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avaliação nutrologica do idoso

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Duda Bernardes 1 
 
 Avaliação Nutricional do Idoso 
INTRODUÇÃO: 
↠ O envelhecimento submete o organismo a diversas 
alterações anatômicas, funcionais, bioquímicas e 
psicológicas, com repercussões sobre as condições de 
saúde e nutrição do indivíduo. 
↠ A incidência aumentada de doenças, a diminuição 
da funcionalidade e os hábitos de vida não saudáveis 
vêm determinando uma prevalência aumentada de 
distúrbios nutricionais nessa fase da vida. Tanto a 
desnutrição (1º) quanto obesidade (2º) fazem parte do 
envelhecimento atual. A primeira associa-se à maior 
mortalidade, enquanto a segunda está associada ao 
declínio funcional e à perda de independência e 
autonomia. 
↠ A avaliação nutricional do paciente idoso deve ser 
realizada de maneira criteriosa, devendo ser 
consideradas as alterações que ocorrem na composição 
corporal e que são decorrentes do processo de 
senescência. 
• peso diminui por causa da perda de massa 
óssea (osteopenia) e muscular 
• redução fisiológica do apetite 
• Altura também sofre alterações, por causa do 
achatamento plantar e à diminuição da altura 
das vertebras e discos invertebrais e alterações 
posturais. 
• Redução de 20 – 30% da água corporal total 
• Aumento de 20 – 30% na gordura corporal total 
e modificação em sua distribuição, com 
tendência a uma localização mais central. 
↠ Com essas mudanças os idosos podem apresentar 
algumas alterações em umas variáveis antropométricas 
como: 
• Aumento da circunferência da cintura (CC) 
• Diminuição da circunferência do braço (CB) 
• Diminuição da dobra cutânea tricipital (DCT) 
↠ Há várias alterações fisiológicas do envelhecimento 
que podem comprometer as necessidades nutricionais 
e a ingestão do idoso, como: 
• xerostomia; 
• diminuição do olfato e do paladar, decorrente 
da redução nos botões e nas papilas gustativas 
sobre a língua; 
• redução do fluxo sanguíneo renal e da taxa de 
filtração glomerular; 
• aumento da necessidade proteica; 
• redução da biodisponibilidade de vitamina D; 
• deficiência na absorção da vitamina B6; 
• redução da acidez gástrica com alterações na 
absorção de ferro, cálcio, ácido fólico, B12 e 
zinco; 
• atividade da amilase salivar reduzida; 
• redução da atividade de enzimas proteolíticas, 
como a amilase e a lípase pancreática; 
• tendência à diminuição à tolerância à glicose. 
↠ É importante lembrar também de algumas 
circunstâncias clínicas que geram menor acesso do 
paciente ao alimento, como: 
• AVC 
• Demência avançada 
• Síndrome da imobilização 
• Medicamentos que causam inapetência 
• Transtornos de humor 
• Uso de prótese dentária mal adaptada 
• Abuso de álcool 
↠ Distúrbios sociais e familiares, incluindo 
institucionalização e maus tratos, também podem levar 
à desnutrição 
 AVALIAÇÃO NUTRICIONAL: 
↠ Na avaliação vários recursos devem ser utilizados, 
são eles: 
• Anamnese: 
o Verificar sintomas clínicos e 
nutrológicos do paciente 
o Colher história pregressa 
• Exame físico: 
o Para verificar alguns sinais de 
desnutrição 
• Avaliação nutrológica: 
o Verificar alteração de peso; 
o Antropometria 
o Composição corporal 
• Parâmetros bioquímicos 
• Questionários de avaliação nutricional subjetiva 
• Bioempedância. 
 
 
Avaliação nutricional do idoso 
Duda Bernardes 2 
 
AVALIAÇÃO ANTROPOMÉTRICA: 
↠ O seguimento antropométrico mede as variações de 
tecido adiposo e muscular do indivíduo. 
↠ O IMC é um dos parâmetros mais utilizados. 
 
