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ESTRATÉGIAS DE TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO Érika Madeira E-book 3 Neste E-Book: INTRODUÇÃO ����������������������������������������������������������� 3 SISTEMAS DE GERENCIAMENTO DE CONTEÚDO����������������������������������������������������������������4 Desenvolvimento de aplicações WEB ��������������������������������������4 Sistema de gestão de conteúdos ������������������������������������������17 Principais CMS ������������������������������������������������������������������������24 CONSIDERAÇÕES FINAIS ���������������������������������� 40 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS & CONSULTADAS ��������������������������������������������������������41 2 INTRODUÇÃO As companhias prestam muita atenção ao custo de fazer alguma coisa. Deviam preocupar-se mais com os custos de não fazer nada. Philip Kotler Neste módulo, vamos verificar que o mundo atual possui uma imensidão de dados espalhados por todo lugar� A internet possibilita nossa conexão com todo esse conteúdo diariamente gerado, alterado e dispo- nibilizado. Para que tenhamos informação de valor e possamos, de fato, usufruir dos serviços da rede, a gestão de conteúdo torna-se essencial� Sendo assim, vamos estudar as diferentes maneiras de se implementar uma aplicação web que conecte a empresa ao seu público-alvo com uma mensagem de sucesso� 3 SISTEMAS DE GERENCIAMENTO DE CONTEÚDO Desenvolvimento de aplicações WEB Quando pensamos em aplicações, surgem basica- mente dois tipos em nossa mente: as aplicações tradicionais e as aplicações web. A diferença entre elas está no local de processamento� Aplicações como o Office, um antivírus ou um jogo como The Sims são tradicionalmente instalados em seu com- putador e, ao serem executados, consomem recursos da máquina local para seu processamento, ou seja, rodam in loco. Por sua vez, as aplicações web também foram de- senvolvidas tais quais as aplicações tradicionais e também são instaladas em um computador, só que não o seu� Essas aplicações são colocadas em um servidor que está fisicamente em algum lugar do mundo e que, através da internet, você consegue acessar e utilizar sem precisar trazer nada para seu computador� Assim, o ponto nevrálgico da questão é que as apli- cações web são executadas a partir do navegador, consumindo processamento de uma infraestrutura externa� 4 Muito por conta dessa característica, as aplicações web têm se expandido cada vez mais. Atualmente, as pessoas ainda ficam relutantes quando precisam fazer download de um programa para realizar uma função. Pudemos observar tal cena durante o período de pandemia: entre os aplicativos de videoconferên- cia, a preferência era usar um que não precisasse baixar. Para as pessoas que não têm afinidade com tecnologia, é mais fácil entrar em uma reunião cli- cando em um link do que ter que entrar na loja de aplicativos do celular e instalar algo. Depois ter que achar o ícone, entrar e por fim utilizar. Se tiver que fazer download no computador então, que não tem a “loja” para facilitar a busca, piorou. Baixam 10 vírus antes de achar a aplicação de fato. Outras pessoas sofrem com a falta de espaço no ce- lular e, por isso, preferem tudo que rode diretamente da web. E convenhamos, é mais fácil mesmo quando tudo é na web� Do ponto de vista do fornecedor do software, a faci- lidade é quanto à correção de falhas ou aperfeiço- amento de funcionalidades. No sistema tradicional, essas coisas são feitas através do lançamento de uma nova versão, mas depende de o usuário fazer a atualização� No caso da web, o próprio fornecedor do software faz as atualizações no servidor, e os usuários es- tão sempre consumindo a melhor versão da aplica- 5 ção� Em resumo, a manutenção e a atualização são centralizadas� No entanto, como tudo tem dois lados, geralmente o rol de funcionalidades da aplicação que roda in loco é maior, quando comparado ao que está disponível na web� Além disso, se a internet cair, cenário comum no Brasil, onde a qualidade da rede ainda é muito ruim, você simplesmente não pode fazer nada. O fato de ter a aplicação instalada aumenta a produtividade em cenários em que você só pode trabalhar off-line, como durante um voo� À medida que tudo caminha para que estejamos cada vez mais conectados, muitas aplicações ou nascem 100% web ou funcionam nas duas opções de processamento� O Office, que mencionamos no início, já ganhou há algum tempo sua versão web dentro do pacote Office 365. Por exemplo, você pode receber um arquivo Word ou Excel por e-mail, abrir, ler, alterar e enviar de volta mesmo sem ter o Office instalado em seu dispositivo� É tudo na web� Há também aplicações de edição de imagens 100% web. Você faz o upload do arquivo JPGE, PNG etc. e pode recortar, colar, inserir efeito, tirar o fundo, tudo online! Pode ainda optar por diretamente publicar o resultado em uma rede social, fazendo com que o arquivo não volte para seu hardware em momento nenhum. As lojas virtuais, que já tanto comentamos, são outro bom exemplo de aplicação web� 6 FIQUE ATENTO A aplicação web, quando destinada a uma finalida- de que usa tecnologia, não necessita de instalação no dispositivo do usuário, sendo acessada a partir de um navegador e usando processamento de um servidor terceiro� Nesse ponto, vale desfazer uma confusão comum: aplicação web versus website. Enquanto em uma aplicação web o usuário pode fazer uma infinida- de de ações (log in, buscar palavras-chave, inserir comentários, jogar, interagir com o sistema etc.), os websites são estáticos, isto é, praticamente não realizam qualquer processamento no servidor que os hospeda, porque servem apenas como expositores de