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curso-129009-aula-07-grifado-5712

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Sumário 
1 - Recuperação de Empresas .............................................................................................. 3 
1.1 - Requisitos da Recuperação de Empresas ................................................................. 3 
1.2 - Créditos excluídos da recuperação de empresas ..................................................... 6 
2 - Recuperação Judicial ....................................................................................................... 9 
2.1 - Competência para as ações de recuperação de empresas e falências ..................... 9 
2.2 - Petição Inicial de Recuperação de Empresas............................................................ 9 
2.3 - Despacho deferitório do processamento da recuperação de empresas ................ 11 
2.4 - Processamento da Recuperação de Empresas ....................................................... 12 
2.5 - Suspensão das ações e execuções ......................................................................... 13 
2.6 - Apresentação do plano de recuperação de empresas ........................................... 14 
2.7 - Meios de Recuperação ........................................................................................... 15 
2.8 - Aprovação do plano ............................................................................................... 18 
2.8.1 - Assembleia-geral de credores .......................................................................... 18 
2.8.2 - Aprovação na Assembleia-geral de credores................................................... 19 
2.8.3 - Aprovação forçada ........................................................................................... 20 
3 - Encerramento da Recuperação Judicial ........................................................................ 22 
3.1 - Mapa-Resumo da Recuperação Judicial ................................................................. 25 
4 - Recuperação Especial .................................................................................................... 26 
 
 
 
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5 - Recuperação Extrajudicial ............................................................................................. 28 
6 - Resumo .......................................................................................................................... 32 
7 - Questões ....................................................................................................................... 34 
7.1 - Questões sem gabarito ........................................................................................... 34 
7.2 – Gabarito ................................................................................................................. 40 
7.3 - Questões com comentários .................................................................................... 40 
8 - Considerações Finais ..................................................................................................... 54 
 
 
 
 
 
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RECUPERAÇÕES 
1 - RECUPERAÇÃO DE EMPRESAS 
Na aula de hoje trataremos dos assuntos relacionados à Recuperação de Empresas. Em 
termos de estrutura, a aula será composta dos seguintes capítulos: 
 
1.1 - Requisitos da Recuperação de Empresas 
Como forma de suprir a necessidade do empresário ou da sociedade empresária com sérios 
problemas financeiros, de negociar livremente o pagamento dos seus créditos com seus 
credores, é que o legislador introduziu no direito brasileiro a recuperação judicial. 
 
O art. 47 da Lei de Falências e Recuperações assenta que a finalidade da recuperação 
judicial é viabilizar a superação da situação de crise econômico-financeira do devedor, 
a fim de permitir a manutenção da fonte produtora, do emprego dos trabalhadores e dos 
interesses dos credores, promovendo, assim, a preservação da empresa, sua função social 
e o estímulo à atividade econômica. 
Tendo em vista a reorganização da empresa, a preservação de sua atividade com a 
reestruturação de seu passivo, esse novo instituto confere ao devedor o benefício de 
apresentar um plano de pagamento, discutido com os credores. 
Recuperação Judicial
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Definidos esses contornos, podemos conceituar a recuperação judicial como uma 
permissão legal, que concede ao devedor empresário ou sociedade empresária a 
possibilidade de negociar diretamente com todos os seus credores ou tão somente parte 
deles. 
O titular da empresa apresentará propostas de acordo com suas reais possibilidades, 
ampliando o universo de medidas eficazes e suficientes à satisfação dos créditos 
negociados. 
 
A recuperação judicial da empresa pode ser requerida pelo empresário em 
crise; pela sociedade empresária em crise; pelo cônjuge sobrevivente; 
pelos herdeiros; pelo inventariante e pelo sócio remanescente. 
Para tanto, os requisitos a serem preenchidos pelo empresário ou sociedade empresária, 
para a utilização da recuperação judicial de empresa objetivando superar a crise que afeta 
o desenvolvimento de sua atividade econômica, são: 
Art. 48. Poderá requerer recuperação judicial o devedor que, no momento 
do pedido, exerça regularmente suas atividades há mais de 2 (dois) anos e 
que atenda aos seguintes requisitos, cumulativamente: 
I - não ser falido e, se o foi, estejam declaradas extintas, por sentença transitada em 
julgado, as responsabilidades daí decorrentes; 
 
II - não ter, há menos de 5 (cinco) anos, obtido concessão de recuperação judicial; 
 
III - não ter, há menos de 5 (cinco) anos, obtido concessão de recuperação judicial com 
base no plano especial de que trata a Seção V deste Capítulo; 
 
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IV - não ter sido condenado ou não ter, como administrador ou sócio controlador, pessoa 
condenada por qualquer dos crimes previstos nesta Lei. 
 
§1.º A recuperação judicial também poderá ser requerida pelo cônjuge sobrevivente, 
herdeiros do devedor, inventariante ou sócio remanescente. 
 
§2.º Tratando-se de exercício de atividade rural por pessoa jurídica, admite-se a 
comprovação do prazo estabelecido no caput deste artigo por meio da Declaração de 
Informações Econômico-fiscais da Pessoa Jurídica - DIPJ que tenha sido entregue 
tempestivamente. 
 
 
 
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qu
isi
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s Regularidade
Existência regular há mais 2 anos
Não ser falido ou ter declaração de 
extinção das obrigações
Não ser condenado por crimes que 
impeçam a administração ou 
presentes na lei n. 11.101
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1.2 - Créditos excluídos da recuperação de empresas 
Todos os créditos existentes na data do pedido estarão sujeitos aos efeitos da 
recuperação judicial, ainda que não vencidos, salvo os créditos previstos nos §§ 3.º e 4.º, 
art. 49, Lei 11.101/05: 
§ 3º Tratando-se de credor titular da posição de proprietário fiduciário de bens móveis 
ou imóveis, de arrendador mercantil, de proprietário ou promitente vendedor de imóvel 
cujos respectivos contratos contenham cláusula de irrevogabilidade ou irretratabilidade, 
inclusive em incorporações imobiliárias, ou de proprietário em contrato de venda com 
reserva de domínio, seu crédito não se submeterá aos efeitos da recuperação judicial e 
prevalecerão os direitos de propriedade sobre a coisa e as condições contratuais, 
observada a legislação respectiva, não se permitindo, contudo, durante o prazo de 
suspensão a que se refere o § 4º do art. 6º desta Lei, a venda ou a retirada do 
estabelecimento do devedor dos bens de capital essenciais a sua atividade empresarial. 
§ 4º Não se sujeitará aos efeitos da recuperação judicial a importância a que se refere o 
inciso II do art. 86 desta Lei. 
A tabelaacima recebe uma simplificação e melhor organização, abaixo: 
a) os créditos tributários e previdenciários; 
b) os créditos posteriores ao pedido de recuperação judicial; 
c) os créditos de proprietário fiduciário; 
d) os créditos de arrendamento mercantil (leasing); 
e) vendedor ou promitente vendedor de imóvel, cujos respectivos contratos contenham 
cláusula de irrevogabilidade ou irretratabilidade, inclusive incorporações imobiliárias; 
f) proprietário em contrato de venda com reserva de domínio; 
g) titulares de ACC (Adiantamento de Contrato de Câmbio). 
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Advertência: O credor de ação que demandar quantia ilíquida, bem como o credor de 
ação de natureza trabalhista, poderá requerer, no juízo em que tramita a demanda, a 
reserva da importância que estimar devida, e, uma vez reconhecido líquido o direito, será 
o crédito incluído na classe própria. 
Muito embora os créditos da União, Estado, Municípios e INSS não estejam sujeitos ao 
benefício legal, é permitido o parcelamento das dívidas tributárias (arts. 6º, § 7º, da Lei 
de Falências e Recuperações, c/c o art. 155-A, § 3º, do Código Tributário Nacional; cf. 
Lei Complementar 118/2005). 
Os créditos constituídos posteriormente à impetração do requerimento da recuperação 
judicial também estão excluídos dos efeitos desta, e, por conseguinte, não serão 
renegociados no plano de recuperação judicial. 
 
