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CANNABIS SATIVA - USO MEDICINAL E TERAPEUTICO

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Cannabis sativa – USO MEDICINAL E TERAPÊUTICO 
 
 
 
 
 
 
 
 
Trabalho escrito da disciplina de 
Fitoquímica, do curso de 
Bacharelado em Química do Instituto 
Federal do Rio de Janeiro campus 
Nilópolis 
 
 
 
 
 
Discente: Leticia Cristina Mello Ferreira 
 
Docente: Prof. DSc. Ana Maria Pereira da Silva 
 
 
 
 
 
 
 
 
 NILÓPOLIS 
DEZEMBRO/2019 
 
 
SUMÁRIO 
1 INTRODUÇÃO .............................................................................................................3 
2 Cannabis sativa – USO MEDICINAL ..........................................................................3 
 
3 PROPRIEDADES QUÍMICAS E FARMACOLÓGICAS.........................................4 
 
4 CANABINÓIDES – USO TERAPÊUTICO ................................................................5 
 
5 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ........................................................................8 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ÍNDICE DE FIGURAS 
 
Figura 1 Estrutura química do ∆9-THC..................................................................................5 
Figura 2 Estrutura química do CBD......................................................................................5 
Figura 3 Resultados dos artigos analisados na metanálise da pesquisa bibliográfica...............7 
3 
 
1 INTRODUÇÃO 
 Há séculos a humanidade faz uso da Cannabis sativa para diversos fins, tais 
como alimentação, rituais religiosos e práticas medicinais. Existem relatos de seu uso 
na Índia em 2.500 a.C. Há 4.000 anos, a Cannabis sativa era utilizada para fabricação 
de papel, cordas, alimentos e tecidos na China. Em 460 a.C., Hipócrates, na Grécia, 
adotou a planta como terapia associada a dietas, bebidas alcoólicas e medicamentos. 
(BARRETO et al., 2002; CRUZ et al., 2009). 
 Em meados da década de 60, estudos começaram a ser feitos para que se 
descobrissem e catalogassem os principais componentes da planta, que, dentre 
muitos, se destacam o canabidiol (CBD), que não possui efeito psicoativo, e o ∆9-
tetraidrocanabinol (THC), que possui efeito psicoativo. A partir desses estudos pode-
se comprovar suas atividades terapêuticas (GONTIES, 2003). 
 Segundo Gonties (2003), o uso da Cannabis sativa pode causar euforia, perda 
da noção de tempo e espaço, distúrbios mentais e perda de memória. 
 O CBD, que vêm sendo alvo de uma crescente onda de estudos, embora seus 
mecanismos de ação envolvidos no tratamento de doenças e/ou sintomas não tenham 
sido totalmente elucidados. 
 
2 Cannabis sativa – USO MEDICINAL 
Existem duas espécies da planta: a Cannabis sativa e a Cannabis indica, ambas 
pertencentes à família Canabinaceae, sendo a Cannabis sativa a espécie mais 
conhecida e com estudos avançados sobre sua utilização no tratamento de patologias 
diversas (VOZ, 2008). 
Foram os escravos africanos os responsáveis pela introdução da Cannabis 
sativa no Brasil, que era utilizada apenas com finalidade recreativa. A planta era 
conhecida pelos escravos como cânhamo da Índia. O nome pela qual é popularmente 
conhecida nos dias de hoje, maconha, é um anagrama da palavra cânhamo. Embora 
em meados do século XIX já houvesse estudos sobre o uso medicinal da maconha, 
houve uma repressão da planta no Brasil na década de 30, sendo proibido plantio, 
colheita e consumo da maconha por meio do Decreto-Lei Nº891, de 25/11/1938, do 
Governo Federal (CARLINI, 2006). 
 O canabidiol (CBD), composto da Cannabis sativa, foi isolado a partir do extrato 
de maconha na década de 40. Já na década de 60, o CBD teve sua estrutura química 
4 
 
elucidada pelo grupo de pesquisa liderado pelo professor Raphael Mechoulam, de 
Israel (ZUARDI, 2008; CRIPPA et al., 2010). 
Estudos sobre CBD vêm aumentando com o passar dos anos, e todas 
publicações são concordantes entre si e apontam a presença de efeitos terapêuticos 
em várias patologias. Os resultados são positivos para propriedade ansiolítica, 
antipsicótica, diabetes, AIDS, glaucoma, retinoplastia diabética, câncer, entre outras 
(CRIPA et al., 2010; RIBEIRO, 2014; PERNONCINE et al., 2014; JUNIOR, 2013). 
 
