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Aula 5 – Sistemas Construtivos INTRODUÇÃO À CONSTRUÇÃO 60 Aula 5: Sistemas Construtivos Os sistemas construtivos representam, dentro do quadro da construção de edificações, um determinado estágio tecnológico historicamente definido, indutor da forma de se projetar e executar os edifícios. Ou seja, sintetizam o conjunto de conhecimentos técnicos e organizacionais possíveis de serem combinados em função dos graus de desenvolvimento tecnológico encontrados para o setor da construção civil. 1. Abordagem Preliminar Chama-se Sistema Construtivo o conjunto de materiais, técnicas, componentes e elementos empregados na construção de uma edificação. O conceito de abordagem sistêmica é a avaliação de qualidade de um sistema construtivo que esteja diretamente ligada com o grau de adequação às características de um contexto específico no qual estará inserida a edificação. Existe um grande número de variáveis - necessidades dos usuários, programa do empreendimento e características tecnológicas – que se faz necessário sistematizar, num processo de definição do sistema e subsistemas construtivos para cada empreendimento. Os processos construtivos estabelecem tipologicamente as tecnologias a serem aplicadas, fazendo com que nos projetos surjam os sistemas construtivos e na produção das unidades habitacionais se definam famílias de processos de trabalho. 1.1. Classificação dos Sistemas Construtivos Os sistemas construtivos podem ser classificados em: • Sistemas convencionais - sistemas em que os principais elementos – paredes, lajes e coberturas – são executados no canteiro de obras e são utilizados técnicas e materiais construtivos convencionais, como tijolos, concreto, telhas cerâmicas e fibrocimento. • Sistemas construtivos abertos - são aqueles desenvolvidos a partir de um elenco de elementos e componentes da construção, paredes, lajes, coberturas, janelas, portas que podem ser combinados em diferentes soluções arquitetônicas em que se variam a quantidade, as dimensões e a disposição dos diversos cômodos. Aula 5 – Sistemas Construtivos UNIDADE 1 – CONCEITOS ELEMENTARES 61 • Sistemas construtivos fechados - são aqueles desenvolvidos a partir de um projeto arquitetônico único, que lhe serve de modelo, não permitem variações na disposição e nas dimensões dos cômodos, das janelas, portas ou de qualquer componente da moradia. • Sistemas racionalizados - são sistemas onde um ou mais elementos que compõem a obra são industrializados. Isto é, vem pronto de fábrica, mas tem como características predominantes o uso de materiais e modo de execução convencionais. • Sistemas industrializados - são sistemas totalmente fabricados fora do canteiro e para ele são transportados para a montagem e acabamento final. No Brasil existem poucos sistemas construtivos industrializados além das tradicionais casas de madeira. Os sistemas construtivos estão baseados em conjuntos de teorias, eles conformam um conjunto de subsistemas e componentes que se relacionam entre si. A interface entre os componentes e subsistemas respeita um modo de organização: todo sistema construtivo deve prever seu próprio conjunto de requisitos e critérios, incluindo caderno de manutenção, meios e processos de construção (organizados segundo métodos) e devem erguer estruturas que mantenham estabilidade, respeitando as leis da física. 2. Subsistemas Os sistemas construtivos devem estabelecer um sistema de produção, um conjunto de sistemas produtivos cujo produto final será a edificação. Os subsistemas, como será visto a seguir, subdividem-se em sub-subsistemas, e assim por diante, formando um escopo bastante abrangente que finda geralmente no material ou na mão-de-obra. Serão objetos deste curso os sistemas convencional e de alvenaria estrutural, que terá uma parte toda voltada a ela na disciplina de Alvenaria. Aula 5 – Sistemas Construtivos INTRODUÇÃO À CONSTRUÇÃO 62 2.1. Subsistema Estrutural Toda construção necessita de uma estrutura suporte, que por sua vez necessita de projeto, planejamento e execução própria. A Estrutura em uma construção tem a função prioritária de garantir a forma espacial idealizada, com segurança, por um determinado período de tempo. Sistemas estruturais podem ser entendidos como disposições racionais e adequados de diversos elementos estruturais, que, por sua vez, são corpos sólidos deformáveis com capacidade de receber e de transmitir solicitações em geral. Basicamente, possuem as seguintes subdivisões que serão comentadas a seguir: • Linear: duas dimensões da mesma ordem de grandeza e bem menores que a terceira (Barras); • Superfície: duas dimensões da mesma ordem de grandeza e bem maiores que a terceira; • Volume: três dimensões da mesma ordem de grandeza. 