A justificativa para a situação acima é lógica! Se os credores já soubessem com 
antecedência que seus créditos posteriores prontamente sofreriam qualquer tipo de 
alteração ou novação, certamente se recusariam a concedê-los, e, sem crédito, torna-se 
praticamente impossível a superação da crise econômica. 
A título de incentivar ainda mais a concessão de crédito, bem como impulsionar a 
manutenção do fornecimento, propiciando a preservação dos meios produtivos, é que a 
Lei de Falências e Recuperações (art. 67), vai além de excluir os créditos posteriores ao 
ajuizamento do pedido de recuperação judicial. 
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O legislador considera esses créditos posteriores, decorrentes de obrigações contraídas 
pelo devedor durante a recuperação judicial, inclusive aqueles relativos a despesas com 
fornecedores de bens ou serviços e contratos de mútuo, como créditos extraconcursais, 
em caso de decretação da falência, e, como tais, serão pagos, com precedência, sobre 
todos os demais créditos mencionados no art. 83 (Concurso de Credores). 
Art. 67. Os créditos decorrentes de obrigações contraídas pelo devedor 
durante a recuperação judicial, inclusive aqueles relativos a despesas com 
fornecedores de bens ou serviços e contratos de mútuo, serão considerados 
extraconcursais, em caso de decretação de falência, respeitada, no que 
couber, a ordem estabelecida no art. 83 desta Lei. 
Parágrafo único. Os créditos quirografários sujeitos à recuperação judicial 
pertencentes a fornecedores de bens ou serviços que continuarem a provê-
los normalmente após o pedido de recuperação judicial terão privilégio 
geral de recebimento em caso de decretação de falência, no limite do valor 
dos bens ou serviços fornecidos durante o período da recuperação. 
Como se não bastasse, para assegurar condições favoráveis à manutenção do fornecimento 
à empresa em crise, os créditos quirografários sujeitos (anteriores ao pedido) à 
recuperação judicial pertencentes a fornecedores de bens ou serviços que continuarem a 
provê-los regularmente, após o pedido do benefício, terão privilégio geral de 
recebimento, em caso de decretação da falência, no limite do valor do fornecimento do 
período da recuperação. 
Decretada a falência do devedor, haverá prestígio para os créditos de mútuo e 
fornecimento decorrentes de obrigações contraídas pelo devedor durante a recuperação 
judicial. 
O parágrafo anterior vem elucidar que tais credores receberão seus créditos antes 
mesmo dos credores trabalhistas. Os créditos derivados de obrigações contraídas antes 
do pedido de recuperação judicial concorrerão com os de privilégio geral. 
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2 - RECUPERAÇÃO JUDICIAL 
2.1 - Competência para as ações de recuperação de 
empresas e falências 
A competência para a propositura das ações de recuperação judicial e falência, bem 
como para a homologação da recuperação extrajudicial, é do juízo do principal 
estabelecimento do devedor, que deve ser entendido como aquele em que se encontra 
centralizado o maior volume de negócios da empresa, mesmo que se tenha estabelecido 
de outra forma, consensual ou contratualmente. 
Art. 3º É competente para homologar o plano de recuperação extrajudicial, 
deferir a recuperação judicial ou decretar a falência o juízo do local do 
principal estabelecimento do devedor ou da filial de empresa que tenha 
sede fora do Brasil. 
2.2 - Petição Inicial de Recuperação de Empresas 
O juiz, ao constatar que a petição inicial está devidamente instruída, deferirá o 
processamento da recuperação judicial. 
Art. 51. A petição inicial de recuperação judicial será instruída com: 
I - a exposição das causas concretas da situação patrimonial do devedor e das razões da 
crise econômico-financeira; 
II - as demonstrações contábeis relativas aos 3 (três) últimos exercícios sociais e as 
levantadas especialmente para instruir o pedido, confeccionadas com estrita observância 
da legislação societária aplicável e compostas obrigatoriamente de: 
a) balanço patrimonial; 
b) demonstração de resultados acumulados; 
c) demonstração do resultado desde o último exercício social; 
d) relatório gerencial de fluxo de caixa e de sua projeção; 
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III - a relação nominal completa dos credores, inclusive aqueles por obrigação de fazer 
ou de dar, com a indicação do endereço de cada um, a natureza, a classificação e o valor 
atualizado do crédito, discriminando sua origem, o regime dos respectivos vencimentos 
e a indicação dos registros contábeis de cada transação pendente; 
IV - a relação integral dos empregados, em que constem as respectivas funções, salários, 
indenizações e outras parcelas a que têm direito, com o correspondente mês de 
competência, e a discriminação dos valores pendentes de pagamento; 
V - certidão de regularidade do devedor no Registro Público de Empresas, o ato 
constitutivo atualizado e as atas de nomeação dos atuais administradores; 
VI - a relação dos bens particulares dos sócios controladores e dos administradores do 
devedor; 
VII - os extratos atualizados das contas bancárias do devedor e de suas eventuais 
aplicações financeiras de qualquer modalidade, inclusive em fundos de investimento ou 
em bolsas de valores, emitidos pelas respectivas instituições financeiras; 
VIII - certidões dos cartórios de protestos situados na comarca do domicílio ou sede do 
devedor e naquelas onde possui filial; 
IX - a relação, subscrita pelo devedor, de todas as ações judiciais em que este figure 
como parte, inclusive as de natureza trabalhista, com a estimativa dos respectivos valores 
demandados. 
Além disso, o pedido de recuperação judicial deverá estar acompanhado de certos 
documentos, cuja ausência poderá acarretar o indeferimento de seu processamento, de 
sorte que são, portanto, indispensáveis à instrução da petição inicial: 
a) a exposição de causas; 
b) as demonstrações contábeis (podendo ser simplificadas, na hipótese de o devedor ser 
microempresa ou empresa de pequeno porte); 
 c) o relatório da situação econômica; a relação dos credores; 
d) a relação dos empregados; 
e) a certidão de regularidade da Junta Comercial; o contrato social ou estatuto atualizado 
e atas de nomeaçãodos atuais administradores; 
 f) a relação dos bens particulares dos sócios controladores e administradores; 
g) os extratos bancários do devedor; certidões de protesto; 
h) a relação das ações judiciais em andamento. 
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A Petição inicial de recuperação de empresas busca demonstrar requisitos e juntar certos 
documentos para que haja o despacho de processamento da recuperação de empresas, 
mas vale considerar que ainda há um longo caminho pela frente até a concessão da própria 
recuperação. 
2.3 - Despacho deferitório do processamento da 
recuperação de empresas 
 
Convém explicar que o despacho de processamento não tem o condão de conceder o 
benefício da recuperação judicial, até porque o plano de recuperação nem foi 
apresentado ainda, uma vez que seu momento de apresentação é posterior ao despacho 
de processamento. 
O mencionado despacho simplesmente dá início ao procedimento de verificação da 
viabilidade da preservação da empresa e do seu plano de recuperação, com a eventual 
aprovação, alteração ou rejeição e consequente falência. 
No despacho de processamento, o magistrado deverá: 
a) nomear o administrador judicial; 
b) determinar a dispensa da apresentação de certidões negativas para que o devedor 
exerça suas atividades, exceto para contratação com o Poder Público ou para 
recebimento de benefícios, ou incentivos fiscais, ou creditícios (lembrando que, em todos 
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os atos, contratos e documentos firmados, o devedor deverá acrescentar, após o nome 
empresarial, a expressão “em recuperação judicial”; 
c) suspender todas as ações ou execuções contra o devedor, ressalvadas as ações que 
demandarem quantia ilíquida; as ações de natureza trabalhista; execuções fiscais, caso 
não realizado o parcelamento na forma da legislação específica a ser editada na forma 
do art. 155-A, §§ 3º e 4º, do Código Tributário Nacional; execuções cujo objeto sejam 
créditos que não se submetem à recuperação judicial, já examinados no item, tais como 
proprietário fiduciário, arrendador mercantil etc., que prosseguirão no juízo de origem; 
d) ordenar ao devedor a apresentação mensal de contas demonstrativas; 
e) intimar o Ministério Público e comunicar por cartas às Fazendas Públicas Federais e de 
todos os Estados e Municípios em que o devedor tiver estabelecimento. 
 
2.4 - Processamento da Recuperação de Empresas 
 
Após a análise do preenchimento dos requisitos dos arts. 48 e 51 da Lei em estudo, o 
juiz deverá, ao exarar seu despacho deferitório, se for o caso, além de deferir o 
processamento da recuperação, nomear o administrador judicial, ordenando também a 
suspensão temporária de todas as ações e execuções pelo prazo improrrogável de 180 
dias. 
Determinará ao devedor a apresentação de contas demonstrativas mensais enquanto 
perdurar a recuperação judicial e ordenará a intimação do Ministério Público e a 
comunicação por carta às Fazendas Públicas Federal e de todos os estados e municípios 
em que o devedor tiver estabelecimento. 
 
 
 
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Deferido o processamento da recuperação, o empresário ou a sociedade empresária 
não poderá mais desistir dela, salvo se obtiver aprovação de sua desistência na assembleia 
geral de credores. 
2.5 - Suspensão das ações e execuções 
Ao ser decretada a falência ou o deferimento da recuperação judicial o prazo prescricional 
será suspenso, bem como todas as ações e execuções em face do devedor, ou seja, o prazo 
prescricional para e volta a correr de onde parou. 
Ainda, em se tratando de créditos que não são de competência da justiça do trabalho 
decidir, seja elas de natureza salarial ou não, poderão ser pleiteados diante o 
administrador judicial. 
Art. 6º A decretação da falência ou o deferimento do processamento da 
recuperação judicial suspende o curso da prescrição e de todas as ações e 
execuções em face do devedor, inclusive aquelas dos credores particulares 
do sócio solidário. 
Abaixo, de leitura obrigatória, os principais parágrafos cobrados em prova com regras 
sobre a suspensão das execuções quanto às demandas ilíquidas, de natureza real, fiscais 
e trabalhistas, a seguir: 
 
§1.º Terá prosseguimento no juízo no qual estiver se processando a ação que demandar 
quantia ilíquida. 
§2.º É permitido pleitear, perante o administrador judicial, habilitação, exclusão ou 
modificação de créditos derivados da relação de trabalho, mas as ações de natureza 
trabalhista, inclusive as impugnações a que se refere o art. 8º desta Lei, serão processadas 
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perante a justiça especializada até a apuração do respectivo crédito, que será inscrito no 
quadro-geral de credores pelo valor determinado em sentença. 
§7.º As execuções de natureza fiscal não são suspensas pelo deferimento da recuperação 
judicial, ressalvada a concessão de parcelamento nos termos do Código Tributário 
Nacional e da legislação ordinária específica. 
 
