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UNIVERSIDADE PAULISTA GRADUAÇÃO EM ENFERMAGEM VITORIA TRAJANO YAMAKI - RA: T0180G8 ATUAÇÃO ÉTICA E LEGAL DO(A) ENFERMEIRO(A) EM AÇÕES DO COTIDIANO: EUTANÁSIA SÃO PAULO 2021 VITORIA TRAJANO YAMAKI - RA: T0180G8 MORTE E SEUS PRECEITOS ÉTICOS ATUAÇÃO ÉTICA E LEGAL DO(A) ENFERMEIRO(A) EM AÇÕES DO COTIDIANO: EUTANÁSIA Trabalho apresentado á disciplina Atividades Práticas Supervisionadas de Ética em Enfermagem e Exercícios da Profissão do Curso de Enfermagem, da Universidade Paulista – UNIP. SÃO PAULO 2021 SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO ......................................................................................................... 3 2. OBJETIVOS ............................................................................................................ 5 3. MATERIAIS E MÉTODOS ...................................................................................... 6 4. RESULTADO ........................................................................................................... 8 5. DISCUSSÃO .......................................................................................................... 10 6. CONSIDERAÇÕES FINAIS .................................................................................. 26 REFERÊNCIAS ............................................................................................................ 27 APÊNDICE ................................................................................................................... 33 ANEXO ......................................................................................................................... 38 3 1. INTRODUÇÃO O ciclo da vida está presente em todos os seres vivos sendo compreendido desde o nascimento até a morte. Apesar de ser um assunto presente e recorrente no cotidiano, a morte é vista como um tabu, sendo negligenciada pelas sociedades modernas devido a falta de recursos para lidar com a finitude natural. Nota-se que no curso histórico, a morte passou por determinado desenvolvimento até chegar no estágio de negligência, como ocorreu durante o império romano em que esta, por sua vez, era tida como um espetáculo para divertir a população. Já durante a idade média, a morte era vista como o castigo supremo, sendo exposta em praça pública com o objetivo amedrontar a sociedade (FARIA; SANTOS; PATIÑO, 2017); (PRADO, 2018). Ademais, apesar de sua caracterização como tabu, a finitude da vida deve ser trabalhada por profissionais da saúde visto que o tema irá fazer parte de seu cotidiano, portanto ao longo da formação académica e profissional, espera-se que os enfermeiros desenvolvam competências no sentido de assumir a responsabilidade de assistir aos clientes ao longo de todo o ciclo vital, o que, inevitavelmente, inclui o momento da morte (CARDOSO; RIBEIRO; MARTINS, 2019). No âmbito hospitalar a morte torna-se um assunto amplo e complexo, podendo estar compreendida e dividida em eutanásia, distanásia e ortotanásia. De acordo com a literatura, a eutanásia refere-se ao ato de tirar a vida do paciente sem dor e sem sofrimento, a distanásia conceitua o prolongamento da vida por meio de aparelhos tecnológicos. Já a ortotanásia refere-se a morte almejada, ou seja, não há o uso de aparelhos artificiais para o prolongamento da vida como mostrou a eutanásia (CANO, 2020). Conforme apontam revisões literárias, sob a percepção médica a eutanásia trata-se de uma morte assistida, quanto a natureza jurídica aborda a prática como o direito de morrer. Embora a eutanásia dá o direito ao profissional da saúde de encerrar o ciclo vital do paciente sem o sofrimento que os aparelhos tecnológicos o proporciona, a sua prática no Brasil é considerada ilegal, tendo em vista que existe a necessidade de manter o paciente vivo até que seu ciclo se encerre naturalmente. 4 Portanto, a eutanásia se faz presente como um crime contra a vida sendo considerada uma morte assistida (CANO, 2020). A ilegalidade da prática da eutanásia está presente no Código de Ética dos Profissionais de Enfermagem (CEPE) na resolução COFEN nº 594/2017 no capítulo III ao que se tange as proibições, estando prevista no artigo setenta e quatro, proibindo a execução e/ou participação no processo de antecipar a morte do indivíduo. Entretanto, o profissional que cometer a infração está sujeito a penalidade de multa, censura, suspensão do exercício da profissão ou cassação do direito ao exercício profissional conforme previsto na Lei Nº 5.905, DE 12 de julho de 1973 insere no artigo dezoito sobre a infração do Código de Deontologia de Enfermagem (COREN, 2018). Em síntese, é de suma importância e obrigação dos profissionais de enfermagem seguir o que se rege no código de ética pois o conhecimento sobre sua responsabilidade ética, civil, penal, seus direitos, deveres e ações profissionais devem nortear o exercício da profissão, a qual se têm como objetivo o ato de prestar cuidados aos pacientes independentemente de seu estágio vital (SILVA, et al., 2018). O conhecimento acerca dos marcos legais que regem a atuação da categoria é fundamental para o constante aprimoramento e respaldo da prática profissional. Desta forma, o Coren-SP está trabalhando para incentivar que a Enfermagem se aproprie destes instrumentos em busca do fortalecimento de suas capacidades e autonomia (PIETRO, 2018). Diante o exposto, ao que rege a lei, cabe ao profissional de enfermagem promover os cuidados necessários ao seu paciente prolongando sua vida por meio da ortotanásia e distanásia. Portanto, o presente trabalho visa realizar uma revisão literária de modo a retratar os cuidados para com o cliente que se encontra ao fim de seu ciclo vital, buscando respeitar as vontades e desejos de acordo com a ética profissional e a ética do paciente (SILVA, et al., 2018). 