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Sistema Respiratório APG 18- A viagem do êmbolo • ANATOMIA e HISTOLOGIA O SR é composto pelo nariz, que é composto por uma estrutura óssea e uma cartilaginosa, as cartilagens hialinas são ligadas entre si e em alguns ossos por tecido conjuntivo fibroso, são elas: do septo nasal, nasais acessórias e alares. O septo divide a cavidade nasal em duas, a parte anterior é composta principalmente por cartilagem hialina; o restante é formado pelos ossos vômer, lâmina perpendicular do etmoide, maxila e palatinos. Os coanos são as aberturas que ligam a cavidade a nasofaringe, ductos dos seios paranasais e lacrimonasais drenam ali o muco e as lágrimas respectivamente. Nas paredes laterais da cavidade encontram-se três saliências ósseas, as conchas nasais superior, média e inferior separadas pelos meatos nasais. As aberturas anteriores da cavidade estão revestidas com epitélio estratificado pavimentoso, enquanto a parte respiratória inferior maior é revestida por epitélio colunar pseudoestratificado ciliado com diversas células caliciformes (mucosecretoras), que é frequentemente chamada de epitélio respiratório e a parte olfatória superior menor pelo epitélio olfatório. A faringe é um órgão com formato de funil e 13 cm de comprimento, que vai dos coanos até a cartilagem cricóidea da laringe, e abriga as tonsilas que realizam ações imunológicas. Sua parede é composta por musculo esquelético e revestida internamente por túnica mucosa. A faringe é dividida anatomicamente em nasofaringe orofaringe e a parte laríngea da faringe, ela também contém dois óstios que conduzem às tubas auditivas e a abertura para a cavidade oral, o epitélio da nasofaringe é colunar pseudoestratificado ciliado e o epitélio da orofaringe é escamoso estratificado não queratinizado (para facilitar a passagem dos alimentos).A laringe conecta a faringe e a traqueia, se encontra na linha média do pescoço, anterior ao esôfago e as vértebras cervicais 4 a 6. Sua parede é composta por nove fragmentos de cartilagens: tireoide, epiglote e cricóide (isoladas), aritenóide, cuneiforme e corniculada (em pares). A entrada da laringe se chama glote e temos uma espécie de “tampa” denominada epiglote que funciona como uma válvula de proteção ao sistema respiratório contra os alimentamos. A epiglote fecha a glote quando nos alimentamos e isso impede que o alimento ingerido penetre as vias respiratórias e tenhamos um engasgo. Nela ocorre a formação da voz, pois contém as cordas vocais verdadeiras e as cordas vocais falsas, também chamadas de pregas vestibulares. A traqueia é um tubo por onde passa o ar com aproximadamente 12 cm de comprimento e 2,5 cm de diâmetro. Se localiza anterior ao esôfago e se estende desde a laringe até a vértebra T5, onde se divide em brônquios primários direito e esquerdo. As camadas da sua parede são a túnica mucosa, a tela submucosa, a cartilagem hialina e a túnica adventícia; seu epitélio é colunar pseudoestratificado ciliado e contém uma camada subjacente de lâmina própria, com fibras elásticas e reticulares. A traqueia contém uma série de 16 a 20 cartilagens hialinas com formato de c. São cruzadas por uma membrana fibromuscular transversais, musculo chamado de traqueal, e tecido conjuntivo elástico. A última cartilagem é chamada de Karina junção reforçada para os brônquios, uma lâmina de cartilagem em formato de quilha. O brônquio principal direito é mais vertical, mais curto e mais largo do que o esquerdo e por isso facilita a entrada de corpos estranhos. Os brônquios principais contêm anéis incompletos de cartilagem hialina e são THALITA ALBUQUERQUE 3º PERÍODO revestidos internamente por epitélio colunar pseudoestratificado ciliado. A seguir os brônquios principais se dividem em lobares sendo três lobos do pulmão direito e dois lobos do pulmão esquerdo. Esses se subdividem em brônquios segmentares que posteriormente irão se dividir em bronquíolos e bronquíolos terminais. À medida que a quantidade de cartilagem diminui, a quantidade de músculo liso aumenta. Os bronquíolos terminais contêm células exócrinas bronquiolares, células colunares não ciliadas intercaladas entre as células epiteliais. As exócrinas bronquiolares podem proteger contra os efeitos nocivos de toxinas inaladas e substâncias cancerígenas, produzem surfactante e funcionam como células- tronco (estaminais), que dão origem a várias células do epitélio. *onde termina a zona de condução. Microscopicamente, os terminais se subdividem em respiratórios, onde começa a zona respiratória, seu revestimento passa de epitélio cubico simples para escamoso simples; estes originam os ductos alveolares. E torno da circunferência dos ductos estão os alvéolos e sacos alveolares. Alvéolos pulmonares são evaginações em forma de taça de epitélio escamoso simples apoiado em uma membrana basal fina e elástica. O saco é dois ou mais alvéolos que compartilham uma abertura. As células do epitélio alveolar são do tipo 1 (mais numerosas, formam o revestimento continuo e realizam a hematose) e do tipo 2 (células septais, arredondadas