Prévia do material em texto
UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ CENTRO VIA CORPVS CURSO DE PSICOLOGIA GIOVANA PEREIRA SOUSA (202002014271) GISELE QUEIROZ FERNANDES (202001240896) RADRA CRISTINA DE LUCENA (202001396781) MELISSA OLIVEIRA BRILHANTE (202001335901) MARIANA VITORIA ALVES MARTINS (202001352333) NAYANE BRENDA GOMES (202002499516) PSICOLOGIA DO ESPORTE FORTALEZA 2020.1 Introdução O esporte, enquanto fenômeno de grande influência na sociedade, é um ato humano individual e coletivo, e não possui funções específicas, mas projeta-se como um grande proporcionador da melhoria na saúde física e mental. Dessa forma, é possível sua existência, por meio da democratização, como viabilizador da socialização, assim, favorecendo a criação de uma identidade entre variados indivíduos. Ademais, a atividade física na vida cotidiana é valorosa, visto que pode diminuir o estresse e é capaz de influenciar o comportamento de seres, através da criação de um propósito para as suas ações. Neste cenário, em que é possível encontrar, cada vez mais, a existência de atletas capacitados fisicamente, torna-se um diferencial a presença de um emocional estruturado e estável para lidar com os casos do mundo esportivo. Sendo assim, a ciência psicológica surge no esporte como um facilitador do equilíbrio emocional. A psicologia do esporte é uma ciência interdisciplinar que se baseia em conhecimentos das áreas da Cinesiologia e da Psicologia, ela envolve o estudo de como os fatores psicológicos influenciam o desempenho dos atletas, assim como, o esporte e o exercício físico exacerbado, como impressionantes abaladores do físico e da mente. Atualmente, a psicologia esportiva é uma disciplina científica independente, com suas próprias teorias e métodos, contudo, é possível evidenciar um crescimento do enfoque em situações que envolvem motivação, personalidade, dinâmica em grupo e liderança, entre outras. No geral, esses estudos buscam o bem-estar dos atletas atrelado a potencialização de resultados. Além disso, a psicologia do esporte pode envolver o trabalho não somente com atletas, mas também, com treinadores e pais discutindo a respeito de questões como: lesões, reabilitação, comunicação, trabalho em equipe, perspectivas profissionais e transições de carreiras. Em conclusão, deve-se enfatizar que o psicólogo do esporte deve orientar-se por princípios básicos como: competência, consentimento e sigilo, integridade, conduta pessoal, responsabilidade profissional, social e científica e ética de pesquisa, para, por fim, estar habilitado para o exercício devido da profissão. O presente trabalho abordará o campo de atuação do psicólogo esportivo, sua estruturação e desenvolvimento, buscando uma maior compreensão de tal área. História da Psicologia do Esporte A Grécia Antiga é considerada o berço das primícias da Psicologia Esportiva, pois alguns filósofos, como Aristóteles e Platão, especularam sobre a função perceptual e motora do movimento, por intermédio das concepções de corpo e alma. No final do século XVII e o começo do século XVIII as habilidades motoras e processos físico-fisiológicos como limiar de determinação, tempo de reação e sentimentos fizeram parte dos estudos da Psicologia referente ao esporte. Posto isso, entre os estudos iniciais em Psicologia do Esporte encontra-se o de George Wells Fitz, professor de Harvard, que afirmava que a prática esportiva era um meio de se preparar para a vida, por proporcionar a competência de julgar, capacidade de perceber as circunstâncias de modo correto e de reagir rapidamente a um ambiente mutável. Além disso, a importância do esporte é destacada em estudos iniciais dessa especialidade, também por Patrick e Hermann, que afirmavam que o esporte permite o desenvolvimento de hábitos de vida e consideravam os músculos como mecanismos pelos quais se desenvolvem a imitação, a obediência e o caráter. Já Kellor defendeu que por meio da