5 2. OBJETIVOS 2.1. Geral Apresentar uma Notícia e descrever a atuação Ética e Legal do Enfermeiro neste caso. 2.2. Específico Planejar e executar um vídeo, para redes sociais, sobre a temática abordada. 6 3. MATERIAIS E MÉTODOS 3.1. Tipo de estudo Será realizado um estudo de revisão bibliográfica, do tipo narrativa descritiva. Esse tipo de revisão busca uma investigação crítica e analítica, porém não explora o conteúdo de forma sofisticada, utiliza uma seleção a partir da própria interpretação do autor. 3.2. Coleta de dados Será realizada uma busca na base de dados Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (Lilacs), Scientific Electronic Library Online (Scielo) e Publicações Médicas (Pubmed), utilizando os seguintes descritores: morte, distanásia, eutanásia, ortotanásia, enfermeiros frente a morte de pacientes, pacientes terminais, religião e morte e preparo do corpo. 3.3. Critérios de inclusão Serão incluídos artigos de nacionalidade brasileira que apontem os aspectos sobre a morte e suas derivações, atuação de profissionais da saúde diante a finitude da vida de modo a saciar as necessidades e vontades dos pacientes de acordo com o que rege a legislação e código de ética, e quem tenham sido publicadas no período de 2009 a 2020. 3.4. Critérios de exclusão Os critérios de exclusão para a pesquisa serão para os artigos que não atenderam aos critérios de inclusão, artigos duplicados ou que não estiverem disponíveis na íntegra. 3.5. Análise de dados Utilizando os descritores acima, serão levantados os trabalhos científicos publicados sobre o tema no período pré-definido. Em seguida, será realizada a leitura 7 na íntegra, separando o método do estudo, a caracterização da publicação quando ao ano, autoria, objetivo, principais resultados do estudo e considerações apresentadas e, por fim será realizadaa análise e a discussão de acordo com os mesmos. Além disso será realizado um vídeo, que visa todo o público em geral, que visa informar a população sobre a temática. O vídeo foi produzido com o auxílio de um site cujo nome é Adobe Premiere Pró que contém um software, onde através desse programa é possível criar animações. O vídeo contém 04 minutos e 59 segundos. 8 4. RESULTADO CHARLES CULLEN: O MALÉFICO ENFERMEIRO SERIAL KILLER Por André Nogueira publicado em 17/04/2020, às 15h00 “Cullen teve, desde cedo, traumas que o fizeram um depressivo violento. Isso levou à morte de centenas de pacientes em hospitais. Charles Cullen é um famoso assassino nascido em Nova Jersey, que teve uma infância conturbada. Quando era bebê, perdeu o pai por causa de infarto. Aos nove, tentou-se matar ingerindo produtos de um kit de química para crianças. Aos 17, sua mãe e sua irmã morreram num acidente de carro. Depois de tudo isso, ele abandonou a escola, com a cabeça inquieta e os pés na rua. Em 1978, Cullen se alistou na Marinha para operar mísseis balísticos de submarinos. Nas Forças Armadas, começou a apresentar sinais de instabilidade emocional e mental. Após algumas crises e tentativas de suicídio, foi internado num hospital psiquiátrico até 1984. No mesmo ano, ele passou a cursar enfermagem. Queria reaver a vida. Era um excelente aluno, conseguindo uma disputada vaga de emprego por suas notas. Em 1987, se casou. Porém, logo começou a furtar medicamentos para se drogar e tentar novamente se suicidar. Também foi nesse hospital que começou a sua carreira de crimes. De 1988 a 1992, ele realizou eutanásia e causou overdoses de insulina em dezenas de pacientes. Ao mesmo tempo, contaminava sacos intravenosos e soros, causando mais óbitos. Uma investigação inicial foi realizada, e apesar de médicos terem apontado Cullen como responsável pelos homicídios, não foi possível reunir provas o suficiente para uma sentença. Ele, então, foi demitido. Pouco tempo depois, entrou em outro centro médico, onde matou três idosas por overdose de um medicamento cardiovascular. Uma das senhoras até denunciou Cullen, mas a família achou que tinha sido um delírio da hospitalizada. 9 Em 1993, se divorciou e perdeu a guarda das filhas, o que desencadeou um surto no rapaz, que invadiu a casa de uma colega e tentou molestar mãe e filho. Após o ocorrido, ele foi internado compulsoriamente pela Justiça, para que tratasse sua depressão. Após receber alta, ele voltou a trabalhar em hospitais pelo noroeste do país (que, por falta de profissionais, não buscavam os históricos dos médicos). Porém, em 2002, Cullen foi flagrado ao consumir medicamentos do estoque, o que gerou um inquérito que gerou a sua demissão. Na sequência, ex-colegas alertaram a polícia sobre suspeitas de que Cullen aplicava drogas para matar pacientes, o que nunca foi provado. Cullen admitiu seus crimes e foi preso em 2003, e desde então cumpre prisão perpétua por 40 homicídios. No entanto, análises mais precisas estimam que o enfermeiro matou ao menos 400 pacientes”. Fonte: https://aventurasnahistoria.uol.com.br/noticias/reportagem/historia-charles- culler-o-enfermeiro-serial-killer.phtml Diante o exposto, o Código De Ética Dos Profissionais De Enfermagem (CEPE) rege a ilegalidade na prática e execução da eutanásia em solo brasileiro, portanto, o ato de Cullen passa a ser considerado crime até mesmo se o ato fosse executado com a conscientização os indivíduos. Ademais, o código penal a caracteriza como um homicídio, logo, sendo ilegal vista como um desrespeito a vida (COREN, 2018). https://aventurasnahistoria.uol.com.br/noticias/reportagem/historia-charles-culler-o-enfermeiro-serial-killer.phtml https://aventurasnahistoria.uol.com.br/noticias/reportagem/historia-charles-culler-o-enfermeiro-serial-killer.phtml 10 5. DISCUSSÃO 5.1. Distanásia, ortotanásia e eutanásia Eutanásia, palavra de origem grega euthanasía que significa boa morte ou morte sem dor – Eu: boa, e Thanatos: morte (BARBOSA; LOSURDO, 2018). A eutanásia é o ato de retirar a vida para o alívio do sofrimento do indivíduo, envolvendo um conceito de morte digna sem sofrimento. Na Grécia Antiga o termo eutanásia foi definido como retirar a vida do ser