Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Aluna: Caroline Santos Pereira AULA 3 – PATOLOGIA ACÚMULOS INTRACELULARES Em algumas circunstâncias, as células podem acumular quantidades anormais de várias substâncias: o Permanente ou transitório; o Inofensivas ou tóxicas – associadas a vários graus de lesão celular Localização da substância: o Citoplasma; o Interior das organelas; o Núcleo; Essas substâncias armazenadas nas células em quantidades anormais são sintetizadas pela própria célula ou produzida em qualquer outro lugar e armazenado na célula. Podendo ser: o Um componente celular normal acumulado em excesso (água, lipídeos, carboidratos e proteínas). o Uma substância anormal: o Exógena: Minerais ou produtos de agentes infecciosos. o Endógenas: Produto da síntese anormal ou falha na eliminação de um componente intracelular; DEPOSIÇÕES INTRACELULARES o A maioria das deposições são atribuídas a quatro tipos de situações anormais: 1 ª SITUAÇÃO o Substância endógena normal é produzida em quantidade normal ou aumentada porém com a velocidade metabólica inadequada Insucesso na sua remoção Acúmulo da substância. 2ª SITUAÇÃO o Substância endógena anormal, tipicamente produto de um gene mutado, com defeitos no dobramento e transporte da proteína, gerando uma inabilidade de degradação eficiente a essa proteína acúmulo da substância 3ª SITUAÇÃO o Substância endógena normal ou anormal com defeitos genéticos ou adquiridos do metabolismo, armazenamento, transporte ou secreção acúmulo da substância 4º SITUAÇÃO o Substância exógena anormal se depositam no interior celular, onde há células sem enzimas necessárias para a degradação, nem há habilidade para expelir essa substância acúmulo da substância (princípio do acúmulo de pigmentos) Aluna: Caroline Santos Pereira AULA 3 – PATOLOGIA Essas deposições se acontecerem devido a alguma alteração sistêmica que permita controle acúmulo REVERSÍVEL Se o acúmulo é progressivo células sobrecarregadas lesão secundária morte tecidual morte do paciente (IRREVERSÍVEL) ALTERAÇÕES MORFOLÓGICAS DOS ACÚMULOS CELULARES a) Edema Intracelular: acúmulo de líquido no interior celular 1. Tumefação turva aguda a. Leve edema intracelular; b. Crescimento do RE ou mitocôndrias; c. Rápida entrada de água para o interior da célula (desequilíbrio iônico); d. Mal funcionamento da bomba de NA+ e K+ devido à diminuição do ATP (hipóxia, por ex) e. Outros fatores: febre, intoxicação, infecção, deficiência nutricional, circulatória. ANÁLISE HISTOLÓGICA: Apresenta espaços vazios (água) no citoplasma. 2. Degeneração hidrópica Estado mais avançado (maior poder de agressão) de um edema intracelular devido a persistência da tumefação turva; Água em organelas, grânulos e vacúolos citplasmáticos; Médio acúmulo de água 3. Degeneração vacuolar Grande acúmulo de água b) Degeneração gordurosa (esteatose); Acúmulo anormal de gordura (triglicerídeos, colesterol / ésteres de colesterol, fosfolipídeos) no interior das células parenquimatosas (fígado, coração); Em resposta a uma perturbação no seu metabolismo funcional (metabolismo dos lipídios); Causada por toxinas (álcool, CCL4), diabetes, obesidade, desnutrição proteica, anóxia; Observa-se a presença de vacúolos gordurosos (lipídicos) no citoplasma celular. Aluna: Caroline Santos Pereira AULA 3 – PATOLOGIA ANÁLISE HISTOLÓGICA: Núcleo deslocado para a periferia junto com o citoplasma, ao redor do vacúolo de gordura. c) Acúmulos hialinos; Acúmulo de (proteína) material hialino intra ou extracelular; Estado histológico que pode estar presente em várias patologias; Aspecto homogêneo, vítreo e róseo; Corpúsculos de Russel: Acúmulo de IgG presentes no interior de plasmócitos. As imunoglobulinas são sintetizadas no interior do RE da célula; Exemplos extracelulares – Arterioesclerose, hialinização com fibras colágenas, amiloidose. d) Glicogênio; Reserva de energia armazenada no citoplasma de células saudáveis; Pode ocorrer o seu acúmulo em pacientes com uma anormalidade no metabolismo de glicose ou glicogênio. Morfologia: vacúolos claros nos citoplasma, bem granular. PIGMENTAÇÃO Pigmentos: o Substância de cor própria; o Ampla distribuição na