ou cubicas, com microvilosidades, secretam o liquido alveolar, incluindo o surfactante). Os macrófagos alveolares removem partículas finas de poeira e outros detritos dos espaços alveolares. Onde também são encontrados fibroblastos, que produzem fibras reticulares e elásticas. Junto da camada de células tipo I está uma membrana basal elástica. Na face externa dos alvéolos, as arteríolas e vênulas do lóbulo se dispersam em uma rede de capilares sanguíneos que consistem em uma camada única de células endoteliais e membrana basal. Os pulmões são órgãos pares, grandes e esponjosos, situados no interior da cavidade torácica. Cada pulmão se estende desde um ponto acima da clavícula até o diafragma, são limitados pelas costelas na face anterior, lateral e posterior. Os pulmões estão separados um do outro pelo coração e outras estruturas do mediastino. Cada pulmão tem quatro faces: mediastinal (medial), ligeiramente côncava e contém uma fenda vertical, o hilo, através do qual os vasos pulmonares, nervos e brônquios passam; a inferior, chamada a base do pulmão, é côncava para se ajustar sobre a cúpula convexa do diafragma; a superior, chamada ápice (cúpula) do pulmão, estende-se acima do nível da clavícula; a face em contato com as membranas que cobrem as costelas é chamada de face costal do pulmão. O pulmão esquerdo é um pouco menor que o direito e tem uma impressão cardíaca em sua face mediastinal para acomodar o coração. Ele é subdividido em lobos superior e inferior pela fissura obliqua. O pulmão direito é subdividido por duas fissuras (obliqua e horizontal) em três lobos: superior, médio e inferior. Cada lobo do pulmão é dividido em muitos pequenos lóbulos que por sua vez contêm os alvéolos pulmonares. As divisões lobulares do pulmão compõem os específicos segmentos bronco-pulmonares. Cada segmento broncopulmonar tem seu próprio suprimento de sangue e se vier a adoecer pode ser cirurgicamente isolado. O pulmão direito contém 10 segmentos broncopulmonares e o pulmão esquerdo contém 9. As pleuras são membranas serosas que envolvem os pulmões e revestem a cavidade torácica. A pleura visceral adere à superfície externa do pulmão e se estende em cada uma das fissuras interlobares. A pleura parietal reveste as paredes torácicas e a superfície torácica do diafragma. Uma continuação da pleura parietal entre os pulmões forma os limites do mediastino. Entre a pleura visceral e a pleura parietal encontra-se a cavidade pleural semelhante a uma fresta, que contém um líquido lubrificante que permite às membranas deslizarem facilmente uma em relação à outra durante a respiração. Um prolongamento inferior da reflexão das camadas pleurais ao redor das raízes de cada pulmão échamado de ligamento pulmonar. Os ligamentos pulmonares ajudam a dar sustentação aos pulmões. A irrigação pulmonar é feita por dois conjuntos de artérias: as pulmonares e os ramos bronquiais da parte torácica da aorta. O sangue venoso passa pelo tronco pulmonar, que se divide em uma artéria pulmonar esquerda e uma artéria pulmonar direita (as artérias pulmonares são as únicas artérias do corpo que transportam sangue desoxigenado.) O retorno do sangue oxigenado para o coração ocorre pelas quatro veias pulmonares, que drenam para o átrio esquerdo. Uma característica única dos vasos sanguíneos pulmonares é a sua constrição em resposta à hipóxia (baixo nível de O2) localizada. Em todos os outros tecidos do corpo, a hipóxia provoca a dilatação dos vasos sanguíneos para aumentar o fluxo. Nos pulmões a vasoconstrição em resposta à hipóxia desvia sangue pulmonar de áreas dos pulmões com pouca ventilação para regiões bem ventiladas para possibilitar trocas gasosas mais eficientes. Este fenômeno é conhecido como equilíbrio ventilação/perfusão, porque a perfusão (fluxo sanguíneo) para cada área dos pulmões corresponde à extensão da ventilação (fluxo de ar) para os alvéolos nessa área. Os vasos pulmonares são curtos, a artéria pulmonar tem uma espessura cerca de 1/3 da aorta, e a complacência pulmonar permite que a arvore pulmonar ocupe o volume sistólico do ventrículo direito. As artérias brônquicas carregam sangue oxigenado para suprir os tecidos de suporte e depois retornam ao coração pelas veias pulmonares. • FISIOLOGIA As primeiras funções realizadas pelo sistema respiratório são a umidificação, aquecimento e filtração do ar atmosférico, desenvolvida pelas células do epitélio colunar pseudoestratificado ciliado, células caliciformes e muco secretado. As primeiras estruturas da zona de condução para que não agrida as estruturas mais internas. No entanto, células como os macrófagos alveolares agem internamente para a manutenção das condições adequadas para a troca gasosa. Para promover oxigênio aos tecidos e remover dele dióxido de carbono, a respiração pode ser dividida em quatro componentes principais: ventilação pulmonar, difusão de oxigênio e dióxido de carbono entre os alvéolos e o sangue, transporte de oxigênio e dióxido de carbono no sangue e nos líquidos corporais, e regulação da ventilação. Para que aconteça a troca gasosa entre a atmosfera