 
↠ A circunferência do braço (CB) pode ser utilizada 
para avaliação da desnutrição, sendo um método 
confiável para o diagnóstico. 
↠ A circunferência da panturrilha (CP) é um indicador 
sensível de alterações musculares no idoso; se menor 
que 31 cm é considerado o melhor indicador para 
avaliar a presença de sarcopenia, estando relacionada a 
perda de funcionalidade e queda. 
↠ A avaliação de pregas cutâneas é útil no seguimento 
de pacientes idosos, especialmente a prega tricipital, 
pois é a região de maior camada subcutânea de 
gordura. 
↠ A circunferência abdominal (CA) é usada para avaliar 
o risco cardiovascular. A razão cintura/quadril tem sido 
usada como indicador de obesidade abdominal; para 
homens, seu ponto de corte é superior a 1 e, para 
mulheres, superior a 0,85. 
 
 
AVALIAÇÃO BIOQUÍMICA: 
↠ Os exames bioquímicos são utilizados para 
acompanhar a terapia nutrológica, avaliar os riscos e 
detectar problemas nutricionais não observados 
durante a avaliação antropométrica ou clínica. 
↠ A albumina é um importante marcador para a 
identificação do estado nutrológico. 
↠ A análise do colesterol também é importante, mas os 
níveis baixos desse se manifestam tardiamente no 
percurso da desnutrição. 
↠ Outros parâmetros utilizados são o hemograma, 
creatinina e enzimas hepáticas. 
 
 TRIAGEM DE RISCO NUTROLÓGICA: 
↠ Para avaliação nutrológica de um idoso deve-se 
realizar o exame físico completo, além de um 
questionário de triagem nutricional. 
↠ Avaliação Global Subjetiva (ASG) 
↠ Miniavaliação nutricional (MAN): 
o Tem como objetivo avaliar o risco de 
desnutrição e identificar aqueles que possam se 
beneficiar da intervenção dietoterápica 
precoce. Pode ser usada tanto para triagem 
como para avaliação diagnóstica e compreende 
quatro categorias: avaliação antropométrica, 
avaliação global, avaliação dietética e avaliação 
subjetiva. 
 NECESSIDADES NUTROLÓGICAS DO IDOSO: 
↠ As necessidades nutricionais no idoso são de grande 
interesse, pois essa faixa etária está em constante risco 
nutricional devido ao grande número de doenças 
crônicas, polifarmácia, perdas funcionais e financeiras, 
alterações na absorção dos nutrientes pelo trato 
gastrointestinal, problemas com a saúde oral, atrofia 
gástrica, hipocloridria e senescência das vilosidades 
intestinais. 
 