atividade física não se construía apenas um corpo forte, mas também uma mente forte. Estes estudos serviram como base para as pesquisas de Norman Triplett, investigador da Universidade de Indiana, que realizou os primeiros experimentos, direcionando a Psicologia do Esporte ao caminho em que se encontra nos dias atuais. Triplett estudou a influência do adversário em ciclistas de rendimento e acreditava que a presença de um competidor servia de estímulo para a liberação de uma energia que permanecia latente diante as condições diretas e sem ritmo de competição. Para o autor, a presença do adversário funcionava como um elemento motivador para o aumento do esforço do atleta. No início do século XX surgiram as primeiras discussões sobre a influência do aspecto psicológico no desempenho de atletas no contexto esportivo, mas como a Psicologia ainda não estava consolidada como uma ciência, as publicações da época eram escritas por educadores, atletas e jornalistas, que não apresentavam suporte científico suficiente para explicar esta variável. Porém, nesse período o sucesso de um atleta era atribuído ao seu controle emocional, evidenciando que o segredo do sucesso de um atleta não está no comprimento dos membros, na profundidade do pulmão ou no desenvolvimento muscular, mas sim, no controle emocional sobre o corpo. Diante de inúmeros estudadores do tema, Coleman Griffith foi considerado o Pai da Psicologia do Esporte, pois foi o primeiro a criar um laboratório de Psicologia do Esporte, em 1925, na Universidade de Illinois. Na epóca, o psicólogo tinha como meta investigar um conjunto de elementos psicológicos relevantes para o rendimento esportivo, e os seus estudos envolviam temas de aprendizagem, habilidades motoras e variáveis da personalidade. A criação do Laboratório de Griffith marca o início do período histórico (1920-1940), quando a Psicologia do Esporte passou a ser desenvolvida e pesquisada na prática. Após a Segunda Guerra Mundial, entre os anos de 1945 e 1964, surgiram vários laboratórios de Psicologia do Esporte nos Estados Unidos, tais como os de Franklin Henry (Universidade de Berkeley), John Lawther (Universidade da Pensilvânia) e Arthur Slater-Hammer (Universidade de Indiana), os quais começaram a oferecer cursos de Psicologia do Esporte nas suas universidades. Durante o período de 1950-1980 a Psicologia do Esporte começou a construir a sustentação teórica que embasaria as pesquisas desse setor da Psicologia. No entanto, apesar das contribuições anteriores de autores como Griffith, foi nesse período que os estudos passaram a enfocar as características psicológicas, tirando o enfoque da área do comportamento motor (desenvolvimento motor e aprendizagem motora). Nesse sentido, devido às diferenças culturais, no contexto mundial cada país enfatizou diferentes aspectos da Psicologia do Esporte e do Exercício. Um grande salto no plano de desenvolvimento científico ocorreu nos anos 60, em que estudos específicos foram realizados. Em 1965, ocorreu a criação da Sociedade Internacional de Psicologia do Esporte (ISSP) por iniciativa da Federação Italiana de Medicina Esportiva, em Roma, demonstrando que este ramo de conhecimento se organizou recentemente em todo o mundo. Estas organizações são, oficialmente, as que realizam os congressos internacionais de maior impacto do setor: o Congresso Mundial de Psicologia do Esporte, organizado pela ISSP a cada quatro anos, e o Congresso da NASPSPA, realizado anualmente. Psicologia do esporte no Brasil No Brasil, a Psicologia do Esporte ainda é tida como uma novidade tanto por psicólogos, como profissionais do esporte, atletas, que, muitas vezes não tem a percepção de que maneira essa intervenção pode ajudá-los a aumentar o rendimento esportivo ou superar situaçõesadversas. O marco inicial da Psicologia do Esporte brasileira foi dado pela atuação e estudos de João Carvalhaes, um profissional com grande experiência em