosas e infratores? Portanto, os padrões encontrados pelos teóricos da atividade rotineira podem ser enganadores. Além disso, as taxas de criminalidade são geralmente proporcionais ao número de infratores motivados, como adolescentes e desempregados, na população. Claro, a motivação pode ser reduzida quando os meios legítimos estão disponíveis para os infratores alcançar seus objetivos. A motivação pode aumentar, quando a opção de crime é a única opção viável disponível para um infrator atingir seus objetivos. Outra dissuasão que influencia as atividades de rotina que produz o crime é a crença moral e a socialização do ofensor. Se uma pessoa foi socializada para realizar crenças convencionais, mesmo na presença de oportunidades criminosas, os infratores se absteriam de crime, quando tal é a força dos laços sociais que servem de amortecedor para contrariar a atração de atividades criminosas. Questão Aplicada A respeito da teoria da atividade rotineira e suas implicações para o estudo das causas do comportamento criminoso, assinale a alternativa correta que configura uma de suas premissas de estudo: a) A pobreza e a desigualdade de renda são fatores que propiciam um contexto de criminalidade e violência. b) O maior controle dos índices de criminalidade após a Segunda Guerra Mundial indicou que uma melhor distribuição de renda e menores taxas de desemprego foram elementos preponderantes para sua concretização nas sociedades capitalistas avançadas. c) O crime pode ser cometido por qualquer pessoa desde que haja um contexto favorável de oportunidade. d) O comportamento da vítima em um contexto situacional propício para ser afetada por um comportamento criminoso é um critério determinante. e) As atividades rotineiras em determinado trabalho e os mecanismos de autocontrole não são abordados pela Teoria da Atividade Rotineira. 25 A única alternativa correta é a letra “c”, pois para esta teoria o crime pode ser praticado por uma questão de oportunidade em convergência com fatores situacionais propícios de vitimação, conforme acima explicado, sem considerações de elementos sócio-econômicos como fatores primordiais, como pobreza, miséria ou desigualdade de renda. GABARITO: letra “c”. Teoria da Associação Diferencial: Edwin Sutherland e o Poder das influências sociais e do processo de aprendizagem Edwin Sutherland, um dos maiores estudiosos de Criminologia do século XX, desenvolveu a Teoria da Associação Diferencial, com uma abordagem metodológica próxima àquelas firmadas por outras teorias científicas. Sutherland reconheceu que, embora alguns tipos de crimes sejam mais prevalentes nas comunidades minoritárias, muitos indivíduos nessas comunidades respeitam a lei e possuem um grau de observância conformista muito maior que comunidades com maior renda. Da mesma forma, entre os poderosos e privilegiados, alguns são violadores da lei recorrentes, enquanto que outros não o são. Esta teoria tem a intenção de discriminar no nível individual entre aqueles que se tornam transgressores da lei e aqueles que não desenvolvem comportamento transgressor, qualquer que seja sua raça, classe ou origem étnica. A Teoria da Associação Diferencial dá prioridade ao poder das influências sociais e experiências de aprendizagem, podendo ser expressa em termos de uma série de proposições, a seguir resumidas didaticamente: 1. O comportamento criminoso é assimilado em um processo de aprendizagem na interação com outras pessoas em um processo de comunicação. A semiótica e a linguagem são elementos considerados na constituição de um processo de aprendizagem evolutivo. 2. O processo de aprendizagem ocorre principalmente em grupos pessoais íntimos e inclui não só as técnicas e práticas típicas do cometimento de certos crimes, mas leva em conta os motivos, as racionalizações e as atitudes que acompanham o crime. 3. As associações diferenciais podem variar em freqüência, duração, prioridade e intensidade, sendo que uma pessoa torna-se delinqüente devido a um excesso de condições favoráveis à violação da lei que prevalecem sobre aquelas desfavoráveis à violação da lei. Os fatores transgressores são mais fortes que os fatores conformistas e de obediência. 4. O processo de aprendizagem envolve os mesmos mecanismos quando uma pessoa desenvolve a assimilação de comportamentos tipicamente criminosos ou inerentes a uma atitude de conformidade perante à lei e às convenções sociais. 