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Resumo de Patologia - Acúmulos intracelulares e Inflamação Aguda e Crônica

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Acúmulos Intracelulares 
 
Esteatose: 
→Acúmulos anormais de triglicerídeos dentro das células parenquimatosas. É com frequência 
vista no fígado. As causas incluem toxinas, desnutrição proteica, diabetes melito, obesidade e 
anoxia. Nas nações desenvolvidas, as causas mais comuns de degeneração gordurosa hepática 
são o abuso do álcool e doença hepática gordurosa não alcoólica, que está associada com 
diabetes e obesidade. 
Acúmulo de Colesterol: Pode ocorrer em macrófagos nas artérias (aterosclerose), no tecido 
conjuntivo subepitelial da pele e tendões (xantoma), e na lâmina própria da vesícula biliar 
(colesterolose). 
Acúmulo de Proteínas: aparecem como gotículas eosinofílicas arredondadas, vacúolos, ou 
agregados no citoplasma. Em alguns distúrbios, como em certas formas de amiloidose, proteínas 
anormais se depositam nos espaços extracelulares. Gotículas de reabsorção nos túbulos renais 
proximais são observadas em doenças renais associadas à perda de proteína na urina 
(proteinúria) 
Acúmulo de pigmentos: O pigmento exógeno mais comum é o carbono (poeira de carvão), 
quando inalado é assimilado pelos macrófagos nos alvéolos. O acúmulo desse pigmento 
escurece os tecidos dos pulmões (antracnose) e os linfonodos envolvidos). A tatuagem e uma 
forma de pigmentação exógena localizada da pele. Os pigmentos são fagocitados pelos 
macrófagos da derme, nos quais residem pelo resto da vida das pessoas adornadas. A lipofuscina 
é um pigmento endógeno insolúvel não nociva à célula, sendo um sinal de alarme de lesão por 
radicais livres e peroxidação lipídica. Aparece como um pigmento citoplasmático, granular e 
castanho-amarelado. 
 
 
Inflamação Aguda 
 
 A inflamação aguda é uma rápida resposta do hospedeiro que serve para levar 
leucócitos e proteínas do plasma, tais como anticorpos, para os locais de infecção ou tecido 
injuriado. A inflamação aguda tem três principais componentes: (1) alterações no calibre 
vascular que levam a um aumento no fluxo sanguíneo; (2) mudanças estruturais na 
microvasculatura que permitem que as proteínas do plasma e os leucócitos saiam da circulação 
e (3) emigração de leucócitos da microcirculação, seu acúmulo no foco da injúria e sua ativação 
para eliminar o agente agressor. 
 As reações inflamatórias agudas podem ser disparadas por uma variedade de estímulos: 
(1) infecções; (2) necrose tecidual de qualquer causa, várias moléculas liberadas das células 
necróticas são conhecidas por provocarem a inflamação, estas incluem o ácido úrico, ATP, o 
DNA; (3) corpos estranhos; (4) reações imunes. 
 
Reações dos vasos sanguíneos na inflamação aguda: os vasos sanguíneos passam por uma série 
de mudanças que são destinadas a maximizar o movimento de proteínas plasmáticas e células 
circulantes para fora da circulação e para dentro do local da infecção ou injúria. O exsudato é o 
fluido extravascular que tem uma alta concentração proteica, contém restos celulares e tem 
uma alta gravidade específica. Sua presença indica um aumento na permeabilidade normal dos 
pequenos vasos sanguíneos em uma área de injúria e, portanto, uma reação inflamatória. Em 
contraste, um transudato é um fluido com baixo conteúdo proteico (a maior parte do qual é 
albumina), pouco ou nenhum material celular e baixa gravidade específica. Ele resulta de 
desbalanço osmótico ou hidrostático ao longo da parede do vaso sem um aumento na 
permeabilidade vascular. O edema denota um excesso de fluido no tecido intersticial ou 
cavidades serosas; ele pode ser ou um exsudato ou um transudato. O pus, um exsudato 
purulento, é um exsudato inflamatório rico em leucócitos (principalmente neutrófilos), restos 
de células mortas e, em muitos casos, micróbios 
 
Aspectos Morfológicos 
As marcas morfológicas de todas as reações inflamatórias agudas são a dilatação de 
pequenos vasos sanguíneos, lentificação do fluxo sanguíneo e acúmulo de leucócitos e fluido no 
tecido extravascular. Entretanto, padrões morfológicos característicos são frequentemente 
sobrepostos nessas características gerais, dependendo da severidade da reação, de sua causa 
específica e do tecido e local particular envolvidos. 
 