psicometria, nomeado para atuar junto ao São Paulo Futebol Clube, equipe sediada na capital paulista, onde permaneceu por cerca de 20 anos, e esteve presente na comissão técnica da seleção brasileira que foi à Copa do Mundo de Futebol de 1958, conquistando o primeiro título mundial para o país na Suécia. Naquele tempo a Psicologia do Esporte não representou um grande impulso para a área no Brasil, somente em dezembro de 2000 ela foi reconhecida como uma especialidade da psicologia. Esse reconhecimento tardio se deve ao histórico da própria psicologia no Brasil. O esporte na década de 50 era marcado pelo o amadorismo e o fair play, e isso representava um compromisso com a prática esportiva competitiva muito distinta daquilo que se vive nos dias atuais. O desenvolvimento da prática esportiva do futebol foi profissionalizado no Brasil e em outros países desde a década de 1920, tornando- se um fenômeno distinto das demais modalidades esportivas tanto naquilo que se refere à organização dos times e clubes, em atletas recebendo remunerações vultosas para os padrões da época e comissões técnicas compostas por profissionais de várias áreas, como pela organização de seus campeonatos nacionais e mundiais em que as Federações da modalidade têm a autonomia para organizá-los e gerenciá- los conforme elas desejarem. Desse modo, por meio dos estudos dessas organizações, foi acumulado muitas informações sobre os atletas e times que praticavam esportes ou algum tipo de atividades físicas, sem que isso ainda representasse a constituição de um esqueleto teórico consistente. Após quase meio século daquela atuação pioneira, hodiernamente, a Psicologia do Esporte no Brasil percorre seu próprio rumo, que segue várias direções, tendo como base um referencial teórico que sustenta essa produção acadêmica e prática. Média salarial do Psicólogo do Esporte Porte Da Empresa Média Salarial TRAINEE JUNIOR PLENO SÊNIOR Pequena Empresa R$ 1.744,02 R$ 2.180,02 R$ 2.725,02 R$ 3.406,28 Média Empresa R$ 2.267,22 R$ 2.834,02 R$ 3.542,53 R$ 4.428,16 Grande Empresa R$ 2.947,38 R$ 3.684,23 R$ 4.605,29 R$ 5.756,61 Fonte: Currículos cadastrados no Banco Nacional de Empregos e contribuições salariais do Salário BR nos últimos doze meses. De acordo com o Banco Nacional de Empregos, um Psicólogo do Esporte Júnior ganha em média R$ 2.899,42, o nível pleno recebe cerca de R$ 3.624,28, já o Sênior tem uma média salarial de R$ 4.530,35. Essa pesquisa mostra a faixa salarial em que se encontra o cargo de Psicólogo do Esporte de acordo com o porte da empresa. O porte pode ser dividido em: MEI - Micro Empreendedor Individual, micro empresa, pequena empresa, média empresa e grande empresa. MEI: permitido no máximo 1 funcionário; Micro: até 19 funcionários; Pequena: 20 a 99 funcionários; Média: 100 a 499 funcionários; Grande: mais de 500 empregados, seja comércio, serviços ou indústrias. A remuneração do cargo de Psicólogo do Esporte pode ser feita de acordo com o nível de experiência do profissional na empresa até sua demissão. Podendo ser feita listagem em: Psicólogo do Esporte Trainee: até 2 anos; Psicólogo do Esporte Júnior: até 4 anos; Psicólogo do Esporte Pleno: de 4 a 6 anos; Psicólogo do Esporte Sênior: acima de 6 anos na empresa até sua demissão. Onde o profissional pode atuar? O psicólogo do esporte pode atuar em diversos âmbitos. Nos esportes de competição, onde realizará programas de intervenção junto a atletas e equipes esportivas, costumando integrar a comissão técnica que trabalha para o desenvolvimento e aprimoramento do desempenho dos atletas. O serviço é exercido de acordo com a dinâmica que envolve a equipe esportiva, incluindo a relação em grupo, a motivação e a liderança. O trabalho com atletas paraolímpicos vem sendo também bastante estudado. Além disso, o profissional pode acompanhar indivíduos e grupos que praticam atividade física não competitiva e de reabilitação, e assessorar projetos sociais que