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Escola Histórica Alemã e fora da Alemanha

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Universidade Federal de Pernambuco
Escola Histórica Alemã e fora da Alemanha
	
Pedro Henrique Felix Amorim Ramos
 Recife, março de 2021
Introdução
Este trabalho irá apresentar ao longo do seu desenvolvimento o surgimento da Escola Histórica Alemã em uma Alemanha em que borbulhavam o ideário nacionalista. Tendo as ideias propostas pelos economistas membros da escola histórica fruto desse cenário de fervura nacionalista, tais ideias também surgiram como um contrapeso ao mainstream clássico e neoclássico.
Os principais pensadores e suas contribuições mais relevantes serão apresentadas no decorrer desse trabalho. Os escritos da escola histórica alemã também reverberaram fora do território alemão e por isso os principais nomes fora da Alemanha também serão descritos. 
A Escola Histórica Alemã teve longa duração, indo de 1840 com as primeiras publicações de Friedrich Lista até 1917, essa escola de pensamento econômico foi constituída por três fases: A velha escola histórica, a nova escola histórica e por último a novíssima nova escola. Apesar de ser constituída por três fases e muitos economistas todos eram unidos pelo seguinte um conjunto de ideias:
· Estado como indutor do crescimento econômico: Por ser uma escola nacionalista, a Escola Histórica Alemã defendia que o Estado era o único indutor do desenvolvimento econômico capaz de industrializar a Alemanha. No qual, através dessa industrialização a Alemanha se tornaria uma potência econômica, para isso diferente dos economistas clássicos rejeitavam o individuou auto interessado (homo economicus) como centro da economia, mas sim o Estado como centro, estado esse que defendia os interesses da sociedade;
· Abordagem histórica: A Escola Histórica Alemã rejeitava o método abstrato e dedutivo que os clássicos e marginalistas utilizavam por influência da física, também rejeitavam a ideia de leis e modelos universais. Mas defendiam que o método histórico era capaz de compreender e analisar todos os fenômenos econômicos e assim mostrar suas tendências e regularidades;
Contexto Histórico
Com o fim das guerras napoleônicas o congresso de Viena determinou a extinção e desmembramento do Sacro Império Romano-Germânico em 38 novos Estados que formaram a Confederação Germânica. Confederação essa que tinha como destaque a Prússia e a Áustria como os Estados da confederação mais ricos e militarizados, entretanto, em suma os outros Estados-membros eram principados absolutistas e essencialmente agrícolas.
A Confederação Germânica tinha leis mercantilistas, outras medidas adotadas por determinação do congresso de Viena foram a abertura comercial dos Estados-membros da Confederação Germânica aos produtos estrangeiros. Porém, entre os próprios estados da Confederação existiam barreiras de proteção aos produtos nacionais. Tal situação levou a um domínio comercial Inglês sobre a Confederação.
Já em 1818 a Prússia por ter uma indústria nascente começou a isentar a maioria das matérias-primas com a intenção de integrar economicamente os Estados-Membros da confederação e proteger os produtos locais da concorrência estrangeira. Posteriormente criou a Zollverein que foi uma união aduaneira que proporcionou a livre circulação de bens entre os Estados-Membros e foi precursora da unificação alemã que ocorreria posteriormente.
Foi em um cenário de uma Alemanha fragmentada, porém com anseios nacionalistas que o embrião da Escola Histórica Alemã surgiu em 1840 quando Friedrich List e outros economistas teorizarem que o atraso industrial germânico deveria ser combatido através de ação do Estado.
Principais Pensadores
Friedrich List 
Considerado o pai da Escola Histórica Alemã com suas primeiras publicações de 1840. Para List seria essencial para o desenvolvimento das economias subdesenvolvidas a proteção dos bens industriais contra a importação dos produtos estrangeiros até que a indústria se desenvolvesse e atingisse a chamada maturidade industrial, para aí sim ter capacidade de concorrer com os produtos estrangeiros e passar ao livre-mercado. Porém, era contrário a qualquer tipo de proteção a agricultura, pois segundo ele já era um mercado desenvolvido e além disso, o desenvolvimento da indústria depende de alimentos a preços baixos, pois caso, contrário haverá pressão dos trabalhadores para aumento dos salários. Era contrário as ideias dos clássicos, pois segundo ele a ideia de livre-mercado e das vantagens comparativas estava mais relacionada a um projeto nacional de desenvolvimento Inglês, para manter as outras nações como eternas importadoras de produtos manufaturados ingleses enquanto essas nações continuam a produzir produtos agrícolas.
Wilhelm Roscher 
Tentou sintetizar a economia clássica com o método histórico, como em sua obra principles of political economy em que ele explicou a teoria dos preços clássica de maneira simplificada, mas buscando a base histórica da teoria.
Karl Knies
Argumentava que a economia não era uma ciência da natureza e por isso não há como existir leis universais, sendo a análise histórica a única capaz de descrever os fenômenos econômicos que possuem suas próprias particularidades. Assim, apenas o método histórico seria capaz de abordar a economia.
Gustav Schmoller 
