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Resenha do texto: A constituição do sistema-mundo moderno-colonial.

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Atividade: Resenha do texto:
HAESBAERT, Rogério; PORTO-GONÇALVES, Carlos Walter. “A constituição do
sistema-mundo moderno-colonial”. Em: HAESBAERT, Rogério; PORTO-GONÇALVES,
Carlos Walter. A nova des-ordem mundial. São Paulo: UNESP, 2006, p. 13-29.
Os autores iniciam o texto desconstruindo o entendimento de países, territórios e fronteiras
como algo já pré-determinado e natural, tratando estes como fruto de um processo de
construção e modelagem de acordo com os interesses e benefícios envolvidos. No caso, os
autores apontam os europeus como responsáveis pela disseminação da fragmentação do
espaço geográfico mundial, tendo como resultado o colonialismo e o imperialismo em outras
regiões.
É nesse sentido que os autores buscam, também, apresentar como a relação
sociedade-território é dinâmica e dialética, pois a medida em que o território está sendo
estabelecido pela sociedade, a mesma está sendo moldada pelo território. Como foi apontado
no texto: “Toda sociedade, ao se constituir, no mesmo movimento, conforma seu espaço.
Dessa maneira, o território não é externo à sociedade que o constitui.” (p. 14)
A partir daí, os autores traçam uma análise com base nos sistemas que perpassam a
história, principalmente na Europa.
Com isso, é visto que o Feudalismo serviu como base para a instituição de um poder em
maior escala e isso deu origem a criação do Estado absolutista, com todo poder político
concentrado e com a função de repressão das massas de camponeses trabalhadores e
fortalecimento da burguesia. Sendo também percebida a instituição de novos instrumentos de
repressão e dominação, à serviço da nobreza, como as monarquias da renascença.
Ao longo do texto, diversos fatores e processos para a constituição do sistema-mundo
moderno-colonial são abarcados. Contudo, os autores trazem dois fatores decisivos para tal,
em escala interna e global, respectivamente:
● “[...]os Estados territoriais modernos formando-se a partir do controle sobre os
camponeses, da propriedade privada absoluta e indondicional e da soberania absoluta
do monarca” (p.18)
● “[...] mediante a conquista colonial, com a reinvenção moderna da escravidão para fins
mercantis na América, com o deslocamento forçado de negros e negras da África,
com servidão, depois de quase dizimação indígena da América; enfim, com a
invenção, pela modernidade, da colonialidade.” (p.18).
Com isso, podemos analisar que os autores entendem o advento da Modernidade para os
europeus. Sendo um rompimento com o ideal e perspectiva oriental de mundo, o que culmina
na consolidação da perspectiva eurocêntrica, no qual a Europa torna-se o “centro geopolítico
e cultural do mundo” (p. 19) e, ainda, autoproclamado avançado.
Cabe ainda apontar que grande parte do poder europeu era expressado através de
elementos geográficos por marcos e tratados, assim como o Tratado de Tordesilhas e
Greenwich.
Pode-se dizer que a consagração deste sistema-mundo moderno-colonial acontece através do
Acordo de Westfália, em 1648. Este afirma a soberania dos países que estão exercendo,
mundo afora, a colonialidade e a dominação sobre outras partes do mundo (América, Ásia e
África). E reafirma a relação entre dominadores e dominados, onde a potencialidade dos
dominados é reduzida à mão de obra.
Os autores também trazem, no texto, instrumentos utilizados para a manutenção dos
dominantes nessa posição. Concomitante a isso, analisam o “pensamento colonialista”, que é
capaz de perpassar gerações sem ser interrompido.
De todo modo, entendemos que às inovações e revoluções (e novas fontes energéticas) são
os motores para que os dominantes continuem a dominar, assim como percebemos no modelo
capitalista.
Na abordagem, é possível analisar a importância das guerras nesse novo sistema, como meio
de exercer influência em outros territórios e conquistar “novos mercados”. No seguinte
trecho, analisamos a mudança de perspectivas em relação às guerras: “Até então, por
envolverem países ou regiões periféricas, as guerras eram tomadas como questões regionais.”
(p.26)
Os autores buscam associar o funcionamento do imperialismo com o surgimento da classe
operária nos países centrais, apresentando o fordismo como fator importante para isso. E, a
partir de 1945, com a criação da ONU é que se inicia a construção de uma nova geografia
mundial, ainda que lentamente, possibilitando o surgimento de novos Estados territoriais.