informação. Imagine que, ao acessar a página inicial do seu ban- co, você se depare com duas possibilidades: fazer log in e acessar internet banking ou clicar no Perguntas Frequentes e tirar dúvidas padrão quanto à aprovação de empréstimo pessoal. Essas opções se referem a uma aplicação web ou a um website? Se você respondeu que a página de perguntas fre- quentes é um website e o internet banking uma aplicação web, acertou! A página da instituição fi- nanceira, em si, é um portal da aplicação web que redireciona o usuário ora a um website ora a partes da aplicação web em si� 7 Com isso, dada a expansão da aplicabilidade das aplicações web, vamos verificar as opções para o desenvolvimento desse tipo de solução� O primeiro ponto válido a se mencionar em um curso de gra- duação é que, dentro da área de desenvolvimento web, há três possibilidades de atuação profissional: desenvolvedor front-end, back-end e full-stack: Front, Back ou Full Stack? Figura 1: Empregabilidade no desenvolvimento web� Fonte: Pixabay ● Desenvolvedor front-end: é encarregado pela parte da interface com o usuário, ou seja, tudo que o usu- ário enxerga é responsabilidade do desenvolvedor front-end. É comum sua atuação ocorrer próxima ao departamento de design, ou que o próprio desenvol- 8 https://pixabay.com/pt/illustrations/freelance-id%C3%A9ia-emprego-oferta-dom-2906729/ vedor tenha cursos de capacitação nesse sentido, tudo para garantir que a experiência do cliente seja a melhor possível. Note que a importância desse profissional é muito alta no que tange aos aspectos gerais da aplicação web, pois uma interface ruim ou não intuitiva pode fazer com que o usuário não volte mais� ● Desenvolvedor back-end: profissional que atua nos bastidores, em tudo que suporta a interface da aplicação, mas que só se torna visível aos olhos do cliente em termos de tempo de resposta e suces- so ou falha na execução de funcionalidades. Sua preocupação deve ser em ter clareza nas regras de negócio da empresa, além de conhecimentos em infraestrutura (hardware e sistema operacional) e banco de dados� ● Desenvolvedor full-stack: Full (cheio ou tudo/todo) e stack (empilhar), ou seja, como o próprio nome sugere, é o profissional que acumula as funções de front-end e back-end. Geralmente,é um segundo passo na carreira de desenvolvimento web e, nos dias atuais, tem foco especial em desenvolvimento para mobile, tão necessário na onda de aplicações responsivas� Conhecidos os tipos de profissionais que atuam na área, vamos estudar então o desenvolvimento em si� Existem algumas possibilidades quanto à maneira de criar uma aplicação web, as quais abordaremos mais detidamente a seguir� 9 Aplicação web apenas com arquivos HTML Quando falamos em desenvolvimento web, o início de tudo é o Hyper Text Markup Language (HTML). Aprender HTML básico é fundamental para compre- ender de que modo funcionam uma página web e seus elementos� Trata-se de uma linguagem de marcação, não de programação. Isso quer dizer que essa linguagem marca no documento o que é cabeçalho, o que é corpo do texto, onde há hiperlinks ou imagens, por exemplo� É como uma organização de elementos, similar ao que fazemos no Microsoft Word. Com essa explicação, aposto que você imaginou uma coisa mais estática, certo? Há algo de dinâmico em um editor de textos? Não! Pois é bem por aí mesmo. Embora possamos incluir objetos animados, como GIF e vídeos, só o uso de HTML não deixa a aparência da página muito atrativa ao usuário� Por isso, surgiu o Cascading Style Sheets (CSS), que dá estilo aos elementos HTML, melhorando o visual da página. Um documento HTML nada mais é que um documen- to contendo a extensão .html ou .htm. A partir deste documento, o navegador faz a leitura do arquivo e ren- deriza o seu conteúdo para que o usuário final possa visualizá-lo [...] Esses arquivos .html ou .htm podem ser visualizados em qualquer navegador, como Google Chrome, Opera, Safari, Mozilla Firefox etc. (MARQUES, [s. d.]). Geralmente, um site é composto por diversas páginas HTML: um website que contenha três páginas (uma 10 homepage, uma página de contato e uma página de produtos) receberá ao menos três documentos .html distintos, sendo um para cada página do website� Para poder criar ou editar um documento HTML, o único recurso que você precisa é de um editor de texto, como o próprio bloco de notas� Porém, para o desenvolvimento, recomenda-se utilizar editores especializados, como o Sublime Text, o Notepad++, o Visual Studio Code ou Code Pen (MARQUES, [s. d.]). Posteriormente, basta colocar os arquivos em um servidor de hospedagem e suas páginas ficam dis- poníveis para acesso. Embora o HTML não recebesse uma atualização re- levante havia quatro anos, justamente por isso ficava cada vez mais defasado em atender às necessida- des da web. Assim, em 2004, com a criação do Web Hypertext Application Technology Working Group, começou um movimento de melhorar a linguagem, que atualmente está na sua versão 5.0. Utilizar o HTML5, a versão mais recente da lingua- gem, é importante para diminuir o uso de plug-ins externos, tão necessários anteriormente� Em um primeiro lugar, essa ação garante mais segurança ao usuário final. O HTML5 tem o Canva, que é uma poderosa ferra- menta para a criação de conteúdo gráfico (anima- ções, por exemplo). Lembra-se de quando falamos de SEO? O HTML5 também é amigável aos mecanismos de busca, sobretudo o Google, que ajuda na parte 11 da indexação do seu conteúdo, garantindo o melhor posicionamento na exibição do seu website� Além disso, usar a última versão facilita no desenvol- vimento dos browsers, que ainda tem que conseguir “digerir” um amontoado de versões de linguagens web� Havendo uma melhor integração