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SOCIOLOGIA JURÍDICA - PRIMEIRA PARTE (CLAUDIA ALBAGLI)

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1 
Brenda Neiva Bagano - FBDG 
Noções Introdutórias: 
O intuito da sociologia é fazer com que o indivíduo 
saia de uma leitura normativa e faça uma leitura 
que observa de que maneira o direito chega à 
sociedade. É uma possibilidade de reflexão crítica 
para o direito. Ex:. Criação da lei seca. 
 A partir a criação da uma lei, o individuo 
passa a raciocinar se ela conseguiu atingir seu 
objetivo, que nesse caso é coibir o consumo de 
álcool enquanto se dirige. Com a lei seca os 
acidentes no transito foram minimizados? Com a lei 
seca o comportamento dos indivíduos no transito 
sofreram metamorfoses? 
Embora tenhamos um curso majoritariamente 
dogmático e baseado no estudo da norma, existem 
ao longo do curso “janelas” para que possamos ir 
além dessa compreensão/sair da caverna. A 
sociologia é voltada por essa busca que possibilite o 
entendimento do direito não apenas circunscrito à 
norma, mas que faça reflexões para além desta – 
isso contribui para a evolução do próprio direito. A 
sociologia tem obrigação de permitir que o 
profissional do direito perceba a realidade que está 
fora da nossa bolha e que é para onde a sociedade 
de volta. 
Numa relação horizontalizada – indivíduo e indivíduo 
- a sociologia também contribui para melhoras. 
Ciências Sociais: 
O que a gente chama de ciência social é algo bem 
mais recente. Na filosofia, por exemplo, iniciamos o 
estudo na antiguidade clássica grega. Na ética e na 
hermenêutica ocorre o mesmo. Assim, o direito e 
as áreas de reflexão crítica normalmente vêm de 
tempos antigos e normalmente o que nós 
chamamos de ciência social surge a partir do 
século XIX. 
Porém, não é apenas nesse século que se inicia o 
estudo sobre a sociedade, pois, o estudo sobre o 
seio social existe desde os primórdios. Se 
pegarmos Aristóteles, fica perceptível quando ele 
diz “O homem é um animal político” que ele já 
fazia esse estudo sobre sua sociedade da época. 
Ele estava analisando quem é esse indivíduo que 
vive na polis e como ele socializa. Contudo, a 
afirmação de uma CIÊNCIA social se dá a partir do 
século XIX. 
Essa noção de ciência social é impulsionada por um 
movimento das ciências sociais como um todo. Os 
movimentos racionalistas ganham força com 
Descartes e Francis Bacon a partir do século XVII. 
Tal perspectiva, nós trás uma noção de ciência 
específica e esses pensadores propõe que no 
campo das humanas se tivesse também ciências, 
pois, se a ciência social depende das formulas e leis, 
é necessário desenvolver um mecanismo que 
assegure a segurança jurídica e permita ser 
denominado de ciência social. 
Isso no direito resulta no positivismo jurídico, uma 
expressão a esse movimento de racionalização 
porque ele é uma tentativa de dar ao direito a 
certeza que com o jusnaturalismo não existia. Essa 
segurança se forma a partir das leis. 
 A ciência social se desenvolveu 
rapidamente. Durkheim cria no inicio do século XX 
o primeiro curso de ciência social e a partir de 
então temos a formação de sociólogos. 
 2 
Brenda Neiva Bagano - FBDG 
A sociologia Jurídica: 
É um subcampo da ciência social sendo que o 
direito sempre foi objeto de estudo e de 
preocupação dos autores da sociologia. Durkheim, 
Weber e Marx irão discutir o direito nas suas obras, 
mas não são sociólogos do direito. 
Os sociólogos do direito se dedicam a estudar única 
e exclusivamente a interseção entre direito e 
sociedade. 
Carlos Nardi-Greco: 
Italiano que em 1907 lança uma obra denominada 
“Sociologia do Direito” e por isso ele é importante 
nesse contexto. Não há em seu pensamento nada 
de importante, por isso não foi um autor que 
impactou seu tempo. 
