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1 
 
 
CENTRO UNIVERSITÁRIO ESTÁCIO 
Curso de Graduação em Direito 
Disciplina: Direito Administrativo I 
Professora: Débora Santana 
 
 
NOTA DE AULA 02 – 
 
REGIME JURÍDICO ADMINISTRATIVO: PRINCIPIOS ADMINISTRATIVOS 
CONSTITUCIONAIS 
 
 
 
2.1 Regras x Princípios 
 
Quando os órgãos, entidades e agentes integrantes da administração pública atuam jungidos a 
normas de direito público, diz-se que sua atividade é desempenhada sob o denominado "regime 
jurídico-administrativo". Esse regime de direito público confere poderes especiais à administra- 
ção pública, os quais são, por sua vez, contrabalançados pela imposição de restrições especiais à 
atuação dela. 
 
 Assim, o regime jurídico administrativo é o conjunto de regras e princípios (que ou estão 
expressos ou decorrem da Constituiçao Federal) harmônicos entre si que disciplinam a 
organização e o funcionamento da Administraçao Publico e visam à satisfação do 
interesse publico (primário). O rol de prerrogativas e o conjunto de limitações - não 
existentes nas relações típicas entre particulares - que caracterizam o regime 
jurídico administrativo derivam, respectivamente, do princípio da supremacia do 
interesse público e do postulado da indisponibilidade do interesse público. 
 
Tanto as regras quanto os princípios são normas jurídicas e, como tal, gozam de força cogente, 
obrigam igualmente os seus destinatários, isto é, aqueles que têm o dever de reconhecer a sua 
incidência em cada caso concreto (os aplicadores do direito). 
 
 Regras: Uma regra jurídica típica consiste em um comando com uma estrutura bem 
definida, em que identificamos a descrição de uma hipótese e a atribuição de uma 
consequência específica à ocorrência, no mundo dos fatos (mundo empírico), da situação 
hipoteticamente prevista. Como se vê, uma regra jurídica traduz-se em um comando 
vocacionado a incidir em situações fáticas relativamente bem determinadas e a gerar, no 
 Princípios: dotados de elevado grau de generalidade, abstração e indeterminação. 
Traduzem valores a serem seguidos e servem como método interpretativo. Os princípios 
jurídicos não obedecem a uma logica de exclusão, mas incidem simultaneamente nas 
mais diversas situações, ora prevalecendo alguns deles, ora outros, segundo uma lógica 
de ponderação em cada caso concreto. O princípio jurídico é norma de hierarquia 
superior a das regras. É incorreta a interpretação da regra, quando dela se choca contra 
os princípios. E tem mais: na ausência de regra específica para regular determinada 
situação, utilizam- se os princípios . 
2 
 
 
 
Os princípios fundamentais orientadores de toda atividade da admistração pública encontram- 
se, explícita ou implicitamente, no texto da Constituição de 1988. Muitas leis citam ou enumeram 
princípios administrativos. Em muitos casos, eles são meras reproduções ou desdobramentos 
de princípios constitucionais expressos; em outros, são decorrências lógicas das disposições 
constitucionais concernentes à atuação dos órgãos, entidades e agentes administrativos. 
 
Princípios Expressos são aqueles taxativamente previstos no texto normativo, como aqueles 
elencados no caput do Art. 37, da Constituição. Já os Princípios Implícitos são aqueles que não 
constam isoladamente do texto normativo, sendo reconhecidos a partir de uma elaboração 
doutrinária ou mesmo jurisprudencial. 
 
Art. 37 da CF/1988: 
 
 
 
