Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
i COMPARAÇÃO ENTRE O DIMENSIONAMENTO DE REFORÇO DE PAVIMENTOS ASFÁLTICOS PELO MÉTODO MECANÍSTICO-EMPÍRICO E OS MÉTODOS DNER-PRO 11/79 E DNER-PRO 269/94 PARA UM SEGMENTO HOMOGÊNEO DA BR-222/CE E ANÁLISE DE SENSIBILIDADE DO PROGRAMA SisPavBR. Rodrigo Lemos Pinto Projeto de Graduação apresentado ao Curso de Engenharia Civil da Escola Politécnica, Universidade Federal do Rio de Janeiro, como parte dos requisitos necessários à obtenção do título de Engenheiro. Orientador: Prof.ª Laura Maria Goretti da Motta, D.Sc. Rio de Janeiro Setembro, 2016 ii Rodrigo Lemos Pinto COMPARAÇÃO ENTRE O DIMENSIONAMENTO DE REFORÇO DE PAVIMENTOS ASFÁLTICOS PELO MÉTODO MECANÍSTICO-EMPÍRICO E OS MÉTODOS DNER-PRO 11/79 E DNER-PRO 269/94 PARA UM SEGMENTO HOMOGÊNEO DA BR-222/CE E ANÁLISE DE SENSIBILIDADE DO PROGRAMA SisPavBR. PROJETO DE GRADUAÇÃO SUBMETIDO AO CORPO DOCENTE DO CURSO DE ENGENHARIA CIVIL DA ESCOLA POLITÉCNICA DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO COMO PARTE DOS REQUISITOS NECESSÁRIOS PARA A OBTENÇÃO DO GRAU DE ENGENHEIRO CIVIL Aprovado por: _____________________________________________ Prof.ª Laura Maria Goretti da Motta, D.Sc. (Orientador) ____________________________________________ Prof. Marcos Barreto de Mendonça, D.Sc. ___________________________________________ Eng.º Marcos Antonio Fritzen, D.Sc. RIO DE JANEIRO, RJ – BRASIL SETEMBRO DE 2016 iii Pinto, Rodrigo Lemos Comparação entre o Dimensionamento de Reforço de Pavimentos Asfálticos pelo Método Mecanístico-Empírico e os Métodos DNER-PRO 11/79 e DNER-PRO 269/94 para um Segmento Homogêneo da BR-222/CE e Análise de Sensibilidade do Programa SisPavBR/ Rodrigo Lemos Pinto. – Rio de Janeiro: UFRJ/Escola Politécnica, 2008. XIV, 111 p.: il.; 29,7 cm Orientador: Prof.ª Laura Maria Goretti da Motta, D.Sc. Projeto de Graduação – UFRJ/ Escola Politécnica/ Curso de Engenharia Civil, 2016. Referências Bibliográficas: p. 109-111 1. Análise Estrutural 2. Pavimentos 3. Dimensionamento 4. SisPav 5. Modelo Numérico I. Motta, Laura M.G. II. Universidade Federal do Rio de Janeiro, Escola Politécnica, Curso de Engenharia Civil III. Comparação entre o Dimensionamento de Reforço de Pavimentos Asfálticos pelo Método Mecanístico-Empírico e os Métodos DNER-PRO 11/79 e DNER-PRO 269/94 para um Segmento Homogêneo da BR-222/CE e Análise de Sensibilidade do Programa SisPavBR. iv AGRADECIMENTOS Expresso minha gratidão à professora Laura Motta, por toda sua paciência, dedicação e prontidão, que muito me ajudou na conclusão deste trabalho. Agradeço todos os ensinamentos que me passou durante a execução deste trabalho, tenho certeza que minha formação como engenheiro ficou muito mais completa. Ao Eng.º Filipe Franco pela ajuda com o programa SisPavBR e BackSisPav e pela participação na banca avaliadora. Ao Pesquisador Marcos Antonio Fritzen, que muito me ajudou com seus conhecimentos sobre o método mecanístico-empírico de dimensionamento de pavimentos. Ao Prof. Marcos Barreto pela participação na banca avaliadora. À minha namorada Michelle, que sempre me apoiou e me ajudou a manter a calma e a paz necessária à conclusão deste trabalho. Por fim, aos meus pais e meu irmão que sempre estiveram ao meu lado, e me deram as condições necessárias para que eu concluísse o curso de Engenharia Civil. v Resumo do Projeto de Graduação apresentado à Escola Politécnica/UFRJ como parte dos requisitos necessários para a obtenção do grau de Engenheiro Civil. Comparação entre o Dimensionamento de Reforço de Pavimentos Asfálticos pelo Método Mecanístico-Empírico e os Métodos DNER-PRO 11/79 e DNER-PRO 269/94 para um Segmento Homogêneo da BR-222/CE e Análise de Sensibilidade do Programa SisPavBR. Rodrigo Lemos Pinto Setembro/2016 Orientador: Prof.ª Laura Maria Goretti da Motta, D.Sc. Curso: Engenharia Civil Neste trabalho foi estudado o dimensionamento de reforço de pavimentos flexíveis com o objetivo de comparar o método de dimensionamento do programa SisPavBR com os métodos DNER-PRO 11/79 e DNER-PRO 269/94, homologados pelo DNIT. Primeiramente, são apresentados as bases e os roteiros de cálculo dos métodos supracitados, bem como uma breve descrição dos programas utilizados. Em seguida, são apresentados a caracterização do trecho em estudo e os critérios de seleção do segmento homogêneo que será analisado. Na sequência, são apresentadas as bacias deflectométricas obtidas em campo e os resultados da retroanálise utilizando programa BackSisPav para duas condições de aderência, bem como os resultados do dimensionamento da camada de reforço pelos três métodos. Também é feita uma análise de sensibilidade do programa SisPavBR quando alguns parâmetros de projeto são modificados. Como conclusões pode-se citar a grande influência da condição de aderência no valor dos módulos retroanalisados, a deficiência dos métodos de dimensionamento homologados pelo DNIT, que levam ao subdimensionamento da camada de reforço, e a importância da correta caracterização da mistura asfáltica para o dimensionamento de pavimentos, uma vez que a adoção de curvas de fadiga genérica pode levar a erros de projeto. Palavras-chave: dimensionamento; reforço; pavimentos asfálticos; SisPav; BackSisPav; retroanálise. vi Abstract of Undergraduate Project presented to POLI/UFRJ as a partial fulfillment of the requirements for the degree of Civil Engineer. Comparison of Asphalt Pevement Reinforcement Dimensioning among the Mechanistic-Empirical, DNER-PRO 11/79 and DNER-PRO 269/94 Methods for Homogeneous Segment at the BR-222/CE and Sensitivity Analysis of SisPavBR program. Rodrigo Lemos Pinto September/2016 Advisor: Prof.ª Laura Maria Goretti da Motta, D.Sc. Course: Civil Engineering This paper presents the mechanistic-empirical methods of reinforcement design for flexible pavements in order to compare the sizing method of SisPavBR program with DNER-PRO 11/79 and DNER-PRO 269/94 methods approved by the DNIT. First, the basis and calculation scripts of the above methods, as well as a brief description of the programs used are presented. Then it is presented the characterization of the passage under study and homogeneous segment selection criteria that will be analyzed. Following, it is presented the basins deflection obtained in the field and back analysis results through BackSisPav program for two grip conditions, as well as the dimensioning of the reinforcing layer results for the three methods are given. Then it made a sensitivity analysis of SisPavBR program when some design parameters are modified. As conclusions can mention the great influence of adherence condition on the resilience modules obtained by basin deflection backcalculation programs, the deficiency of design methods approved by the DNIT, leading to undersize the reinforcement layer, and the importance of proper characterization of asphalt mix for sizing flooring, since the adoption of general fatigue curves may lead to design errors. Key words: design; reinforcement; asphalt pavement; SisPav; BackSisPav; backcalculation. vii Sumário 1. Introdução.................................................................................................................. 1 2. Revisão Bibliográfica ................................................................................................ 6 2.1. Métodos de dimensionamento de pavimentos asfálticos ....................................... 6 2.1.1. Método empírico do DNIT .............................................................................. 6 2.1.2. O dimensionamento mecanístico-empírico ................................................... 15 2.2 Modelos de desempenho de pavimentosasfálticos .............................................. 24 2.2.1. Deformação limite no topo do subleito ......................................................... 24 2.2.2. Deformação permanente ............................................................................... 25 2.2.3. Deflexão admissível na superfície do pavimento .......................................... 29 2.2.4. Fadiga dos materiais asfálticos e cimentados ................................................ 30 2.3. Dimensionamento de reforço para pavimentos asfálticos ................................... 34 2.3.1. Introdução...................................................................................................... 34 2.3.2. DNER PRO-11/79 ......................................................................................... 35 2.3.3. DNER PRO-269/94 ....................................................................................... 39 2.3.4. Método mecanístico-empírico ....................................................................... 44 3. Planejamento do experimento .................................................................................... 53 3.1. Descrição do experimento ................................................................................... 55 4. Caracterização dos trechos homogêneos da BR-222/CE ........................................... 58 4.1. Dados históricos do pavimento ............................................................................ 58 4.2. Estudo de tráfego ................................................................................................. 58 4.2.1. Levantamento de dados ................................................................................. 59 4.2.2. Processamento de dados e determinação dos fluxogramas de tráfego .......... 61 4.2.3. Determinação dos parâmetros de tráfego ...................................................... 62 4.3. Avaliação estrutural do pavimento ...................................................................... 