2.1.1. Estruturas Lineares Formadas por uma ou mais barras (vigas, pilares, arcos, pórticos, grelhas, etc.). • Treliças: São estruturas lineares constituídas por barras retas, dispostas de modo a formar painéis triangulares, e solicitadas predominantemente por tração ou compressão; • Vigas: São estruturas lineares, dispostas horizontalmente ou inclinadas, com um ou mais apoios; Aula 5 – Sistemas Construtivos UNIDADE 1 – CONCEITOS ELEMENTARES 63 • Pilares: São barras onde predominam forças normais de compressão. Com seção circular, recebem a denominação de colunas; • Pórticos: São estruturas lineares planas, não sendo constituídas de barra única de eixo teoricamente retilíneo. Aula 5 – Sistemas Construtivos INTRODUÇÃO À CONSTRUÇÃO 64 2.1.2. Estruturas de Superfície São definidas a partir de sua superfície média e lei de variação da sua espessura. Destacam-se as placas, chapas e cascas. • Chapa: folha plana sujeita a esforços apenas no seu plano médio; • Viga-parede: chapa disposta verticalmente sobre apoios isolados; • Placa (Lajes): folha plana sujeita principalmente a esforços fora do seu plano médio; • Casca: folha curva sujeita a esforços no seu plano médio; • Abóboda: casca cilíndrica sujeita principalmente a esforços normais de compressão; • Cúpula: casca de dupla curvatura sujeita principalmente a esforços de compressão; 2.1.3. Estruturas de Volume São elementos estruturais comumente empregados nas fundações das construções ou também em grandes obras, como barragens. • Blocos: blocos de fundação têm a função de unir estacas e/ou resistir a esforços de flexão; Aula 5 – Sistemas Construtivos UNIDADE 1 – CONCEITOS ELEMENTARES 65 • Sapatas: As sapatas são feitas para transmitir os esforços gerados da edificação para o solo. 2.2. Subsistema de Vedação O subsistema de vedação também será especialmente estudado na disciplina de Alvenaria. Porém, cabe-se agora a apresentação superficial das principais características para orientação do aluno quanto ao sistema. As subdivisões internas cumprem a principal função de subdividir ambientes. Elas podem ser estruturais ou não. As paredes devem ser capazes de suportar a própria carga permanente, como o peso dos materiais de acabamentos. Devem ser capazes de oferecer o isolamento acústico desejado, e, acomodar, quando necessário, as passagens de fiações elétricas e hidráulicas. Há inúmeros sistemas de paredes internas, como: • Paredes com montantes de madeira (woodframe); • Paredes com montantes de aço (stell frame) • Paredes de alvenaria comum; • Paredes autoportantes de alvenaria; Aula 5 – Sistemas Construtivos INTRODUÇÃO À CONSTRUÇÃO 66 • Paredes autoportantesde concreto. As alvenarias são maciços construídos de pedras ou blocos, naturais ou artificiais, ligadas entre si de modo estável pela combinação de juntas e interposição de argamassa ou somente por um desses meios. As finalidades gerais das alvenarias são as seguintes: • Divisão, vedação e proteção; • Estrutural (paredes que recebem esforços verticais e horizontais); • Resistência mecânica; • Isolamento térmico; • Isolamento acústico. 2.3. Subsistema Fachadas A vedação vertical externa, também denominada de fachada, pode ser entendida como sendo um subsistema do edifício constituído por elementos que compartimentam e definem os ambientes internos dos externos, controlando a ação de agentes indesejáveis, sendo, portanto o invólucro do edifício. Sua classificação se dá nos seguintes tipos: 2.3.1 Quanto à densidade Segunda Oliveira (2009), há uma forma de classificação para as fachadas que se refere à sua densidade superficial como vedação vertical, podendo ser: • Leve: vedação vertical não estrutural, constituída de elementos de densidade superficial baixa, cujo limite aproximado é 100 kgf/m²; • Pesada: vedação vertical que pode ser estrutural ou não, constituída de elementos de densidade superficial superior ao limite pré-determinado de