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GABRIELLA PACHECO – MED102 03/03/2020 PATOLOGIAS EMBRIONÁRIAS DO SISTEMA DIGESTÓRIO Megacólon Congênito ou Doença de Hirschsprung Crianças com megacólon congênito carecem de células ganglionares autônomas no plexo mioentérico distal ao segmento dilatado do colo. O colo aumentado possui o número normal de células ganglionares. A dilatação resulta da falha de relaxamento do seguimento ganglionar, que impede o movmento do conteúdo intestinal, resultando em dilatação. Na maioria dos casos apenas o reto e o colo sigmóide estão envolvidos; ocasionalmente, os gânglios também estão ausentes nas porções mais proximais do colo. É a causa mais comum (33%) de obstrução neonatal do colo. O sexo masculino é mais afetado. O problema está associado a hereditariedade multigênica dominante com penetrância incompleta e expressividade variável. A enfermidade tem uma incidência de, aproximadamente, 1 para 5.000 nascidos. Resulta da falha das células da crista neural em migrar para dentro da parede do colo durante a quinta e a sétima semanas de desenvolvimento. Isso resulta em falha das células ganglionares parassimpáticas em se desenvolver nos plexos de Auerbach e Meissner. Ceco e Apêndice Sub-Hepáticos Se o ceco adere à superfície inferior do fígado quando ele retorna ao abdome, ele é puxado para cima à medida que o fígado diminui de tamanho; como resultado, o ceco e o apêndice permanecem em suas posições fetais. É mais frequente no sexo masculino e ocorre em aproximadamente 6% dos fetos. O ceco sub-hepático e o apêndice que o acompanha podem ser vistos em adultos. Quando essa situação ocorre, pode criar problemas no diagnóstico de apendicite e durante a apendicectomia. Polidrâmnio ou Polihidrâmnio É o aumento do volume do líquido amniótico durante a gestação. Alguns critérios podem ser utilizados para quantificar esse volume aumentado: Usando uma estimativa volumétrica quantitativa de mensuração, quando é superior a 2L e no exame ultrassonográfico, quando se faz o cálculo do Índice de Líquido Amniótico (ILA) considerando: Normal: de 8 a 25 cm; diminuído: menos de 8 cm; aumentado (polidrâmnio): acima de 25 cm. Dependendo da intensidade do quadro, a gestante pode apresentar grande volume abdominal e desconforto progressivo, aumento de peso materno, dispneia, inchaço nas pernas, varizes e hemorroidas. GABRIELLA PACHECO – MED102 Divertículo Ileal e Remanescentes do Ducto Onfalocélico A evaginação de parte do íleo é um defeito comum do trato digestório. Um divertículo ileal congênito (divertículo de Meckel) ocorre em 2% a 4% das pessoas e é de 3 a 5 vezes mais prevalente no sexo masculino. É de significância clínica porque ele pode se inflamar e causar sintomas que simulam apendicite. O peristaltismo causa dor, ocasionando que a criança pare de se alimentar. A parede do divertículo contém todas as camadas do íleo e pode conter pequenos fragmentos de tecidos gástrico e pancreático. Essa mucosa gástrica ectópica frequentemente secreta ácido, produzindo ulceração e sangramento. Onfalocele Congênita A onfalocele congênita é uma anomalia congênita que resulta na persistência da herniação do conteúdo abdominal na parte proximal do cordão umbilical. A herniação do intestino no cordão umbilical ocorre em aproximadamente 1 em 5.000 nascimentos e a herniação do fígado e dos intestinos ocorre em aproximadamente um em 10.000 nascimentos. Até 50% dos casos estão associados a anormalidades cromossômicas. A cavidade abdominal é proporcionalmente pequena quando uma onfalocele está presente porque faltou o estímulo para o seu crescimento. É necessário o reparo cirúrgico que é feito normalmente no 5° mês de gravidez e não deixa cicatriz abdominal. A onfalocele está coberta por uma membrana composta de peritônio e âmnio. GABRIELLA PACHECO – MED102 Hérnia Umbilical Quando os intestinos retornam à cavidade abdominal durante a décima semana e posteriormente se herniam novamente através de um umbigo fechado de maneira imperfeita, forma-se uma hérnia umbilical coberta por tecido subcutâneo e pele. Geralmente, a hérnia não atinge o seu tamanho máximo até o final do período neonatal (28 dias). Varia de 1 a 5 cm de diâmetro. O defeito por meio do qual a hérnia ocorre está na linha alba. A hérnia se protrai durante o choro, esforço ou tosse e pode ser facilmente reduzida através do anel fibroso do umbigo. Normalmente a cirurgia não é realizada, a menos que a hérnia persista até os 3 a 5 anos de idade. Gestante com hipoproteinemia é uma das causas. Hérnia Escrotal Congênita Gastrosquise Resulta de um defeito lateral ao plano mediano da parede abdominal anterior. O defeito linear permite a extrusão das vísceras abdominais sem envolver o cordão umbilical. As vísceras se protraem na cavidade amniótica e são banhadas pelo líquido amniótico. Ocorre geralmente no lado direito, lateral ao umbigo; é mais comum em homens do que em mulheres. A causa é incerta. GABRIELLA PACHECO – MED102 Anomalias do Intestino Médio Rotação Invertida A alça do intestino médio gira no sentido horário, resultando no duodeno localizado anterior à artéria mesentérica superior, e não posteriormente a ela, e o colo transverso fica posterior à artéria mesentérica superior. Nessas crianças, o colo transverso pode ser obstruído pela pressão da artéria mesentérica superior. Em casos mais raros, o intestino delgado se localiza no lado esquerdo do abdome e o intestino grosso encontra-se no lado direito com o ceco no centro. Isso se resulta da má rotação do intestino médio, seguida de falha de fixação dos intestinos. Hérnia Interna O intestino delgado passa pelo mesentério da alça do intestino médio durante o retorno dos intestinos ao abdome. Como resultado, forma-se uma bolsa semelhante a uma hérnia. Geralmente, essa condição não produz sintomas e só é detectada na autópsia. GABRIELLA PACHECO – MED102 Anomalias Anorretais A maioria das anomalias anorretais resulta do desenvolvimento anormal do septo urorretal, resultando na separação incompleta da cloaca nas porções urogenitais e anorretais. ❖ Ânus Ectópico; ❖ Ânus imperfurado: 1 em cada 5.000 nascimentos, mais comum no sexo masculino (11-29C); ❖ Estenose Anal (11-29B); ❖ Atresia Membranosa (11-29C); ❖ Atresia Retal (11-29H e I).
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