3 PROPRIEDADES QUÍMICAS E FARMACOLÓGICAS 
 Cerca de 400 substâncias presentes na maconha já foram estudadas, porém 
apenas cerca de 60 compostos são considerados canabinóides. Os canabinóides são 
classificados em dois grupos: canabinóides psicoativos e canabinóides não 
psicoativos. A Tabela 1 apresenta as principais substâncias presentes na maconha 
(GONÇALVES; SCHLICHTING, 2014; VOZ, 2008; LANARO, 2008). 
 
Tabela 1 – Principais substâncias presentes na maconha 
SUBSTÂNCIAS 
∆9-tetraidrocanabinol (∆9-THC) 
Principal componente psicoativo da 
Cannabis sativa 
Canabidiol (CBD) 
Não apresenta efeito psicoativo, porém 
apresenta efeito terapêutico 
Canabinol (CBN) 
Apresenta efeito anti-inflamatório e seu 
efeito psicoativo é observado apenas 
por via intravenosa 
Canabigerol (CBG) Apresenta efeito bacteriológico 
Canabicromeno (CBC), Canabiciclol 
(CBL) e seus ácidos 
Sem estudos conclusivos 
Fonte: Lanaro (2008) 
 
 
 
 
 
5 
 
 
Figura 1 – Estrutura química do ∆9-THC 
 
Fonte: Ribeiro (2014) 
 
Figura 2 – Estrutura química do CBD 
 
Fonte: Ribeiro (2014) 
 
O uso abusivo da maconha, seja de forma recreativa ou de forma terapêutica, 
sem prescrição médica, pode ocasionar efeitos adversos no organismo, principalmente 
secura da boca, olhos avermelhados e taquicardia. O uso crônico da maconha afeta 
vários órgãos, principalmente os pulmões, tornando o indivíduo mais suscetível às 
doenças respiratórias e, pelo excesso de hidrocarboneto presente na fumaça 
produzida pelos cigarros de maconha, é possível o desenvolvimento de câncer. Já a 
utilização da maconha de forma crônica pode atingir outros órgãos, como o fígado, rins 
e intestino. No homem, há uma redução da testosterona, levando a uma baixa 
produção de espermatozoides (CARLINI et al., 2001; OLIVEIRA; PAIM, 2015; 
LANARO, 2008; VOZ, 2008; PERNOCINI; OLIVEIRA, 2014; SILVA, 2002; RIGONE et 
al, 2006). 
 
4 CANABINÓIDES – USO TERAPÊUTICO 
Existe uma grande diversidade de compostos canabinóides cujo potencial 
terapêutico está sob investigação. As classes envolvem compostos que ativam ou 
bloqueiam os receptores canabinóides, inibidores da recaptação e/ou degradação que 
aumentam os níveis endógenos dos canabinóides, moduladores alostéricos que fazem 
uma regulagem fina dos receptores e extratos padronizados contendo 
6 
 