26 Assim, não é a ausência de uma organização social que caracteriza comunidades (ricas ou pobres) em situação de intensa criminalidade, mas uma organização social diferenciada - um conjunto de práticas e definições culturais que estão em desacordo com a lei e que emergem favoravelmente aos receptores dos conceitos comportamentais criminosos. Um exemplo interessante se verifica quando em uma região ondea taxa de delinqüência é alta, é muito provável que um garoto sociável, ativo e atlético entre em contato com outros meninos do bairro e aprenda o comportamento delinqüente deles e se torne um integrante de uma gangue. Tais condições propícias ao processo de aprendizagem dos valores criminosos podem ser contidos quando instituições de prevenção primária, como família, igreja e escola determinam um conjunto de práticas comportamentais conformistas. Para a Teoria da Associação Diferencial a maioria das comunidades é organizada para o comportamento criminoso ou anticriminoso, dirigindo-nos para a rede de relações sociais chave que diferencia o indivíduo desviante e o sujeito conformista. Questão Aplicada A Teoria da Associação Diferencial enfatiza o poder das influências dos fatores sociais e o aprendizado de experiências desviantes em um contexto de criminalidade consolidado. Assinale a alternativa que não configura uma abordagem dogmática desta teoria: a) O comportamento criminoso se desenvolve em um processo e interação com outros delinqüentes. b) O processo de assimilação do comportamento criminoso inclui os motivos, racionalizações e atitudes próprias da cultura delinqüente. c) A transformação de um perfil delinqüente decorre da predominância de um conjunto de fatores favoráveis à violação da lei em detrimento de sua observância. d) Os fatores étnicos são conceitos relevantes para o aprendizado do processo criminoso. e) O processo de construção do comportamento delinqüente no indivíduo envolve as mesmas condições que determinam uma conduta conformista e de obediência. No caso da questão acima, a alternativa “d” está errada ao inferir que os fatores étnicos são determinantes para a associação diferencial do comportamento criminoso, pois é justamente o contrário: analisa-se o processo de construção de um comportamento criminoso no indivíduo sem considerar a raça, etnia ou a classe social a qual ele está inserido. GABARITO: letra “d”. Controle Social Formal: regras e mecanismos de orientação do comportamento em uma sociedade O conceito de controle social formal, muito adotado pela Criminologia a partir de estudos próprios da Sociologia é importante para explicar a capacidade de projeção de 27 adequação social de indivíduos e grupos sociais perante um conjunto de regras e convenções. Os controles sociais formais são baseados em torno da idéia de mecanismos formais, legais e moldados por normas de comportamento convencionadas. Baseiam-se na imposição de regras de comportamento cogentes, definidas por instâncias sociais superiores, com aplicação igualitária a todos os indivíduos destinatários em sociedades submetidas a Estados Democráticos de Direito (não são todas as sociedades aplicam regras formais igualmente). Nas sociedades modernas, por exemplo, a principal instância de controle social formal é a polícia e o judiciário (tribunais), embora as Forças Armadas podem, em certas ocasiões, servirem a tal missão. No entanto, nem todas as normas derivadas de controles formais são propriamente leis editadas por uma instância legislativa ou por um órgão institucionalizado pelo Estado. Quando alguém é aceito e contextualizado em uma organização social (como uma escola ou faculdade, por exemplo), o indivíduo concorda em cumprir as regras formais que regem o comportamento nestas instituições. Neste exemplo, se o aluno não participar das aulas, haverá variados tipos de punição, como reprovação, exclusão, etc.. Em termos gerais, existem regras formais e controles sociais para orientar a todos dentro de uma sociedade ou grupo social o que é e não é aceitável em termos de comportamento. Esses controles formais geralmente existem quando um grupo humano é muito grande e seus membros não estão em contato cotidiano um com o outro, necessitando-se de previsão normativa e socialmente definida de regras de comportamento para controle comportamental. O controle social formal é considerado em termos existenciais até mesmo por aqueles que se opõem ou não os aceitam, já que de alguma forma são ou serão sancionados. A respeito do controle social formal em uma determinada sociedade, assinale a alternativa correta. a) As Forças Armadas não são consideradas uma instância de controle social formal. b) Um agrupamento humano situado em uma região não controlada por instituições de um Estado mas sujeito a regras de uma organização paraestatal subversiva não se sujeita a nenhum sistema de controle social formal. 28 c) Apenas comandos normativos genéricos definem a eficácia de um sistema de controle social formal. d) Organizações sociais como escolas e associações estabelecem mecanismos de controle social formal. e) O controle social formal não tem relevância para grupos com comportamento social desviante. A única alternativa correta é a letra “d”, pois as associações, como os sindicatos, a igreja e as escolas exercem controle social formal ao ditarem regras de conduta aos participantes e destinatários. GABARITO: letra “d”. Teoria da Escolha Racional: quando o criminoso é visto como alguém que age pensando em si e em prol de atingir seus objetivos plenos A escolha racional baseia-se em inúmeros pressupostos, um dos quais é o individualismo. O ofensor vê-se como um indivíduo. O segundo pressuposto é que os indivíduos têm que maximizar seus objetivos, e o terceiro é que os indivíduos são movidos por interesse. Dessa forma, os infratores estão pensando em si mesmos e em como avançar para atingir seus objetivos pessoais. Os pontos centrais da teoria são descritos da seguinte forma5: a) O ser humano é um ator racional. b) A racionalidade envolve cálculos finais / significativos. c) As pessoas (livremente) escolhem o comportamento, ambos conformistas ou desviantes, com base em seus cálculos racionais. d) O elemento central de cálculo envolve uma análise de custo-benefício bem utilitária: prazer versus dor. e) A escolha será direcionada para a maximização do prazer individual. 