68 4.4. Avaliação funcional do pavimento ...................................................................... 71 4.5. Dimensionamento do reforço do pavimento ........................................................ 73 4.5.1. Método DNER PRO-11/79 ........................................................................... 73 4.5.2. Método DNER PRO-269/94 TECNAPAV ................................................... 74 4.5.3. Soluções de pavimentação do catálogo CREMA 2° ETAPA ....................... 75 4.5.4. Seleção do trecho homogêneo a ser analisado .............................................. 76 5. Apresentação dos resultados ....................................................................................... 77 viii 5.1. Dimensionamento de reforço de pavimentos por método mecanístico-empírico 77 5.1.1. Retroanálise das bacias deflectométricas ...................................................... 77 5.1.2. Dimensionamento da espessura camada de reforço ...................................... 87 5.2. Análise de sensibilidade do programa SisPavBR ................................................ 93 6. Conclusões ................................................................................................................ 107 7. Referências Bibliográficas .................................................................................................. 109 ix Índice de Figuras Figura 2.1: Fatores de equivalência de operação (DNIT, 2006) ................................ 10 Figura 2.2: Determinação de espessuras do pavimento (DNIT, 2006) ...................... 13 Figura 2.3: Esquema das variáveis para o dimensionamento do pavimento (DNIT, 2006) ........................................................................................... 14 Figura 2.4: Esquema de um dimensionamento mecanístico de pavimentos (MOTTA, 1991) ........................................................................................................ 16 Figura 2.5: Deformação plástica por camada do pavimento (MEDINA e MOTTA, 2015) .................................................................................................................. 20 Figura 2.6: Treliça para medir os afundamentos de trilha de roda (MEDINA e MOTTA, 2015) ........................................................................................ 24 Figura 2.7: Ensaio de fadiga em misturas asfálticas (a) à compressão diametral (b) à flexão ....................................................................................................... 30 Figura 2.8: Representação esquemática dos modos de comportamento dos revestimentos asfálticos ao carregamento repetido (PINTO, 1991) ........ 31 Figura 2.9: Estrutura de referência ............................................................................ 41 Figura 2.10: Fluxograma do método integrado de análise e dimensionamento de pavimentos asfálticos – SisPav – proposto na tese de FRANCO (2007). 45 Figura 2.11: Detalhes da aba <Estrutura> do programa SisPavBR.............................. 47 Figura 2.12: Detalhes da aba <Modelagem> do programa SisPavBR ........................ 48 Figura 2.13: Detalhes da aba <Carregamento> do programa SisPavBR ..................... 48 Figura 2.14: Detalhes da aba <Resultados> do programa SisPavBR .......................... 49 Figura 2.15: Interface do programa BackSisPav ......................................................... 51 Figura 4.1: Localização dos postos de contagem da BR 222/CE (Fonseca, 2013) .... 58 Figura 5.1: Retroanálise de bacia deflectométrica considerando as camadas não aderidas no BackSisPav .......................................................................... 75 Figura 5.2: Retroanálise de bacia deflectométrica considerando as camadas aderidas no BackSisPav ......................................................................................... 75 Figura 5.3: Arquivo .CSV para entrada de bacias deflectométricas .......................... 76 x Figura 5.4: Perfil longitudinal da estrutura do pavimento do segmento homogêneo 106 (FONSECA, 2013) ............................................................................ 77 Figura 5.5: Análise da vida útil em relação a área trincada admissível para uma confiabilidade de 50% .............................................................................. 91 Figura 5.6: Análise da vida útil em relação a área trincada admissível para uma confiabilidade de 85% .............................................................................. 91 Figura 5.7: Análise da vida útil em relação a área trincada admissível para uma confiabilidade de 90% .............................................................................. 92 Figura 5.8: Análise da vida útil em relação a área trincada admissível para uma confiabilidade de 95% .............................................................................. 92 Figura 5.9: Análise da vida útil em relação ao nível de confiabilidade para um revestimento com módulo de resiliência igual a 5000 MPa ................... 94 Figura 5.10: Análise da vida útil em relação ao nível de confiabilidade para um revestimento com módulo de resiliência igual a 7500 MPa .................... 95 Figura 5.11: Análise da vida útil em relação ao nível de confiabilidade para um revestimento com módulo de resiliência igual a 10000 MPa ................. 96 Figura 5.12: Análise da vida útil em relação ao nível de confiabilidade para um revestimento com módulo de resiliência igual a 12500 MPa ................. 97 xi Índice de Tabelas Tabela 2.1: CBRIG a partir do Índice de Grupo (IG) (SOUZA, 1981) .......................... 9 Tabela 2.2: Granulometria para base granular (DNIT, 2006) ..................................... 10 Tabela 2.3: Coeficientede equivalência estrutural (DNIT, 2006) .............................. 12 Tabela 2.4: Espessura mínima de revestimento betuminoso em função do tráfego N (DNIT, 2006) ........................................................................................... 13 Tabela 2.5: Variação da deformação específica permanente com o número de aplicações de carga em materiais granulares de seis trechos de rodovias de Mato Grosso (SANTOS, 1998) ........................................................... 25 Tabela 2.6: Parâmetros do modelo de Monismith para duas granulometrias de uma brita gnáissica (ESPINOSA, 1987) .......................................................... 25 Tabela 2.7: Valores prováveis para α e µ, segundo CARDOSO (1987). .................. 27 Tabela 2.8: Parâmetros do modelo de previsão de deformação permanente obtidos para os materiais estudados por GUIMARÃES (2009) ........................... 28 Tabela 2.9: Valores de z em função de n ................................................................... 35 Tabela 2.10: Fatores de correção sazonal .................................................................... 36 Tabela 2.11: Coeficiente estrutural para componentes de reforço do pavimento ........ 37 Tabela 2.12: Energia de compactação por camada do pavimento ................................ 40 Tabela 2.13: Classificação dos solos ........................................................................... 40 Tabela 2.14: Valores de I1 e I2 ....................................................................................... 42 Tabela 3.1: Combinações de parâmetros para análise no SisPavBR 2.1.5.0 .............. 56 Tabela 4.1: Postos de contagem volumétrica classificatória completa ...................... 58 Tabela 4.2: Localização dos postos de contagem direcionais (FONSECA, 2013) ..... 59 Tabela 4.3: Resultados da taxa de ocupação de carga obtida (FONSECA, 2013) ..... 59 Tabela 4.4: Série PNCT – Ano 2001 (PNV=222BCE0015)....................................... 60 Tabela 4.5: Fatores de equivalência de carga da AASHTO (DNIT, 2006) ................ 61 Tabela 4.6: Fatores de equivalência de carga da USACE (DNIT, 2006) .................. 61 Tabela 4.7: Cálculo do Fator de Veículos para o Posto P1 (FONSECA, 2013) ........ 62 Tabela 4.8: Cálculo do Fator de Veículos para o Posto P2 (FONSECA, 2013) ......... 62 Tabela 4.9: Cálculo do Fator de Veículos para o Posto P3 (FONSECA, 2013) ........ 63 xii Tabela 4.10: Cálculo do Fator de Veículos para o Posto P4 (FONSECA, 2013) ........ 63 Tabela 4.11: Cálculo do Fator de Veículos para o Posto P5 (FONSECA, 2013) ........ 64 Tabela 4.12: Cálculo do Fator de Veículos para o Posto P6 (FONSECA, 2013) ........ 64 Tabela 4.13: Cálculo do Fator de Veículos para o Posto P7 (FONSECA, 2013) ........ 65 Tabela 4.14: VMDA acumulado e o valor de N para o ano 2022 horizonte de projeto da BR-222/CE (FONSECA,2013) ........................................................... 66 Tabela 4.15: Análise estatística das características dos materiais de base BR-222/CE (FONSECA, 2013) ................................................................................... 67 Tabela 4.16: Análise estatística das características dos materiais de sub-base BR- 222/CE (FONSECA, 2013) ..................................................................... 67 Tabela 4.17: Análise estatística das características dos materiais de subleito BR- 222/CE (FONSECA, 2013)...................................................................... 68 Tabela 4.18: Resumo das medidas de deflexão característica dos segmentos analisados (FONSECA, 2013) .................................................................................. 68 Tabela 4.19: Resumo das medidas de IGG dos segmentos selecionados da BR-222/CE (FONSECA, 2013) .................................................................................. 