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Luto
e profissionais
da saúde
Catalogação na publicação
Fernanda Emanoéla Nogueira – CRB 9ª/1607
Biblioteca de Ciências Humanas – UFPR
Luto e profissionais da saúde [recurso eletrônico]. / Camila Aparecida Marques,
Manuela Busato, Natália Domingos Rodrigues; orientação e coordenação
Joanneliese de Lucas Freitas, Luciano Imar Palheta Trindade. – Curitiba :
Laboratório de Psicopatologia Fundamental UFPR, 2020.
Disponível em : https://plataformaintegrada.mec.gov.br/recurso?id=357543&name=Cartilha%20-
%20Luto%20e%20profissionais%20de%20sa%C3%BAde
1. Terapia do luto. 2. Luto – Aspectos psicológicos. 3. Morte – Aspectos
psicológicos. 4. Pessoal da área médica. 5. Atitude frente à morte. I. Marques,
Camila Aparecida. II. Busato, Manuela. III. Rodrigues, Natália Domingos. IV.
Freitas, Joanneliese de Lucas. VI. Trindade, Luciano Imar Palheta. VII. Título.
CDD – 155.937
Autoria e elaboração
Camila Aparecida Marques
Manuela Busato
Natália Domingos Rodrigues
Orientação e coordenação
Profª. Drª. Joanneliese de Lucas Freitas
Luciano Imar Palheta Trindade
Assessoria editorial
Amanda Marchioro Muniz
Ms. Aneliana da Silva Prado
Revisão técnica
Henrique Shody Hono Batista
Profª. Drª. Ursula Bueno do Prado Guirro
Revisão ortográfica
Profª. Drª. Vera Aparecida de Lucas Freitas
Diagramação
Prof. Diego Windmöller
Raíssa Kazue Shoya
Ilustração
Guilherme Rodrigues
Dante Pereira
Maria Luisa Moreira
Halyda Karras
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM PSICOLOGIA LABORATÓRIO DE PSICOPATOLOGIA 
FUNDAMENTAL UFPR
A presente cartilha tem o intuito de auxiliar 
no processo de conscientização e orientação 
dos profissionais da saúde, em seus diferentes 
contextos, acerca do processo de morte e a 
perda de seus pacientes.
Apresentação
O Luto...........................................................................................................................................6
O luto no contexto de atuação da saúde.................................................................................8
O impacto da morte na prática profissional............................................................................9
Relatos.........................................................................................................................................10
A importância da formação profissional................................................................................12
Preparo profissional..................................................................................................................14
Lidando com a morte do paciente..........................................................................................17 
A perda de colegas....................................................................................................................19
Auxílio...........................................................................................................................................21
Considerações finais.................................................................................................................25
Referências..................................................................................................................................27
Sumário
6
O luto pode ser compreendido como o processo 
pelo qual se passa ao vivenciar uma perda. É uma 
reação natural e humana, à qual todas as pessoas 
estão suscetíveis. Tal perda implica não somente 
a morte do corpo, mas também a interrupção das 
experiências que poderiam ter sido vividas com 
a pessoa falecida. Como, por exemplo, não se 
reconhecer mais no olhar da pessoa ou não mais 
poder desfrutar de uma conversa com ela.
O luto
7
O luto é um processo que envolve e impacta 
diferentes e variadas esferas de nossa vida, desde 
cultura e crenças até o bem-estar físico e a nossa 
rotina. Portanto, não é somente natural, como 
também esperado que o processo de perda, por 
diferentes maneiras, impacte a vida das pessoas que 
mantinham um vínculo com aquela que morreu.
8
Profissionais da saúde deparam com a morte 
cotidianamente em suas práticas, mas nem todos 
podem estar aptos para enfrentar as questões 
envolvidas nos processos decorrentes desse 
fenômeno. Dessa forma, muitos profissionais 
assumem condutas de negação da morte, 
evitando o contato com suas próprias emoções. A 
negação de um fato tão presente em suas rotinas 
acaba dificultando lidar com a perda.
O luto no contexto de atuação da saúde
9
Grande parte dos trabalhadores da área, 
principalmente os que estão inseridos em hospitais, 
atuam em um contexto em que o binômio vida/
morte apresenta um impacto significativo em suas 
práticas. A morte muitas vezes é vista como uma 
falha profissional, e recai sobre eles não somente a 
frustração pela perda do paciente, mas também os 
questionamentos da família.
