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REVISÃO CARDIORESPIRATÓRIO (PROVA)

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UNIFACS- SALVADOR -CURSO: ENFERMAGEM 
DISCENTE: CELSIUS PALMEIRA 
 
 
TEMA: REVISÃO SISTEMA RESPIRÁTORIO. 
 
 
 
 
1 
 
SISTEMA RESPIRATÓRIO 
 
O sistema respiratório consiste em vários órgãos que funcionam como um todo para 
oxigenar o corpo ao inalar ar e exalar dióxido de carbono. O trato respiratório é dividido 
em três seções, sendo a primeira o trato respiratório superior, que é constituído do nariz 
e cavidades nasais, dos seios paranasais e da faringe. As vias aéreas são a seção média, 
e incluem a laringe, a traqueia, os brônquios e bronquíolos. Finalmente, a seção inferior 
do trato respiratório são os pulmões propriamente ditos, que são constituídos dos 
bronquíolos respiratórios, dos ductos alveolares, dos sacos alveolares e dos alvéolos. 
Esse artigo irá destacar as principais informações anatômicas de cada seção e terminar 
com uma rápida visão geral das patologias do sistema respiratório. 
Fatos importantes sobre o sistema respiratório 
Função Troca gasosa (hematose): fornece oxigênio para o organismo e 
elimina gás carbônico 
Componentes Trato respiratório superior: nariz e cavidades nasais, seios 
paranasais e faringe 
Trato respiratório médio: vias aéreas (laringe, traquéia, 
brônquios e bronquíolos) 
Trato respiratório inferior: pulmão (bronquíolos respiratórios, 
ductos alveolares, sacos alveolares e alvéolos) 
Histologia Tratos respiratórios superior e médio: epitélio respiratório 
(epitélio pseudoestratificado colunar ciliado) 
Trato respiratório inferior: epitélio simples + tecido conjuntivo 
frouxo com fibras elásticas 
 
 
2 
 
Trato respiratório superior 
O trato respiratório superior é revestido por epitélio respiratório, que é conhecido como 
epitélio pseudoestratificado colunar ciliado, exceto por certas partes da faringe, que 
também entram em contato com o bolo alimentar da cavidade oral durante a deglutição. 
 
Epitélio pseudoestratificado colunar ciliado 
Quando o ar é inspirado ele atravessa do nariz para a cavidade nasal, que se comunica 
com os seios paranasais. No teto da cavidade nasal encontram-se células olfatórias, 
que se deslocam com a passagem do ar e percebem diferentes odores, permitindo ao 
cérebro registrá-los e fornecer o senso do olfato ao corpo humano. 
3 
 
 
Nervo olfatóáio - vista medial (verde) 
O ar então passa posteriormente para a nasofaringe, que é a parte mais posterior da 
cavidade nasal, que se comunica com a garganta. Uma vez na faringe, ele desce pela 
orofaringe até a laringofaringe. 
Trato respiratório médio 
Vias aéreas 
Como no trato respiratório superior, as vias aéreas e os pulmões são revestidos de 
epitélio respiratório. Uma vez que o ar entra na laringe, ele encontra-se totalmente no 
interior de órgãos respiratórios. Continua inferiormente ao longo da laringe até a 
traqueia, que se bifurca em brônquios principais direito e esquerdo e 
subsequentemente em um padrão de ramificação arboriforme em bronquíolos. 
Trato respiratório inferior 
Pulmões 
4 
 
A seção final do trato respiratório é no interior do tecido pulmonar. Os bronquíolos se 
dividem em bronquíolos respiratórios cada vez menores, que possuem ramos terminais 
que contém vários ductos alveolares, sacos alveolares e alvéolos terminais em formato 
de cachos de uva. É ali que o oxigênio nas células pulmonares se difunde para o sangue 
e o oposto acontece com o dióxido de carbono, que tenta deixar as moléculas de 
hemoglobina nos eritrócitos para sair do corpo através da expiração. 
 
Os pulmões são feitos de um frouxo tecido leve e elástico. O pulmão direito é maior que 
o esquerdo, e é constituído de três lobos: superior, médio e inferior. O pulmão esquerdo 
possui somente dois lobos: superior e inferior. Fissuras ajudam na separação dos lobos 
e cada pulmão possui uma fissura oblíqua, que divide os lobos superior e inferior do 
pulmão esquerdo e o lobo médio e inferior do pulmão direito. O pulmão direito possui 
ainda uma fissura horizontal, que separa os lobos médio e superior. Cada pulmão possui 
5 
 
ainda três superfícies: a costal, a mediastinal e a diafragmática. Cada uma é nomeada 
de acordo com a estrutura anatômica adjacente. A superfície mediastinal conecta o 
pulmão ao mediastino, através de seu hilo. O hilo do pulmão contém os brônquios 
lobares, os vasos pulmonares e os vasos brônquicos, linfáticos e nervos autonômicos. 
Funções do Sistema Respiratório 
Cada um dos órgãos do Sistema Respiratório ajuda a manter o equilíbrio do organismo. 
Conheça a seguir as funções desenvolvidas pelo Sistema Respiratório. 
Troca gasosa 
Quando inspiramos o ar atmosférico, que contém oxigênio e outros elementos químicos, 
ele passa pelas vias respiratórias e chega aos pulmões. 
É nos pulmões que acontece a troca do dióxido de carbono pelo oxigênio. E, graças aos 
músculos respiratórios que este órgão cria forças para o ar fluir. Tudo isso a partir de 
estímulos e comandos emitidos pelo Sistema Nervoso Central. 
Equilíbrio ácido-base 
O equilíbrio ácido-base corresponde à remoção do excesso de CO2 do organismo. 
Nesta função, novamente temos a atuação do Sistema Nervoso, que é responsável por 
enviar informações para os controladores da respiração. 
Produção de sons 
A produção e emissão de sons é realizada pela ação conjunta do Sistema Nervoso e 
dos músculos que trabalham na respiração. 
RESUMO 
O sistema respiratório começa no nariz e na boca e continua pelas vias aéreas e 
pulmões. O ar entra no sistema respiratório pelo nariz e boca, passando pela garganta 
(faringe) e caixa de voz ou laringe. A entrada da laringe é coberta por uma pequena aba 
de tecido (epiglote) que se fecha automaticamente durante a deglutição, impedindo a 
entrada de alimentos ou líquidos nas vias aéreas. 
A traqueia é a maior via aérea. Os ramos da traqueia se bifurcam em duas vias aéreas 
menores: os brônquios direito e esquerdo, que levam aos dois pulmões. 
6 
 