humano, porém após revisões do conceito é entendida como uma prática de abreviar a vida, com o intuito de aliviar ou evitar sofrimento para os doentes (BARBOSA; LOSURDO, 2018). A eutanásia envolve um conjunto de ações que visam diminuir precocemente o sofrimento do doente. Existem dois conceitos de eutanásia: a eutanásia ativa é aquela que é realizada de forma planejada entre o doente e a família, ato que de forma piedosa, retira o sofrimento do doente e, a eutanásia passiva que é um conjunto de ações que objetiva também diminuir o sofrimento, como a interrupção de ações e cuidados médicos que possam prolongar a vida do doente seguindo da morte do mesmo (FELIX, 2013). Já a Distanásia, palavra de origem grega, no qual dis significa afastamento e Thanatos diz se morte, sendo assim a distanásia é o prolongamento do processo de morte (CANO, 2020). Distanásia é a tentativa de manter a vida a qualquer custo, com atos médicos desproporcionais que tornam a morte mais difícil, infligindo mais sofrimento ao paciente e seus familiares, sem perspectiva real de recuperar a vida e o bem-estar (CANO, 2020, p.377). A distanásia é o ato de prolongar o sofrimento e não a vida é vista como uma morte sofrida e com muita dor, por diversas vezes a distanásia é comum nas unidades de saúde em casos em que a família não consegue entender o processo natural da morte, levando o doente em tratamentos que não tem um prognostico de vida apenas aumentando o sofrimento do doente em muitas vezes apenas sobreviver com aparelhos ligados a ele (BARBOSA; LOSURDO, 2018). Em oposição dos termos eutanásia e distanásia também existe o termo Ortotanásia palavra de origem grega onde orto significa certo e thanatos significa 11 morte, a ortotanásia visa o processo de morte natural sem adiar ou prolongar a morte, sendo assim tem como objetivo que o doente possa escolher a melhor forma de escolher o seu tratamento, dando-lhe a autonomia de escolher onde e como morrer (SANTANA, et al., 2017). Uma medida que ampara a ortotanásia são os cuidados paliativos que é uma forma de trazer o conforto na fase terminal do doente. A ortotanásia é normalizada no Brasil pela Resolução 1805/2006 do Conselho Federal de Medicina (CFM) como um modo de auxiliar os médicos quanto às decisões na fase terminal de um paciente para oferecer-lhe um processo de morte mais humanizado e natural (SANCHES; SEIDI, 2013). No mais, diante da terminalidade do doente há 3 caminhos: eutanásia, distanásia e ortotanásia, sendo que o processo de decisão envolve vários fatores como: psicossociais, religiosos e culturais, tornando-se necessário a análise desses fatores que poderão amparar a forma de se encerrar o ciclo da vida (CANO, et al., 2020). 5.2. Prática da distanásia e ortotanásia no Brasil De acordo com a legislação vigente, no Brasil é permitido somente a prática da distanásia e ortotanásia. Conforme conceituações, os avanços tecnológicos que se desenvolvem ao decorrer do tempo permite o prolongamento da morte de pacientes, sustentando uma vida que, muitas vezes, não há chances de cura. No entanto, apesar de seus prós e contras frente a tecnologia e sua importância para a área da saúde, têm-se a seguinte reflexão: até quando fazer por aquele paciente? (CANO, 2020). Estudos apontam que a prática da distanásia muitas vezes é imperceptível, realizada de modo automático por médicos, sendo apontado a carência quanto a abordagem da morte ao que diz respeito ao tempo de formação. Logo, muitas vezes a relação com o “fazer tudo que é possível” vincula-se com prolongar a morte do pacientepromovendo a ele a dor e o sofrimento. Dessa forma, nota-se certa contradição entre a distanásia e a legislação ao que rege a preservação da humanidade e dignidade do indivíduo (FELIX, et al., 2013). 12 Já a prática da ortotanásia passou a ser legalizada em solo brasileiro a partir do ano de 2006 promulgada pelo Conselho Federal de Medicina (CFM) sob a resolução 1805 (CFM, 2010). Entretanto, a Unidade de Terapia Intensiva (UTI) dos hospitais passou a ser vistas como um departamento de morte, já que no setor ocorre a terminalidade da vida sucessivamente por fatores diversificados. De acordo com resultados de entrevistas realizadas por estudiosos da área, notou-se que é eminente o número de mortes registradas no departamento da UTI, visto que muitos pacientes são designados para que haja a preocupação com cuidados paliativos quando já foi feito de tudo (PESSINI, 2016). Dessa forma, os cuidados paliativos (CP) são aplicados aos pacientes que após tentativas de tratamento não mostrou quadro de melhora e já não há métodos para intervir a doença, objetivando a promoção de conforto para com o paciente (PESSINI, 2016). Dor e sofrimento são companheiros da humanidade desde tempos imemoriais. Seu controle e alívio constituem-se hoje em competências e responsabilidades éticas fundamentais dos profissionais da saúde. Essa ação é um indicador essencial de qualidade do cuidado da dor e sofrimento, bem como da assistência integral ao paciente, no âmbito da saúde (PESSINI, 2016, p. 57). O sucesso para a execução da ortotanásia está fortemente relacionado com a comunicação entre profissionais da saúde, o paciente e sua família, evitando muitas vezes a prática da distanásia a fim de aliviar o sofrimento do enfermo, permitindo então a morte digna, e quando aprovada pelo paciente/família pode ser executada tanto por médicos e enfermeiros, como pelos também pelos seus familiares. É de suma importância enfatizar no cuidado humanizado, buscando ouvir paciente e dar a assistência necessária para ser estabelecido o conforto desejado (FELIX, et al., 2013). Ademais, existem protocolos a serem seguidos para a execução da ortotanásia como o Consentimento Informado e o Testamento Vital que visam uma rígida documentação de modo que o paciente esclareça os tratamentos que se submeteria quando necessário, sendo necessário que a documentação seja realizada antes que o paciente perca a sua capacidade civil. Portanto, é necessário que a permissão da prática esteja descrita no prontuário deste (FELIX, et al., 2013). 