e o interior dos pulmões, esses órgãos precisam ser expandidos e contraídos e isso ocorre de duas maneiras: por movimentos de subida e descida do diafragma (normal) e por elevação e depressão das costelas (forçada). Na inspiração ocorre a contração diafragmática que puxa o pulmão para baixo, já na expiração, o diafragma relaxa e ocorre a retração elástica dos pulmões, da parede torácica e das estruturas abdominais, o que ajuda a expelir o ar. Em uma expiração mais forte, a contração da musculatura abdominal é necessária para auxiliar as forças elásticas, na compressão dos pulmões. Na respiração forçada, para expandir os pulmões é preciso que se eleve a caixa torácica, movimento esse realizado pelos músculos de inspiração (intercostais externos, esternocleidomastóideos, serráteis anteriores e escalenos), e a depressão das costelas para retração do pulmão é feita pelos músculos da expiração (reto abdominal e intercostais internos). Algumas pressões permitem o movimento do ar para dentro e fora dos pulmões. A pressão pleural é a sucção do liquido no espaço entre as pleuras, de -5 no início da inspiração, chega a -7,5 cm de água no final dela. A pressão alveolar é a do ar no interior dos alvéolos, quando não existe fluxo de ar para os pulmões essa pressão é igual a da atmosfera, durante a inspiração a pressão diminui para -1 cm de água e durante a expiração ela sobre para +1. A pressão transpulmonar é a diferença entre a p. pleural e a alveolar. A complacência pulmonar é o grau de extensão dos pulmões para cada unidade de aumento da p. transpulmonar. A complacência de ambos os pulmões em adultos normais é de 200ml de ar por cm de água. Existe também uma tensão superficial nos alvéolos, similar a tensão da superfície da água, que atua como uma força de contração do epitélio alveolar, que estimula o retorno do ar para os bronquíolos, e provocando o colapso alveolar. No entanto, o SURFACTANTE, substancia composta por fosfolipídios, proteínas e íons, diminui significativamente essa tensão. Se os alvéolos fossem recobertos com água pura a tensão seria 4,5 vezes maior. A ventilação pulmonar pode ser avaliada por meio do volume de ar e pela capacidade pulmonar, pelo método da espirometria. O volume corrente é o de ar inspirado ou expirado normalmente, em média de 500ml em um adulto. O volume de reserva inspiratório é o de ar extra que pode ser inspirado além do corrente normal, quando se utiliza força total, em média de 3L. O volume de reserva expiratório é o de ar extra que se pode expirar de forma forçada, em média de 1,1L. O volume residual é o de ar que fica nos pulmões após a expiração forçada, cerca de 1,2L. A capacidade inspiratória é o volume corrente + volume de reserva inspiratório (3,5L). A capacidade residual funcional é igual ao volume de reserva expiratório + volume residual, quantidade de ar que fica nos pulmões após a expiração normal (2,3L). A capacidade vital é igual a volume corrente + volume de reserva inspiratório + volume de reserva expiratório, quando se enche e se expira o máximo (4,6L). E por fim a capacidade pulmonar total que é igual ao volume máximo que o pulmão pode se expandir (5,8L). • Os volumes e capacidades geralmente são 20/25% menor nas mulheres que nos homens. • Parte do ar nunca alcança as áreas de trocas gasosas, por preencher as vias respiratórias onde essas trocas nunca ocorrem, como o nariz, a faringe e a traqueia. Esse é chamado de espaço morto, por não ser útil para as trocas gasosas. O pulmão ele também serve como reserva de sangue, podendo variar desde a metade do normal até o dobro. Mas sua perfusão depende da quantidade de ar nos alvéolos, para que a aeração ocorra da melhor forma. Para explicar a diferença do fluxo de ar no pulmão, ele foi dividido em três zonas: ➢ Zona 1: sem fluxo, pressão alveolar maior que pressão arterial. ➢ Zona 2: fluxo intermitente, pressão sistólica mais alta que pressão alveolar, pressão diastólica menor que a pressão alveolar. (durante picos na respiração) ➢ Zona 3: fluxo de ar continuo, pressão arterial e capilar pulmonar maior que a alveolar todo o tempo. • Debito cardíaco no pulmão aumenta com o exercício físico, sem grandes acréscimos na pressão arterial pulmonar. O controle da ventilação é uma das funções cerebrais mais importantes. O mecanismo de controle precisa estabelecer um ritmo automático para a contração dos músculos respiratórios, mas que deve se ajustar para acomodar mudanças por demandas metabólicas ou variações de condições mecânicas. O ritmo é produzido a partir do sistema nervoso central (SNC), a partir de neurônios do bulbo, que geram sinais de modo automático para os músculos da ventilação, sem qualquer esforço consciente. Os neurônios motores respiratórios mais importantes são aqueles que inervam o diafragma, através do nervo frênico. Quando o trabalho respiratório aumenta, há atividade também nos neurônios motores que inervam os músculos acessórios da respiração. Durante a eupneia, a atividade nervosa para os músculos respiratórios é altamente regular. A expiração ocorre como resultado da interrupção da