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Conservação do Patrimônio Histórico Cultural da Igreja Nossa Senhora do Rosario

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UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO 
INSTITUTO DE FILOSOFIA E CIÊNCIAS HUMANAS 
DEPARTAMENTO DE ARQUEOLOGIA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
DOSSIÊ 
Conservação do Patrimônio Histórico Cultural da Igreja Nossa Senhora do 
Rosário e São Benedito dos Homens Pretos, Uruguaiana/ RJ. 
 
 
 
 
 
 
Isabel Mesquita de O. Silva 
Bruna Ribeiro Pereira 
 
 
 
 
 
 
 
 
Trabalho final referente à disciplina de Prática de 
Campo I (IFCH05-12.930), ministrada pela prof.a 
Camilla Agostini, com atividade de campo realizada 
na cidade de São João del Rey em outubro de 2019. 
 
 
 
 
 
 
Rio de Janeiro 
Dezembro, 2019 
SUMÁRIO 
 
1) INTRODUÇÃO ........................................................................................................ 2 
2) UM BREVE HISTÓRICO ........................................................................................... 4 
2.1) AFINAL, O QUE SÃO AS IRMANDADES?...................................................... 4 
2.2) A FUNDAÇÃO ..................................................................................................... 5 
2.3) O TOMBAMENTO DA IGREJA NOSSA SENHORA DO ROSÁRIO E SÃO 
BENEDITO .................................................................................................................. 7 
2.4) O INCÊNDIO DA IGREJA NOSSA SENHORA DO ROSÁRIO E SÃO 
BENEDITO .................................................................................................................. 7 
3) O QUE A ARQUITETURA DA IGREJA NOSSA SENHORA DO ROSÁRIO E SÃO 
BENEDITO DOS HOMENS PRETOS TEM A NOS DIZER? ...................................... 8 
3.1) REFORMAS FEITAS NA IGREJA DO ROSÁRIO AO LONGO DOS ANOS . 8 
3.2) COMO ERA A IGREJA NOSSA SENHORA DO ROSÁRIO E SÃO BENEDITO 
ANTES DO INCÊNDIO (1967) ................................................................................ 10 
4) O TRABALHO DE CAMPO ..................................................................................... 15 
4.1) LOCALIZAÇÃO E CROQUI ............................................................................. 15 
4.2) ENTREVISTAS .................................................................................................. 17 
4.3) NARRATIVAS ................................................................................................... 20 
5) ARQUEOLOGIA DA ARQUITETURA E MAPEAMENTO DE DANOS ............. 24 
6) CONSIDERAÇÕES FINAIS ..................................................................................... 29 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ........................................................................... 30 
 
 
 
 
2 
 
 
1) INTRODUÇÃO 
O presente trabalho aborda conteúdos relacionados à Igreja Nossa Senhora do Rosário e 
São Benedito dos Homens Pretos. Perpassando pelas suas origens, sua patrimonialização 
e o descaso na qual se encontra atualmente. 
A Igreja Nossa Senhora do Rosário e São Benedito dos Homens Pretos faz parte da 
arquitetura e paisagem da cidade do Rio de Janeiro. Sua fundação ocorreu por volta de 
1736, enraizada em muitas lutas para sua construção, sendo composta por homens pretos, 
escravos e livres. Em 1938, a igreja foi tombada pelo IPHAN. Inesperadamente, em 1967 
um incêndio destruiu suas estruturas, incluindo o Museu do Negro que havia no seu 
interior. Resistindo, em 1972 reabriu suas portas, apesar de ter perdido todas as suas 
características essenciais, somente a fachada permaneceu original após o incêndio. 
Atualmente, se encontra fechada por questões de conservação, falta de verbas e dívidas. 
Situada na Rua Uruguaiana, se esconde por detrás de barracas de comércio que se 
aglomeram na sua frente, podendo passar despercebida ao olhar daqueles que ali 
transitam. Há uma enorme quantidade de pessoas que passam em frente a ela diariamente, 
mas sempre com os passos apressados, perdidos no cotidiano, não notando sua presença. 
A falta de atenção que ela transmite é fruto do abandono que tem enfrentado atualmente: 
pichações, infiltrações, lixos na área externa e interna, etc. Características estas que foram 
atribuídas ao prédio após seu fechamento, em março de 2019. 
Tendo isso em vista, nosso objetivo principal de pesquisa é investigar como se encontra 
a estrutura da Igreja de Nossa Senhora do Rosário e São Benedito, mapeando seus danos 
e seu nível de conservação observadas no seu exterior. Para tal efeito, lançamos mão de 
uma Arqueologia da Arquitetura. 
A Arqueologia da Arquitetura é uma disciplina que se dedica a compreender a história de 
um edifício histórico, analisando as diversas intervenções e transformações que o edifício 
sofreu ao longo do tempo. Não esquecendo de sempre manter o olhar sobre o edifício 
norteado pelo contexto arqueológico, possibilitando novas interpretações e descobertas 
acerca do objeto de pesquisa. Técnicas de construção, materiais utilizados, processos 
destrutivos, leituras estratigráficas, etc., fazem parte das informações que a Arqueologia 
da Arquitetura proporciona. 
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Como objetivos específicos procuramos elaborar: (1) panorama da historicidade da igreja; 
(2) averiguar a mentalidade das pessoas acerca do descaso que a igreja tem enfrentado; e 
(3) interpretar os dados obtidos na análise de campo da igreja. 
Para auxílio da concretização dos objetivos foram feitos entrevistas, narrativas, croqui, 
fotografia dos danos identificados na estrutura do local pelo lado externo e foram 
utilizadas para base de estudo as referências que apontam a trajetória da Igreja Nossa 
Senhora do Rosário e São Benedito dos Homens Pretos. 
4 
 