entre sua apli- cação HTML e o browser que a renderizará, melhor também será a experiência de quem vai consumir. Atualmente, apenas Internet Explorer, Safari e Chrome reproduzem de maneira adequada sites que utilizam a tecnologia mais recente� Observe, na Figura 2, um exemplo de HTML: Figura 2: Exemplo de código HTML. Fonte: www.devmedia. com.br. SAIBA MAIS O canal DevMedia traz uma série de códigos HTML para iniciantes, explicando sua estrutura de tags passo a passo� Além de poder estudar os códigos, o site oferece a possibilidade de executá-los e, ainda, verificar o resultado, o que ajuda na compre- 12 https://www.devmedia.com.br/html-basico-codigos-html/16596 https://www.devmedia.com.br/html-basico-codigos-html/16596 ensão da sua forma de operar. Saiba mais sobre esse processo, acessando www.devmedia.com.br� Mesmo que tenha evoluído, o HTML ainda tem suas limitações, sendo geralmente utilizado para websites e conteúdos estáticos� Por conteúdo estático, enten- de-se o que não recebe modificação com frequência. O desafio é considerável: neste mundo metamórfico onde vivemos, tudo está em constante alteração� As empresas precisam rever seus conteúdos e pro- dutos a todo o tempo. Algo que fazia sentido ontem, hoje com a pandemia, por exemplo, pode ficar total- mente obsoleto� Por isso, pensar em desenvolver apli- cações web usando apenas HTML5 é complicado. Imagine que, se a identidade da empresa muda, você precisa alterar todas as páginas, uma a uma, com novo visual� Dependendo do tamanho da mudança, o projeto terá quase que ser refeito do zero. O tempo e o esforço despendidos nisso praticamente inviabi- lizam a aplicação do HTML puro. Aplicação web com linguagens de programação e bancos de dados Outra possibilidade é unir, ao HTML, o poder de uma linguagem de programação, sobretudo quando há necessidade de a empresa oferecer a aplicação web dinâmica. Atualmente, a linguagem mais usada para aplicações web é o JavaScript, que é diferente do Java. Através do Java, obtém-se uma série de funcio- nalidades, tornando seu site muito mais interessante� 13 https://www.devmedia.com.br/html-basico-codigos-html/16596 Além do que se pode fazer com JavaScript, existe uma grande quantidade de Application Programming Interface (API), ou Interface de Programação de Aplicações, que facilitam a vida do desenvolvedor, trazendo ainda mais possibilidades� A função das API é proporcionar a integração entre sistemas cujas linguagens sejam totalmente dis- tintas de maneira ágil e segura� Com isso, pode-se, por exemplo, inserir no seu site a possibilidade de o cliente compartilhar um conteúdo seu no Facebook, Instagram ou Twitter apertando um simples botão, ainda que essas aplicações de rede social utilizem linguagens e mecanismos totalmente diferentes dos que a sua aplicação web utiliza. Imagine que você tenha uma aplicação web de jogo de poker on-line. O usuário que joga muito e está bem colocado na classificação geral de jogadores pode querer se exibir e compartilhar seu feito em suas redes sociais. Para isso, bastaria que, através de uma API, se disponibilizasse logo abaixo do ranking botões do tipo: Figura 3: Botões, redes sociais� Fonte: 1 - Facebook; 2 - Twitter; 3 - LinkedIn; 4 - What'sApp; 5 - Pinterest. Os sites de notícias adotam esse formato comu- mente para que as pessoas possam repassar os conteúdos publicados por eles com facilidade. 14 Além do JavaScript, há outras linguagens de pro- gramação amplamente usadas para empoderar o HTML no desenvolvimento web, como o PHP. Enfim, tudo vai depender dos recursos necessários para sua aplicação e das preferências (e expertise) do próprio desenvolvedor. Dependendo do tipo de serviço que sua aplicação oferece, não é possível armazenar os dados apenas em cache, o que leva a acoplar ao pacote HTML + Linguagem de Programação um banco de dados� Há sites que consultam e exibem informação pesada, e esses dados estão armazenados fisicamente em algum lugar� Imagine o caso do Internet Banking de uma instituição financeira. Quando o cliente acessa seu saldo, faz pagamentos e solicita serviços, esses dados consultados e alterados precisam de uma característica primordial: segurança. Já que estamos falando de dinheiro e dados pes- soais, essas informações sensíveis devem estar protegidas não só quanto ao tráfego, mas quanto ao armazenamento� Por isso, escolher um banco de dados que ofereça muitas funcionalidades de segurança é crucial� Poroutro lado, imagine um site que consulte e exiba informações complexas, como é o caso do Google Maps, que a partir de dois endereços fornecidos pelo usuário encontra a geolocalização, traça várias pos- síveis rotas (demanda processamento) e exibe uma resposta gráfica na forma de trajeto em um mapa. 15 Tudo isso requer do banco de dados características como alta velocidade de processamento e interpre- tação de dados não estruturados� Portanto, o banco de dados escolhido para suportar a aplicação pode ser outro, diferentemente do eleito para o caso da internet banking. Ainda, há outros fatores como cus- to, suporte etc. que precisam ser considerados para que a escolha do banco seja adequada. Por fim, além de contar com a estrutura HTML+ Linguagem de Programação + Banco de Dados, é preciso escolher uma metodologia para desenvol- ver o projeto em tempo hábil e, com isso, garantir a implementação e manutenção de sucesso� Itens como documentação são importantíssimos em projetos construídos do zero. Imagine que, no meio do desenvolvimento da aplicação web, o desenvolve- dor receba uma proposta de emprego mais atraente e peça demissão� Se não houver a documentação, o projeto fica parado e quando você contratar um novo desenvolvedor este vai gastar muito tempo