aproximadamente 100kgf/m²; Podemos considerar exemplos de fachadas leves as vedações em esquadrias e as fachadas-cortinas. • Fachada-cortina: fachada leve, constituída de uma ou mais camadas, posicionada totalmente externa à estrutura do edifício (à face exterior das lajes de borda), formando uma pele sobre o mesmo. Em inglês, esta classificação é conhecida pela expressão curtain wall; Aula 5 – Sistemas Construtivos UNIDADE 1 – CONCEITOS ELEMENTARES 67 • Fachada semicortina: fachada leve, constituída de uma ou mais camadas, onde a camada exterior é posicionada externa à estrutura do edifício e a camada interior interna e entre pavimentos. Esta norma considera que a camada interior não obrigatoriamente deve ser leve, existindo casos em que a camada interior da fachada semicortina é uma parede em alvenaria ou em concreto, e a camada exterior um revestimento não aderido. Podemos considerar exemplos de fachadas pesadas os painéis pré-moldados de concreto. 2.1.2 Quanto ao revestimento • Vedação com revestimento incorporado: são as vedações verticais que são posicionadas em seus lugares definitivos acabadas, sem a necessidade de aplicação posterior de revestimentos. Exemplo: painéis pré-moldados de concreto com granito aderido; • Vedação com revestimento posteriormente aderido: são as vedações executadas em seus lugares definitivos, sem a aplicação prévia de revestimentos. Como exemplo, temos as alvenarias comuns que receberão revestimentos aderidos ou não aderidos; • Vedação sem revestimento: são as vedações verticais que não necessitam da aplicação de revestimentos. Pode ser utilizada de forma aparente, receber uma única pintura, ou ainda ser uma fachada envidraçada. 2.1.3 Quanto à estrutura • Autoportantes: quando não possuem estrutura complementar, ou seja, a própria vedação se sustenta; é o caso da alvenaria estrutural; • Estruturadas: quando a vedação necessita de uma estrutura reticulada para suportar os componentes de vedação, por exemplo: vedação de gesso acartonado, alvenaria de vedação. As paredes de alvenaria podem ser feitas de diversos materiais: bloco de concreto, bloco cerâmico, bloco sílico-calcário, bloco de concreto celular, bloco de solo cimento, entre outros. 2.1.4 Quanto à continuidade superficial • Monolítica: é aquela sem juntas aparentes, como as vedações de alvenaria e gesso acartonado; Aula 5 – Sistemas Construtivos INTRODUÇÃO À CONSTRUÇÃO 68 • Modular: é aquela onde as juntas são aparentes, como por exemplo, os painéis pré-fabricados de fachada. 2.4. Subsistema Cobertura Os sistemas de cobertura são os conjuntos de elementos e componentes dispostos no topo da edificação. Os sistemas de cobertura agregam lajes, telhados, forros e outros elementos como calhas e rufos. Têm como função assegurar estanqueidade às águas pluviais, protegendo os demais sistemas da edificação contra a deterioração por agentes naturais, além de contribuir para melhor conforto termoacústico do edifício. As coberturas devem, ainda, ter suporte mínimo de cargas - considerando a sobrecarga de equipamentos - resistência à ação do vento e ao fogo. Considerando a integração dos elementos, cabe, sobretudo ao projetista, a escolha dos materiais adequados às funções e ao cumprimento dos desempenhos. O desempenho da construção não é da telha e, sim, do sistema, do telhado. Os fabricantes de telhas devem atender plenamente às normas que regem o sistema. Algumas das observações mais importantes de um sistema de cobertura são: • As águas sempre correm em direção dos beirais; • Para dividir os diferentes planos de descida de água, partir traçando uma linha a 45 graus de todos os cantos; • Quando a descida da água está se afastando desta linha, então esta linha será uma linha de cumeeira; • Quando a descida de água está se aproximando desta linha, então esta linha será uma linha de calhas. As calhas carregam as águas até o alinhamento dos beirais ; • Normalmente, quando duas cumeeiras se encontram, elas tendem a se fundir e virar uma cumeeira só, até eventualmente encontrar as duas cumeeiras do outro lado do telhado; • Normalmente, quando duas calhas se encontram, elas interceptam e interrompem uma linha de cumeeira Aula 5 – Sistemas Construtivos UNIDADE 1 – CONCEITOS ELEMENTARES 69 2.5. Subsistema Elétrico Os sistemas elétricos são aqueles responsáveis pela gestão da entrada