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1 TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO INSTITUTO POLITÉCNICO – Centro Universitário UNA VALORIZAÇÃO DA MÃO-DE-OBRA FEMININA NA CONSTRUÇÃO CIVIL Carolina Stephany Silva Lage carollage12@gmail.com Orientador Técnico: Verônica Alves Mota Engenharia Civil Resumo – A reversão do quadro de desigualdade de gênero na construção civil vem acontecendo desde meados da década de 80, sendo um dos principais motivos a falta de mão-de-obra qualificada em diversas áreas de conhecimento e trabalho e principalmente, na engenharia. Abordando social e cientificamente o assunto, este artigo retrata uma análise de duas dimensões do problema, sendo elas a evolução do quadro de igualdade de gênero ao longo do desenvolvimento histórico e também pesquisa e estudo de dados que indicam matematicamente os benefícios dessa mudança, levando em consideração as principais áreas de atuação que ocupam, motivos, comportamento e aceitação. A reunião de todos os dados através da metodologia escolhida proporcionou o vislumbre do quão benéfica pode ser a presença feminina na construção civil, pois os resultados demonstram, apesar das dificuldades encontradas por elas, um aumento no número de profissionais qualificadas e competentes. Palavras chave – mulheres, construção civil, engenharia civil, igualdade de gênero, trabalho. 1. Introdução Em nossa sociedade, existe um imenso paradigma, que é o de submissão de gênero das mulheres com relação aos homens. No meio profissional, se evidencia pela segregação através de salários consideravelmente baixos e dificuldade em alcançar os maiores cargos, além dos inúmeros casos de assédio moral e sexual. Felizmente, a 2 mudança direta no perfil das trabalhadoras, devido a extensão do acesso ao estudo, qualificação de qualidade e mais liberdade social, tem causado uma pequena e vagarosa mudança nesse quadro. Diversas pesquisas sobre assunto evidenciam o desempenho e produtividade feminina de maneira igual ou superior aos colegas do sexo oposto, principalmente quanto à postura, competência e compromisso para com a profissão. Obviamente, estas questões comportamentais, são grandes indicadores de sucesso para qualquer profissional, porém, mostram-se mais presentes nas mulheres, que inclusive vêm se destacando nos grandes cargos gerenciais. Visto isso, com o auxílio de conteúdo nacional e internacional publicado, entrevistas, análise de dados estatísticos e um questionário aplicado, objetiva-se especificamente neste artigo: Observar e analisar o comportamento mediante regras institucionais de segurança ou conduta, bem como, e, se é feito o uso de equipamentos de segurança (EPI’S), uma vez que isso interfere diretamente na redução de acidentes, doenças e custos totais de um empreendimento; E relatar a distribuição setorial feminina e experiência profissional no cenário construtivo atual. Fazer análise das áreas em que existe maior procura ou direcionamento das próprias empresas, observando o tipo de trabalho para comprovar por meio da correlação dos dados, que para demandas iguais de trabalho físico e/ou intelectual mulheres podem apresentar desempenho, tempo e qualidade de produção igual ou superior. O objetivo geral é compreender como a participação feminina vem acontecendo no setor de construção civil, visto que sua ocorrência é importante na estruturação do mercado, uma vez que número de mulheres em especialização na área é crescente. 