fazendo engenharia reversa para entender em que ponto tudo estava para só então poder dar continuidade� É dessa forma que inúmeras aplicações web são desenvolvidas e, inclusive, há empresas que só traba- lham com isso, desenvolvendo para outras empresas, fazendo o B2B. Isso porque o processo de criar tudo do zero não é simples e exige uma especialização considerável por parte do time, o que leva algumas companhias a terceirizarem todo o trabalho� 16 No entanto, cabe ressaltar que há formas mais fá- ceis de fazer a gestão dos seus conteúdos na web, utilizando softwares pré-fabricados, como o Content Management System (CMS), que estudaremos a par- tir de já. Sistema de gestão de conteúdos Para que você possa se preocupar com a qualidade do conteúdo, em vez de como ele será disponibili- zado, existem no mercado sistemas prontos para utilizar na administração do seu site sem ter que desenvolver um projeto complexo ou, ainda, ter co- nhecimentos em linguagem de programação� Nesse sentido, o Content Management System (CMS), ou Sistema de Gestão de Conteúdos, é o sis- tema responsável pelo gerenciamento do conteúdo de um site. Em geral, é oferecido por uma fábrica de software, e essa aplicação permite que os colabora- dores de outras companhias publiquem, alterem e deletem conteúdos de forma facilitada, sem a neces- sidade de conhecimentos avançados em tecnologia� Podemos dizer que um CMS é semelhante a um fra- mework para uma aplicação web: pré-estruturado, recursos básicos de usabilidade, visualização e ad- ministração já desenvolvidas e disponíveis para uso. Colocar um site de qualidade no ar de modo rápi- do e prático é o principal motivo pelo qual devemos considerar um CMS na estratégia digital� É mais in- teligente focar na estratégia do que no operacional. 17 Além disso, há outras vantagens na adoção do CMS, entre as quais podemos citar: ● Recursos adicionais: quando se é novato em algo, pode até ser uma pessoa capacitada e ter a melhor das intenções, mas há cenários que simplesmente passam desapercebidos, por falta de experiência ou qualquer outro motivo. Assim, quando se começa um projeto do zero, duas coisas podem acontecer: I. Por ser um desenvolvedor novato, é necessário implementar uma funcionalidade, que você não sabe como fazer. II. Se for um desenvolvedor experiente, mas em uma vertical nova, por exemplo, você trabalhou por seis anos em instituições financeiras e agora está colabo- rando com uma instituição de ensino, não tem noção de que funcionalidades são relevantes para o novo cenário. Por exemplo, pode não ocorrer a você que no negócio em que você atua seria importante que o canal web tenha moderação de comentários� Se não se atentar a tal fato, é provável que em algum momento vai perceber a falha, mas provavelmente vai ser tarde demais� Quando se implementa a aplicação web usando um CMS, todas as funções presentes no sistema são opções explícitas que auxiliam a tomar o melhor ca- minho. Há CMS que oferecem recursos fantásticos, como criar sua própria rede social� 18 ● Otimização para busca orgânica: anteriormente, estudamos o SEO, que se faz presente também neste ponto. Uma vez que o CMS é desenvolvido por gente especializada em conteúdo para web, possui uma es- trutura adequada para a indexação dos mecanismos de busca, coisa que muitas vezes os programadores da sua empresa podem ignorar, já que o marketing pode não ser um departamento próximo de quem é de Tecnologia da Informação. ● Versatilidade para projetos de tipos e tamanhos diversos: não importa o tamanho da empresa nem a complexidade do que se deseja exibir, há sempre um CMS adequado. O mais importante, neste caso, é a escalabilidade, visto que o mundo digital e o próprio mercado são totalmente voláteis. Assim, ter requi- sitos mudando não é um problemão quando se faz uso de uma plataforma que é desenvolvida para se adequar a cenários múltiplos. Basta migrar, aumen- tar, mudar� ● Baixo custo: há opções de CMS gratuitos� Além do custo inicial de licença, temos de considerar o custo de manutenção de uma aplicação web, a qual pode ser alta. Tanto em termos de ter hardware de qualidade suportando a aplicação, quanto na mão de obra. Estima-se que um colaborador custe o dobro de seu salário à empresa. Sendo os salários de TI nada baixos, vale a pena ponderar se contar com a mão de obra especializada para manter o conteúdo on-line ou se aproveita os demais colaboradores da empresa para que eles mesmos atualizem o que é de sua competência, mesmo sem ser de TI. 19 O CMS é um conceito já bastante conhecido no mun- do de desenvolvimento web, mas se esta é a primeira vez que você estuda, pode estar tendo dificuldades em visualizar o que exatamente é o CMS, ou seja, um aglomerado de ferramentas. Figura 4: Fonte: Pixabay� Drubscky (2019) nos traz as subcategorias do siste- ma de gestão de conteúdo, ou seja, outros softwa- res que compõem um maior, cada um pensado para atender a determinadas necessidades: ● Web Content Management (WCM): software utili- zado para criar, gerenciar, armazenar e exibir conteú- do em páginas da web. Tem a capacidade de projetar e organizar sites, para que conteúdos continuem sempre atualizados e fáceis de acessar. Ainda, per- mite o controle e a preparação do conteúdo para publicação, possibilitando a avaliação e aprovação antes da divulgação� O WCM possibilita a automação 20 https://pixabay.com/pt/photos/wordpress-blogging-blogger-editor-265132/ do conteúdo para a publicação, gerando um melhor desempenho� ● Enterprise Content Management (ECM): tecnolo- gia por trás de captura, gerenciamento, preservação e distribuição de conteúdo e documentos relaciona- dos aos processos das empresas. As ferramentas e estratégias do ECM