fitocanabinóides. Uma série destes compostos já está em fase de testes clínicos, 
porém poucos estão comercialmente disponíveis para uso terapêutico (BAKER et al., 
2003; DI MARZO et al., 2004; PAMPLONA; TAKAHASHI, 2012). 
Santos et al. (2019) coletou informações de 13 artigos sobre o uso terapêutico 
da Cannabis sativa, com ênfase no efeito neuroprotetor do CBD e eficácia do 
medicamento Sativex (98% de CBD) tanto no tratamento de dependência de maconha 
quanto no tratamento de usuários de opioides. Estudos sobre resposta emocional 
cognitiva após o uso do THC e CBD também foram incluídos, para que se esclarecesse 
o efeito antagônico entre os componentes. Dos 13 artigos selecionados, todos 
concordaram que o CBD possui ação anticonvulsivante na epilepsia, porém houve 
discordância quanto aos mecanismos de ação e segurança no uso. Em contrapartida, 
10 pesquisas expressaram a real necessidade de elucidação do seu mecanismo, 
motivo pelo qual, provavelmente, há baixa quantidade de artigos 
científicos publicados sobre o uso do CBD como anticonvulsivante, uma vez que se 
trata de uma metodologia enraizada na experimentação e estudos aprofundados. 
As pesquisas reportaram que o CBD não possui efeitos psicoativos, além de 
apresentar amplo espectro de ação farmacológica. Possui comprovado 
efeito antiepilético, porém com pontos não bem esclarecidos, como: segurança de 
administração por longo espaço de tempo, propriedades farmacocinéticas, seu 
mecanismo de ação e interaçãofarmacológica com outros canabinóides. É importante 
considerar que o composto deve ser usado com prudência em pessoas em 
desenvolvimento cognitivo, como crianças e adolescentes (SCHIER et al., 2019; 
BRUCKI et al., 2015; DEVINSKY et al., 2014). 
A Figura 3 a seguir mostra alguns dos resultados coletados por Santos et al. 
(2019). 
 
 
 
 
 
 
 
 
7 
 
Figura 3 – Resultados dos artigos analisados na metanálise da pesquisa bibliográfica (2011-
2018) 
 
Fonte: Santos et al. (2019) 
 
Além da ampla atuação do CBD sobre as disfunções do SNC, estudos indicam 
que tanto o CBD e os extratos de Cannabis sativa foram capazes de impedir a 
proliferação de células cancerígenas. A apoptose foi induzida pelo CBD, demonstrando 
seu poder antineoplásico (LUKHELE & MOTADI, 2016). 
O efeito anticonvulsivante do CBD é promissor, justificando a sua inclusão no 
arsenal terapêutico por possuir efeito antiepiléptico reconhecido. Para isto, a cada ano 
novos testes de ensaio clínicos com metodologias variadas são realizados, que 
pretendem elucidar tudo aquilo que se mantém vago, no que tange à segurança na 
utilização do composto (BONFA et al., 2008). 
O CBD induz seus efeitos farmacológicos sem exercer qualquer atividade 
intrínseca significativa sobre os receptores canabinóides, cuja ativação resultaria em 
efeitos psicotrópicos, como ocorre com o THC. O CBD possui diversas atividades 
farmacológicas que lhe conferem um elevado potencial para utilização terapêutica, 
agindo como: neuroprotetor, antiepilépticos, ansiolíticos e antipsicóticos, além de 
apresentar propriedades anti-inflamatórias e antitumorais (CRIPPA et al., 2005). 
As fontes de pesquisas e o número de trabalhos efetivos ainda são poucos, 
devido à legislação de muitos países ainda considerar os subprodutos da Cannabis 
como drogas ilícitas, marginalizando os compostos, barrando os estudos e 
8 
 
inviabilizando-os como ferramentas terapêuticas. Isso justifica o grande número de 
revisões sistemáticas de estudos primários na maioria dos países, com exceção de 
grandes centros de pesquisas como Canadá e Estados Unidos. 
 