Na recuperação judicial, a suspensão da prescrição das ações e execuções não poderá 
exceder o prazo improrrogável de 180 dias, restabelecendo-se, após o decurso do prazo, 
o direito dos credores de continuar em suas ações e execuções, independentemente de 
pronunciamento judicial. 
2.6 - Apresentação do plano de recuperação de empresas 
 
O empresário ou a sociedade empresária deverá apresentar o plano de recuperação no 
prazo improrrogável de sessenta dias da publicação da decisão que deferir o 
processamento de recuperação judicial, sob pena de convolação em falência. 
O plano apresentará a discriminação pormenorizada dos meios de recuperação a serem 
empregados para superar a crise; demonstração de sua viabilidade econômica; e laudo 
econômico-financeiro e de avaliação dos bens e ativos do devedor. 
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Art. 53. O plano de recuperação será apresentado pelo devedor em juízo 
no prazo improrrogável de 60 (sessenta) dias da publicação da decisão que 
deferir o processamento da recuperação judicial, sob pena de convolação 
em falência, e deverá conter: 
 
I - discriminação pormenorizada dos meios de recuperação a ser empregados, conforme 
o art. 50 desta Lei, e seu resumo; 
II - demonstração de sua viabilidade econômica; e 
III - laudo econômico-financeiro e de avaliação dos bens e ativos do devedor, subscrito 
por profissional legalmente habilitado ou empresa especializada. 
IV - não ter sido condenado ou não ter, como administrador ou sócio controlador, pessoa 
condenada por qualquer dos crimes previstos nesta Lei. 
§ 1º A recuperação judicial também poderá ser requerida pelo cônjuge sobrevivente, 
herdeiros do devedor, inventariante ou sócio remanescente. 
§ 2º Tratando-se de exercício de atividade rural por pessoa jurídica, admite-se a 
comprovação do prazo estabelecido no caput deste artigo por meio da Declaração de 
Informações Econômico-fiscais da Pessoa Jurídica - DIPJ que tenha sido entregue 
tempestivamente. 
 
2.7 - Meios de Recuperação 
O art. 50 da referida Lei de Recuperação e Falências prevê os meios pelos quais o 
empresário poderá restaurar a normalidade de sua atividade econômica. 
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Contudo, o rol abaixo apresentado na lei é apenas exemplificativo, podendo o 
empresário, por meio de outras possibilidades, recuperarsua empresa. 
Art. 50. Constituem meios de recuperação judicial, observada a legislação 
pertinente a cada caso, dentre outros: 
I - concessão de prazos e condições especiais para pagamento das obrigações vencidas 
ou vincendas; 
II - cisão, incorporação, fusão ou transformação de sociedade, constituição de subsidiária 
integral, ou cessão de cotas ou ações, respeitados os direitos dos sócios, nos termos da 
legislação vigente; 
III - alteração do controle societário; 
IV - substituição total ou parcial dos administradores do devedor ou modificação de seus 
órgãos administrativos; 
V - concessão aos credores de direito de eleição em separado de administradores e de 
poder de veto em relação às matérias que o plano especificar; 
VI - aumento de capital social; 
VII - trespasse ou arrendamento de estabelecimento, inclusive à sociedade constituída 
pelos próprios empregados; 
VIII - redução salarial, compensação de horários e redução da jornada, mediante acordo 
ou convenção coletiva; 
IX - dação em pagamento ou novação de dívidas do passivo, com ou sem constituição 
de garantia própria ou de terceiro; 
X - constituição de sociedade de credores; 
XI - venda parcial dos bens; 
XII - equalização de encargos financeiros relativos a débitos de qualquer natureza, tendo 
como termo inicial a data da distribuição do pedido de recuperação judicial, aplicando-
se inclusive aos contratos de crédito rural, sem prejuízo do disposto em legislação 
específica; 
XIII - usufruto da empresa; 
XIV - administração compartilhada; 
XV - emissão de valores mobiliários; 
XVI - constituição de sociedade de propósito específico para adjudicar, em pagamento 
dos créditos, os ativos do devedor. 
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Art. 53. O plano de recuperação será apresentado pelo devedor em juízo 
no prazo improrrogável de 60 (sessenta) dias da publicação da decisão que 
deferir o processamento da recuperação judicial, sob pena de convolação 
em falência, e deverá conter: 
I - discriminação pormenorizada dos meios de recuperação a ser empregados, conforme 
o art. 50 desta Lei, e seu resumo; 
II - demonstração de sua viabilidade econômica; e 
III - laudo econômico-financeiro e de avaliação dos bens e ativos do devedor, subscrito 
por profissional legalmente habilitado ou empresa especializada. 
 
Ainda, ressalte-se que o legislador estabeleceu algumas restrições em vista dos créditos 
de natureza trabalhista, a seguir: 
Art. 54. O plano de recuperação judicial não poderá prever prazo superior 
a 1 (um) ano para pagamento dos créditos derivados da legislação do 
trabalho ou decorrentes de acidentes de trabalho vencidos até a data do 
pedido de recuperação judicial. 
Parágrafo único. O plano não poderá, ainda, prever prazo superior a 30 
(trinta) dias para o pagamento, até o limite de 5 (cinco) salários-mínimos por 
trabalhador, dos créditos de natureza estritamente salarial vencidos nos 3 
(três) meses anteriores ao pedido de recuperação judicial. 
O juiz ordenará a publicação de edital contendo aviso aos credores sobre o recebimento 
do plano de recuperação e fixando o prazo para a manifestação de eventuais objeções. 
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Art. 55. Qualquer credor poderá manifestar ao juiz sua objeção ao plano 
de recuperação judicial no prazo de 30 (trinta) dias contado da publicação 
da relação de credores de que trata o § 2º do art. 7º desta Lei. 
2.8 - Aprovação do plano 
 
Apresentado o plano e não havendo nenhuma objeção é natural que haverá a simples 
aprovação, porém, sabemos que isso é bastante raro. 
Art. 58. Cumpridas as exigências desta Lei, o juiz concederá a recuperação 
judicial do devedor cujo plano não tenha sofrido objeção de credor nos 
termos do art. 55 desta Lei ou tenha sido aprovado pela assembléia-geral 
de credores na forma do art. 45 desta Lei. 
2.8.1 - Assembleia-geral de credores 
Apresentando-se objeção por parte de algum credor, o juiz deverá convocar a 
assembleia geral de credores, para que esta delibere sobre o plano de recuperação, 
aprovando-o, rejeitando-o ou modificando-o. 
Art. 56. Havendo objeção de qualquer credor ao plano de recuperação 
judicial, o juiz convocará a assembléia-geral de credores para deliberar 
sobre o plano de recuperação. 
A realização da assembleia não poderá exceder 150 dias contados do deferimento do 
processamento da recuperação judicial. 
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§ 1º A data designada para a realização da assembléia-geral não excederá 
150 (cento e cinqüenta) dias contados do deferimento do processamento 
da recuperação judicial. 
Art. 41. A assembléia-geral será composta pelas seguintes classes de credores: 
I - titulares de créditos derivados da legislação do trabalho ou decorrentes de acidentes 
de trabalho; 
II - titulares de créditos com garantia real; 
III - titulares de créditos quirografários, com privilégio especial, com privilégio geral ou 
subordinados. 
IV - titulares de créditos enquadrados como microempresa ou empresa de pequeno porte 
2.8.2 - Aprovação na Assembleia-geral de credores 
 
O juiz poderá conceder a recuperação judicial com base em plano que não obteve 
aprovação na assembleia geral de credores, desde que, na mesma assembleia, tenha o 
plano obtido, de forma cumulativa: 
a) o voto favorável de credores que representem mais da metade do valor de todos os 
créditos presentes à assembleia, independentemente de classes; 
b) aprovação em cada uma das classes de credores. 
 
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Caso o plano seja aprovado, para que o empresário possa executá-lo é necessária, ainda, 
a apresentação de certidões negativas de débitos tributários. Se tais certidões não forem 
apresentadas, o juiz indeferirá desde logo o pedido de recuperação. 
2.8.3 - Aprovação forçada 
 
O juiz poderá conceder a recuperação judicial com base em aprovação forçada do plano 
que não obteve aprovação na assembleia geral de credores, desde que havendo 
a) o voto favorável de credores que representem mais da metade do valor de todos os 
créditos presentes à assembleia, independentemente de classes; 
b) a aprovação de duas das classes de credores pelo quórum qualificado já estudado ou, 
caso haja somente duas classes com credores votantes, a aprovação de pelo menos uma 
delas; e 
c) na classe que houver rejeitado o plano, tiver obtido o voto favorável de mais de 1/3 
dos credores, computados de acordo com as regras já estudadas no tópico referente ao 
“quórum de deliberação”. 
 
Na hipótese de o plano de recuperação de empresa não ter sido aprovado, o juiz 
decretará a falência do empresário. 
Art. 58. [...] 
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§ 4º Rejeitado o plano de recuperação pela assembléia-geral de credores, 
o juiz decretará a falência do devedor. 
 
 
 
 
Da decisão que concede a recuperação judicial cabe agravo de 
instrumento, que poderá ser interposto por qualquer credor ou pelo 
representante do Ministério Público. 
O plano de recuperação judicial implica novação dos créditos anteriores ao pedido, e 
obriga o devedor e todos os credores a ele sujeitos, perfazendo título executivo judicila, 
sem prejuízo das garantias, salvo mediante aprovação expressa do credor titular da 
respectiva garantia. 
1) Aprovação 
simples Sem objeções 
2) Aprovação na 
AGC Com objeções
Assembleia Geral 
de Credores 
Aprovaçãoem 
todas as classes 
3) Aprovação 
forçada
Reprovação em uma única 
classe
A classe dissidente deve 
terAprovação na AGC 1/3 
de aprovação
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A novação nada mais é do que um instituto civil que esclarece que as obrigações anteriores 
já não existem mais, para que, a partir de então, haja a formação de uma outra obrigação, 
portanto, novada. 
 