Cada pulmão é dividido em seções (lobos): três no pulmão direito e dois no pulmão 
esquerdo. O pulmão esquerdo é um pouco menor que o pulmão direito, uma vez que 
ele divide o espaço ao lado esquerdo do tórax com o coração. 
Os próprios brônquios se ramificam várias vezes em vias aéreas menores, terminando 
nas vias aéreas mais estreitas (os bronquíolos), que têm apenas meio milímetro de 
diâmetro. As vias aéreas se assemelham a uma árvore invertida, fazendo com que esta 
parte do sistema respiratório seja também chamada de árvore brônquica. As grandes 
vias aéreas se mantêm abertas por um tecido conjuntivo fibroso semiflexível, chamado 
de cartilagem. As vias aéreas menores são sustentadas pelo tecido do pulmão, que as 
envolve e ao qual estão ligadas. As paredes das vias aéreas menores têm uma camada 
circular e fina de músculos lisos. Os músculos das vias aéreas podem relaxar ou 
contrair, mudando assim o tamanho das vias aéreas. 
Na extremidade de cada bronquíolo há milhares de pequenos sacos de ar (alvéolos). 
Juntos, os milhões de alvéolos pulmonares formam uma superfície de mais de 100 
metros quadrados. Dentro das paredes alveolares existe uma densa rede de minúsculos 
vasos sanguíneos chamados de vasos capilares. A barreira extremamente fina entre o 
ar e os vasos capilares permite que o oxigênio passe dos alvéolos para o sangue e o 
dióxido de carbono do sangue nos vasos capilares passe para o ar nos alvéolos. 
A pleura é uma membrana escorregadia que reveste os pulmões e o interior da parede 
torácica. Ela permite que os pulmões se movam suavemente durante a respiração e 
quando a pessoa se movimenta. Normalmente, existe apenas uma pequena quantidade 
de líquido lubrificante entre as duas camadas da pleura. Essas duas camadas deslizam 
suavemente uma sobre a outra quando os pulmões sofrem alterações de tamanho e 
forma. 
 
7 
 
Mecanismos de defesa do sistema respiratório 
Uma pessoa que realiza uma atividade moderada durante o dia, em média, respira cerca 
de 20.000litros (mais do que 5.000 galões) de ar a cada 24 horas. Inevitavelmente, esse 
ar (que pesaria mais de 20 kg [44 libras]) contém partículas e gases potencialmente 
nocivos. Certas partículas, como poeira, fuligem, bolor, fungos, bactérias e alguns vírus, 
depositam-se nas vias aéreas e nas superfícies alveolares. Felizmente, o sistema 
respiratório possui mecanismos de defesa para sua limpeza e proteção. Somente 
partículas extremamente pequenas, com diâmetro menor do que 3 a 5 micra (0,000118 
a 0,000196 polegadas) de diâmetro, penetram em profundidade nos pulmões. 
Os cílios, minúsculas projeções musculares parecidas com cabelo nas células que 
revestem as vias aéreas, representam um dos mecanismos de defesa do sistema 
respiratório. Os cílios impelem uma camada fluida de muco que recobre as vias aéreas. 
A camada de muco captura patógenos (micro-organismos potencialmente infecciosos) 
e outras partículas, evitando que cheguem aos pulmões. 
Os cílios batem mais de 1.000 vezes por minuto, movendo o muco que reveste a 
traqueia para cima cerca de 0,5 a 1 cm por minuto (0,197 a 0,4 polegada por minuto). 
As partículas e os patógenos que estão presos nessa camada mucosa são expelidos 
pela tosse ou arrastados para a boca e engolidos. 
Macrófagos alveolares, um tipo de glóbulo branco na superfície dos alvéolos, são outro 
mecanismo de defesa dos pulmões. Por causa das necessidades das trocas gasosas, 
os alvéolos não estão protegidos por muco e cílios — o muco é muito espesso e 
diminuiria a velocidade da passagem de oxigênio e de dióxido de carbono. No lugar 
delas, macrófagos alveolares procuram partículas depositadas, se ligam a elas, as 
ingerem, matam aquelas que estão vivas e as digerem. Quando os pulmões são 
expostos a ameaças sérias, podem ser recrutados glóbulos brancos adicionais na 
circulação, principalmente os neutrófilos, para ajudar a ingerir e matar os patógenos. 
Por exemplo, quando a pessoa inala uma grande quantidade de poeira ou está 
combatendo uma infecção respiratória, são produzidos mais macrófagos e são 
recrutados mais neutrófilos. 
O corpo precisa produzir energia o suficiente para se manter vivo. A energia é produzida 
pela combustão das moléculas dos alimentos, por meio do processo de oxidação (em 
que as moléculas dos alimentos são combinadas com o oxigênio). A oxidação ocorre 
8 
 