2. Referencial Teórico 2.1 Introdução ao Mercado Observando o mercado, é evidente que a maior parte das mulheres se encontram nos setores administrativos, o que demonstra que o aumento numérico nem sempre corresponde ao aumento de igualdade entre os gêneros, inclusive para salários e cargos. Segundo o site do governo brasileiro, a desigualdade entre a remuneração dos sexos em 2015 (para todos os setores), era de 16%, sendo o rendimento médio de 3 homens R$2.905,41 e o de mulheres R$2.436,85 (GOVERNO DO BRASIL, 2017). Recentemente, foi divulgado um relatório feito pela Organização Mundial do Trabalho (OTI), do inglês (ILO) International Labour Organization, abordando qual é a percepção global das pessoas referente a mulheres no mercado de trabalho, o curioso é que em todo o mundo apenas 27% da população de mulheres mostrou ter interesse em ser somente “do lar”. Quanto aos homens participantes, as opiniões foram: 28% preferiram que as mulheres de sua família estejam no mercado, 29% que elas sejam “do lar’ e 38% que elas pudessem fazer as duas coisas, explicitando a divergência de opinião. Outro dado expressivo é que em todo o mundo, cerca de 1/4 das mulheres se auto declararam principal fonte de renda de suas famílias. Burschini (2000) diz, que como antigamente, as mulheres estavam fadadas apenas a vida familiar, tendo a dedicação à família como trajetória de vida, é comum que hoje ainda existam resquícios dessa hegemonia no momento de contratação pressupondo que a mulher não exercerá bem a função a qual foi designada, caso tenha marido, filhos ou corra o risco de engravidar. Isso vem mudando conforme mostra a Tabela 1, que apresenta dados capturados pela CBIC (Câmara Brasileira da Indústria da Construção) na Relação Anual de Informações Sociais, pertencente ao Ministério do Trabalho e Previdência Social. Observa-se um crescimento exponencial de trabalhadoras no ramo da construção, entre os anos de 2006 e 2016. Tabela 1 - Homens e Mulheres na Construção Civil Ano Homens Mulheres Total 2006 1.330.484 108.229 1.438.713 2007 1.554.945 119.538 1.674.483 2008 1.836.750 150.381 1.987.131 2009 2.048.520 172.734 2.221.254 2010 2.425.850 207.824 2.633.674 2011 2.668.226 240.905 2.909.131 2012 2.748.085 267.288 3.015.373 2013 2.817.565 276.588 3.094.153 2014 2.733.110 286.317 3.019.427 2015 2.333.267 251.901 2.585.168 2016 1.903.028 219.307 2.122.335 Fonte: Banco de Dados CBIC - RAIS MTPS 4 Salerno (2011), baseado em pesquisa elaborada pelo Ministério da Educação, também explica que a matrícula feminina nos cursos de graduação para engenharia cresceu de 20,1% para 25,5% no período de 2000 a 2012. Lombardi (2017), conta que existem fatores de desestímulo que também contribuem para que as mulheres estejam mais distantes do setor, que sempre foi considerado “masculino”. Essa imagem negativa do ambiente de trabalho causa desconforto e intimidação devido a aversão a possibilidade de impertinência de ambos os sexos, inclusive. A autora também diz que os anos 80 e 90 foram decisivos, onde ocorreram mudanças significativas, como o aumento da escolaridade das brasileiras, a mudança na escolha profissional, a expansão no número de escolas e cursos de engenharia e a intensificação da especialização na área. É importante ressaltar que nesse ramo não estão presentes somente as engenheiras, inclusive, a maior parte das mulheres estão trabalhando como pedreiras, eletricistas, pintoras, cozinheiras, faxineiras ou na área de acabamento e finalização em geral, comumente, elas estão nos âmbitos que exigem maior zelo e dedicação. Os primeiros contatos das mulheres nessa esfera foram através dos cargos de limpeza, na remoção da sujeira deixada ao fim das obras. A percepção dos empresários em relação a esse gasto sobressalente fez com que eles contratassem as mulheres para emassamento da cerâmica e finalização em geral, já incluindo o serviço posterior de limpeza, onde eram obviamente, pagas de maneira injusta. Conforme diz Silva (2013), os serviços começaram a apresentar qualidade surpreendente e, ao longo dos anos, houve aumento de contratações para canteiros, ainda que somente em áreas mais específicas, que não foram nada mais que a porta de entrada para os outros domínios. 