Buscar

Farmacocinética - aula 1 - Fármaco

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 4 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Medicina – Farmacologia – Thays Lopes 
 
Farmacocinética 
É o estudo do que o organismo faz com as drogas; 
FATORES QUE INFLUENCIAM O PROCESSO DO 
FÁRMACO: 
 Peso molecular; 
 Conformação estrutural; 
 Difusão; 
 Área; 
 Grau de ionização; 
 Lipossolubilidade; 
 pH; 
→ A absorção, a distribuição, a metabolização, a excreção e 
a ação de um fármaco dependem do seu transporte 
através das membranas celulares; 
→ Na maioria dos casos, o fármaco precisa atravessar as 
membranas plasmáticas de muitas células até alcançar 
seu local de ação; 
→ As proteínas incrustadas na camada dupla da membrana 
plasmática funcionam como “âncoras” estruturais, 
receptores, canais iônicos ou transportadores para a 
transdução dos sinais elétricos ou químicos, atuando 
como alvos seletivos para a ação do fármaco; 
→ A transferência de um fármaco através da membrana 
geralmente se limita às suas formas livres; 
→ Por esta razão, os complexos formados por fármacos e 
proteínas constituem um reservatório inativo, que pode 
influenciar os efeitos terapêuticos e adversos de 
determinado fármaco; 
→ A maioria dos fármacos lipofílicos grandes precisam 
atravessar a membrana celular sem ajuda da água; 
→ Os fármacos atravessam a membrana por processos 
passivos ou por mecanismos envolvendo a participação 
ativa dos componentes da membrana; 
→ Quanto maior for o coeficiente de partição, maior será a 
concentração do fármaco na membrana e mais rápida a 
sua difusão; 
→ Fármaco de caráter ácido é mais absorvido em meio 
ácido, já o de caráter básico é mais absorvido em meio 
básico; 
HA  H+ + A- 
 
 
 
 
 
 
ABSORÇÃO 
→ É a transferência do fármaco do seu local de 
administração para o sangue e a amplitude com que isso 
ocorre; 
→ Biodisponibilidade descreve a porcentagem na qual uma 
dose do fármaco chega ao seu local de ação, ou a um 
líquido biológico a partir do qual o fármaco chegou ao seu 
local de ação; 
→ Metabolismo de 1º passagem: é a diminuição da 
concentração do fármaco, pelo fígado, antes de chegar à 
circulação sistêmica; 
→ Devido ao metabolismo de 1º passagem uma fração da 
dose administrada e absorvida do fármaco será inativada 
ou desviada no intestino e no fígado, antes que chegue à 
circulação sistêmica e seja distribuída para seus locais de 
ação; 
→ Se a capacidade metabólica ou excretora do fígado e do 
intestino for grande para o fármaco, a biodisponibilidade 
será reduzida significativamente; 
→ A biodisponibilidade pode ser influenciada por fatores 
anatômicos, fisiológicos e patológicos; 
→ A escolha da via de administração também depende da 
biodisponibilidade; 
DISTRIBUIÇÃO 
→ Depois da absorção ou administração sistêmica na 
corrente sanguínea, o fármaco distribui-se para os 
líquidos intersticiais e intracelulares; 
→ Esse processo depende de alguns fatores fisiológicos e 
das propriedades físico-químicas específicas de cada 
fármaco; 
→ Débito cardíaco, fluxo sanguíneo regional, permeabilidade 
capilar e volume tecidual determinam a taxa de liberação 
e a quantidade potencial do fármaco distribuído aos 
tecidos; 
→ Inicialmente, o fígado, os rins, o cérebro e outros órgãos 
bem irrigados recebem a maior parte do fármaco; 
→ A liberação aos músculos, à maioria das vísceras, à pele e 
aos tecidos adiposos é mais lenta e esta segunda fase de 
distribuição pode demorar de alguns minutos a várias 
horas, antes que a concentração do fármaco nos tecidos 
esteja em equilíbrio com o nível sanguíneo; 
→ Alguns fármacos circulam na corrente sanguínea ligados 
às proteínas plasmáticas; 
→ A albumina é o principal carreador dos fármacos ácidos, 
enquanto a glicoproteína ácida α1 liga-se aos fármacos 
básicos; 
→ Além da ligação dos fármacos às proteínas carreadoras 
como a albumina, alguns compostos podem ligar-se às 
proteínas que funcionam como carreadoras de 
hormônios específicos, por exemplo, a ligação do 
estrogênio ou da testosterona à globulina de ligação dos 
Medicina – Farmacologia – Thays Lopes 
 