2) UM BREVE HISTÓRICO 
2.1) AFINAL, O QUE SÃO AS IRMANDADES? 
As irmandades são associações com presença marcante no período colonial, mas vivas 
ainda hoje, formada por fiéis, sempre se dedicando ao culto de um santo. Além de 
arrecadarem fundos para construções de capelas e incentivarem a expansão da fé católica, 
eles ajudam-se mutuamente, dando assistência aos seus membros. 
A irmandade NSSB teve sua origem com os principais objetivos de ajudar com 
sepultamento digno aos membros e familiares, celebrar missas ao falecido, dar apoio e 
consolo aos membros necessitados e promover adoração ao padroeiro que ela 
representava. É interessante notar que a irmandade não precisava necessariamente reunir-
se dentro de um templo, mais muita das vezes fazia suas reuniões em alguma casa 
particular, reforçando a ideia de unidade dos membros (MASSOTTI, 2015, p 8). 
As irmandades eram compostas, geralmente, por indivíduos da mesma profissão, 
representando hierarquias sociais. Mas o que mais predominava para entrada de membros 
não era a questão econômica, mas a questão étnico-racial: 
Era comum as irmandades de portugueses, só aceitarem membros "limpo de sangue, sem 
alguma raça Mouro, ou Judeu, não somente na sua pessoa mas também sua mulher", 
irmandades somente de brancos brasileiros, até mesmo as irmandades de "homens de cor" 
podiam ter divisões entre elas, como crioulos (pretos nascidos no Brasil), mulatos e 
africanos. Podia ainda acontecer uma subdivisão nas irmandades negras, referente as 
etnias de origem dos escravos. Essa divisão era bem vista pelas classes dirigentes, que as 
viam como uma maneira de manter uma certa rivalidade étnica, o que impedia possíveis 
alianças perigosas (REIS,1991, p 54) 
No âmbito das irmandades de irmãos negros ocorria comemoração de coroação de rei e 
rainha africanos. O seu reinado estava relacionado à festa do padroeiro e arrecadação de 
esmolas para a irmandade. Era comum nas comemorações terem danças e tambores 
africanos: 
Como observado em um cronograma referente a acontecimentos da irmandade de Nossa 
Senhora do Rosário e São Benedito dos Homens Pretos presente no inventário da igreja 
do Rosário disponível no Arquivo Central do IPHAN, o primeiro evento de coroação do 
rei e rainha africanos realizado na igreja aconteceu no ano de 1759. A coroação ocorria 
no dia da festa deNossa Senhora do Rosário, festa muito famosa na época. O local para 
a sua realização era o largo em torno da igreja onde ocorriam leilões de prendas, a venda 
de objetos e comidas típicas. O local se enchia de pessoas de várias camadas sociais. A 
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música embalava a festividade daqueles que tanto queriam honrar a Virgem do Rosário e 
São Benedito. Além das festividades religiosas, aconteciam muitas danças na rua. O Rei 
e Rainha africanos representavam um sistema de governo, na medida em que possuíam 
autoridade sobre seus “súditos” e preservavam aspectos culturais e sociais da África, 
contribuindo para a integração e solidariedade dos negros no Brasil (MASSOTTI, 2015, 
p 10). 
Essas comemorações não eram bem vistas, porém eram toleradas pelas autoridades da 
época. Mas, em 1817, pela ordem do príncipe regente, o festejo no qual reunia os pedidos 
de esmolas pelos negros ao som de tambores foi proibido. Para suprir a proibição foi 
definida uma quantia anual de 50 réis para as irmandades, mas o acordo não durou mais 
de cinco anos. Na Igreja Nossa Senhora do Rosário e São Benedito dos Homens Pretos 
do Rio de Janeiro a coroação de rei e rainha africanos foi extinta em 1820. 
Figura 1: Coleta e esmolas para a irmandade da Nossa Senhora do Rosário, Rio Grande do Sul. 
 