13 Em síntese, a regulamentação da legislação brasileira é precária ao que diz respeito a ortotanásia, já que está se encontra próximo a eutanásia, mesmo sendo permitido, há certa defasagem quanto a protocolos, onde o profissional da saúde deve colocar seus princípios bioéticos e sua ética profissional, além de buscar atender as necessidades que concerne a vida do paciente respeitando, acima de tudo, sua dignidade (MELO, 2016). 5.3. Prática da eutanásia no Brasil Eutanásia é o ato de proporcionar morte sem sofrimento a um doente atingido por doença incurável que produz dores intoleráveis (CANO, 2020). Como consta no juramento de Hipócrates, na raiz deontológico-moral da prática médica no mundo ocidental moderno, que “eu não darei qualquer droga fatal a uma pessoa, se me for solicitado, nem sugerirei o uso de qualquer uma deste tipo”. E diante das situações fáticas do exercício da medicina, não raros são os casos em que tais profissionais se veem entre os apelos de interrupção da vida de pacientes acometidos por dores incessantes, de familiares de enfermos que já perderam a esperança na recuperação (BARBOSA; LOSURDO, 2018). Diante disso surgem as deliberações quanto à eutanásia nos ordenamentos jurídicos contemporâneos. Prática comum desde os povos mais pretéritos, a “morte boa” que vem do grego e que tem sido corriqueira em diversas culturas, variando suas concepções e motivações de acordo com a valoração da vida em cada comunidade (BARBOSA; LOSURDO, 2018). Foi compreendida como ação omissiva ou comissiva de terceiro que cessa a vida de pacientes acometidos por graves doenças físicas ou psíquicas, a eutanásia, enquanto morte piedosa, encontra como um dos principais obstáculos a sua legalização o status sacralizado do direito à vida, em uma reaproximação entre direito e moral nos ordenamentos pós-positivistas atuais (BARBOSA; LOSURDO, 2018). No Brasil a eutanásia é proibida conforme o Artigo 121 do Código Penal, Decreto-Lei 2.848, de 7 de dezembro de 1940. E é considerada como crime de homicídio, uma vez que, em nossa Constituição, a vida é vista como um direito inviolável. O ato eutanásia é considerado um crime e sua pena é de 6 a 20 anos de reclusão, mas contudo há médicos que recorrem a esse método tanto a eutanásia 14 voluntária como o suicídio medicamente assistido através de meios ilegais e visto como antiéticos ainda aqui no Brasil, geralmente o médico, provoca a morte de um doente terminal após o consentimento dele ou de parentes, já quando o paciente tem sua medicação ou tratamentos suspensos (por já não serem efetivos ou até prejudicarem o paciente), ele opta pela ortotanásia, uma prática não prevista por lei, mas permitida no Brasil por uma resolução do Conselho Federal de Medicina (BARBOSA; LOSURDO, 2018). No Brasil, contrariando-se tendência recente de despenalização da prática do dito homicídio piedoso ou homicídio eutanásico, o atual Código Penal (Decreto-Lei 2.848/40) em nada explicita ou mesmo despenaliza a prática da morte por benignidade, alocando todas as condutas analisadas no item supra como sendo facetas de um mesmo crime, o homicídio tipificado no art. 121 do referido Código (BARBOSA; LOSURDO, 2017, p. 165). O Brasil por ter uma grande miscigenação e possuir pessoas de todas culturas e etnias possíveis, é um assunto que gera muito debate. Enquanto a comunidade religiosa diz ser contra, levando em questão um dos mandamentos deles, o “não matarás” é um argumento que pesa, ainda mais no Brasil. Por outro lado, temos aqueles que acreditam que a decisão do paciente deve ser levada em primeiro lugar. A questão vem sendo debatida pelo senado desde 1996, pois mesmo a eutanásia possa ser vista como um ato de “misericórdia” para pessoas que há muito estão com problemas, muitas vezes agudos e que veem nela a saída para que possam finalmente se livrarem de todo esse tormento (BARBOSA; LOSURDO, 2018). Diferente do Brasil já em outros lugares do mundo essa prática é permitida, nem todos os países encaram a eutanásia da mesma forma. Holanda, Suíça, Canadá, Colômbia e Estados Unidos, por exemplo, permitem a morte dependendo do caso. Na Bélgica, a eutanásia é permitida desde 2002. Contudo para que essa prática seja feita o paciente é submetido a alguns exames, tais como psicológico por exemplo, e necessita da autorização de 3 médicos e de um documento que comprove a doença terminal. Para muitos ela acaba sendo a melhor alternativa, pois muitos que optam por ela já estão em fases em que a dor é muito insuportável e acabam optando por ela (BARBOSA; LOSURDO, 2018). 15 5.4. Prática da eutanásia na Bélgica, Holanda e Luxemburgo A eutanásia sempre foi um tema delicado, causando polêmica em Estados que iniciam projetos de lei para legitimar a mesma, dessa forma, atualmente ainda são raros os países que praticam a eutanásia de forma legal em seu território. Vale lembrar que a eutanásia é dividida em dois tipos, sendo eles, a Eutanásia Passiva e a Eutanásia Ativa. Dentre os países praticantes da Eutanásia Ativa, temos: Bélgica, conforme a matéria do site Folha de São Paulo, publicada por Giuliana Miranda, no dia 20 de Fevereiro de 2020, às 15:41 no horário de Brasília, a Bélgica permite a eutanásia desde meados de 2002 e, em 2014, alargou a possibilidade também a menores de qualqueridade, desde que com autorização de seus representantes legais. De acordo com a matéria do site Renascença, publicada por Vasco Gandra, no dia 12 de Abril de 2018, ás 10:50 do horário de Brasília, os registros mais recentes a respeito das mortes por eutanásia na Bélgica foram levantados entre 2014 e 2015, estimando um total de 3950 mortes desde que a lei da eutanásia entrou em vigor no país (MIRANDA, 2020). Holanda, segundo a matéria do site El pais, publicada por Isabel Ferrer no dia 04 de setembro de 2017, as 17:39 no horário de