2.2 Reflexos da Lei Federal n° 13.655/2018 que alterou a LINDB (inclusão dos arts. 20 
a 30) 
 
 Previsão de normas sobre segurança jurídica na aplicação do Direito Publico, 
notadamente dos princípios. 
 As alterações reforçam e complementam a exigência de determinados princípios 
já previstos na Constituição e em leis infraconstitucionais, em especial os da (i) segurança 
jurídica, (ii) motivação, (iii) proporcionalidade, (iv) consensualidade, (v) transparência, (vi) 
participação, (vii) eficiência, (viii) interesse público. Além disso, prevê a responsabilização 
do agente público pelas decisões ou opiniões técnicas em caso de dolo ou erro grosseiro. 
 Segundo o art. 20 da LINDB contempla a responsabilidade das instâncias 
formais de decisão judicial e extrajudicial na concretização dos conceitos jurídicos 
imprecisos, abstratos ou indeterminados (valores jurídicos abstratos), devendo ser 
levado em conta as consequências praticas da decisão. 
 O artigo 24 da LINDB, de efeito mais amplo (porque voltado para as esferas 
administrativa, controladora e judicial), exige que, ao ser revisto um ato, contrato, ajuste, 
processo ou norma administrativa, sejam respeitadas as situações plenamente 
constituídas, desde que decorram de orientação vigente à época em que foram 
praticados. Trata-se de hipótese em que a invalidação de ato ou contrato da 
Administração não deve retroagir. São situações cujos efeitos já produzidos por ato ilícito 
devem ser respeitados, em nome da segurança jurídica. Vide art. 2°, §único, inciso XIII 
da Lei n° 9.784/99. Não há dúvida de que o artigo 24 protege o princípio da segurança 
jurídica, nos dois aspectos: objetivo (que diz respeito à estabilidade das relações 
jurídicas) e subjetivo (que protege a confiança legítima do administrado quanto à validade 
dos atos emanados do poder público). O dispositivo quase que se limita a transformar em 
regra jurídica uma disposição que era aceita e aplicada como princípio do direito 
administrativo. 
 O artigo 28 da LINDB contém importante norma sobre responsabilização dos agentes 
públicos pelas decisões ou opiniões técnicas que emitirem. Trata-se de norma 
limitadora dirigida aos órgãos de controle: eles somente podem responsabilizar 
pessoalmente o agente público se a decisão ou opinião técnica for emitida com dolo 
(intenção de praticar ato ilícito) ou erro grosseiro (que não admite qualquer dúvida sobre 
a sua ocorrência, como a aplicação de dispositivo legal já revogado ou decisão em afronta 
a súmula administrativa ou jurisprudencial de amplo conhecimento na esfera 
administrativa). O objetivo evidente da norma é o de impedir que os órgãos de controle 
responsabilizem os agentes públicos por decisões ou opiniões que sejam aceitáveis e 
defensáveis diante de divergências doutrinárias ou jurisprudenciais sobre a mesma 
matéria. A simples divergência de opinião em relação à adotada pelo órgão de controle 
3 
jurídicos abstratos 
não pode servir de fundamento para a responsabilização do agente público. O 
Regulamento definiu o erro grosseiro como “aquele manifesto, evidente e inescusável 
praticado com culpa grave, caracterizado por ação ou omissão com elevado grau de 
negligência, imprudência ou imperícia” (artigo 12, § 1º). O artigo 14 do Regulamento 
(aplicável apenas à esfera da União) determinou que: “No âmbito do Poder Executivo 
federal, o direito de regresso previsto no § 6º do artigo 37 da Constituição somente será 
exercido na hipótese de o agente público ter agido com dolo ou erro grosseiro em suas 
decisões ou opiniões técnicas (...)” 
 
Art. 20. Nas esferas administrativa, controladora e judicial, não se decidirá 
com base em valores jurídicos abstratos sem que sejam consideradas as 
consequências práticas da decisão. (Incluído pela Lei nº 13.655, 
de 2018) (Regulamento) 
Parágrafo único. A motivação demonstrará a necessidade e a adequação da 
medida imposta ou da invalidação de ato, contrato, ajuste, processo ou norma 
administrativa, inclusive em face das possíveis alternativas. (Incluído 
pela Lei nº 13.655, de 2018) principio da motivação 
Art. 3º do Decreto 9.830/19. A decisão que se basear exclusivamente em 
valores observará o disposto no art. 2º e as 
consequências práticas 
da decisão. 
§ 1º Para fins do disposto neste Decreto, consideram-se valores jurídicos 
abstratos aqueles previstos em normas jurídicascom alto grau de 
indeterminação e abstração. 
§ 2º Na indicação das consequências práticas da decisão, o decisor apresentará 
apenas aquelas consequências práticas que, no exercício diligente de sua 
atuação, consiga vislumbrar diante dos fatos e fundamentos de mérito e 
jurídicos. 
§ 3º A motivação demonstrará a necessidade e a adequação da medida 
imposta, inclusive consideradas as possíveis alternativas e observados os 
critérios de adequação, proporcionalidade e de razoabilidade. 
 