Fonte: Massotti, 2015, p 12. 
2.2) A FUNDAÇÃO 
A Igreja Nossa Senhora do Rosário e São Benedito dos Homens Pretos teve sua origem 
por união de duas irmandades, a Irmandade do Rosário e Irmandade de São Benedito dos 
Homens Pretos. Sendo tombada em 7 de abril de 1938 como patrimônio histórico e 
artístico nacional (sob o n° do processo 0018-T-38) (FERREIRA, 2016, p 64). 
Em 1640, devotos de Nossa Senhora do Rosário, que frequentavam a Igreja de São 
Sebastião no antigo morro do Castelo, formaram a irmandade de Nossa Senhora do 
Rosário. Nessa mesma igreja também havia confraria de São Sebastião. Sendo ambas 
6 
 
formadas por homens negros, escravos como alforriados (MASSOTTI, 2015, p 19). Em 
fevereiro de 1668, o juiz eleito de ambas confrarias foi o mesmo, acarretando na união 
das duas. Em um primeiro momento, se instalaram na igreja de São Sebastião. 
Figura 2: Símbolo da Irmandade Nossa Senhora do Rosário e São Sebatião. 
 
Fonte: Massoti, 2015, p 19. 
No ano de 1700, a irmandade recebeu licença para edificar sua igreja, demorando 40 anos 
para a construção ficar pronta. Posteriormente, em 1736, através de muito esforço e 
doações da irmandade a construção do templo ficou pronta. 
Figura 3: Igreja Nossa Senhora do Rosário e São Benedito, 1817. 
Fonte: Massotti, 2015, p 31. 
7 
 
2.3) O TOMBAMENTO DA IGREJA NOSSA SENHORA DO ROSÁRIO E SÃO 
BENEDITO 
Em 7 de abril de 1938, a Igreja Nossa Senhora do Rosário e São Benedito dos Homens 
Pretos foi tombada pelo Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (SPHAN), 
o atual Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN). 
A ficha no qual foi preenchida pelo IPHAN na época anterior ao incêndio vai revelar o 
estado da igreja, classificada com um bom estado de conservação, somente com algumas 
infiltrações (MARSSOTTI, 2015, p 51). 
 
2.4) O INCÊNDIO DA IGREJA NOSSA SENHORA DO ROSÁRIO E SÃO 
BENEDITO 
Na noite de 26 de março de 1967 ocorreu o incêndio que destruiu inteiramente a parte 
interna da igreja, restando somente as paredes externas. 
Segundo informado pelos jornais da época, os primeiros sinais de fogo foram 
observados por pedestres que passavam pelo Largo de São Francisco. De acordo com a 
perícia, o fogo começou no Bar e Lanchonete Carioca, mas em uma hora e meia já tinha 
destruído um quarteirão. O desligamento da rede elétrica demorou para ser acionado, o 
que impediu a atuação dos bombeiros no local, devido ao risco de eletrocussão. O 
incêndio foi um dos maiores já ocorridos na cidade. Muitos quartéis de bombeiros foram 
mobilizados para prestar assistência que contou com quase quinhentos homens. A 
urgência era tanta que as autoridades permitiram a participação da população para salvar 
as mercadorias nas lojas comerciais que ainda não tinham sido atingidas pelo fogo 
(MARSSOTTI, 2015, p 55) 
Figura 4: Estrago feito pelo incêndio. 
8 
 
 
Fonte: Marssotti, 2015, p 56 
 
3) O QUE A ARQUITETURA DA IGREJA NOSSA SENHORA DO ROSÁRIO E 
SÃO BENEDITO DOS HOMENS PRETOS TEM A NOS DIZER? 
3.1) REFORMAS FEITAS NA IGREJA DO ROSÁRIO AO LONGO DOS ANOS 
Infelizmente, a Igreja do Rosário sofreu muito com más administrações ao longo do 
tempo (MASSOTTI, 2015, p 27). Por volta de 1831, por exemplo, a Igreja necessitava de 
reformas urgentes, sendo pauta nas reuniões dos membros, mas ninguém tomava a frente 
para resolver essa situação. 
Mas, em 1837, ocupou o cargo de juiz o tenente coronel Francisco Ferreira Gomes que 
se interessou em reformar a igreja, além de ter grande recurso monetário para tal efeito. 
Podendo então, em 1830, iniciarem-se as obras, começando pelo forro e assoalho. O 
tenente coronel se dispôs a doar toda madeira necessária para conclusão da obra. 
Com lentidão foi sendo feito a obra, mas em 1846, o juiz de São Benedito, Antônio José 
Dutra, interrompeu a reforma, alegando falta de recursos. Somente em 1860 as obras 
voltam a serem iniciadas, devido ao rendimento da contribuição mensal da irmandade. 
No Arquivo Central do IPHAN há um cronograma com as datas das obras que ocorreram 
na Igreja Nossa Senhora do Rosário e São Benedito (MASSOTTI, 2015, p 28): 
• 1764: Aconteceu a reconstrução do consistório nos fundos da igreja. 
9 
 
