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Ciclo menst rual A fisiologia menstrual é determinada pela sincronia extremamente refinada entre hormônios secretados por diversos órgãos, com ação autócrina e parácrina, e também pela atividade de neurotransmissores que atuam como inibidores ou estimuladores dessa secreção de hormônios. Todos os mecanismos ocorrem em torno do eixo principal composto por hipotálamo, hipófise e ovários – o eixo hipotálamo hipófise-ovariano (HHO) –, que recebe a interferência de áreas como córtex cerebral, adrenais e tireoide, e é modulado por hormônios secretados pelo hipotálamo (hormônio liberador de corticotropina ACTH; hormônio liberador de tireotropina TRH; e dopamina), pela hipófise (prolactina e tireotropina – TSH) e pelo ovário (inibinas A e B, androgênios e hormônio antimülleriano – AMH), além dos hormônios que compõem o próprio eixo. Sendo assim, alterações na secreção, no metabolismo ou na excreção desses hormônios ou de seus reguladores determinam o comportamento do ciclo ovulatório e interferem em sua regularidade, bem como no volume e na duração dos fluxos menstruais. Conceitos importantes Menarca: Amadurecimento do eixo hipotálamo-hipófise-ovário (início da menstruação). Menstruação: Sangramento periódico e temporário na mulher. Menacme: Período reprodutivo da mul que inicia com a menarca. Climáterio: Período de transição entre o menacme (fase reprodutiva) e a senilidade (fase não reprodutiva). Menopausa: Data da última menstruação Fisiologia do ciclo menstrual Caroline Pires – Medicina A fisiologia menstrual é determinada pela sincronia extremamente refinada entre hormônios secretados por diversos órgãos, com ação autócrina e parácrina, e também pela atividade de neurotransmissores que atuam como dessa secreção Todos os mecanismos ocorrem em torno do eixo principal composto por hipotálamo, o eixo hipotálamo- , que recebe a interferência de áreas como córtex é modulado por hormônios secretados pelo hipotálamo (hormônio liberador de corticotropina – ACTH; hormônio liberador de tireotropina – TRH; e dopamina), pela hipófise (prolactina TSH) e pelo ovário (inibinas A ntimülleriano AMH), além dos hormônios que compõem o próprio eixo. Sendo assim, alterações na secreção, no metabolismo ou na excreção desses hormônios ou de seus reguladores determinam o comportamento do ciclo ovulatório e interferem em sua bem como no volume e na Amadurecimento do eixo ovário (início da Sangramento periódico e Período reprodutivo da mulher Período de transição entre o menacme (fase reprodutiva) e a senilidade Data da última menstruação Ciclo ovariano e uterino Dura de 21 a 35 dias ciclo - normal) Duração do fluxo: 2 a 8 dias (perda de 20 a 80 ml) – estimativa com base na quantidade de trocas de absorventes. Primeiro dia da menstruação do ciclo menstrual (DUM). Sistema hormonal feminino (Regulação e interação) O eixo HHO (hipotalámo regulado por alguns hormônios essenciais para que ocorram o recrutamento, o desenvolvimento e a seleção dos folículos ovarianos, que culminam na expulsão um óvulo maduro e saudável, e na a produção de hormônios esteroides sexuais femininos. A partir de comandos do córtex cerebral, o hipotálamo libera o hormônio secretor de gonadotrofinas (GnRH) hipotalâmicos atingem a pelo sistema porta-hipofisário então, em resposta à secreção de GnRH, produz duas gonadotrofinas: hormônio folículo-estimulante – FSH e hormônio luteinizante – LH. O primeiro, FSH, como o próprio nome diz, tem por função estimular o recrutamento e o crescimento dos folículos ovarianos e a sele dominância até que o óvulo esteja maduro para ser fecundado; o segundo, LH, tem como finalidade produzir a luteinização das células somáticas foliculares (teca e granulosa), completar a maturação do óvulo e promover a ovulação nível de ovário e assim ocorre o desenvolvimento do folículo. Após isso, acontece uma produção hormonal com Fisiologia do ciclo menstrual Medicina UNIFTC 2021.1 e uterino (regularidade do do fluxo: 2 a 8 dias (perda de 20 estimativa com base na quantidade de trocas de absorventes. Primeiro dia da menstruação: Primeiro dia do ciclo menstrual (DUM). Sistema hormonal feminino interação) (hipotalámo-hipófise-ovário) é regulado por alguns hormônios essenciais para que ocorram o recrutamento, o desenvolvimento e a seleção dos folículos rianos, que culminam na expulsão de um óvulo maduro e saudável, e na a e hormônios esteroides sexuais A partir de comandos do córtex cerebral, o libera o hormônio secretor de ), os hormônios hipotalâmicos atingem a hipófise trazidos hipofisário. A hipófise, em resposta à secreção de GnRH, gonadotrofinas: hormônio FSH e hormônio O primeiro, FSH, como o próprio nome diz, tem por função estimular o recrutamento e o crescimento dos folículos ovarianos e a seleção para dominância até que o óvulo esteja maduro para ser fecundado; o segundo, LH, tem como finalidade produzir a luteinização das células somáticas foliculares (teca e granulosa), completar a maturação do óvulo e promover a ovulação. Vão atuar a e assim ocorre o desenvolvimento do folículo. Após isso, acontece uma produção hormonal com Caroline Pires – Medicina UNIFTC 2021.1 alterações morfológicas em órgãos alvo, onde ter a ocorrência da ovulação, preparo do útero para gravidez. Controle neuroendócrino GNRH/LHRH Liberação basal na infância (motivo de crianças não menstruarem, pois para que ocorra é necessário ter uma liberação pulsátil). Pulso a cada 1-2 horas na puberdade (A pulsatilidade da secreção do GnRH é consequência da sua interação coordenada a outros neurormônios, gonadotropinas hipofisárias e esteroides gonadais, e regida por efeitos de retroalimentação que envolvem neurotransmissores excitatórios (glutamato, neuropeptídeo Y e norepinefrina) e inibitórios (endorfinas e dopamina) Células alvo: gonadotrópicas da adenohipófise Ação: Aumento da síntese e secreção de LH e FSH que vão agir a nível ovariano. LH E FSH Hormônios peptídicos Órgãos alvo: ovários Ação: Desenvolvimento folicular, síntese e secreção de estrógeno e progesterona Embriologia folicular O folículo ovariano é composto por um óvulo central e duas outras populações de células somáticas que se dispõem em camadas: a granulosa, interna, e a teca, externa. Durante o período embrionário, as células precursoras das células germinativas migram para a região da crista gonadal, de forma que, por volta da quinta semana de desenvolvimento, o embrião terá o ovário formado. As células germinativas vão originar os folículos primordiais. Que ao nascer, as mulheres tem aproximadamente 2 milhões de folículos. Mas o maior número de folículos é na 1 divisão meiótica em torno do 7 mês de vida intrauterina que alcança 7 milhões de folículos. Na menarca a mulher tem aproximadamente 400 mil folículos, e na vida reprodutiva utiliza 400 folículos em cada ciclo menstrual. Sistema de duas células O processo de foliculogênese tem início com o recrutamento folicular, durante o qual os folículos quiescentes tornam-se ativos e capazes de se desenvolver. Uma vez ativado e recrutado o folículo, as células da granulosa que o compõem sofrem transformação morfológica e tornam-se cuboides. Nesse momento, o folículo passa a ser denominado folículo primário. O folículo primário inicia o seu crescimento multiplicando o número de camadas das células da granulosa ao redor do óvulo e é considerado folículo secundário ao completar duas camadas de células da granulosa. Inicia-se também a formação das células da teca, que se originam do estroma perifolicular. A partir desse estágio, secundário, o folículo passa a ser mais sensível à ação do FSH, o qual determina a proliferação de células da granulosa e leva o folículo ao estágio terciário, com três camadas.Também compõem o folículo as células da teca, que se proliferam e passam a produzir androgênios pelo estímulo do LH. Apenas as células da teca, externas no folículo, são vascularizadas, de maneira que são as únicas com acesso ao colesterol plasmático e, portanto, as únicas com capacidade de produzir os primeiros esteroides da cascata. Caroline Pires – Medicina UNIFTC 2021.1 Sendo assim, cabe à teca produzir progesterona e androgênios, os quais entram nas células da granulosa por difusão e, por ação da enzima aromatase, se convertem em estradiol pela