5Gul, S. (2009). An evaluation of rational choice theory in criminology. Sociology and applied science, 4(8), 36-44. 29 f) A escolha pode ser controlada através da percepção e compreensão da potencial dor ou punição que advirá a partir de uma sanção aplicável a um ato julgado por violar o bem social e o contrato social. g) O Estado é responsável por manter a ordem e preservar o bem comum através de um sistema de leis. h) A rapidez, a gravidade e a certeza do castigo são os elementos-chave na compreensão da capacidade dissuasória de uma lei para controlar o comportamento humano. A teoria da escolha racional decorreu de coleções mais antigas e mais experimentais de hipóteses que envolvem o que foram essencialmente os achados empíricos de muitas investigações científicas sobre o funcionamento da natureza humana. A teoria toma emprestado conceitos de teorias econômicas, para dar maior peso a motivos não-instrumentais para o crime, bem como perante a natureza "ilimitada" ou "limitada" do processo racional envolvido. A teoria está relacionada com a teoria da “deriva anterior” (David Matza, Delinquency e Drift, 1964), onde, em suma, as pessoas usam as técnicas de neutralização para entrar e sair do comportamento delinquente, e a Teoria do Crime Sistemático (um aspecto da Teoria da Desorganização Social desenvolvido pela Escola de), onde Edwin Sutherland6 propôs que o fracasso das famílias e dos grupos de parentes expande o domínio das relações que não são mais controladas pela comunidade e prejudica os controles governamentais. Isso leva a um crime e uma delinquência "sistemática" persistentes. Ele também acreditava que tal desorganização causa e reforça as tradições culturais e os conflitos culturais que apoiam a atividade anti-social. A qualidade sistemáticado comportamento foi uma referência a eventos repetitivos, padronizados ou organizados em oposição a eventos aleatórios. Ele descreveu a cultura respeitadora da lei como dominante e mais extensa do que as opiniões culturais criminogênicas alternativas e capaz de superar o crime sistemático se organizado para esse fim. A teoria das atividades de rotina relaciona o padrão de infração com os padrões cotidianos de interação social. Entre 1960 e 1980, as mulheres deixaram a casa para o trabalho, o que levou à desorganização social, ou seja, a rotina de deixar a casa sem 6Simpson, S. (2000). Of crime and criminality: The use of theory in everyday life. Thousand Oaks, CA: Pine Forge Press. 30 vigilância e a ausência de uma figura de autoridade aumentou a probabilidade de atividade criminosa. A teoria evita a especulação sobre a fonte da motivação dos infratores, que a distingue imediatamente da maioria das outras teorias criminológicas. Muitas características da perspectiva de escolha racional tornam-no particularmente adequado para servir como uma "metateoria" criminológica com um papel amplo na explicação de uma variedade de fenômenos criminológicos. Uma vez que a escolha racional pode explicar muitos componentes diferentes, é suficientemente ampla para ser aplicado não só ao crime, mas às circunstâncias da vida cotidiana. Os estudos envolvem ofensores entrevistados sobre motivos, métodos e escolhas alvo. A teoria da escolha racional insiste que o crime é calculado e deliberado. Todos os criminosos são atores racionais que praticam a tomada de decisões conscientes, que simultaneamente trabalham para obter o máximo benefício de sua situação atual. Outro aspecto da teoria da escolha racional é o fato de que muitos infratores tomam decisões baseadas em racionalidade limitada / limitada. As idéias de racionalidade limitada enfatizam até que ponto os indivíduos e os grupos simplificam uma decisão devido às dificuldades de antecipar ou considerar todas as alternativas e toda a informação. A racionalidade limitada se relaciona com dois aspectos, uma parte decorrente de limitações cognitivas e a outra de extremos nos casos de excitação emocional. Às vezes, a excitação emocional no momento de um crime pode ser aguda, portanto, os infratores se acham fora de controle e as considerações racionais são muito menos salientes O crime, portanto, pode ser influenciado pela oportunidade. A oportunidade de um crime pode ser relacionada a benefícios de custo, status socioeconômico, risco de detecção, relação com o contexto situacional, tipo de infração e acesso a benefícios externos. Além disso, as oportunidades dependem do ambiente atual do indivíduo e dos fatores conseqüentes