2.2 Postura Profissional Quando se trata do comportamento e conduta das trabalhadoras já inseridas no mercado de trabalho, existem outras vantagens,como o uso correto dos equipamentos de segurança (EPI’s) e maior respeito as regras institucionais. Existem Normas Regulamentadores como a NR-18 e NR-6 que objetivam controlar e planejamento das medidas de segurança a serem adotadas na construção civil. Seus objetivos são garantir a integridade dos trabalhadores e também proteger e prevenir contra situações de risco dentro dos processos. Para realização de alguns desses, são necessários os chamados 5 EPI’s (Equipamentos de Proteção Individual), obrigatoriamente fornecidos pelas empresas, que são acessórios ou ferramentas desenvolvidas ergonomicamente, para atender à necessidade dos trabalhadores dentro de suas tarefas, oferecendo maior conforto e/ou segurança durante sua realização das mesmas, evitando acidentes, mortes e doenças ocupacionais. Segundo Nascimento et al. (2015), os cuidados com segurança e saúde dos trabalhadores são capazes de elevar a produtividade, a eficiência e também reduzir custos em razão da redução dos riscos de acidente, ergonômicos, físicos, biológicos e químicos, entretanto, é difícil convencer aos trabalhadores, principalmente do sexo masculino, da importância e necessidade dos equipamentos, o que gera alto índice de negligência, estimulando as empresas a contratarem mais mulheres nas obras, principalmente para o Setor de Segurança do Trabalho, visando semear o bom comportamento e ministrar palestras e treinamentos. Segundo Macia (2008, apud QUINALIA, 2008), as mulheres dentro da construção civil são muito mais dedicadas, cuidadosas quantos as normas de segurança e utilizam corretamente e sem resistência os equipamentos EPI’s, além de estarem mais propensas a disseminar essa prática entre os colegas, culminando em redução do desperdício de materiais e acidentes e doenças, impactando diretamente nos custos. Cardoso (2008), em pesquisa aplicada para medir o nível de conscientização dos trabalhadores dentro de uma indústria de descartáveis, questiona homens e mulheres quanto à utilização dos equipamentos de segurança, e mesmo que 100% deles tenham declarado que consideram importante, 30% dos homens admitiram que ainda assim, usam somente as vezes, por omissão ou esquecimento, enquanto nenhuma mulher se pronunciou da mesma forma. 2.3 Relação com a Tecnologia Excluindo as questões de natureza mais empírica e observando do ponto de vista físico e científico, um artigo publicado por Oliveira, para a Revista Superinteressante (2016) explica que, por contarem com pulmões maiores e mais massa muscular no corpo os homens se saem melhor nas atividades de força e exercício do que as mulheres tornando fato que a força física é privilégio indiscutível. Contudo, com a modernização de equipamentos e introdução de novos processos industriais e tecnológicos, é 6 dispensável a força física como um dos principais atributos de contratação, além disso existem os cargos administrativos e de gestão. A empresa mineira Precon Engenharia, que opera como construtora e fábrica, está sendo pioneira na inserção feminina no ramo da construção civil, tendo hoje em seu quadro total de funcionários, cerca de 30% de mulheres, principalmente na linha de produção. Na área operacional, o número cresce cada vez pela falta da mão-de-obra qualificada. O que ocorre é que o investimento em ergonomia e processos mais industriais e tecnológicos, abre espaço às mulheres, pois dispensa a força física e a empresa adota isso como estratégia (PRECON ENGENHARIA, 2015). Dessa forma, a adaptação de equipamentos e tarefas à ambos os sexos, proporcionada pela tecnologia, torna possível a distribuição de tarefas de maneira igualitária, visando os mesmos resultados produtivos. 