Conhecido como “fabricante de professores”, Schmoller formou toda uma geração de acadêmicos alemães na segunda metade do século XIX, usou de seu poder dentro do ministério da educação prussiano para promover as teorias da histórica alemã, colocando seus alunos em cargos importantes do governo. Era completamente avesso ao método dedutivo e pretendia desenvolver o estudo da economia através de trabalhos históricos. No qual, para Schmoller através de uma síntese entre vários estudos de caso era possível encontrar interrelações e tendências na economia. O methodenstreit ou “batalha dos métodos” foi uma polemica entre ele e o marginalista Carl Menger sobre qual método é mais eficiente, o dedutivo ou o intuitivo. Segundo Schmoller um estado paternalista era fundamental para promover uma maior justiça social, especialmente através de uma distribuição de renda mais justa.
Arthur Spiethoff
Spiethoff foi um dos alunos de Schmoller, realizou majoritariamente suas pesquisas sobre a teoria dos ciclos econômicos. Em seus trabalhos buscou unir a analise teoria com o empirismo, no qual inferia a veracidade de suas hipóteses.
Max Weber 
Era um sociólogo que estudava a sociologia econômica, tendo como obra mais conhecida A Ética protestante e o espírito do capitalismo, no qual ele defende que a teologia calvinista continha elementos que fomentavam a atividade capitalista, pois incentivava o trabalho e a poupança em detrimento da ostentação, Weber argumentava que essa condenação ao consumo e a glorificação da compulsão por economizar levava ao acumulo do capital e posteriormente ao investimento, ou seja, a lógica fundamental do sistema capitalista.
Werner Sombart
Assim como Weber era um sociólogo inclinado para os estudos da economia, nesses estudos Sombart buscava analisar historicamente os fatos e ordena-los linearmente de uma forma que seja possível considerar uma tendência. Discordava de Weber, segundo Sombart a lógica capitalista era oriunda dos judeus, tendo a ética protestante apenas adaptado a massa de trabalhadores as exigências disciplinares do sistema capitalista. Só sendo possível a prosperidade do capitalismo quando o desejo de prosperar vira um traço social dos trabalhadores.
Escola Histórica Alemã fora da Alemanha
A escola história alemã também influenciou economistas fora da Alemanha, especialmente na Inglaterra e nos Estados Unidos. Na Inglaterra os principais nomes foram: Arnold Tonybee, Willian James Ashley, Willian Cunningham, Leone Levi, J.E Thorold Rogers e Richard Jones; este último foi o principal pensador dentre o notório grupo Britânico.
Richard Jones assim como seus pares alemães, criticou os neoclássicos que defendiam as leis universais na economia. Jones argumentava que tais leis não conseguiam ser eficientes na previsibilidade dosfenômenos econômicos devido a sua frouxa formulação que não abarca completamente a história econômica, mas apenas pequenos fragmentos. Jones observou que a produção em excedentes precede o modelo capitalista de produção, e que a busca por lucros no modelo capitalista apenas catapulta os excedentes como um meio para se obter mais lucro como fim. Mas, as principais contribuições de Jones foram acerca da Renda e a critica as ideias de Ricardo sobre os rendimentos decrescentes da terra.
1. Observou que historicamente a renda se origina da produção excedente da terra, no qual o proprietário da terra obtém renda através desses excedentes que superam o necessário para a subsistência do mesmo. Com o surgimento do capitalismo e consequentemente da propriedade privada aqueles que não tem a posse da terra são obrigados a trabalhar para sobreviverem e, pagam independente da produtividade da terra um valor fixo pelo arrendamento da terra ao proprietário;
2. Se opôs a teoria ricardiana dos rendimentos decrescentes devido a possibilidade de a produtividade da terra ser melhorada através do maior emprego de capital e cultivo do solo, além de que o capital já empregado pode ser otimizado para ser empregado de maneira mais eficiente. Jones argumentava que Ricardo nutria uma aversão contra os proprietários de terra ingleses e por isso desenvolveu esta teoria.
Nos Estados Unidos o principal economista influenciado pela escola histórica alemã foi Throstein Veblen, ele que também foi considerado o “pai” da escola institucionalista norte-americana. Veblen teceu várias críticas as ideias e leis neoclássicas:
· Argumentava que as leis neoclássicas não são condizentes com a realidade econômica, sendo meras visões do passado que não consegue descrever o presente;
· Era avesso a ideia utilitárias de Bentham de que os homens estão sempre tentando maximizar o prazer e minimizar a dor, para ele essa visão utilitárias não faz sentido na vida econômica, pois muito do consumo ocorre através do consumo conspícuo que tem como único objetivo esbanjar com bens que não trazem nenhuma utilidade;
Veblen argumentava que o centro de estudos da economia deveria ser as instituições (leis, hábitos e costumes) e como elas evoluíram ao longo da história. Era um grande crítico da elite econômica, elite essa que ele chamava de classe ociosa, segundo Veblen essa classe se comportava apenas para esbanjar bens e a todo custo privilegiam o ócio. Além de promoverem o ódio e a inveja na sociedade.
Contribuições da Escola Histórica Alemã para as Ciências Econômicas
A aceitação do método intuitivo histórico, no qual vários estudos empíricos históricos são utilizados para explicar o presente.
Os economistas da Escola Histórica mostraram que o laissez-faire sem limites não necessariamente leva aos melhores resultados no agregado.
 
Bibliografia
GENNARI, ADILSON MARQUES, História do Pensamento Econômico. São Paulo: Saraiva, 2009.
BRUE, STANLEY L., História do Pensamento Econômico. 6ª edição. São Paulo: Thomson Learning, 2006.
MAXIMO, MMA. A Guerra dos Métodos: A visão da Escola Histórica Alemã. Monografia – Instituto de Economia, Universidade Federal do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro, 2010

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