permitem estruturar as informa- ções das organizações ao longo de todo o tempo em que elas existirem. Entre essas ferramentas, estão o WCM e o DAM� ● Digital Asset Management (DAM): conceito bem similar ao ECM. A principal diferença é que o DAM tem foco mais especializado e é usado principal- mente no gerenciamento de rich media, como vídeo, áudio, imagem etc. Ao passo que o ECM trabalha no gerenciamento de arquivos em geral. Então, se você precisa de uma solução que concentra arquivos multimídia com eficácia, o DAM é uma possibilidade relevante� ● Digital Experience Platform (DXP): com o cres- cente número de canais de acesso aos clientes, criar estratégias de integração entre eles para melhorar a experiência de compra não é mais uma opção. O sistema DXP torna isso realidade e faz com que a mesma sensação seja experimentada em qualquer ponto de interação com a empresa, o que fortale- cea identidade da marca. Estamos falando de uma plataforma feita para criar e oferecer experiências integradas e otimizadas para o usuário� Isso deve acontecer em diversos canais e levar sempre em 21 consideração não só as preferências do cliente, mas também todo o seu ciclo de vida� Após observar as partes, podemos compreender por que o CMS é considerado um framework para aplica- ção web. Tal qual um framework (biblioteca) reúne códigos comuns entre vários projetos de software provendo uma funcionalidade genérica, o CMS pode atingir uma funcionalidade específica, por configu- ração, durante a montagem da sua aplicação web� A Impossível criar framework Interseção grande Possível criar framework A B B C C Figura 5: Visualizando um framework. Fonte: Elaboração própria� Imagine que, após alguns projetos em um domínio específico (por exemplo, o setor de recursos huma- nos), serão percebidos pontos semelhantes entre estes projetos. Várias empresas desenvolvendo sistemas para que seu RH possa fazer a gestão de pessoas. Todas elas utilizarão basicamente as mesas funcionalidades: ● Adicionar um colaborador� 22 ● Atualizar função ou salário. ● Adicionar informações comportamentais relevantes� ● Enviar pesquisa de satisfação. ● Avaliação de desempenho� ● Desligamento etc� Em vez de todo mundo escrever suas linhas de có- digo para implementar essas funções ou para resol- ver determinada regra de negócio desse setor, sai um framework especialista para recursos humanos, que já tem essas linhas de códigos prontas. Assim, quando forem desenvolver um sistema para RH, basta “chamar” essas linhas de códigos em vez de reescrevê-las. Da mesma forma, existem muitas companhias dispo- nibilizando conteúdo na rede, sendo que muitas delas precisam exatamente das mesmas funcionalidades, a saber: exibir imagens e vídeos, opção de log-in, caixa de comentários, moderação de comentários, exibição de caixa de texto, compartilhamento via redes sociais etc� O CMS já possui tudo isso escrito e pronto para usar. Nesse caso, é preciso chamar essas linhas de código através da interface gráfica do CMS, que é totalmente voltada a usuários finais, consumindo recursos sem precisar programá-los um a um� 23 Portanto, a adoção de um CMS pode ser a chave para sua estratégia digital, dessa maneira, você precisa escolher um entre os sistemas disponíveis. Figura 6: Fonte: Pixabay Principais CMS Uma ótima notícia é que há excelentes sistemas gra- tuitos e de boa qualidade para usar. Na verdade, a maioria deles é software código aberto. A comunida- de mundial de desenvolvedores é grande e expressiva quanto aos bons softwares livres. Tal qual acontece com Linux, alguns CMS, se fos- sem desenvolvidos pela iniciativa privada, custariam milhares de dólares e horas sequenciais de trabalho 24 https://pixabay.com/pt/vectors/panda-confundido-perguntas-303949/ para atingir a excelência de recursos oferecida nas versões atuais� No entanto, com a grande rede de programadores en- tusiastas fazendo pequenas partes, temos um CMS por inteiro, disponibilizado gratuitamente, facilitando o mercado e as relações digitais na sociedade atual� WordPress O WordPress é a plataforma de CMS mais utilizada do mundo, sendo que 38% dos sites na internet ado- tam-no como sistema� Desenvolvido por Ryan Boren e Matt Mullenweg, o WordPress baseia-se em PHP com banco de dados MySQL, e recebe atualizações constantemente. A versão 5.5, lançada em 2020, foi batizada de Billy Eckstine, uma estrela do Jazz norte- -americano, e conta com uma série de melhorias� Note que, para colocar seu site no ar, o WordPress é apenas uma das etapas. É nele, por exemplo, que você vai de fato criar e administrar seu site. No en- tanto, uma vez criado, esse site precisa estar hospe- dado em algum lugar para tornar-se público e visível às pessoas na web. Assim, vamos precisar de outra figura: o Provedor de Hospedagem. Para isso, GoDaddy, Locaweb e HostGator são exemplos de empresas que atuam nesse nicho. Basicamente, oferecem infraestrutura e serviços para que sua aplicação web vá ao ar. Os Hosters oferecem servidores, que podem ser exclusivos ou compartilhados conforme a necessidade do cliente, 25 e um domínio, que será usado para identificar seu site na World Wide Web� No caso do WordPress, você precisa baixá-lo e ins- talá-lo em um servidor que estará dentro do host, o HostGator por exemplo. No servidor em que colocou os arquivos de instalação do WordPress, você tam- bém precisa ter PHP e um banco de dados MySQL (ou MariaDB). A partir daí, basta seguir o passo a passo de instalação do CMS e começar a construir seu site� Devido ao alto grau de adoção do WordPress, a maio- ria dos Hosts já tem uma opção de começar a utilizá- -lo em poucos cliques, sem que você tenha que fazer a instalação por conta própria. Detalhes à parte, por que