fazem uso do esporte e do exercício físico. A rotina de um psicólogo esportivo é bastante diferente da de um psicólogo tradicional, principalmente se ele trabalhar com esportes de competição. Em geral, ele acompanha os atletas em treinamentos, viagens e disputas. Deve estar presente no dia a dia das equipes durante todo o período de preparação e de competição. O principal objetivo da atuação do psicólogo no esporte é entender como os fatores psicológicos que influenciam o desempenho físico e compreender como a participação nessas atividades afeta o desenvolvimento emocional, a saúde e o bem estar de uma pessoa nesse ambiente. As várias áreas de atuação Diante da diversidade de atuações é de se esperar que o profissional que atua na Psicologia do Esporte tenha também uma diversidade de formação. Além do conhecimento específico trazido da Psicologia como o uso de instrumentos de diagnóstico e modelos de intervenção, espera-se e exige-se que o profissional tenha um vasto conhecimento das questões que permeiam o universo do atleta, individualmente, como noções de anátomo-fisiologia e biomecânica, e específicas do esporte, como as modalidades esportivas e regras, bem como dinâmica de grupos esportivos. Essa base do conhecimento se faz necessário na medida em que se pode atuar com indivíduos e grupos que têm sua dinâmica limitada pelo contexto vivido, ou seja, os treinamentos, as competições e a interação com um meio restritivo, com períodos de isolamento e concentração ou alojamentos conjuntos. De acordo com o psicólogo Dietmar Salmuski, existe uma necessidade de uma formação múltipla, sendo assim, é apontado uma separação em quatro campos de aplicação da Psicologia do Esporte: o de rendimento, o escolar, o recreativo e o de reabilitação. O esporte de rendimento busca a otimização da performance em uma estrutura formal e institucionalizada. Nessa estrutura o psicólogo atua analisando e transformando os determinantes psíquicos que interferem no rendimento do atleta e no grupo esportivo, como por exemplo, na redução da ansiedade e do estresse, no autocontrole, na melhora da autoconfiança, na intensificação da concentração, no treinamento da atenção, na motivação, e entre outros aspectos. O esporte escolar tem por objetivo a formação, norteada por princípios socioeducativos preparando seus praticantes para a cidadania e para o lazer. Neste caso, o psicólogo busca compreender e analisar os processos de ensino, educação e socialização inerentes ao esporte e seu reflexo no processo de formação e desenvolvimento da criança, jovem ou adulto praticante. Já o esporte recreativo visa o bem-estar para todas as pessoas. Assim é praticado voluntariamente e com conexões com os movimentos de educação permanente e com a saúde. O psicólogo, nesse caso, atua na primeira linha de análise do comportamento recreativo de diferentes faixas etárias, classes socioeconômicas e atuações profissionais em relação a diferentes motivos, interesses e atitudes. Por fim, o esporte de reabilitação desenvolve um trabalho voltado para a prevenção e intervenção em pessoas portadoras de algum tipo de lesão decorrente da prática esportiva, ou não, e também com pessoas portadoras de deficiência física e mental. Modalidades que mais demandam o profissional No Brasil, o futebol é a modalidade que mais abre espaço para o psicólogo do esporte. No entanto, com os Jogos Olímpicos, as Confederações de outras modalidades têm buscado profissionais de psicologia para as comissões técnicas. Um exemplo é a Confederação Brasileirade Judô, que tem um departamento próprio de psicologia. Etapas de implantação de um programa de Psicologia Esportiva 1. Informação Etapa em que o psicólogo informa a todos os componentes do grupo, como funciona um programa de Psicologia Esportiva. Neste momento, reunirá informações básicas sobre como funciona a instituição e o grupo esportivo em que vai trabalhar. Para isto utilizará entrevistas, inventários e observações pessoais. É de fundamental importância ouvir a avaliação do treinador e dos membros da equipe técnica a respeito de como funciona a dinâmica do grupo esportivo. 