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DIREITO CIVIL III - PROVA 1

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PROVA 29/04/2014
UNISANTOS – UNVERSIDADE CATÓLICA DE SANTOS 
FACULDADE DE DIREITO – 3º NC
DIREITO CIVIL III
(1ª parte)
*** OBRIGAÇÕES
TODA OBRIGAÇÃO POSSUI DOIS SUJEITOS: UM SUJEITO PASSIVO QUE É O DEVEDOR E UM SUJEITO ATIVO QUE É O CREDOR.
O SUJEITO PASSIVO É O DEVEDOR / O SUJEITO ATIVO É O CREDOR
PRESTAÇÃO É O OBJETO ou a ENTREGA DO SERVIÇO.
- OBRIGAÇÃO DA RELAÇÃO JURÍDICA: TEM CARÁTER TRANSITÓRIO CUJO OBJETO É UMA RESTITUIÇÃO PESSOAL, ECONÔMICA, POSITIVA OU NEGATIVA, ENTREGUE AO SUJEITO ATIVO PELO SUJEITO PASSIVO.
O PATRIMÔNIO DO DEVEDOR SERVE COMO GARANTIA DA OBRIGAÇÃO , SE O DEVEDOR NÃO TIVER PATRIMÔNIO, AZAR DO CREDOR.
- RELAÇÃO JURÍDICA, POIS PERMITE AO CREDOR AJUIZAR AÇÃO PARA CONCRETIZAR SEUS DIREITOS;
- CARÁTER TRANSITÓRIO, POIS SE EXTINGUE COM O CUMPRIMENTO DA OBRIGAÇÃO; 
- PESSOAL: POIS APRESENTA DOIS SUJEITOS, QUE PODEM SER PESSOA FÍSICA, JURÍDICA, UM OU VÁRIOS CREDORES E DEVEDORES.
- A OBRIGAÇÃO PODE COMEÇAR COM O CREDOR A QUE REPASSA SEUS CRÉDITOS A UM CREDOR B; DE CRÉDITO INTER VIVOS OU POR HERANÇA, CONHECIDA COMO CAUSA MORTIS.
- NÃO SE TRANSFERE OBRIGAÇÃO PERSONALÍSSIMA, EM QUE O CONTRATO É FIXADO PELAS CARACTERÍSTICAS INDIVIDUAIS DO DEVEDOR E SOMENTE POR ELE PODERÁ SER CUMPRIDA.
- ECONÔMICA, POIS TODA OBRIGAÇÃO TEM UM VALOR, TAMBÉM CHAMADO DE EQUIVALÊNCIA MONETÁRIA;
POSITIVA: OBRIGAÇÃO DE FAZER
NEGATIVA: OBRIGAÇÃO DE NÃO FAZER
CARACTERÍSTICA DA PRESTAÇÃO – Deve ser fisicamente e juridicamente possível, lícita e ter equivalência monetária.
Fontes da obrigação: 
a) Imediata- é a lei
b) Mediata – é o contrato (quando se atropela alguém, cria-se a obrigação de indenizar), declaração unilateral de vontade (pagamento indevido por erro, obriga terceiro a ressarcir, portanto, a manifestação de vontade não obriga o declarante, mas a outrem).
CLASSIFICAÇÃO DAS OBRIGAÇÕES:
1ª- OBRIGAÇÃO DE DAR: o devedor se compromete a entregar ao credor coisa móvel ou imóvel, de modo a criar um novo direito ou restituir o bem ao seu titular. 
Obs. Tradição é a entrega, só vale para bens móveis. 
Os imóveis necessitam de escritura definitiva de compra e venda e registrada no Cartório de Registro de Imóveis. A falta do registro pode gerar consequências ao credor: penhora do bem imóvel por dívida do antigo proprietário.
2º)- Obrigação de dar a coisa certa: relação jurídica com dois sujeitos, uma prestação e vínculo jurídico, em que a prestação é um objeto certo e individualizado, fazendo com que a prestação seja perfeitamente identificada, ex. dois produtos idênticos, identifica-se com um nº de série.
Efeitos da coisa certa: 
1º)- o credor não obriga-se a receber coisa diversa da contratada, ainda que mais valiosa.
2º)- o devedor não obriga-se a entregar coisa diversa da contratada ainda que menos valiosa.
3º)- o credor não obriga-se a receber em parte, aquilo que o devedor se obrigou a entregar por inteiro.
4º)- cumprimento perfeito (tempo, lugar e modo convencionados) é data de vencimento, o local de entrega e a prestação perfeitamente identificada.
Cômodos: são os acessórios, a coisa principal, os melhoramentos, ex. compra a cadela prenha, os filhotes são os cômodos. Se o credor quiser a cria terá que pagar por ela, se não pagar, o devedor poderá dar por resolvida a obrigação, isso evita o locupletamento ilícito do credor.
- Perda é o desaparecimento do bem do mundo jurídico
- Deterioração é a depreciação do seu valor.