Brasília, a Lei da Eutanásia entrou em vigor na Holanda em 2002 e, sua má prática no país, tem como punição 12 anos de prisão. De acordo com o site Diário de Notícias, em uma matéria publicada por Susete Francisco, no dia 03 de Dezembro de 2017, às 00:00 no horário de Brasília, a Holanda conta com um total de 6091 mortos por eutanásia desde que sua prática entrou em vigor até os dias atuais, o que corresponde a 4% de sua população total (FERRER, 2017); (FRANCISCO, 2017). Luxemburgo, de acordo com a matéria do site Wort.lu, publicada por Paulo Telo Alves, no dia 30 de Maio de 2018, às 00:06 no horário de Brasília, o país europeu, como já mencionado, faz parte do grupo de países que legalizam a prática da Eutanásia Ativa (ato intencional de proporcionar a alguém uma morte indolor para aliviar o sofrimento causado por uma doença incurável ou dolorosa). Luxemburgo legalizou a eutanásia em 2009, o que corresponde a 11 anos desde tal. De acordo com os registros mais recentes publicados na mesma matéria, Luxemburgo é o país Europeu com menor número de mortos por eutanásia desde sua legalização (2009), tendo um total de 29 mortes até 2018 (10 em 2016, 11 em 2017 e 8 em 2018). Embora a prática seja legalizada, existe uma forte resistência de médicos no país que não a 16 executam quando solicitada por pacientes, fazendo com que as pessoas tenham de procurar profissionais em outros países que também possuem essa prática de forma legal (ALVES, 2018). 5.5. Percepção de outras nações sob a eutanásia Apesar do amplo debate que ocorre no ramo da saúde sobre o assunto, podemos perceber uma crescente legalização da eutanásia no mundo contemporâneo. No Canadá por exemplo, um dos últimos países a legalizar, não permitia que médicos acelerassem a morte de seus pacientes, já que o Código Penal do Canadá proibia de as pessoas ajudarem ou encorajarem o suicídio. Porém em 2015 a Suprema Corte do Canadá declarou nula essa disposição e permitiu que a eutanásia seja admitida em pacientes que possuem uma doença grave e irremediável, seja tanto uma doença, quanto deficiência, onde cause um sofrimento duradouro no indivíduo. Depois de um ano e meio dessa declaração de nulidade a nova lei conseguiu entrar em vigor (CASTRO, 2016). Estados Unidos, um país aonde cada estado tem uma legislação diferente, Oregon foi o primeiro estado a legalizar o suicídio assistido, permitindo a utilização de medicações em doses fatais em adultos competentes, ou seja, que são capazes de expressar conscientemente sua vontade, médicos e especialistas da área consideram isso uma morte com dignidade. Nem todos os hospitais aceitaram a nova lei, muitos hospitais católicos não realizam esse tipo de procedimento. Outros estados do mesmo país seguiram a mesma linha de raciocínio legalizando a eutanásia, esses estados são: Vermont em 2013, Califórnia em 2015, Washington em 2008 e Montana em 2009 (ANTUNES, 2016). Colômbia é um dos poucos países que também legalizaram a eutanásia na América do Sul. Em 1997 foi descriminalizada, porém somente em 2015 o Ministério da Saúde definiu como poderia ocorrer, atualmente o país possuí uma lei onde consegue estabelecer critérios e procedimentos para garantir o direito à morte com dignidade. Os médicos utilizam remédios intravenosas a pacientes adultos com doenças terminais, para isso ser feito, o paciente deve requisitar a morte assistida, e deve ser autorizada e supervisionada por um médico, um psiquiatra e um advogado (MARCON, 2016). 17 No Reino Unido mesmo com muitos debates sendo feitas no país, ele ainda não permite oficialmente a morte assistida, a eutanásia ativa é considerada como um crime de homicídio, quem auxiliar esse ato pode ser punido com até 14 anos de prisão. Porém o auxílio ao suicídio pode ser despenalizado se, por exemplo, a ajuda for por compaixão, ser voluntária a decisão da morte, consciente, bem pensada e comunicada às autoridades (ANDRADE, 2016). Outros países que também legalizaram a eutanásia, seguem a analogia de morte com dignidade e que consideram como um homicídio piedoso, entre elas temos: Espanha, Uruguai, Colômbia, Austrália, Nova Zelândia (RUCKL; ANDRADE, 2016). 5.6. Religião e morte A finitude da vida é vista como um mistério, onde não se sabe ao certo o que acontece com a terminalidade do ciclo vital. O fato de incertezas aplicada sob a morte ocasiona uma perspectiva assustadora aos indivíduos, o que, diante ao exposto, muitos buscam por um apoio na religiosidade e espiritualidade. Ademais, existem estudos que evidenciam a promoção da qualidade de vida e bem estar de indivíduos quando estes se apegam a uma filosofia de vida (SILVA, et al., 2012). Diante a uma situação difícil é comum que o homem se aproxime de crenças em busca de apoio emocional, explicações, respostas e filosofias que possam ajudar a enfrentar o momento difícil. Entretanto, a adoção de religiões vem sendo empregado como um meio estratégico para a busca pelo conforto (SILVA, et al., 2012). Para o paciente, uma das formas de enfrentar o medo da morte, da doença, da invalidez e da solidão é buscando ideias, pensamentos que tragam amparo, conforto e até mesmo solução para seus problemas. Entender o porquê do sofrimento e da morte pode ser um alívio em meios a tantas dúvidas e desconhecimento em relação ao seu próprio futuro. Logo, através de conceitos religiosos os pacientes encontram muitas “respostas” mesmo subjetivas que respondem as suas indagações (SILVA, et al., 2012 p. 131 e 132). A morte ainda é vista como um desafio para os profissionais da saúde, dessa forma, acredita-se que quando o profissional (em especial os enfermeiros) possuem um conhecimento amplo sobre a religiosidade podem prestar cuidado ao paciente de modo a sanar todas as suas necessidades promovendo o conforto e amparo ao mesmo. A preservação de crenças durante a prestação de cuidados por vezes pode 18 ser dificultosa para o enfermeiro, já que existem crenças que possuem a morte como um