entramos nesse assunto? Primeiro, porque precisamos entender melhor a es- trutura que cerca a aplicação web. Segundo porque, se você adota um CMS incompatível com o que a hospedagem oferece, pode ter algumas dores de cabeça� Inclusive, vamos esclarecer um detalhe: O WordPress possui duas versões diferentes: o WordPress.com e o WordPress.org� O primeiro é o mais simples, assim, você faz tudo a partir do seu browser acessando br.wordpress.com/. Lá, cria seu site e publica. Não tem que baixar nem instalar nada, tampouco precisa do tal provedor de hospedagem� No entanto, essa versão é bem limitada: 26 http://www.wordpress.com/ http://www.wordpress.org/ https://br.wordpress.com/ ● Você não pode ter um domínio personalizado, será sempre “nomedoblog.wordpress.com” ● Não pode vender anúncios (convertendo o valor para si), enquanto o WordPress, por sua vez, vai exibir anúncios de terceiros na sua página� ● Você não pode usar plug-ins ou personalizar os temas� ● Sua página pode ser deletada a qualquer momen- to, se o WordPress considerar que você violou os termos de serviço da plataforma. Quando falamos de aplicações web mais robus- tas, como uma loja virtual, geralmente usa-se o WordPress.org, que inclusive é administrado por uma instituição chamada Automattic� Nesse caso sim você tem acesso ao framework por inteiro e, portanto, tem muito mais liberdade para personalizar e configurar o que quiser. No caso do wordpress�com, há opções de planos gratuitos e pagos. Isso porque aqui seu único gasto será com o WordPress em si, que inclui hospedagem e domínio (padrão). Basta identificar o que melhor se adequa às suas necessidades e bolso. 27 Figura 7: Plano Wordpress� Fonte: br.wordpress.com� Já no caso do wordpress.org, você não desembolsa nenhum centavo sequer para ter o CMS em si. No entanto, é uma experiência totalmente diferente e que dispende custos com o provedor e com o registro de domínio. Figura 8: Planos provedor� Fonte: www.locaweb.com.br� 28 https://br.wordpress.com/pricing/ https://www.locaweb.com.br/hospedagem-de-sites-com-dominio-gratis/ FIQUE ATENTO A Hospedagem Virtual Private Server (VPS) é uma hospedagem premium que oferece alto desempe- nho e maior estabilidade. É indicada para projetos que já estão na internet há mais tempo e possuem um grande volume de tráfego. Além de garantir hardware dedicado, esse tipo de hospedagem tem mais recursos, como discos SSD, suporte 24 horas, RAID etc� e, naturalmente, custa mais caro� Dentre as muitas vantagens de adoção do WordPress, o destaque vai para sua interface (Figura 9), que é similar à dos editores de texto como o Microsoft Word� Basta começar a escrever, arrastar imagens, negritar e publicar. Isso facilita muito a adoção de um CMS que não requer nenhum conhecimento técnico de linguagem web� Figura 9: Interface de edição WordPress. Fonte: wordpress. com� Outro ponto alto desse CMS é a imensa quantidade de plug-ins poderosos que levam sua aplicação web a outro nível. Basicamente, eles permitem que você 29 https://wordpress.com/block-editor/posthttps://wordpress.com/block-editor/post adicione funcionalidades como segurança ao site, compartilhamento social, back-ups e muito mais� Para quem é recém-chegado ao WordPress, Ariane G (2020) disponibilizou uma lista com os 15 melho- res plug-ins, o que facilitou a vida de muita gente. Observe os principais: ● WooCommerce: potencializa quase 1/3 de todos os sites de Comércio Eletrônico; é um dos plug-ins mais populares para aqueles que querem montar um e-commerce. Esse plug-in de loja virtual facilita a venda de uma grande meta de produtos físicos e digitais para consumidores ao redor do mundo� Também inclui uma grande e extensa biblioteca, com uma variedade de preços, por isso, ter uma fundação de qualidade na WooCommerce na sua loja é crucial para obter sucesso� Esse plug-in é integrado com uma ampla variedade de extensões e outros plug- -ins. Aceita várias opções de pagamento e oferece ao desenvolvedor uma estrutura amigável� É reco- mendado a proprietários de sites e desenvolvedores que querem vender produtos ou serviços através de seus sites WordPress� ● Yoast SEO: considerado o melhor plug-in para WordPress no que tange a Mecanismos de Otimização de Pesquisa (Search Engine Optimization [SEO]), Yoast SEO é designado a ajudá-lo a publicar com a maior qualidade conteúdo de pesquisa otimi- zada. Pelo fato de o SEO estar frequentemente mu- dando sua visão, é importante empregar um plug-in Stellar para continuar sempre à frente. Esse plug-in analisa as páginas e os posts WordPress e identifica 30 fraquezas na SEO. Atualiza resultados da análise de páginas quando mudanças apropriadas na SEO são feitas. Constrói Sitemaps XML e cria breadcrumbs em temas compatíveis do WordPress. Recomendado para aqueles que querem conquistar a primeira pági- na nos mecanismos de busca mais populares� ● W3 Total Cache: é um plug-in que salva a versão da página do site no computador dos visitantes, o que significa que seu site carrega mais rapidamente em visitas subsequentes. É vital contra a navegação de baixa velocidade, especialmente com o cresci- mento do uso de aparelhos móveis. É compatível com grande parte das soluções de hospedagem (roda perfeitamente no Hostinger) e servidores. Cachê da maior parte dos elementos de um website WordPress� Recomendado para donos de websites de todos os tipos que querem aumentar a velocidade de seu website� ● Jetpack: é a solução para desenvolvedores de WordPress, projetado para ajudar a gerar mais tráfe- go on-line, protege seu site, monitora a performance e muito mais. Ainda, analisa e produz estatísticas de sites; protege, monitora o tempo de atividade e ina- tividade do site. Permite que os visitantes