3. Metodologia Esta pesquisa aplicada é de caráter quali-quantitativo, abordando empresas, pessoas, artigos científicos publicados, dados estatísticos oficiais, palestras e coleta de informações através de plataforma online, o que classifica os métodos como exploratórios. Para recolhimento de dados, desenvolveu-se um questionário online através da plataforma Google Forms, com perguntas direcionadas às mulheres que estão eu estiveram presentes na construção civil em geral, em qualquer setor e nível hierárquico. Este, é composto por 10 perguntas curtas e objetivas, algumas de múltipla escolha, de maneira a estimular o interesse em sua resolução. Através disso, foram coletadas diversas experiências profissionais e de relacionamento com o ambiente de trabalho, dados que foram transformados em números a serem analisados nos resultados. As perguntas que compõem o questionário encontram-se disponíveis no APÊNDICE A. Para entrevista foi convidada uma estudante de engenharia civil em formação experiente no mercado, cursando seu último período, formada como técnica em segurança do trabalho e atualmente analista de engenharia, Thainá Fernandes de Souza. 7 Os artigos científicos referenciais e dados estatísticos de embasamento, provém principalmente, de plataformas de pesquisa na internet e sites, incluindo análise documental de leis e normas brasileiras. Algumas ideias foram absorvidas de uma palestra realizada em Belo Horizonte, sobre representatividade, intitulada “Mulheres na Engenharia”, ministrada por uma conselheira do CREA-MG e mais 4 debatedores convidados. 4. Resultados e Discussão A transmissão do questionário online ocorreu através das redes sociais e auxílio de colegas do meio profissional e acadêmico, ficando disponível para acesso e resolução durante um período de aproximadamente 20 dias, onde obteve o total de 35 respostas e foram identificadas 16 Instituições diferentes que atuam em vários nichos desse mercado. A maioria das entrevistadas são mulheres do meio universitário e todas elas envolvidas de alguma forma na construção civil, operando em diversas áreas, sendo os setores de projetos, segurança do trabalho e engenharia civil em sua maioria. Como boa parte das respostas também são de estudantes, houve muitos cargos intitulados como “estágio”. No Gráfico 1 abaixo, podemos observar a porcentagem de entrevistadas que atuam em cargos de gerência, e no Gráfico 2, aquelas que já foram delegadas para atividades de grande responsabilidade. Como podemos ver, menos de 50% das mulheres se enquadram nesse perfil, um valor consideravelmente baixo, sendo que, das que atuam como gestoras, apenas 1 gerencia entre 21 e 50 mulheres e apenas 2 gerenciam entre 21 a 50 homens, enquanto nenhuma delas é responsável por mais de 50 pessoas. Gráfico 1: Possuem cargo de gerência 42,90% 57,10% SIM NÃO 8 Gráfico 2: Já foram delegadas para atividades de grande responsabilidade Quanto ao feed back recebido pós finalização de projetos bem-sucedidos, a grande maioria delas diz receber elogios, porém a taxa de críticas ainda é superior (91,4% e 94,3%, respectivamente). Estes dados se correlacionam com os resultados da pergunta a respeito de assédio moral e sexual, onde 62,9% delas confirmaram ter sofrido ao menos algum tipo de comentário agressivo a respeito de seu trabalho ou aparência, conforme Gráfico 3. Gráfico 3: Já sofreram ou presenciaram casos de assédio O assédio é um problema muito grave, pois segue afastando as mulheres desses ambientes, aos quais poderiam contribuir muito, profissionalmente. O obstáculo não é exclusivo do setor, mas como explica Lombardi (2017), por ser considerado um ambiente masculinizado, os dados aumentam, pelas atitudes explícitas de discriminação e violência, que se estendem também à outras identidades de gênero. Em