Art. 21. A decisão que, nas esferas administrativa, controladora ou judicial, 
decretar a invalidação de ato, contrato, ajuste, processo ou norma 
administrativa deverá indicar de modo expresso suas consequências jurídicas 
e administrativas. (Incluído pela Lei nº 13.655, de 
2018) (Regulamento) principio da motivação 
Parágrafo único. A decisão a que se refere o caput deste artigo deverá, 
quando for o caso, indicar as condições para que a regularização ocorra de 
modo proporcional e equânime e sem prejuízo aos interesses gerais, não se 
podendo impor aos sujeitos atingidos ônus ou perdas que, em função das 
peculiaridades do caso, sejam anormais ou excessivos. (Incluído 
pela Lei nº 13.655, de 2018) 
Art. 22. Na interpretação de normas sobre gestão pública, serão considerados 
os obstáculos e as dificuldades reais do gestor e as exigências das políticas 
públicas a seu cargo, sem prejuízo dos direitos dos 
administrados. (Regulamento) 
§ 1º Em decisão sobre regularidade de conduta ou validade de ato, contrato, 
ajuste, processo ou norma administrativa, serão consideradas as 
circunstâncias práticas que houverem imposto, limitado ou condicionado a 
ação do agente. (Incluído pela Lei nº 13.655, de 2018) 
§ 2º Na aplicação de sanções, serão consideradas a natureza e a gravidade 
da infração cometida, os danos que dela provierem para a administração 
pública, as circunstâncias agravantes ou atenuantes e os antecedentes do 
agente. (Incluído pela Lei nº 13.655, de 2018) 
§ 3º As sanções aplicadas ao agente serão levadas em conta na dosimetria 
das demais sanções de mesma natureza e relativas ao mesmo 
fato. (Incluído pela Lei nº 13.655, de 2018) 
Art. 23. A decisão administrativa, controladora ou judicial que estabelecer 
interpretação ou orientação nova sobre norma de conteúdo indeterminado, 
impondo novo dever ou novo condicionamento de direito, deverá prever regime 
de transição quando indispensável para que o novo dever ou condicionamento 
de direito seja cumprido de modo proporcional, equânime e eficiente e sem 
prejuízo aos interesses gerais. (Regulamento) segurança jurídica 
Parágrafo único. (VETADO). (Incluído pela Lei nº 13.655, de 2018) 
Art. 24. A revisão, nas esferas administrativa, controladora ou judicial, quanto 
à validade de ato, contrato, ajuste, processo ou norma administrativa cuja 
produção já se houver completado levará em conta as orientações gerais da 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2018/Lei/L13655.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2018/Lei/L13655.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Decreto/D9830.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2018/Lei/L13655.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2018/Lei/L13655.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2018/Lei/L13655.htm#art1
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http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Decreto/D9830.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2018/Lei/L13655.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2018/Lei/L13655.htm#art1
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http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2018/Lei/L13655.htm#art1
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http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Decreto/D9830.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2018/Lei/L13655.htm#art1
4 
época, sendo vedado que, com base em mudança posterior de orientação 
geral, se declarem inválidas situações plenamente 
constituídas. (Incluído pela Lei nº 13.655, de 2018) (Regulamento) 
vedação de aplicação retroativa de nova interpretação 
Parágrafo único. Consideram-se orientações gerais as interpretações e 
especificações contidas em atos públicos de caráter geral ou em jurisprudência 
judicial ou administrativa majoritária, e ainda as adotadas por prática 
administrativa reiterada e de amplo conhecimento público. (Incluído 
pela Lei nº 13.655, de 2018) 
Art. 25. (VETADO). (Incluído pela Lei nº 13.655, de 2018) 
Art. 26. Para eliminar irregularidade, incerteza jurídica ou situação contenciosa 
na aplicação do direito público, inclusive no caso de expedição de licença, a 
autoridade administrativa poderá, após oitiva do órgão jurídico e, quando for o 
caso, após realização de consulta pública, e presentes razões de relevante 
interesse geral, celebrar compromisso com os interessados, observada a 
legislação aplicável, o qual só produzirá efeitos a partir de sua publicação 
oficial. (Incluído pela Lei nº 13.655, de 2018) (Regulamento) 
§ 1º O compromisso referido no caput deste artigo: (Incluído pela 
Lei nº 13.655, de 2018) 
I - buscará solução jurídica proporcional, equânime, eficiente e compatível com 
os interesses gerais; (Incluído pela Lei nº 13.655, de 2018) 
II – (VETADO); (Incluído pela Lei nº 13.655, de 2018) 
III - não poderá conferir desoneração permanente de dever ou 
condicionamento de direito reconhecidos por orientação geral; (Incluído pela 
Lei nº 13.655, de 2018) 
IV - deverá prever com clareza as obrigações das partes, o prazo para seu 
cumprimento e as sanções aplicáveis em caso de descumprimento. (Incluído 
pela Lei nº 13.655, de 2018) 
§ 2º (VETADO). (Incluído pela Lei nº 13.655, de 2018) 
Art. 27. A decisão do processo, nas esferas administrativa, controladora ou 
judicial, poderá impor compensação por benefícios indevidos ou prejuízos 
anormais ou injustos resultantes do processo ou da conduta dos 
envolvidos. (Incluído pela Lei nº 13.655, de 
2018) (Regulamento) 
§ 1º A decisão sobre a compensação será motivada, ouvidas previamente as 
partes sobre seu cabimento, sua forma e, se for o caso, seu 
valor. (Incluído pela Lei nº 13.655, de 2018) 
§ 2º Para prevenir ou regular a compensação, poderá ser celebrado 
compromisso processual entre os envolvidos. (Incluído pela Lei nº 
13.655, de 2018) 
Art. 28. O agente público responderá pessoalmente por suas decisões ou 
opiniões técnicas em caso de dolo ou erro grosseiro. (Incluído 
pela Lei nº 13.655, de 2018) (Regulamento) 
§ 1º (VETADO). (Incluído pela Lei nº 13.655, de 2018) 
§ 2º (VETADO). (Incluído pela Lei nº 13.655, de 2018) 
§ 3º (VETADO). (Incluído pela Lei nº 13.655, de 2018) 
Art. 29. Em qualquer órgão ou Poder, a edição de atos normativos por 
autoridade administrativa, salvo os de mera organização interna, poderá ser 
precedida de consulta pública para manifestação de interessados, 
preferencialmente por meio eletrônico, a qual será considerada na 
decisão. (Incluído pela Lei nº 13.655, de 
2018) (Vigência) (Regulamento) 
§ 1º A convocação conterá a minuta do ato normativo e fixará o prazo e demais 
condições da consulta pública, observadas as normas legais e regulamentares 
específicas, se houver. (Incluído pela Lei nº 13.655, de 
2018) (Vigência) 
§ 2º (VETADO). (Incluído pela Lei nº 13.655, de 2018) (Vigência) 
Art. 30. As autoridades públicas devem atuar para aumentar a segurança 
jurídica na aplicação das normas, inclusive por meio de regulamentos, súmulas 
administrativas e respostas a consultas. (Incluído pela Lei nº 
13.655, de 2018) (Regulamento) 
Parágrafo único. Os instrumentosprevistos no caput deste artigo terão 
caráter vinculante em relação ao órgão ou entidade a que se destinam, até 
ulterior revisão. (Incluído pela Lei nº 13.655, de 2018) 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2018/Lei/L13655.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Decreto/D9830.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2018/Lei/L13655.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2018/Lei/L13655.htm#art1
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http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Decreto/D9830.htm
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http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2018/Lei/L13655.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Decreto/D9830.htm
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http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2018/Lei/L13655.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2018/Lei/L13655.htm#art1
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http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2018/Lei/L13655.htm#art2
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Decreto/D9830.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2018/Lei/L13655.htm#art1
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http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2018/Lei/L13655.htm#art2
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2018/Lei/L13655.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2018/Lei/L13655.htm#art2
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2018/Lei/L13655.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2018/Lei/L13655.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Decreto/D9830.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2018/Lei/L13655.htm#art1
5 
2.3 Princípios constitucionais implícitos (ou reconhecidos) ou Supraprincipios 
(Alexandre Mazza) 
 