interajam com seu conteúdo via compartilhamento, comentá- rios avançados e uma forma de contato elegante. ● Keyy Two Factor Authentication: a ocorrência de brechas na segurança on-line está em alta, assim como as ameaças de hacking� Por isso, é essencial usar medidas de segurança mais rigorosas� Um mé- todo popular é Two-Factor Authentication (2FA), que 31 verifica a identidade pelo seu aparelho. O plug-in de Keyy Two Factor Authentication é uma das melhores soluções disponíveis. Uma vez instalado, habilita o log-in no site WordPress usando seu smartphone� Você também precisa baixar o app correspondente ao seu aparelho, no qual pode criar um número pin ou registrar sua digital� Uma vez logado, simplesmente abra o app e aponte seu celular ao código que apa- recer na tela� O plug-in elimina a necessidade de ter uma senha, pois cria e guarda uma key digital 2048- bit RSA no seu aparelho eletrônico� Protege o website de acessos não autorizados, habilita o acesso de todos os sites WordPress com um clique. Para sua segurança, Keyy é uma parte vital no fluxo do trabalho (ARIANE G, 2020). Para encerrar nossa análise do WordPress, exibimos alguns casos de uso, mostrando que grandes marcas utilizam esse CMS para a gestão de seus conteúdos web (Figura 10): Figura 10: Clientes WordPress: Vogue e Sony Music� Fonte: https://wordpress.org/showcase/ e https://wordpress.org/ showcase/sony-music/ 32 https://wordpress.org/showcase/ https://wordpress.org/showcase/sony-music/ https://wordpress.org/showcase/sony-music/ SAIBA MAIS A comunidade de desenvolvedores do WordPress mantém um blog com excelente conteúdo para pessoas de TI. Os tópicos vão de “Aperfeiçoando a habilidade de usar JavaScript” a “Como as mu- lheres de TI fazem sua gestão de carreira”. Estar em contato com esse tipo de material não só é interessante, como também pode fornecer reper- tório para uma boa entrevista de emprego� Saiba mais acessando developer.wordpress.com Moodle Anteriormente, abordamos tanto o conceito de fra- mework quanto a área de intersecção dos projetos similares ou da mesma vertical� O Moodle é compa- rável a um framework especialista, um CMS especia- lizado na área da Educação� O CMS é um sistema de gestão de conteúdo web� Acontece que esse conteúdo abrange todas as áreas de mercado. Conforme estudamos nos casos de uso do WordPress, há conteúdo sendo compartilhado desde a indústria da moda, passando pela música e entretenimento e chegando à assistência social. Acontece que, dependendo da vertical, a necessida- de de compartilhamento de conteúdo pode ter suas especificidades. Assim como a indústria da mídia, incluídos aí o jor- nalismo e o entretenimento, a indústria da Educação é uma das que mais trabalha com a apresentação de 33 https://developer.wordpress.com/blog/ conteúdo. Afinal, o que fazemos durante a vida esco- lar senão sermos apresentados a conteúdos que ten- tamos absorver por compreensão ou memorização? No entanto, o ensino tem trabalhado seus conteúdos de forma muito estática e tradicional. O acesso à informação, desde a Antiguidade, tem sido basica- mente pela leitura de livros físicos e observação do mestre em récita. Tendo em vista que as necessi- dades mundanas se transformam a todo momento, a educação também se encontrou em cenários em que a transmissão de conhecimento precisava de novas ferramentas para acontecer. Pessoas vivendo em regiões remotas são o principal exemplo da necessidade do ensino à distância, que quebra o modelo de transmissão de conhecimento convencional� No Brasil, em 1995, a Fundação Roberto Marinho e a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo lançaram o Telecurso 2000, que se tornou um sím- bolo do EaD nacional� Com a transição de tudo para o digital, a área educacional naturalmente passou a transformar também seu modo de apresentação e consumo de conteúdo, o que nos leva a CMS focados nas especificidades de ensino. Em 2001, o desenvolvedor para web Martin Dougiamas lançou o Moodle, um CMS para Educação� Moodle é um acrônimo para Modular Object-Oriented Dynamic Learning Environment (Ambiente de apren- dizagem dinâmico orientado a objetos modulares), mas a palavra em si existe na língua inglesa há mui- 34 to tempo, e significa navegar despretensiosamente por algo, enquanto se faz outras coisas ao mesmo tempo. Em síntese, o que se pretende no processo de aprendizagem ideal: aprender sem nem se dar conta disso� Esse tipo de software é mais conhecido como Learning Management System (LMS), Virtual Learning Environment (VLE), Ambiente Virtual de Aprendizagem (AVA) ou Plataforma de Ensino a Distância. Independentemente da terminologia, moodle refere- -se a uma aplicação web que oferece recursos de dis- tribuição e gestão de conteúdo, avaliação cognitiva, fóruns de discussão, conferência web, gamificação etc. (Figura 11): Figura 11: Sistema de gestão de aprendizagem� Fonte: www.moodle.org. O Moodle é uma plataforma de software livre, portan- to gratuita, desenvolvida em Linux usando Apache, PostgreeSQL/MySQL/MariaDB e PHP (comumente conhecidos como plataforma LAMP), mas pode ser 35 https://moodle.org/?lang=pt_br implementado em ambientes Windows também� Possui três componentes: ● Um servidor central em uma redeIP, que abriga os scripts, diretórios, bancos de dados, etc� ● Clientes de acesso a um ambiente virtual, através de qualquer navegador da web (Internet Explorer, Chrome, FireFox etc.). ● Um aplicativo Moodle para mobile� Para que se possa visualizar seu funcionamento com mais clareza, o Moodle oferece uma Sandbox em seu site, isto é, um ambiente-teste no qual se pode entrar, criar, deletar e fuçar em tudo, observando se as fun- cionalidades que precisa estão disponíveis. De hora em