quando o carbono e o hidrogênio se misturam com o oxigênio para formar dióxido de 
carbono e água. O consumo de oxigênio e a produção de dióxido de carbono são, 
portanto, indispensáveis para a vida. Consequentemente, o corpo humano precisa de 
um sistema orgânico com a função de eliminar o dióxido de carbono do sangue 
circulante e absorver oxigênio da atmosfera a uma velocidade rápida o suficiente para 
suprir as necessidades do corpo, mesmo durante momentos de exercício intenso. O 
sistema respiratório permite a entrada do oxigênio e a saída do dióxido de carbono do 
corpo. 
Discinesia Ciliar 
Discinesia Ciliar Primária é a segunda doença congénita mais frequente do trato 
respiratório, logo a seguir à fibrose quística. Trata-se de uma doença rara, afetando 1 
em cada 20 mil pessoas e que, durante a infância, se manifesta com tosse e broncorreia 
crónica, rinite crónica com polipose nasal, agenesia do seio frontal e otites recorrentes. 
No entanto, nem sempre os seus sinais são assim tão evidentes. 
A discinesia ciliar primária pertence a um grupo de doenças hereditárias chamadas 
ciliopatias e é causada por cílios que funcionam mal. Os cílios são protuberâncias 
semelhantes a cabelos na superfície das células e, com base em sua estrutura e função, 
são divididos em dois grupos: cílios móveis e cílios primários imóveis. A maioria das 
células do corpo tem apenas um cílio primário imóvel, enquanto alguns tipos de células 
especializadas, como as células que revestem as vias aéreas e as trompas de Falópio, 
têm muitos cílios em movimento na sua superfície. 
Na discinesia ciliar primária, o que acontece é que os cílios móveis são afetados. Com 
a função de expulsar o muco das vias aéreas, esta desordem ciliar, leva a infeções 
recorrentes, não só pulmonares como infeções nos ouvidos ou seios nasais. Como os 
cílios móveis existem noutro tipo de células, tal como nas que revestem a trompas de 
Falópio, esta patologia está frequentemente associada a baixa fertilidade nas mulheres 
e infertilidade nos homens, uma vez que afeta os flagelos dos espermatozoides. 
A verdade é que, na ausência de sintomas exacerbantes ao longo da vida, muitas vezes 
esta patologia só é diagnosticada quando investigadas as causas de infertilidade. 
Quais as causas? 
A discinesia ciliar primária geralmente é herdada de forma autossómica recessiva, o que 
significa que ambos os pais são portadores saudáveis de um gene alterado. Em cada 
9 
 
gravidez, com pais portadores desta mutação, há 25% de probabilidades do filho ter a 
doença. 
Quais os sintomas? 
Os sintomas da discinesia ciliar primária podem variar muito de pessoa para pessoa. 
Enquanto alguns apresentam sintomas graves nas vias respiratórias superior e inferior, 
outros apresentam sintomas leves. Há ainda casos, em que os sintomas são transitórios 
em tenra idade, ou tão inespecíficos que não se levanta a hipótese da doença. 
No entanto, de um modo geral, durante os primeiros anos de vida, a patologia pode 
manifestar-se através de otites recorrentes, inflamação do tímpano ou perdas auditivas 
transitórias. Tosse e congestão nasal são também sintomas frequentes. Após infeções 
e inflamações respiratórias repetidas, os doentes, habitualmente, desenvolvem 
bronquiectasia. No entanto, isto pode ocorrer enquanto criança ou apenas em idade 
adulta. 
Sinusite e polipose nasal são bastante frequentes nestes doentes que acabam por ver 
o seu olfato afetado. Nos adultos, a fadiga é uma consequência importante da doença. 
Outra grande característica prende-se com o facto de, cerca de metade dos doentes, 
apresentarem órgãos internos invertidos em espelho (situs inversus), o que significa, 
entre outras coisas, que o coração está do lado direito e o fígado e o apêndice do lado 
esquerdo. 
Como é feito o diagnóstico? 
O diagnóstico precoce é importante para fornecer a oportunidade de tratamento e, 
assim, evitar lesões pulmonares graves. Como a doença é tão rara e tem sintomas que 
podem ser facilmente confundidos com outras doenças, pode levar algum tempo até 
que o diagnóstico seja feito. 
Assim, em caso de recorrência prolongada e frequente dos sintomas no trato respiratório 
e / ou nos ouvidos, sobretudo na forma de infeções frequentes, deve-se suspeitar da 
doença. 
Caso se suspeite da doença, podem ser efetuados vários exames para o seu 
diagnóstico: «O teste da inalação de sacarina é informativo, mas não é apropriado para 
crianças, já que o indivíduo a ser testado tem de permanecer imóvel. Como 
consequência, é normalmente necessário para complementar o diagnóstico realizar 
10 
 
biopsia ou escovamento da mucosa ciliar, que deve ser realizada em centros 
especializados. Isto permite que a função ciliar seja avaliada por medição da frequência 
do batimento ciliar e análise da estrutura dos cílios por microscopia eletrónica. É 
possível a gravação dos batimentos ciliares com uma câmara digital de alta velocidade, 
permitindo a visualização dos batimentos ciliares em câmara lenta. É provável que este 
se torne um teste de referência no futuro.» (1) 
Qual o tratamento? 
Atualmente não há como curar a discinesia ciliar primária, mas muito pode ser feito para 
aliviar os sintomas e prevenir os danos que a doença pode trazer. 
Os exercícios respiratórios podem ser bastante úteis para remover o muco das vias 
aéreas, prevenindo infeções futuras e melhorar a função pulmonar. 
Os exercícios respiratórios são combinados com broncodilatadores e expetorantes. Os 
medicamentos podem ser inalados com a ajuda de equipamento especial e tomados 
por via oral. Ainalação de solução salina altamente concentrada (geralmente 3-7 por 
cento) é agora um método estabelecido para facilitar a mobilização do muco dos 
pulmões. É bom aprender desde o início uma boa técnica para inalar medicamentos e 
desenvolvê-la posteriormente à medida que envelhecemos. Dessa forma, o tratamento 
pode ser realizado ao mesmo tempo que outras atividades, como ler, ouvir música ou 
assistir TV.» (2) 
No caso de alterações pulmonares mais extensas, como grandes formações de bolsas 
ou sacos traqueais (bronquiectasia) ou áreas pulmonares colapsadas (atelectasia), a 
cirurgia pode ser necessária. 
Muitas pessoas com discinesia ciliar primária são tratadas em centros de fibrose cística, 
pois o tratamento das duas doenças é semelhante em muitos aspetos. Nesses centros, 
funcionam equipas especializadas, formadas por pediatras, pneumologistas, 
otorrinolaringologistas e fisioterapeutas. 
 