2. Pré-programa O pré-programa é estruturado de acordo com as informações obtidas pelo psicólogo sobre o funcionamento da instituição e do grupo esportivo, logo, deverá ser apresentado aos dirigentes e grupo técnico para discussão. Se os dirigentes e o grupo técnico aprovarem o pré-programa, ele passará a ser o programa. Com isso, é crucial uma corresponsabilidade de todo o grupo para a implantação do mesmo. 3. Programa Sempre que se inicia um trabalho, em qualquer área da atividade humana, é necessária uma avaliação prévia. Esta deve enfocar o indivíduo e o grupo. Mesmo nos esportes individuais, o técnico trabalha com um grupo de atletas e deve ser verificado sua dinâmica. Assim, alguns procedimentos como testes, entrevista e observação de conduta são sugeridos. Respeitar essas normas, utilizando-as com simplicidade, compromisso e ética, será fundamental para o alcance do sucesso profissional. É possível evidenciar uma evolução da Psicologia, onde há um momento de reavaliações das ferramentas de diagnóstico de grupo e individual. Através de entrevistas que poderão confirmar ou refutar aspectos detectados nos testes, assim, será mais eficaz o levantamento dos níveis de ansiedade, do estado emocional em treinamentos e competições, da agressividade, que pode ser denominada como extra ou intra punitiva, da atenção, concentrada ou difusa, da depressão, da motivação e outros fatores, poderão ajudar o psicólogo a conhecer um pouco mais sobre o esportista, objeto de seu estudo. A avaliação do atleta não é feita através de um teste psicotécnico que aprova ou reprova candidatos, mas é exigido um exame médico para tentar descobrir se os esportistas não apresentam alguma enfermidade. Em alguns casos, falta a aplicação de um exame psicológico para complementar o diagnóstico inicial do jogador novato. A conduta de um atleta dentro de uma nova equipe pode variar, não sendo a mesma após uma mudança de grupo. Por isso, é importante, além de uma avaliação individual, um exame grupal para que o psicólogo entenda a dinâmica do grupo com que irá atuar. Somente através dessa primeira investigação, o psicólogo esportivo estará capacitado para intervir no grupo, utilizando as técnicas e ferramentas desenvolvidas em trabalhos e estudos científicos. Usualmente quando uma área do conhecimento se aproxima de outra é devido à necessidade de que informações de uma área sejam aplicadas na outra. Dentre tantas formas da psicologia se aproximar e auxiliar a profissionais da área de educação física (professores, atletas e técnicos), existe o trabalho de psicólogos voltado para o estudo e aprimoramento da performance de atletas. Esse tipo de trabalho junto a atletas (quer sejam de alto nível ou não) é um trabalho especializado que exige do psicólogo conhecimentos específicos da psicologia esportiva, de biologia, de educação física, aspectos culturais da modalidade e do local onde se treina e compete, entre outros. No esporte de rendimento as etapas de treinamento são denominadas de Periodização, ou seja, divide-se os períodos de treinamento em diferentes fases e o planejamento das ações em determinados momentos da temporada. Dessa maneira, é importante pensar em ciclos durante o ano e as habilidades que devem ser ensinadas e treinadas em cada etapa. Segundo Matveiev, pai do treinamento desportivo e da periodização, a última é o planejamento geral e detalhado do tempo disponível para o treinamento, de acordo com os objetivos intermediários determinados, respeitando-se os princípios científicos do exercício desportivo. Cada modalidade tem suas demandas peculiares. A Periodização deve ser executada com metodologia interdisciplinar contando com a contribuição de todas as áreas que compõem uma comissão técnica, não