disso. Esta teoria explica melhor os crimes instrumentais em vez de crimes expressivos. Os crimes instrumentais envolvem o planejamento e a pesagem dos riscos com uma mente racional. Um exemplo de um crime instrumental pode incluir: evasão fiscal, violações de trânsito, beber e dirigir, crime corporativo, roubo e agressão sexual. Por outro lado, o crime expressivo inclui crimes envolvendo emoção e falta de pensamento racional sem se preocupar com as consequências futuras. Os crimes expressivos podem incluir: assassinatos não pré-meditados, como homicídio culposo e 31 assalto. Como resultado, a punição só é eficaz para dissuadir o crime instrumental, em vez de crime expressivo. De acordo com O'Grady (2011)7, as três principais críticas da RationalChoiceTheory incluem: - Assume que todos os indivíduos têm a capacidade de tomar decisões racionais, o que não é o caso. Falha portanto em explicar a complexidade da inimputabilidade penal e fracassa em dar uma solução para casos de ausência de entendimento e determinação psíquica do criminoso. Choca-se com os fundamentos da teoria biopsicológica da culpabilidade. - A teoria não explica por que o ônus da responsabilidade é dispensado de jovens infratores em oposição a infratores adultos - Essa teoria contradiz as premissas de funcionamento de nosso Sistema de Justiça Criminal. Esta teoria não suporta a idéia de que nem todos os indivíduos são atores racionais por causa da incapacidade cognitiva. Um exemplo de indivíduos que não possuem uma mente racional inclui aqueles que não são responsáveis por crimes na conta por transtorno mental. Questão Aplicada Assinale a alternativa incorreta quanto à abordagem criminológica teoria da escolha racional, surgida no século XX a partir de estudos do utilitarismo: a) O ser humano não é um ser racional, mas movido por fatores emocionais e passionais. b) As pessoas escolhem livremente seus comportamentos, por cálculos inclusive não racionais no cometimento de ações desviantes. c) A escolha não é maximizada para a satisfação individual, mas para a formação de uma pretensão interindividual. d) A escolha pode ser controlada através da percepção e compreensão da potencial dor ou punição que se seguirá a um ato ilícito que venha violar o bem social. e) A gravidade do castigo não é um elemento fundamental na aplicação da lei como instrumento de controle do comportamento humano. Resposta: 7O'Grady, William (2011). Crime in Canadian Context (2nd edition). Don Mills: Oxford University Press. pp. 127–130. ISBN 978-0-19-543378-4. 32 Correta somente a letra “d”, pois conforme a teoria da escolha racional, a escolha de um comportamento transgressor pode ser sim neutralizada ou contida a partir de uma avaliação da dor e sofrimento causado pela aplicação de uma sanção ao comportamento desviante. As demais alternativas são claramente erradas, por contradizerem os fundamentos da teoria. GABARITO: letra “d”. A abordagem da criminologia para o crime estatal O conceito de crime estatal ou “crime de Estado” se relaciona profundamente com o estudo de Direitos Humanos e é uma das vertentes mais enfocadas pela criminologia contemporânea. Na criminologia, o crime estatal ou de “Estado” é resultante de uma atividade ou falha de ação que viola a Constituição e o direito penal do próprio Estado, ou o direito internacional público. Para esses propósitos, definamos aqui um "Estado" como uma super estrutura pública que inclua os funcionários eleitos e nomeados, a burocracia e as instituições, os órgãos e as organizações que compõem o aparelho do governo. Inicialmente, o estado era a agência de dissuasão, usando a ameaça de punição como uma ferramenta utilitária para moldar o comportamento de seus cidadãos. Depois tornou-se o mediador, interpretando os desejos da sociedade quanto à resolução de conflitos. Agora, examina-se o papel do Estado como um dos possíveis perpetradores do crime seja diretamente ou no contexto do crime corporativo estadual. Os critérios para determinar se um Estado é "desviante" se basearão em normas internacionais e padrões de comportamento para alcançar os objetivos operacionais usuais do estado. Um desses padrões será se o Estado respeita os direitos humanos no exercício de seus poderes. Mas, uma das dificuldades de definição é que os próprios Estados definem o que é criminoso em seus próprios territórios no exercício de suas jurisdições e, como poderes soberanos, não são responsáveis perante a comunidade internacional, a menos que se submetam à jurisdição internacional em geral ou a jurisdição penal em particular, algo difícil de ocorrer em sua plenitude. Em crimes internacionais, um Estado pode se envolver em terrorismo estatal, tortura, crimes de guerra e genocídio. Tanto a nível internacional como nacional, pode haver corrupção, crime corporativo e crime organizado. Dentro de suas fronteiras 33 territoriais, alguns crimes são o resultado de situações em que o Estado não é o ator criminoso direto, por exemplo, decorrentes de catástrofes naturais ou através
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