11 
 
Síndrome da angústia respiratória em recém-nascidos 
A síndrome da angústia respiratória é um distúrbio pulmonar que ocorre em recém-
nascidos prematuros na qual os alvéolos não permanecem abertos porque uma 
substância que reveste os alvéolos denominada surfactante está ausente ou é 
insuficiente. 
 Os recém-nascidos prematuros e os recém-nascidos cujas mães tiveram 
diabetes durante a gestação correm um risco maior de apresentar a síndrome 
da angústia respiratória. 
 O bebê afetado tem muita dificuldade em respirar e pode parecer azulado devido 
à falta de oxigênio no sangue. 
 O diagnóstico se baseia na presença de dificuldade respiratória, nos níveis de 
oxigênio no sangue e em resultados de radiografia do tórax. 
 Se os baixos níveis de oxigênio no sangue não puderem ser melhorados com o 
tratamento, a síndrome pode causar danos cerebrais ou morte. 
 Caso o feto nasça de maneira prematura, a mãe pode receber injeção de 
corticosteroides para acelerar a produção de surfactante pelo feto. 
 Oxigênio é administrado, tratamento com pressão positiva contínua nas vias 
aéreas pode ser utilizado para manter os alvéolos abertos e um ventilador pode 
ser necessário se a respiração se tornar muito difícil para o recém-nascido. 
 O tratamento com surfactante, administrado na traqueia do recém-nascido, pode 
fornecer o surfactante que está faltando até que o recém-nascido consiga 
produzir seu próprio surfactante. 
Angústia respiratória significa dificuldade em respirar. Para que o recém-nascido 
consiga respirar facilmente, os alvéolos dos pulmões devem conseguir permanecer 
abertos e se encher de ar. Normalmente, os pulmões produzem uma substância 
chamada surfactante. O tensoativo reveste a superfície dos sacos de ar, onde reduze a 
tensão de superfície. Baixa tensão de superfície permite que os sacos de ar 
permaneçam abertos ao longo de todo o ciclo respiratório. 
Geralmente, o feto começa a produzir surfactante ao redor das 24 semanas de 
gestação. Ao redor da 34ª à 36ª semana de gestação, existe uma quantidade suficiente 
de surfactante nos pulmões do feto para permitir que os alvéolos permaneçam abertos. 
Assim, quanto mais prematuro for o recém-nascido, menor a quantidade de surfactante 
disponível e maior a probabilidade de desenvolvimento da síndrome da angústia 
12 
 
respiratória após o nascimento. A síndrome da angústia respiratória ocorre quase 
exclusivamente em recém-nascidos prematuros, mas pode ocorrer também em recém-
nascidos a termo ou que nasceram no final do período de prematuridade, cujas mães 
tiveram diabetes durante a gestação. 
Outros fatores de risco incluem múltiplos fetos (por exemplo, gêmeos, trigêmeos ou 
quadrigêmeos) e ser de raça branca e do sexo masculino. 
Raramente, essa síndrome é causada por uma mutação de certos genes que causa 
uma deficiência de surfactante. Esse geneticamente causada tipo de síndrome da 
angústia respiratória pode ocorrer em bebês a termo, bem. 
Sintomas 
No recém-nascido afetado, os pulmões são rígidos e tende a ocorrer um colapso 
completo dos alvéolos, o que esvazia os pulmões de ar. Em alguns recém-nascidos 
muito prematuros, os pulmões podem ser tão rígidos que os recém-nascidos não 
conseguem começar a respirar ao nascer. Com mais frequência, o recém-nascido tenta 
respirar, mas tem muita dificuldade para respirar (angústia respiratória), porque os 
pulmões estão muito rígidos. Os sintomas da angústia respiratória incluem 
Respiração visivelmente rápida e difícil 
 Retrações (a musculatura do tórax que se fixa às costelas e sob as costelas 
repuxa durante a respiração rápida) 
 Dilatação das narinas durante a inspiração 
 Emissão de grunhidos durante a expiração 
Uma vez que boa parte do pulmão não tem ar neste quadro clínico, o recém-nascido 
com a síndrome da angústia respiratória apresenta níveis baixos de oxigênio no sangue, 
o que causa uma coloração azulada na pele e/ou lábios (cianose). Em algumas horas, 
a angústia respiratória tende a se tornar mais grave à medida que os músculos usados 
na respiração se cansam, a pequena quantidade de surfactante dos pulmões é esgotada 
e números crescentes de alvéolos colapsam. Se os baixos níveis de oxigênio não forem 
tratados, os recém-nascidos podem sofrer danos ao cérebro e outros órgãos e podem 
até morrer. 
 