 - CONSEQUÊNCIA DO DESCUMPRIMENTO PELO CREDOR - 
OBRIGAÇÃO DE DAR – SEM CULPA, resolve-se a obrigação, as partes voltam ao estágio anterior. Tem que fazer a prova, se houve pagamento do credor, o devedor deverá ressarcir o valor; Se houver deterioração, o credor recebe o bem no estado que está sem indenização.
Se houver perda, com culpa, o devedor responsabiliza-se pelo valor do bem + perdas e danos, deve-se avaliar se a coisa se perdeu antes ou depois da tradição.
- Obrigação de restituir: é a obrigação de devolver, só se restitui aquilo que não é seu (ex. comodato e locação)
- Obrigação de dar a coisa incerta: coisa incerta é aquela identificada apenas por gênero e quantidade; para haver cumprimento da obrigação, há de se transformar a coisa incerta em certa, a esse processo dá-se o nome de escolha. 
A escolha pode ser feita tanto pelo credor quanto pelo devedor, porém, se não estiver descrito no contrato, a escolha será do devedor, que deve fazê-la até a data de vencimento da prestação, se não houver essa data, o Juiz a estipula, se perder a data, a escolha passa ao credor. 
A lei busca o equilíbrio das relações e entende ser o devedor a parte mais fraca da relação. 
Quando a escolha é do devedor, não pode ele escolher a pior coisa. Quando a escolha é do credor, não pode ele escolher a melhor coisa. Sendo a escolha do devedor, e não houver prestação intermediária, nesse caso excepcional pode escolher a pior coisa; após feita a escolha, esta deverá ser comunicada a outra parte, temos então a Concentração. 
- OBRIGAÇÃO DE FAZER VINCULA O DEVEDOR À PRESTAÇÃO DE UM SERVIÇO OU À PRÁTICA DE UM ATO Material ou Imaterial à ser prestado em favor do credor ou à terceira pessoa a ele vinculada; o conteúdo dessas atividade pode ser, ex. pintar um quadro, intelectual (escrever um livro) e imaterial, que não se materializa (ex. intermediar a venda de um bem). 
- Diferenças entre obrigação de dar e obrigação de fazer: 
obrigação de dar o devedor não tem relevância, sendo que na de fazer ele é essencial para a prática do ato, é personalíssima
- Semelhanças entre dar e fazer ambas terminam na entrega; uma obrigação de fazer pode terminar em obrigação de dar, porem não perde a característica de fazer, por ex. fazer um vestido e entregar ao credor.
- ASTREINTES: astreinte não é cláusula penal, não tem caráter reparatório de perdas e danos, vincula o patrimônio do devedor como garantia. É multa diária fixada pelo juiz, para forçar indiretamente o cumprimento de uma obrigação de fazer ou não fazer. Tem 3 entendimentos: corre até o valor da obrigação, vai até o momento que o credor desejar e se extingue com o cumprimento da obrigação.
- Obrigação Personalíssima: o contrato é fixado pelas características individuais do devedor e somente ele poderá cumprir a obrigação.
 -Obrigação fungível: - pode ser cumprida pelo devedor ou por terceira pessoa.
- Obrigação infungível: é a personalíssima, só pode ser cumprida pelo devedor, devido à sua contratação baseada nas suas qualidades pessoais.
- Consequências do descumprimento: sem culpa do devedor, resolve-se a obrigação, voltando ao estágio anterior, ex. caso fortuito ou força maior;
- Com Culpa – deliberada: a prestação se torna impossível ao credor, ex. entregar o vestido de noiva após o casamento.
- Com culpa - voluntária: ainda é possível o cumprimento, se for uma obrigação fungível, pode ainda o devedor cumpri-la, ou uma 3ª pessoa cumprir, se for infungível só se resolve com o pagamento do valor em dinheiro + perdas e danos.
- Obrigação de não fazer: o devedor se compromete a não realizar determinado ato que realizaria livremente se não tivesse se obrigado para atender os interesses jurídicos do credor ou de uma 3ª pessoa a ele vinculada, ex., não proibir de algo, também obrigação de não fazer (não proíbo o meu vizinho de estacionar na minha garagem).
- Obrigação de não fazer personalíssima: ex. os BBB se obrigam a não se apresentar em outra emissora. 
- Consequências do descumprimento da obrigação de não fazer:
- Sem culpa do devedor: resolve-se a obrigação; 
- Com culpa do devedor: entende-se por dolo ou interesse, imprudência e negligência. 
- Obrigação Civil: é aquela relação jurídica que apresenta 2 sujeitos, 1 prestação e vínculo jurídico, o qual permite ao credor ajuizar ação para concretização de seus direitos.
- Obrigação Moral: não há sujeito, não há relação jurídica, não há prestação, é um dever de consciência; o que foi dado com liberalidade, não pode ser tomado de volta. Ex. Minha mãe deixou uma joia de presente para sua cuidadora para que eu entregasseapós sua morte; tempos depois, eu quis reaver a joia. Não pode. 
