Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Habilidades Médicas / Estações Clínicas Lara Nathávia “Antes de examinar o corpo de um paciente, tenha paciência para aprender sua história. Quando você aprender a história dele, também conhecerá o corpo.” Suzy Kassem ROTEIRO ANAMNESE: - IDENTIFICAÇÃO: Nome completo Idade Procedência Naturalidade Estado civil Atividade sexual Filhos Profissão/renda Escolaridade Religião Sexo e gênero Raça (autodeclaração) -QUEIXA PRINCIPAL, DURAÇÃO E SE É A PRIMEIRA VEZ: -HISTÓRIA DA DOENÇA ATUAL: Para facilitar e direcionar a história, iniciar com uma pergunta aberta (“o senhor estava bem até quando?” ) para depois obter: Quando começou os sintomas (início + fatores precipitantes + episódio prévios); Características (localização, intensidade, periodicidade/frequência, irradiação, tipo); Fatores de melhora ou piora (posição, horário); Sintomas associados; Como foi a evolução desses sintomas (progressão); Começar a história da seguinte maneira: “paciente relata que há cerca de anos/meses/dias iniciou quadro de...” (então começa a descrever e dar todas as características de todos os sintomas, em ordem cronológica) No final: colocar todos os “negas” pertinentes (EX: se a queixa é tosse tem que negar febre, dispnéia, contato com pacientes com tuberculose...) -ANTECEDENTES PESSOAIS: Antecedentes fisiológicos: História obstétrica: perguntar sobre qual tipo de parto nasceu e se houve alguma intercorrência; Desenvolvimento neuropsicomotor; Sexarca; No caso de mulheres: menarca, ciclos menstruais, métodos contraceptivos, menopausa; Gestações, aborto colocar se foi Habilidades Médicas / Estações Clínicas Lara Nathávia espontâneo ou provocado - se espontâneo perguntar em qual trimestre. Antecedentes patológicos: Doenças crônicas (DM, HAS, HIV, TUBERCULOSE.); Uso de medicação contínua; Doenças da infância (sarampo, rubéola, coqueluche, catapora, poliomelite.); Alergias (medicamentosa, alimentar e ambientais); Cirurgias (tipo de intervenção, diagnóstico, data, resultado); Hospitalizações (motivo e diagnóstico); Hemotransfusões (época e causa); Imunidade (vacinação compulsória na infância -BCG, Hepatite B, DTP, Anti-pólio, Hib, Tríplice viral…- e na vida adulta); Ists Se houver algum dado positivo colocar em ordem cronológica. Os negas vem no final. -ANTECEDENTES FAMILIARES (mãe, pai, irmãos avô e avó) São vivos? Se falecidos, qual a causa e a idade? Tinham/têm alguma doença crônica, neoplasias? (HAS, DM, neoplasias, doenças coronarianas, AVC, doenças mentais, dislipidemia, acidente vascular cerebral, suicídio, doenças pulmonares, varizes.) Em casos de doenças possivelmente infecciosas, perguntar se alguém que divida a mesma residência apresenta os mesmos sintomas. -HÁBITOS E VÍCIOS Tabagismo (duração, quantos maços por dia, há quanto tempo parou) Bebidas alcoólicas (qual freqüência, que bebida) Utiliza algum outro tipo de droga? (relacionar com a profissão) Alimentação (quantas refeições por dia, se é equilibrada) Ingestão de água (pode associar com ex. fís.) Atividade física (quanto tempo, que tipo) Condições socioeconômicas Moradia Saneamento básico Relacionamento familiar/vida conjugal Condições culturais -INTERROGATÓRIO SINTOMATOLÓGICO Sintomas gerais Obs: Importante “recapitular” os sintomas citados pela paciente e verificar a existência de outros. SINAIS VITAIS Orientar sobre o que será feito -TEMPERATURA -FREQUENCIA RESPIRATÓRIA (12 a 20 ipm) -FREQUENCIA CARDIACA (60 A 100 bpm) -PRESSÃO ARTERIAL (<80 mmHG - <120 mmHg) EXAME FÍSICO GERAL (céfalo-caudal) Orientar sobre o que será feito e pedir a permissão para realização de cada procedimento ECTOSCOPIA Avaliação do estado geral: nível de consciência,fácies, fala, confusão mental, mobilidade → (BEG- bom estado geral) (REG- regular estado geral) (MEG- mau estado geral). Se o paciente está responsivo, consciente e orientado: Lúcido e orientado no tempo e espaço. Palidez, se não houver palidez, paciente corado.