Eugen Ehrlich: 
Publica a obra denominada “Fundamentos da 
Sociologia do Direito” livro o qual até os dias atuais 
é publicado em 1913 e essa obra será de grande 
relevância, pois ele defende nessa obra que direito 
não é norma e que este se constitui a partir das 
relações sociais. O que ele queria fazer era negar o 
fundamento normativo do direito deslocando a 
noção de direito para a dinâmica da sociedade. A 
maior prova de que seu pensamento tem 
relevância é que o próprio KELSEN em sua obra 
“Teoria pura do Direito” dirá que a sua proposta é 
escrever uma teoria pura para afastar o direito das 
concepções sociológicas e debates sobre justo. É 
teoria pura porque o intuito é estudar a filosofia do 
direito em sua pureza e ele entende que essa linha 
sociologia impede a cientifização do direito. 
Quando Ehrlich diz que direito não é norma e sim 
as relações vivas da sociedade, ele estabelece 
como parâmetro sempre a sociedade para com o 
direito. O ponto de partida /a premissa é o social e 
a norma pode ser consequência disso. Já o 
positivismo defende a ideia de que é o direito para 
a sociedade. 
Direito e sociedade – não é uma relação 
hierárquica, e sim de troca. 
 Ele faz essa afirmação no momento em 
que a visão positivista estava em ascensão – 1913. 
Eugen vai a contraposto a essa ideologia a qual 
prevalecia nesse momento histórico. 
 Escola Sociológica do Direito: Nasce a partir 
do pensamento de Eugen. 
Escola de Exegese: 
Tem seu marco com o código de Napoleão, sendo 
que ao longo do século XIX há o desenvolvimento 
das concepções positivistas do direito não só com 
Exegese na França bem como com o 
Pandectismo na Alemanha. 
Paradigma Dogmático 
Parte de uma concepção monista pautada na ideia 
de que direito é aquilo que o Estado diz que é, seja 
como Estado legislador seja como Estado 
controlador. No âmbito dogmático, o direito só 
existe quando o Estado autoriza. 
 3 
Brenda Neiva Bagano - FBDG 
- Crença na segurança jurídica: Indispensável para 
o funcionamento do direito. Para que este 
mantenha a ordem precisa passar a sensação de 
segurança. O conceito de coisa julgada é quando a 
decisão se torna irrecorrível e não pode mais ser 
questionada é um exemplo de segurança jurídica. 
Essa segurança não pode ser um obstáculo à 
concretização ao ideal de justo. 
 Relativização da coisa julgada : 
 Inconstitucionalidade de coisa julgada: 
- Monismo Jurídico: Somente é direito aquilo que o 
Estado diz que é direito, ou porque ele 
produziu/legislou, ou porque ele autorizou a 
existência daquela norma. Caso contrário, não é 
direito. É a consequência prática da formação do 
Estado moderno porque se puxarmos a história do 
direito vemos que até a formação deste tínhamos 
uma espécie de pluralidade de fontes – várias 
fontes produtoras de norma. Nesse sentido, o 
próprio sistema feudal tinha a sua norma, e o 
senhor feudal determinava as regras do 
funcionamento do seu feudo. A igreja era outro 
sistema normativo, e nesse cenário pré-estado 
moderno imperava uma pluralidade de fontes 
jurídicas. O estado moderno desloca toda a fonte 
normativa para o próprio estado, mais 
especificamente para o poder Legislativo. Nossa 
perspectiva ainda é monista. 
- Prática técnico-formal: O direito é formal por 
natureza e pautado por formalidades. Algumas 
ritualísticas são necessárias até mesmo para 
identificar o ato, como as audiências, e ritualísticas 
necessárias como as vestimentas. Essa prática gera 
uma sensação de segurança no âmbito do direito. 
Nos últimos anos tem se falado a respeito da 
instrumentalidade das formas que é uma leitura de 
que as formas podem ser relativizadas desde que 
seja necessária ao aproveitamento do ato e não 
desnaturalize a essência do ato. Ex:. reduzir o 
número de linhas entre a assinatura e o pedido. 