castigo, enquanto outras enxergam a morte como uma passagem para a vida eterna, logo, conhecer a crença do paciente irá auxiliar no enfrentamento de seu medo ou de sua esperança, visto que é de suma importância que o profissional se mantenha neutro de modo a não empregar seus valores particulares, e sim do enfermo (BOUSSO, et al., 2011). Acessar a dimensão religiosa e espiritual de um paciente representa uma compreensão mais profunda de suas crenças e valores, permitindo ao profissional de saúde atender melhor suas necessidades. A formação na área da saúde ainda tem um forte componente objetivo e, devido a isso, muitos profissionais ainda têm relutância em abordar questões religiosas e espirituais. Atualmente, cresce a tendência de se incorporar as dimensões espiritual e filosófica na assistência à saúde (BOUSSO, et al., 2011, p. 398). Segundo Melo (2013), existem diferentes religiões com a doção de diferentes doutrinas, onde cada uma destas tratam a finitude da vida com uma perspectiva própria. Portanto, a seguir, optou-se por selecionar algumas das religiões existentes de modo a realizar uma síntese diante a perspectiva adotada, sendo elas: • Budismo: o indivíduo é visto como único em seu curso de vida compreendido entre a vida e a morte, dessa forma, o fim de sua vida é tida como o fim de um cicloque logo após a morte o corpo passa por uma reorganização compreendida em 49 dias de modo que ocorra o renascimento do indivíduo (seja como animal, objeto inanimado ou humano) de acordo com o carma da vida passada (MELO, 2013). • Judaísmo: de acordo com sua doutrina, ao nascer o indivíduo assina um contrato ao qual é designado a passar por diferentes situações no plano terreno, e após sua morte passa a aguardar pela Era Messiânica (quando Messias chegar à Terra). Contudo, a alma é imortal, e após a morte é revisado as ações do indivíduo até que este esteja apto para retornar a terra com a volta do Messias (MELO, 2013). • Islamismo: a morte é vista como um portal para a designação metafórica ao paraíso ou inferno, o que será decidido a partir do “juízo final” como julgamento de todos os atos e pensamentos do indivíduo enquanto vida (MELO, 2013). • Candomblé: o pós-morte se dá de acordo com a passagem do indivíduo no plano real podendo ser facilitada por orixás, acreditando em um vínculo eterno 19 entre a vida e a morte, onde o indivíduo pode passar por sucessivas reencarnações e na existência de reinos espirituais – lugar em que os “mortos” passam a viver (MELO, 2013). • Espiritismo: a percepção espírita acredita que a morte atinge somente o plano físico, e a desencarnação do corpo (separação do corpo e da alma) é uma forma de liberar o espírito do indivíduo para que esse continue sua trajetória em uma outra reencarnação podendo quitar dívidas e adquirir créditos (MELO, 2013). • Catolicismo: Deus como divino tem o poder de julgar o indivíduo de acordo com sua trajetória na Terra, podendo condená-lo a plenitude ou direcioná-lo ao inferno. Entretanto, a doutrina é baseada na filosofia da vida eterna, visto que seu objetivo é o alcance da plenitude para uma vida ao lado de Deus (MELO, 2013). Assim, os profissionais de saúde, especialmente os enfermeiros, precisam entender a relação existente entre o paciente e a religiosidade, respeitando e acolhendo as ideias e experiências vivenciadas por estes. É preciso valorizar a cultura e crença do próximo, para assim promover o cuidado desejado pelo o enfermo, buscando compreender seus aspectos humanos, físicos, mentais, sociais e espirituais (BOUSSO, et al., 2011); (SILVA, et al., 2012). 5.7. Preparo do corpo Após o paciente vir a óbito, é necessário que ocorra determinada preparação do corpo, de modo a preservar o cadaver, logo, o procedimento visa cuidar do corpo de modo a deixá-lo limpo, buscar por identificar o indivíduo para acionar a família, evitar eliminação de flatos, secreções, sangue e mau odor e preservar a imagem do falecido. As atividades mencionadas podem ser realizadas tanto por médicos como também por auxiliares e técnicos de enfermagem logo após o médico declarar o óbito do paciente (BARRIOSO, 2020). O preparo do corpo pode ser realizado tanto no hospital pela equipe de necropsia, como tambem pelo Instituto Médico Legal (IML), dessa forma, quando o corpo for direcionado ao IML não é necessário que seu preparo seja realizado no hospital (MS, 2009); (NIC, 2016). 20 Entretanto, existem materiais que devem ser utilizados para a execução do procedimento, sendo eles: EPIs, algodão, curativo, ataduras, esparadrapos, etiquetas de identificação, hamper, lençol ou saco mortuário, biombo e vestimenta (BARRIOSO, 2020); (COREN, 2020); (NANDA, 2015); (RIBEIRO, 2020). Segundo a Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (EBSERH) os Procedimentos Obrigatórios Padrão (POP) é categorizado em antes do contato com o cadáver e durante o contato com o corpo. Desse modo, antes da equipe de necropsia entrar em contato com o paciente é necessário que os aparelhos sejam desligados, reunir os materiais que serão utilizados durante o procedimento de modo a encaminhar ao departamento responsável, posicionar o biombo e posicionar a cama em posição horizontal com a cabeceira levemente erguida (EBSERH, 2016). De acordo com a EBSERH (2016) a execução do procedimento, consiste nos seguintes passos: • Fechar os olhos do paciente, pressionando as pálpebras. Em caso de falha, feche com fita; • Retirar os cateteres, as cânulas e os drenos com auxílio de tesoura ou bisturi; • Fazer curativo oclusivo nos sítios de inserção de dispositivos que estiverem drenando secreções, utilizando gazes e fita adesiva; • Colocar a prótese dentária (caso o cliente tenha); • Tampar os orifícios naturais do corpo (narinas, ouvidos e regiões orofaríngea, vaginal e anal); • Remover os curativos e refazê-los; • Fazer a higiene do corpo com compressa úmida com água e sabonete líquido na presença de sangue, secreções e outras sujidades; • Remover