Inflamação serosa: é marcada pelo derramamento de um fluido fino que pode ser derivado do 
plasma ou de secreções das células mesoteliais revestindo as cavidades peritoneal, pleural e 
pericárdica. O acúmulo de fluido nessas cavidades é chamado de efusão. A bolha na pele 
resultante de uma queimadura ou infecção viral representa um grande acúmulo de fluido 
seroso, dentro ou imediatamente abaixo da epiderme da pele. 
 
Inflamação fibrinosa: Com maior aumento na permeabilidade vascular, grandes moléculas, tais 
como fibrinogênio, passam pela barreira vascular e a fibrina é formada e depositada no espaço 
extracelular. Um exsudato fibrinoso se desenvolve quando os extravasados vasculares são 
grandes ou existe um estímulo pró-coagulante local (p. ex., células cancerosas). O exsudato 
fibrinoso é característico de inflamação no revestimento de cavidades do corpo, tais como 
meninges, pericárdio e pleura. 
 
Inflamação supurativa ou purulenta: é caracterizado pela produção de grandes quantidades de 
pus ou exsudato purulento consistindo em neutrófilos, necrose liquefativa e fluido de edema. 
Um exemplo comum de inflamação supurativa aguda é a apendicite aguda. Abscessos são 
coleções localizadas de tecido inflamatório purulento causados por supuração mantida em um 
tecido, um órgão ou espaço confinado. Eles são produzidos por um profundo crescimento de 
bactéria piogênica dentro de um tecido. Os abscessos têm uma região central que se parece 
com uma massa de leucócitos necróticos e células teciduais. Usualmente existe uma zona de 
neutrófilos preservados em torno deste foco necrótico e por fora desta região ocorrem dilatação 
vascular e proliferação parenquimatosa e fibroblástica, indicando inflamação crônica e reparo. 
Em tempo, o abscesso pode tornar-se confinado por cápsula e finalmente ser substituído por 
tecido conjuntivo. 
 
 
 
Mediadores da Inflamação 
 
 Mediadores são gerados a partir de células ou de proteínas plasmáticas. Os mediadores 
derivados de células são normalmente sequestrados em grânulos intracelulares e podem ser 
rapidamente secretados por exocitose do grânulo (p. ex., histamina nos grânulos dos 
mastócitos) ou são sintetizados de novo (p. ex., prostaglandinas, citocinas) em resposta a 
estímulos. Os principais tipos celulares que produzem os mediadores da inflamação agudam são 
as plaquetas, neutrófilos, monócitos/macrófagos e mastócitos, mas as células mesenquimais 
(endotélio, músculo lisa e fibroblastos) e a maior parte do epitélio também podem ser induzidas 
para elaborar alguns dos mediadores. Os mediadores derivados do plasma (p. ex., proteínas do 
complemento, cininas) são produzidos principalmente no fígado e estão presentes na circulação 
como precursores inativos que têm de ser ativados, usualmente por uma série de clivagens 
proteolíticas, para adquirir suas propriedades biológicas. 
 
Aminas Vasoativas - Histamina e serotonina: A histamina está presente nos grânulos dos 
mastócitos e é liberada pela desgranulação dos mastócitos em resposta a uma variedade de 
estímulos, ela causa dilatação das arteríolas e aumenta a permeabilidade das vênulas. A 
serotonina está presente nas plaquetas e em certas células neuroendócrinas. Sua liberação é 
estimulada quando as plaquetas se agregam após o contato com colágeno, trombina, difosfato 
de adenosina e complexos antígeno-anticorpo. Esta é uma das várias ligações entre a coagulação 
e a inflamação. 
 