deve ser apenas de responsabilidade dos preparadores físicos. A Psicologia do Esporte, portanto, deve estar totalmente inserida e integrada no contexto esportivo de tal maneira, que, como afirma Valdés, “a aplicação das habilidades e dos conhecimentos psicológicos deve estar estreitamente relacionada aos princípios, leis e etapas mediante os quais se dirige o processo de treinamento desportivo.” Não podemos aceitar que a psicologia seja apenas uma “área de apoio”, tenha um papel secundário e remediador na rotina de treinamento esportivo. A Psicologia do Esporte deve efetivamente ser integrante das comissões técnicas e como tal participar ativamente das ações, planejamentos e execuções das atividades durante toda a temporada. A Psicologia do Esporte na atualidade O psicólogo deve conhecer as características culturais, históricas e socioeconômicas da sociedade em que ele está presente. Inúmeras características serão extremamente relevantes para entender os comportamentos repetidos pelos atletas, técnicos e a mídia local. Dessa forma, é importante fazer com que a atuação do profissional seja recebida de maneira ampla, acessível e consciente por todos, e esse é um dos primeiros desafios do trabalho do psicólogo do esporte. Na formação de vínculos, durante o esclarecimento inicial dos objetivos do seu trabalho, o psicólogo precisa ser claro e enfático na funcionalidade do seu serviço. Além disso, é importante destacar a importância do futebol, que é bastante popular no Brasil, representando, muitas vezes, um símbolo de mudança e ascensão para muitos jovens que se veem em meio a miséria. Com isso, é fundamental que o psicólogo do esporte saiba também, hodiernamente, preparar os atletas para a possibilidade da não profissionalização, ajudando estes a lidar com as cargas emocionais da frustração. Desse modo, poderá ser possível diminuir os níveis de estresse e competitividade tóxica que pode afetar jogadores, antes mesmo de si tornarem profissionais. Nos casos do alcance da profissionalização, o psicólogo deve orientar os atletas durante toda a sua trajetória. Para assim, os jogadores serem capazes de lidar com a pressão durante sua prática até o desligamento da mesma. Para assim, ser possível a passagem de maneira tranquila e prazerosa. Conclusão Neste trabalho abordamos sobre a psicologia na área do esporte. Desse modo, foi possível evidenciar que o profissional dessa área estuda os fatores psicológicos dos atletas que os influenciam a terem um melhor desempenho nos exercícios praticados. Tendo-se em conta ao que foi comentado, podemos entender que a psicologia do esporte surgiu na Grécia Antiga, onde acredita-se que sua origem partiu dos estudos de filósofos sobre a função perceptual e motora do movimento, por meio das concepções do corpo e da alma, ou seja, um desequilíbrio emocional ou demais fatores que possam trazer danos estruturais ao indivíduos, podendo ocasionar em um mau resultado do atleta, fazendo com que o mesmo tenha desfalecias físicas. Desse modo, o psicólogo passa a atuar em diversos moldes, realizando programas de intervenção junto a atletas e equipes esportivas, e com todos que fazem parte desse âmbito. Trabalhando então, de forma dinâmica envolvendo a equipe, desenvolvendo um relacionamento intergrupo, com motivações e liderança. Além disso, nota-se que um psicólogo que trabalha nessa área pode ter certas diferenças em rotinas e horários do que um psicólogoque trabalha de forma tradicional, pois essa área de atuação vai exigir do profissional um acompanhamento ao atleta em suas rotinas, de treinos, de viagens e de disputas. Ademais, percebe-se que a área de atuação é bastante abrangente, permitindo que o profissional escolha entre diversas formas da sua atuação, a qual já foram descritas que são: esporte de rendimento, esporte escolar, esporte recreativo e o esporte de reabilitação. Por mais que seja uma área de atuação que não é tanto