3 - ENCERRAMENTO DA RECUPERAÇÃO JUDICIAL 
 
Cumpridas as obrigações vencidas no prazo da recuperação judicial, o juiz decretará 
por sentença o encerramento da recuperação judicial. 
Art. 61. Proferida a decisão prevista no art. 58 desta Lei, o devedor 
permanecerá em recuperação judicial até que se cumpram todas as 
obrigações previstas no plano que se vencerem até 2 (dois) anos depois da 
concessão da recuperação judicial. 
Concessão da 
Recuperação Judicial Decisão
Apelação
Crédito Novados
Título Executivo
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§ 1º Durante o período estabelecido no caput deste artigo, o 
descumprimento de qualquer obrigação prevista no plano acarretará a 
convolação da recuperação em falência, nos termos do art. 73 desta Lei. 
Art. 62. Após o período previsto no art. 61 desta Lei, no caso de 
descumprimento de qualquer obrigação prevista no plano de recuperação 
judicial, qualquer credor poderá requerer a execução específica ou a 
falência com base no art. 94 desta Lei. 
Da sentença que denega o pedido de encerramento da recuperação judicial, cabe recurso 
de agravo, enquanto a sentença que encerra a recuperação enfrenta o recurso de 
apelação. 
Também provoca o encerramento do processo de recuperação judicial o pedido de 
desistência formulado pelo devedor, desde que aprovado pelos credores em 
assembleia geral. 
 
 
Art. 63. Cumpridas as obrigações vencidas no prazo previsto no caput do 
art. 61 desta Lei, o juiz decretará por sentença o encerramento da 
recuperação judicial e determinará: 
Encerramento de recuperação
Após o cumprimento das 
obrigações que se encerrarem 
durante 2 anos da recuperação
Créditos trabalhistas não 
ultrapassam 1 ano de 
parcelamento
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I - o pagamento do saldo de honorários ao administrador judicial, somente podendo 
efetuar a quitação dessas obrigações mediante prestação de contas, no prazo de 30 
(trinta) dias, e aprovação do relatório previsto no inciso III do caput deste artigo; 
II - a apuração do saldo das custas judiciais a serem recolhidas; 
III - a apresentação de relatório circunstanciado do administrador judicial, no prazo 
máximo de 15 (quinze) dias, versando sobre a execução do plano de recuperação pelo 
devedor; 
IV - a dissolução do Comitê de Credores e a exoneração do administrador judicial; 
V - a comunicação ao Registro Público de Empresas para as providências cabíveis. 
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3.1 - Mapa-Resumo da Recuperação Judicial 
 
 
Recuperação 
Judicial
Processamento
Deliberação do 
Plano
Aprovação do 
Plano
Cumprimento do 
Plano
Encerramento da 
Recuperação 
Judicial
Descumprido o 
Plano
Falência
Rejeição do 
Plano
Falência
 
 
 
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4 - RECUPERAÇÃO ESPECIAL 
 
A Lei Complementar 123/2006 determina que será considerada microempresa aquela 
que atingir, em cada ano-calendário, receita bruta igual ou inferior a R$ 360.000,00. 
Art. 70. As pessoas de que trata o art. 1º desta Lei e que se incluam nos 
conceitos de microempresa ou empresa de pequeno porte, nos termos da 
legislação vigente, sujeitam-se às normas deste Capítulo. 
§ 1º As microempresas e as empresas de pequeno porte, conforme 
definidas em lei, poderão apresentar plano especial de recuperação judicial, 
desde que afirmem sua intenção de fazê-lo na petição inicial de que trata o 
art. 51 desta Lei. 
§ 2º Os credores não atingidos pelo plano especial não terão seus créditos 
habilitados na recuperação judicial. 
Considera, ainda, empresa de pequeno porte o empresário ou a pessoa jurídica que aufira, 
em cada ano-calendário, receita bruta superior a R$ 360.000,01 e igual ou inferior a R$ 
3.600.000,00. 
Vale lembrar que, a partir de 1º de janeiro de 2018, os valores de receita bruta passarão 
a ser superior a R$ 360.000,00 e igual ou inferior a R$ 4.800.000,00, conforme alteração 
trazida pela LC 155/2016. 
Art. 3º Para os efeitos desta Lei Complementar, consideram-se 
microempresas ou empresas de pequeno porte, a sociedade empresária, a 
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sociedade simples, a empresa individual de responsabilidade limitada e o 
empresário a que se refere o art. 966 da Lei no 10.406, de 10 de janeiro de 
2002 (Código Civil), devidamente registrados no Registro de Empresas 
Mercantis ou no Registro Civil de Pessoas Jurídicas, conforme o caso, desde 
que: 
I - no caso da microempresa, aufira, em cada ano-calendário, receita bruta igual ou 
inferior a R$ 360.000,00 (trezentos e sessenta mil reais); 
II - no caso de empresa de pequeno porte, aufira, em cada ano-calendário, receita bruta 
superior a R$ 360.000,00 (trezentos e sessenta mil reais) e igual ou inferior a R$ 
4.800.000,00 (quatro milhões e oitocentos mil reais). 
O plano de recuperação judicial de microempresas e empresas de pequeno porte será 
limitado às seguintes condições: 
a) abrangerá exclusivamente os créditos quirografários, ressalvados os créditos que não 
se submetem à recuperação judicial, já mencionados em nosso estudo; 
b) preverá parcelamento em até 36 parcelas mensais, iguais e sucessivas, corrigidas 
monetariamente e acrescidas de juros equivalentes à taxa Sistema Especial de Liquidação 
e de Custódia - SELIC, podendo conter, ainda, a proposta de abatimento do valor das 
dívidas; 
c) preverá o pagamento da primeira parcela no prazo máximo de 180 dias, contado da 
distribuição do pedido de recuperação judicial; e 
d) estabelecerá a necessidade de autorização do juiz, depois de ouvidos o administrador 
judicial e o comitê de credores, para o devedor aumentar despesas ou contratar 
empregados. 
O juiz poderá autorizar a recuperação especial sem a convocação de assembleia geral. 
 
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Art. 72, Parágrafo único. O pedido de recuperação judicial com base em 
plano especial não acarreta a suspensão do curso da prescrição nem das 
ações e execuções por créditos não abrangidos pelo plano. 
 
 
5 - RECUPERAÇÃO EXTRAJUDICIAL 
O devedor que preencher os requisitos previstos na Lei de Recuperação e Falência para a 
recuperação judicial poderá se valer da prerrogativa de não necessitar recorrer ao Judiciário 
para negociar um plano de recuperação com seus credores. A esse procedimento dá-se o 
nome de recuperação extrajudicial. 
Art. 161. O devedor que preencher os requisitos do art. 48 desta Lei poderá 
propor e negociar com credores plano de recuperação extrajudicial. 
Microempresas e empresas de pequeno porte
Plano de Recuperação Especial
Abrange créditos 
quirografários 
Parcelamento em 
até 36 parcelas 
mensais - 
correção pela 
Selic
Pagamento da 1a 
parcela no prazo 
máximo de 180 
dias do pedido 
Autorização do 
juiz para: 
→ aumento de 
despesas 
→ contratação de 
empregados 
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A recuperação extrajudicial não abrange os créditos fiscais, trabalhistas, acidentários ou 
de natureza real, como a seguir: 
Art. 161. [...]§ 1º Não se aplica o disposto neste Capítulo a titulares de créditos de 
natureza tributária, derivados da legislação do trabalho ou decorrentes de 
acidente de trabalho, assim como àqueles previstos nos arts. 49, § 3º , e 86, 
inciso II do caput, desta Lei. 
§ 5º Após a distribuição do pedido de homologação, os credores não 
poderão desistir da adesão ao plano, salvo com a anuência expressa dos 
demais signatários. 
O devedor não poderá requerer a homologação de plano extrajudicial se tiver pendente 
pedido de recuperação judicial ou se tiver obtido recuperação, em qualquer de suas 
modalidades, há menos de dois anos. 
§ 3º O devedor não poderá requerer a homologação de plano extrajudicial, 
se estiver pendente pedido de recuperação judicial ou se houver obtido 
recuperação judicial ou homologação de outro plano de recuperação 
extrajudicial há menos de 2 (dois) anos. 
O pedido de homologação do plano de recuperação extrajudicial não acarretará 
suspensão de direitos, ações ou execuções, nem a impossibilidade do pedido de 
decretação de falência pelos credores não sujeitos ao plano de recuperação extrajudicial. 
O procedimento poderá requerer a homologação em juízo do plano de recuperação 
extrajudicial, juntando sua justificativa e o documento que contenha seus termos e 
condições com as assinaturas dos credores que a ele aderiram. 
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Art. 162. O devedor poderá requerer a homologação em juízo do plano de 
recuperação extrajudicial, juntando sua justificativa e o documento que 
contenha seus termos e condições, com as assinaturas dos credores que a 
ele aderiram. 
No caso de plano que obrigue a todos os credores, com as assinaturas de credores que 
representem mais de 3/5 de todos os créditos de cada espécie por ele abrangidos. 
Art. 163. O devedor poderá, também, requerer a homologação de plano 
de recuperação extrajudicial que obriga a todos os credores por ele 
abrangidos, desde que assinado por credores que representem mais de 3/5 
(três quintos) de todos os créditos de cada espécie por ele abrangidos. 
 