 
A Constituição de 1988, ao tratar da administração pública, não traz expressos os princípios da 
supremacia do interesse público e da indisponibilidade do interesse público. Entretanto, no caput 
de seu art. 37, enumera alguns dos mais importantes princípios administrativos que diretamente 
deles decorrem: legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência. 
 
Ao ver de Celso Antônio Bandeira de Mello, as “pedras de toque” do regime jurídico- 
administrativo (segundo ele, conjunto sistematizado de princípios e regras que dao ao Direito 
Administrativo identidade, guardam entre si uma relação logica de coerência e unidade 
compondo um sistema) sao justamente os princípios da Supremacia do Interesse publico sobre 
o privado e da Indisponibilidade, pela Administraçao, dos interesses públicos, uma vez que todo 
o sistema de Direito administrativo se constrói sobre os mencionados princípios. 
 
2.2.1 Princípio da Supremacia do Interesse Publico sobre o Privado 
 
O princípio da supremacia do interesse público fundamenta a existência das prerrogativas 
ou dos poderes especiais da administração pública, dos quais decorre a denominada 1) 
verticalidade nas relações administração-particular. Toda atuação administrativa em 
que exista imperatividade, em que sejam impostas, unilateralmente, obrigações para o 
administrado, ou em que seja restringido ou condicionado o exercício de atividades ou de 
direitos dos particulares é respaldada pelo princípio da supremacia do interesse público. 
 
As prerrogativas que o ordenamento jurídico confere ao Estado, então, que tipicas do 
direito público, justificam-se tão somente na estrita medida em silo necessárias para que o Estado 
logre atingir os fins que lhe são impostos , por esse mesmo ordenamento jurídico. Frise-se que 
não é a administração pública que determina a finalidade de sua própria atuação, mas sim a 
Constituição e as leis. 2) A administração atua estritamente subordinada a ̀ lei, como 
simples gestora da coisa pública, e possui poderes especiais unicamente como meio, como 
instrumentos para atingir os objetivos que juridicamente é obrigada a perseguir. 
 
A noção central desse princípio é: 3) havendo conflito entre o interesse público e os 
interesses de particulares, aquele deve prevalecer. Impende, todavia, ressaltar 
enfaticamente a exigência de respeito aos direitos e às garantias fundamentais e a 
necessidade de que a atuação da administração ocorra sempre nos termos e nos limites da lei 
e do direito, observado o devido processo legal. O Estado, portanto, embora tenha assegurada 
pela ordem constitucional a prevalência dos interesses em nome dos quais atua, está adstrito 
aos princípios constitucionais que determinam a forma e os limites de sua atuação, como o 
princípio do devido processo legal, do contraditório e ampla defesa, da proporcionalidade, 
dentre outros. Conforme se constata, assim como ocorre com todos os princípios jurídicos, o 
postulado da supremacia do interesse público não tem caráter absoluto, especialmente 
frente aos direitos fundamentais (sua limitação). 
 
