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SINOPSE DO CASE: LOCKDOWN 1 Beatriz Fialho Felix 2 Tiago J. M. Fernandes 3 1 DESCRIÇÃO DO CASO 2 IDENTIFICAÇÃO E ANÁLISE DO CASO 2.1 DESCRIÇÃO DAS DECISÕES POSSÍVEIS 2.1.1 Controle da Administração Pública em procedimentos licitatórios e atos de improbidade administrativa 2.2 ARGUMENTOS CAPAZES DE FUNDAMENTAR CADA DECISÃO 2.2.1 Controle da Administração Pública em procedimentos licitatórios e atos de improbidade administrativa A Administração pública, de acordo com Diogo Neto (2006, p. 111), pode ser conceituada como: “atividades preponderantemente executórias, definidas por lei como funções do Estado, gerindo recursos para a realização de objetivos voltados à satisfação de interesses especificamente definidos como públicos”. Nesse passo, a realização desses feitos para a população serão providenciadas pelos órgãos públicos, observando sempre, os princípios constitucionais e normas previstas em lei, a fim de garantir o devido procedimento legal para a realização das medidas objetivadas por esses órgãos e para os populares. Dessa forma, a atuação dos órgãos públicos está cerceada aos parâmetros constitucionalmente assegurados. Assim, a Constituição Federal vigente, em seu artigo 37, dispõe que: “A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, 1 Case apresentado à disciplina de Direito Administrativo I, da Unidade de Ensino Superior Dom Bosco – UNDB. 2 Aluna do 5º Período, do Curso de Direito, da UNDB. 3 Professor, Mestre, Orientador. impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência [...]”. Nessa perspectiva, todos esses princípios devem ser observados, cumulativamente, na atuação dos órgãos públicos. Com base nessas considerações, tem-se a questão da improbidade administrativa – atos que contrariam os princípios da administração pública brasileira, cometidos por agente público durante o desempenho de suas funções – enquanto ponto central do caso concreto em tela. Com isso, destaca-se o desrespeito dos princípios constitucionais da Administração Pública ao caso. Assim, cumpre ressaltar que “a conduta do agente público ao descumprir o poder-dever de agir pode gerar graves consequências ao Estado” (PERIM, 2015), podendo gerar, também, consequências para o agente responsável pela prática do ato ilícito. Nessa perspectiva, em detrimento dos danos causados, a responsabilidade civil dos agentes, responsáveis por esses danos ao poder público, devem ser observadas, ainda que tenham agido dolosamente (caso de “Seiscentos e três” e o presidente da JEFF CARNEIRO) ou culposamente (caso de Pedro Gin Tropical), isso porque a responsabilização dos agentes públicos é aplicável tanto aos casos de dolo quanto culpa. Destarte, conforme Hugo Machado (2017) pode-se dizer que: “o agente público tem responsabilidade subjetiva, responde pelo dano perante o Estado ao qual serve, se tiver agido dolosa ou culposamente, vale dizer, se tiver agido com o propósito de causar o dano, ou se tiver agido com imprudência, negligência ou imperícia” (grifo nosso). Note-se, assim, que não houve qualquer questionamento pelo prefeito acerca da dispensa de licitação ou, ainda, instauração de processo administrativo. Confirmando, portando, ter agido com negligência, razão pela qual depreende-se não haver causa de excludente de responsabilidade. Nesse passo, contudo, quando da instauração da ação civil pública em face dos três personagens, Ramon Heineken, “Seiscentos e três” e Pedro Gin, alguns pontos merecem guarida. Diante disso, o artigo 37, §6º da Constituição Federal vigente dispõe, ipsis litteris: “as pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado prestadoras de serviços públicos responderão pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros, assegurado o direito de regresso contra o responsável nos casos de dolo ou culpa”. Diante disso vale ressaltar que o conselho de administração pública de empresa siderúrgica da região é uma sociedade de economia mista e, com isso, é dotada de personalidade jurídica de direito privado (Decreto Lei 200/1967, art. 5º, inc. III c/c 13.303/2016, art. 4º). Dessa forma, do julgamento do RE 1.027.633, Rel. Min. Marco Aurélio, o STF decidiu que: A teor do disposto no artigo 37, parágrafo 6º, da Constituição Federal, a ação por danos causados por agente público deve ser ajuizada contra o Estado ou a pessoa jurídica de direito privado, prestadora de serviço público, sendo parte ilegítima o autor do ato, assegurado o direito de regresso contra o responsável nos casos de dolo ou culpa. Assim, dado esse entendimento em aplicação ao caso concreto em tela, entende-se que o ajuizamento da ação deveria ser proposta em face do Estado ou da pessoa jurídica e não em face do autor(es) do ato. Ainda, em que pese esse entendimento, pode-se pontuar que a JEFF CARNEIRO responderia pelos atos praticados. Em complemento, destaca-se o fato de que, conforme Eric Serrão (2016), “em se tratando de omissão do Estado, a responsabilidade será subjetiva, pois o Estado tem de verificar o porquê não foi realizada determinada atividade, desde que comprovado dolo ou culpa”, reforçando, assim, o entendimento supramencionado. Nada impedindo, entretanto, que os responsáveis pelo ato sejam responsabilizados, haja visto a previsão expressa acerca do direito de regresso aos autores dos ilícitos. Por fim, pontua-se que o Acordo de Leniência trata-se de um meio que busca a efetividade e celeridade do ressarcimento dos cofres públicos quando dos ilícitos praticados contra a própria ordem pública, abrandando ou isentando, assim, algumas penalidades aos infratores, como previsto no art. 16 da Lei 12.846/2013. Ademais, a aplicação da desconsideração da personalidade jurídica em procedimentos licitatórios, tem como escopo garantir efetividade à penalidade aplicada pela administração pública, visto que essas pessoas apenadas e impedidas de licitar novamente, constituem novas sociedades a fim de estarem aptas à licitarem novamente, dentre outras motivações de mesmo cunho, visando, por fim, se esquivar dessas sanções aplicadas (PARZIALE, 2020). Assim, o instituto da desconsideração da personalidade jurídica, em face desse ato, visa estender os efeitos das punições dos ilícitos à novas sociedades constituídas com o intuito de esquivar-se dessas punições aplicadas. Em suma, o acordo de leniência e a desconsideração da personalidade jurídica devem ser observados com o intuito de que as sanções sejam abrandadas e para que os demais sócios possam contratar o poder público novamente. 2.3 DESCRIÇÃO DOS CRITÉRIOS E VALORES (EXPLÍCITOS E/OU IMPLÍCITOS) CONTIDOS EM CADA DECISÃO POSSÍVEL 2.3.1 Controle da Administração Pública em procedimentos licitatórios e atos de improbidade administrativa a) Princípios administrativos: valores fundamentais do sistema. REFERÊNCIAS BRASIL. CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL DE 1988. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicaocompilado.htm>. Acesso em: 23 abr. 2020. ________. DECRETO-LEI N o 2.848, DE 7 DE DEZEMBRO DE 1940. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/del2848compilado.htm>. Acesso em: 23 abr. 2020. ________. LEI Nº 8.429, DE 2 DE JUNHO DE 1992. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8429.htm>. Acesso em: 11 abr. 2021. ________. LEI Nº 12.846, DE 1º DE AGOSTO DE 2013. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2013/lei/l12846.htm>. Acesso em: 11 abr. 2021. ________. LEI Nº 8.666, DE 21 DE JUNHO DE 1993. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8666cons.htm>. Acesso em: 10 abr. 2021. ________. Responsabilidade civil subjetivado agente público por danos causados a terceiros, no exercício de atividade pública. 2020. Disponível em: <http://stf.jus.br/portal/jurisprudenciaRepercussao/verAndamentoProcesso.asp?incidente=513 6782&numeroProcesso=1027633&classeProcesso=RE&numeroTema=940>. Acesso em: 11 abr. 2021. MACHADO, Hugo. Responsabilidade civil do agente público por danos ao cidadão. 2017. Disponível em: < https://www.conjur.com.br/2017-abr-09/responsabilidade-civil-agente- publico-danos- cidadao#:~:text=E%20podemos%20dizer%20tamb%C3%A9m%20que,com%20imprud%C3 %AAncia%2C%20neglig%C3%AAncia%20ou%20imper%C3%ADcia>. Acesso em: 11 abr. 2021. MAZZA, Alexandre. Manual de Direito Administrativo. 8. ed. São Paulo: Saraiva, 2018. PERIM, Daniella. Da responsabilidade administrativa do agente público omisso. 2015. Disponível em: <https://jus.com.br/artigos/44622/da-responsabilidade-administrativa-do- agente-publico-omisso>. Acesso em: 23 abr. 2020. PARZIALE, Aniello dos Reis. A previsão da desconsideração da personalidade jurídica no sistema punitivo da nova Lei de Licitações. 2020. Disponível em: <http://www.novaleilicitacao.com.br/2020/02/18/a-previsao-da-desconsideracao-da- personalidade-juridica-no-sistema-punitivo-da-nova-lei-de- licitacoes/#:~:text=A%20personalidade%20jur%C3%ADdica%20poder%C3%A1%20ser,jur %C3%ADdica%20aos%20seus%20administradores%20e>. Acesso em: 11 abr. 2021. SERRAO, Eric. Responsabilidade Civil do Estado e Licitação. 2016. Disponível em: <https://ericfs.jusbrasil.com.br/artigos/387850435/responsabilidade-civil-do-estado-e- licitacao>. Acesso em: 10 abr. 2021. https://legislacao.planalto.gov.br/legisla/legislacao.nsf/viwTodos/509f2321d97cd2d203256b280052245a?OpenDocument&Highlight=1,constitui%C3%A7%C3%A3o&AutoFramed http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicaocompilado.htm http://legislacao.planalto.gov.br/legisla/legislacao.nsf/Viw_Identificacao/DEL%202.848-1940?OpenDocument http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/del2848compilado.htm https://jus.com.br/artigos/44622/da-responsabilidade-administrativa-do-agente-publico-omisso https://jus.com.br/artigos/44622/da-responsabilidade-administrativa-do-agente-publico-omisso
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