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GUIA LUTO NA FAMILIA

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Luto na Família
Guia sobre as repercussões da perda 
e possibilidades de cuidados
Aimê Parente de Sousa | Gabriela da Silva Oliveira
Gustavo Alberto Pereira Moura | Jorge Luís Maia Morais
Maria Juliana Vieira Lima | Pedro Henrique Alves da Silva
GRATUITA
Esta publicação 
não pode ser 
comercializada
FUNDAÇÃO DEMÓCRITO ROCHA (FDR)
Luciana Dummar
Presidente
André Avelino de Azevedo
Diretor Administrativo-Financeiro
Marcos Tardin
Gerente Geral
UNIVERSIDADE ABERTA 
DO NORDESTE (UANE)
Viviane Pereira
Gerente Pedagógica
Marisa Ferreira
Coordenadora de Cursos 
e Secretária Escolar
Joel Bruno
Designer Educacional
Isabela Marques
Desenvolvedora Front-End
EDIÇÕES DEMÓCRITO ROCHA (FDR)
Raymundo Netto
Gerente Editorial e de Projetos
CANAL FDR
Chico Marinho
Gerente do Canal FDR
Ronald Almeida
Gerente Técnico e Operacional
Geraldo Felismino e Sidney Moreira
Operadores de Controle-Mestre
Isabel Vale
Editora de Mídias 
MARKETING & DESIGN
Andrea Araujo
Gerente de Marketing & Design
Miqueias Mesquita e Welton Travassos
Designers
Fábio Braga
Analista de Marketing
Kamilla Damasceno
Estagiária de Design
Estephane Castro
Jovem Aprendiz
PROJETOS
Aurelino Freitas e Fabrícia Góis
Analistas de Projetos
Vinícius Catanho
Estagiário Mídias Sociais
COORDENADORIA DE 
OPERAÇÕES E PROJETOS
Luana Braga
Estagiária
FINANCEIRO
Lecinda Mesquita
Analista Financeira
Narcez Bessa
Analista de Contas
Copyright @ 2021 dos autores
Este guia foi desenvolvido por membros integrantes do Centro de Orientação sobre a Morte e O Ser (Cosmos), 
núcleo vinculado ao Departamento de Psicologia da Universidade Federal do Ceará (UFC) e coordenado pelo 
prof. Dr. Gustavo Alberto Pereira Moura. O Cosmos tem como objeto de estudos a Tanatologia, perdas e lutos, 
promovendo ações de ensino e extensão. Contato: @cosmos.ufc (Instagram) / cosmos.ufc@gmail.com
Luto na Família
Guia sobre as repercussões da perda 
e possibilidades de cuidados
Aimê Parente de Sousa | Gabriela da Silva Oliveira
Gustavo Alberto Pereira Moura | Jorge Luís Maia Morais
Maria Juliana Vieira Lima | Pedro Henrique Alves da Silva
FORTALEZA, 2021
1 Por que é importante discutirmos 
sobre o luto na família? ...................................... 5
2 Mas, afinal o que é o luto? ................................... 8
3 Quais as reações esperadas no enlutamento? ... 10
4 Quais são os fatores complicadores no luto? . 14
5 O luto na família .................................................... 19
6 Fatores que influenciam o luto na família: 
a que devemos estar atentos? ............................ 23
7 Rede de suporte e outros 
recursos de enfrentamento ................................. 27
8 O que dizer para alguém enlutado? .................. 31
9 A importância dos rituais de despedida ......... 36
10 Sugestões de rituais às famílias ........................ 39
11 Considerações finais ............................................. 50
Sumário
1
Por que é importante
discutirmos sobre 
o luto na família? 
Olá, como você está? 
Somos do COSMOS, Centro de Orientação 
Sobre a Morte e O Ser, núcleo vinculado ao 
Departamento de Psicologia da Universi-
dade Federal do Ceará. Nós trabalhamos 
com temas relacionados à morte e ao luto.