(classificar o grau em cruzes) Grau de hidratação (classificar em cruzes) Icterícia: paciente ictérico ou anicterico.(classificar em cruzes) Presença ou não de cianose. Padrão respiratório: eupneico, taquipneico, bradpneico Avaliar presença de febre (Febril ou Afebril) Exame normal: paciente lúcido e orientado no tempo e espaço, bom estado geral, corado, hidratado, eupneico, afebril, acianotico e anicterico. Habilidades Médicas / Estações Clínicas Lara Nathávia EXAME FÍSICO NEUROLÓGICO Avaliação do estado mental: nível de consciência pela escala de glasglow (alerta, sonolento, letárgico, comatoso); e conteúdo da consciencia (orientação, calculo, linguagem, memoria, praxia (colocar ação em pratica), gnosia (reconhecimento de objetos por meio dos sentidos), abstração) com a realização do miniexame do estado mental. Interpretação da Escala de Coma de Glasgow: - 3: coma profundo (vegetativo); - 4: coma profundo; - 7: coma intermediário; - 11: coma superficial; - 15: normalidade. -COURO CABELUDO/ CRÂNIO: Cor, textura, parasitas, coceira, implantação pancadas/ deformidades, cicatrizes, assimetrias; -FACE: deformidades, assimetrias, lesões de nervos (mímica normal?) lesões de pele, paralisia de nervo craniano, fácies, hipersensibilidade; -OLHOS: observar cílios, sobrancelhas, pálpebras, aparelho lacrimal, escleras (esclerótica), conjuntivas (hipo, hiper ou normocrômicas / hiperemiadas), córnea e cristalino, movimentos extraoculares, tamanho e reação pupilar (fotoreação pupilar); -ESTADO DE HIDRATAÇÃO (TURGOR) -NARIZ: deformidades, secreções, obstrução, septo, pólipos (hiperplasia da mucosa nasal, por inflamação crônica), mucosa nasal, sangramentos, edemas; -BOCA (OROSCOPIA): lábios (inspeção labial), dentes (em caso de utilização de prótese, pedir para retirar), língua, assoalho da boca, gengiva, mucosa oral (necessita de boa iluminação e abaixador de língua), tonsila palatina, palato, úvula; -PAVILHAO AURICULAR: Inclinar a cabeça do paciente para o lado oposto ao exame e, avaliar pavilhão auricular e retroauricular; Iluminar com a lanterna. Verificar deformidades, nódulos, lesões, dor. -PESCOÇO: Observar simetria, massas, cicatrizes, aumento de parótidas e submandibulares. Tireóide: consistência, hipersensibilidade,mobilidade, presença de nódulos, tamanho. Traquéia: verificar cartilagem cricóide e, tireóide e possíveis desvios Linfonodos: pré-auricular → retroauricular → occipital → cervical posterior → cervical anterior → submandibular → bucais ( Avaliar sensibilidade, tamanho, número, localização, mobilidade); Habilidades Médicas / Estações Clínicas Lara Nathávia Pescoço com mobilidade ativa e passiva normais; Ausência de lesões ou linfadenomegalias; Tireóide de tamanho normal, indolor, sem nódulos, móvel à deglutição e sem sopros. -TORAX -ABDOMEN (PANÍCULO ADIPOSO + SEMIOLOGIA) Inspeção: forma do abdome (plano, globoso, batráquio, avental, pendular escavado), abaulamentos, simetria, retrações, lesões elementares, cicatrizes, circulação colateral visível, pulsações, cicatriz umbilical (protrusa/intrusa), peristalse visível. Ausculta: avaliar a presença de ruídos hidroaéreos (RHA) – presença ou ausência (aumentados/diminuídos/normais). Deve-se auscultar em 2 minutos geralmente em flanco direito – se presente não necessita auscultar outros pontos. Auscultar aorta, artéria renal, artéria ilíaca e presença de sopros. Percussão: percussão geral dos quatro quadrantes avaliando a distribuição de gases (informa se timpânico ou maciço – predomínio do timpanismo);identifica possíveis massas solidas ou liquidas. A hepatimetria é feita na linha médio clavicular (6 a 12 cm) e médio esternal (4 a 8 cm). (Avaliar o espaço de Traube.) Palpação: questionar se o paciente sente dor, se esta com a bexiga cheia e se defecou no dia. A palpação superficial informa se há sensibilidade dolorosa. A profunda de todos os quadrantes: informa se há sensibilidade dolorosa, massas palpáveis (localização, textura, mobilidade, tamanho, pulsação) Palpação do fígado – mão em garra (textura, simétrica, presença de nódulos, lisa) Palpação do baço - técnica adequada utilizando a palma são Mao e o decúbito lateral de shuster. 