hora, as configurações do ambiente demo são ressetadas e, com isso, ele volta a ficar “em branco” para que mais usuários possam operar. O Moodle tem a maior participação de mercado in- ternacional, estimada em 54% de todos os sistemas de apoio on-line ao ensino-aprendizado, bem como oferece uma série de plug-ins que agregam valor à solução� Vamos à lista disponibilizada pelo Educlass (2019): ● H5P: possibilita a criação de conteúdo dentro do LMS Moodle, como questionários, vídeos interativos, quiz, linha de tempo, apresentação, jogos, anúncios e colagem� O Interactive Content H5P permite a reutili- zação e o compartilhamento de conteúdo produzido, e até mesmo fazer alterações, como traduzir para outros idiomas� É código aberto, livre para usar, com- 36 patível com HTML5. O conteúdo do H5P é responsivo e otimizado para dispositivos móveis� Como resulta- do, os usuários experimentam o mesmo conteúdo interativo em computadores, smartphones e tablets� ● Level up!: permite engajar os alunos, aumentando sua participação a partir de recompensas pelo seu desempenho. Além de motivar e engajar os alunos, a gamificação com Level Up! ainda incentiva um es- pírito competitivo entre os estudantes. ● BigBlueButton: é uma ferramenta de webconfe- rência utilizada para compartilhar conteúdo de áudio, vídeo e texto em tempo real. Possui um recurso de quadro branco interativo, utilizado para apresentar ou explicar visualmente o conteúdo. O professor cria a atividade no Moodle e agenda a webconferência com o grupo de alunos, possibilitando ainda a gravação das sessões para posterior reutilização� ● Completion Progress: exibe visualmente ativida- des e recursos com os quais o aluno precisa interagir dentro de um curso. Com a identificação por cores, os alunos podem verificar rapidamente o que não con- cluíram/ visualizaram. A página Visão Geral permite que os professores acompanhem o progresso de todos os alunos em um curso, ajudando a identificar os alunos que precisam de atenção. ● Custom Certificate: permite que se crie certifica- dos PDF dinâmicos e totalmente personalizáveis. Este recurso gera códigos exclusivos para cada nova certificação, os quais podem ser validados para fins de comprovação. Também é possível definir requisi- tos personalizados para a emissão de um certificado 37 com base nos dados do seu Moodle, como o tempo gasto no curso� Apesar dos benefícios das duas soluções CMS es- tudadas, fique atento quanto à segurança da sua aplicação web. Quando falamos de soluções de código aberto, pessoas mal-intencionadas podem buscar brechas no sistema para atacar informações sigilosas. É justamente por isso que algumas empre- sas optam pela adoção de Sistemas de Gestão de Conteúdo pagos� Microsoft SharePoint O SharePoint é outro CMS, mas é pago� Mesmo com sua ampla capacidade web, tem foco em con- teúdo interno empresarial, ou seja, intranet. Sob o slogan “Você passará menos tempo procurando in- formações e mais tempo trabalhando com elas”, a Microsoft oferece seu sistema de gestão de conte- údo na modalidade Software as a Service (SaaS) e Server/CAL, para uso on-premise ou em hosts. Em 2017, o Gartner reconheceu a Microsoft como líder em Plataforma de Serviços para Gestão de Conteúdo, devido a fatores como a simplicidade de implementação, suporte ao armazenamento e a vi- sualização de mais de 270 tipos de arquivos (desde .psd, passando por vídeos e formatos 3D), escalabi- lidade e segurança. Tudo isso fez com que 85% das empresas que compõem a Fortune 500 (lista anual das maiores corporações americanas) estivessem utilizando SharePoint (Figura 12): 38 Figura 12: Interface MS SharePoint. Fonte: www.microsoft.com� Essa plataforma foi desenvolvida em C# e utiliza banco de dados SQL Server. Tem estrutura seme- lhante às plataformas anteriores, ou seja, usa um SharePoint Server, com clientes acessados via bro- wser e aplicativo para mobile� Tratando-se de uma gigante de mercado como a Microsoft, as facilidades de adoção da plataforma são muitas, principalmente quando pensamos na interoperabilidade com outros sistemas baseados em Windows� REFLITA Qual é a sua experiência pessoal com relação às pla- taformas de Ensino a Distância? O que você acha que é muito bom e o que acredita que precisa melhorar? Tente buscar plug-ins ou features nativos de CMS exis- tentes, que solucionariam essas falhas e quais im- plementam os sucessos que você já experimentou. 39 https://www.microsoft.com/pt-br/microsoft-365/sharepoint/collaboration CONSIDERAÇÕES FINAIS Neste módulo, verificamos que, em um mundo cada vez mais conectado e adepto aos dispositivos mo- biles, as aplicações tradicionais e on-premise vão dando lugar a aplicações web, que podem ser aces- sadas de qualquer lugar via browser ou app. Existem várias possibilidades para a criação de pro- jetos digitais, desde HTML5 para simples exibições, sistemas proprietários mais complexos, cujo desen- volvimento é “do zero”, usando linguagens de progra- mação e banco de dados e, por fim, aproveitando plataformas CMS que possibilitam focar a criação de conteúdo, não a tecnologia em si� Estudamos ainda que, embora o CMS seja um grupo de softwares que atende à necessidade específica de gestão de conteúdo na web, há uma infinidade de subespecificidades por vertical, fazendo com que algumas plataformas sejam mais ou menos adequa- das para a sua implementação� Por fim, uma boa estratégia corporativa deve com- preender a gestão de conteúdo interno e externo, visando a priorizar e maximizar o que move o ser humano, ou seja, a comunicação. 40 Referências Bibliográficas & Consultadas ARIANE G. 15 dos Melhores Plugins para WordPress em 2020. 14 set. 2020. 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