Compreendendo que o atual contexto de 
pandemia tem gerado muitas perdas 
para todos nós e que elas podem ser vi-
vidas como um momento de muito so-
frimento, queremos conversar com você 
um pouco sobre isso.
Com esse guia, buscamos oferecer orienta-
ções sobre o luto, abordando os fatores que 
podem favorecer ou dificultar a construção 
de significado para a perda, e apresentar 
possíveis estratégias que possam auxi-
liar no enfrentamento coletivo dessa dor, 
possibilitando o cuidado compartilhado.
6
Sabemos que a morte de um membro da 
família afeta a todos os demais de diferen-
tes formas, gerando, em alguns casos, difi-
culdades no enfrentamento do luto ou so-
brecarrega com as mudanças decorrentes 
do falecimento de uma pessoa amada.
Esperamos que esse guia sirva de apoio e 
possa contribuir para você e sua família!
7
2
Mas, afinal, 
o que é o luto?
O luto é o conjunto de reações decorrente 
de uma perda significativa, mais frequen-
temente de um ente querido. 
Sabemos que a experiência de perda de-
manda um processo, maior ou menor, de 
reorganização interna, até podermos con-
viver bem com a nova situação, construindo 
outros significados para nossa vida e 
aprendendo a viver nessa nova realidade. 
A esse processo chamamos de luto. 
O luto é uma experiência 
natural, decorrente do 
rompimento de um vín-
culo, que pode ocorrer ao 
longo da existência e afe-
tar diferentes áreas da 
vida do sujeito, indepen-
dentemente da cultura, 
gênero e faixa etária.
9
3
Quais as reações 
esperadas no 
enlutamento?
Você sabia que o luto é um processo sin-
gular? Sim, pois cada sujeito expressa 
e vivencia a perda de forma individual, 
não existindo uma maneira correta de vi-
venciar essa experiência.
Nesse momento, algumas sensações po-
dem ocorrer, como desamparo, pesar, 
raiva e desproteção, demonstrando a im-
portância de existir uma rede de apoio 
que ofereça amparo e cuidado ao enluta-
do(a) quando ele(a) precisar.
Além dessas sensa-
ções, também é pos-
sível que ocorra uma 
infinidade de rea-
ções, estando algu-
mas dessas listadas 
a seguir. 
11
Veja se você se identifica com alguma 
dessas sensações?
• Emocionais: tristeza; angústia; ansie-
dade; raiva; falta de prazer; culpa; sen-
sação de desamparo; medo; desespero; 
saudade; mudanças repentinas de hu-
mor; sensação de não-pertencimento;
• Comportamentais: paralisação; lenti-
dão ou agitação motora; choro; isola-
mento social; cansaço; irritabilidade; 
mudanças no apetite; procura pela pes-
soa perdida ou objetos dela; alterações 
no sono ou dificuldade para dormir;
• Cognitivas: dificuldade de concentração; 
lentidão do pensamento; sensação de 
que a perda não é real ou não aconteceu;
• Sociais: solidão; dificuldades financei-
ras (especialmente quando a pessoa 
perdida era responsável por grande 
parte da renda familiar);
12
Todas essas reações são normais e não 
necessariamente acontecerão ao mesmo 
tempo, mas caso você sinta algumas de-
las, saiba que não precisa impedir ou blo-
quear que sejam vividas, mas, sim, aco-
lhê-las. Porque o luto é algo que precisa 
ser vivido para que possa, pouco a pouco, 
ser elaborado. 
Vamos falar mais sobre isso.
13
4
Quais são os fatores 
complicadores 
no luto?
Compreendemos que toda perda signi-
ficativa é dolorosa! Mas você sabia que 
algumas situações podem agravar essa 
dor e tornar a adaptação a essas novas 
condições de vida mais desafiadoras? 