Quando a forma é indispensável à existência do ato 
ocorre o inverso, pois abrir mão da formalidade 
corrobora na mudança da essência do ato. Ex:. Um 
pedido inicial (não posso abrir mão, senão será 
uma petição inepta). Boa parte dessas questões 
desapareceu com a digitalização dos processos que 
é feito mediante formulário. Essa tecnologia facilita 
determinadas exigências formais, mas nãovai a 
contraposto a prática técnico-formal. 
- Ordem e completude do ordenamento: Só 
podemos falar de ordenamento por causa do 
monismo jurídico. As diferentes formas de 
enxergar a completude afirma que o sistema é 
completo mesmo que não haja uma norma. Esse 
conceito foi essencial para a formação do 
positivismo jurídico (ideia de que o sistema jurídico 
responde a tudo e automaticamente o direito 
natural não seria necessário ou útil) e o conceito é 
posto desde que o Positivismo começa a existir. 
Mas como a sociedade é complexa o conceito de 
completude é frágil e não concreto. 
Paradigma sócio-jurídico 
- Pluralismo Jurídico: Sugerido pela sociologia que 
dirá que existe um direito para além daquele do 
Estado e que é fruto da própria espontaneidade do 
social, ou seja, a dinâmica da sociedade impõe a 
criação de outras normatividades que não passam 
pelo controle do Estado. É um erro o Direito achar 
 4 
Brenda Neiva Bagano - FBDG 
que só ele juntamente com o Estado é capaz de 
produzir normas. No pluralismo há fonte superior e 
inferior, há fontes dentro e fora do Estado. 
- Prática empiricamente inserida: A sociologia não é 
contra a formalidade embora entenda que tem 
formalidades dispensáveis. Esta corrente relata a 
necessidade do profissional do direito se ensina 
empiricamente e conheça a realidade social que ele 
trabalha, pois assim o direito terá maior capacidade 
de produzir justiça social. 
- Crença no ideal de justo: A segurança jurídica 
pode proporcionar obstáculos para o ideal de 
justiça. 
- Interpretação sociológica: A sociologia traz um 
vertente de “realidade” e onde não tem uma 
completude no ordenamento, já que muitas 
respostas não são encontradas no ordenamento, já 
que pode ser uma nova situação, então a 
completude vai caindo enquanto a sociedade vai se 
tornando mais completa. 
A sociologia jurídica tem procurado ponderar a 
segurança jurídica para que isso não signifique uma 
impossibilidade para a execução da justiça. É 
possível se relativizar determinado conceito em 
prol da justiça. 
Durkheim 
O norte da sua teoria será o esforço que o 
mesmo faz para demonstrar a existência de uma 
ciência social, ele queria provar que era possível 
estudar a sociedade a partir de leis e formulas. É 
um autor positivista do séc XVIII (positivismo 
filosófico de Auguste Comte) que explicava 
racionalidade humana, como determinante para a 
ciência social. 
Durkheim mostra-se muito influenciado por estas 
mudanças, principalmente a queda do regime 
Monárquico francês. 
Fatores que irão influenciar o pensamento de 
Durkheim 
 Uma segunda grande influencia no 
pensamento de Durkheim será o processo de 
Revolução Francesa, pois, embora ele tenha 
nascido 100 anos após, os processos sociais levavam 
muito mais tempo para se consolidar. 
 Europa pós-revolução industrial – conjunto 
de novidades que são postas para a sociedade e 
que são essenciais para entendermos os 
pensadores desse período. 
A revolução industrial trás algo que até então não 
existia, que é o trabalho assalariado. O 
assalariamento produz uma camada social 
economicamente ativa, gerando o efeito dominó, 
pois se o trabalhador adquire o salário ele precisa 
adquirir produtos para consumo. No mundo pré-
industrial não havia essa relação de assalariamento: 
a sociedade era estamental e imóvel. 
Obs: A sociedade capitalista é consequência desse 
processo de transformação. 
Lei do progresso: o ser humano está fadado a 
progredir. 
Se o propósito era estudar por uma ciência, era 
necessário se estudar por aquilo que era 
considerado ciência na época. Ciência era sinônimo 
de ofertar verdades, e para a ciência, verdade era 
 5 
Brenda Neiva Bagano - FBDG 
separar o objeto de estudo do sujeito pesquisador, 
já que não havia interferência direta entre os dois 
para o pensamento da época. FAZER CIENCIA ERA 
RACIONALIZAR O ESTUDO SOBRE ALGO, E 
PARA ISSO E RA NECESSÁRIO QUE IDENTIFICAR 
ESSE ALGO. 