valorizada, principalmente em nosso país, deve-se reconhecer que tem uma extrema importância, sobretudo, para aqueles que têm uma vivência esportiva. Logo, a psicologia do esporte deve estar inserida, visto que a sua aplicação ao atleta o ajudará no desenvolvimento de sua performance no esporte, devido ao profissional acompanhar e desenvolver no treino da mente e comportamentos dos indivíduos, para assim, ser possível ter um bom desempenho físico. Por fim, podemos concluir a relevância crucial da participação de um psicólogo do esporte para o desenvolvimento físico e emocional dos atletas. Deste modo, foi apresentado as diversas áreas de atuação do profissional, como o esporte de rendimento, o esporte escolar, o esporte recreativo e, por último, o esporte de reabilitação, bem como a rotina de trabalho que se difere muito das outras áreas da psicologia. Além de aprendermos as modalidades que mais usufruem desse método de trabalho. Assim, foi relatado as etapas de implantação de um programa de psicologia esportiva que é dividida em: informação, pré-programa e programa. Entendendo assim, somente através desta primeira investigação, que o psicólogo esportivo estará capacitado para intervir no grupo, utilizando as técnicas e ferramentas desenvolvidas em trabalhos e estudos científicos. Destarte, compreendemos que a psicologia do esporte é uma área muito extensa e que apesar de existir implicitamente há muito tempo, ainda é considerada nova entre os profissionais esportistas. Referências bibliográficas COZAC, João Ricardo Lebert. A psicologia e o esporte brasileiro na atualidade. In: COZAC, João Ricardo Lebert. Psicologia do Esporte: clínica, alta perfomance e atividade física. 1. ed. São Paulo: Annablume, 2004. cap. A psicologia do esporte: uma atualização teórica, p. 17-27. ISBN 8574194786. SALMULSKI, Dietmar. Psicologia do Esporte: conceito e novas perspectivas. 2. ed. São Paulo: Manole, 2008. 496 p. ISBN 9788520426586. EPIPHANIO, ERICA HÖFLING. PSICOLOGIA DO ESPORTE: APROPRIANDO A DESAPROPRIAÇÃO. Psicologia ciência e profissão,1999. Disponível em: www.dialnet-PsicologiaDoEsporte-5886042%20 VIEIRA, LENAMAR FIORESE. VISSOCI, JOÃO RICARDO NICKENIG. OLIVEIRA, LEONARDO PESTILLO. VIEIRA, JOSÉ LUIZ LOPES. PSICOLOGIA DO ESPORTE: uma área emergente da psicologia. Maringá, v. 15, n. 2, p. 391-399, abr./jun. 2010. Disponível em: https://www.scielo.br/scielo.php?pid=S1413- 73722010000200018&script=sci_arttext RUBIO, KATIA. UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO. ORIGENS E EVOLUÇÃO DA PSICOLOGIA DO ESPORTE NO BRASIL. Disponível em: https://www.researchgate.net/profile/Katia_Rubio/publication/39112102_Origens_e_ evolucao_da_psicologia_do_esporte_no_Brasil/links/592c51020f7e9b9979b00f2a/O rigens-e-evolucao-da-psicologia-do-esporte-no-Brasil MÉDIA SALARIAL DO PSICÓLOGO DO ESPORTE. Disponível em: https://www.trabalhabrasil.com.br/media-salarial-para-psicologo-do-esporte http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1414-98931999000300007 https://www.scielo.br/scielo.php?pid=S1413-73722010000200018&script=sci_arttext https://www.scielo.br/scielo.php?pid=S1413-73722010000200018&script=sci_arttext https://www.researchgate.net/profile/Katia_Rubio/publication/39112102_Origens_e_evolucao_da_psicologia_do_esporte_no_Brasil/links/592c51020f7e9b9979b00f2a/Origens-e-evolucao-da-psicologia-do-esporte-no-Brasil https://www.researchgate.net/profile/Katia_Rubio/publication/39112102_Origens_e_evolucao_da_psicologia_do_esporte_no_Brasil/links/592c51020f7e9b9979b00f2a/Origens-e-evolucao-da-psicologia-do-esporte-no-Brasil https://www.researchgate.net/profile/Katia_Rubio/publication/39112102_Origens_e_evolucao_da_psicologia_do_esporte_no_Brasil/links/592c51020f7e9b9979b00f2a/Origens-e-evolucao-da-psicologia-do-esporte-no-Brasil https://www.trabalhabrasil.com.br/media-salarial-para-psicologo-do-esporte http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1414-98931999000300007