inspiração, somado à retração elástica passiva. Em situações de esforço, há a ativação dos músculos acessórios da expiração, para que ocorra de maneira mais rápida, permitindo o começo de uma nova inspiração mais cedo, gerando aumento da frequência respiratória. A apneia, ausência momentânea de ventilação, ocorre quando o gerador de padrão central (GPC) cessa na falta deimpulsos tônicos. Esses podem vir de muitas fontes, mas as mais importantes são os quimiorreceptores centrais e periféricos, que monitoram a concentração de O2, de CO2 e o pH do sangue arterial. A frequência do GPC muda a partir dos sinais advindos desses quimiorreceptores, podendo resultar em mudanças na frequência e na profundidade da respiração. Os quimiorreceptores periféricos estão localizados nos corpos carotídeos do pescoço e nos corpos aórticos e são primariamente sensíveis a diminuições na PO2 arterial. Os quimiorreceptores centrais se localizam junto à barreira hematoencefálica e são sensíveis a aumentos na PCO2 arterial e a diminuições no pH arterial. Esses três sinais disparam um aumento na ventilação alveolar até que os valores sejam normalizados, constituindo assim um sistema de feedback negativo. É o núcleo respiratório dorsal que prioritariamente recebe as aferências sensoriais dos quimiorreceptores e realiza a integração dessas informações do sistema respiratório. Além dos quimiorreceptores, o sistema respiratório também é controlado a partir de outras duas fontes de informação importantes: receptores para estiramento e para compostos químicos/irritantes e centros superiores do SNC, que agem em benefício de atividades não respiratórias, como falar, cheirar e regular a temperatura. Os receptores para estiramento e para compostos químicos/irritantes se localizam nas vias aéreas e no parênquima pulmonar. Eles detectam corpos estranhos, substâncias irritantes e desafios imunológicos, ajudando na proteção dos pulmões. Além disso, detectam mudanças no volume pulmonar e ajudam a controlar as eferências para os músculos respiratórios. Dentre os receptores de estiramento, estão aqueles de ação lenta, ou seja, respondem ao estiramento com um aumento nos disparos que decai muito lentamente. Um reflexo que os envolve é o reflexo de Hering-Breuer, através do qual as eferências dos neurônios motores do nervo frênico são inibidas, protegendo os pulmões do superenchimento. Os receptores de estiramento de adaptação rápida respondem à expansão repentina e persistente nas vias aéreas e são muito sensíveis a uma variedade de estímulos químicos, sendo chamados de receptores para compostos irritantes. Possuem a importante função de detectar processos fisiopatológicos nas vias aéreas, como congestão e inflamação. • HEMATOSE De acordo com a lei de Dalton, cada gás em uma mistura de gases exerce a sua própria pressão, como se não houvesse outros gases. A lei de Henry afirma que o volume de um gás que se dissolve em um líquido é proporcional à pressão parcial do gás e à sua solubilidade (considerando uma temperatura constante) A RESPIRAÇÃO EXTERNA OU TROCA GASOSA PULMONAR é a difusão do O2 do ar nos alvéolos pulmonares para o sangue dos capilares pulmonares e a difusão do CO2 na direção oposta. Conforme o sangue flui pelos capilares pulmonares, capta O2 do ar alveolar e descarrega CO2 no ar alveolar. Embora este processo geralmente seja chamado de “troca” gasosa, cada gás se difunde de forma independente, da área em que sua pressão parcial é maior para a área em que sua pressão parcial é menor. O O2 se difunde do ar alveolar, onde sua pressão parcial é de 105 mmHg, para o sangue nos capilares, onde a PO2 é de apenas 40 mmHg em uma pessoa em repouso. No exercício, a PO2 será ainda menor, porque o consumo é maior e chegara em menor quantidade no pulmão. A difusão continua até que a PO2 do sangue capilar pulmonar aumenta para coincidir com a PO2 do ar alveolar, 105 mmHg. Como o sangue que sai dos capilares pulmonares próximos dos alvéolos se mistura com um pequeno volume de sangue que fluiu pelas partes condutoras do sistema respiratório, onde não podem ocorrer trocas gasosas, a PO2 do sangue nas veias pulmonares é discretamente menor do que a PO2 nos capilares pulmonares, de aproximadamente 100 mmHg. Enquanto o O2 está se difundindo do ar alveolar para o sangue desoxigenado, o CO2 está se difundindo no sentido oposto. A PCO2 do sangue venoso é de 45 mmHg em uma pessoa em repouso, e a PCO2 do ar alveolar é de 40 mmHg. Em decorrência dessa diferença na PCO2, o dióxido de carbono se difunde do sangue oxigenado para os alvéolos até que a PCO2 do sangue diminua para 40 mmHg. A expiração mantém a PCO2 alveolar em 40 mmHg. O sangue oxigenado retorna para o lado esquerdo do coração pelas veias pulmonares. A difusão gasosa através da membrana respiratória é influenciada pela espessura da membrana, área superficial da membrana, coeficiente de difusão do gás e a diferença de pressão parcial do gás entre os dois lados da membrana. ➢ A membrana respiratória é muito fina, de modo que a difusão ocorre rapidamente. Além disso, os capilares são tão estreitos