Sabe quando isso pode ocorrer? Confira 
e reflita:
15
• Quando a pessoa vive mais de uma perda 
relevante em pouco tempo ou a dor atual 
reabre antigas feridas de perda que nun-
ca foram realmente cicatrizadas;
• Quando a morte foi inesperada ou ocor-
reu de forma violenta ou dolorosa;
• Quando o ente querido era jovem e es-
perava-se que ainda tivesse uma vida 
longa pela frente;
• Quando ainda havia desavenças ou ques-
tões não resolvidas com a pessoa faleci-
da, podendo gerar sentimento de culpa;
• Quando havia um vínculo de dependência 
emocional com a pessoa que morreu;
• Quando não houve a oportunidade de 
acompanhar os últimos momentos ao 
lado do ente querido, de realizar uma 
despedida ou mesmo de participar do 
seu funeral. Essa situação pode tornar 
mais difícil a materialização da perda;
16
• Quando a pessoa querida faleceu em 
decorrência de uma situação que acha-
mos que poderíamos ter evitado, como 
um acidente, o adoecimento, o agra-
vamento de uma doença ou o suicídio. 
Essas perdas podem gerar forte senti-
mento de culpa;
• Quando a perda vivida gera novas perdas 
para a família, como queda significativa 
do padrão de vida, mudança, abandono 
dos estudos, separação de parentes e 
amigos, entre outras.
Todas estas situações podem agravar 
o sofrimento decorrente da perda e 
intensificaras reações apresentadas, 
além do que várias delas podem ocor-
rer simultaneamente, tornando o luto um 
processo mais desafiador, mais intenso 
e/ou prolongado.
17
Destacamos que, ao perceber o agrava-
mento das reações ou o seu prolonga-
mento, é importante buscar ajuda espe-
cializada para auxiliar no enfrentamento 
dessa experiência. 
Não deixe de pedir apoio, caso precise! 
18
5
O luto 
na família
Como sabemos, é com a família que 
construímos nossos primeiros vínculos, 
que podem durar a vida toda. Por con-
vivermos mais frequentemente com os 
nossos familiares, eles se tornam uma 
referência na maneira que entendemos e 
nos relacionamos com o mundo e com as 
pessoas ao nosso redor. Assim, da mes-
ma forma que os familiares podem ser 
20
nossa fonte de apoio em momentos de-
safiadores, podem também potencializar 
a experiência de sofrimento, a depender 
do desgaste nas relações familiares. 
Dentro da família, cada membro desem-
penha determinadas funções, buscan-
do manter o equilíbrio ou o melhor fun-
cionamento do grupo. Essas relações 
não são as mesmas ao longo do tempo 
e, em decorrência de mudanças vividas 
por seus membros, elas também vão se 
modificando. Por exemplo: a necessida-
de de alguém se afastar do seio familiar, 
como filhos que saem da casa dos pais, 
ou no caso de falecimento de um parente 
próximo. Com isso, ocorre a necessidade 
de rearranjo dos papéis exercidos pelos 
demais membros do grupo. 
21
Além disso, a morte de uma pessoa com 
quem se tem laços afetivos significativos 
pode fazer com que os enlutados se sin-
tam perdidos, caso a pessoa falecida seja 
uma referência importante para eles. 
Essas situações podem, portanto, contri-
buir para uma desorganização na dinâ-
mica familiar, o que demandaria maior 
apoio das pessoas à sua volta. 
Você já assistiu, entre amigos ou familia-
res, a casos assim? Pense.
22
6
Fatores que 
influenciam o luto 
na família: a que 
devemos estar 
atentos?
6.1. Diferentes formas 
de enfrentamento 
Cada sujeito vivencia e expressa o luto ao 
seu modo. 
Para alguns, falar repetidamente sobre 
a perda é extremamente necessário, en-
quanto que, para outros, fazer algo con-
creto (como tomar providências relativas 
ao funeral, personalizar o jazigo, cons-
truir algo que represente o morto, entre 
outras coisas bem 
objetivas) pode ser 
muito importante. 