Art. 161 [...] 
§ 6º Para a homologação do plano de que trata este artigo, além dos 
documentos previstos no caput do art. 162 desta Lei, o devedor deverá 
juntar: 
I - exposição da situação patrimonial do devedor; 
II - as demonstrações contábeis relativas ao último exercício social e as levantadas 
especialmente para instruir o pedido, na forma do inciso II do caput do art. 51 desta Lei; 
e 
III - os documentos que comprovem os poderes dos subscritores para novar ou transigir, 
relação nominal completa dos credores, com a indicação do endereço de cada um, a 
natureza, a classificação e o valor atualizado do crédito, discriminando sua origem, o 
regime dos respectivos vencimentos e a indicação dos registros contábeis de cada 
transação pendente. 
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Recebido o pedido de homologação do plano de recuperação extrajudicial, o juiz ordenará 
a publicação de edital no órgão oficial e em jornal de grande circulação nacional ou das 
localidades da sede e das filiais do devedor, convocando todos os credores do devedor 
para apresentação de suas impugnações ao plano de recuperação extrajudicial. 
Art. 164. [...] 
§2º Os credores terão prazo de 30 (trinta) dias, contado da publicação do 
edital, para impugnarem o plano, juntando a prova de seu crédito. 
§3º Para opor-se, em sua manifestação, à homologação do plano, os 
credores somente poderão alegar: 
I - não preenchimento do percentual mínimo previsto no caput do art. 163 desta Lei; 
II - prática de qualquer dos atos previstos no inciso III do art. 94 ou do art. 130 desta Lei, 
ou descumprimento de requisito previsto nesta Lei; 
III - descumprimento de qualquer outra exigência legal. 
Os credores terão um prazo de 30 dias, contado da publicação do edital, para impugnar 
o plano, juntando a prova de seu crédito. 
Sendo apresentada impugnação, será aberto prazo de cinco dias para que o devedor 
sobre ela se manifeste. 
Posteriormente, os autos serão conclusos imediatamente ao juiz para apreciação de 
eventuais impugnações, decidindo no prazo de cinco dias acerca do plano de recuperação 
extrajudicial, homologando-o por sentença, se entender que não implica prática de atos 
que visem a lesar seus credores e que não há outras irregularidades que recomendem sua 
rejeição. 
Da sentença cabe apelação, sem efeito suspensivo. 
O plano de recuperação extrajudicial produz efeitos após sua homologação judicial. 
Da sentença que defere ou denega o pedido de recuperação extrajudicial, cabe o 
recurso de apelação sem efeito suspensivo, conforme a redação do art. 164, § 7º. 
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6 - RESUMO 
Para finalizar o estudo da matéria, trazemos um resumo dos 
principais aspectos estudados ao longo da aula. Sugerimos que esse resumo seja 
estudado sempre previamente ao início da aula seguinte, como forma de “refrescar” a 
memória. Além disso, segundo a organização de estudos de vocês, a cada ciclo de estudos 
Assinatura de 3/5 dos credores não 
excluidos por lei
Recuperação Extrajudicial
Manifestação do devedor em 5 dias
Impugnação no prazo de 30 dias da 
publicação do edital
Título Executivo Judicial
Sentença Homologatória
 
 
 
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é fundamental retomar esses resumos. Caso encontrem dificuldade em compreender 
alguma informação, não deixem de retornar à aula. 
Recuperação judicial 
Ä Ação que objetiva a superação da situação de crise econômico-financeira do 
devedor. 
Legitimidade ativa 
Ä Empresários e sociedades empresárias. 
Requisitos 
Ä A empresa deve ser regular, existir há mais de dois anos, não ter se beneficiado 
do instituto nos últimos cinco anos, além de não ter cometido determinados crimes contra 
o patrimônio e a administração pública. 
Processamento 
Ä Preenchidos os requisitos legais, o juiz deve exarar seu despacho deferitório, se 
for o caso, e, além de deferir o processamento da recuperação, nomear o administrador 
judicial. 
Plano de recuperação 
Ä O recuperando terá o prazo de 60 dias para apresentar o plano de recuperação. 
Meios 
Ä No plano de recuperação, o recuperando deverá apresentar todos os meios de 
que pretende se utilizar na recuperação. 
Aprovação 
Ä Caso haja objeções, se dará após subsunção do plano à Assembleia Geral de 
credores, que votará por meio de uma divisão de classes. 
 
 
 
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Encerramento 
Ä Estando cumpridas as obrigações vencidas no prazo da recuperação, o juiz 
decretará o encerramento da recuperação judicial. 
Recuperação extrajudicial 
Ä Preenchidos os mesmos requisitos da recuperação judicial, o devedor poderá 
optar por não se utilizar do Judiciário, negociando a recuperação diretamente com os 
credores. 
Recurso 
Ä O recurso em face da decisão homologatória é o de apelação. 
 
7 - QUESTÕES 
7.1 - Questões sem gabarito 
Questão 1. (FGV - EXAME DA OAB - XXX EXAME - 2019). Além da impontualidade, a 
falência pode ser decretada pela prática de atos de falência por parte do devedor 
empresário individual ou dos administradores da sociedade empresária. 
 
Assinale a opção que constitui um ato de falência por parte do devedor. 
a) Deixar de pagar, no vencimento, obrigação líquida materializada em título executivo 
protestado por falta de pagamento, cuja soma ultrapasse o equivalente a 40 (quarenta) 
salários mínimos na data do pedido de falência. 
b) Transferir, durante a recuperação judicial, estabelecimentoa terceiro sem o 
consentimento de todos os credores e sem ficar com bens suficientes para solver seu 
passivo, em cumprimento à disposição de plano de recuperação. 
 
 
 
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c) Não pagar, depositar ou nomear à penhora, no prazo de 3 (três) dias, contados da 
citação, bens suficientes para garantir a execução. 
d) Deixar de cumprir, no prazo estabelecido, obrigação assumida no plano de recuperação 
judicial, após o cumprimento de todas as obrigações previstas no plano que vencerem até 
dois anos depois da concessão da recuperação judicial. 
 
Questão 2. (FGV - EXAME DA OAB - XXV EXAME - 2018). Concessionária de Veículos 
Primeira Cruz Ltda. obteve concessão de sua recuperação judicial. Diante da necessidade 
de alienação de bens do ativo permanente, não relacionados previamente no plano de 
recuperação, foi convocada assembleia geral de credores. 
 
A proposta de alienação foi aprovada em razão do voto decisivo da credora Dutra & Corda 
Representações Ltda., cujo sócio majoritário P. Dutra tem participação de 32% (trinta e dois 
por cento) no capital da sociedade recuperanda. 
 
Com base nesses dados, é correto afirmar que 
a) a decisão é nula de pleno direito, pois a pretensão de alienação de bens do ativo 
permanente, não relacionados no plano, enseja a convolação da recuperação judicial em 
falência. 
b) o voto da sociedade Dutra & Corda Representações Ltda. não poderia ter sido 
considerado para fins de verificação do quórum de instalação e de deliberação da 
assembleia geral. 
c) a decisão assemblear é anulável, pois a sociedade Dutra & Corda Representações Ltda., 
como credora, não poderia ter participado nem proferido voto na assembleia geral. 
d) a assembleia é nula, pois a autorização para a alienação de bens do ativo permanente, 
não relacionados no plano de recuperação judicial, é prerrogativa exclusiva do 
administrador judicial. 
 
 
 
 
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Questão 3. (FGV - EXAME DA OAB - XXIV EXAME - 2017). A sociedade empresária Pará 
de Minas Veículos Ltda. pretende requerer sua recuperação judicial. Ao analisar a minuta 
de petição inicial, o gerente administrativo listou os impedimentos ao pedido de 
recuperação. 
 
Assinale a opção que apresenta um desses impedimentos. 
a) O devedor ter, há menos de 5 (cinco) anos, obtido concessão de recuperação judicial. 
b) O devedor possuir ativo que não corresponda a, pelo menos, 50% (cinquenta por cento) 
do passivo quirografário. 
c) O devedor deixar de requerer sua autofalência nos 30 (trinta) dias seguintes ao 
vencimento de qualquer obrigação líquida. 
d) A sociedade ter como administrador pessoa condenada por crime contra o patrimônio 
ou contra a fé pública. 
 
Questão 4. (FGV - EXAME DA OAB - XX EXAME - 2016). Mostardas, Tavares & Cia Ltda. 
EPP requereu sua recuperação judicial tendo o pedido sido despachado pelo juiz com a 
nomeação de Frederico Portela como administrador judicial. Em relação à remuneração do 
administrador judicial, será observada a seguinte regra: 
a) a remuneração não excederá 5% (cinco por cento) do valor devido aos credores 
submetidos à recuperação judicial. 
b) caberá ao devedor arcar com as despesas relativas à remuneração do administrador 
judicial e das pessoas eventualmente contratadas para auxiliá-lo. 
c) a remuneração deverá ser paga até o final do encerramento da verificação dos créditos 
e publicação do quadro de credores. 
d) será devida remuneração proporcional ao trabalho realizado quando o administrador 
judicial for destituído por descumprimento de deveres legais. 
 
