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PORTF CICLO 3 VIOLÊNCIA E MAU-TRATOS

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CLARETIANO – CENTRO UNIVERSITÁRIO
PORTFÓLIO - PRÁTICAS DE VIOLÊNCIA CONTRA CRIANÇAS
CICLO – 3 DE APRENDIZAGEM
TUTORA: LILIAN BÉGAMO
ALUNO: ELIAS JOSE LIMA DA COSTA
RA: 8057207
JI-PARANÁ – RO
2020
Maus-Tratos contra Crianças e Adolescentes segundo o modelo Ecosistêmico e Transacional e Fatores de Risco para o Abuso Físico, a Negligência e o Abuso Sexual
As tentativas de compreender o que provoca, mantém e favorece os maus-tratos infantil é uma problemática que se estende há décadas. De acordo com Faleiros (2006, p. 24), em 1960 surgiram os modelos psicopatológico e sociológico (Unicausais), que tentaram explicar esse fenômeno, porém fracassaram, pois consideravam que não havia articulação entre as áreas de pesquisas como a individual-psicológica e a social. A partir de 1980, com o trabalho de Belsky (1980), entra em cena o modelo de pesquisa Ecosistêmico, que se tornou uma referência obrigatória em pesquisas, “enfatizando que variáveis de diferentes níveis ecológicos interagem para produzir as ocorrências dos maus-tratos e abandonos infantis.” (FALEIROS 2006, p. 24). Este modelo também afirma a importância de considerar a característica ontogênica das crianças e seus cuidadores, histórias de maus-tratos dos pais e suas histórias de infância no contexto social e familiar, como a presença ou não de conflitos e rupturas.
Ainda nesse período, surge o modelo Transicional elaborado por Cicchetti e Rizley (1981), que inclui na explicação dos maus-tratos, os Fatores de Risco e Proteção para que eles ocorram. “Os fatores de risco seriam aqueles que aumentariam a probabilidade de acontecimento dos maus-tratos enquanto os fatores de proteção seriam os que diminuiriam essa possibilidade, quando presentes.” (FALEIROS 2006, p. 25). 
O conceito de “fator de risco” se apresenta como mais importante a ser discutido, pois é a principal causa dos maus-tratos, uma vez que deixa as famílias, pais/filhos, mais vulneráveis. Segundo Bringiotti (2000 apud FALEIROS, 2006, p. 25), famílias vulneráveis são aquelas que em razão de determinados fatores de risco em interação com as características individuais, se tornam mais suscetíveis a certos prejuízos que outras famílias. 
Fatores de risco relativos ao abuso físico, à negligência e ao abuso sexual
Com base nas leituras realizadas, foi possível identificar que os principais fatores de risco relativos ao abuso físico estão ligados às variáveis de características psicológicas e comportamentais no microssistema e que atuam em conjunto com outras produzindo o risco e a emergência da problemática. (BÉRGAMO e BAZON 2012, p. 256). 
Essas variáveis, de acordo com Black, Heyman, e Slep, (2001); Milner e Chilamkurti, (1991), podem ser:
“percepções e atribuições negativas em relação ao comportamento da criança, expectativas irrealistas quanto às capacidades/comportamento da criança, pouca flexibilidade em entender o seu comportamento e pouca capacidade de selecionar estratégias adequadas de manejo, baixa auto-estima e força do ego, altos níveis de angústia e depressão, infelicidade, queixas somáticas, sentimentos de incompetência, tendência à desordem/raiva, impulsividade e implementação de estratégias duras de disciplina” (apud BERGAMO E BAZON, 2012, p. 257). 
Podemos citar outras variáveis que contribuem para abuso físico ligados ao microssistema como: nascimento prematuro da criança ou deficiências, adoecimento frequente, hiperatividade, uso de drogas e álcool por parte dos cuidadores e personalidade impulsiva, desarmonia e estresse entre o casal, auto número de filhos, etc., exosistema: desemprego e insatisfação, falta de apoio social e estresse econômico, vizinhança perigosa, etc., macrossistema: crises econômicas e de bem estar social, atitudes negativas frente a infância e à família.
A Negligência é outra forma de maus-tratos, e que muitas vezes é associada à pobreza, porém, segundo Schumacher et al., (2001), “a relação que talvez explique a associação entre níveis socioeconômicos mais baixos e negligência é a de que as desvantagens criadas por tais condições concretas sejam menos favoráveis ao desenvolvimento humano” (apud BAZON et al. 2010, p. 78). No entanto, Crittenden (1999) argumenta que ela ocorre também em famílias mais favorecidas, e se refere mais propriamente a déficits de habilidades/comportamentos parentais, acontecendo independentemente das condições materiais.” (apud BAZON et al. 2010, p. 78).
Seus principais fatores de risco associados ao microssistema são: menos dinheiro para a aquisição de bens, vivência em situação de aglomeração com poucos cômodos na casa e estado de depressão dos cuidadores relacionado ao sentimento de incompetência parental. Os Fatores de riscos principais para a negligência estão ligados ao exosistema, eles também podem favorecer para outros fatores de risco, exemplos no exosistema: insatisfação com o local de moradia, da vizinhança e da disponibilidade de serviços, falta de apoio de redes sociais formais e informais de proteção familiar.
O abuso sexual, assim como os outros abusos, está fortemente ligado ao microssistema, (contexto intrafamiliar), em situações incestuosas, sendo as crianças do sexo feminino como principais vítimas e muitos desse casos se estendendo em segredos familiar por anos ou gerações. (BORGES E DELL’ AGLIO, 2008, p. 529). 
Seus principais fatores de riscos, segundo Flores e Caminha, 1994; Koller e De Antoni, (2004), são: 
“prematuridade ao nascimento, baixo nível de escolaridade dos pais, maior número de filhos, pais separados, intergeracionalidade da violência, práticas disciplinares coercitivas, famílias “isoladas”, com uma pobre rede de apoio social e a presença de alcoolismo e abuso de outras drogas têm sido considerados como fatores de risco (apud BORGES E DELL’ AGLIO, 2008, p. 529). “A presença de padrasto, abuso de álcool ou drogas, desemprego, mãe passiva ou ausente, pais desocupados e cuidando dos filhos por longos períodos de tempo, dificuldades econômicas, violência doméstica e violência física conjugal como de maior prevalência nestes casos.” (HABIGZANG et al. 2005 apud BORGES E DELL’ AGLIO, 2008, p. 259).
 