5 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
BARRETO, L. A. A. S. A maconha (Cannabis sativa) e seu valor 
terapêutico, 2002 
 
BONFÁ, L., VINAGRE, R. C. O. & FIGUEREDO, N. V. (2008). Uso de Canabinóides 
na Dor Crônica e em Cuidados Paliativos. Revista Brasileira 
Anestesiologia, 58(3), 267-279. doi: 10.1590/S0034- 
70942008000300010 
 
BRUCKI, S. M. D., FROTA, N. A., SCHESTATSKY, P., SOUZA, A. H., CARVALHO, V. 
N., MANREZA, M.L.G., JURNO, M. E. (2015). Canabinóides e seu uso em 
neurologia. Arquivos Neuro-Psiquiatria, 73(4), 371-374. doi: 10.1590/0004-
282X2015004 
 
CARLINI, E. A; NAPPO, S. A; GALDURÓZ, J. C. F; NOTO, A. R. Drogas 
Psicotropicas, o que são e como agem, Revista IMESC, 2001. PP. 9-35 
 
CARLINI, E.A. A história da maconha no Brasil, 2006 
 
CRIPPA, J. A., LACERDA, A. L. T., AMARO, E., BUSATTO-FILHO, G., ZUARDI, A. W. 
& BRESSAN, R. A. (2005). Efeitos cerebrais da maconha: resultados dos 
estudos de neuroimagem. Revista Brasileira de Psiquiatria, 27(1), 70- 
78. doi: 10.1590/S1516-44462005000100016 
 
CRIPPA, J.A.S; ZUARDI, A.W; HALLAK, J.E.C. Uso terapêutico dos 
canabinóides em psiquiatria, 2010 
 
CRUZ, M. S. et al. Cannabis e saúde mental. Uma revisão sobre a 
droga de abuso e o medicamento. J BrasPsiquiatr, v. 58, n. 1, p. 69-70, 2009 
9 
 
 
DEVINSKY, O., CILIO, M. R., CROSS, H., FERNANDEZ-RUIZ, J., FRENCH, J., HILL, 
C., FRIEDMAN, D. (2014). Cannabidiol: Pharmacology and potential 
therapeutic role in epilepsy and other neuropsychiatric disorders. Wiley 
periodicals, 55(6), 791-802. doi: 10.1111/epi.12631 
 
GONÇALVES, G.A; SCHLICHTING, C.L. R. Efeito benéfico e maléfico da 
Cannabis sativa, 2014 
 
GONTIÈS, B.; ARAÚJO, L. F. Maconha: uma perspectiva histórica, farmacológica 
e antropológica. Mneme-Revista de Humanidades, v. 4, n. 7, p. 01-20, 2003 
 
JUNIOR, L. C. P. Avaliação da administração oral do canabidiol em 
voluntários sadios, 2013 
LANARO, R. Biblioteca digital de teses. Acesso: 
www.teses.uso.br/tese/disponivel/9/9/141/tde-27112008.../dissertação.pdf 
 
LUKHELE, S. T. & MOTADI, L. R. (2016). Cannabidiol rather than Cannabis 
sativa extracts inhibit cell growth and induce apoptosis in cervical cancer 
cells. BMC Complementary and Alternative Medicine, 16(1), 335. doi: 
10.1186/s12906-016-1280-0 
 
PERNONCINNE, K. V; OLIVEIRA, R.M.M.W. Usos terapêuticos potenciais 
do canabidiol obtido da cannabis sativa, 2014 
 
RIBEIRO, J.A.C. A cannabis e suas aplicações terapêuticas, 2014 
 
SANTOS, A. B., SCHERF, J. R., MENDES, R.C (2019). Eficácia do canabidiol no 
tratamento de convulsões e doenças do sistema nervoso central: revisão 
sistemática. Acta Brasiliensis, 3(1), 30-34. doi: 
https://dx.doi.org/10.22571/10.22571/2526-4338131 
 
SCHIER, A. R. M., RIBEIRO, N. P. O., SILVA, A. C. O., HALLAK, J. E. C., CRIPPA, 
J. A. S., NARDI, A. E. & ZUARDI, A. W. (2012). Canabidiol, um componente 
10 
 
da Cannabis sativa, como um ansiolítico. Revista Brasileira de 
Psiquiatria, 34(1), 104-117. doi: 10.1590/S1516-44462012000500008 
 
VOZ, V. Maconha, 2008 
 
ZUARDI, A.W. Cannabidiol: froman inactive canabidiol to a drug with mide 
spectrum of action, 2008

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