Objeto da ciência social: fato social. 
A teoria pura do direito advém do objeto da 
ciência do direito: o fato social. Esse conceito de 
fato social vem como uma síntese de 
comportamentos coletivos da sociedade que lhe 
permitem identificar ali uma permanência de 
comportamento, uma constância, uma prática, 
como uma religião universal, por exemplo, 
independe das manifestações individuais. Uma só 
pessoa ou algumas pessoas não tem força para ir 
contra o fato social. 
A ideia que temos hoje de fato social é de um 
acontecimento da sociedade, e não é esse o 
conceito do autor. A ciência entende hoje que não 
existe separação entre o sujeito e objeto, e o 
modo como eu vejo as coisas é resultado da minha 
existência. O objeto é sempre de alguma maneira 
complementa do sujeito. 
 “É toda maneira de fazer, fixada ou não, suscetível 
de exercer sobre o individuo uma coerção 
exterior: ou então, que é geral no âmbito de uma 
dada sociedade tendo, ao mesmo tempo, uma 
existência própria, independente das suas 
manifestações individuais”. O que Durkheim está 
querendo dizer é que individualmente o fato social 
não pode ser construído e nem modificado, pois, é 
necessário se ter uma síntese de comportamentos 
coletivos para se obter o fato social. O individuo 
isoladamente não modifica o fato social e o 
processo de mudança do fato social é resultado da 
síntese de comportamentos coletivos. Ex: a religião 
é resultado de uma gama de acontecimentos que 
nos possibilitam identificar determinadas 
características. 
Características do fato social 
Coercitividade – há uma coerção exercida pelo 
mesmo, pois, em determinadas situações não há 
escolha da minha parte se vou agir de uma 
maneira ou de outra, ex: eu não escolho falar o 
português, não escolho o direito, dentre outros. 
Além disso, mesmo quem não é adepto a uma 
religião, é alcançado pelo fato ex: feriado da 
padroeira do Brasil. O indivíduo que tenta ser 
contrário ao fato social é taxado como diferente, 
pois ela está indo contra um sistema dotado de 
coercitividade. 
Exterioridade – o fato social é exterior, pois 
antecede o homem e o sucede. O fato não vem 
de dentro do indivíduo e vai para a sociedade, mas 
sim, da sociedade para o indivíduo. 
Generalidade – Durkheim quer dizer que todos nós 
somos alcançados pelos fatos sociais, ex: religião. 
Maneiras de ser vs maneiras de agir para Durkheim 
Os fatos sociais possuem diferentes graus de 
consolidação enquanto capacidade de permanecer 
na sociedade. Maneira de ser diz respeito aos fatos 
sociais com alto grau de consolidação, ex: 
economia. Maneiras de agir seriam fatos sociais 
com menor grau de consolidação em que os 
processos de transformação são mais passíveis de 
 6 
Brenda Neiva Bagano - FBDG 
ocorrer. Em sua obra “as regras do método 
sociológico” ele exemplifica como maneira de agir a 
moda – mas não a moda de atualmente, já que 
esta é efêmera. Ex 2: redes sociais – posso ser 
avessa a essa tecnologia, mas terei dificuldades 
para me adaptar no contexto social -. Os nossos 
fatos sociais hoje são menos consolidados e 
dotados de fluidez e capacidade de mudança - ou 
seja, maneiras de agir -. 
Obs – a mudança da lei não significa a mudança 
das premissas do direito 
Outro conceito associado ao fato social é o de 
representações coletivas – percepção de que os 
fatos sociais é o resultado da transmissão e 
transferência de comportamentos e geração para 
geração. Isso também serve para que a gente se 
compreenda enquanto sociedade. Não existia o 
termo cultura como um conceito apto a sintetizar 
esse tipo de percepção social. OS FATOS SOCIAIS 
PRODUZEM CULTURA, OU SEJA, 
REPRESENTAÇÕES COLETIVAS. 