13 
 
Diagnóstico 
 Sinais de angústia respiratória 
 Exames de sangue 
 Radiografia do tórax 
 Culturas de sangue e, às vezes, do líquido cefalorraquidiano 
O diagnóstico de síndrome da angústia respiratória se baseia nos sinais de angústia 
respiratória, nos níveis de oxigênio no sangue e em resultados anormais de radiografias 
do tórax. 
A síndrome da angústia respiratória pode, às vezes, acompanhar um distúrbio, como 
infecção no sangue (sepse) ou taquipneia transitória do recém-nascido. Assim, o médico 
pode realizar outros exames para descartar esses distúrbios. Culturas de sangue e, às 
vezes, do líquido cefalorraquidiano podem ser realizadas na tentativa de detectar 
determinados tipos de infecção. 
Prognóstico 
Com tratamento, a maioria dos recém-nascidos sobrevive. A produção natural de 
surfactante aumenta depois do nascimento. Com a produção contínua de surfactante e, 
às vezes, com assistência respiratória e terapia com surfactante sintético (consulte 
Tratamento abaixo), a síndrome da angústia respiratória costuma melhorar no prazo de 
quatro a cinco dias. 
Sem tratamento que aumente os níveis de oxigênio no sangue, os recém-nascidos 
podem desenvolver insuficiência cardíaca, sofrer danos cerebrais ou em outros órgãos 
ou podem morrer. Alguns bebês que precisam de tratamento por um longo período de 
tempo acabam desenvolvendo displasia broncopulmonar. 
Prevenção 
Antes do nascimento, o médico consegue examinar a maturidade dos pulmões do feto 
ao medir a concentração de surfactante no líquido amniótico. Uma amostra do líquido 
amniótico é coletada do saco que envolve o feto durante um procedimento denominado 
amniocentese ou é coletado da vagina da mãe (caso a placenta tenha se rompido). A 
concentração de surfactante ajuda o médico a determinar a melhor época para fazer o 
parto do feto. O risco de síndrome da angústia respiratória é significativamente reduzido 
14 
 
se o parto puder ser adiado com segurança até os pulmões do feto terem produzido 
uma quantidade suficiente de surfactante. 
Quando um parto prematuro não puder ser evitado, os obstetras podem dar à mãe 
injeções de um corticosteroide (betametasona). O corticosteroide segue para o feto e 
acelera a produção de surfactante. Nas 48 horas após o início da administração das 
injeções, os pulmões do feto amadurecem a ponto de a síndrome da angústia 
respiratória se tornar menos provável após o nascimento ou, caso ocorra, tenderá a ser 
mais leve. 
Após o parto, os médicos podem administrar um preparado de surfactante sintético para 
o recém-nascido que corra alto risco de desenvolver a síndrome da angústia 
respiratória. Os recém-nascidos em risco são aquelesque nasceram antes de 30 
semanas de gestação, especialmente quando suas mães não receberam 
corticosteroides. O preparado surfactante pode salvar a vida e reduz o risco de haver 
algumas complicações, como colapso pulmonar (pneumotórax no recém-nascido). O 
preparado surfactante age da mesma maneira que o surfactante natural. A terapia com 
surfactante pode ser administrada ao recém-nascido através de um tubo inserido na 
boca que chega à traqueia (um procedimento denominado intubação endotraqueal) e 
pode ser administrada imediatamente depois do nascimento na sala de parto para tentar 
prevenir a síndrome da angústia respiratória antes dos sintomas se manifestarem. 
Tratamento 
 Às vezes, terapia com surfactante sintético 
 Oxigênio e medidas para dar assistência à respiração 
Em recém-nascidos com a síndrome da angústia respiratória, pode ser necessário 
inserir um tubo de ventilação na traqueia depois do parto. O tubo é conectado a um 
ventilador (um aparelho que ajuda o ar a entrar e sair dos pulmões) para ajudar o recém-
nascido a respirar. O surfactante sintético é administrado ao recém-nascido através do 
tubo endotraqueal. Pode ser necessário administrar várias doses do surfactante 
sintético. 
Depois do parto, recém-nascidos que forem menos prematuros e os recém-nascidos 
com síndrome da angústia respiratória leve podem precisar apenas de oxigênio 
suplementar ou podem precisar de oxigênio administrado por meio de pressão positiva 
contínua nas vias aéreas (CPAP). Suplementação de oxigênio é administrado através 
15 
 
de cânulas colocadas nas narinas recém-nascido. A técnica de CPAP permite ao recém-
nascido respirar por si próprio enquanto recebe oxigênio levemente pressurizado. 
O tratamento com surfactante pode ser repetido várias vezes nos primeiros dias se a 
angústia respiratória persistir. 
Mecânica Ventilatória, 
Todos os seres humanos fazem movimentos. Para realizá-los, os músculos são 
utilizados. O diafragma é um músculo muito importante que atua em nossos movimentos 
de respiração (inspiração e expiração). 
Ao inspirarmos o ar, o diafragma e os músculos intercostais se contraem. O diafragma 
desce e as costelas sobem, fazendo com que haja aumento do volume da caixa torácica 
e forçando o ar a entrar nos pulmões. Com a expiração ocorre o inverso. O diafragma e 
os músculos intercostais se relaxam, subindo o diafragma e baixando as costelas. Isso 
faz com que haja diminuição do volume da caixa torácica, forçando o ar a sair dos 
pulmões. 
Depois que o pulmão estiver pronto, os dois tipos de movimentos respiratórios 
(inspiração e expiração) serão feitos. Nesse modelo de pulmão, o balão pequeno que 
está dentro da garrafa pet será o pulmão, enquanto que o balão médio que veste a 
garrafa pet fará o papel de diafragma. 
Para o movimento da inspiração puxe a ponta do balão que está vestindo a garrafa. Ao 
fazer isso, a pressão dentro da garrafa diminui, o ar entra na bola pequena e ela infla. 
Ao realizar esse movimento percebemos que quando o diafragma se contrai o ar entra 
pela traqueia até os pulmões. 
Para o movimento da expiração, solte o balão que veste a garrafa. A pressão do ar 
aumenta dentro da garrafa e o balão pequeno expulsa o ar que está em seu interior, 
pelo canudinho. Podemos observar que o balão pequeno murcha rápido. Nesse 
movimento, observamos que quando o diafragma relaxa, os pulmões se esvaziam. 
Após a realização dos dois movimentos respiratórios, proponha aos alunos algumas 
questões para ver se eles entenderam qual o papel do diafragma na respiração 
pulmonar. 
 