e distribuição de Energia Elétrica em uma edificação. Estes sistemas variam de elementares a muito complexos, dependendo do tipo de construção que se está sistematizando. A seguir, serão explicitados os principais conceitos deste sistema, que serão melhores detalhados na disciplina de Eletrotécnica. • Sistema Elétrico: Circuito ou conjunto de circuitos interligados, destinado a levar energia elétrica gerada no sistema, ou recebida de outros sistemas, até os pontos de utilização e/ou até os pontos em que essa energia é transferida para outros sistemas, e incluindo os circuitos e equipamentos auxiliares destinados ao seu funcionamento; • Instalação Elétrica: Parte determinada de um sistema elétrico, juntamente com as estruturas de montagem, obras civis e demais auxiliares necessários ao funcionamento dessa parte do sistema; • Equipamento Elétrico: Cada uma das partes constituintes do esquema de uma instalação elétrica, distintas entre si e essenciais ao funcionamento da instalação. Este termo é também usado para designar o conjunto das partes acima referidas; • Carga: Conjunto dos valores das grandezas físicas que caracterizam as solicitações impostas em dado instante a um sistema ou equipamento elétrico, ou a um componente, por um sistema ou equipamento, elétrico ou não, a ele ligado. A carga pode ser expressa em termos de impedância, de corrente, de potência ativa, reativa ou aparente, ou de uma característica não elétrica, conforme as circunstâncias peculiares a cada caso; “CARGA: Qualquer equipamento ou conjunto de equipamentos ligados a um sistema elétrico e absorvendo potência desse sistema”. Aula 5 – Sistemas Construtivos INTRODUÇÃO À CONSTRUÇÃO 70 • Entrada: É o conjunto de condutores que se estende desde a linha de distribuição da concessionária de energia elétrica até o dispositivo de seccionamento do sistema, ou até o equipamento de medição, ou até o centro de distribuição principal do sistema; • Ponto de Entrega: Éo ponto de junção entre as linhas da concessionária e do consumidor; • Carga Instalada: Somatório das potências nominais de todos os equipamentos elétricos e dos pontos de luz instalados na unidade consumidora; • Seccionador: Chave cuja finalidade é interromper um circuito pelo qual não circula corrente de carga; • Disjuntor: Dispositivo que tem a capacidade de interromper circuitos pelos quais pode circular uma corrente cujo valor pode elevar-se até o da corrente de curto circuito. 2.6. Subsistema Hidráulico Durante este curso existirão duas disciplinas que tratarão a respeito de sistemas hidráulicos. Porém, as características a se conhecerem neste momento serão apresentadas a seguir. Os sistemas hidráulicos são, basicamente, divididos em quatro sistemas: • Suprimento de água fria: subsistemado em reservação, recalque, redução de pressão e distribuição; • Suprimento de água quente: subsistemado em aquecimento, reservação e distribuição; • Coleta e esgotamento de esgoto sanitários: subsistemado em coleta e transportes; • Coleta e esgotamento de águas pluviais: subsistemado em coleta e transportes. 2.6.1. Água Fria As exigências a serem observadas em um sistema de água fria, normatizadas pela NBR 5626:1998 estabelece que as instalações prediais devam ser projetadas de modo que, durante a vida útil do edifício que as contém, atendam aos seguintes requisitos: • Preservar a potabilidade da água; Aula 5 – Sistemas Construtivos UNIDADE 1 – CONCEITOS ELEMENTARES 71 • Garantir o fornecimento de água de forma contínua, em quantidade adequada e com pressões e velocidades compatíveis com o perfeito funcionamento dos aparelhos sanitários, peças de utilização e demais componentes; • Promover economia de água e de energia; • Possibilitar manutenção fácil e econômica; • Evitar níveis de ruído inadequados à ocupação do ambiente; • Proporcionar conforto aos usuários, prevendo peças de utilização adequadamente localizadas, de fácil operação, com vazões satisfatórias e atendendo as demais exigências do usuário. 