O impacto da morte na prática 
profissional
10
“Primeiro, cada dia que passa é pior. Cada dia a gente sofre 
mais. Cada dia, por mais tempo que você esteja aqui dentro, 
cada dia é pior enfrentar essa situação.”
 “Ah, eu não consigo definir o que eu senti. É mais do que 
um desapontamento, é mais que uma frustração, é difícil 
definir, eu não consigo definir. É um sentimento muito ruim, é 
uma derrota, é uma coisa muito triste mesmo, não tem uma 
palavra para isso.”
Relatos*
11
“Só quero falar uma coisa: aqui tem muita morte. Você sabe 
que tem dia que eu vou embora para casa eu falo: hoje tem 
um paciente ruim eu sei que ele vai morrer, eu vou embora 
rezando, pedindo para Deus para que ele (paciente) não vá 
comigo. Não no meu dia, no meu horário de trabalho. Eu fico 
com uma sensação de medo sabe. Então eu vou embora e fica 
assim já saio pedindo para Deus já que tem que ir que vá no 
horário que não estou trabalhando.”
*Os relatos foram retirados de Costa & Lima (2005), sendo preservada a identidade dos entrevistados.
12
As consequências da falta de um amparo adequado 
e de discussões sobre o tema com os trabalhadores 
da saúde acabam trazendo prejuízos para a saúde 
mental, qualidade de vida e bem-estar destes. 
Porém, o despreparo em relação às decorrências da 
morte não acontece apenas nos locais em que esses 
profissionais trabalham. 
A importância da formação profissional
13
Os relatos de enfermeiros, médicos, técnicos de 
enfermagem e outros profissionais expõem que 
em suas formações acadêmicas as discussões 
são bastante precárias em relação ao assunto, o 
foco é sempre a promoção da vida/saúde. Dessa 
forma, é necessário que ocorram mudanças nessa 
perspectiva de ensino, pois lidar com a morte é 
tão natural quanto lidar com a vida na realidade 
em que esses trabalhadores estão inseridos.
14
A formação acadêmica em saúde tende a 
privilegiar um modelo biomédico, muitas vezes 
deixando de lado aspectos mais humanos e 
menos técnicos da profissão. Isso faz com que os 
estudantes e futuros profissionais tenham pouco 
preparo para lidar com o sofrimento do luto e da 
morte, que não se restringe à perda dos sinais 
vitais. Desta forma, a principal causa para esse 
despreparo parece relacionar-se com a educação 
e formação que evita falar da morte para além de 
um sentido biológico.
Preparo profissional
15
O melhor preparo profissional não somente 
implica melhor manejo emocional para o 
próprio profissional da saúde, mas também um 
apoio mais capacitado à família e amigos do 
doente ou falecido. Isto permite um sentimento 
de amparo em momentos de dor, além de 
proporcionar maior validação de sentimentos. 
A desmistificação do tema da morte e do luto 
auxilia os profissionais a conviverem melhor 
com pacientes que estão na terminalidade 
da vida, permitindo uma maior aceitação dos 
limites da intervenção.
16
Por isso, é importante que profissionais e 
gestores desenvolvam projetos em seus locais de 
trabalho que possam tematizar as questões sobre 
morte e luto (como rodas de conversa mediadas 
por profissionais da saúde mental, educação 
continuada sobre morte e cuidados paliativos,serviços de apoio especializados, entre outros).
17
Lidando com a morte do paciente
Para conseguir lidar com a morte de um paciente 
primeiro se faz necessário não tratar a morte 
como um tabu, mas entender que ela ocorre e 
faz parte do viver. A partir do momento em que 
é reconhecida e nomeada, abre-se um caminho 
para trabalhar o luto.
18
É preciso compreender e respeitar o fato de 
que a vivência do luto se dá de diferentes 
formas, conforme cada pessoa. Permitir-se viver 
os sentimentos que emergem em tal processo 
é importante e não é sinal de fraqueza ou 
fracasso, é parte de ser humano. Para auxiliar 
na ressignificação do luto é recomendado 
recorrer ao apoio de amigos, familiares e 
profissionais da rede de saúde mental.
19
É importante lembrar que o luto não acontece 
apenas pela morte de um paciente, mas também 
diante da perda de colegas de trabalho. Os 
profissionais de saúde estão em um ambiente 
com exposição à contaminação e diversos outros 
riscos à sua própria saúde - situação que se 
agrava em momentos de crises, emergências e 
calamidades públicas.
A perda de colegas
20
Vivenciar a perda de um colega nessas 
condições pode ser muito difícil de suportar 
e pode despertar sentimentos de tristeza, 
medo e ansiedade na relação com o trabalho. 