 Noção de interesse público (Celso Antônio Bandeira de Mello): Constitui o 
interesse do todo, ou seja, do próprio conjunto social, assim como acerta-se 
também em sublinhar que não se confunde com a somatória dos interesses 
individuais, peculiares de cada qual. Donde, o interesse publico deve ser 
conceituado como o interesse resultante do conjunto dos interesses que os 
indivíduos pessoalmente têm quando considerados em sua qualidade de 
membros da Sociedade e pelo simples fato de o serem. 
6 
= Interesse da coletividade que favorece o bem comum, social e bem-estar da 
sociedade como um todo. 
 
 Segundo o jurista italiano Renato Alessi: 
 
Interesse público primário Interesse público 
secundário 
Necessidades imediatas do cidadão 
(direitos fundamentais), enquanto 
coletividade; bem -estar social. 
Ex: serviço publico 
Necessidades da maquina estatal, 
interesses da Administração, do 
Estado enquanto sujeito do Direito. 
Ex: arrecadação tributaria 
Obs: O interesse publico secundário 
so se legitima enquanto meio de 
concretização do interesse publico 
primário. 
 
 
Exemplos de prerrogativas decorrentes do principio da supremacia: 
• Exercicio do poder de policia; 
• Modalidades de intervenção napropriedade privada: desapropriação, requisição 
administrativa, tombamento, etc; 
• Presunção de legitimidade/legalidade dos atos administrativos; 
• Autoexecutoriedade e coercibilidade dos atos administrativos; 
• Clausulas exorbitantes dos contratos administrativos que possibilitam à Administração 
publica modificar unilateralmente o pactuado, assim como a garantia de rescisão unilateral 
por motivo de interesse público ou em virtude do inadimplemento do particular, como 
cláusulas exorbitantes expressas no art. 58 da lei 8.666/93; 
• Prazos processuais diferenciados às pessoas jurídicas de direito público, qual seja, prazo 
em dobro para toda e qualquer manifestação da fazenda pública (art. 183 do CPC). Como 
privilégio processual, também se pode citar a remessa necessária em decísões proferidas 
contra entes públicos (art. 496 do CPC) e a possibilidade de cobrança dos seus créditos por 
meio de execução fiscal (Lei n° 6.830/90). 
• Intimaçao pessoal de seus Procuradores (art. 183 §1° do CPC) 
• Procedimento especial de pagamento de dividas decorrentes de condenação judicial (art. 
100 da CF) 
 
 
2.2.2 Princípio da Indisponibilidade do Interesse Público 
 
O segundo princípio, o da indisponibilidade do interesse público, faz contraponto ao primeiro. Ao 
mesmo tempo em que tem poderes especiais, exorbitantes do direito comum, a administração 
sofre restrições em sua atuação que não existem para os particulares. Essas limitações decorrem do 
fato de que a administração não é proprietária da coisa publica, não é titular do interesse 
público, mas sim o povo. 
 
Em decorrência do princípio da indisponibilidade do interesse público, a administração 
somente pode atuar quando houver lei que autorize ou determine sua atuação, e nos 
limites estipulados por essa lei. Além disso, toda a atuação da administração deve ter 
possibilidade de ser controlada pelo povo, seja diretamente, seja por meio de órgãos com essa 
função de controle. 
7 
Desse modo, são decorrências típicas do princípio da indisponibilidade do interesse público a 
necessidade de realizar concurso público para admissão de pessoal permanente (empregados 
e servidores públicos efetivos), a necessidade, em regra, de realizar licitação prévia para 
celebração de contratos administrativos, a exigência de motivação dos atos administrativos 
(também regra geral), as restrições à alienação de bens públicos etc. 
 
Súmula 599 do STJ: O princípio da insignificância é inaplicável aos crimes contra a Administração Pública. 
(violação do principio da indisponibilidade do interesse publico) 
 
OBS: O princípio da insignificância pode ser aplicado aos crimes contra a Administração Pública? 
Para STJ, não. Não se aplica o princípio da insignificância aos crimes contra a Administração 
Pública, ainda que o valor da lesão possa ser considerado ínfimo. Segundo o STJ, os crimes 
contra a Administração Pública têm como objetivo resguardar não apenas o aspecto patrimonial, 
mas, principalmente, a moral administrativa. Logo, mesmo que o valor do prejuízo seja 
insignificante, deverá haver a sanção penal considerando que houve uma afronta à moralidade 
administrativa, que é insuscetível de valoração econômica. 
 