- Obrigação Natural: existem sujeitos, existe a prestação, mas não existe vínculo jurídico, não permitindo ao credor a busca de seus direitos por ajuizamento de ação, devido a 2 motivos:
- Inexistência de previsão legal, ex. dívida de jogo;
- Perda de direito de ação – ex. dívida prescrita
- Exceção – dolo em jogo a menor interditado
Caso o devedor capaz pague a prestação, não poderá requerê-la de volta; princípio da irretratabilidade. Se o devedor pagar uma parte da dívida, não pode o credor solicitar que a pague por inteiro.
- Obrigação Líquida – é certa de sua existência e determinada pelo seu objeto; quando o objeto for valor monetário, é expressa em cifra, algarismos, se a entrega for coisa, essa deverá ser individualizada, tornando a prestação perfeitamente identificada;
- Efeitos da obrigação líquida, constitui de pleno direito em mora o devedor, permite a compensação e os juros são contados à partir da data de vencimento.
- Obrigação Ilíquida: para ser cumprida deve sofrer processo de liquidação, a liquidação possui três espécies:
a) por cálculo das partes ou convencional: as partes chegam num valor; 
b) por arbitramento ou judicial: por decisão judicial ou por peritos técnicos;
c) por artigos: acontece um fato novo durante o processo; (medicamento queda de cabelos).
- Diferença da obrigação ilíquida e da obrigação incerta:
a) na obrigação incerta, a incerteza nasce com a obrigação, ex, A entrega a B, 100 sacas de feijão ;
b) na obrigação ilíquida, a consequência dessa iliquidez decorre da ocorrência da obrigação.
- Diferenças entre a obrigação de dar a coisa certa e a obrigação líquida: 
a) dar a coisa certa é dar bem móvel ou imóvel, com prestação perfeitamente identificada; 
b) a obrigação liquida é expressa em cifras.
- Consignação em pagamento: providência tomada pelo devedor caso o credor não queira aceitar o pagamento. Pode ser judicial ou extrajudicial (pagamento em dinheiro.)
- a obrigação ilíquida deve ser liquidada para ser cumprida. O devedor deve ter certeza daquilo que vai pagar, assim como o credor deve saber exatamente o que vai receber, enquanto não houver liquidação não haverá mora do devedor.
- OBRIGAÇÃO ALTERNATIVA OU DISJUNTIVA –
Relação obrigacional que tem por objeto duas ou mais prestações em que o devedor se exonera ao cumprir apenas uma delas, é portanto, uma obrigação simples, é vantajosa para ambas as partes; a escolha pode ser feita pelo devedor, pelo credor, por terceiros representantes do credor ou do devedor ou por sorteio; quando a escolha é do devedor ele escolherá a prestação mais fácil de cumprir; quando a escolha é do credor ele escolherá a mais vantajosa. 
Obs. Jus variandi nas obrigações periódicas: a escolha feita pelo devedor num determinado momento é completamente independente da escolha que fará no próximo vencimento.
Ex: moto ou sacas de laranja (pode escolher moto, laranja, laranja, moto, moto, laranja)
- OBRIGAÇÃO CUMULATIVA
O caráter cumulativo nasce com a obrigação, o seu cumprimento só se dá com a entrega das três obrigações.
Art. 253, CC- se uma das prestações perecer, subsiste a que sobrou.
Art. 254, CC- quando a escolha é do devedor e as duas prestações perecerem, este se obriga a pagar o valor da última + perdas e danos.
Art. 255, CC - quando a escolha é do credor, e uma das prestações perecerem por culpa do devedor, pode o credor solicitar o valor da que pereceu + perdas e danos ou a que subsistiu + perdas e danos; se as duas perecerem por culpa do devedor, pode pedir o valor de qualquer uma das duas + perdas e danos.
Art. 256, CC- quando as duas prestações perecerem sem culpa do devedor, a obrigação extinguir-se-á.
Laari_oliveira95@hotmail.com
- OBRIGAÇÃO FACULTATIVA OU POR FACULDADE DO DEVEDOR
Relação obrigacional que tem por objeto uma prestação sendo que o devedor baseado na lei ou no contrato pode substituir a prestação por outra que lhe seja mais fácil o cumprimento. Não é uma escolha é uma faculdade.
Se a prestação contratada se perder por culpa do devedor, não poderá o credor pedir a prestação facultativa, pode apenas pedir a equivalência monetária da prestação contratada que pereceu + perdas danos. 
Sem culpa do devedor: ao obrigação se resolve, não pode o credor solicitar a prestação alternativa, nem o devedor será obrigado a entregar.
- OBRIGAÇÃO MOMENTÂNEA
Surge, desenvolve-se e se extingue no mesmo momento, ex., compra à vista, se pagar e não receber a mercadoria, devolve-se o dinheiro e as partes retornam à condição original.
- OBRIGAÇÃO DIFERIDA
Se consuma num ato e sua entrega será realizada num outro momento, ex., compra pela internet; se entregou depois do prazo, recebe se quiser.

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