os lençóis sujos e molhados, desprezando-os no hamper; • Sustentar a mandíbula com atadura crepe ou com esparadrapo, amarrando-o no alto da cabeça; • Unir as mãos sobre a região epigástrica e fixá-las com atadura crepe ou esparadrapo; • Juntar os pés e fixá-los com atadura crepe ou fita adesiva; • Fixar a fita adesiva com os dados de identificação na testa do cliente em posição invertida. Não retirar a pulseira de identificação; 21 • Colocar um lençol limpo sob o corpo, utilizando-o para passar o corpo da cama para maca, e outro sobre; • Dobrar o lençol sobre o corpo, fixando com fita adesiva; • Encaminhar o corpo ao local de destino ( Serviço de Patologia/ Necropsia), após comunicação prévia; e • Proceder às anotações de enfermagem, constando: data e horário do óbito, nome do médico que constatou o óbito, descrição dos cuidados realizados; horário da transferência ao Serviço de Patologia/Necropsia, identificação da pessoa que recebeu os pertences, intercorrências e outros achados importantes. Ademais, é necessário que o profissional evite comentários desnecessários e mantenha conduta de respeito durante o cuidado com o corpo, além de respeitar as crenças e valores dos familiares e do paciente ao executar o preparo (MARASCHIN, 2018); (NOC, 2016). 5.8. Declaração de óbito A Declaração de Óbito (DO) é o documento-base do Sistema de Informações sobre Mortalidade do Ministério da Saúde (SIM/MS). É composta de três vias autocopiavas, pré-numeradas sequencialmente, fornecida pelo Ministério da Saúde e distribuída pelas Secretarias Estaduais e Municipais de saúde conforme fluxo padronizado para todo o país. Os dados contidos na certidão de óbito são utilizados para conhecer a situação de saúde do indivíduo e gerar ações para promover melhorias, além de que as estatísticas de mortalidade são produzidas com base na DO a qual é emitida pelo médico responsável de modo a estar de acordo com o que rege a legislação do país (MS, 2009). Ademais, o Serviço de Verificação de Óbito (SVO) pode ser acionado para emissão da DO caso o médico não consiga correlacionar o óbito com o quadro clínico concernente ao acompanhamento registrado nos prontuários ou fichas médicas dessas instituições (MS, 2009). Em casos de morte natural sem assistência médica, a declaração de óbito deve ser emitida pelo médico do SVO, nas localidades que dispõem deste tipo de serviço ou pelo médico do serviço público de saúde mais próximo do local onde ocorreu o 22 evento; e na sua ausência, por qualquer médico, nas localidades sem SVO (MS, 2009). A declaração de óbito deve ser emitida em todos os óbitos ocorridos, tanto em mortes naturais como também em mortes violentas, estando incluso a morte de recém nascidos logo após o parto, independentemente de seu peso e o tempo que permaneceu vivo. Já em casos de óbito fetal com gestação de menos de 20 semanas, e/ou quando o feto pesa menos de 500g ou com uma estrutura com menos de 25 centímetros a DO fica a critério da família quando pretende realizar o sepultamento segundo a legislação (MS, 2009). De acordo com o Ministério Público (2009), a declaração de óbito deve ser composta por nove blocosde informações de preenchimento obrigatório, a saber: I. É a parte da DO preenchida exclusivamente pelo Cartório de Registro Civil. II. Identificação do falecido: o médico deve dar especial atenção a esse bloco, dada a importância jurídica do documento. III. Residência: endereço habitual. IV. Local de ocorrência do óbito. V. Específico para óbitos fetais e de menores de um ano: são dados extremamente importantes para estudos da saúde materno-infantil. VI. Condições e causas do óbito: destacam-se os diagnósticos que levaram à morte, ou contribuíram para a mesma, ou estiveram presentes no momento do óbito. Dar especial atenção a óbitos de mulheres em idade fértil ao preencher os campos respectivos (43 e 44 do modelo vigente), visando estudos sobre mortalidade materna. VII. Os dados do médico que assinou a DO são importantes e devem ser preenchidos de maneira legível, pois trata-se de documento oficial, cujo responsável é o médico. Para elucidação de dúvidas sobre informações prestadas, o médico poderá ser contatado pelos órgãos competentes. VIII. Causas externas: os campos deverão ser preenchidos sempre que se tratar de morte decorrente de lesões causadas por homicídios, suicídios, acidentes ou mortes suspeitas. IX. A ser utilizado em localidade onde não exista médico, quando, então, o registro oficial do óbito será feito por duas testemunhas. 23 As causas a serem anotadas na DO são todas as doenças, os estados mórbidos ou as lesões que produziram a morte ou contribuíram para mesma, além das circunstâncias do acidente ou da violência que produziram tais lesões (MS, 2009). 5.9. Profissionais de enfermagem frente a morte de pacientes O Profissional da saúde é um dos principais figurantes a estarem em cena indiretamente e diretamente com o tema: morte, é de extrema importância o trabalho e um preparo tanto físico e como psicológico do profissional (MODOLO, 2016). A morte e o morrer é um assunto forte onde gera desconforto, porém não deixa de ser de fato algo inevitável. Em estudos é um assunto pouco abordado entre professores e alunos, sendo essencial para sua formação (MODOLO 2016). Segundo Lima e Júnior (2015; p.26) “em relação a todo esse processo, destaca-se que também existem várias atitudes e sentimentos nos profissionais de enfermagem que atuam diariamente frente à morte de pacientes em estado terminal”. Por isso é importante entender a morte como um processo, e não como um fim (LIMA; JÚNIOR, 2015). A morte do paciente não deve ser sinônimo de fracasso para o profissional de enfermagem. A morte não pode ser vista como uma doença e por isso não deve ser tratada como tal, os profissionais devem compreender como um processo natural e o paciente deve ser considerado como um ser social, com crenças e valores próprios (ROSA; COUTO, 2015). 