ação do FSH. A granulosa avascular converte apenas os precursores que lhe são oferecidos pela teca. A produção de estradiol pela granulosa é proporcional ao número de células da granulosa que se prolifera no folículo, tendo impacto sistêmico em diferentes órgãos, inclusive o útero. Receptores de LH nas células da TECA – Androgênio Receptores de FSH nas células da GRANULOSA – Aromatização Sob ação do LH (a nível das células da teca), vai haver uma transformação do colesterol em hormônios androgênicos principalmente a androstenediona e testosterona. A nível das células da granulosa, os hormônios androstenediona e testosterona, também serão modificados, vai haver um processo de aromatização sob ação do FSH que vão fazer esses hormônios serem transformados em estrona e estradiol (hormônio feminino que tem mais ações no corpo). Ciclo ovariano 1. Fase folicular: Onde o folículo se desenvolve 2. Fase ovulatória: Quando o folículo libera o óvulo 3. Fase lútea: Fase de sustentação para que ocorra uma implantação embrionária (gravidez), esse corpo lúteo sustente uma gravidez até aproximadamente 12 semanas. Fase folicular Quando uma mulher termina seu ciclo mensal, os níveis hormonais (estrógeno e progesterona) estão muito baixos, com isso, a hipófise interpreta que ela precisa estimular os ovários a produzir hormônios, então a hipófise libera o FSH, para estimular a produção dos hormônios que estão baixos. Aumento de FSH Recrutamento de 15 ou mais folículos - Todos eles iniciam seu desenvolvimento, porém, ao longo do processo de foliculogênese, a grande maioria entra em processo de atresia; essa perda de folículos é mais significativa na passagem de primordial para primário e de primário para secundário, mas ocorre durante todas as fases de desenvolvimento folicular, de maneira que apenas alguns, cerca de 8 a 20, chegam ao estágio antral. São esses os folículos com verdadeiro potencial de completar o seu desenvolvimento e atingir o estágio de maturidade, os chamados folículos antrais iniciais. Duração aproximada: 10 a 14 dias Objetivo: Formar um único folículo maduro viável Predomínio hormonal: estrógeno – a medida que o folículo vai se desenvolvendo, ele aumenta a produção desse hormônio. Folículo primário Crescimento folicular independente de gonadotrofinas (hormônios) que ocorre nos ovários. Envolto por uma única camada de células granulosas Folículo secundário Proliferação das células da granulosa Duas ou mais camadas de célula granulosa Caroline Pires – Medicina UNIFTC 2021.1 Crescimento folicular independente de gonadotrofinas Oócito envolvido pela zona pelúcida Folículo antral No estágio antral inicial, os folículos têm cerca de 2 a 8 mm de diâmetro. Nessa fase são dependentes de FSH para o seu crescimento e, portanto, possuem receptores para esse hormônio, que são autorregulados positivamente, ou seja, quanto maior a ação do FSH, mais receptores surgem na superfície dessas células, aumentando a sensibilidade do folículo a esse hormônio. Formação das tecas internas e externas Início da formação do antro Folículo maduro ou de Graaf Folículo que se desenvolveu Grande quantidade de líquido antral (rico em estrogênio) Oócito ligado às células da granulosa através do Cumulus oophorus Corona radiata – envolve o o oócito Fase pré-ovulatória Folículo dominante Secreção de maior estradiol Mais receptor de FSH e LH Maior vascularização Responsável pela ovulação (conter o óvulo que vai ser liberado para que seja realizada a gestação) Os outros folículos que foram recrutados sofrem uma atresia, porque os níveis hormonais até certo ponto vão diminuindo, pois a hipófise vai entender que como já tem estrogênio elevado não é mais preciso liberar FSH. Então, por esse motivo, a tendência é que os folículos regridam. Nesse momento, o folículo libera pequenas quantidades de progesterona a qual atinge a hipófise previamente sensibilizada pelas altas concentrações de estradiol da fase final do crescimento folicular e promove a liberação das gonadotrofinas armazenadas, mais acentuadamente de LH. Esse pico de LH é fundamental para o término da maturação folicular e o desencadeamento da ovulação, que