16 
 
Modalidades de ventilação mecânica 
Em relação aos ventiladores por pressão positiva, mais usados, as principais 
modalidades de ventilação são: 
Ventilação controlada a volume (VCV): nessa modalidade, o volume corrente, a 
frequência e o fluxo de ar são predeterminados no aparelho. 
Ventilação com pressão controlada (PCV): aqui, o ventilador é ciclado a tempo, limitando 
a pressão inspiratória. O nível predeterminado é rapidamente alcançado no início da 
inspiração e se mantém durante toda a fase inspiratória. 
Ventilação assisto-controlada (A/C): Neste tipo de ventilação existe uma frequência pré-
determinada, porém, se o ventilador pulmonar perceber um esforço do paciente, este 
permitirá que um novo ciclo ventilatório aconteça, mas com os parâmetros ajustados 
pelo operador. Portanto, o paciente tem controle apenas sobre a frequência respiratória, 
de acordo com a sua demanda. A ventilação assisto-controlada é possibilitada através 
do ajuste da sensibilidade do aparelho, nos modos VCV ou PCV. 
Lei de Boyle 
Na etapa da inalação, o diafragma se expande deixando o volume do pulmão maior. 
Como o produto pV deve ser constante, a pressão interna do pulmão diminui com este 
aumento de volume. Na sucção, usamos o diafragma para aumentar o volume do 
pulmão e diminuir sua pressão interna. 
Atividades dos músculos envolvidos na respiração com ciclos e pressão 
respiratórias 
A respiração pulmonar é um processo em que ocorre a entrada de ar em nossos 
pulmões e sua posterior eliminação. A entrada do ar é importante, pois garante que 
oxigênio seja levado até o sangue para, então, ser distribuído às células. Além disso, a 
respiração permite que o gás carbônico produzido pelas células seja lançado para fora 
do corpo. 
Para que a respiração pulmonar aconteça, é fundamental a realização de dois 
movimentos respiratórios: inspiração e expiração. 
 
 
17 
 
→ Inspiração 
Na inspiração, o ar entra em nossos pulmões graças à ação integrada de várias 
estruturas. Os principais eventos que determinam a inspiração são: 
Contração dos músculos intercostais externos que promovem a elevação das costelas; 
A elevação das costelas que promove a movimentação do esterno para fora, 
desencadeando o aumento do diâmetro do tórax; 
O diafragma, músculo que separa a cavidade abdominal e torácica, contrai e abaixa o 
assoalho da cavidade torácica; 
O pulmão alarga-se; 
A pressão intrapulmonar diminui. 
A diminuição da pressão intrapulmonar, que chega a valores abaixo da pressão 
atmosférica, promove a entrada de ar nos pulmões. Quando o ar entra nos pulmões, a 
pressão atmosférica e a intrapulmonar ficam equilibradas temporariamente. 
→ Expiração 
Na expiração, o ar é expulso do nosso corpo de maneira passiva. O que se observa 
nesse movimento respiratório é o inverso do que ocorre na inspiração, assim, os eventos 
marcantes desse movimento são: 
Relaxamento dos músculos intercostais externos; 
Relaxamento do diafragma; 
Retorno ao tamanho de repouso da cavidade torácica; 
Retração dos pulmões; 
Aumento da pressão intrapulmonar. 
O aumento da pressão intrapulmonar força o ar para fora dos pulmões, lançando-o no 
meio. Quando o ar sai dos pulmões, a pressão atmosférica e a intrapulmonar ficam 
equilibradas temporariamente. 
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Atenção: Apesar dos vários fatores existentes que proporcionam a inspiração e a 
expiração, é importante salientar que cerca de 80% de todo o movimento respiratório 
acontece graças à contração e ao relaxamento do músculo diafragma. 
 
 
 
 
19 
 
Volumes e Capacidades Respiratórias 
Os pulmões comportam certa quantidade de ar e, da mesma forma, têm um limite para 
expirar. Essas quantidades de ar que podem ser inspirados e expirados variam entre os 
indivíduos, especialmente na presença de alguma patologia. 
Conhecer os volumes pulmonares são de suma importância para avaliarmos esses 
parâmetros em um paciente, e por isso vamos estudá-los. E, além dos volumes, 
algumas “capacidades” podem ser avaliadas, como veremos. 
O primeiro volume, é o volume corrente (VC). É o volume obtido numa respiração 
normal, ou seja, quando você respira normalmente, sem forçar. O volume que entra e 
sai dos pulmões a cada inspiração e expiração, respectivamente, é o volume corrente. 
Normalmente, o volume corrente está em torno de 500 ml. 
Os pulmões não “trabalham”apenas com o que entra e sai a cada ciclo respiratório. 
Eles mantêm alguns volumes de reserva, para casos de uma respiração (inspiração ou 
expiração) máxima, que ao contrário da anterior, é forçada. 
A primeira dessas reservas é o volume de reserva inspiratória (VRI). Esse volume é 
obtido quando o indivíduo realiza uma inspiração máxima, ou seja, o máximo de ar que 
ele consegue inspirar forçadamente. Perceba que aqui não estamos falando de uma 
respiração basal/normal, e sim daquela respiração profunda, e forçada, tentando 
inspirar o máximo possível. Esse volume de reserva inspiratória chega a 3.000 ml. 
Após uma inspiração máxima, é possível avaliar a capacidade pulmonar total (CPT), 
que é o volume de ar nos pulmões após uma inspiração máxima. 
A segunda reserva é o volume de reserva expiratória (VRE). Ao contrário do anterior, 
esse volume é mensurado em uma expiração máxima, ou seja, o máximo que consegue 
expirar, de forma forçada. Esse volume está em torno de 1.100ml. 
Temos também o volume residual (VR). Esse volume é importantíssimo. É o volume 
que permanece no pulmão após uma expiração máxima, quando você “joga para fora” 
o máximo que conseguir. Isso mostra que nossos pulmões não ficam sem ar nenhum. 
Isso é essencial, pois o ar que permanece nos pulmões impede que haja, por exemplo, 
um colabamento pulmonar. O volume residual equivale a cerca de 1.200 ml. 
 