que os eritrócitos precisam passar por eles em fila indiana, o que minimiza a distância de difusão do espaço do ar alveolar para a hemoglobina no interior dos eritrócitos. O acúmulo de líquido intersticial entre os alvéolos, como ocorre no edema pulmonar, diminui a taxa de trocas gasosas, porque aumenta a distância de difusão. ➢ A área de superfície dos alvéolos é enorme (aproximadamente 70 m2). Além disso, muitos capilares circundam cada alvéolo, tanto que até 900 mℓ de sangue podem participar das trocas gasosas em um dado instante. Qualquer distúrbio pulmonar que diminua a área de superfície funcional das membranas respiratórias reduz a frequência respiratória externa. No enfisema pulmonar, por exemplo, as paredes alveolares se desintegram, de modo que a área de superfície é menor do que o normal e as trocas gasosas pulmonares são desaceleradas. ➢ Como o peso molecular do O2 é inferior ao do CO2, pode-se esperar que se difunda através da membrana respiratória 1,2 vez mais rápido. No entanto, a solubilidade do CO2 na porção líquida da membrana respiratória é 24 vezes maior do que a do O2. Considerando estes dois fatores, a difusão líquida do CO2 para fora ocorre 20 vezes mais rapidamente do que a difusão líquida do O2 para dentro. Consequentemente, quando a difusão é mais lenta do que o normal – como por exemplo no enfisema pulmonar ou no edema pulmonar – a insuficiência de O2 (hipóxia) normalmente ocorre antes que haja retenção significativa de CO2 (hipercapnia). ➢ A PO2 alveolar deve ser superior à PO2 arterial para que o oxigênio se difunda do ar alveolar para o sangue. A taxa de difusão é mais rápida quando a diferença de pressão for maior; a difusão é mais lenta quando a diferença é menor. As diferenças entre a PO2 e a PCO2 no ar alveolar versus no sangue pulmonar aumentam durante o exercício. As diferenças de pressão parcial maiores aceleram as taxas de difusão do gás. As pressões parciais de O2 e CO2 no ar alveolar também dependem da taxa de fluxo de ar para dentro e para fora dos pulmões. Determinados fármacos (como a morfina) desaceleram a ventilação, diminuindo assim o volume de O2 e CO2 que pode ser trocado entre o ar alveolar e o sangue. Com o aumento da altitude, a pressão atmosférica total diminui, tal como acontece com a pressão parcial de O2 – de 159 mmHg ao nível do mar para 110 mmHg a 3.000 m e 73 mmHg a 6.000 m. Embora o O2 ainda corresponda a 20,9% do total, a PO2 do ar inspirado diminui com o aumento da altitude. A PO2 alveolar diminui correspondentemente, e o O2 se difunde para o sangue mais lentamente. Os sinais e sintomas comuns da doença da altitude elevada – falta de ar, cefaleia, fadiga, insônia, náuseas e tontura – são decorrentes de um menor nível de oxigênio no sangue. A capacidade de difusão da membrana respiratória, é definida como o volume de gás que se difundirá através da membrana a cada minuto, para a diferença de pressão parcial de 1 mmHg. TRANSPORTE NO SANGUE Quando o O2 se difunde dos alvéolos para o sangue pulmonar, ele é transportado para os capilares dos tecidos, quase totalmente em combinação com a hemoglobina. A presença de hemoglobinanas hemácias permite que o sangue transporte 30 a 100 vezes mais O2 do que seria transportado na forma de O2 dissolvido no plasma. A ligação do O2 com o ferro da hemoglobina é influenciada pelo Ph (proporcional, se um aumenta o outro tbm aumenta), temperatura e PCO2 (inversamente proporcionais). Nas células dos tecidos corporais, o O2 reage com diversos nutrientes, formando grande quantidade de dióxido de carbono (CO2). Esse CO2 penetra nos capilares dos tecidos e é transportado de volta aos pulmões. O CO2, assim como o O2, também se combina com substâncias químicas no sangue, que aumentam o transporte do CO2 por 15 a 20 vezes, e ele pode ser transportado dissolvido no plasma (7%), na forma de íon bicarbonato (HCO³-) e carbaminohemoglobina (Hb- CO2). RESPIRAÇÃO INTERNA OU TROCA GASOSA SISTEMICA - Enquanto o O2 se difunde dos capilares sistêmicos para as células teciduais, o CO2 se difunde no sentido contrário. Dado que as células teciduais estão constantemente produzindo CO2, a PCO2 das células (45 mmHg em repouso) é maior do que a do sangue capilar sistêmico (40 mmHg). Como resultado, o CO2 se difunde das células teciduais pelo líquido intersticial para os capilares sistêmicos até que a PCO2 no sangue aumenta para 45 mmHg. O sangue desoxigenado então retorna para o coração e é bombeado para os pulmões para outro ciclo de respiração externa. Em uma pessoa em repouso, as células teciduais necessitam de em média apenas 25% do O2 disponível no sangue oxigenado; apesar do nome, o sangue desoxigenado mantém 75% de seu teor de O2. Durante o exercício, mais O2 se difunde do sangue para as células metabolicamente ativas, como as das fibras do músculo esquelético em contração. As células ativas usam mais O2 para a produção de ATP, fazendo com que o teor de O2 do sangue venoso caia abaixo de 75%. • EMBOLIA PULMONAR O tromboembolismo pulmonar é uma doença clinica que se caracteriza pela obstrução parcial ou total de vasos