• 1765: Ocorreram consertos na capela mor, na sacristia e nos sinos. 
• 1772: Consertos na igreja e na capela mor. 
• 1773: Aconteceu a reedificação da capela mor da igreja. 
• 1774: João Barbosa Calheiros vendeu à irmandade oito braças de terreno contíguo 
à igreja. 
• 1865: Inaugurada uma pia de mármore na sacristia da Igreja, ofertada por João 
Batista Moreira da Silva. 
• 1867: O escultor Belmiro Antônio dos Santos Delgado finalizou as obras de talha 
na igreja. 
• 1881: A igreja arrendou um terreno anexo ao templo onde outrora ficavam as 
catacumbas. 
• 1883: Pintura e o engessamento do templo foram concluídos e aconteceu a 
colocação de caixilhos em uma janela do corpo da igreja. 
• 1884: Perfuração de duas portas no frontispício da igreja e a construção do 
corredor das tribunas ao lado da travessa do Rosário. 
• 1886: Muitos consertos tiveram início. Colocação da cantaria nova em todas as 
portadas da igreja; construção de claraboia no corredor por trás do altar mor; 
concertos no consistório e no coro; colocação de mármore e mosaicos nos 
corredores laterais, sacristias e entradas laterais do templo; instalação de água e 
gás nas dependências da igreja e colocação de assoalho no corpo da igreja. 
• 1908: Retirada do assoalho, substituído por ladrilhos. A escada de madeira 
existente na capela mor foi substituída por uma de mármore branco. Aterro do 
porão da capela mor. 
• 1931: Iluminação da fachada da igreja e ocorreu a instalação de um portão de ferro 
para a porta do centro da fachada. 
• 1953: Ocorreu a caiação e a limpeza da fachada. 
• 1961: Aconteceu a obra da loja situada na esquina da Praça Monte Castelo com o 
Beco do Rosário, na parte posterior da igreja. 
• 1964: Ocorreu a colocação de um chumbadouro na fachada da igreja, destinado a 
suportar uma lâmpada de iluminação pública. 
É interessante notar na aquarela de 1817 (ver figura 3) como era a Igreja antes das 
reformas de 1861, pois nessa reforma foi adicionado a torre do lado esquerdo e o sino, e 
também ambas as torres foram coroadas por bulbos. 
10 
 
A autora Marssotti (2015, p 30) faz uma observação importante sobre a reforma da igreja 
não utilizar muito recurso de pedras: 
Apesar da igreja ter sido reformada no oitocentos, época em que ocorreu um 
aumento considerável no uso de pedra na área das fachadas, a igreja do Rosário e São 
Benedito não possui muitos trabalhos de cantaria. O uso depedra é bem limitado, como 
era observado em algumas igrejas de irmandades mais pobres. Esse trabalho está presente 
na base das pilastras e do emolduramento dos vãos da fachada (MARSSOTTI, 2015, p 
30). 
3.2) COMO ERA A IGREJA NOSSA SENHORA DO ROSÁRIO E SÃO 
BENEDITO ANTES DO INCÊNDIO (1967) 
A maioria do estilo das igrejas brasileiras era inspirada nas igrejas portuguesas, ou seja, 
caracterizadas pela rigidez das “linhas que marcavam com pedras as fachadas das igrejas” 
(MASSOTTI, 2015, p 32). Não era diferente na Igreja Nossa Senhora do Rosário e São 
Benedito, com formas bem primárias e marcadas por uma sobriedade. 
A Arquitetura maneirista é observada na igreja, com simplicidade e composição 
extremamente estática: possui uma rígida repartição geométrica com linhas sóbrias e retas 
em pedras, dando um contraste como o cal branco das paredes (MASSOTTI, 2015, p 32). 
Outro ponto importante de mencionar é o estilo barroco presente na igreja. O estilo 
barroco foi seguido no Brasil no final do século XVII e início do século XVIII, trazendo 
um impacto com o exterior sóbrio e frio, enquanto o interior era todo bem trabalhado 
pelas talhas, com elementos cheios de simbolismos e significados (MASSOTTI, 2015, p 
33). 
Figura 5: Nave Central da igreja e da capela mor antes do incêndio. 
11 
 
 
Fonte: Marssoti, 2015, p 33. 
Como já foi dito, a Igreja Nossa Senhora do Rosário e São Benedito dos Homens Pretos 
foi erguido por meio de muito esforço e luta dos seus membros, tornando-a um dos 
maiores templos coloniais do Rio de Janeiro. Mas, em 1967, a igreja sofreu um incêndio, 
o que ocasionou na perda dos seus ornamentos originais do seu interior, deixando somente 
a estrutura das paredes. Os altares esculpidos pelo Mestre António Jaci Monteiro 
(MASSOTTI, 2015, p 34), fora totalmente destruído. A decoração interna com seu estilo 
barroco, talha pobre, devido ao baixo poder aquisitivo, também foram destruídos. 
Igreja possuía uma abóboda que cobria parte da capela mor. Nos dias de hoje, a 
igreja possui duas abóbodas de berço, uma na capela mor e outra na nave, sem nenhuma 
iconografia. A abóboda era esférica, com imagem de uma fênix, representando a 
ressureição; a cruz e o cálice, representando a fé e o cordeiro, que é Jesus. O teto de toda 
a nave era de madeira pintada. No teto da capela mor existia uma pintura de Nossa 
Senhora do Rosário, com o Menino Jesus em seu colo, com um terço na mão e São 
Benedito ajoelhado (MARSSOTTI, 2015, p 34). 
Figura 6: Talhas no arco cruzeiro antes do incêndio. 
12 
 