natureza; Processo de formação ou acúmulo de pigmentos em células, tecidos ou órgãos: PIGMENTAÇÃO. Podem ser constituintes normais da célula ou podem apresentar um caráter de agressão celular (pigmentação patológica) Podem diferir: o Origem; o Consituição química; o Significado biológico. ENDÓGENOS X EXÓGENOS PIGMENTOS ENDÓGENOS Substâncias sintetizadas no próprio organismo onde verifica-se o processo de pigmentação; a) Substâncias derivadas da hemoglobina: o Hemossiderina; o Bilirrubina; b) Melanina c) Lipofuscina (pigmento do envelhecimento) SUBSTÂNCIAS DERIVADAS DA HEMOGLOBINA Hemoglobina: proteína conjugada com 4 subunidades, pode cada subunidade possui um grupo heme (íons ferro) + polipeptídeo. Função de transporte de O2 do sangue para os tecidos Aluna: Caroline Santos Pereira AULA 3 – PATOLOGIA Hemácia: células do sangue ricas em hemoglobina Vida útil de 100 a 120 dias; Destruídas no baço, medula óssea e fígado; O processo de degradação das hermácias quebra a hemoglobina em 3 frações: GLOBINA, HEME e ÍONS FERRO. Fração Heme é separada da fração Globina Cisão oxidativa (através da enzima hemi- oxigenase), liberando BILIVERDINA A BILIVERDINA sofre uma redução pela beliverdina redutase resultando no pigmento bilirrubina (livre de ferro) O ferro resultante pode ser armazenado na célula sob duas formas: FERRITINA (íons ferro + apoferritina); HEMOSSIDERINA (pigmento – formado por agregados de ferritina + outras proteínas) Volta ao sangue: Combina-se à transferrina; É captado pelas células que possuem receptores para transferrina. OBS.: o A ferritina é uma proteína responsável pelo armazenado do ferro dentro das células do nosso organismo. o Ferritina livre (sem ferro) = apoferritina o Transferrina = responsável por transportar o ferro para os tecidos HEMOSSIDERINA o A hemossiderina pode ser retida nas células, apresentando histologicamente, granulações citoplasmáticas amarelo-ouro ao marrom. o Os acúmulos podem ocorrer normalmente, principalmente em órgãos envolvidos na degradação de hemácias (medula óssea, baço, fígado) o Em condições patológicas o excesso local ou sistêmico de ferro é chamado de HEMOSSIDEROSE o Causas da hemossiderose: o Hemorragias localizadas (equimoses); o Dieta rica em ferro; o Didtúrbios na utilização do ferro; o Anemias hemolíticas; o Transfusões (aumento do ferro exógeno) Representação histológica acima / representação histoquímica abaixo (reação do azul-da-Prussia) Hemossiderose Local: o Hemorragia localizada Lise de hermácias, liberação de hemoglobina Formação de biliverdina (pigmento deixa o hematoma esverdeado) Acúmulo local de hemossiderina (coloração mais amarelada no hematoma). Hemossiderose Sistêmica: o Hemossiderina deposita-se nos macrófagos do: o Fígado; o Medula Óssea; o Baço; o Linfonodos; o Pâncreas; Aluna: Caroline Santos Pereira AULA 3 – PATOLOGIA o Rins; o Pele. Situação mais extrema: HEMOCROMATOSE.BILIRRUBINA o Resultado da quebra da hemoglobina; o Não contém íons ferro; o Pigmento de bilirrubina é responsável pela cor caracteristicamente esverdeada da bile; o É metabolizada no fígado; o Composto tóxico: o Desprovido de funções fisiológicas; o Depósitos amorfos, globulares: o Amarelo-escuro ao preto, passando por várias tonalidade do verde. o Acúmulo intracelular excessivo de bilirrubina = HIPERBILIRRUBINEMIA; o Associado às seguintes condições: o Aumento da síntese de bilirrubina; o Defeitos na captação da bilirrubina; o Defeitos na excreção; o Mais evidente no fígado e rins; o Distúrbio clínico ligado à hiperbilirrubinemia = ICTERÍCIA o Deposição de bilirrubina: rins, fígado, pele; o Importante sinal diagnóstico da Eritroblastose Fetal (doença hemolítica do recém nascido – bebê com pele esverdeada) LIPOFUSCINA o Pigmento insolúvel de cor pardo-amarelada; o Pigmento do envelhecimento / desgaste; o Mais comum em pacientes que estão envelhecendo; em estados de desnutrição e/ou em estados caquéticos relacionados ao câncer; o Formados pela polimerização progressiva de lipídeos simples e complexos que constituem as membranas subcelulares; o Representam resíduos não digeríveis de vacúolos autofágicos: corpos residuais; MELANINA o Pigmento de cor enegrecida; o