 
Duda Bernardes 3 
 
 
MACRONUTRIENTES: 
↠ Água: com envelhecimento a quantidade de água no 
corpo diminui, com isso os idosos tem maior tendência 
à desidratação. 
↠ Glicídios: são combustíveis e elementos de reserva 
energética, sendo predominante na maioria das dietas 
↠ Colesterol e lipídeos: são de grande importância 
biológica pois desempenham um papel fundamental 
nas funções energéticas, estruturais e hormonais do 
organismo. Deve corresponder a 30% de toda a energia 
da dieta 
↠ Energia: a energia de pacientes idosos diminui, pois 
há uma redução da perda de massa muscular, 
consequentemente a taca metabólica basal é 
diminuída. 
↠ Fibras: a recomendação atual é de 20 – 35 g de fibra 
ao dia. 
MICRONUTRIENTES: 
↠ Ácido fólico: A deficiência de folato costuma estar 
associada a má nutrição, uso de álcool e drogas 
↠ Vitamina B12: anemia megaloblástica é uma das 
manifestações clínicas mais importantes, atrofia 
gástrica, hipocloridria, redução da ingestão, dificuldade 
em separar a vitamina das proteínas carreadoras. 
o Fazer dosagem de homocisteína. 
↠ Vitamina A: é importante principalmente no 
funcionamento da visão, na diferenciação celular e na 
imunidade, é rara em idosos, normalmente nessa fase 
da vida costumamos ter um aumento na absorção 
dessa vitamina. Níveis altos dessa vitamina podem ser 
tóxicos. 
↠ Vitamina D: A deficiência de vitamina D pode 
acarretar diversos sintomas, sinais precoces como dor 
muscular e até fraturas ósseas. Ela exerce importante 
papel na função imune e principalmente no 
metabolismo do cálcio, com efeitos na massa óssea. 
• A suplementação é recomendada 
especialmente a indivíduos com osteopenia e 
osteoporose, mas ainda há discussão sobre qual 
seria a dose ideal. 
MINERAIS: 
↠ Cálcio: 
o Comorbidades envolvendo o metabolismo do 
cálcio aumentam com a idade, como a 
osteopenia e a osteoporose, que podem levar a 
fraturas com desastrosas consequências para os 
idosos, incluindo perda de funcionalidade e de 
independência 
o Osteomalácia é outradoença também 
prevalente nos idosos, causada pela deficiência 
de vitamina D que leva à redução da absorção 
do cálcio 
↠ Ferro: 
o A deficiência de ferro é comum em idosos com 
múltiplas comorbidades, principalmente 
naqueles hospitalizados ou com doenças 
crônicas. A anemia associada com a idade pode 
ser secundária a sangramentos crônicos no 
trato gastrointestinal, ingestão inadequada, 
doenças inflamatórias e alterações gástricas 
com redução da absorção pela diminuição da 
acidez. 
↠ Zinco: 
o Clinicamente, a deficiência de zinco pode ser 
vista como dermatite, redução da função 
imune, perda de paladar e dificuldade na 
cicatrização de feridas. Nos idosos, a função dos 
linfócitos T e da imunidade celular pode ser 
reduzida. A dermatite e a perda de paladar são 
manifestações comuns da deficiência de zinco, 
mas sua suplementação pode reverter esses 
sintomas. 
 
 
 
 
 
Duda Bernardes 4 
 
SARCOPENIA: 
↠ Diminuição da massa muscular apendicular 
associado à redução de força muscular ou redução de 
desempenho físico. 
 
↠ Pontos de corte a partir do índice muscular 
esquelético foram associados a risco elevado de 
deficiência física: 
• Incapacidade grave: 
Mulheres: = ou < 5,75 kg/m² 
Homens: = ou < 8,5 kg/m² 
• Incapacidade moderada: 
Mulheres: 5,76 – 6,75 Kg/m² 
Homens: 8,51 – 10,75 Kg/m² 
↠ A sarcopenia é um dos maiores preditores de 
limitação funcional nos idosos e influencia os estados 
cognitivo, físico e nutricional, além de propiciar o 
aparecimento de comorbidades nessa faixa etária 
↠ As causas de sarcopenia incluem: 
• Alterações endócrinas 
• Ativação de citocinas pro-inflamatórias 
• Redução de unidades alfamotoras na medula 
espinhal 
• Diminuição da atividade física 
• Baixo consumo de proteínas 
↠ Pode ser considerado de causa primária, quando 
nenhuma outra causa é evidente além do 
envelhecimento 
↠ Pode ser considerado de causa secundária quando 
mais ou uma causa são evidenciadas 
↠ Na maioria dos idosos, sua etiologia é multifatorial e 
não é possível classificar cada indivíduo como primário 
ou secundário, de modo que a sarcopenia é 
caracterizada como uma síndrome geriátrica 
multifatorial 
 
↠ Algumas das consequências das sarcopenia são: 
• Alteração na mobilidade e no equilíbrio 
• Aumento na prevalência de quedas e fraturas 
• Entra em um ciclo vicioso 
 
↠ Reduções nos níveis de testosterona e estrógeno que 
acompanham o envelhecimento parecem acelerar o 
desenvolvimento da sarcopenia. Deficiências relativas 
de estrogênio e testosterona contribuem para o 
catabolismo muscular e a promoção de citocinas 
catabólicas, como as interleucinas 1 e 6 (IL-1 e IL-6). 
↠ O aumento da resistência à insulina em decorrência 
do envelhecimento ocasiona redução da ação da 
insulina na musculatura, o que pode contribuir para o 
catabolismo muscular. 
TRATAMENTO: 
• Reposição hormonal: ainda há muitos “espaços 
vazios sobre a relação” 
• Exercícios de resistência 
• Aporte adequado de nutrientes.

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