24
Há ainda quem prefira viver esse mo-
mento ficando um pouco mais sozinho(a), 
buscando, neste contato consigo mesmo, 
compreender a experiência da perda. 
Por isso, não se esqueça: não devemos jul-
gar a forma de sofrer das pessoas. Cada 
um lida do seu jeito e do modo como pode 
e consegue naquele momento, sendo im-
portante respeitar e acolher as diversas 
formas de expressão do sofrimento.
6.2. A função da pessoa 
que faleceu na família 
Uma mesma pessoa pode ocupar dife-
rentes papéis, simultaneamente, no nú-
cleo familiar: filho, neto, irmão, pai/mãe, 
cônjuge etc.
25
Dependendo do papel que a pessoa faleci-
da ocupava na vida dos familiares, é possí-
vel que alguns membros apresentem um 
pouco mais de dificuldade de adaptação. 
Ainda mais, quando o luto familiar impõe a 
necessidade de reorganização de papéis. 
6.3. A natureza dos 
vínculos familiares
Não se pode negar que a natureza dos 
vínculos construídos na família influen-
cia a forma como o luto é vivido. 
Relações familiares harmoniosas possi-
bilitam diálogos mais abertos entre os 
sujeitos, o que pode ajudar a lidar com o 
sofrimento proveniente da perda. 
Relações desgastadas, ao contrário, po-
dem dificultar o apoio mútuo, potenciali-
zando o sofrimento. 
26
7
Rede de suporte 
e outros recursos 
de enfrentamento
Um outro fator que influencia a vivên-
cia do luto na família é a rede de su-
porte, que pode ser compreendida pe-
las pessoas com as quais nos sentimos 
seguros, confiantes, tranquilos e que 
respeitam os nossos sentimentos em 
situações de sofrimento.
Geralmente, acessamos esse amparo 
quando nos sentimos incapazes de su-
portar sozinhos a vivência do luto ou de 
qualquer perda de outra ordem. A sen-
sação de pertencimento e a legitimi-
dade proporcionada pela rede de apoio 
nos autoriza a vivenciar o sofrimento, 
reduzindo as chances de agravar a in-
tensidade do luto ou o surgimento de 
possíveis transtornos mentais. 
28
A espiritualidade, quando nutre o su-
jeito, pode ser outro recurso importante 
ao lhe possibilitar conforto e ajudá-lo a 
emprestar um significado para a perda, 
investir no presente e adotar uma atitude 
de esperança frente à vida. 
O trabalho também pode ser um recur-
so valioso, pois quando o enlutado se 
envolve com alguma atividade, retira o 
foco exclusivo so-
bre a dor da ausên-
cia e o mantém vin-
culado a uma rede 
social significativa. 
29
Devemos destacar ainda o engajamen-
to em atividades de cunho social, pois 
igualmente o retiram do foco exclusivo 
sobre a dor da ausência, ajudando a lidar 
com a perda e a encontrar novos signifi-
cados para a vida. 
Vale, por fim, mencionar atividades físi-
cas, especialmente ao ar livre, bem como o 
contato com a natureza, pois favorecem o 
movimento do corpo, propiciam o bem-es-
tar e contribuem para melhorar o humor.
Agora que você já conheceu alguns re-
cursos de enfrentamento, perguntamos: 
Para você, o que lhe nutre emocional e 
espiritualmente? O que lhe ajuda a des-
pertar seu ânimo e sua vontade de viver? 
Talvez, num primeiro momento, ainda 
não seja possível descobrir o que lhe faz 
bem, mas é importante investir nisso! 
30
O que dizer 
para alguém 
enlutado?
8
É muito comum, nesses momentos de 
perda, ouvirmos alguém falar “Eu não sei 
nem o que dizer...”, não é mesmo?
Pois bem, o convívio com pessoas que 
estão passando por uma perda significa-
tiva pode lhe trazer dúvidas sobre como 
se deve agir, quando e o que se deve falar 
ou não falar com a pessoa enlutada.