Outro conceito associado ao fato social é a ideia de 
valores – comportamentos são mais ou menos 
valorados/desejados de acordo com a sua 
compatibilidade com os fatos sociais. Uma das 
questões mais severas quetemos no Brasil de 
desigualdade decorre de um sistema econômico 
baseado na propriedade privada latifundiária – nós 
temos a percepção de que quanto maior a 
terra/casa, melhor é. 
O que Durkheim chama de valor é exatamente 
isso, a repercussão de como as coisas são 
visualizadas pela sociedade em razão do modo 
como elas se consolidam ao longo do tempo. 
Livro de Durkheim “Da divisão do trabalho social 
(1893)” 
Nele Durkheim aborda sobre preocupações de 
outros autores também: o que significava a 
modernidade. Isso era uma preocupação comum 
porque era certo que uma mudança profunda tinha 
ocorrido na Europa. Dessa forma, todos eles de 
alguma maneira constatavam a questão do modelo 
feudal, pois se vivia um novo tempo. Essa mudança 
foi chamada de modernidade, a qual os autores 
buscaram compreender o porquê de mesmo com 
todas as transformações permanecia o sentido de 
coesão social. Durkheim buscava entender o 
porque do sentido de sociedade não ter se 
perdido. O QUE É QUE MANTEM A COESÃO 
SOCIAL E QUAL É A FORÇA QUE ATUA SOBRE 
O COMPORTAMENTO INDIVIDUAL FAZENDO 
COM QUE AS PESSOAS SINTAM-SE 
PERTENCENTES A ESSE SEIO SOCIAL? QUE 
FORÇA É ESSA QUE CONSEGUIU RESISTIR ÀS 
TRANSFORÇÕES DA EUROPA? 
Nesse livro ele dirá que a sociedade vai de uma 
baixa complexidade para uma alta complexidade e 
desenvolve importantes conceitos como: 
1- Consciência coletiva: Presente em 
sociedades arcaicas onde prevalece uma 
percepção do indivíduo atrelado a um conceito de 
social mais homogêneo (homogeneidade 
comportamental e valorativa). Por isso, há uma 
consciência coletiva, pois o individuo se sente 
atrelada a sociedade pela relação de semelhança 
comportamental. Na sociedade de baixa 
complexidade, há pouca diferenciação social. 
Contudo, nas sociedades de alta complexidade, 
 7 
Brenda Neiva Bagano - FBDG 
Durkheim irá falar que quanto mais complexa vai se 
tornando a sociedade, mais a consciência coletiva 
perde espaço, emergindo a consciência individual. 
2- Consciência Individual: Presente nas 
sociedades mais complexas. Você deixa de se 
sentir conectado à sociedade pela relação de 
semelhança com os indivíduos para tomar 
consciência de você enquanto sujeito e parte da 
sociedade. 
Ao comparar essas duas consciências, Durkheim 
visa relatar a sociedade de antigamente, estagnada 
e marcada por uma consciência coletiva por haver 
uma homogeneidade de comportamentos, e esta 
irá passar por metamorfoses até incidir a 
consciência individual, pois surgirão na sociedade 
novas regras. 
3- Solidariedade mecânica: Laço social mantido 
em virtude da repetição comportamental. 
Solidariedade não é o que compreendemos hoje. 
Solidariedade para ele é a manutenção dos laços 
sociais. Nessas sociedades os laços sociais são 
mantidos de forma mecânica, ou seja, há uma 
espécie de repetição comportamental. 
4- Solidariedade orgânica: Laços sociais são 
consequências da relação de diferença entre os 
indivíduos e ocorre no momento em que a 
sociedade complexa é alcançada – nessa 
sociedade, ao invés dos laços sociais decorrerem 
da semelhança e da repetição de 
comportamentos, os laços sociais irão decorrer da 
diferenciação comportamental e de tarefas sociais. 
Quanto mais vão surgindo novos trabalhos, maior a 
percepção dessa solidariedade orgânica em que os 
indivíduos se sentem unidos e parte do seio social 
pelas suas diferenças. O termo “orgânica” vem da 
ideia de que cada individuo desempenha um papel 
nesse contexto. A sociedade funciona pelo fato de 
haver diferentes papeis sociais e interdependência 
dos mesmos. O surgimento de novas formas do 
trabalho não quebra esse laço. Ex: dentista precisa 
do padeiro, padeiro precisa do gari, etc. 