Quando isso acontece, é importante buscar 
suporte na rede de apoio.
21
Caso haja necessidade de auxílio, além de buscar 
a rede de apoio pessoal (família, amigos e 
colegas de trabalho), há também a possibilidade 
de procurar serviços ou profissionais de saúde 
mental. Abaixo seguem algumas indicações de 
assistência:
CAPS (Centro de Atenção Psicossocial) de sua 
região. Para mais informações acesse: 
http://cidadao.saude.al.gov.br/unidades/caps/
Auxílio
22
UBS (Unidade Básica de Saúde) ou NASF (Núcleo 
de Apoio à Saúde da Família) da sua região. Para 
mais informações acesse o site de sua prefeitura.
Local de trabalho: possibilidade de assistência 
psicológica oferecida no local de trabalho. 
Verifique se possui essa alternativa.
23
CVV (Centro de Valorização da Vida): realiza 
apoio emocional e prevenção do suicídio, 
atendendo voluntária e gratuitamente todas as 
pessoas que querem conversar, sob total sigilo 
por telefone, email e chat 24 horas todos os dias. 
Contato telefônico: 188; 
site: https://www.cvv.org.br/ 
(atendimento via chat e e-mail)
24
Cursos de graduação em Psicologia de 
universidades públicas e privadas possuem 
clínicas-escolas para o atendimento social da 
população. Para conhecer as Instituições de 
Ensino Superior credenciadas pelo MEC em 
sua região acesse: 
http://emec.mec.gov.br/
Psicoterapia individual: possibilidade de 
entrar em contato com profissionais de saúde 
mental para atendimento individual. Algumas 
clínicas-escolas disponibilizam contato de 
profissionais da área.
25
A morte e o luto são fenômenos naturais com 
os quais os profissionais da saúde se deparam 
frequentemente. Por outro lado, são temas 
pouco abordados na formação destes mesmos 
profissionais. Apesar das dificuldades que emergem 
a partir do processo de luto, é primordial refletir 
sobre essa questão, assim como conversar sobre 
isso com outros colegas e buscar assistência com 
profissionais da saúde mental, pois dar voz aos 
sentimentos que vem à tona diante da morte de um 
paciente e de um colega é um dos primeiros passos 
a serem dados em direção à ressignificação do luto.
Considerações finais
26
Por fim, é relevante ressaltar que cada pessoa 
tem seu modo de lidar com a morte e tem 
seu tempo, de modo que cada qual vivencia 
o luto à sua maneira, não havendo, portanto, 
um único processo ou modelo a ser seguido. 
Nesse sentido, é importante lembrar que os 
profissionais de saúde também são humanos, 
com seus limites e imperfeições ao lidar com 
a morte, de modo que o (auto)respeito e a 
reflexão são essenciais para que se encontrem 
outras possibilidades de enfrentamento.
27
Costa, J. C., & Lima, R. A. G. (2005). Luto da equipe: 
revelações dos profissionais de enfermagem sobre o 
cuidado à criança/adolescente no processo de morte 
e morrer. Revista Latino-Americana de Enfermagem, 
13(2), 151-157.
Hayasida, N. M. A., Assayag, R. H., Figueira, I., & 
Matos, M.G. (2014). Morte e luto: competência 
dos profissionais. Revista Brasileira de Terapias 
Cognitivas, 10(2), 112-121. 
Kovács, M. J. (2005). Educação para a Morte. Psicolo-
gia: Ciência e Profissão, 25(3), 484-497. 
Kovács, M. J. (2010). Sofrimento da equipe de saúde 
no contexto hospitalar: cuidando do cuidador profis-
sional. O mundo da saúde, 34(4), 420-429. 
Referências
Magalhães, V. M., & Melo, S. C. A. (2015). Morte 
e Luto: O sofrimento do profissional da Saúde. 
Psicologia e Saúde em Debate, 1(1), 65- 77. 
Mocelin, D., Moschen, A., Mahl, A. V., & Oliveira, L. A. 
(2014). Processos Psicológicos dos Profissionais da 
Saúde Perante a Morte de um Paciente. Vittalle: Re-
vista de Ciências da Saúde, 26(1), 11-20. 
Santos, J. L., Corral-Mulato, S. & Bueno, S. M. V. 
(2014). Morte e Luto: a importância da educação para 
o profissional de saúde. Arq. Ciênc. Saúde UNIPAR, 
18(3), 199-203. 
28

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