69 Tabela 4.20: Resumo das medidas de irregularidades longitudinais dos segmentos selecionados da BR-222/CE (FONSECA, 2013) ..................................... 70 Tabela 4.21: Dimensionamento do reforço dos segmentos homogêneos selecionados da BR-222/CE pelo método DNER PRO-11/79 (FONSECA, 2013) ...... 71 Tabela 4.22: Dimensionamento do reforço dos segmentos homogêneos selecionados da BR-222/CE pelo método DNER PRO-269/94 (FONSECA, 2013) .... 72 Tabela 4.23: Quadro de soluções de catálogo CREMA 2° ETAPA para os segmentos selecionados da Rodovia BR-222/CE (FONSECA, 2013) ..................... 73 Tabela 5.1: Valores usuais de coeficiente de Poisson para materiais de pavimentação (DER-SP, 2006) ....................................................................................... 78 Tabela 5.2: Valores usuais de módulo de resiliência ou elasticidade para materiais de pavimentação (DER-SP, 2006) ................................................................ 79 Tabela 5.3: Módulos de resiliência obtidos com o programa BackSisPav para as bacias do segmento homogêneo 106, considerando a aderência entre as camadas ................................................................................................... 81 Tabela 5.4: Módulos de resiliência médios e desvio padrão obtidos por Fonseca (2013) e Pinto (2016) para o segmento homogêneo 106 ......................... 82 xiii Tabela 5.5: Módulos de resiliência obtidos através do programa BackSisPav para as bacias do segmento homogêneo 106, considerando as camadas não aderidas ................................................................................................... 83 Tabela 5.6: Módulos de resiliência médios e desvio padrão obtidos por Fonseca (2013) e Pinto (2016), considerando as camadas aderidas e não aderidas, para o segmento homogêneo 106 ............................................................ 84 Tabela 5.7: Relação entre os módulos de resiliência das camadas do pavimento obtidos por PINTO (2016) e FONSECA (2013) ..................................... 85 Tabela 5.8: Módulos de resiliência e coeficiente de Poisson adotados para cada camada do segmento homogêneo 106 para cálculo do reforço .............. 86 Tabela 5.9: Características do CBUQ utilizado na camada de revestimento novo .... 87 Tabela 5.10: Coeficientes da curva de fadiga do CBUQ utilizado na camada de revestimento ............................................................................................ 87 Tabela 5.11: Material selecionado para representar a capa asfáltica existente ............ 88 Tabela 5.12: Material selecionado para representar a camada de base existente ........ 88 Tabela 5.13: Material selecionado para representar a camada de sub-base existente .. 89 Tabela 5.14: Material selecionado para representar o subleito .................................... 89 Tabela 5.15: Espessura da camada de reforço dimensionada pelo programa SisPavBR nas condições deste trabalho ................................................................... 89 Tabela 5.16: Resultados obtidos por FONSECA (2013) e PINTO (2016) para a espessura da camada de reforço .............................................................. 90 Tabela 5.17: Vida útil obtida para diferentes requisitos de projeto ............................. 92 Tabela 5.18: Coeficiente angular para as retas de vida útil x área trincada para as confiabilidades de 50%, 85%, 90% e 95%. ............................................. 95 Tabela 5.19: Análise da vida útil em relação a confiabilidade para um módulo de resiliência igual a 5000 MPa ................................................................... 96 Tabela 5.20: Análise da vida útil em relação a confiabilidade para um módulo de resiliência igual a 7500 MPa ................................................................... 97 Tabela 5.21: Análise da vida útil em relação a confiabilidade para um módulo de resiliência igual a 10000 MPa .................................................................98 Tabela 5.22: Análise da vida útil em relação a confiabilidade para um módulo de resiliência igual a 12500 MPa ................................................................. 99 Tabela 5.23: Coeficientes angular das retas de vida útil x nível de confiabilidade ... 101 xiv Tabela 5.24: Coeficientes da curva de fadiga da mistura adotada para análise de sensibilidade do SisPAvBR .................................................................. 102 Tabela 5.25: Coeficientes da curva de fadiga do asfalto borracha RJ CAPFLEX B . 102 Tabela 5.26: Coeficientes da curva de fadiga do concreto asfáltico RJ CAP 30/45 #19,1 mm .............................................................................................. 102 Tabela 5.27: Análise da vida útil do pavimento utilizando as curvas de fadiga RJ CAP 30/45 #19,1mm e RJ CAPFLEX B ....................................................... 103 1 1. Introdução O pavimento rodoviário é uma estrutura composta por camadas constituídas por materiais diversos, a maioria naturais, construída sobre a camada final de terraplanagem destinada, técnica e economicamente, a resistir aos esforços do tráfego e do clima, proporcionando conforto e segurança aos usuários. O pavimento pode ser de dois tipos: rígidos, quando o revestimento é de concreto de cimento Portland; e flexível, quando o revestimento é de material asfáltico. Este trabalho tratará, apenas, dos pavimentos flexíveis. O dimensionamento de um pavimento consiste em determinar as espessuras das camadas que irão assegurar que a carga repetida imposta pelo tráfego não causará um trincamento excessivo da camada de revestimento pela fadiga, dentro da vida útil de projeto, bem como minimizar o efeito da deformação permanente (afundamento de trilha de roda). No Brasil, o método mais utilizado de dimensionamento de pavimentos tem sido o método empírico, desenvolvido pelo extinto DNER, atual DNIT, em 1966. Baseado em regras desenvolvidas a partir de observações e experiência com certos tipos de pavimentos, para certos materiais de pavimentação e condições específicas de clima. Este método empírico apresenta caráter generalista, em função de ensaios de CBR, onde várias situações são tratadas de forma simplificada. Sua maior limitação é que não pode ser generalizado com confiabilidade para outras condições senão àquelas para o qual foi desenvolvido, levando a uma análise superficial sobre a situação e especificidades das diversas variáveis que influenciam no desempenho funcional e estrutural de um pavimento (FRANCO, 2007; COUTINHO, 2011). A condição empírica dos métodos de dimensionamento de pavimentos tem sido tópico de discussão entre os engenheiros rodoviários por muitos anos. Os engenheiros de pavimentação estão buscando gradativamente um entendimento mais analítico do problema e tentando, com isso, reduzir a parcela do empirismo que é inevitável no atual estado-da-arte. No enfoque analítico, o pavimento é tratado como uma estrutura de engenharia e seu comportamento mecânico é avaliado em função do carregamento e da resistência dos materiais, assim como é feito com as estruturas de concreto ou de aço. Além disso, 2 relacionam-se as tensões de tração na base da camada asfáltica com a formação de trincas no revestimento do pavimento ou as deformações verticais com o desenvolvimento do afundamento de trilha de roda. No entanto teorias não modelam diversos fatores que deveriam ser observados no dimensionamento de um sistema em camadas, cujas propriedades variam com o tempo e com as condições ambientais, e que tem a deterioração acumulada com a passagem das cargas variáveis em intensidade, distribuição e velocidade. Assim, o último passo no processo de dimensionamento acaba por ter uma parcela empírica, com a aplicação dos fatores de calibração campo-laboratório sobre os modelos desenvolvidos em laboratório (MOTTA, 1991). Segundo FRANCO (2007), a modelagem mecanístico-empírica vem da busca constante de se melhorar os projetos de pavimentação em termos de eficiência estrutural, de modo que seja possível utilizar materiais para os quais ainda não se tenha experiência suficiente em campo, além de se considerar os efeitos das condições ambientais e de tráfego, diferentes daquelas para as quais os Métodos Empíricos foram desenvolvidos. Após sua construção, o pavimento passa a acumular defeitos, no entanto, não é comum sua ruptura súbita, mas sim perda da serventia e da capacidade de suporte ao longo do tempo e da passagem do tráfego. Num sistema de gestão de pavimentos, nas várias etapas de vida de serviço de um trecho, é preciso fazer avaliações periódicas e, a partir de julgamentos das características dos vários aspectos do comportamento do pavimento avaliado, tomam-se decisões de intervenção. Estas vão desde a manutenção preventiva até a reconstrução total quando o fim da vida útil se torna evidente pela gravidade dos defeitos encontrados na superfície do pavimento (FONSECA, 2013). O Departamento Nacional de Infraestrutura em Transportes (DNIT), autarquia responsável hoje pela rede rodoviária federal, criou em 2005 o Instrução de Serviço (IS), um programa que consolida todas as atividades de recuperação e manutenção de rodovias, prevendo o tratamento de cada uma por período de sete anos, divididos em contrato de dois tipos: CREMA 1ª ETAPA, com prazo de dois anos, e CREMA 2ª ETAPA, com prazo de cinco anos. A característica básica que diferencia os dois tipos de contrato supracitados é que no CREMA 1°ETAPA as intervenções são de caráter funcional, e no CREMA 2°ETAPA as intervenções além de funcionais, são de caráter estrutural. 