pulmonares por êmbolos, originados, em sua maioria, por trombose venosa profunda nos membros inferiores. O embolismo pode ter outras características além da presença do trombo, como a embolia gordurosa, gasosa ou tumoral. A grande quantidade de manifestações clínicas inespecíficas dificulta seu diagnóstico. O TEP também é uma síndrome com alta morbimortalidade. Os vasos ocluídos, em sua maioria as artérias pulmonares, dificultam ou impedem a passagem do sangue para a realização da troca gasosa e da nutrição do tecido de suporte, esse sangue começa a fluir para outros locais, aumentando o fluxo sanguíneo de outras zonas. Com a hematose diminuída a concentração de O² cai e a de CO² aumenta, o que pode gerar um quadro de hipóxia e hipercapnia. No entanto, o aumento do dióxido ativa os quimiorreceptores medulares, que no centro respiratório estimulam uma resposta de aumento da frequência e volume respiratório, provocando a hiperventilação, o que faz com que a pressão arterial do dióxido de carbono fique abaixo do normal e consequentemente causando alcalose respiratória. Além de que a EP reduz o raio dos vasos, com isso, reduzindo a pressão do fluído de forma anormal ao passar pela circulação pulmonar. Tal fator atua como uma resistência à circulação, assim, aumentando a pós- carga do ventrículo direito e implicando em alterações na pressão arterial pulmonar. Além disso o tamanho do embolo permite classificar a doença em maciça e submaciça (grande e pequeno). Os sinais e sintomas dependem, fundamentalmente, da localização e tamanho do trombo e do estado cardiorrespiratório prévio do paciente. A EP pode ser classificada em três síndromes clínicas: colapso circulatório, dispnéia não explicada e dor torácica do tipo pleurítica. Estas formas de apresentação clínica estão correlacionadas com os respectivos modelos fisiopatológicos: embolia maciça, embolia submaciça e infarto pulmonar. É digno de nota que uma condição frequentemente suspeita na prática clínica, a das “microembolias pulmonares”, carece da evidência científica, portanto este rótulo diagnóstico deve ser removido e baseado em uma outra causa para o quadro clínico do paciente. A dor torácica do tipo pleurítica correlaciona-se com os êmbolos que alcançam a periferia dos pulmões, levando ao infarto ou à hemorragia pulmonar. O infarto pulmonar ocorre quando as artérias brônquicas não são capazes de promover circulação colateral para o segmento pulmonar não perfundido. Nesses casos, a hemoptise pode estar presente. A dor torácica com característica de angina de peito pode ser observada nos casos graves, em que a sobrecarga aguda do VD pode provocar isquemia miocárdica secundária. A hipotensão arterial sistêmica caracteriza os pacientes com EP maciço. Nesse subgrupo, podem ser observadas manifestações clínicas da insuficiência ventricular direita, como o aumento da pressão venosa jugular e o aumento do componente pulmonar da 2º bulha cardíaca. A taquicardia, também frequente, pode se associar à presença de 3º bulha, produzindo o ritmo de galope. Um sopro de insuficiência tricúspide pode ser auscultado em alguns pacientes, sendo um sinal da dilatação do VD. Cor pulmonale agudo, secundário à EP maciça, apresenta alta mortalidade, sendo, porém, a apresentação menos frequente da doença. A síncope também é vista como forma de apresentação secundária à instabilidade hemodinâmica. A súbita redução do débito cardíaco causa hipofluxo cerebral, levando, em muitos casos, à perda do tonus postural. Achados clínicos nas embolias pequenas (submaciças): dor torácica, dor pleurítica, dispnéia, taquipnéia, tosse, hemoptise / hemoptóicos, taquicardia, febre, cianose. Achados clínicos nas embolias grandes (maciças): Síncope, hipotensão arterial / choque, taquicardia, dispnéia, cianose. Os principais fatores de risco da EP estão ligados à clássica Tríade de Risco de Virchow - Lesão ao endotélio vascular, estase venosa (diminuição no fluxo sanguíneo) e alterações na constituição do sangue (hipercoagulabilidade) - representando a relevância da genética e dos fatores externos, principalmente aos relacionados à procedimentos cirúrgicos, para surgimento do tromboembolismo pulmonar. Podendo dividi-los em função do grau de predisposição de risco e de se relacionarem à situação clínica ou do próprio paciente. Sendo considerado, portanto, os principais fatores de risco do tromboembolismo venoso e consequentemente da EP: trauma não cirúrgico e cirúrgico; idade superior a 40 anos; tromboembolismo venoso prévio; imobilização prolongada; câncer, insuficiência cardíaca; infarto do miocárdio; paralisia de membros inferiores; obesidade; veias varicosas; estrogênio; parto; doença pulmonar obstrutiva crônica. Sinais e sintomas clínicos acompanhados de uma anamnese detalhada não são suficientes para fazer o DIAGNÓSTICO de tep podendo apenas sugeri-lo, sendo necessários exames complementares para confirmação. Há diversos exames específicos para isso, no entanto, é necessário se avaliar o risco e a medida de d-dímero. O d-dímero é um fragmento dos produtos da degradação da fibrina quando