Metabólitos do Ácido Araquidônico – Prostaglandinas, Leucotrienos e Lipoxinas: Quando as 
células são ativadas por diversos estímulos, tais como produtos microbianos e vários 
mediadores da inflamação, o AA da membrana é rapidamente convertido pelas ações de 
enzimas para produzir as prostaglandinas e os leucotrienos. As prostaglandinas (PGs) são 
produzidas pelos mastócitos, macrófagos, células endoteliais e muitosoutros tipos celulares e 
estão envolvidas em reações vasculares e sistêmicas da inflamação. Elas são produzidas pelas 
ações de duas ciclooxigenases, a constitutivamente expressa COX-1 e a enzima induzida COX-2. 
Em adição a seus efeitos locais, as prostaglandinas estão envolvidas na patogenia da dor e febre 
na inflamação. As enzimas lipoxigenases são responsáveis pela produção dos leucotrienos, que 
são secretados principalmente pelos leucócitos, são quimioatraentes para os leucócitos e têm 
efeitos vasculares. As lipoxinas também são geradas a partir do AA pela via da lipoxigenase, mas, 
ao contrário das prostaglandinas e leucotrienos, as lipoxinas são inibidores da inflamação. 
Fator ativador de Plaquetas (PAF): é outro mediador derivado de fosfolipídio. Uma variedade de 
tipos celulares, incluindo as próprias plaquetas, basófilos, mastócitos, neutrófilos, macrófagos e 
células endoteliais, pode elaborar o PAF em ambas as formas, secretada e ligada à célula. Em 
adição à agregação plaquetária, o PAF causa vasoconstrição e broncoconstrição e, em 
concentrações extremamente baixas, ele induz vasodilatação e aumento na permeabilidade 
venular. O PAF também causa aumento na adesão dos leucócitos ao endotélio (pelo aumento 
na ligação do leucócito mediado pela integrina), quimiotaxia, desgranulação e a explosão 
oxidativa. 
 
Espécies Reativas de Oxigênio: Os radicais livres derivados do oxigênio podem ser liberados 
extracelularmente dos leucócitos após a exposição a micróbios, quimiocinas e imunocomplexos 
ou em seguida ao estímulo fagocíticos. A liberação extracelular de baixos níveis desses potentes 
mediadores pode aumentar a expressão de quimiocinas (p. ex., IL-8), citocinas e moléculas de 
adesão de leucócito endoteliais, amplificando a resposta inflamatória. A função fisiológica 
desses ERO nos leucócitos é de destruir os micróbios fagocitados, mas a liberação desses 
potentes mediadores pode ser danosa ao hospedeiro 
Óxido Nítrico (NO): O NO é um gás solúvel que é produzido não somente pelas células 
endoteliais, mas também por macrófagos e alguns neurônios no cérebro. Ele age de uma 
maneira parácrina em células-alvo através da indução do monofosfato cíclico da guanosina, que, 
por sua vez, inicia uma série de eventos intracelulares levando a uma resposta, tal como 
relaxamento das células musculares lisas vasculares. O NO tem ações duplas na infl amação: ele 
relaxa o músculo liso vascular e promove a vasodilatação, contribuindo então para a reação 
vascular, mas ele também pode ser um inibidor do componente celular das respostas 
inflamatórias. O NO reduz a agregação e adesão plaquetárias, inibe várias características da 
inflamação induzida pelos mastócitos e inibe o recrutamento de leucócitos. Por causa dessas 
ações inibitórias, acredita-se que a produção de NO é um mecanismo endógeno para o controle 
das respostas inflamatórias. 
 
Citocinas e Quimiocinas: Citocinas são proteínas produzidas por muitos tipos celulares 
(principalmente linfócitos ativados e macrófagos, mas também células endoteliais, epiteliais e 
tecido conjuntivo) que modulam as funções de outros tipos celulares. Fator de Necrose Tumoral 
e Interleucina-1. TNF e IL-1 são duas das principais citocinas que medeiam a inflamação. Eles são 
produzidos principalmente por macrófagos ativados. A secreção de TNF e IL-1 pode ser 
estimulada por endotoxina e outros produtos microbianos, imunocomplexos, injúria física e uma 
variedade de estímulos inflamatórios. Suas ações mais importantes na inflamação são seus 
efeitos no endotélio, leucócitos e fibroblastos, e indução de reações sistêmicas de fase aguda 
No endotélio, eles induzem um espectro de mudanças referidas como ativação endotelial. As 
quimiocinas agem primariamente como quimioatraentes para tipos específicos de leucócitos. 
 
Sistema Complemento: Apenas C3a e C5a possuem função na inflamação, estimulando a 
liberação de histamina dos mastócitos e assim, aumentam a permeabilidade vascular. 
 