3 O programa CREMA 2ª ETAPA estipula, em seu catálogo de soluções, uma vida útil de 10 anos para as soluções estruturais, considerando métodos de projetos de reforço tradicionais, especialmente o DNER-PRO 11/79. Todavia solicita ao projetista que realize a comparação com o dimensionamento feito com o método DNER-PRO 269/94, conhecido como TECNAPAV. Os principais parâmetros de dimensionamento são o índice de suporte Califórnia e a deflexão máxima do pavimento (FONSECA, 2013). Da mesma forma que a metodologia empírica de dimensionamento de pavimentos novos apresenta limitações, a metodologia empírica de dimensionamento de reforço também possui. Neste contexto, a metodologia mecanístico-empírica de dimensionamento de reforço vem ganhando destaque. Para aplicar um método mecanístico empírico de projeto de reforço, é necessário ter um método de análise de tensões e deformações e o conhecimento de características como o módulo de resiliência dos materiais já existentes no pavimento analisado e da nova mistura asfáltica a ser usada. Os módulos dos materiais de campo podem ser obtidos de duas formas: por método destrutivo ou não destrutivo. Um método destrutivo neste contexto consiste em abrir poços de sondagem para verificação das características das camadas em termos de espessura, densidade, umidade e grau de compactação. Também é necessária retirada de amostras, deformadas na maioria das vezes, para ensaios de laboratório, tais como caracterização, compactação e módulo de resiliência. Como método não destrutivo são feitas medidas de deflexão ao longo de várias distâncias em relação ao ponto de aplicação da carga, obtendo-se a chamada bacia de deflexão. Com uso de métodos adequados, por interpretação desta bacia, e com o conhecimento das espessuras das camadas em várias estacas ao longo do segmento homogêneo, são obtidos os módulos de trabalho dos materiais na condição de campo. Este procedimento é conhecido como retroanálise. Existe, atualmente, uma grande quantidade de programas de retroanálise disponíveis, que utilizam variados princípios para obter os módulos: programas simplificados, iterativos, banco de dados, etc. Cada um tem vantagens e desvantagens, e muitas comparaçõesentre eles já foram realizadas, e sua aplicação posterior em projeto de reforço também. Neste contexto, o presente trabalho tem como objetivo realizar uma análise comparativa entre o método de dimensionamento de reforço mecanístico-empírico e as 4 soluções estruturais estipuladas pelo catálogo de soluções do CREMA 2°ETAPA, que foram obtidas utilizando-se métodos empíricos de dimensionamento. O presente autor utilizará os dados da rodovia BR-222/CE, obtidos por FONSECA (2013), que foram levantados com a finalidade de elaboração de projeto de engenharia corrente e, portanto, representam a prática cotidiana para análise de pavimentos no âmbito das rodovias federias. Neste trabalho, será realizado apenas o dimensionamento de reforço através do método mecanístico-empírico, utilizando o programa BackSisPav para a retroanálise das bacias deflectométricas e posteriormente, utilizando o programa SisPavBR para determinar a espessura da camada de reforço, ambos programas foram desenvolvidos por FRANCO (2007) e atualizados em 2016. O dimensionamento segundo o catálogo de soluções CREMA 2°ETAPA foi feito por FONSECA (2013) em sua dissertação de mestrado. FONSECA (2013), também em sua tese, realizou uma análise da vida útil das soluções propostas por esse catálogo, segundo a ótica mecanística-empírica, e retroanalisou as bacias deflectométricas da rodovia BR-222/CE, utilizando o programa SisPavBR e seu módulo de retroanálise, porém em versões anteriores a adotada neste trabalho. Deste modo, a escolha dos programas utilizados nesta monografia se justifica, pois, por ser a mesma plataforma utilizada por FONSECA (2013), garante uma comparação mais precisa dos resultados. Após a comparação entre os resultados obtidos pelo presente autor e os resultados obtidos por FONSECA (2013), foi realizada uma análise de sensibilidade do programa SisPavBR, em termos de vida útil de projeto, quando parâmetros como, módulo de resiliência da camada betuminosa, nível de confiabilidade e percentual de área trincada admissível eram alterados em um pavimento constituído por quatro camadas (revestimento, base, sub-base e subleito). Dentro deste cenário, o trabalho foi dividido nos seguintes capítulos: No Capítulo 2 serão apresentados os métodos de dimensionamento, tanto de pavimentos novos como de reforço de pavimentos; os critérios de dimensionamento; será apresentado um breve resumo sobre retroanálise e suas vantagens. Ao final, será apresentado um resumo do programa SisPavBR e seu módulo de retroanálise, o BackSisPav. O Capítulo 3 apresenta um breve resumo sobre a tese desenvolvia por FONSECA (2013) e uma descrição do experimento realizado nesta monografia. 5 No Capítulo 4 são apresentados os dados obtidos por FONSECA (2013) sobre a rodovia BR-222/CE, bem como a divisão do trecho em segmentos homogêneos, e a caracterização de cada segmento, em relação ao volume de tráfego, avaliação funcional e avaliação estrutural. Ao final, será apresentado o segmento homogêneo escolhido, bem como os critérios de decisão, para ser estudado neste trabalho. O Capítulo 5 apresenta as análises comparativas realizadas com o SisPavBR e o BackSisPav. Foram comparados os resultados obtidos por FONSECA (2013), tanto para espessura da camada de reforço, dimensionada de acordo com o CREMA 2°ETAPA, quanto para a retroanálise das bacias deflectométricas, realizada com a versão anterior do módulo de retroanálise do programa SisPavBR, com os resultados obtidos pelo presente autor. Ao final, são apresentados os resultados obtidos com a análise de sensibilidade do programa SisPavBR. O Capítulo 6 apresenta as conclusões acerca dos métodos estudados e das análises comparativas realizadas. 6 2. Revisão Bibliográfica 2.1. Métodos de dimensionamento de pavimentos asfálticos Existem vários tipos de métodos de dimensionamento de pavimentos, alguns destinados a pavimentos asfálticos e outros a pavimentos de concreto de cimento Portland, consideradas as duas principais estruturas usadas em rodovias e aeroportos, em todos os países. Dentre estes métodos, podem se agrupar aqueles chamados empíricos e os mecanísticos-empíricos. No caso de pavimentos asfálticos, tradicionalmente conhecido como flexível, o método comumente empregado no Brasil é essencialmente empírico, embora esteja em andamento os estudos para implantação de um novo método mecanístico-empírico. Faz-se a seguir a apresentação destes dois métodos de forma sucinta. O objetivo desta revisão é apresentar as bases dos dois. 2.1.1. Método empírico do DNIT 2.1.1.1. Histórico Os pavimentos asfálticos brasileiros têm sido dimensionados pelo método do DNER, do fim da década de 1950 até os dias de hoje. Este método foi proposto pelo Eng. Murilo Lopes de Souza e baseou-se em uma adaptação para rodovias do método do Corpo de Engenheiros Militares dos EUA (USCE), originalmente utilizado para dimensionamento de pavimentos aeroportuários e que utiliza como parâmetro o Índice de Suporte Califórnia (CBR), feita por Turnbull, Foster e Ahlvin em 1962, conforme relatado em MEDINA e MOTTA (2015). Este método considera também o conceito de coeficiente de equivalência estrutural estabelecido na pista experimental da American Association of State Highway Officials (AASHO) detalhado em COUTINHO (2011). O ensaio de Índice de Suporte Califórnia (CBR) foi desenvolvido por O. J. Porter em 1929 e compara a capacidade de suporte dos subleitos, relativa à de uma brita tomada como padrão (MEDINA e MOTTA, 2015). Este ensaio foi aplicado a um método de dimensionamento a partir do estudo sobre as condições das rodovias do estado da Califórnia nos EUA. Nos trechos em que havia ruptura, foram estudados os fatores que teriam influenciado nesta ruptura. Foi constatado que as principais causas das rupturas eram: a má compactação, o excesso de umidade no subleito, as espessuras de base insuficientes e as bases compostas por materiais com pouca resistência à tensão cisalhante (COUTINHO, 2011). 7 De posse destes resultados, ficou evidente para a Divisão de Rodovias da Califórnia a necessidade de um método de dimensionamento que levasse em conta as características que influenciam no desempenho estrutural, criando assim o método CBR (California bearing ratio). Este método, além de suprir as dificuldades encontradas em campo, submetia os materiais a condições extremas, podendo ser utilizado também em materiais argilosos e arenosos (COUTINHO, 2011) O ensaio de CBR foi introduzido no Brasil no fim da década de 1940, tendo tido o laboratório central do DNER, atual DNIT, papel importante na sua divulgação (MEDINA e MOTTA, 2015) O método de dimensionamento de pavimentos do DNIT tem como base o trabalho "Design of Flexible Pavements Considering Mixed Loads and Traffic Volume", de autoria de W.J. Turnbull, C.R. Foster e R.G. Ahlvin, do Corpo de Engenheiros do Exército dos EUA e nas conclusões obtidas na Pista Experimental da AASHTO (DNIT, 2006). Do primeiro trabalho, retiraram-se principalmente os gráficos para dimensionamento do pavimento e a determinação das equivalências de operação entre diferentes cargas por eixo e a carga por eixo padrão. Das conclusões das pistas da AASHTO foram retiradas as ideias de se atribuir aos materiais utilizados no pavimento, coeficientes de equivalência estrutural e também fatores climáticos regionais (COUTINHO, 2011). Portanto, o método de dimensionamento de pavimentos asfálticos do DNIT, antigo DNER, tem sua base no método desenvolvido pelo USCE, que utiliza o ensaio CBR, e no coeficiente de equivalência estrutural estabelecido na pista experimental da AASHO, acrescido das modificações feitas pelo Eng. Murilo Lopes de Souza (COUTINHO, 2011). 