 
Fonte: Marssotti, 2015, p 35. 
Figura 7: Púlpito da igreja antes do incêndio. 
13 
 
 
Fontes: Marssoti, 2015, p 35. 
Figura 8: Abóboda da igreja antes do incêndio. 
 
14 
 
Fonte: Marssotti, 2015, p 35. 
Figura 9: Altar com Santo Antônio antes do incêndio. 
 
Fonte: Marssotti, 2015, p 37. 
 
 
 
 
 
 
15 
 
4) O TRABALHO DE CAMPO 
4.1) LOCALIZAÇÃO E CROQUI 
A Igreja Nossa Senhora do Rosário e São Benedito dos Homens Pretos localiza-se no 
bairro Uruguaiana, na cidade do Rio de Janeiro. 
Figura 10: Localização da Igreja Nossa Senhora do Rosário e São Benedito dos Homens Pretos. 
 
Fonte: Google Maps 
Abaixo podemos ver a planta da igreja com detalhes do seu interior. 
Figura 11: Planta do primeiro e segundo andar da igreja. 
16 
 
 
Fonte: Livro, Arquitetura Religiosa Colonial no Rio de Janeiro, Volume II. 
Também foi feito, por nós, o croqui com a medida da fachada da parte exterior da igreja. 
Figura 12: Croqui da igreja. 
 
Fonte: As autoras, 2019. 
 
 
17 
 
4.2) ENTREVISTAS 
As entrevistas são parte fundamental da pesquisa em campo, pois permite ao pesquisador 
fazer um recorte do que a comunidade avalia como algo significativo ou dispensável. 
Com o intuito de perceber o que a Igreja significa para as pessoas que circulam no Centro 
da cidade do Rio de Janeiro elaboramos cinco perguntas que englobam o conhecimento 
da igreja e seu reconhecimento como patrimônio, assim como a existência da Irmandade. 
Figura 13: Questionário para as entrevistas 
 
Fonte: As autoras, 2019. 
18 
 
 
Segue as duas entrevistas: 
Entrevista 1 
Figura 14: Primeira entrevista 
 
19 
 
 
Fonte: As autoras, 2019 
Entrevista 2 
Figura 15: segunda entrevista 
 
 
Fonte: As autoras, 2019 
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4.3) NARRATIVAS 
O método etnográfico não se limita somente a entrevistas, a observação participante para 
coleta de dados em trabalho de campo serve como uma ótima ferramenta para penetrar 
na realidade social. A troca de comunicação entre o observante e o que está sendo 
observado é uma tentativa de sintonizar, com maior compreensão, o que está por detrás 
dos gestos e das falas do indivíduo. Estrutura-se, então, um cenário, no qual o investigador 
molda ao seu tom para apresentar-se em forma de narrativa. A narrativa pode ser 
entendida como uma habilidade humana, no qual revela diversos aspectos, sobre isso a 
autora Costa (2010) complementa: 
A narrativa, (...), revela a relação entre o indivíduo e a cultura, contribuindo para 
o desenvolvimento ou a manutenção de atitudes e valores em contextos específicos e, por 
conseguinte, de significados. As narrativas não são simplesmente relatos da experiência; 
elas favorecem a experiência compartilhada e a organização do comportamento, 
reportando-se ao tempo e ao espaço essenciais à compreensão das experiências e sempre 
enfatizando a relação entre os sujeitos e a pluralidade dos acontecimentos (COSTA et al., 
2010, p 933) 
No trabalho de campo sobre a Igreja Nossa Senhora do Rosário dos Homens Pretos e São 
Benedito foram produzidas duas narrativas com um ano de distanciamento, ambas 
apresentam duas percepções de mudanças sobre o local. A primeira narrativa intitulada 
“Patrimônio ignorado: visita ao Museu do Negro” produzido para a disciplina Tópicos 
Especiais em Arqueologia Ciências Humanas I em 2018, ministrada pela prof.a Camilla 
Agostini, e a segunda narrativa conta a nova visita realizada em 08 de novembro de 2019, 
intitulada “Patrimônio ignorado: Um grito de socorro”. Seguem as narrativas. 
 