O STF não reconhece o principio da insignificância nos crimes de contrabando (art. 334-A do 
CP), independentemente do valor das mercadorias, enquanto o STJ também não o reconhece, 
porem já excepcionou esse entendimento quando a pequena quantidade de remédio for para 
uso pessoal. 
Exceção: 1ª) a jurisprudência é pacífica em admitir a aplicação do princípio da 
insignificância ao crime de descaminho (art. 334 do CP), que, topograficamente, está 
inserido no Título XI do Código Penal, que trata sobre os crimes contra a Administração Pública, 
quando o valor do tributo não recolhido for igual ou inferior a R$ 20.000,00. De acordo com o 
STJ, “a insignificância nos crimes de descaminho tem colorido próprio, diante das disposições 
trazidas na Lei n. 10.522/2002”, o que não ocorre com outros delitos, como o peculato etc. 
(AgRg no REsp 1346879/SC, Rel. Min. Marco Aurélio Bellizze, julgado em 26/11/2013). 
Portanto, incide o princípio da insignificância aos crimes tributários federais e de 
descaminho quando o débito tributário verificado não ultrapassar o limite de R$ 20 mil 
a teor do disposto no artigo 20 da Lei 10.522/2002, com as atualizações efetivadas 
pelas Portarias 75 e 130, ambas do Ministério da Fazenda. 
 
2ª) No RHC 85272 de 2013, a Sexta Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) afastou a 
incidência da Súmula 599 e aplicou o princípio da insignificância a crime contra a administração 
pública. Ao prover o recurso em habeas corpus, por unanimidade, o colegiado avaliou que as 
peculiaridades do caso autorizam a não aplicação do enunciado. O fato em análise ocorreu em 
novembro de 2013, na cidade de Gravataí (RS), quando o denunciado passou o carro por cima 
de um cone de trânsito ao furar um bloqueio da Polícia Rodoviária Federal. Para a defesa, 
caberia o princípio da insignificância, uma vez que a aplicação do direito penal só se justificaria 
para atos realmente lesivos ao bem público protegido. No entanto, a 2ª Vara Criminal de Gravataí 
condenou o réu por dano qualificado e o Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul (TJRS) negou 
o pedido de habeas corpus, entendendo que as ações do acusado apresentam alto grau de 
reprovação. Para o TJRS, o valor do bem não deve ser o único parâmetro para a análise da 
lesividade da conduta e aplicação do princípio da insignificância. O relator do recurso no STJ, 
ministro Nefi Cordeiro, ressaltou que o réu era primário, tinha 83 anos na época dos fatos e o 
cone avariado custava menos de R$ 20, ou seja, menos de 3% do salário mínimo vigente à 
época. “A despeito do teor do enunciado 599, as peculiaridades do caso concreto justificam a 
mitigação da referida súmula, haja vista que nenhum interesse social existe na onerosa 
8 
A atuação administrativa se limita a ̀ vontade legal, deve estar 
prevista em lei, ou seja, a Administração deve agir conforme a lei, quando 
autorizada pela lei = vontade do povo, manifestada por meio de seus 
representantes. O administrador somente pode atuar com a permissão à 
lei (deve-se subordinar à lei). 
intervenção estatal diante da inexpressiva lesão jurídica provocada”, entendeu o ministro. O 
ministro Nefi Cordeiro explicou que a orientação jurisprudencial para aplicação do 
princípio da insignificância pressupõe a concomitância de quatro vetores: 1) a mínima 
ofensividade da conduta do agente, 2) inexistência de periculosidade social da ação, 
3) o reduzidíssimo grau de reprovabilidade do comportamento e 4) a inexpressividade 
da lesão jurídica provocada. 
2.3 Princípios Constitucionais Expressos (Explícitos) 
 
Dentre os princípios norteadores da atividade administrativa, avultam em importância aqueles 
expressos no caput do art. 37 da Constituição da República: legalidade, impessoalidade, 
moralidade, publicidade e eficiência (este último acrescentado pela EC 19/1998). É relevante 
observar que o art. 37 da Constituição de 1988 encontra-se inserido em seu Capítulo VII, acerca 
"Da Administração Pública", especificamente na Seção I desse Capítulo, que trata das 
"Disposições Gerais". Esse fato, ao lado da expressa dicção do dispositivo, toma claro que os 
princípios ali enumerados são de observância obrigatória para todos os Poderes quando 
estiverem no exercício de funções administrativas, e para todos os entes da Federação (União, 
estados, Distrito Federal e municípios), alcançando a administração direta e a indireta. 
 
2.3.1 Principio da Legalidade e da Subordinação à Lei 
 
 
 
No que tange à atuação do direito privado, aos particulares, tudo que não está proibidoestá 
juridicamente permitido. É o chamado princípio da não contradição à lei, ou seja, não é exigida 
previsão legal para a atuação dos cidadãos em geral. 
 
Neste diapasão, se faz necessário lembrar que a Legalidade não exclui a atuação 
discricionária do agente público, tendo essa que ser levada em consideração quando da 
análise, por esse gestor, da conveniência e da oportunidade em prol do interesse público. O ato 
administrativo tem um papel secundário. Nao pode a Administraçao Publica por simples ato 
administrativo conceder direitos de qualquer espécie, criar obrigações ou impor vedações. Ao 
haver uma colisão entre a lei e um ato administrativo, a lei prevalecerá e o ato administrativo 
deverá ser declarado nulo. 
 