2.1.1.2. Roteiro de dimensionamento No Método do Eng. Murilo Lopes de Souza, estabelecido oficialmente pelo DNER em 1966, foi introduzidoo conceito de índice de suporte (IS) como alternativa ao valor do CBR, visando uma ponderação deste de forma a diminuí-lo ao se considerar a “qualidade” do solo expressa por correlação com sua característica de suporte dada empiricamente por correlação com o índice de grupo. O índice de grupo é um número empírico que correlaciona características granulométricas e de plasticidade dos solos. O índice de suporte (IS) dos materiais de pavimentação, expressão 2.2, inclusive do subleito, é obtido pela média entre o CBR e o valor de suporte CBRIG dado pelo índice de 8 grupo (IG) conforme considerado na Tabela 2.1. O CBRIG nunca poderá ser maior do que o valor do CBR. O Índice de Grupo (IG) visa retratar o duplo aspecto de plasticidade e graduação das partículas do solo, seu valor varia entre 0 e 20. O IG é calculado pela expressão 2.1 (DNIT, 2006), sendo parte da classificação HRB ou TRB de solos, normalmente usada em pavimentação: IG = 0,2a + 0,005ac + 0,01bd (2.1) Onde: a = % de material que passa na peneira nº 200, menos 35. Se a % obtida nesta diferença for maior que 75, adota-se 75; se for menor que 35, adota-se 35. (a varia de 0 a 40); b = % de material que passa na peneira nº 200, menos 15. Se a % obtida nesta diferença for maior que 55, adota-se 55; se for menor que 15, adota-se 15. (b varia de 0 a 40); c = Valor do Limite de Liquidez menos 40. Se o Limite de Liquidez for maior que 60, adota- se 60; se for menor que 40, adota-se 40 (c varia de 0 a 20); d = Valor de Índice de Plasticidade menos 10. Se o índice de Plasticidade for maior que 30, adota-se 30; se for menor que 10, adota-se 10 (d varia de 0 a 20). Embora esse (IS) apareça no gráfico de dimensionamento, nas últimas décadas tem-se utilizado nos dimensionamentos o valor do CBR diretamente, e não ponderado pelo CBRIG já que, com o passar do tempo, não é mais necessário este cuidado de restrição da capacidade de suporte dos materiais, considerada excessiva. O ensaio de CBR indicado para qualificar os materiais de pavimentação deve ser realizado adotando-se o método de ensaio preconizado pela Norma DNER-ME 049/94. Consiste em ensaiar cada material compactado na sua umidade ótima e densidade máxima, porém embebidos em água durante quatro dias, representando já uma condição muito crítica do pavimento. 9 Tabela 2.1: CBRIG a partir do Índice de Grupo (IG) (SOUZA, 1981) 𝐼𝑆 = 𝐶𝐵𝑅+CBR(IG) 2 (2.2) Onde: CBR é o valor do CBR do material CBR (IG) é o valor do CBR dado pelo índice de grupo IS é o índice de suporte Os materiais empregados na pavimentação devem atender aos seguintes critérios (DNIT, 2006): a) Subleito: os materiais do subleito devem apresentar uma expansão, medida no ensaio CBR, menor ou igual a 2% e um CBR ≥ 2%. b) Materiais para reforço do subleito: devem apresentar CBR maior que o do subleito e expansão ≤ 1% (medida com sobrecarga de 10 lb) c) Materiais para base: devem apresentar CBR ≥ 80% e expansão ≤ 0,5% (medida com sobrecarga de 10 lb), Limite de liquidez (LL) ≤ 25% e Índice de plasticidade (IP) ≤6%, sendo que se o equivalente de areia for superior a 30, LL e IP não precisam ser atendidos. d) Caso a base seja composta por material granular, este deve se enquadrar em uma das faixas granulométricas apresentadas na Tabela 2.2. 10 Tabela 2.2: Granulometria para base granular (DNIT, 2006) Além de atender a estes requisitos, a fração graúda deve apresentar um desgaste Los Angeles igual ou inferior a 50, e a fração que passa na peneira nº 200 deve ser inferior a 2/3 da fração que passa na peneira nº 40 (DNIT, 2006) O tráfego tem influência predominante no dimensionamento do pavimento, pois este é dimensionado em função do número equivalente de operações de eixo padrão (N) durante a vida útil do projeto (COUTINHO, 2011). Fatores de equivalência de operação entre eixos simples e em “tandem”, com diferentes cargas e o eixo simples padrão com carga de 8,2t podem ser encontrados na Figura 2.1 (DNIT, 2006). 11 Figura 2.1: Fatores de equivalência de operação (DNIT, 2006) Para o cálculo de N, antes é necessário calcular o volume total de tráfego durante o período de projeto, utilizando a expressão 2.3 (DNIT, 2006): 𝑉𝑡 = 365𝑉1⌊(1+ 𝑡 100 )𝑃 −1⌋ 𝑡/100 (2.3) Onde: V1 é o volume médio diário de tráfego no ano de abertura, em um sentido; t é a taxa de crescimento anual (%) em progressão aritmética; P é o período de projeto em anos. Após o cálculo do volume total de tráfego, calcula-se N pela equação 2.4: N = Vt x (FE) x (FC) = (FV) x Vt (2.4) Onde: FE é o fator de eixos, número que multiplicado pelo número de veículos dá o número de eixos correspondentes; 12 FC é o fator de carga, número que multiplicado pelo número de eixos que operam dá o número de eixos equivalentes ao eixo padrão; FV é o fator de veículo, número que multiplicado pelo número de veículos que operam, dá diretamente o número de eixos equivalentes ao eixo padrão. Normalmente, o valor de N é calculado através do fator FV, expressão 2.5, que por sua vez é calculado levando-se em conta os FV individuais (FVi) para as diferentes categorias de veículos, determinadas em uma estação de pesagem representativa da região e das percentagens com que cada categoria de veículos ocorre na estrada (Pi) (DNIT, 2006). 𝐹𝑉 = ∑(𝑃𝑖) 𝑥 (𝐹𝑉𝑖) 100 (2.5) O DNIT classifica os veículos nas seguintes categorias: a) Automóveis; b) Ônibus; c) Caminhões leves, com dois eixos simples, de rodas simples; d) Caminhões médios, com dois eixos, sendo o traseiro de rodas duplas; e) Caminhões pesados, com dois eixos, sendo o traseiro “tandem”; f) Reboques e semirreboques: as diferentes condições de veículos, em unidades múltiplas. Os FVi para automóveis e caminhões leves, embora sejam calculáveis, são desprezíveis, interessando os FVi dos demais (DNIT, 2006). Para a etapa final de dimensionamento das camadas do pavimento, é necessário adotar coeficientes de equivalência estrutural para os diferentes materiais, dados na Tabela 2.3. Como explicado no item 2.1.1.2, estes coeficientes foram obtidos das conclusões das pistas da AASHTO, adaptados pelo Eng. Murillo Lopez de Souza. A espessura da camada de revestimento é obtida considerando espessuras mínimas recomendadas pelo DNIT em função do volume de tráfego (N), apresentados na Tabela 2.4. As espessuras recomendadas pela Tabela 2.4 visam, especialmente, as bases de comportamento puramente granular (DNIT, 2006). Para as demais camadas do pavimento, a espessura é obtida em função do volume de tráfego (N) e da capacidade de suporte (CBR). A espessura total do pavimento é fornecida 13 pelo gráfico da Figura 2.2, e são referentes a materiais com K = 1,00, isto é, em termos de base granular. Tabela 2.3: Coeficiente de equivalência estrutural (DNIT, 2006) Tabela 2.4: Espessura mínima de revestimento betuminoso em função do tráfego N (DNIT, 2006) 14 Figura 2.2: Determinação de espessuras do pavimento (DNIT, 2006) Entrando-se na abcissa com o valor de N de projeto, segue-se verticalmente até encontrar a reta representativa da capacidade de suporte (CBR) em causa e, seguindo horizontalmente, encontra-se, em ordenadas, a espessura total do pavimento para atender ao período de projeto (P). Cabe ressaltar, que mesmo que o CBR da sub-base seja superior a 20, a espessura do pavimento necessário para protegê-la é determinada como se esse valor fosse 20 e, por esta razão, usam-se sempre os símbolos, H20 e h20 (DNIT, 2006). Os símbolos utilizados para montar as inequações usadas no dimensionamento dos pavimentos são exibidos na Figura 2.3. 15 Figura 2.3: Esquema das variáveis para o dimensionamento do pavimento (DNIT, 2006) Onde: Hm é a espessura total de pavimentonecessária para proteger um material com CBR igual a m; Hn é a espessura total de pavimento necessária para proteger um material com CBR igual a n; H20 é a espessura total de revestimento necessária para proteger a camada de base; R é a espessura da camada de revestimento Após a obtenção dos valores de Hm, Hn, H20 pelo gráfico da Figura 2.2 e R pela Tabela 2.4, as espessuras das demais camadas serão obtidas pela resolução sucessiva das seguintes inequações: RKR + BKB ≥ H20 RKR + BKB + h20KS ≥ Hn RKR + BKB + h20KS + hnKRef ≥ Hm Onde: R, B, h20 e hn são as espessuras do revestimento, base, sub-base e da camada n, respectivamente; KR, KB, KS e KRef são os coeficientes estruturais do revestimento, base, sub-base e da camada de reforço de subleito, respectivamente. Na situação em que a espessura da camada, obtida na resolução das inequações, for inferior a 15 cm, deve-se adotar 15 cm como espessura final (DNIT, 2006). 