hormônios sexuais, ou a ligação do hormônio da tireoide 
à globulina de ligação da tiroxina; 
→ A Hipoalbuminemia secundária à doença hepática grave 
ou à síndrome nefrótica diminui a ligação proteica e 
aumenta a fração livre; 
→ Além disso, os distúrbios que causam uma resposta da 
fase aguda (ex.: câncer, artrite, IAM e doença de Crohn) 
aumentam os níveis da glicoproteína ácida α1 e ampliam a 
ligação dos fármacos básicos; 
→ Quando as alterações da ligação às proteínas plasmáticas 
ocorrem nos pacientes, o fármaco livre equilibra-se 
rapidamente em todo o corpo e há uma alteração apenas 
transitória na concentração plasmática da fração livre; 
→ A ligação de um fármaco às proteínas plasmáticas limita 
sua concentração nos tecidos e em seu local de ação, 
tendo em vista que apenas a fração livre está em 
equilíbrio nos dois lados das membranas; 
→ O tecido adiposo e os ossos podem tornarem-se 
reservatório de fármacos; 
→ Muitos fármacos lipossolúveis são armazenados por 
solubilização física na gordura neutra; 
→ O tecido adiposo é um reservatório muito estável, porque 
sua irrigação sanguínea é relativamente escassa; 
→ Os ossos podem tornar-se reservatórios para a liberação 
lenta de agentes tóxicos, como o chumbo ou rádio para o 
sangue, por isso os efeitos desses tóxicos podem persistir 
por muito tempo depois de cessada a exposição; 
→ A cessação do efeito farmacológico depois da interrupção 
do uso de um fármaco em geral ocorre por metabolização 
e excreção, mas também pode ser causada pela 
redistribuição do fármaco do seu local de ação para 
outros tecidos ou locais; 
→ A transferência dos fármacos pela placenta tem 
importância fundamental, porque alguns compostos 
podem causar anomalias no desenvolvimento do feto; 
METABOLIZAÇÃO 
→ É a transformação do fármaco lipossolúvel em 
hidrossolúvel para a excreção; 
→ O metabolismo dos fármacos e outros compostos 
xenobióticos em metabólitos mais hidrofílicos é essencial 
à sua eliminação do organismo, bem como a cessação das 
suas atividades biológicas e farmacológicas; 
→ Em geral, as reações do metabolismo geram metabólitos 
inativos, mas polares, facilmente excretados pelo 
organismo; 
→ Entretanto, em alguns casos, o organismo produz 
metabólitos com atividade biológica potente ou 
propriedades tóxicas; 
→ Alguns dos sistemas enzimáticos que transformam 
fármacos em metabolitos inativos (ex.: biossíntese dos 
esteroides) também geram metabolitos biologicamente 
ativos dos compostos endógenos, como acorre com a 
biossíntese dos esteroides; 
→ A metabolização dos fármacos é classificada em dois 
tipos: 
Fase I: reações de funcionalização; 
• As reações da fase I introduzem ou expõe um grupo 
funcional do composto original, como ocorre nas 
reações de hidrólise; 
• Em geral, as reações da fase I resultam na perda da 
atividade farmacológica, embora existam exemplos de 
conservação ou ampliação dessa atividade; 
• Os pró-fármacos são compostos farmacologicamente 
inativos produzidos a fim de maximizar a quantidade 
de substância ativa que chega ao local de ação; 
• Os pró-fármacos inativos são convertidos em 
metabólitos biologicamente ativos, em geral, por 
hidrólise de uma ligação éster ou amida; 
• Se não forem excretados rapidamente na urina, os 
produtos das reações do metabolismo da fase I podem 
então reagir com compostos endógenos para formar 
conjugados altamente hidrossolúveis; 
Fase II: reações de biossíntese ou conjugação; 
• As reações de conjugação da fase II resultam na 
formação de uma ligação covalente entre um grupo 
funcional do composto original ou metabólito da fase I 
e o ácido glicurônico, sulfato, glutationa, aminoácidos 
ou acetato formados pelos processos endógenos; 
• Em geral, esses conjugados altamente polares são 
inativos e excretados rapidamente na urina e nas fezes; 
• Um exemplo de conjugado ativo é o metabólito 6-
glicuronídicoda morfina, um analgésico mais potente 
do que o composto original; 
→ Os sistemas enzimáticos envolvidos no metabolismo dos 
fármacos estão localizados principalmente no fígado, 
embora todos os tecidos examinados tenham alguma 
atividade metabólica; 
→ Outros órgãos com função metabólica significativa são: 
trato GI, os rins e os pulmões; 
→ Depois da administração oral de um fármaco, uma 
porcentagem significativa da dose pode ser inativada 
metabolicamente no epitélio intestinal ou fígado, antes 
que o fármaco chegue à circulação sistêmica; 
→ O assim chamado de metabolismo de primeira passagem 
limita de modo significativo a disponibilidade oral dos 
fármacos amplamente metabolizados; 
→ Os sistemas enzimáticos envolvidos nas reações da fase I 
estão localizados principalmente no retículo 
endoplasmático, enquanto os sistemas enzimáticos de 
conjugação da fase II são predominantemente citosólicos; 
→ Em geral, os fármacos metabolizados por uma reação da 
fase I no reticulo endoplasmático são conjugados 
sequencialmente nesta mesma organela ou na fração 
citosólica da mesma célula; 
Medicina – Farmacologia – Thays Lopes 
 