O principio da legalidade é diferente da reserva legal. Não obstante a exígência de lei ser a 
regra para que se possa admitir uma atuação administrativa legítima, em determinadas 
situações, o texto constitucional excepcionaliza este princípio, admitindo atuação à margem das 
disposições legais, a saber, a edição de medidas provisórias, as situações de estado de defesa e 
de estado de sítio. 
 
A atuação da Administraçao Publica é secundum legis ou iuris, ou seja, somente se admite 
seu agir diante de uma lei que imponha ou autorize determinado comportamento, não 
sendo suficiente a ausência de proibição legal. Isto é, SEM PREVISAO LEGAL, NÃO É 
POSSIVEL A SUA ATUACAO. 
 
Medidas provisórias: As medidas provisórias estão regulamentadas no art. 62 da Carta 
Magna e são expedidas com força de lei, em caso de relevância e urgência, pelo 
9 
Presidente da República, devendo ser submetidas, de imediato, ao Congresso Nacional. 
Importa ressaltar que a MP não pode tratar de matéria referente à nacionalidade, cidadania, 
direitos políticos, partidos políticos, direito eleitoral, direito penal, processual penal e processual 
civil – entre outras vedações estampadas no próprio dispositivo mencionado (art. 62,§1° da 
CF). Dessa forma, a Medida Provisória expedida pelo chefe do Poder Executivo tem força de 
lei, podendo ser analisada como lei em sentido material, haja vista seu poder coercitivo de 
inovação no ordenamento jurídico, não se tratando de lei em sentido furmal, uma vez que não 
se submete ao processo legislativo constitucional. Outrossim, esses atos definem uma situação 
precária, em virtude da possibilidade de desfazimento pelo Congresso Nacional, dentro do 
prazo definido na Constituição Federal. 
 
Exemplos: Na época da pandemia, várias foram as MP editadas pelo Chefe do Executivo no 
tocante à Administração Publica: 
 
 
 MP n°926/2020 (requisição administrativa e dispensa de licitação), já 
convertida na Lei n° 14.035/2020, que modificou a Lei n° 13.979/2020 (art. 3°, VII): A MP 926, 
publicada no dia 26/03/2020, altera a Lei Federal nº 13.979/2020, para dispor sobre 
procedimentos para aquisição de bens, serviços e insumos destinados ao enfrentamento da 
emergência de saúde pública de importância internacional decorrente do coronavírus, adotando 
a dispensa de licitação. Os contratos decorrentes desta dispensa terão prazo de duração de até 
seis meses, com a possibilidade de prorrogação por períodos sucessivos, enquanto perdurar a 
necessidade de enfrentamento dos efeitos da situação de emergência de saúde pública, bem 
como a administração pública poderá prever que os contratados fiquem obrigados a aceitar, nas 
mesmas condições contratuais, acréscimos ou supressões ao objeto contratado, em até 
cinquenta por cento do valor inicial atualizado do contrato. Na hipótese de haver restrição de 
fornecedores ou prestadores de serviço, a autoridade competente, excepcionalmente e mediante 
justificativa, poderá dispensar a apresentação de documentação relativa à regularidade fiscal e 
trabalhista ou, ainda, o cumprimento de um ou mais requisitos de habilitação. Mesmo diante 
dessa possibilidade de contratação direta, mas nos casos em que esse instrumento não for 
suficiente, o art. 3°, VII da Lei Federal nº 13.979/2020 também estabelece a possibilidade de 
requisição de bens e serviços de pessoas naturais e jurídicas, hipótese em que será garantido o 
pagamento posterior de indenização justa, para enfrentamento da emergência de saúde pública 
de importância internacional decorrente do coronavírus. Na esteira da Lei Federal nº 
13.979/2020, foram por exemplo editados os seguintes decretos: Decreto Estadual nº 5.465/2020 
(AC); Decreto Municipal nº 228/2020 (Rio Branco – AC); Decreto Municipal nº 533/2020 (Bujari 
– AC); Decreto Estadual nº 69.530/2020 (AL); Decreto Estadual nº 42.061/2020 (AM); Decreto 
Estadual nº 19.529/2020 (BA); Decreto Municipal nº 32.287/2020; Decreto Estadual nº 
33.510/2020 (CE); Decreto Estadual nº 4593-R/2020 (ES); Decreto Estadual nº 9.633/2020 (GO); 
Decreto Estadual nº 35.672/2020 (MA); Decreto Estadual nº 407/2020 (MT); Decreto Estadual nº 
15.396/2020 (MS); Decreto Estadual nº 113/2020 (MG); Decreto Estadual nº 619/2020 (PA); 
Decreto Estadual nº 40.155/2020 (PB); Decreto Estadual nº 4.315/2020 (PR); Decreto Estadual 
nº 48.809/2020 (PE); Decreto Estadual nº 18.884/2020 (PI); Decreto Estadual nº 46.966/2020 
(RJ); Decreto Estadual nº 29.513/2020 (RN); Decreto nº 55.128/2020 (RS); Decreto Estadual nº 
525/2020 (SC); Decreto Estadual nº 40.560/2020 (SE) e Decreto Estadual nº 6.072/2020 (TO), 
Decreto Municipal n°59.283/2020 (São Paulo -SP), Decreto Municipal n°407/2020 (Curitiba – 
PR)todos prevendo a possibilidade do uso de requisições administrativas incidentes sobre bens, 
serviços e produtos de pessoas naturais e jurídicas. 
 