2.1.2. O dimensionamento mecanístico-empírico Segundo COUTINHO (2011), um método mecanístico de dimensionamento de pavimentos consiste na aplicação dos princípios da Mecânica dos Pavimentos no 16 dimensionamento, considerando o pavimento como uma estrutura de múltiplas camadas sujeita às cargas do tráfego e do clima. Os principais mecanismos de degradação dos pavimentos são o trincamento por fadiga, oriundo das deformações elásticas, e o afundamento de trilha de roda, proveniente das deformações plásticas (FERREIRA, 2013; MEDINA e MOTTA, 2015). A avaliação pelos procedimentos mecanísticos de uma determinada estrutura, consiste em testar a estrutura proposta, levando em consideração as tensões, deformações e deslocamentos impostos ao pavimento pelas cargas atuantes, usando a teoria da elasticidade, de forma a limitar a ocorrência destes defeitos durante a vida de projeto. O fluxograma apresentado na Figura 2.4 expõe as etapas necessárias para o dimensionamento de um pavimento novo por um método mecanístico-empírico. Por este fluxograma é possível perceber que neste método de dimensionamento é preciso conhecer os dados sobre o clima da região onde o pavimento será construído, pois este indica em que condições se devem obter a caracterização dos materiais. O conhecimento das técnicas construtivas é importante na definição da variabilidade dos fatores do projeto, como, por exemplo, grau de compactação, teor de umidade, etc. Outros dados de entrada são o volume e composição do tráfego que utilizará a via e a caracterização dos materiais disponíveis na região e do subleito (MEDINA e MOTTA, 2015). A etapa do fluxograma relativa ao cálculo de tensões refere-se às oriundas das cargas de tráfego impostas à estrutura e ao cálculo das deformações, função destas tensões. Os métodos de cálculo consideram dois tipos de comportamento tensão-deformação para os materiais do pavimento: elástico-linear e elástico não linear. Os materiais classificados como elástico linear são os que apresentam módulo de resiliência constante ao longo de toda a espessura da camada. Os materiais de comportamento não linear têm módulo de resiliência variável ao longo da espessura e horizontalmente e neste caso o Módulo de Resiliência depende do estado de tensões a que o material está submetido. O módulo de resiliência pode ser obtido com a realização do ensaio triaxial de carga repetida, no caso de solos e materiais granulares, ou através do ensaio de compressão diametral de carga repetida, para misturas asfálticas. Seu valor é calculado pela relação entre a tensão desvio aplicada repetidamente e a deformação resiliente (MEDINA e MOTTA, 2015). 17 Figura 2.4: Esquema de um dimensionamento mecanístico de pavimentos (MOTTA, 1991). Os trabalhos de dois autores, em especial, permitiram aplicar a teoria da elasticidade ao dimensionamento de pavimentos com diversas camadas: Boussinesq em 1885 e Burmister em 1943 (FRANCO, 2007). Boussinesq desenvolveu a solução geral formal para os vários tipos de carregamento, cargas concentradas ou uniformemente distribuídas, aplicados em um meio semi-infinito, elástico, homogêneo e isotrópico. Já a teoria desenvolvida por Burmister, foi formulada para meios estratificados de duas e três camadas elásticas, portanto, é mais adequada em se tratando de pavimentos (MEDINA e MOTTA, 2015). Desde então, diversos programas computacionais surgiram para auxiliar no cálculo de tensões e deformações em estruturas estratificadas, como o ELSYM5, o FEPAVE e o SisPavBR. Este último foi desenvolvido na COPPE/UFRJ por Filipe Franco em 2007, e será discutido adiante. 18 2.1.2.1. Fatores Ambientais Como demonstrado no fluxograma da Figura 2.4, os fatores ambientais da região em que o pavimento será construído são dados de entrada no dimensionamento mecanístico- empírico de pavimentos. A temperatura do ar varia de uma região geográfica para outra, e com ela varia também a temperatura do pavimento. A rigidez da mistura asfáltica é diretamente proporcional à temperatura do pavimento, e ao variar a rigidez da mistura, modifica-se a distribuição de tensões, a vida de fadiga, e a resistência à deformação plástica (MEDINA e MOTTA, 2015). Os ensaios de caracterização da mistura asfáltica, módulo de resiliência e de fadiga, são realizados a uma temperatura de 25°C, que representa a média anual da temperatura do ar. Entretanto, como a camada de revestimento está diretamente exposta à radiação solar, sua temperatura média pode variar de 30 a 35 °C (MEDINA e MOTTA, 2015). Apesar de existir uma diferença entre a temperatura de ensaio e a temperatura real a qual o pavimento será submetido, é comum manter a temperatura dos ensaios em 25°C, pois, ao se estabelecer um fator “laboratório campo” no dimensionamento à fadiga, é conveniente ter uma temperatura única de laboratório como referência (MEDINA e MOTTA, 2015). A umidade de equilíbrio do subleito é outro fator ambiental que se deve considerar, uma vez que a deformabilidade e resistência ao cisalhamento são influenciadas por este parâmetro. Estudos de campo realizados a partir da década de 1970, por pesquisadores da COPPE/UFRJ juntamente com o Instituto de Pesquisas Rodoviárias (IPR), nas rodovias federais da região Sul, Sudeste, Centro-Oeste e Nordeste, mostraram que a umidade de equilíbrio do subleito, nestes casos, era próxima da umidade ótima. Entretanto, no caso de vias vicinais, de baixo volume de tráfego, com revestimentos menos espessos e com controle construtivo menos rigoroso, nem se possa talvez falar em umidade de equilíbrio, devido a alta possibilidade de o subleito ter contato com a água da chuva. Nestes casos, sugere-se que ensaios dinâmicos sejam feitos em condições variadas de umidade para levar em conta a possível ação das chuvas, aplicando sempre os conceitos de confiabilidade (MEDINA e MOTTA, 2015). 19 2.1.2.3. O tráfego Outro dado de entrada no dimensionamento mecanístico-empírico de pavimentos são os relativos ao tráfego que utilizará a via. Os fatores que dificultam a elaboração de um bom dimensionamento, relacionados aos dados do tráfego são (FRANCO, 2007): A previsão do crescimento do tráfego e do volume de carga transportado ao longo do tempo; As transgressões frequentes de carga máxima permitida para cada tipo de veículo transportar; Heterogeneidade das configurações dos eixos dos veículos que compõem a frota, com grande variabilidade de formas de eixos, com diferentes números de rodas, variados tipos de pneus e com diferentes pressões de calibração; e Variações na velocidade de translação das cargas de eixo, condicionadas pela geometria da via. Os métodos de dimensionamentos consagrados, como o utilizado pelo DNIT, solucionam parcialmente esta dificuldade de prever a carga aplicada ao pavimento oriundo do tráfego, transformando os diferentes tipos de eixos ecargas existentes em um número equivalente (N), de passagens de um eixo padrão (FRANCO, 2007). O procedimento utilizado pelo DNIT para o cálculo de N foi descrito no item 2.1.1.2. Entretanto, a tendência mundial é dimensionar o pavimento asfáltico estratificando o volume de tráfego em diferentes cargas de eixo, considerando sua incidência variável diária e sazonalmente. Porém, devido às dificuldades citadas e para facilitar os ajustes das expressões de desempenho e de danos na parcela empírica dos métodos mecanísticos, o número N poderá perdurar por um tempo (Motta, 1991). 2.1.2.4 Deformabilidade elástica do pavimento asfáltico Na década de 1990, quando MOTTA (1991) desenvolveu sua tese sobre o método mecanístico-empírico de dimensionamento de pavimentos, a caracterização conveniente dos materiais era difícil devido ao pequeno número de laboratórios que dispunham de ensaio de carga repetida, e os programas de cálculo disponíveis na época necessitavam de grandes computadores, que não eram tão difundidos. 20 A forma encontrada para divulgar a metodologia foi a divulgação de ábacos que permitissem aos usuários entender a influência dos vários fatores nas tensões e deformações geradas (MEDINA e MOTTA, 2015) Nos primeiros estudos sobre resiliência realizados na COPPE/UFRJ observou-se que a deformabilidade dos solos lateríticos era menor do que indicavam o ensaio de CBR e os sistemas de classificação tradicionais. Também, notou-se que a camada de base granular contribuía mais para a deflexão do pavimento do que o subleito (MEDINA e MOTTA, 2015). Alguns exemplos das informações inferidas dos ábacos produzidos por MOTTA (1991): a) Base granular de brita e subleito também granular: resultam em deflexões, deformações específicas de tração e diferença de tensões no revestimento elevadas e demandam espessuras grandes de revestimento para reduzir estas condições de dano; b) Em alguns casos o aumento da espessura do revestimento tem efeito significativo na diminuição das tensões e deformações, em outros pouco influi dependendo da relação modular entre as camadas; c) A influência da espessura da base é marcante para as tensões verticais no subleito em praticamente todos os casos. Atualmente, os programas de cálculo de tensões e deformações em pavimentos estão bastante difundidos, e a previsão da deflexão atuante no pavimento tornou-se um processo mais simples. No item 2.2.3 são apresentados alguns modelos utilizados na previsão da deflexão. 