ocorrerá 36 horas após. Estrógeno Hipotálamo Caroline Pires – Medicina UNIFTC 2021.1 Diminuição de FSH Bloqueio do desenvolvimento dos demais folículos Fase ovulátoria O pico de estradiol é o 1 que ocorre antes da ovulação. O pico de estradiol vai desencadear o pico de LH e finalmente ocorrer a ovulação. O estradiol que aumenta no início do ciclo menstrual, e o folículo dominante que vai produzindo estrógeno até que ela tenha um pico, quando esse pico é atingido, o LH que estava baixo, recebe um estimulo e aumenta, onde ocorre a ovulação. O FSH tem um aumento no inicio da fase menstrual, cai, volta a aumentar um pouco na fase ovulatória e depois cai novamente. A progesterona fica em baixa em todo inicio de ciclo, ela aumenta na segunda fase do ciclo, fase da ovulação (pois é o hormônio da gravidez). Então, todo mês existe uma preparação do sistema reprodutor feminino para que ocorra uma gestação. Quando a gravidez não ocorre, os hormônios caem e a mulher menstrua e no próximo mês, o corpo faz todo processo novamente. 11 e 14 dia do ciclo Pico de LH Formação do estigma com vazamento do liquido, rompimento do estigma e saída o ovócito II rodeado pela coroa radiada. Fase lútea Produção de progesterona Formação de corpo lúteo através das células granulosas e tecas internas Duração: 14 dias O corpo lúteo secreta tanto progesterona quanto estrógeno Após degeneração – corpo albicans (quando não ocorre a gravidez) Aumento de estrogênio e progesterona: feedback negativo com adeno-hipófise Quando um ciclo menstrual acaba e a gravidez não acontece há uma involução do corpo lúteo (queda de estrógeno e progesterona) com a formação do corpo albicans, vai cair o feedback negativo, porque os níveis de estrógeno e progesterona vão cair, então a hipófise interpreta que precisa aumentar os níveis hormonais, então ela vai secretar LH e FSH (feedback positivo) e isso vai dar inicio a um novo ciclo ovariano. Caroline Pires – Medicina UNIFTC 2021.1 Ciclo uterino Modificações a nível de endométrio (camada que reveste o útero). O endométrio é composto de múltiplas camadas e pode ser dividido em duas porções distintas: a camada basal, responsável pelo processo de regeneração após a descamação menstrual, e a camada funcional, que se transforma de maneira mais ativa ao longo do ciclo e é descamada mensalmente na ausência de implantação embrionária. 1. Fase proliferativa: A medida que o folículo vai produzindo estrogênio, o endométrio cresce. 2. Fase secretora: Depois da ovulação, o endométrio tem que se preparar para receber o embrião, então ele se modifica e cresce mais um pouco. 3. Fase menstrual: Gravidez não aconteceu, os níveis hormonais caíram, o endométrio descama. Fase proliferativa Antecede a ovulação Alta secreção de estrógeno pelas células granulosas foliculares (células endometriais ficam maiores, aumentam em quantidadee tamanho). Hiperplasia e hipertrofia das células endometriais Crescimento das glândulas endometriais Vaculogênese Fase secretora Ocorre após a ovulação Atuação tanto de estrógeno quanto de progesterona, essa em maior proporção Proliferação endometrial adicional (estrógeno) Acumulo de lipídios e glicogênio no citoplasma das células endometriais Desenvolvimento das glândulas endometriais (progesterona) – Endométrio secretor Fase menstrual Involução do corpo lúteo na ausência de fecundação Diminuição de estrógeno e progesterona Vasoespasmo – necrose da camada funcional Descamação do endométrio funcional Áreas hemorrágicas, onde ocorre a menstruação. Fluxo menstrual Vasoespasmo Perda de nutrientes Queda do estimulo hormonal O endométrio entra em necrose Existem a presença de algumas substancias como prostaglandina, que vão favorecer a eliminação do sangue menstrual, com algumas contrações importantes para expelir o conteúdo. 40ml de sangue + 35ml de liquido seroso Esse líquido não coagula, pois tem fibrolisina no seu conteúdo Leucorreia: durante o período menstrual, ocorre um aumento da produção de leucócitos, imporante para deixar o útero resistente a infecções. O tempo para reepitelização do endométrio é de 4 a 7 dias
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