 
 
 
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Questão 5. (FGV - EXAME DA OAB - XX EXAME - 2016). O estatuto de uma sociedade 
empresária do tipo anônima estabelece que seu objeto social é a exploração de serviços 
aéreos públicos de transporte regular e não regular. Diante do processamento da 
recuperação judicial da referida sociedade empresária, o exercício dos direitos derivados 
de contratos de arrendamento de aeronaves ou de seus motores pelos credores 
a) ficará suspenso pelo prazo improrrogável de 180 (cento e oitenta) dias contado da data 
do processamento da recuperação, restabelecendo-se, após o decurso do prazo, o direito 
dos arrendadores de iniciar ou continuar suas ações e execuções, independentemente de 
pronunciamento judicial. 
b) não ficará suspenso, e os arrendadores podem continuar suas ações e execuções, mas, 
durante o prazo de 180 (cento e oitenta) dias, contado da data do processamento da 
recuperação, não é permitida a venda ou a retirada do estabelecimento das aeronaves, por 
serem bens de capital essenciais à empresa. 
c) ficará suspenso até a concessão da recuperação judicial, exceto se o plano de 
recuperação estabelecer que as obrigações anteriores à recuperação judicial observarão as 
condições originalmente definidas em lei, inclusive no que diz respeito aos encargos. 
d) não ficará suspenso em nenhuma hipótese e os créditos decorrentes dos contratos de 
arrendamento não se submeterão aos efeitos da recuperação judicial, prevalecendo os 
direitos de propriedade sobre a coisa e as condições contratuais. 
 
Questão 6. (FGV - EXAME DA OAB - XVIII EXAME - 2015). Calçados Machadinho Ltda. 
requereu sua recuperação judicial e o pedido foi devidamente processado. O devedor não 
alterou, no plano de recuperação, o valor ou as condições originais de pagamento do 
crédito de Curtume Arroio do Sal Ltda. EPP, referentes ao contrato de fornecimento de 
couro sintético, no valor de R$ 288.000,00 (duzentos e oitenta e oito mil reais). 
 
Com base nessas informações e nas disposições da Lei nº 11.101/2005, assinale a afirmativa 
correta. 
 
 
 
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54 
 
 
 
a) A credora não terá direito a voto nas assembleias de credores realizadas durante a 
recuperação judicial e o crédito não será considerado para fins de verificação de quórum 
de deliberação. 
b) O crédito será novado com a concessão da recuperação judicial, após a aprovação do 
plano pela assembleia de credores, como todos os demais créditos sujeitos à recuperação. 
c) A credora poderá votar nas assembleias de credores realizadas durante a recuperação, 
com base no valor de seu crédito, na classe dos credores microempresários e empresários 
de pequeno porte (Classe 4). 
d) A partir do processamento da recuperação judicial, é permitido à credora ajuizar ação 
de cobrança em face do devedor pela manutenção das condições originais de pagamento 
do crédito no plano de recuperação. 
 
Questão 7. (FGV - EXAME DA OAB - XII EXAME - 2013). Laranja da Terra Comércio de 
Frutas Ltda. requereu sua recuperação judicial e o pedido foi distribuído para a 2ª Vara 
Cível. 
 
A distribuição do pedido de recuperação produziu como efeito 
a) a nomeação pelo juiz do administrador judicial dentre os maiores credores da sociedade 
em recuperação judicial. 
b) a suspensão das ações e execuções ajuizadas anteriormente ao pedido em face do 
devedor por até 180 (cento e oitenta) dias. 
c) a proibição de alienação ou oneração de bens ou direitos do ativo permanente, salvo 
evidente utilidade reconhecida pelo juiz, ouvido o Comitê. 
d) o afastamento imediato dos administradores e sócios controladores da sociedade até a 
deliberação dos credores sobre o plano de recuperação. 
 
Questão 8. (FGV - EXAME DA OAB - XI EXAME - 2013). Uma sociedade empresária 
atuante no mercado imobiliário, com sede e principal estabelecimento na cidade de Pedro 
 
 
 
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Afonso, obteve concessão de sua recuperação judicial. Diante da necessidade de alienação 
de bens do ativo permanente, não relacionados previamente no plano de recuperação, foi 
convocada assembleia geral de credores. A proposta de alienação foi aprovada em razão 
do voto decisivo da credora Tuntum Imperatriz Representações Ltda., cujo sócio majoritário 
tem participação de 25% no capital da sociedade recuperanda. 
 
Com base nas disposições da Lei n. 11.101/2005(Lei de Falências e Recuperação Judicial 
de Empresas), assinale a afirmativa correta. 
a) A decisão é nula de pleno direito, pois a pretensão de alienação de bens do ativo 
permanente, não relacionados no plano, enseja a convolação da recuperação judicial em 
falência. 
b) A autorização para a alienação de bens do ativo permanente, não relacionados no plano 
de recuperação judicial, é uma prerrogativa exclusiva do administrador judicial. 
c) O voto de Tuntum Imperatriz Representações Ltda. não poderia ter sido considerado 
para fins de verificação do quorum de instalação e de deliberação da assembleia geral. 
d) A decisão assemblear é anulável, pois a sociedade Tuntum Imperatriz Representações 
Ltda. como credora, não poderia ter participado da assembleia geral. 
 
Questão 9. (FGV - EXAME DA OAB - X EXAME - 2013). Com relação às atribuições do 
Comitê de Credores, quando constituído no âmbito da recuperação judicial, assinale a 
afirmativa correta. 
a) Fiscalizar a execução do plano de recuperação judicial. 
b) Fornecer, com presteza, todas as informações exigidas pelos credores interessados. 
c) Consolidar o quadro geral de credores e providenciar sua publicação. 
d) Apresentar ao juiz, para juntada aos autos, relatório mensal das atividades do devedor. 
 
 
 
 
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Questão 10. (FGV - EXAME DA OAB - VIII EXAME - 2012). A respeito da recuperação 
judicial, assinale a afirmativa correta. 
a) O juiz somente poderá conceder a recuperação judicial do devedor cujo plano de 
recuperação tenha sido aprovado pela assembleia geral de credores. 
b) O devedor poderá desistir do pedido de recuperação judicial a qualquer tempo, desde 
que antes da concessão da recuperação judicial pelo juiz, bastando, para tanto, comunicar 
sua desistência ao juízo da recuperação. 
c) O juiz decretará falência, caso o devedor não apresente o plano de recuperação no prazo 
de 60 (sessenta) dias da publicação da decisão que deferir o processamento da 
recuperação. 
d) O plano de recuperação apresentado pelo devedor, em hipótese alguma, poderá sofrer 
alterações. 
7.2 – Gabarito 
1) D 2) B 3) A 4) B 5) D 6) A 7) C8) C 9) A 10) C 
 7.3 - Questões com comentários 
Questão 1. (FGV - EXAME DA OAB - XXX EXAME - 2019). Além da impontualidade, a 
falência pode ser decretada pela prática de atos de falência por parte do devedor 
empresário individual ou dos administradores da sociedade empresária. 
 
Assinale a opção que constitui um ato de falência por parte do devedor. 
a) Deixar de pagar, no vencimento, obrigação líquida materializada em título executivo 
protestado por falta de pagamento, cuja soma ultrapasse o equivalente a 40 (quarenta) 
salários mínimos na data do pedido de falência. 
b) Transferir, durante a recuperação judicial, estabelecimento a terceiro sem o 
consentimento de todos os credores e sem ficar com bens suficientes para solver seu 
passivo, em cumprimento à disposição de plano de recuperação. 
 
 
 
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c) Não pagar, depositar ou nomear à penhora, no prazo de 3 (três) dias, contados da 
citação, bens suficientes para garantir a execução. 
d) Deixar de cumprir, no prazo estabelecido, obrigação assumida no plano de recuperação 
judicial, após o cumprimento de todas as obrigações previstas no plano que vencerem até 
dois anos depois da concessão da recuperação judicial. 
 
A alternativa “D” está correta. 
A alternativa “A” está incorreta, uma vez que a assertiva tratou da 
impontualidade injustificada que permite a decretação da falência, a qual pressupõe o não 
pagamento sem relevante razão de direito, nos termos do inciso I do artigo 94 da 
Lei 11.101/2005: “Art. 94. Será decretada a falência do devedor que: I – sem relevante razão 
de direito, não paga, no vencimento, obrigação líquida materializada em título ou títulos 
executivos protestados cuja soma ultrapasse o equivalente a 40 (quarenta) salários-mínimos 
na data do pedido de falência.” 
A alternativa “B” está incorreta, uma vez que a transferência do estabelecimento a 
terceiro, sem o consentimento de todos os credores e sem manter bens suficientes para 
solver o passivo não configura ato de falência se fizer parte do plano de recuperação 
judicial, nos termos do artigo 94, III, c, da Lei 11.101/2005: “Art. 94. Será decretada a 
falência do devedor que: III – pratica qualquer dos seguintes atos, exceto se fizer parte de 
plano de recuperação judicial: c) transfere estabelecimento a terceiro, credor ou não, sem 
o consentimento de todos os credores e sem ficar com bens suficientes para solver seu 
passivo.” 
A alternativa “C” está incorreta, uma vez que o artigo 94, II, da Lei 11.101/2005 é genérico 
quanto ao prazo, não especificando o prazo de 3 (três) dias: “Art. 94. Será decretada a 
falência do devedor que: II – executado por qualquer quantia líquida, não paga, não 
deposita e não nomeia à penhora bens suficientes dentro do prazo legal.” 
A alternativa “D” está correta, uma vez que a assertiva tratou da hipótese que autoriza a 
convolação da recuperação judicial em falência do artigo 73, IV, c/c artigo 61, § 1º, 
da Lei 11.101/2005: “Art. 73. O juiz decretará a falência durante o processo de recuperação 
judicial: IV – por descumprimento de qualquer obrigação assumida no plano de 
recuperação, na forma do § 1º do art. 61 desta Lei.: “Art. 61. Proferida a decisão prevista 
no art. 58 desta Lei, o devedor permanecerá em recuperação judicial até que se cumpram 
todas as obrigações previstas no plano que se vencerem até 2 (dois) anos depois da 
 
 
 
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concessão da recuperação judicial. § 1º Durante o período estabelecido no caput deste 
artigo, o descumprimento de qualquer obrigação prevista no plano acarretará a convolação 
da recuperação em falência, nos termos do art. 73 desta Lei.” 
 