2.1.2.5 Deformabilidade plástica no cálculo de afundamento de trilha de roda Um dos principais defeitos apresentados pelos pavimentos é o afundamento de trilha de roda, e como explicado no item 2.1.2 este defeito é oriundo do acúmulo de deformação permanente das camadas do pavimento devido à ação do tráfego. Todos os materiais podem ter uma parcela de contribuição no surgimento deste defeito, o valor com que cada um contribui pode ser estimado por ensaios de deformação permanente, como o ensaio triaxial de carga repetida (MEDINA e MOTTA, 2015). As deformações permanentes crescem com o número de aplicações de carga e dependem do estado de tensões. Na pista experimental da AASHO, em relatório de 1962, 21 foram relatadas as seguintes parcelas de contribuição de cada camada (MEDINA e MOTTA, 2015): a) Revestimento de concreto asfáltico: 32% b) Base de brita: 4% c) Sub-base: 45% d) Subleito: 9% O cálculo da deformação permanente pode ser realizado pela expressão 2.6: 𝛿𝑃𝑡 = ∑ (𝜀𝑝(𝑖). ℎ𝑖)𝑛𝑖=1 (2.6) Onde: 𝜀𝑝(𝑖) e hi representam a deformação média da camada e a espessura da camada de ordem i, respectivamente. Os valores admissíveis de afundamento de trilha de roda estão entre 10mm e 20mm, sendo que para pavimentos com alto volume de tráfego admite-se 13mm, como ideal e o máximo de 16mm para evitar problemas de segurança à derrapagem. A Figura 2.5 é uma representação do cálculo da deformação total sob uma carga P pelo somatório das deformações plásticas de cada camada. Figura 2.5: Deformação plástica por camada do pavimento (MEDINA e MOTTA, 2015) Hoje, tem-se percebido um aumento na deformação permanente advindo exclusivamente da camada de revestimento asfáltico. Este aumento é decorrente do crescimento do volume de tráfego e das cargas por eixo dos caminhões e está relacionado com a dosagem da mistura asfáltica. MEDINA e MOTTA (2015) relatam que Sá (2003), Nascimento (2008) e Moura (2010), entre outros autores, propuseram algumas sugestões de melhoria na dosagem das 22 misturas asfálticas para minimizar a ocorrência deste defeito. Algumas ações são, por exemplo: escolha de agregados angulosos e com textura rugosa, uso de ligantes modificados com polímero ou aditivos próprios, escolher o volume de ligante de forma a obter um volume de vazios suficiente para evitar a exsudação e uma possível pós-compactação pelo tráfego, escolher o ligante de acordo com a temperatura máxima do pavimento, dentre outras. Entretanto, no estágio atual, não é possível considerar a contribuição da camada de revestimento asfáltico no somatório das deformações permanentes devido a ausência de expressões de previsão adequadas. Admite-se que a dosagem do concreto asfáltico sendo feita de acordo com a realização de ensaios como Flow Number (FN), muito utilizado por laboratórios brasileiros, a contribuição desta camada será desprezível. Atualmente, na fase de projeto, busca-se escolher materiais que tendam a um limite de deformação permanente e ao acomodamento (shakedown) (MEDINA e MOTTA, 2015). 2.1.2.6. Aplicação do critério de confiabilidade O projetista de pavimentos costuma aplicar um tratamento estatístico aos dados de ensaio na escolha dos parâmetros de dimensionamento, pois nenhum deles possui um valor único determinístico (FRANCO, 2007; MEDINA e MOTTA, 2015). Em uma análise determinística de uma seção de pavimento, os parâmetros utilizados para previsão dos principais danos ao pavimento são obtidos através da média, e, portanto, apresentam uma confiabilidade de 50%. Entretanto, alguns projetos, como rodovias com grande volume de tráfego, requerem uma confiabilidade maior na previsão de danos (FRANCO, 2007). Define-se confiabilidade como a probabilidade de uma estrutura desempenhar satisfatoriamente a sua função durante a vida útil estabelecida. A estimativa da distribuição de valores de uma função de variáveis aleatórias de distribuições conhecidas é essencial para a determinação da confiabilidade no dimensionamento de pavimentos (MEDINA e MOTTA, 2015). Para a análise de confiabilidade, FRANCO (2000) utilizou em seu programa PAVE2000 o método Rosenblueth de previsão da confiabilidade. Utilizando este sistema nas várias combinações possíveis de variáveis independentes (tráfego, clima, espessuras e características dos materiais), mostrou-se que as variáveis de maior impacto sobre o dimensionamento final são: espessuras das camadas de revestimento e base, módulo dinâmico 23 do revestimento, frequência do carregamento, módulos de resiliência da camada de base e do subleito, coeficiente de Poisson da camada de base, volume de tráfego e pressão dos pneus. 2.1.2.7. Roteiro básico para dimensionamento A seguir é apresentado um roteiro simplificado elaborado por MEDINA e MOTTA (2015) para o dimensionamento mecanístico-empírico de pavimentos. 1) “Definir o número N de projeto considerando as informações do tráfego previsto (volume médio diário, taxa de crescimento, pesos por eixo, etc.) 2) Ensaiar os materiais disponíveis na região e no subleito para se obter os módulos de resiliência e as leis de deformação permanente, considerando as variações de umidade que possam ocorrer. 3) Definir um valor de módulo de resiliência para a mistura asfáltica a ser utilizada no revestimento em função da temperatura média esperadapara o local da obra ao longo do ano. Dosar a mistura para satisfazer esta condição na obra é essencial para que o projeto tenha sucesso. 4) Adotar uma estrutura inicial, definindo as espessuras e tentativas de cada camada, com os materiais disponíveis. 5) Calcular o estado de tensões e deformações atuantes na estrutura carregada com o eixo-padrão. Em geral, os parâmetros de verificação críticos são: a deflexão prevista na superfície, a deformação de tração no revestimento (ou a tensão de tração ou a diferença de tensões) e a tensão ou deformação de compressão vertical no subleito. Escolher o programa de cálculo de tensões de acordo com os resultados dos ensaios dinâmicos dos materiais (elástico linear ou não). 6) Comparar os valores calculados de deformações e tensões com os critérios de ruptura estabelecidos em função do número N de projeto (curvas de fadiga, deflexão admissível e tensão ou deformação de compressão admissível no subleito) que definem a vida útil do pavimento dimensionado. 7) Verificar o afundamento de trilha de roda, previsto para o número N de projeto, considerando-se a contribuição de todas as camadas e comparar com os valores admissíveis. Este é mais um critério de vida útil, verificado após os demais. 24 8) Se os critérios previstos em 6 e 7 forem atendidos, considera-se o pavimento dimensionado. Caso algum dos critérios não for atendido, deve-se alterar as espessuras e refazer os cálculos de tensões e deformações e a comparação com os limites exigidos para o nível de tráfego de projeto”. 2.2 Modelos de desempenho de pavimentos asfálticos 2.2.1. Deformação limite no topo do subleito A avaliação da deformação permanente em estruturas de pavimentos é comumente realizada indiretamente por meio das tensões verticais e deformações resilientes causadas pela aplicação de cargas e que ocorrem no topo do subleito. A obtenção de dados para o desenvolvimento de modelos de deformação permanente é dificultada pelo tempo elevado necessário para a realização desses ensaios e o número de variáveis que precisam ser avaliadas (FRANCO, 2007). A limitação da tensão vertical que atua no topo do subleito é um dos critérios utilizados atualmente para o projeto de pavimentos, uma vez que se supõe sempre que o subleito é a camada de menor resistência ao cisalhamento, visto ser o material local e, portanto, o mais sensível a deformações plásticas (MOTTA, 1991). O modelo escolhido por FRANCO (2007) para compor o seu programa SisPav para estimar a tensão vertical admissível no topo do subleito foi proposto por MOTTA (1991), representado pela expressão 2.7, que foi baseada nos trabalhos de Heukelom e Klomp de 1962 (FONSECA, 2013). 𝜎𝑎𝑑𝑚 = 0,006.𝑀𝑅 1+0,7.𝑙𝑜𝑔𝑁 (2.7) Onde: 𝜎𝑎𝑑𝑚 é a tensão vertical admissível no topo do subleito, em kgf/cm² MR é o módulo de resiliência do subleito, em kgf/cm² N é o número de aplicações de carga. No entanto, sabe-se que este modelo não representa bem a situação de solos tropicais e outros critérios estão em desenvolvimento. 25 2.2.2. Deformação permanente A limitação da deformação permanente total é um dos principais aspectos no dimensionamento de pavimentos asfálticos. Nas pistas, mede-se o afundamento ou flecha na trilha de rodas com uma treliça de alumínio de 1,20 m de base, que tem uma régua vertical corrediça no centro. Esta se apoia no ponto mais fundo da trilha para medir o afundamento, como mostrado na Figura 2.6 (MEDINA e MOTTA, 2015). Figura 2.6: Treliça para medir os afundamentos de trilha de roda (MEDINA e MOTTA, 2015) Embora a medição do afundamento de trilha de rodas no campo seja simples, a sua previsão é bastante complexa. O problema envolve a avaliação do impacto das condições ambientais e do cálculo das tensões apropriadas durante toda a vida de serviço do pavimento, além da caracterização dos materiais (FRANCO, 2007). Os modelos de previsão de deformações permanentes dos materiais de pavimentação têm sido desenvolvidos a partir de dados obtidos em laboratório, por meio de ensaios triaxiais de cargas repetidas. Os corpos de prova não são previamente condicionados, visto que as deformações permanentes iniciais não devem ser desconsideradas. As amostras dos materiais devem ser preparadas para as condições que serão submetidas em campo (temperatura, estado de tensões, umidade, etc.) (FRANCO, 2007). O modelo mais comum para a previsão da deformação permanente foi desenvolvido por Monismith, Ogawa e Freeme (1975), na Universidade da Califórnia, Berkeley, e é conhecido como modelo de Monismith. O efeito cumulativo das deformações permanentes se exprime por uma relação dada por (MEDINA e MOTTA, 2015): 𝜀𝑃 = 𝐴𝑁 𝐵 (2.8) 26 Onde: 𝜀𝑃 é a deformação específica plástica, N é o número de repetições de carga e A e B são parâmetros experimentais. Para fins ilustrativos, apresentam-se nas Tabela 2.5 e Tabela 2.6 os resultados obtidos por SANTOS (1998) em diversas amostras de solos granulares lateríticos, e por ESPINOSA (1987) para duas granulometrias de brita gnáissica, respectivamente. Tabela 2.5: Variação da deformação específica permanente com o número de aplicações de carga em materiais granulares de seis trechos de rodovias de Mato Grosso (SANTOS, 1998). 