o mecanismo de fibrinólise é ativado quando ocorre o fenômeno tromboembólico. o DD pode ser realizado através de várias técnicas, sendo o Elisa considerado de maior acurácia. Dessa forma, todo paciente com suspeita Clínica deve ser estratificado quanto a probabilidade com base em escores de fatores de riscos validados, sendo os principais utilizados o escore de Wells e o escore de Genebra. Algumas avaliações complementares são necessárias para diagnosticar a embolia pulmonar, entre elas são utilizadas técnicas fundamentadas na biofísica: como radiografia do tórax, eletrocardiograma, ecocardiograma, angiografia pulmonar e cintilografia pulmonar, que fornecem o diagnóstico definitivo, sendo a tomografia computadorizadaa mais utilizada atualmente. Na radiografia simples de tórax as anormalidades mais comuns são atelectasias, pequenos derrames pleurais e diminuição do fluxo sanguíneo periférico. Não sendo um exame muito específico para todos os casos de tep. O eletrocardiograma apresenta alterações Típicas de sinais da sobrecarga aguda do ventrículo direito. O ecocardiograma não possui boa acurácia para visualização do trombo das artérias pulmonares, no entanto, é importante para avaliação da função do ventrículo direito. A cintilografia pulmonar apresenta especificidade de 97% com sensibilidade de 41% em indivíduos com diagnóstico de embolia pulmonar. A angiografia pulmonar é uma técnica invasiva, que é realizada a introdução de um cateter na artéria pulmonar proximal e o meio de contraste é rapidamente injetado. O método permite avaliado diretamente o sistema arterial pulmonar os achados de defeitos de enchimento da coluna de contraste são tipos de tep. A ressonância magnética é um método que possibilita a Visibilidade das artérias pulmonares sem a necessidade da utilização do contraste iodado e exposição à radiação, principal vantagem da rm. A arteriografia pulmonar possibilita a visibilidade da circulação pulmonar, após a injeção do contraste iodado, o uso de cateteres mais finos e flexíveis e a melhor definição da imagem tem melhorado a acurácia do método. A tomografia computadorizada é considerado um dos maiores avanços nessa área pois possibilita a visualização direta do trombo e permite a identificação de alterações no parênquima pulmonar, vem sendo amplamente utilizada na investigação de pacientes com suspeitas clínicas de tep, devido a sua boa acurácia, o custo relativamente baixo e a possibilidade de investigação de diagnósticos diferenciais. • BRONCOASPIRAÇÃO A aspiração broncopulmonar é a entrada de conteúdos endógeno ou exógeno, colonizados por bactérias residentes ou não do tubo digestivo, no trato respiratório inferior, ocasionando obstruções, alterações inflamatórias e crescimento bacteriano. As substâncias mais comuns são os resíduos gástricos (secreções gástricas como o vomito) e as secreções colonizadas contidas na cavidade orofaríngea. Essa aspiração broncopulmonar pode ser aguda ou crônica, a aguda pode ocorrer desde o período neonatal até a adolescência. Os casos de aspiração crônica podem ocorrer devido a refluxo gastroesofágico com aspiração do conteúdo gástrico e alimentos, e em função de distúrbios da deglutição com predomínio de alimentos, saliva e secreções brônquicas. Doenças neurológicas como o coma e epilepsia onde são aspirados saliva e conteúdo gástrico podem ocasionar casos de aspiração crônica. Outra causa é a síndrome adeno-tonsilo-sinusal, com aspiração de secreções infectadas. A síndrome de aspiração também pode ser classificada de acordo com o tipo de material aspirado em: irritativa, infecciosa e obstrutiva. ➢ Como Síndrome irritativa encontramos as pneumonites químicas por ácido, hidrocarbonetos, óleo vegetal, mecônio, álcool e gordura animal; ➢ Na síndrome de aspiração infecciosa ocorre aspiração de saliva e secreções contaminadas; ➢ Enquanto que as síndromes aspirativas obstrutivas são causadas por afogamento e aspiração de corpos estranhos. A obstrução das vias aéreas por corpos estranhos é uma das mais comuns e apresentam alta morbimortalidade. Corpo estranho (CE) é qualquer objeto sólido ou líquido que de forma acidental pode penetrar o corpo ou suas cavidades. Habitualmente é ingerido ou colocado pela criança nas narinas e ouvido, mas apresenta um risco maior quando é aspirado para via aérea inferior. Qualquer material pode se tornar um CE no sistema respiratório, os mais comuns que tem sido relatado são os vegetais, caroço ou semente de frutas, grãos e brinquedos. Além deles, objetos como balões e líquidos também podem broncoaspirar e obstruir vias aéreas, especialmente as superiores. O médico pode suspeitar de obstrução de vias aéreas por corpo estranho quando houver aparecimento abrupto de sibilância (podendo ser o primeiro sinal), estridor (sendo estes sintomas uns dos principais), tosse, cansaço e broncoespasmo na ausência de febre ou sintomas que cause suspeição anteriormente. Comumente descrita como um reflexo defensivo das vias aéreas com seu ruído característico, a tosse é uma manifestação muito comum em diversas doenças respiratórias. A