32
Não há um jeito único ou certo do que 
se deve falar a alguém enlutado, já que 
cada pessoa é única. Algumas palavras 
que oferecem conforto são: “sinto muito 
por sua perda” ou “imagino o quanto está 
sendo difícil para você e estou aqui para 
ajudar no que puder”. Pode-se colocar 
ainda: “estou disponível para conversar, 
se você desejar”, “você e seu ente que-
rido estarão em minhas preces” (caso a 
religião seja algo importante para você) 
ou simplesmente “não sei o que lhe dizer 
nesse momento, mas estou com você” e 
“posso lhe abraçar?”.
Muitas vezes, mais importante do que ter 
as palavras certas para dizer é estar ver-
dadeiramente disponível e aberto para 
escutar o que o enlutado deseja falar. 
Em alguns casos, a simples pergunta “há 
algo que eu posso fazer por você?” é o 
33
suficiente para demonstrar a sua dispo-
nibilidade e cuidado. Se possível, ofereça 
ajuda em tarefas simples, caso a pessoa 
não esteja conseguindo executá-las e es-
teja aberta para receber esse suporte. 
Você não precisa ter medo de se aproxi-
mar e de oferecer ajuda. Às vezes, a pes-
soa vai querer estar com você para se 
distrair e esquecer um pouco tudo o que 
está passando. Nesse caso, aproveite para 
fazer coisas legais com seu ente querido, 
respeitando sempre a vontade dele.
Em outros momentos, ele vai se encon-
trar triste e vai querer falar da pessoa 
amada, lembrando momentos da sua 
vida. Então, escute e acolha a necessida-
de do enlutado. Se ele está falando sobre 
o ente querido é por que ele precisa e é 
muito importante que existam pessoas 
disponíveis para escutar. 
34
Não force o(a) enlutado(a) a ficar bem. 
É natural que ele não esteja. O mais im-
portante é que ele(a) saiba que não está 
sozinho(a) e que pode contar com al-
guém como você. 
Lembre-se: Não precisamos ter medo 
da dor e da tristeza, pois elas fazem 
parte da vida. 
35
A importância 
dos rituais de 
despedida 
9
Ao longo da história da civilização, a hu-
manidade tem encontrado formas de 
dar sentido às suas perdas. Através dos 
rituais, sejam eles quais forem, é possí-
vel afirmar a ocorrênciada morte e, ao 
mesmo tempo, dotá-la de sentido e signi-
ficado, possibilitando amenizar a dor da 
ausência. Os rituais mais utilizados são:
• o velório, 
• o enterro, 
• a cremação e 
• a missa de sétimo dia. 
Especialmente neste período de pandemia, 
em que esses rituais não estão podendo 
acontecer devido às restrições necessárias 
para se evitar o contágio da Covid-19, des-
tacamos que você pode se sentir próximo 
da pessoa amada e de honrar sua memória 
e sua história através de outras formas de 
rituais que representem algo para você. 
37
Lembramos que os recursos de enfren-
tamento e os rituais não farão o mesmo 
sentido para todas as pessoas, cabendo a 
você fazer as suas escolhas. 
A seguir, iremos apresentar algumas su-
gestões interessantes.
38
Sugestões 
de rituais 
às famílias
10
Destacamos aqui algumas possibilidades 
de recursos que podem ser usados para 
o enfrentamento do processo de luto:
10.1. Elaboração de Caixa 
Recordativa
A Caixa Recordativa se configura como um 
lugar simbólico no qual podem ser guar-
dados objetos que lembrem a pessoa que 
morreu (fotografias, cartas trocadas, pre-
sentes pequenos, acessórios ou até perfu-
mes e essências que a pessoa usava).
O objetivo da Caixa é servir como um me-
morial particular, possibilitando aos enlu-
tados acessá-la quando a saudade aflorar.