2.6.2. Água Quente O fornecimento de água quente representa uma necessidade nas instalações de determinados aparelhos e equipamentos ou uma conveniência para melhorar as condições de conforto e higiene em aparelhos sanitários de uso comum. As instruções são baseadas na norma pertinente: NBR 7198:1993 – Projeto e execução de instalações prediais de água quente (ABNT, 1993). A temperatura com que a água deve ser fornecida depende do uso a que se destina. Quando uma mesma instalação deve fornecer água em temperaturas diferentes nos diversos pontos de consumo, faz-se o resfriamento com um aparelho misturador de água fria ou o aquecimento com um aquecedor individual no local de utilização. Aula 5 – Sistemas Construtivos INTRODUÇÃO À CONSTRUÇÃO 72 2.6.3. Esgoto Sanitário Denomina-se de esgoto sanitário toda a vazão esgotável originada do desempenho das atividades domésticas, tais como lavagem de piso e de roupas, consumo em pias de cozinha e esgotamento de peças sanitárias, como por exemplo, lavatórios, bacias sanitárias e ralos de chuveiro. Para que sejam esgotadas com rapidez e segurança as águas residuárias indesejáveis, faz-se necessário a construção de um conjunto estrutural que compreende canalizações coletoras funcionando por gravidade, unidades de tratamento e de recalque quando imprescindíveis, obras de transporte e de lançamento final, além de uma série de órgãos acessórios indispensáveis para que o sistema funcione e seja operado com eficiência. Esse conjunto de obras para coletar, transportar, tratar e dar o destino final adequado às vazões de esgotos compõe o que se denomina de Sistema de Esgotos. O conjunto de condutos e obras destinados a coletar e transportar as vazões para um determinado local de convergência dessas vazões é denominado de Rede Coletora de Esgotos. Portanto, por definição, a rede coletora é apenas uma componente do sistema de esgotamento. Ademais, o tema esgoto é dividido em duas grandes áreas: esgotamento sanitário e tratamento de esgotos. Na parte de esgotamento sanitário, consideraram-se os aspectos relacionados aos fundamentos de projeto, operação e manutenção das diversas partes que compõem o sistema, de forma a proporcionar à audiência uma visão macro do assunto. Na parte do tratamento de esgotos, abordam-se os aspectos de projeto, operação e manutenção de ETE’s (Estação de Tratamento de Efluentes), sobre a importância do mesmo na questão da saúde pública, além de formas de reuso de esgotos e lodo em irrigação. 2.6.4. Drenagem Os sistemas de drenagem são essencialmente sistemas preventivos de inundações, principalmente nas áreas mais baixas das comunidades sujeitas a alagamentos ou marginais de cursos naturais de água. É evidente que no campo da drenagem, os problemas agravam- se em função da urbanização desordenada. Quando um sistema de drenagem não é considerado desde o início da formação do planejamento urbano, é bastante provável que esse sistema, ao ser projetado, revele-se, ao mesmo tempo, de alto custo e deficiente. É conveniente, para a comunidade, que a área urbana seja planejada de forma integrada. Se existirem planos regionais, estaduais ou federais, é interessante a perfeita compatibilidade entre o plano de desenvolvimento urbano e esses planos. Aula 5 – Sistemas Construtivos UNIDADE 1 – CONCEITOS ELEMENTARES 73 Todo plano urbanístico de expansão deve conter em seu bojo um plano de drenagem urbana, visando delimitar as áreas mais baixas potencialmente inundáveis a fim de diagnosticar a viabilidade ou não da ocupação destas áreas de ponto de vista de expansão dos serviços públicos. Um adequado sistema de drenagem, quer de águas superficiais ou subterrâneas, onde esta drenagem for viável, proporcionará uma série de benefícios, tais como: • Desenvolvimento do sistema viário; • Redução de gastos com manutenção das vias públicas; • Valorização das propriedades existentes na área beneficiada; • Escoamento rápido das águas superficiais, facilitando o tráfego por ocasião das precipitações; • Eliminação da presença de águas estagnadas e lamaçais; • Rebaixamento do lençol freático; • Recuperação de áreas alagadas ou alagáveis; • Segurança e conforto para a população habitante ou transeunte pela área de projeto. Em termos genéricos, o sistema da microdrenagem faz-se necessário para criar condições razoáveis de circulação de veículos e pedestres numa área urbana, por ocasião de ocorrência de chuvas frequentes, sendo conveniente verificar-se o comportamento do sistema para chuvas mais intensas, considerando-se os possíveis danos às propriedades e os riscos de perdas humanas por ocasião de temporais mais fortes.
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