5- Direito como indicador social: 
Para Durkheim o direito era uma forma de 
identificar de que tipo social nós estamos falando. 
Ele dirá que nas sociedades onde os laços são 
baseados na solidariedade mecânica o direito que 
seria indicador era o direito repressivo – pois nesse 
contexto temos uma sociedade em que os 
comportamentos representam certa segurança, e 
qualquer comportamento que vá a contraposto a 
isso, este é automaticamente repreendido -. Nas 
sociedades de solidariedade orgânica prevaleceria 
um direito de caráter restitutivo – porque este 
asseguraria que naquelas hipóteses em que essa 
relação de busca daquilo que eu almejo no OUTRO 
seja quebrada, ainda assim eu seria 
restituída/recompensada. Ex: se eu tenho uma dor 
de dente e eu procuro um dentista por não ser 
apta a tratar meu próprio dente, eu tenho nesse 
dentista a expectativa de um resultado, mas, se o 
dentista não cumpre essa função, tem que haver 
para mim algum mecanismo de garantia de que eu 
não serei prejudicada, isso é a capacidade de 
restituição. Durkheim formulou essa definição a 
partir do conceito de contrato, um mecanismo por 
excelência que agrega diferenças. 
Anomia 
 8 
Brenda Neiva Bagano - FBDG 
Também é um conceito trazido por Durkheim 
alertando para uma possível consequência negativa 
da solidariedade orgânica. 
A = negação + NOMOS = norma em latim. 
Anomia seria a não norma, ausência de norma, ou 
estado de desregramento – resultado de uma 
norma que existe, mas não funciona. 
A anomia é o processo em que o indivíduo valoriza 
muito a consciência individual e acaba perdendo a 
noção do indivíduo com o todo. Hoje, o termo de 
anomia é usado para discutir outros efeitos sociais 
que não tem nada a ver com solidariedade 
orgânica, principalmente em direito penal. 
Weber 
Weber dirá que a ordem jurídica não quer dizer 
que somente a norma imputa comportamento, o 
costume também imputa comportamento. Não 
acreditava em regras e métodos, pois o cientista 
social não alcança a totalidade do fato. 
Teoria da dominação: dominação é a forma de 
controle que o dominado acredita que a relação é 
espontânea por não perceber que está sendo 
dominado. Um dos pontos de diferença entre Marx 
e Weber, é porque weber não entende a 
dominação como maléfica, ela é legítima. A 
dominação se divide em 
Tradicional: típica de relações familiares, e essa 
tradição é passada de geração para geração sem 
ao menos ser percebida. 
Dominação carismática: o indivíduo segue um líder 
religioso, por exemplo, por admirá-lo. 
Dominação racional legal: domínio através da lei que 
dita comportamentos e normas sem que seja 
relacionada essa relação de dominação. Estamos 
vendo uma queda de braço entre os governos 
estaduais, federais, e municipais, pois nem mesmo 
as maiores potencias estavam preparadas estavam 
preparadas para encarar isso. Esse ciclo causou 
divergência, pois, foi necessário exercer uma 
dominação racional legal para impor que os 
indivíduos ficassem em casa. 
Burocracia: Não é uma coisa ruim, pois é 
importante para manter a máquina pública 
funcionando. 
Competência funcional – quem faz o que dentro 
do estado, fazendo com que a máquina pública 
funcione de forma descentrazilada 
Procedimentos formais – 
Relações baseadas na lei – ele abandona essa 
relação sentimental e universaliza o tratamento do 
estado. Aqui tratamos de toda e qualquer mudança 
no direito administrativo e precisa de um 
balizamento pautado na lei. 
Ascenção por meritocracia – o estado deve ser 
composto pelos melhores, quem tiver mais 
competência. 
Kelsen parte do pressuposto de que a norma só 
tem uma fonte. Na pirâmide de Kelsen só a norma 
vale. Weber dirá que não só a norma determina 
comportamento.

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