um dos relatos para o questionário, uma jovem explica que ao ser contratada como nova estagiária, as piadas eram constantes, até o momento que sofreu uma atitude de assédio sexual, que 45,70% 54,30% SIM NÃO 62,90% 37,10% SIM NÃO 9 a deixou bastante constrangida perante os colegas. Outra, contaque tenta demonstrar sua autoridade para evitar qualquer situação desconfortável. De todas as 35, 97,1% se consideram profissionais responsáveis, mas somente 37,1% se sentem igualmente remuneradas comparadas aos salários dos colegas homens. Isso demonstra que, independente dos salários ofertados, elas se mostram comprometidas para com suas atividades e empresas ainda que injustamente remuneradas. Ao responderem o porquê de se considerarem produtivas, a maioria delas disse que realiza suas tarefas com dedicação e em tempo hábil, muitas vezes abaixo do esperado e buscam sempre mais conhecimento. Uma delas respondeu, “Consigo desenvolver de forma satisfatória as minhas funções e projetos, busco sempre aprender e a desenvolver coisas novas para evoluir o processo em que estou inserida”. Ainda na linha comportamental, quando se fala de saúde e segurança do trabalho, a pesquisa apresentou mais um dado comprovatório de que a maior parte das mulheres utilizam EPI de forma correta, sendo que em uma escala de 0 a 5 para a frequência de utilização, 16 delas escolheram 5, e 12 afirmaram não necessitar do uso desses equipamentos, não havendo registro de respostas para 0, 1 e 2. A última pergunta questionava sobre as atividades diárias do cargo de cada entrevistada e a maioria descreveu, conforme esperado, que atuam em escritórios, como projetistas e outras atividades administrativas e também em cargos de gestão, entretanto algumas relataram acompanhamento e execução de obras. A aplicação deste questionário tornou possível a comprovação da veracidade de alguns dados já vistos nas diversas pesquisas utilizadas como embasamento teórico e científico para construção deste artigo. A entrevista verbal com a selecionada, possibilitou a coleta de informações importantes em questão de experiência e como, na prática, as mulheres tem se posicionado no mercado de trabalho atualmente. Thainá Fernandes de 32 anos, técnica de segurança de trabalho há cerca de 12, conta que após finalizar a graduação tem interesse na pós-graduação em Engenharia de Segurança do Trabalho, como forma de expandir ainda mais o seu conhecimento na área. Em entrevista ela afirma que, uma das maiores dificuldades que encontra no mercado de trabalho ainda são o preconceito e o machismo, principalmente em locais 10 mais afastados dos grandes centros urbanos, onde os recursos são mais limitados e o trabalho pode ser sacrificante, pois sempre espera-se que ela cometa erros e não seja suficientemente competente, entretanto, ela complementa que ao ser bem sucedida ou receber algum tipo de promoção, a reação dos colegas é julgar que existe algum tipo de envolvimento amoroso ou sexual com a chefia. Quanto ao assédio, ela acredita que os casos estão diminuindo devido ao avanço da tecnologia, que permite o registro de tais atos, porém ainda é bem presente. Sobre os equipamentos de EPI, por ser uma experiente técnica em segurança do trabalho, ela afirma que precisa ser a primeira a dar exemplo aos colegas. No mais, ela explica que trabalhou em várias construtoras conhecidas como a Andrade Gutierrez e Cowan e empresas menores de demolição, onde conviveu com muitos obstáculos, como salários inferiores não justificados e relação com colegas pouco profissionais. Segundo Thainá, as mulheres sempre buscam maior qualificação e aprimoramento enquanto os homens, são mais desleixados, e ainda assim, são beneficiados. Para finalizar ela diz: “Posso te falar que já estive trabalhando em grandes empresas e pequenas empresas, e não muda muito essa forma de visão. Hoje as empresas estão mais conscientes com essa questão da valorização da mulher, do respeito a diversidade e em relação a tudo isso, mas até pouco tempo atrás isso ainda não existia, não tinha essa cultura, era mais um papel”. O depoimento da profissional confirma que os problemas ainda existem, entretanto, as mulheres têm seguido perseverantes e conquistando espaços através do conhecimento. 