Como fazer:
a) Escolha uma caixa com tampa, pode 
ser de papelão ou madeform (no tama-
nho de sua preferência);
40
b) Decore a parte externa da caixa com 
cores, texturas ou imagens de sua pre-
ferência (os tipos de materiais usados 
é você quem escolhe);
c) Selecione os objetos que lhe fazem 
lembrar o familiar que faleceu. Verifi-
que se eles cabem na caixa e os arma-
zene (é importante guardar na caixa, 
somente, os objetos mais importantes 
e que tenham mais sentido para você);
d) Reserve um lugar seguro para guardá-la;
e) Abra sua Caixa Recordativa e veja o 
material guardado quando a saudade 
bater ou quiser lembrar-se da pessoa 
que faleceu.
41
10.2. Escrita Terapêutica 
e Carta ao Enlutado;
O diário de afeto é uma possibilidade 
para que se possa escrever da forma 
mais livre e sincera possível sobre como 
você está se sentindo em relação à per-
da. Colocar no papel o que está sentindo 
pode favorecer a expressão das emoções 
relacionadas à perda e a dar nome ao 
que você está vivenciando.
42
Uma outra possibilidade de uso da es-
crita pode ser a elaboração de uma car-
ta destinada à pessoa querida que fale-
ceu. Nela, você pode colocar em palavras 
aquilo que você vive, como se sente e o 
que gostaria de dizer (ou ter dito) para ela. 
Caso faça sentido para você, use também 
outros elementos artísticos, como dese-
nhos, colagens ou pinturas.
O destino para esta carta você escolhe: 
guardá-la, queimá-la, enterrá-la em al-
gum lugar, entre outros.
10.3. Roda de Partilha e Oração;
Como falamos anteriormente, quando 
compartilhamos o sofrimento, podemos 
nos sentir apoiados para viver o processo 
do luto. Por isso, sugerimos que você rea-
lize momentos de conversa ou de oração.
43
Que tal organizar um encontro com co-
meço, meio e fim? 
a) Para iniciar, pode introduzir o porquê 
de estarem se reunindo e qual o objeti-
vo do momento; 
b) A seguir, abre-se um espaço para que as 
pessoas falem livremente o que está em 
seu coração, sem qualquer julgamento. 
Pode ser que surjam emoções intensas, 
mas isso não é um problema, porque 
elas fazem parte da saudade. Deixe fluir.
44
c) Para encerrar, sugerimos que finalize 
com uma oração, uma música, mensa-
gem ou homenagem.
Caso esse momento planejado aconteça 
de forma on-line/virtual, você pode criar 
um link através de aplicativos de reunião 
e compartilhá-lo com as pessoas, po-
dendo também fazer lives ou chamadas 
pelo Whatsapp.
10.4. Jantar com Quem se Foi 
A comida é uma forma de expressar 
nossos afetos e sentimentos, e pode ser 
usada para nos deixar mais próximos 
das pessoas.
Quem nunca se lembrou de alguém que-
rido ou de um período feliz da vida quan-
do sentiu aquele cheirinho de comida 
gostosa? É por isso que propomos que 
45
a família faça uma homenagem ao seu 
ente falecido por meio de um jantar, al-
moço ou café com os pratos preferidos 
daquele(a) que se foi.
Acredite, essa é uma ótima oportunida-
de para juntar toda a família ao redor da 
mesa e partilhar um momento cheio de 
saudade e nostalgia.
46
A pessoa que amamos vai sempre fazer 
parte da nossa vida, mesmo que distante, 
e é por isso que esses momentos em fa-
mília são tão importantes para lidar com 
a perda. Além disso, nessa proposta você 
pode cozinhar um pouco e treinar suas 
habilidades culinárias. Para alguns, cozi-
nhar pode ser bem terapêutico e ser uma 
ótima chance de retornar às atividades 
cotidianas através de algo que traga lem-
branças prazerosas. 