PATRIMÔNIO IGNORADO: VISITA AO MUSEU DO NEGRO 
 Bruna Ribeiro Pereira 
 
É curioso perceber que mesmo tendo passado pela Uruguaiana tantas vezes e de até ter 
colocado o nome de parentes mortos na lista de orações da entrada da igreja. Eu nunca 
tive curiosidade de entrar dentro da mesma, desconhecia seu nome, irmandade e também 
a presença do Museu do Negro, localizado nos fundos. Quantos locais de produção de 
conhecimento, cultura existem e são ignorados nessa cidade? 
21 
 
Entro na igreja Nossa Senhora do Rosário, me ajoelho e agradeço. Após esse primeiro 
ritual, começo a reparar em como a igreja parece desnuda. Além do incêndio foi vítima 
de saques, descuido, falta de verba? Parece uma ruína...vejo pessoas que estão a rezar. 
Enquanto espero o Museu abrir, converso com a Lourdes e Ana sobre como a igreja 
parece abandonada, o incêndio que sofreu, furto de objetos e sobre o comércio de arte 
sacra no Rio. 
Muitas obras de arte fazem referência a temas da mitologia greco-romana ou temas do 
antigo testamento e o conhecimento prévio desses temas torna a apreciação da obra ainda 
mais rica – pelo menos é o que eu acho -. Durante a visita, eu tive um sentimento de 
perda, vi uma sala com quadros de grandes homens negros de diversas áreas (só reconheci 
um – Lima Barreto) e fiquei a visita inteira me perguntando quem era Anastácia, procurei 
em vão. Só na parte da tarde, quando já estava no Horto do Museu Nacional é que 
pesquisei junto com a Ana, a foto da Anastásia. “Há, eu já vi esse quadro antes!” 
A ordem em que as peças são organizadas dentro do Museu não importa, tudo muda o 
tempo inteiro. Parece que cada canto ou parede é utilizado de alguma forma. A entrada 
apertada, a parede azul, o corredor escuro, tudo tem um significado e profundidade maior 
do que eu imaginava.O curador do Museu foi Virgílio me guiando por vários caminhos 
de entendimento. 
É uma experiência estranha, estar num Museu em que os quadros e todos os objetos não 
estejam protegidos por vidros, que não tem seguranças andando de um lado e outro, ou 
até uma barreira e alarme de segurança. Poder tocar e olhar sem interferências é um voto 
de confiança e liberdade. 
 
PATRIMÔNIO IGNORADO: UM GRITO DE SOCORRO 
Bruna Ribeiro Pereira 
 
Para um estudante é sempre interessante voltar a um local anteriormente analisado com 
um outro olhar. Estive em 2018, pela primeira vez na Igreja Nossa Senhora do Rosário 
dos Homens Pretos e de São Benedito e ao Museu do Negro, com a turma da eletiva de 
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Narrativas da UERJ. Me espantei com o abandono da Igreja e escrevi minhas impressões 
no texto chamado “Patrimônio ignorado: visita ao Museu do Negro’’. 
Hoje, oito de novembro de 2019, marquei com a Isabel de voltar ao local. A Igreja está 
fechada e nos conformamos em analisar as patologias da fachada da mesma. Alguns 
camelôs começam a montar suas barracas na calçada da igreja. Enquanto tiramos fotos e 
anotamos os locais de interesse, escuto alguém perguntando: 
- “Vocês são da prefeitura?”, pergunta Daniele. 
Outra mulher responde, “Sim, elas são restauradoras!” 
Me espanto com a conversa e logo respondo: “Não, nós somos estudantes e estamos aqui 
apenas para tirar fotos e anotar o que tem de errado na parte externa da igreja, já que ela 
está fechada”. 
Daniele responde, - “a igreja está em péssimo estado, é isso que acontece quando tem 
dinheiro misturado com religião, é foda!”. 
Penso: “Eita, temos uma história!” 
Continuamos nosso trabalho com as fotos e Isabel diz que devemos entrevistar essa 
mulher mais tarde. Encontramos todo tipo de patologia na estrutura da igreja, o que me 
deixa bem preocupada em como poderemos classificá-las, já que não estudamos 
arquitetura, nem temos experiência na área. Abro meu celular e encontro um artigo que 
podemos como um guia para nossas classificações, o que me deixa mais tranquila, mas 
ainda é um problema. Terminamos as fotos e começamos a medir a fachada. Na primeira 
esquina, encontramos alguém que parecia estar consumindo drogas e na outra esquina, 
somos encaradas de forma estranha por alguém e decidimos delimitar nossa pesquisa 
apenas na fachada. 
- “minha segurança vale mais que qualquer trabalho”, falo para Isabel, “a gente talvez 
consiga as medidas da igreja na internet”. 
- “o que é isso?”, pergunta Isabel apontando para um local aberto e com lixo na lateral da 
Igreja, “eles abriram um buraco para jogar lixo dentro da igreja?”. 
- “Que coisa estranha! Parece mesmo que é dentro da igreja, mas não sei. Tira uma foto, 
Isabel”, respondo. 
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Decidimos começar com as entrevistas, as pessoas parecem muito ocupadas e logo 
percebemos que as dez pessoas que pretendíamos entrevistar se tornarão apenas uma. 
Chegamos perto da mulher que falou anteriormente com a gente e inicio a conversa: 
- “A igreja foi fechada pelo péssimo estado que estava, né? A gente tirou várias fotos e o 
que mais a gente vê é coisa errada!” 
- “A igreja fechou porque roubavam e deviam muito dinheiro” responde Daniele, 
enquanto trabalha tirando o lixo do seu carrinho – “Não pagaram a Cedae, a light, por 
conta disso!” 
- “Vamos entrevistar ela!”, sussurra Isabel. 
- “Sim, acho que conseguiremos material suficiente”, respondo. 
- “Podemos fazer uma entrevista com você? São apenas cinco perguntas, vai ser bem 
rápido!”, pergunta Isabel. 
Deste modo ficamos sabendo que seu nome é Daniele e de como se importa com a igreja, 
por ser um patrimônio e pela importância que tem na história negra. Enquanto a Isabel 
faz as perguntas, vou notando que nossa entrevistada começa a ficar agitada e aumenta o 
tom de voz enquanto fala do descaso do movimento negro com o próprio Museu do 
Negro. “A minha preocupação é com o Museu, se ficar mais tempo fechado pode estragar 
as peças tudo”. 
- “É mesmo, lembro que elas ficavam no chão.” Respondo, e pergunto para Isabel, “Você 
já foi alguma vez no Museu?” 
- “Não”, responde Isabel. 
“Era bem legal, não tinha vidros, as peças ficavam espalhadas pelo chão e a gente podia 
ficar à vontade, sem ninguém pra perturbar”, respondo. 
Terminamos a entrevista com Daniele e tentamos falar com outros camelôs. Eles estão 
ocupados trabalhando e uma até se dispõe a responder mais tarde. Outra resolve aceitar a 
entrevista, mas enquanto as perguntas são feitas fica o tempo todo olhando o celular e se 
mostra impaciente. 
Percebo que estou cansada e quero ir logo para o estágio. Decidimos ir embora, mas antes 
volto para me despedir da Daniele e agradecer a entrevista. 
24 
 