Questão 2. (FGV - EXAME DA OAB - XXV EXAME - 2018). Concessionária de Veículos 
Primeira Cruz Ltda. obteve concessão de sua recuperação judicial. Diante da necessidade 
de alienação de bens do ativo permanente, não relacionados previamente no plano de 
recuperação, foi convocada assembleia geral de credores. 
 
A proposta de alienação foi aprovada em razão do voto decisivo da credora Dutra & Corda 
Representações Ltda., cujo sócio majoritário P. Dutra tem participação de 32% (trinta e dois 
por cento) no capital da sociedade recuperanda. 
 
Com base nesses dados, é correto afirmar que 
a) a decisão é nula de pleno direito, pois a pretensão de alienação de bens do ativo 
permanente, não relacionados no plano, enseja a convolação da recuperação judicial em 
falência. 
b) o voto da sociedade Dutra & Corda Representações Ltda. não poderia ter sido 
considerado para fins de verificação do quórum de instalação e de deliberação da 
assembleia geral. 
c) a decisão assemblear é anulável, pois a sociedade Dutra & Corda Representações Ltda., 
como credora, não poderia ter participado nem proferido voto na assembleia geral. 
d) a assembleia é nula, pois a autorização para a alienação de bens do ativo permanente, 
não relacionados no plano de recuperação judicial, é prerrogativa exclusiva do 
administrador judicial. 
 
A alternativa “B” está correta. 
 
 
 
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A banca cobrou a possibilidade de alguém que, seja sócio do próprio devedor, poder 
participar da assembleia geral de credores e poder votar algum assunto de interesse dos 
credores. 
Pela lei de falências, o sócio do devedor que tenha uma participação de capital social maior 
do que 10% até pode participar da assembleia geral de credores, mas não poderá votar e 
seus créditos não serão computados para a fim de quórum de instalação e deliberação. 
Porém, não há na legislação nenhum dispositivo dizendo que essa assembleia deve ser 
anulada ou anulável de pleno direito, o que diz a lei é apenas esclarecer que os votos da 
credora em tela não serão computados e não devem ser contados para fim de análise do 
que foi pleiteado que seriaa venda de ativos da empresa devedora. 
Como a credora Dutra e Corda tem um sócio com uma participação de 32% no capital da 
recuperanda, esses votos não deveriam ser contados. 
Isso é o que preceitua o Art. 43 da lei 11.101: “ Os sócios do devedor, bem como as 
sociedades coligadas, controladoras, controladas ou as que tenham sócio ou acionista com 
participação superior a 10% (dez por cento) do capital social do devedor ou em que o 
devedor ou algum de seus sócios detenham participação superior a 10% (dez por cento) do 
capital social, poderão participar da assembléia-geral de credores, sem ter direito a voto e 
não serão considerados para fins de verificação do quorum de instalação e de deliberação.” 
 
Questão 3. (FGV - EXAME DA OAB - XXIV EXAME - 2017). A sociedade empresária Pará 
de Minas Veículos Ltda. pretende requerer sua recuperação judicial. Ao analisar a minuta 
de petição inicial, o gerente administrativo listou os impedimentos ao pedido de 
recuperação. 
 
Assinale a opção que apresenta um desses impedimentos. 
a) O devedor ter, há menos de 5 (cinco) anos, obtido concessão de recuperação judicial. 
b) O devedor possuir ativo que não corresponda a, pelo menos, 50% (cinquenta por cento) 
do passivo quirografário. 
c) O devedor deixar de requerer sua autofalência nos 30 (trinta) dias seguintes ao 
vencimento de qualquer obrigação líquida. 
 
 
 
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d) A sociedade ter como administrador pessoa condenada por crime contra o patrimônio 
ou contra a fé pública. 
 
A alternativa “A” está correta. 
A lei de recuperação de empresas estabelece alguns critérios para que um devedor possa 
pedir a recuperação judicial. Existem os requisitos positivos do caput e os requisitos 
negativos ou também chamados impeditivos. A questão quer saber qual alternativa 
encaixa-se nos critérios impeditivos para pedir a recuperação judicial: “ Art. 48. Poderá 
requerer recuperação judicial o devedor que, no momento do pedido, exerça regularmente 
suas atividades há mais de 2 (dois) anos e que atenda aos seguintes requisitos, 
cumulativamente: I – não ser falido e, se o foi, estejam declaradas extintas, por sentença 
transitada em julgado, as responsabilidades daí decorrentes; II – não ter, há menos de 5 
(cinco) anos, obtido concessão de recuperação judicial; III - não ter, há menos de 5 (cinco) 
anos, obtido concessão de recuperação judicial com base no plano especial de que trata a 
Seção V deste Capítulo IV – não ter sido condenado ou não ter, como administrador ou 
sócio controlador, pessoa condenada por qualquer dos crimes previstos nesta Lei. 
O devedor que tenha obtido recuperação judicial há menos de 5 anos não poderá requerer 
recuperação judicial. 
 
Questão 4. (FGV - EXAME DA OAB - XX EXAME - 2016). Mostardas, Tavares & Cia Ltda. 
EPP requereu sua recuperação judicial tendo o pedido sido despachado pelo juiz com a 
nomeação de Frederico Portela como administrador judicial. Em relação à remuneração do 
administrador judicial, será observada a seguinte regra: 
a) a remuneração não excederá 5% (cinco por cento) do valor devido aos credores 
submetidos à recuperação judicial. 
b) caberá ao devedor arcar com as despesas relativas à remuneração do administrador 
judicial e das pessoas eventualmente contratadas para auxiliá-lo. 
c) a remuneração deverá ser paga até o final do encerramento da verificação dos créditos 
e publicação do quadro de credores. 
 
 
 
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d) será devida remuneração proporcional ao trabalho realizado quando o administrador 
judicial for destituído por descumprimento de deveres legais. 
 
A alternativa “B” está correta. 
A alternativa “A” está incorreta, uma vez que em regra, o valor da remuneração do 
administrador judicial não deve ultrapassar 5% do que for devido aos credores, no entanto, 
se a empresa em recuperação judicial for uma Microempresa (ME) ou Empresa de Pequeno 
Porte (EPP) esse valor fica reduzido a 2%. A questão versa sobre uma EPP, então, a 
remuneração não excederá 2% (dois por cento) do valor devido aos credores submetidos 
à recuperação judicial. 
A alternativa “B” está correta, uma vez que a despesa com a remuneração do 
administrador judicial na recuperação judicial fica a cargo do devedor em recuperação. 
Além da remuneração do administrador judicial, o devedor deve também pagar as pessoas 
contratadas para ajudar o administrador: “Art. 25. Caberá ao devedor ou à massa falida 
arcar com as despesas relativas à remuneração do administrador judicial e das pessoas 
eventualmente contratadas para auxiliá-lo.” 
A alternativa “C” está incorreta, uma vez que o administrador judicial recebe, geralmente, 
60% do valor devido ao longo do processo, já que não há na lei um momento específico 
para esse recebimento. A lei diz que deve ser reservado um valor de 40% da remuneração 
a serem pagos após a apresentação do seu relatório final: “Art. 24, § 2o Será reservado 40% 
(quarenta por cento) do montante devido ao administrador judicial para pagamento após 
atendimento do previsto nos arts. 154 e 155 desta Lei.” “Art. 155. Julgadas as contas do 
administrador judicial, ele apresentará o relatório final da falência no prazo de 10 (dez) dias, 
indicando o valor do ativo e o do produto de sua realização, o valor do passivo e o dos 
pagamentos feitos aos credores, e especificará justificadamente as responsabilidades com 
que continuará o falido.” 
A alternativa “D” está incorreta, uma vez que o administrador judicial destituído por 
descumprimento da lei e da função não tem direito à nenhuma remuneração: “Art. 24 - § 
3o O administrador judicial substituído será remunerado proporcionalmente ao trabalho 
realizado, salvo se renunciar sem relevante razão ou for destituído de suas funções por 
desídia, culpa, dolo ou descumprimento das obrigações fixadas nesta Lei, hipóteses em que 
não terá direito à remuneração.” 
 