Viver o luto não significa esquecer a 
pessoa amada, por isso, não se cobre 
anular aquela pessoa da sua vida ou se-
guir como se nada tivesse acontecido. 
Depois de uma perda, não somos mais os 
mesmos, e nosso mundo muda bastante. 
Precisamos de tempo, paciência e muita 
sabedoria para viver, e, para isso, é im-
portante que não estejamos sós.
47
10.5. Tessituras de Afeto: 
playlist da pessoa falecida
A nossa proposta é construir uma lista de 
músicas (playlist) que lembrem os gostos, 
os jeitos e os traços da pessoa falecida. 
Pode ser composta por músicas que fa-
çam os membros da família lembrarem 
do ente querido ou por canções que você 
saiba que ele gostava de ouvir.
Que músicas essa pes-
soa cantava, ouvia ou 
gostaria de ouvir hoje? 
Pensar sobre isso, pode 
ajudar você e à sua fa-
mília a entrar em conta-
to com aquilo que per-
manece dela em você e 
homenageá-la, animan-
do o ambiente com as 
lembranças vividas.
48
10.6. Sobre esses Rituais
Ao realizar alguma dessas nossas su-
gestões, é natural que você se emocione 
por lembrar da pessoa amada. Não se 
preocupe se isso acontecer!
Acolha seus sentimentos e os sinta sem 
julgamentos. Chorar ou até mesmo ficar 
triste fazem parte do processo de luto 
e nos auxiliam a lidar com nossa dor. 
Além disso, é possível que você também 
sinta alegria, conforto e contentamento 
ao lembrar dessa pessoa. 
Quem sabe assim você pode até abrir um 
belo sorriso de saudade e de gratidão? Se 
fizer sentido para você, por que não tentar?
49
Considerações 
finais
11
Diante do atual contexto de pandemia, 
lamentamos profundamente e nos com-
padecemos pelas mais de 500.000 vidas 
perdidas, no Brasil, em decorrência do 
coronavírus, e das milhões de vidas que 
estão sendo diretamente impactadas por 
essas e tantas outras perdas. Compreen-
demos que este é um cenário adverso e 
de muita dor, faltando, muitas vezes, pala-
vras para expressar tamanho sofrimento.
Às várias famílias enlutadas, externamos 
o nosso carinho e o nosso abraço, desejo-
sos que os momentos compartilhados ao 
lado de seus entes queridos possam en-
volvê-los também naqueles de saudade e 
recordações e que se tornem uma fonte 
de força para sua vida.
51
Esperamos que esse guia possa ajudá-
-los no enfrentamento do luto, certos de 
que aqueles que amamos permanecerão 
sempre vivos em nossos corações.
Deixamos registrado o nosso desejo de 
que este cenário possa melhorar o mais 
breve possível e que, até lá, possamos, 
dentro de nossas condições, manter viva a 
crença de que dias melhores estão por vir.
Que a esperança permaneça sendo nos-
sa estrela guia!
52
“A morte não é nada.
Eu somente passei
para o outro lado do Caminho.
Eu sou eu, vocês são vocês.
O que eu era para vocês,
eu continuarei sendo.
Me deem o nome
que vocês sempre me deram,
falem comigo
como vocês sempre fizeram.
Vocês continuam vivendo
no mundo das criaturas,
eu estou vivendo
no mundo do Criador.
Não utilizem um tom solene
ou triste, continuem a rir
daquilo que nos fazia rir juntos.
Rezem, sorriam, pensem em mim.
Rezem por mim.
53
Que meu nome seja pronunciado
como sempre foi,
sem ênfase de nenhum tipo.
Sem nenhum traço de sombra
ou tristeza.A vida significa tudo
o que ela sempre significou,
o fio não foi cortado.
Por que eu estaria fora
de seus pensamentos,
agora que estou apenas fora
de suas vistas?
Eu não estou longe,
apenas estou
do outro lado do Caminho…
Você que aí ficou, siga em frente,
a vida continua, linda e bela
como sempre foi.”