27 Tabela 2.6: Parâmetros do modelo de Monismith para duas granulometrias de uma brita gnáissica (ESPINOSA, 1987). Porém, os parâmetros A e B, além de dependerem da natureza do material ensaiado e da condição do ensaio, dependem também do número de ciclos (N) utilizado para ajustar a reta dos mínimos quadrados. Devido a esta dependência, GUIMARÃES (2001) comenta que o modelo de Monismith pode estimar uma deformação permanente superior às observadas em campo, e propõe uma extensão ao modelo que consiste basicamente em se limitar o uso da equação 2.8, até um número de ciclos correspondente ao ciclo de shakedown (acomodamento), NSD, ou seja, usar a equação enquanto existir uma taxa de acréscimo não nula da deformação permanente total. A partir dai a deformação permanente pode ser aproximada por uma reta de declividade muito pequena ou nula (FRANCO, 2007; MEDINA e MOTTA, 2015). A deformação passaria a ser dada pela função representada pelas equações (2.9) e (2.10): 𝜀𝑝 = 𝐴.𝑁 𝐵 se N ≤ NSD (2.9) 𝜀𝑝 = 𝐶.𝑁 + 𝐷 se N ≥ NSD (2.10) UZAN (1985) propôs um modelo que relaciona o acúmulo de deformação permanente, 𝜀𝑃, à deformação resiliente atuante: 𝜀𝑝 (𝑁) 𝜀𝑟 = 𝜇𝑁−𝛼 (2.11) Onde: 𝜀𝑃 é a deformação permanente para N repetições de carga, 𝜀𝑟 é a deformação resiliente, admitida independente de N; µ = ab/𝜀𝑟 , α = 1-b, correspondendo α e b aos parâmetros A e B da equação 2.9. Os parâmetros α e µ seriam pouco influenciados pelo 28 número de aplicações N da carga, mas o µ é bastante sensível às tensões confinantes e, ainda, à umidade de moldagem acima da ótima. CARDOSO (1987) mostra os intervalos prováveis de variação dos valores de α e µ para materiais típicos pesquisados em várias referências, representados resumidamente na Tabela 2.7 em MEDINA e MOTTA (2015). Tabela 2.7: Valores prováveis para α e µ, segundo CARDOSO (1987). Com o avanço da pesquisa dos fatores que influenciam o comportamento dos materiais à deformação permanente, modelos de previsão cada vez mais complexos estão sendo desenvolvidos pelos pesquisadores na tentativa de simular, a partir de ensaios de laboratório, o comportamento no campo do afundamento de trilha de roda (FRANCO, 2007). GUIMARÃES (2009) desenvolveu um método para a previsão de deformação permanente em solos tropicais e outros materiais constituintes de pavimentos. Uma mesma amostra foi submetida a distintos estados de tensões, compatível com o universo de tensões de trabalhono campo, para todas as estruturas do pavimento. A modelagem da deformação permanente é feita pela equação 2: 𝜀𝑝(%) = 𝜔1( 𝜎3 𝜌0 )𝜔2 ( 𝜎𝑑 𝜌0 )𝜔3𝑁𝜔4 (2.12) Onde: 𝜀𝑝(%): deformação permanente 𝜔1, 𝜔2, 𝜔3: parâmetros de regressão 𝜎3: tensão confinante em MPa 𝜎𝑑: tensão desvio em MPa 𝜌0: tensão de referência, considerada com a pressão atmosférica igual a 0,1 MPa N: número de ciclo de aplicação de carga Na Tabela 2.8 são apresentados resultados deste modelo para diversos materiais ensaiados por GUIMARÃES (2009). Este modelo de previsão de deformação permanente 29 apresenta-se mais adequado ao dimensionamento mecanístico-empírico do que o modelo de Monismith, por levar em consideração o estado de tensões. Tabela 2.8: Parâmetros do modelo de previsão de deformação permanente obtidos para os materiais estudados por GUIMARÃES (2009). Quando FRANCO (2007) desenvolveu o SisPav o modelo de deformação permanente escolhido por ele foi o proposto por UZAN (1985). Posteriormente, o programa foi revisto para acrescentar os modelos de deformação permanente proposto por GUIMARÃES (2009). 2.2.3. Deflexão admissível na superfície do pavimento A deflexão recuperável máxima é um indicativo do comportamento global da estrutura, e é afetada por todas as camadas constituintes do pavimento. A deflexão representativa de uma determinada seção de pavimento é considerada como o principal fator a afetar a espessura de reforço necessária em diversos métodos de dimensionamento de reforço, como nos métodos PRO 10/79, PRO 11/79 e PRO 269/94 (FRANCO, 2007). A deflexão máxima admissível na superfície do pavimento é um fator que pode representar um controle da resistência à fadiga. PREUSSLER (1983) propôs expressões para estimar a vida de fadiga baseada na deflexão recuperável da estrutura do pavimento devida a 1 Laterita Acre Pedregulho 0,105 0,839 -0,014 0,041 0,939 2 Brita Graduada Chapecó Pedregulho 0,079 -598 1243 81 951 3 Cascalho Corumbaíba Pedregulho 180 -212 840 443 898 4 Laterita de Porto Velho Pedregulho 180 -212 840 443 898 5 Argila de Ribeirão Preto LG' 206 240 1340 38 986 6 Areia Argilosa de ES LG' 643 93 1579 55 909 7 Solo Papucaia NS'/NA' 244 419 1309 69 946 8 Areia Fina de Campo Azul/MG NA 50 -1579 1875 64 868 9 Tabatinga Acre NG' Item Classificação Não recomendado R²Material % = ( ) ( ) 30 um carregamento conhecido e que faz parte do método de projeto de reforço de pavimentos do DNER – PRO 269/94. O autor citado dividiu o modelo em duas expressões, 2.13 e 2.14, a fim de tornar o tratamento estatístico mais apurado: uma expressão para revestimentos com espessura inferior a 10 cm, e outra para pavimentos com espessura superior a 10 cm (FRANCO, 2007). 𝑙𝑜𝑔 (𝐷) = 3,148 − 0,188. 𝑙𝑜𝑔(𝑁𝑓) para h < 10 cm (2.13) 𝑙𝑜𝑔 (𝐷) = 3,479 − 0,289. 𝑙𝑜𝑔(𝑁𝑓) para h > 10 cm (2.14) Onde: D é a deflexão máxima total admissível (0,01 mm); e Nf é o número de repetições de carga 2.2.4. Fadiga dos materiais asfálticos e cimentados Define-se fadiga como um processo de alterações progressivas estruturais, localizadas e permanentes, que ocorre em um material sujeito a condições que produzam deformações e tensões (com amplitude inferior à tensão de ruptura do material), repetidas ou oscilantes em determinado ponto ou pontos, e que possa culminar em trincas ou completa ruptura após um determinado número de repetições (FRANCO, 2007). Nos pavimentos, a repetição da aplicação de cargas, oriundas da passagem dos veículos, provoca a fadiga nos materiais asfálticos e cimentados, gerando trincas que, geralmente, iniciam-se na parte inferior do pavimento que se propagam até a superfície, permitindo a passagem de água da superfície para a estrutura do pavimento. A ação da água enfraquece o desempenho da estrutura, consistindo em um dos principais processos de ruptura dos pavimentos (FRANCO, 2007; MEDINA e MOTTA, 2015). A caracterização dos materiais em relação à fadiga é feita por ensaios de carga repetida que pode ser de flexão, ou de compressão diametral. Nestes ensaios, submete-se uma amostra do material a aplicação de carga repetida até a ruptura, que pode ser definida por diversos critérios. No Brasil, o ensaio de compressão diametral é o mais realizado devido à sua maior facilidade de execução. 31 Figura 2.7: Ensaio de fadiga em misturas asfálticas (a) à compressão diametral (b) à flexão No ensaio de compressão diametral, as cargas solicitantes devem induzir tensões normais no plano vertical diametral de 10 a 50% da tensão da ruptura estática. O ensaio pode ser realizado tanto a tensão controlada (TC), quanto à deformação controlada (DC). A solicitação a tensão controlada é a que ocorre em pavimentos de revestimento asfáltico muito mais rígido do que a camada de base e que, ao resistirem às cargas, determinam a magnitude das deformações. A solicitação à deformação controlada corresponde melhor a pavimentos de revestimento asfáltico delgado e fraco em relação à base (MEDINA e MOTTA, 2015). Na Figura 2.8 estão esquematizados os gráficos de variação da tensão, 𝜎 e da deformação, 𝜀, nos ensaios TC, DC e intermediário segundo reproduzido de PINTO (1991), em MEDINA e MOTTA (2015). 32 Figura 2.8: Representação esquemática dos modos de comportamento dos revestimentos asfálticos ao carregamento repetido (PINTO, 1991) Para os materiais asfálticos, a fim de melhor representar o comportamento da fadiga e buscando identificar uma lei geral, várias instituições, como a COPPE/UFRJ, Shell Oil e a AASHTO, vêm desenvolvendo modelos de fadiga baseados na deformação inicial de tração e no módulo ou rigidez da mistura. Os modelos apresentam a forma dada na equação 2.15 (FRANCO, 2007). 𝑁𝑓 = 𝑘1. 𝜀 𝑛1 . 𝑆𝑚𝑖𝑥 𝑛2 (2.15) Onde: 𝑁𝑓 é o número de aplicações de carga até a ruptura 𝜀 é a deformação máxima inicial de tração Smix é o módulo de resiliência ou rigidez da mistura; e K1, n1 e n2 são constantes de regressão. 33 FRANCO (2007) utilizou em seu programa SisPav um modelo de previsão de fadiga para misturas asfálticas obtido por meio de um banco de dados de ensaios de fadiga realizados à compressão diametral, com carga repetida, à tensão controlada, no laboratório de pavimentação da COPPE/UFRJ. Com base neste banco de dados foram obtidos modelos para misturas asfálticas com ligantes tradicionais, ligantes com polímeros e asfalto borracha, entretanto, para o programa SisPav, considerou-se apenas o modelo para ligante tradicional. O modelo está expresso na equação 2.16. 𝑁𝑙𝑎𝑏 = 1,904. 10 −6. ( 1 𝜀𝑡 ) 2,821 . ( 1 𝑀𝑅 ) 0,74 (2.16) Onde: Nlab é a vida de fadiga em laboratório 𝜀𝑡 é a deformação específica de tração MR é o módulo de resiliência da mistura asfáltica, em MPa. Para misturas de solo cimento, os modelos de estimativa de vida de fadiga utilizados por FRANCO (2009) possuem a mesma estrutura matemática apresentada por CERATTI (1991), que obteve curvas de fadiga para seis misturas diferentes de solo cimento ensaiadas com modo de carregamento à flexão conforme as equações apresentadas a seguir: %𝑅𝐹 = 𝑎 + 𝑏. (𝐿𝑜𝑔(𝑁𝑓)) (2.17) 𝜀𝑡 = 𝑎 + 𝑏. (𝐿𝑜𝑔(𝑁𝑓)) (2.18) Onde: %RF é a relação entre a tensão aplicada no ensaio e a resistência à tração na flexão do material 𝜀𝑡 é a deformação inicial de tração imposta ao material a e b são parâmetros experimentais Para misturas de concreto compactado a rolo (CCR) e brita graduada tratada com cimento (BGTC) são utilizados os modelos de fadiga obtidos por TRICHÊS (1994), que apresentou um método de dimensionamento de pavimentos semirrígidos para estruturas que contemplam camadas em CCR, conforme descritos nas expressões apresentadas a seguir (FONSECA,
Compartilhar