 
 
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Questão 5. (FGV - EXAME DA OAB - XX EXAME - 2016). O estatuto de uma sociedade 
empresária do tipo anônima estabelece que seu objeto social é a exploração de serviços 
aéreos públicos de transporte regular e não regular. Diante do processamento da 
recuperação judicial da referida sociedade empresária, o exercício dos direitos derivados 
de contratos de arrendamento de aeronaves ou de seus motores pelos credores 
a) ficará suspenso pelo prazo improrrogável de 180 (cento e oitenta) dias contado da data 
do processamento da recuperação, restabelecendo-se, após o decurso do prazo, o direito 
dos arrendadores de iniciar ou continuar suas ações e execuções, independentemente de 
pronunciamento judicial. 
b) não ficará suspenso, e os arrendadores podem continuar suas ações e execuções, mas, 
durante o prazo de 180 (cento e oitenta) dias, contado da data do processamento da 
recuperação, não é permitida a venda ou a retirada do estabelecimento das aeronaves, por 
serem bens de capital essenciais à empresa. 
c) ficará suspenso até a concessão da recuperação judicial, exceto se o plano de 
recuperação estabelecer que as obrigações anteriores à recuperação judicial observarão as 
condições originalmente definidas em lei, inclusive no que diz respeito aos encargos. 
d) não ficará suspenso em nenhuma hipótese e os créditos decorrentes dos contratos de 
arrendamento não se submeterão aos efeitos da recuperação judicial, prevalecendo os 
direitos de propriedade sobre a coisa e as condições contratuais. 
 
A alternativa “D” está correta. 
A lei prevê uma regra de suspensão das ações execuções contra um devedor que tenha a 
sua falência decretada ou tenha a recuperação judicial deferida. No caso da recuperação 
judicial essa suspensão se dará por um prazo improrrogável de 180 dias. Porém, os créditos 
que não estiverem sujeitos à recuperação judicial não se submetem a essa regra de 
suspensão. 
Os credores titulares de créditos de arrendamento mercantil não se submetem à 
recuperação judicial e a seus efeitos, o que alei garante é a apenas que não se permite a 
venda ou retirada do estabelecimento do devedor dos bens de capital essenciais a sua 
 
 
 
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atividade durante o prazo de suspensão citado acima. E respeitando-se a regra de que 
prevalecerão os direitos de propriedade sobre a coisa e as condições contratuais 
Portanto, o exercício dos direitos derivados de contratos de arrendamento de aeronaves 
ou de seus motores pelos credores não ficará suspenso em nenhuma hipótese e os créditos 
decorrentes dos contratos de arrendamento não se submeterão aos efeitos da recuperação 
judicial, prevalecendo os direitos de propriedade sobre a coisa e as condições contratuais, 
nos termos do art. 49, § 3o Tratando-se de credor titular da posição de proprietário fiduciário 
de bens móveis ou imóveis, de arrendador mercantil, de proprietário ou promitente 
vendedor de imóvel cujos respectivos contratos contenham cláusula de irrevogabilidade ou 
irretratabilidade, inclusive em incorporações imobiliárias, ou de proprietário em contrato de 
venda com reserva de domínio, seu crédito não se submeterá aos efeitos da recuperação 
judicial e prevalecerão os direitos de propriedade sobre a coisa e as condições contratuais, 
observada a legislação respectiva, não se permitindo, contudo, durante o prazo de 
suspensão a que se refere o § 4o do art. 6o desta Lei, a venda ou a retirada do 
estabelecimento do devedor dos bens de capital essenciais a sua atividade empresarial.” 
 
Questão 6. (FGV - EXAME DA OAB - XVIII EXAME - 2015). Calçados Machadinho Ltda. 
requereu sua recuperação judicial e o pedido foi devidamente processado. O devedor não 
alterou, no plano de recuperação, o valor ou as condições originais de pagamento do 
crédito de Curtume Arroio do Sal Ltda. EPP, referentes ao contrato de fornecimento de 
couro sintético, no valor de R$ 288.000,00 (duzentos e oitenta e oito mil reais). 
 
Com base nessas informações e nas disposições da Lei nº 11.101/2005, assinale a afirmativa 
correta. 
a) A credora não terá direito a voto nas assembleias de credores realizadas durante a 
recuperação judicial e o crédito não será considerado para fins de verificação de quórum 
de deliberação. 
b) O crédito será novado com a concessão da recuperação judicial, após a aprovação do 
plano pela assembleia de credores, como todos os demais créditos sujeitos à recuperação. 
 
 
 
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c) A credora poderá votar nas assembleias de credores realizadas durante a recuperação, 
com base no valor de seu crédito, na classe dos credores microempresários e empresários 
de pequeno porte (Classe 4). 
d) A partir do processamento da recuperação judicial, é permitido à credora ajuizar ação 
de cobrança em face do devedor pela manutenção das condições originais de pagamento 
do crédito no plano de recuperação. 
 
A alternativa “A” está correta. 
A alternativa “A” está correta, uma vez que um credor que não tenha seu crédito no plano 
de recuperação judicial não tem direito a voto nas assembleias de credores da recuperação 
judicial. E ainda, os créditos que não estão no plano não serão computados para fim de 
deliberação. Essa questão está de acordo com a lei 11.101 de 2005: “Art. 45. Nas 
deliberações sobre o plano de recuperação judicial, todas as classes de credores referidas 
no art. 41 desta Lei deverão aprovar a proposta. § 3o O credor não terá direito a voto e não 
será considerado para fins de verificação de quorum de deliberação se o plano de 
recuperação judicial não alterar o valor ou as condições originais de pagamento de seu 
crédito.” 
A alternativa “B” está incorreta, uma vez Na recuperação judicial os créditos sofrem a 
novação, porém somente os créditos sujeitos ao plano que são novados. O crédito da 
questão não será novado, pois não faz parte do plano, conforme preceitua o Art. 59: “O 
plano de recuperação judicial implica novação dos créditos anteriores ao pedido, e obriga 
o devedor e todos os credores a ele sujeitos, sem prejuízo das garantias, observado o 
disposto no § 1o do art. 50 desta Lei.” 
A alternativa “C” está incorreta, uma vez que as classes de credores são compostas por 
cada tipo de crédito. Existe uma classe composta pelos credores titulares de créditos que 
sejam microempresários ou empresas de pequeno porte. Então, realmente, esse credor 
poderia ser da classe 4, porém, como o crédito não faz parte do plano, ele não será de 
nenhuma classe, pois não comporá a assembleia de credores: “Art. 41. A assembléia-geral 
será composta pelas seguintes classes de credores: I – titulares de créditos derivados da 
legislação do trabalho ou decorrentes de acidentes de trabalho; II – titulares de créditos 
com garantia real; III – titulares de créditos quirografários, com privilégio especial, com 
 
 
 
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privilégio geral ou subordinados .IV - titulares de créditos enquadrados como microempresa 
ou empresa de pequeno porte.” 
A alternativa “D” está incorreta, uma vez que não cabe ação de cobrança para manter as 
condições do crédito, já que a própria questão deixou claro que não houve modificação do 
crédito em questão. 
 
Questão 7. (FGV - EXAME DA OAB - XII EXAME - 2013). Laranja da Terra Comércio de 
Frutas Ltda. requereu sua recuperação judicial e o pedido foi distribuído para a 2ª Vara 
Cível. 
 
A distribuição do pedido de recuperação produziu como efeito 
a) a nomeação pelo juiz do administrador judicial dentre os maiores credores da sociedade 
em recuperação judicial. 
b) a suspensão das ações e execuções ajuizadas anteriormente ao pedido em face do 
devedor por até 180 (cento e oitenta) dias. 
c) a proibição de alienação ou oneração de bens ou direitos do ativo permanente, salvo 
evidente utilidade reconhecida pelo juiz, ouvido o Comitê. 
d) o afastamento imediato dos administradores e sócios controladores da sociedade até a 
deliberação dos credores sobre o plano de recuperação. 
 
A alternativa “C” está correta. 
A alternativa “A” está incorreta, uma vez que a nomeação do administrador judicial ocorre 
na próxima etapa da tramitação desse processo que é a etapa chamada deferimento do 
processamento da recuperação judicial. O administrador judicial será nomeado pelo juiz, 
devendo ser alguém com o perfil de profissional idôneo e a escolha desse administrador 
não precisa ser nenhum credor e nem necessariamente o maior credor, nos termos do art. 
21: “O administrador judicial será profissional idôneo, preferencialmente advogado, 
economista, administrador de empresas ou contador, ou pessoa jurídica especializada.” 
 
 
 
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A alternativa “B” está incorreta, uma vez que a suspensão das ações anteriores realmente 
ocorre, porém essa suspensão só ocorre quando há o deferimento do processamento de 
recuperação judicial e não quando há a distribuição do processo: “Art. 6o, § 4o Na 
recuperação judicial, a suspensão de que trata o caput deste artigo em hipótese nenhuma 
excederá o prazo improrrogável de 180 (cento e oitenta) dias contado do deferimento do 
processamento da recuperação, restabelecendo-se, após o decurso do prazo, o direito dos 
credores de iniciar ou continuar suas ações e execuções, independentemente de 
pronunciamento judicial.” 
A alternativa “C” está correta, uma vez que a partir do momento em que o processo com 
o pedido de recuperação judicial é distribuído, o devedor, requerente da recuperação, não 
pode vender bens ou direitos do ativo permanente, a não ser que o juiz entenda a 
relevância de uma venda e mesmo assim com autorização do comitê de credores, por 
expressa determinação do art. 66: “Após a distribuição do pedido de recuperação judicial, 
o devedor não poderá alienar ou onerar bens ou direitos de seu ativo permanente, salvo 
evidente utilidade reconhecida pelo juiz, depois de ouvido o Comitê, com exceção 
daqueles previamente relacionados no plano de recuperação judicial.” 
A alternativa “D” está incorreta, uma vez que

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