Sistemas da Coagulação e das Cininas: O sistema da coagulação é dividido em duas vias que 
convergem, culminando na ativação da trombina e na formação de fibrina. O engajamento dos 
chamados receptores tipo 1 (PAR-1) pelas proteases, particularmente a trombina, dispara várias 
respostas que induzem a inflamação. Elas incluem a mobilização de P-selectinas; produção de 
quimiocinas e outras citocinas; expressão de moléculas de adesão endotelial para integrinas dos 
leucócitos; indução da ciclo-oxigenase-2 e produção de prostaglandinas; produção de PAF e NO, 
e mudanças no formato endotelial. As cininas são peptídeos vasoativos derivados de proteínas 
plasmáticas, chamadas de cininogênio, pela ação de proteases específicas chamadas de 
calicreínas. 
 
 
Inflamação crônica 
 
A inflamação crônica é a inflamação de duração prolongada (semanas a meses) em que a 
inflamação, injúria tecidual e tentativas de reparo coexistem em variadas combinações. Ela 
surge nas seguintes situações: (1) infecções persistentes; (2) doenças autoimunes e (3) 
exposição prolongada a agentes potencialmente tóxicos. 
 
Características Morfológicas 
Em contraste com a inflamação aguda, que é manifestada pelas mudanças vasculares, edema e 
infiltração predominantemente neutrofílica, a inflamação crônica é caracterizada por: (1) 
infiltração com células mononucleares, que incluem macrófagos, linfócitos e células 
plasmáticas; (2) destruição tecidual, induzida pelo agente agressor persistente ou pelas células 
inflamatórias; (3) tentativas de cura pela substituição do tecido danificado por tecido conjuntivo, 
realizadas pela proliferação de pequenos vasos sanguíneos (angiogênese) e, em particular, 
fibrose. 
 
Inflamação Granulomatosa: é um padrão distinto de inflamação crônica que é encontrado em 
um número limitado de condições infecciosas e algumas não infecciosas. Um granuloma é um 
esforço celular para conter um agente agressor que é difícil de erradicar. Nessa tentativa, 
frequentemente existe uma forte ativação dos linfócitos T levando à ativação dos macrófagos, 
que pode causar injúria aos tecidos normais. A tuberculose é o protótipo das doenças 
granulomatosas, mas a sarcoidose, doença da arranhadura do gato, linfogranuloma inguinal, 
lepra, brucelose, sífilis, algumas infecções micóticas, beriliose, reações de lipídios irritantes e 
algumas doenças autoimunes também são incluídos. Um granuloma é um foco de inflamação 
crônica consistindo em uma agregação microscópica de macrófagos que são transformados em 
células epitelioides, rodeadas por um colar de leucócitos mononucleares, principalmente 
linfócitos e ocasionalmente plasmócitos. Nas secções de tecido usualmente coradas com 
hematoxilina-eosina, as células epitelioides têm um citoplasma granular rosa-claro com limites 
celulares indistintos, frequentemente parecendo se fundir um com o outro. O núcleo é menos 
denso do que o dos linfócitos, é oval ou alongado, e pode mostrar dobras na membrana nuclear. 
Frequentemente, as células epitelioides se fundem para formar as células gigantes na periferia 
ou algumas vezes no centro dos granulomas. Elas têm uma grande massa de citoplasma 
contendo 20 ou mais pequenos núcleos arranjados ou perifericamente (célula gigante do tipo 
de Langhans) ou irregularmente (célula gigante do tipo corpo estranho). 
 
Existem dois tipos de granuloma, que diferem em suas patogêneses. Os granulomas de 
corpo estranho são incitados por corpos estranhos relativamente inertes. Tipicamente, os 
granulomas de corpos estranhos se formam em torno de materiais tais como talco (associado 
com abuso de droga intravenosa), suturas ou outras fibras que sejam grandes o sufi ciente para 
impedir a fagocitose por um único macrófago e não incitarem nenhuma resposta inflamatória 
ou imune. As células epitelioides e as células gigantes são depositadas na superfície do corpo 
estranho. O material estranho usualmente pode ser identificado no centro do granuloma. Os 
granulomas imunes são causados por uma variedade de agentes capazesde induzir a resposta 
imune mediada por célula. Esse tipo de resposta imune produz os granulomas usualmente 
quando o agente agressor é fracamente degradável ou particulado. Em tais respostas, os 
macrófagos englobam os antígenos das proteínas estranhas, as processam e apresentam os 
peptídeos aos linfócitos T antígeno-específicos, causando sua ativação. O protótipo do 
granuloma imune é aquele causado por infecção com Mycobacterium tuberculosis. Nessa 
doença, o granuloma é referido como tubérculo. Ele frequentemente é caracterizado pela 
presença de uma necrose caseosa central.

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