Referências
BAZON, M. R.; AVILA DE MELLO, I. L. M.; BERGAMO, L. P. D.; FALEIROS, J. M. Negligência infantil: estudo comparativo do nível socioecônomico, estresse parental e apoio social. Temas em Psicologia - 2010, v. 18, n. 1. Disponível em: <http://pepsic.bvsalud.org/pdf/tp/v18n1/v18n1a07.pdf> Acesso em: 29 de out, 2020. 
BÉRGAMO, L. P. D. & BAZON, M. R. (2012). Abuso Físico Infantil: Avaliando Fatores de Risco Psicológicos em Cuidadores Notificados. Psicologia: Reflexão e Crítica, 25 (2). Disponível em: <https://www.scielo.br/pdf/prc/v25n2/a07v25n2.pdf> Acesso em: 29 de out, 2020.
BORGES, J. L.; DELL’ AGLIO, D. D. Abuso Sexual Infantil: Indicadores de Risco e Consequências no Desenvolvimento de Crianças. Revista Interamericana de Psicología/Interamerican Journal of Psychology - v. 42, Num. 3 pp. 528-536, 2008. Disponível em: <http://pepsic.bvsalud.org/pdf/rip/v42n3/v42n3a13.pdf> Acesso em: 29 de out, 2020.
FALEIROS, J. M. Estudo da prevalência de maus-tratos em crianças matriculadas de 1ª a 4ª série do ensino fundamental em escolas da rede pública e particular da cidade de Ribeirão Preto. Dissertação de Mestrado. Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto, 2006.

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