5. Conclusão Após análise dos dados recolhidos e conteúdo de pesquisa, este artigo relata a atual inexistência de barreiras que impeçam a presença das mulheres em qualquer setor e cargo da construção civil, pois como discutido, a tecnologia já foi capaz de equiparar o rendimento de ambos os sexos através da modernização dos processos, esses que, também possibilitam ao sexo feminino equidade quanto a índices de produção e desempenho, sendo muitas vezes superiores em algumas áreas. É muito importante que, apesar da baixa crescente na desigualdade de gênero, elas não deixem de se 11 especializar e adquirir conhecimentos específicos, pois cada vez mais serão visadas como profissionais pelos grandes empresários, que já começaram a perceber que a mão de obra faltante que buscam, está em formação, e tem grande parte de mulheres. Portanto, conclui- se que, ainda que o mercado de trabalho exija muita luta, as mulheres estão cada vez mais presentes e com força de trabalho de qualidade, uma reversão do quadro de desigualdade extremamente benéfica a sociedade, pessoas e empresas. 6. Referências Bibliográficas ALVES, Nadile. Precisamos falar sobre a presença da mulher na construção civil. Disponível em: <https://constructapp.io/pt/precisamos-falar-sobre-a-presenca-da- mulher-na-construcao-civil/>. Acesso em: 17 set. de 2017. BRUSCHINI, Cristina. Médicas, arquitetas, advogadas e engenheiras: mulheres em carreiras profissionais de prestígio. Revista Estudos Feministas, v. 7, n. 1/2, p.9- 24, 1999. Câmara Brasileira da Indústria da Construção. Aumenta a participação das mulheres na construção civil. Disponível em: <https://cbic.org.br/aumenta-a- participacao-das-mulheres-na-industria-da-construcao/>. Acesso em 26 mai. de 2018. CARDOSO, Vanessa de A. 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O objetivo é o levantamento de dados para o desenvolvimento de um Trabalho de Conclusão de Curso do Centro Universitário Una, Engenharia Civil. VALORIZAÇÃO DA MÃO-DE-OBRA FEMININA NA CONSTRUÇÃO CIVIL Graduanda Carolina Lage 24 anos carollage12@gmail.com - (31) 99108-3920 Sua identidade será preservada. Nome (opcional): Empresa (opcional): 1. Qual a sua área de atuação? 2. Você possui cargo de gerência? Se sim, é responsável por quantas mulheres e homens? ( )SIM ( )NÃO MULHERES ( )1 a 5 ( ) 6 a 10 ( )11 a 20 ( )21 a 50 ( ) 51 ou mais HOMENS ( )1 a 5 ( ) 6 a 10 ( )11 a 20 ( )21 a 50 ( ) 51 ou mais 3. Você já foi delegada para atividades ou projetos de grande responsabilidade? Se sim, gostaria de relatar? ( )SIM ( )NÃO 4. Você já recebeu elogios por trabalhos concluídos ou bem-sucedidos? E críticas? ( )SIM ( )NÃO ( )SIM ( )NÃO 5. Você já sofreu ou conhece algum caso de assédio moral e/ou sexual? Se sim, gostaria de relatar? ( )SIM ( )NÃO 6. De 0 a 5, com que frequência você usa corretamente os equipamentos de segurança? (EPI) ( )1 ( )2 ( )3 ( )4 ( )5 ( )NÃO PRECISO 7. Você desenvolve atividades ou manuseia equipamentos de risco? Quais? ( )SIM ( )NÃO 8. Você se considera uma pessoa produtiva? Porque? ( )SIM ( )NÃO 9. Você se sente igualmente remunerada como os colegas do sexo masculino? E profissionalmente valorizada? ( )SIM ( )NÃO ( )SIM ( )NÃO 10. Gostaria de descrever as atividades desenvolvidas por você? Disponível em: <https://docs.google.com/forms/d/1F5b7re6K4Pd3vWE3krtoKOhOjUN2oJOqZg -U4H5tawE/edit>
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