→ Essas reações do metabolismo são realizadas pelas CYPs (isoformas do citocromo P450) e por várias transferases; 
• CYP3A4 – é capaz de metabolizar 60% dos fármacos; 
• CYP2D6 – é capaz de metabolizar 30% dos fármacos; 
• CYP2E1 – é capaz de metabolizar o paracetamol e o etanol; 
• OBS.: o cetoconazol inibe a CYP3A4; 
EXCREÇÃO 
→ Os fármacos são eliminados pelo processo de excreção sem qualquer alteração, ou são convertidos em metabólitos; 
→ Existem 4 vias de excreção: 
1. Via renal; 
2. Via biliar; 
3. Via pulmonar; 
4. Via dérmica; 
→ Com exceção dos pulmões, os órgãos excretores eliminam mais eficazmente os compostos polares do que as substâncias 
altamente lipossolúveis; 
→ Por essa razão, os fármacos lipossolúveis não são facilmente eliminados ate que sejam metabolizados em compostos mais 
polares – hidrossolúveis; 
→ O rim é o órgão mais importante para a excreção dos fármacos e seus metabólitos; 
→ As substâncias excretadas nas fezes são predominantemente fármacos ingeridos por via oral que não foram absorvidos, ou 
metabólitos dos fármacos excretados na bile ou secretados diretamente no TI e que não foram reabsorvidos; 
→ A excreção pulmonar é importante principalmente para a eliminação dos gases anestésicos; 
→ A excreção renal dos fármacos e metabólitos na urina inclui três processos independentes: 
1. Filtração glomerular; 
2. Secreção tubular ativa; 
3. Reabsorção tubular passiva; 
→ A quantidade de fármaco que chega ao lúmen tubular por filtração depende da taxa de filtração glomerular e da extensão da 
ligação plasmática do fármaco; 
→ Apenas a fração livre é filtrada; 
→ Quando a urina tubular está mais alcalina, os ácidos fracos estão em grande parte ionizados e, desta forma, são excretados 
mais rapidamente e em quantidades maiores; 
→ Quando a urina tubular estiver mais ácida, a fração do fármaco ionizado é reduzida, o mesmo acontece com a sua excreção; 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Medicina – Farmacologia – Thays Lopes

Outros materiais