- “Me diz uma coisa, quem é que cuida do patrimônio?” pergunta Daniele. 
- “O IPHAN” respondo. 
- “Não, a gente já tentou e não deu em nada” diz Daniele, “Comerciantes podem se unir 
para conservar a igreja? A gente fez um abaixo-assinado porque a gente tá preocupado 
até em perder a igreja.” 
- “A gente pode perguntar a nossa professora e depois a gente volta aqui e te diz”. 
- “A Leilane da Globo veio aqui e entrevistou todo mundo, a gente pensou que iria 
resolver e não adiantou.” 
Ela me passou o número do telefone, para que eu possa entrar em contato com a resposta. 
Me despedi da Isabel e vou andando até a Av. Presidente Vargas pegar minha condução 
para a Fiocruz. Enquanto ando imagino o quanto de história aquelas ruas acumulam e que 
cada rachadura, vegetação, vandalismo nos edifícios são marcas do descaso com o 
patrimônio, e com a nossa história. Pego o ônibus, vou me afastando da Uruguaiana, mas 
ainda consigo escutar o grito de socorro dos esquecidos. 
 
5) ARQUEOLOGIA DA ARQUITETURA E MAPEAMENTO DE DANOS 
 
A arqueologia ao longo do século XX passou por grandes transformações teórico-
metodológicas. A cultura deixou de ser vista como um agente passivo e novos materiais 
começam a ser analisados. Nesse contexto, de abertura para novas interpretações, surge 
as análises de arqueologia da paisagem, aumento das pesquisas históricas, sobre o 
capitalismo e o surgimento da arqueologia da arquitetura. 
A arqueologia da arquitetura possibilita conhecer a evolução arquitetônica, 
funcionalidades e até confrontar fontes documentais sobre possíveis intervenções (Santos, 
2013). Levando ao conhecimento da história das edificações por meio de uma estratigrafia 
da construção. 
O tipo de estudo que propomos se enquadra na classificação “análise de rastreio” definida 
(Santos, 2013; Santos, 2015) como visita ao local de interesse com a produção de uma 
pequena memória descritiva. O levantamento prévio da história do local de intervenção é 
parte fundamental para o entendimento dos processos marcados no edifício. 
25 
 
Dentro da perspectiva da Arqueologia da Arquitetura, o trabalho de campo se torna 
essencial para a leitura de danos e elaboração de uma interpretação da evolução funcional, 
cronológica e cultural desse espaço. É necessária a utilização de fichas próprias ou tabelas 
que atendam às perguntas da pesquisa. 
 