20 
 
Uma das “capacidades” que é muito utilizada é a capacidade vital (CV). Ela representa 
o máximo de ar que pode ser mobilizado nos pulmões. Dessa forma, é calculada 
somando os volumes que saem e entram dos pulmões. Soma-se o volume corrente, o 
volume de reserva inspiratória e o volume de reserva expiratória. 
Outra capacidade muito importante é a capacidade vital forçada (CVF), que é o volume 
máximo de ar expirado com esforço máximo, após uma inspiração máxima (avaliada 
pela capacidade pulmonar total). 
Temos também o volume expiratório forçado no primeiro segundo (VEF1), que é o 
volume de ar expirado no primeiro segundo após uma manobra de expiração forçada 
(ou capacidade vital forçada). 
E como mensurar esses valores no paciente? 
Tanto falamos sobre volumes, mas como avaliar esses volumes em um paciente? 
Há um aparelho de fácil acesso e fácil utilização que é o espirômetro. É utilizado há 
muitos anos. 
A espirometria, conhecida também como Prova de Função Pulmonar, ou Prova 
Ventilatória, ou Exame do Sopro, é um exame que faz o registro de volumes e fluxos de 
ar, como os descritos anteriormente. A partir da espirometria, é possível tomar 
conhecimento desses valores e, assim, avaliar a função pulmonar do paciente. 
Nem todos os volumes podem ser medidos por espirometria. O volume residual, por 
exemplo, não pode ser mensurado pela espirometria, pois é um volume que permanece 
nos pulmões, ainda que seja feita uma expiração forçada, e portanto, o aparelho não 
consegue mensurar um volume que não sai dos pulmões. 
Principais diferenças entre as doenças obstrutivas e restritivas 
1) Doença obstrutiva 
Obstrução do fluxo de ar no conduto respiratório traqueobrônquico ou até a região do 
bronquíolo e alvéolos. A doença pulmonar obstrutiva crônica se divide em duas doenças 
que são a bronquite obstrutiva crônica e o enfisema pulmonar. Além disso, dentro das 
doenças obstrutivas há a asma e a bronquiectasia. 
 
21 
 
2) Doença restritiva 
Limitação da capacidade do volume pulmonar. As principais doenças restritivas 
pulmonares são as doenças fibrosantes e as doenças relacionadas a síndrome da 
angústia respiratória aguda. 
DPOC: DOENÇAS PULMONARES OBSTRUTIVAS CRÔNICAS 
DPOC compreende o grupo de doenças obstrutivas que mais acometem a população. 
Há dois tipos principais de componentes dessa doença que são o enfisema pulmonar e 
a bronquite obstrutiva crônica, por isso, para entender sobre DPOC, devemos entender 
as alterações patológicas relacionadas à esses componentes, sendo importante 
salientar que estes estão altamente relacionados ao tabagismo. 
Nas DPOC destacam-se a obstrução das vias aéreas, hiperinsuflação e distúrbio das 
trocas gasosas. 
Os principais sintomas de DPOC são: 
1) Falta de ar, em geral persistente e que piora com esforço físico 
2) Tosse crônica, com ou sem expectoração 
O principal exame necessário para diagnosticar DPOC é a espirometria. 
 ENFISEMA PULMONAR 
 BRONQUITE OBSTRUTIVA CRÔNICA 
 ASMA 
 BRONQUIECTASIA 
DOENÇAS RESTRITIVAS 
As doenças restritivas têm como característica mecânica a baixa complacência 
pulmonar. O paciente vai ter a capacidade pulmonar limitada por dois principais motivos: 
1) Desordens na parede torácica 
Há três principais tipos: 
1..1 Obesidade severa: limita a capacidade pulmonar, pois há compressão das 
estruturas pulmonares devido ao excesso de gordura. 
22 
 
1.2. Desordens neuromusculares: doenças que afetam os músculos respiratórios que 
leva a limitação da capacidade pulmonar. Um exemplo é a síndrome de Guillain Barré. 
1.3. Doenças pleurais: a desordem na parede torácica pode causar problemas na 
capacidade pulmonar, como ocorre no pneumotórax. 
2) Doenças intersticiais 
O interstício é o tecido de preenchimento do pulmão e possui função muito importante 
na proliferação de células de defesa e migração de fluidos. Podem ser agudas ou 
crônicas. 
2.1. Agudas: SARA – Síndrome da Angústia Respiratória 
Nesse caso há um problema relacionado a proliferação inflamatória no alvéolo 
pulmonar. Assim, ocorre acúmulo de células inflamatórias com diminuição da 
permeabilidade do vaso sanguíneo. A síndrome da angústia respiratória pode ter como 
causas diretas a pneumonia e aspiração de conteúdo gástrico e como causas indiretas 
a sepse e o choque séptico. 
2.2. Crônicas: pneumoconiose, fibrose intersticial e condições infiltrativas. 
A. Pneumoconiose são doenças que ocorrem pela aspiração de poeira de carvão 
(antracose), sílica (silicose) e asbesto (asbestose). Dessa forma, essas estruturas vão 
para o alvéolo pulmonar e aumentam a síntese de tecido cicatricial. 
Assim, há produção de colágeno, elastina e envolvimento do tecido alveolar pelo tecido 
cicatricial fazendo com que a hematose fique cada vez mais dificultada. Ocorre redução 
grave da complacência pulmonar e é um processo irreversível. São doenças 
ocupacionais que ocorrem pelo não uso dos EPIs necessários em determinados 
trabalhos. 
B. Fibrose intersticiais: vão ter relação direta com o interstício e vai provocar um 
processo inflamatório com destruição tecidual e, como consequência, tem limitação da 
capacidade pulmonar em virtude da produção de tecido cicatricial. 
C. Condições infiltrativas: vão ter relação direta com a produção excessiva de fluidos no 
interior da cavidade pulmonar ou, até mesmo, no interior do espaço pleural. Pode 
ocorrer por processos inflamatórios e problemas circulatórios. 
 