Henry Scott Holland, 1987.
54
Referências
Bowlby, J. (2004). Perda: tristeza e depressão. São Paulo, 
SP: Martins Fontes.
Bromberg, M. H. P. F. (1994). A psicoterapia em situações de 
perdas e luto. Campinas, SP: editorial Psy.
Delalibera, M., Presa, J., Coelho, A., Barbosa, A., & Fran-
co, M. H. P. (2015). A dinâmica familiar no processo de 
luto: revisão sistemática da literatura. Ciência & Saúde 
Coletiva, 20(4), 1119-1134. https://doi.org/10.1590/1413-
81232015204.09562014
Holland, H. S. (1987). Death is nothing at all. [S.I.]:Souvenir.
Juliano, M. C. C & Yunes, M. A. M. (2014). Reflexões sobre rede 
de apoio social como mecanismo de proteção e promoção 
de resiliência. Ambiente & Sociedade, 17(3), 135-154.
Luft, L. (1988). O Lado Fatal. São Paulo: Siciliano.
Mazorra, L. (2009). A construção de significados atribuídos 
à morte de um ente querido e o processo de luto. São Pau-
lo, Pontifícia Universidade Católica de São Paulo. (Tese de 
Doutorado em Psicologia Clínica).
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Os Autores
Aimê Parente de Sousa 
Psicóloga (CRP 01/23010) graduada pela 
Universidade Federal do Ceará (UFC), 
especializanda em Saúde do Adulto e do 
Idoso na modalidade Residência pela Escola 
Superior de Ciências da Saúde. Administradora 
da página do Instagram @psi.conexoes.
Gabriela da Silva Oliveira
Estudante do 8º semestre de Psicologia na 
Universidade Federal do Ceará (UFC), membro 
do Centro de Orientação Sobre a Morte e O 
Ser (Cosmos) e administradora da página do 
Instagram @apegarepsicologia. 
Contato: gabrielaoliveira@alu.ufc.br
Gustavo Alberto Pereira Moura 
Prof. Dr. do Departamento de Psicologia 
da Universidade Federal do Ceará (UFC), 
coordenador do Centro de Orientação Sobre 
a Morte e o Ser (Cosmos) e administrador da 
página do Instagram @portaldoself.
Contato: gapmoura@yahoo.com.br
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Jorge Luís Maia Morais
Psicólogo (CRP 11/17123), graduado pela 
Universidade Federal do Ceará (UFC), 
especializando em Saúde Mental pela 
Universidade Aberta do Brasil/Universidade 
Regional do Cariri (UAB/Urca), membro do 
Centro de Orientação Sobre a Morte e O 
Ser (Cosmos) e administrador da página no 
Instagram: @apegarepsicologia
Contato: psi.jorgeluis@gmail.com
Maria Juliana Vieira Lima
Psicóloga Clínica e Hospitalar (CRP 11/09320), 
mestre em Psicologia pela Universidade 
Federal do Ceará (UFC), especialista em 
Pediatria pela Escola de Saúde Pública e em 
Psicologia da Saúde pelo Conselho Regional 
de Psicologia. Especializanda em Cuidados 
Paliativos pela Faculdade Farias Brito, docente 
do Instituto Escutha e administradora da 
página do Instagram @dasmiudezas
Contato: mjulianavlima@gmail.com
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Pedro Henrique Alves da Silva
Psicólogo (CRP 11/17118), graduado 
pela Universidade Federal do Ceará (UFC), 
especializando em Saúde Mental pela 
Universidade Aberta do Brasil/Universidade 
Regional do Cariri (UAB/Urca), membro 
do Centro de Orientação Sobre a Morte 
e O Ser (Cosmos), pesquisador voluntário 
do Núcleo de Estudos em Psicologia 
Humanista (NEPH) e administrador da página 
do Instagram @apegarepsicologia
Contato: phalves.psi@gmail.com
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