 Tabela de danos encontrados na igreja 
PROBLEMAS PATOLÓGICOS 
(DANOS) 
 IGREJA 
 Estruturas (paredes, vigas, pilares e 
lajes) 
 
 1. Desplacamento de reboco Sim 
 2. Desplacamento de reboco com 
alvenaria exposta 
 
 3. Manchas provenientes de ação de 
fogo/ incêndio 
 
 4. Manchas de umidade por 
infiltrações generalizadas 
 Sim 
 5. Biodegradação (Mofo, Bolor, 
Limo) 
 
 6. Vegetação 
 7. Depósitos escuros/ sujidades Sim 
 8. Fissuras superficiais (não 
estruturais) 
Sim 
 9. Fissuras de corrosão 
 10.Vandalismo (pichação) Sim 
 Cantarias (colunas, cercaduras, 
ornatos,etc) 
 
1. Alveolização / Esfoliação 
2. Desagregação granular Sim 
 3. Pitting Sim 
 4. Perda de seção/ lacunas Sim 
26 
 
 5. Sujidades/Crosta Negra (alteração 
cromática) 
 Sim 
Madeiras (esquadrias e coberturas)1. Ataque de térmitas 
 2. Degradação da madeira 
(putrefação, mofo e bolor) 
 
Tabela 1: Problemas patológicos observados na fachada. Modelo de tabela 
adaptado de Macedo et al., 2018. 
 
Algumas das fotos que mostram os danos observados em campo: 
 
Figura 16: Vandalismo 
 
Fonte: As autoras, 2019 
Figura 17: Fissura superficial 
27 
 
 
Fonte: As autoras, 2019. 
Figura 18: Pitting 
28 
 
 
Fonte: As autoras, 2019. 
 
 
29 
 
6) CONSIDERAÇÕES FINAIS 
A fachada da Igreja Nossa Senhora do Rosário e São Benedito dos Homens Pretos é uma 
estrutura original sobrevivente ao incêndio que atingiu a igreja no século passado. A 
igreja é tombada e inclusive o Museu do Negro e seu acervo. Atualmente, ambos se 
encontram fechados e o único contato que temos com eles é por apreciação à fachada. 
Nesse contexto, a apresentação e conservação da mesma são de extrema importância. 
A Igreja já havia recebido intervenção em 2010, segundo consta no Inquérito Civil nº 
1.30.001.002591/2012-05, por conta de risco de curto circuito. Os danos eram imensos e 
mesmo assim as intervenções foram inconclusas. A justificativa para todo esse processo 
de abandono que vem ocorrendo ao longo do tempo é a falta de verba. Falta de verba 
usada também como justificativa para o não pagamento das dívidas e fechamento de 
Igreja e Museu. 
A experiência com a entrevista nos permitiu observar duas percepções opostas sobre 
pertencimento e patrimônio. Duas mulheres jovens (entre 30 e 50 anos), negras e 
trabalhadoras autônomas (camelôs) foram entrevistadas. A primeira estava extremamente 
preocupada com a conservação do acervo do Museu do Negro e da Igreja, pois entendia 
que o edifício independente da religião ao qual se vincula conta a história dos pretos. A 
segunda entrevistada não compreendia o edifício como patrimônio e não reconhecia sua 
importância por ser pertencente a uma religião diferente. 
O papel da militância negra e da mídia em cobrar uma resolução dos problemas foi 
questionado, não há pronunciamento acerca dos problemas que envolve a Igreja Nossa 
Senhora do Rosário dos Homens Pretos e São Benedito. Mas questionamos também a 
sociedade, enquanto as artes e educação recebem cada vez menos investimentos, o 
“Patrimônio Negro”, no qual Igreja está inserida, tem sofrido com o descaso. O 
patrimônio tem arcado com as consequências desse esquecimento e total silêncio, o 
Museu Nacional/UFRJ foi uma de suas vítimas em 2018. Esperamos que iniciativas de 
educação patrimonial e divulgação científica ajudem a conscientizar as novas gerações 
da importância de preservar e “não apagar” os edifícios que ajudam a contar nossa 
história. 
 
 
30 
 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
 
ALVIN, S. Arquitetura Religiosa Colonial no Rio de Janeiro, Volume II. Rio de Janeiro: 
Editora UFRJ /Minc - IPHAN, 1999. 
COSTA, G. M. C.; GUALDA, D. M. R. Antropologia, etnografia e narrativa: caminhos 
que se cruzam na compreensão do processo saúde-doença. Universidade de São Paulo, 
2010. 
FERREIRA, Ismael Wolf. Igreja Nossa Senhora do Rosário e São Benedito dos Homens 
Pretos (RJ): De lugar de luta pela abolição da escravatura a patrimônio histórico e artístico 
nacional. Revista Historiador, nº 8. fevereiro, 2016. 
MASSOTTI, Mariana Figueiredo. A Igreja Nossa Senhora do Rosário e São Benedito dos 
Homens Pretos no Rio de Janeiro. Rio de Janeiro: PUC, 2015. 
SANTOS, Raquel. Arqueologia da arquitectura: conceito e metodologia. PARC Pesquisa 
em Arquitetura e Construção, v. 4, n. 1, p. 5-14, 2013. 
SANTOS, Raquel. Arqueologia da arquitetura: Olhar paredes, ver vivências. Revista 
Arqueologia Pública, v. 9, n. 1 [11], p. 60-72, 2015.

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