5.10. Como lidar com familiares frente a morte de um ente querido O enfermeiro além de cuidar de seu paciente deve cuidar e se preocupar com a saúde mental e bem estar de seus familiares. A morte de uma pessoa querida, apesar de inevitável, é muito dolorosa e sentida pelas pessoas a sua volta, portanto, o profissional de saúde tem papel de suma importância nesse contexto, e precisa estar preparado para cuidar da família em âmbito geral, mostrando-se sensível às necessidades, buscar maneiras efetivas de atendê-las de modo responsável e ter comprometido com os valores éticos e humanísticos. Logo, o cuidado em saúde vai para além do paciente, cuidar da família também é muito importante (UFMG, 2018). 24 A forma como você irá informar o falecimento para o familiar é de extrema importância, este comunicado carrega consigo uma informação que irá mudar a vida do indivíduo, dessa forma, é necessário que seja escolhido um lugar calmo e tranquilo, busque deixar o familiar confortável, se sente frente a ela e olhando em seus olhos dê a notícia com clareza. É necessário que o profissional se posicione com segurança e disponha para tirar as dúvidas existentes (FERREIRA, 2018). Na postura do profissional, o que deve prevalecer é a ética e o respeito, de modo a nortear a equipe durante a abordagem. Trabalhar a empatia também é fundamental, de modo a visualizar e se colocar no lugar do próximo. É de suma importância o calor humano nesse momento, se manter ao lado do familiar e ouvir seu desabafo, com isso será transmitido segurança e conforto à ele (FERREIRA, 2018). Após a notícia do óbito, deixe que o luto siga seu curso para não haver complicações emocionais e nem mesmo patológicas. O familiar, dependendo de sua proximidade com o falecido, passará pelas seguintes fases: • Negação: consiste em negar o acontecimento, o indivíduo passa a acreditar na possibilidade de engano (MARASCHIN, 2018). • Raiva: irá abordar o medo, dor ou culpa, podendo variar sua duração e frequência. Esta fase é delicada, o indivíduo está incongruente e pode ter atitudes desagradáveis, piorando o clima diante de qualquer processo (MARASCHIN, 2018). • Barganha: vem os pensamentos sobre fazer algo para reverter o ocorrido (MARASCHIN, 2018). • Depressão: a perda anterior gera esta fase de grande sofrimento. O indivíduo que perdeu seu ente querido chora, se isola, repensa sobre a vida e percebe a falta que o outro fará na sua vida (MARASCHIN, 2018). • Aceitação: o indivíduo passa a aceitar o fato e seguir sua vida assim como antes do ente querido vir a óbito (MARASCHIN, 2018). Em questões burocráticas, o enfermeiro junto a instituição providencia a documentação de óbito no sistema e organiza corretamente de modo a facilitar para o familiar, visto que este já está lidando com a dor da perda (FUJITA, 2019). Cada pessoa vivencia o luto de modo peculiar e manifesta o seu pesar com maior ou menor emoção, o que impossibilita o estabelecimento de padrões para as reações que se seguem à morte de um ente querido. Sabe-se que a 25 morte é sentida por aqueles que ficam, e que estes necessitam de meios para expressar o seu pesar. Ressalta-se que não se pode apressar o processo de luto e que não existem fórmulas para mitigar a dor, porém pode-se estar presente e demonstrar que o enlutado não está sozinho, que o luto não é sinônimo de fraqueza e que é necessário vivenciar a perda (SILVA, et al., 2019, p. 1541). Como já mencionado, o que deve prevalecer é a empatia, antes de qualquer coisa. quem está do ‘outro lado da mesa’ é um ser humano que precisa de carinho e acolhimento naquele momento (PEREIRINHA, 2018). 26 6. CONSIDERAÇÕES FINAIS O presente trabalho propôs realizar uma revisão de literatura de modo a analisar os preceitos éticos e legais da finitude da vida, visando a dignidade ao fim da vida dos indivíduos sanando suas vontades, desejos e necessidades. Visto isso, notou-se que há determinada defasagem quanto a formação dos profissionais de saúde diante a problemática, o que exige destes obter o conhecimento e experiência durante a o exercício da profissão. Ademais, o processo de morte está além da terminalidade da vida, indo desde os cuidados paliativos até mesmo o luto dos familiares, sendo eles de responsabilidade do enfermeiro. Em síntese, o paradigma da morte digna encontra- se entre a ortotanásia e a eutanásia sendo a última ilegal em solo brasileiro, mas de modo geral, profissionais de enfermagem devem atuar no processo de ortotanásia ofertando o cuidado e o conforto ao paciente que se encontra em dada situação. 27 REFERÊNCIAS ALVES, P. T. 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Fonte: DOS AUTORES, 2020. 35 Apêndice E – Religião e morte Fonte: DOS AUTORES, 2020. Apêndice F – Atuação do enfermeiro frente a morte de pacientes. Fonte: DOS AUTORES, 2020. 36 Apêndice G – Profissionais de enfermagem frente a morte de pacientes. Fonte: DOS AUTORES, 2020. Apêndice H – O caso de Cullen, extraído da revista “Aventuras na História”. Fonte: DOS AUTORES, 2020. 37 Apêndice I – O caso de Cullen, extraído da revista “Aventuras na História”. Fonte: DOS ATORES, 2020. Apêndice J – O caso de Cullen, extraído da revista “Aventuras na História”. Fonte: DOS AUTORES, 2020. 38 ANEXO UNIVERSIDADE PAULISTA GRADUAÇÃO EM ENFERMAGEM SÃO PAULO 2021 1. INTRODUÇÃO 2. OBJETIVOS 2.2. Específico 3. MATERIAIS E MÉTODOS 3.2. Coleta de dados 3.3. Critérios de inclusão 3.4. Critérios de exclusão 3.5. Análise de dados 4. RESULTADO 5. DISCUSSÃO 5.2. Prática da distanásia e ortotanásia no Brasil 5.3. Prática da eutanásia no Brasil 5.4. Prática da eutanásia na Bélgica, Holanda e Luxemburgo 5.5. Percepção de outras nações sob a eutanásia 5.6. Religião e morte 5.7. Preparo do corpo 5.8. Declaração de óbito 5.9. Profissionais de enfermagem frente a morte de pacientes 5.10. Como lidar com familiares frente a morte de um ente querido 6. CONSIDERAÇÕES FINAIS REFERÊNCIAS APÊNDICE ANEXO
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