23 
 
Processos de trocas gasosas, ventilação, perfusão, e difusão da respiração 
externa e interna celular. 
A hematose é o processo de trocas gasosas que ocorre nos capilares sangüíneos dos 
alvéolos pulmonares através da difusão de gases: oxigênio e dióxido de carbono. 
Devido a esse processo, mediando o sistema respiratório e o sistema circulatório, o 
sangue venoso, concentrado em CO2 e convertido em sangue arterial rico em O2, é 
distribuído aos tecidos do organismo para provimento das reações metabólicas das 
células. 
Portanto, a difusão nos alvéolos pulmonares se estabelece por diferenças no gradiente 
de concentração dos capilares, onde o CO2 difunde-se do sangue venoso em direção 
ao meio externo, havendo a oxigenação do sangue a partir do mecanismo inverso com 
as moléculas de oxigênio na cavidade pulmonar. 
O gás oxigênio em maior concentração externa difunde-se no plasma sangüíneo em 
direção às hemácias, combinando-se com a hemoglobina (proteína associada a íons de 
ferro), passando a sangue arterial. 
 
Dependendo do hábito de alguns vertebrados e atéinvertebrados, a hematose passa a 
ocorrer em órgãos especializados dependendo da adaptação ao meio ambiente: nas 
traquéias de borboletas (respiração aeróbia traqueal); nas brânquias de animais 
aquáticos (respiração aeróbia branquial); e na cloaca de tartarugas (respiração aeróbia 
clocal). 
24 
 
Ventilação é a entrada e saída de ar nos pulmões. ... Possibilita também a saída do ar 
carregado de gás carbônico, dos alvéolos até o meio externo. Perfusão: o fluxo 
sanguíneo pulmonar. Perfusão é o mecanismo que bombeia sangue nos pulmões. 
A difusão é um processo em que se observa a passagem de substâncias de um 
ambiente, onde estão mais concentradas, para outro, onde estão em menor 
concentração. Em poríferos e cnidários, o oxigênio passa da água, por difusão, para o 
interior da célula, onde está menos concentrado. 
Respiração interna é aquela em que a troca de gases entre o sangue e os vasos 
capilares acontece de forma sistêmica entre as células dos tecidos. Já na respiração 
externa a troca de gases acontece entre os alvéolos e o sangue. 
Transporte de gases pelo sangue relação ventilação perfusão 
Trocas de oxigênio e dióxido de carbono 
A principal função do sistema respiratório é absorver oxigênio e eliminar dióxido de 
carbono. O oxigênio inspirado entra nos pulmões e chega aos alvéolos pulmonares. As 
camadas de células que revestem os alvéolos e os vasos capilares circundantes têm, 
cada uma, a espessura de apenas uma célula e estão estreitamente ligadas umas às 
outras. Esta barreira entre o ar e o sangue tem aproximadamente 1 mícron (1/10.000 de 
um centímetro ou 0,000039 polegada) de espessura. O oxigênio passa rapidamente 
através desta barreira de ar-sangue até o sangue nos vasos capilares. Da mesma forma, 
o dióxido de carbono passa do sangue para o interior dos alvéolos e é então expirado. 
O sangue oxigenado viaja dos pulmões passando pelas veias pulmonares até ao lado 
esquerdo do coração, que bombeia o sangue para o resto do corpo (veja A função do 
coração). O sangue pobre em oxigênio e rico em dióxido de carbono volta para o lado 
direito do coração através de duas grandes veias: a veia cava superior e a veia cava 
inferior. Em seguida, o sangue é bombeado pela artéria pulmonar até os pulmões, onde 
ele coleta oxigênio e libera dióxido de carbono. 
Para permitir a absorção de oxigênio e liberação de dióxido de carbono, cerca de 5 a 8 
litros de ar por minuto entram e saem dos pulmões e cerca de três décimos de litro de 
oxigênio são transferidos dos alvéolos para o sangue a cada minuto, mesmo quando a 
pessoa está em repouso. Ao mesmo tempo, um volume similar de dióxido de carbono 
passa do sangue para os alvéolos e é expirado. Durante o exercício, é possível inspirar 
e expirar mais de 100 litros (cerca de 26 galões) de ar por minuto e extrair 3 litros (pouco 
25 
 
menos do que 1 galão) de oxigênio desse ar por minuto. A velocidade com que o 
oxigênio é usado pelo corpo é uma medida para determinar a quantidade de energia por 
ele consumida. A inspiração e a expiração são realizadas pelos músculos respiratórios. 
A função do sistema respiratório é mover dois gases: oxigênio e dióxido de carbono. A 
troca gasosa ocorre nos milhões de alvéolos nos pulmões e nos vasos capilares que os 
envolvem. Conforme mostrado abaixo, o oxigênio inspirado passa dos alvéolos para o 
sangue nos vasos capilares e o dióxido de carbono passa do sangue nos vasos 
capilares para o ar nos alvéolos. 
Três processos são essenciais para a transferência de oxigênio do ar exterior para o 
sangue passando pelos pulmões: ventilação, difusão e perfusão. 
Ventilação é o processo pelo qual o ar entra e sai dos pulmões. 
Difusão é o movimento espontâneo dos gases, sem o uso de energia ou esforço por 
parte do corpo, entre o gás nos alvéolos e o sangue nos vasos capilares dos pulmões. 
Perfusão é o processo pelo qual o sistema cardiovascular bombeia o sangue pelos 
pulmões. 
A circulação sanguínea é um elo fundamental entre a atmosfera, que contém oxigênio 
e as células do corpo, que consomem oxigênio. Por exemplo, o fornecimento de 
oxigênio para as células musculares em todo o corpo não depende só dos pulmões, 
mas também da capacidade do sangue de transportar oxigênio, e do sistema circulatório 
de transportar sangue para os músculos. Além disso, uma pequena fração do sangue 
bombeado do coração entra nas artérias brônquicas e nutre as vias aéreas.

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