1- Mão esquerda: comprime para frente a região inferior da caixa torácica; 2- Mão direita por baixo do rebordo costal esquerda, faça preensão para dentro na direção do baço; 3- Solicite que o paciente inspire profundamente; 4- Repita a manobra com o paciente em decúbito lateral direito e as pernas ligeiramente fletidas na altura dos quadris e joelhos. Manobras especiais: 1- Apendicite: Rovsing: dor referida no QID à compressão do QIE; Psoas: flexão da perna; Obturador: rotação interna da coxa com a perna fletida; 2- Ascite Macicez móvel Semicirculo de skoda Sinal de piparote 3- Hérnias: valsalva 4- Pielonefrite: dor a punho percussão das lojas renais 5- Peritonite: Sinal de Blumberg: dor a descompressão brusca Sinal de Murphy: dor a palpação de HD a inspiração profunda Habilidades Médicas / Estações Clínicas Lara Nathávia -MEMBROS INFERIORES (PULSOS, LINFONODOS, SINAL DE GODÊ, verificação da presença de edemas) -MEMBROS SUPERIORES (PULSOS, LINFONODOS) Identificar os principais pulsos a serem examinados e avaliar sempre frequência em um minuto, ritmo, simetria e amplitude (Como graduar a amplitude = 0: ausente, pulso não palpável; 1: diminuído, pulso pouco palpável; 2: normal; 3: aumentado; 4: muito aumentado) : Pulso radial e ulnar; Pulso braquial (Palpado na dobra do cotovelo ou pouco acima); Pulso femoral; Pulso poplíteo (Joelho fletido, com perna relaxada, comprimir profundamente a fossa poplítea); Pulso pedioso; Pulso tibial posterior; Pulso carotíedo (Palpar cada lado separadamente) - LINFONODOS MEMBROS SUPERIORES: Supraclaviculares: drenam TGI, trato geniturinário e pulmões. * Infraclaviculares: drenam mamas e parte superior do braço. Supratrocleares: Axilares (laterais, posteriores e anteriores): drenam mamas e extremidade superior da parede torácica. * Epitrocleanos: drenam forame lunar e mãos; região medial do braço, abaixo do cotovelo. - LINFONODOS MEMBROS INFERIORES: Inguinais: genitália, períneo, ânus, órgãos genitais internos e membros inferiores. Poplíteos: drenam pernas e pés; parte posterior. -MEDIDAS ANTROPOMÉTRICAS Peso Altura IMC Circunferência abdominal (ponto entre a última costela e a crista ilíaca /mulheres >80cm e homens >90 cm) -MARCHA Avaliação do equilíbrio/Teste de Romberg (equilíbrio Habilidades Médicas / Estações Clínicas Lara Nathávia estático): solicitar que permaneça em pé por 5 a 10 segundos (primeiro com os olhos abertos e depois fechados). (+): paciente fecha o olho e cai instantanemante. Avaliação da marcha (equilíbrio dinâmico): pedir que o paciente caminhe normalmente, de olhos fechados e com a técnica calcanhar-dedo do pé (tendem). Alguns tipos de marchas: Escavante: ao andar, o paciente toca no chão com a ponta do pé, como se estivesse escavando. O problema ocorre por lesões no nervo fibular, que impede a dorsiflexão do pé; Parkinsoniana ou em festinação: postura do tronco e MMII fletidos, comprimento do passo diminuído. Tem um atraso para começar a caminhar e, pode haver tremor associado. Ataxica: paciente com dificuldade de caminhar em linha reta e tende a cambalear, movimento recíproco do braço também parece cambaleante. Envolvimento do cerebelo. Tesoura: quadris e joelhos flexionados e as pernas se cruzam entre si. Paralisia espastica dos músculos adutores do quadril. Ceifante: paciente mantém o membro superior fletido em 90º no cotovelo e em adução, com a mão fechada em leve pronação. O membro inferior do mesmo lado é espastico e o joelho não flexiona. Tabética: paciente com olhos fixos no chão. MMII levantados abruptamente e, quando recolocados no solo caem pesadamente. Indica perda de sensibilidade propioceptiva por lesão no corno posterior da medula.
Compartilhar