Sintetizada pelos melanócitos e neurônios; o Melanócitos: o Células dendríticas originadas na crista neural que, durante o desenvolvimento embrionário, migram para diversos locais (epiderme, globo ocular, meninges, superfícies mucosas) o Produção de melanina pelos melanócitos: processo geneticamente determinado. o Controle: hormônio-dependente: Aluna: Caroline Santos Pereira AULA 3 – PATOLOGIA o MSH (hormônio estimulador de melanócitos) o ACTH (hormônio adrenocorticotrópico) o Hormônios sexuais (estrógeno e progesterona). o HIPERPIGMENTAÇÃO MELÂNICA o Pode ocorrer por: o Aumento da melanogênese; o Defeitos na eliminação da melanina através da epiderme; o Aumento do número de melanócitos. o Exemplos.: o Efélides (sardas) Aumento da síntese de melanina estimulado pela luz solar; o Doença de Addison Disfunção grave da glândula supra-renal Aumento da produção de ACTH e MSH, hormônios reguladores da produção de melanina. o Neurofibromatose Super produção de melanina associada à proliferação de células neurais. o Nevus Proliferação benigna de melanócitos (sinais de carne) o Melanoma Proliferação maligna de melanócitos. HIPOPIGMENTAÇÃO MELÂNICA o Vitiligo: diminuição da quantidade de melanócitos; o Albinismo: não produção de melanina pelos melanócitos (herança genética autossômica recessiva Melanócitos em número normal; PIGMENTOS EXÓGENOS Pigmentos não produzidos pelo organismo do paciente, pode ser adquirido por; o Inalação; o Ingestão; o Inoculação. Geralmente a deposição tecidual acontece no local de primeiro contato: o Eliminado; o Retido; o Transportado. PRINCIPAIS PIGMENTAÇÕES EXÓGENAS: a) Antracose; b) Argiria; c) Tatuagem. Aluna: Caroline Santos Pereira AULA 3 – PATOLOGIA ANTRACOSE Acúmulo de carvão por via inalatória nos alvéolos pulmonares e linfonodos regionais; Comum em: fumantes, moradores de cidades poluídas e profissionais que trabalham em contato direto com a poeira do carvão (mineração); ARGIRIA (Argirose ou Argirismo) Pigmentação por sais de prata; Oriunda da contaminação sistêmica por: o Medicação; o Manipulação de jóias; o Trabalhadores em minas de prata; Localização: pele e mucosas; Coloração: acinzentada / azul-escuro. Tatuagem por amálgama TATUAGEM Inserção de pigmentos insolúveis acidentalmente ou propositalmente: o Sais de enxofre; o Mercúrio; o Ferro; Pigmentação da pele e mucosas; Acumulam-se dentro de macrófagos da derme; Permanecem no local pelo resto da vida do indivíduo; Calcificações patológicas Ocorre quando sais são depositados em tecidos moles não-osteoides, enrijecendo- os; Depósito anormal de sais de cálcio associado a ferro, magnésio e outros minerais; Processo comum em várias condições patológicas (podem ser um sinal tardio de alguma lesão que já aconteceu) Dividida em duas: Distrófica o Deposição local, em tecidos que estão morrendo e não depende dos níveis plasmáticos de cálcio e fósforo. Metastática o Condição sistêmica, resultante de um estado de hipercalcemia por distúrbios no metabolismo do cálcio. CALCIFICAÇÃO DISTRÓFICA Incrustação de sais em tecidos previamente lesados; Encontrada em áreas de necrose; Não depende dos níveis plasmáticos de cálcio e fósforo e nem de alterações no metabolismo do cálcio; Mais frequente e localizada A deposição do material mineralizado pode ser intra ou extracelular. Macroscopicamente: o Grânulos finos e brancos; o Palpáveis como depósitos arenosos; Microscopicamente: o Aparência basofílica, amorfa, granular, às vezes formando nódulos: Intracelular; Extracelular; Ambos Aluna: Caroline Santos Pereira AULA 3 – PATOLOGIA CALCIFICAÇÃO METASTÁTICA Calcificação provocada pelo aumento da calcemia em tecidos onde não exista necessariamente lesão prévia; Estado de hipercalcemia; Tende a ser generalizada (mais comum nos rins, pulmões, coração e parede de artérias). Causas: o Aumento da secreção do paratormônio (PTH): Consequente reabsorção óssea; o Destruição do tecido ósseo; o Aceleração da reposição óssea; o Desordens relacionadas à vitamina D; o Insuficiência renal: Retenção de fosfato hiperparatireoidismo secundário; Histopatologia: morfologia das áreas calcificadas semelhante às da calcificação distrófica.
Compartilhar