definição fisiológica da tosse pode ser transcrita como “um ato motor ventilatório trifásico caracterizado por um esforço inspiratório inicial (fase inspiratória) seguido de um esforço expiratório, inicialmente contra uma glote fechada (fase compressiva) e, então, pela abertura da glote e rápido fluxo expiratório (fase expulsiva)”. Em algumas diretrizes internacionais, conceitua-se a tosse como “uma manobra expulsiva forçada, comumente contra uma glote fechada, em que se produz um ruído característico”. Manifestações como broncopneumonia, atelectasia, bronquiectasia, insuficiência pulmonar, podem ocorrer a depender do tamanho e volume do objeto e sua capacidade de lesar os tecidos. Levando o paciente até mesmo ao óbito. A broncoaspiração acometesse grupos de risco, como crianças de até 7 anos, idosos com mais 65, pacientes com DPOC, disfagia mecânica, intubação orotraqueal, pacientes com baixo nível de consciência e distúrbios neurológicos, que causam disfunção na deglutição. DIAGNÓSTICO A anamnese é de extrema importância uma vez que em 95% dos casos se faz presente a tríade: ENGASGO, SUFOCAÇÃO E TOSSE. A história de aspiração de corpo estranho se faz presente em até 85% dos casos, porém, em algumas situações o episódio de aspiração não é a queixa principal, por não haver testemunhas. A presença de tosse e chiados (sibilos e estridor à ausculta) é relatada em 80% a 100% dos casos. Estes aspectos inespecíficos, por vezes constituem os únicos elementos da história clínica. Radiografias com presença de corpo estranho radiopaco ou condensação por atelectasia e/ou pneumonia secundaria, além de possível obstrução parcial que pode originar um enfisema pulmonar. Ressonância para se mostrar com precisão, principalmente estruturas fragmentadas. A broncoscopia é necessária na maioria dos casos para confirmação do diagnóstico. MANEJO CLÍNICO O tratamento de emergência tem como objetivo melhorar a oxigenação do paciente e evitar a disseminação do material aspirado, estando o mesmo na dependência do tipo de material e gravidade da aspiração em relação à frequência e volume, quadro clínico e temporalidade do evento. A retirada broncoscópica com equipamento rígido ou flexível, constitui-se no tratamento nos casos de aspiração de corpos estranhos e somente uma minoria dos aspirados pela via aérea da criança não pode ser removida por esse meio. A traqueotomia está indicada naqueles pacientes que aspiraram corpos demasiadamente largo, que não podem passar na região da glote. A manobra de Heimlich ou manobra de desengasgo também é algo a ser realizado em pacientes com caso de engasgo por corpos estranhos. Os casos graves dependem se o paciente se encontra responsivo ou não. Nos pacientes responsivos, deve ser iniciada a manobra de Heimlich. Se não obtiver sucesso em expulsar o corpo estranho e você notar que a vítima está prestes a desmaiar, coloque-a gentilmente no chão (ela vai perder a consciência e pode evoluir para parada respiratória). Estenda o pescoço da vítima, facilitando a passagem do ar, abra a boca e tente visualizar algo que possa estar causando a obstrução. Se possível retire o corpo estranho. Se não for possível, iniciar as manobras de reanimação. MEDIDAS PREVENTIVAS PARA EVITAR A BRONCOASPIRAÇÃO EM CRIANÇAS. Na primeira infância (compreendida do nascimento até os 5-6 anos de idade) ela ocupa um dos primeiros lugares na patologia acidental e deve ser lembrada pelo pediatra, toda vez que estiver diante de uma síndromebroncopulmonar de causa incerta. Por esse período ser tendencioso a pôr as coisas na boca ou por vezes acidentalmente, objetos aspirados podem provocar engasgo ou até mesmo uma obstrução aguda e fatal. Manter decúbito elevado a 30 o permanentemente (não reduzir durante o banho no leito); Posicionar o paciente no mínimo a 60º durante a oferta de alimentos por via oral; Realizar Higiene Oral no mínimo 3x/dia de acordo com protocolo institucional; Introduzir dieta cremosa homogênea com líquidos espessados na consistência mel (de acordo com orientação do fabricante); Orientar paciente e familiar/acompanhante quanto ao modo de oferta da alimentação por via oral; Ofertar o alimento somente se o paciente estiver alerta; Observar sinais de aspiração laringotraqueal; Manter pressão do cuff (pressão de perfusão sanguínea da mucosa traqueal que se utiliza o cuffômetro) de 20/25-30/35 cm de água em pacientes traqueostomizados. Realizar aspiração de vias aéreas superiores sempre que necessário. Em caso de vômito e distensão abdominal, interromper a administração da dieta, abrir a sonda para drenagem e comunicar o médico. Administrar dieta por via oral sempre com o paciente sentado (de preferência a 90o) a menos que haja contraindicação médica. Durante a alimentação por via oral, atentar-se para os sinais de alerta como tosse, engasgo cianose, sudorese e voz molhada. O fonoaudiólogo deverá ser chamado para avaliar o paciente na presença destes sinais. Para pacientes pediátricos com dieta intermitente, realizar o teste de refluxo de 4/4 h ou 6/6 h.
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