 MP n° 928/2020 : altera a Lei nº 13.979, de 6 de fevereiro de 2020, que dispõe 
sobre as medidas para enfrentamento da emergência de saúde pública de importância 
internacional decorrente do coronavírus responsável pelo surto de 2019, e revoga o art. 18 da 
Medida Provisória nº 927, de 22 de março de 2020”, teve seu prazo de vigência encerrado no 
dia 20 de julho de 2020. Limitar-nos-emos à parte da MP nº 928 que suspende os prazos 
processuais, acrescendo, à Lei nº 13.979/20, o artigo 6º-C, com a seguinte redação em 
seu caput: “Não correrão os prazos processuais em desfavor dos acusados e entes privados 
processados em processos administrativos enquanto perdurar o estado de calamidade de que 
trata o Decreto Legislativo nº 6, de 2020”. Por sua vez, o parágrafo único do mesmo dispositivo 
10 
legal foi assim redigido: “Fica suspenso o transcurso dos prazos prescricionais para aplicação 
de sanções administrativas previstas na Lei nº 8.112, de 1990, na Lei nº 9.873, de 1999, na Lei 
nº 12.846, de 2013, e nas demais normas aplicáveis a empregados públicos”. A redação 
do caput já era bastante clara quanto à correta interpretação que poderia ser conferida aos 
prazos que correm em desfavor dos acusados — estavam suspensos. Dita suspensão perduraria 
até a vigência do Decreto Legislativo nº 6, que se estende até o dia 31 de dezembro de 2020. A 
Administração Pública também foi beneficiada, porque suspendeu o transcurso dos prazos 
prescricionais para aplicação de sanções administrativas. Dito de outro modo, a MP nº 928 não 
beneficiou apenas os acusados. 
 
Art. 1º A Lei nº 13.979, de 6 de fevereiro de 2020, passa a vigorar com as 
seguintes alterações: 
 
“Art. 6º-B Serão atendidos prioritariamente os pedidos de acesso à 
informação, de que trata a Lei nº 12.527, de 2011, relacionados com medidas 
de enfrentamento da emergência de saúde pública de que trata esta Lei. 
 
§ 1º Ficarão suspensos os prazos de resposta a pedidos de acesso à 
informação nos órgãos ou nas entidades da administração pública cujos 
servidores estejam sujeitos a regime de quarentena, teletrabalho ou 
equivalentes e que, necessariamente, dependam de: 
 
I – acesso presencial de agentes públicos encarregados da resposta; ou 
 
II – agente público ou setor prioritariamente envolvido com asmedidas de 
enfrentamento da situação de emergência de que trata esta Lei. 
 
§ 2º Os pedidos de acesso à informação pendentes de resposta com 
fundamento no disposto no § 1º deverão ser reiterados no prazo de dez dias, 
contado da data em que for encerrado o prazo de reconhecimento de 
calamidade pública a que se refere o Decreto Legislativo nº 6, de 20 de março 
de 2020. 
 
§ 3º Não serão conhecidos os recursos interpostos contra negativa de 
resposta a pedido de informação negados com fundamento no disposto no § 
1º. 
 
§ 4º Durante a vigência desta Lei, o meio legítimo de apresentação de pedido 
de acesso a informações de que trata o art. 10 da Lei nº 12.527, de 2011, será 
exclusivamente o sistema disponível na internet. 
 
§ 5º Fica suspenso o atendimento presencial a requerentes relativos aos 
pedidos de acesso à informação de que trata a Lei nº 12.527, de 2011.” (NR) 
 
Essa MP foi objeto das ADI 6353, 6351 e 6347: 
 
Ementa: CONSTITUCIONAL E ADMINISTRATIVO. RESTRIÇÕES 
GENÉRICAS E ABUSIVAS À GARANTIA CONSTITUCIONAL DE ACESSO À 
INFORMAÇÃO. AUSÊNCIA DE RAZOABILIDADE. VIOLAÇÃO AOS 
PRINCÍPIOS DA PUBLICIDADE E TRANSPARÊNCIA. SUSPENSÃO DO 
ARTIGO 6º-B DA LEI 13.979/2011, INCLUÍDO PELA MP 928/2020. MEDIDA 
CAUTELAR REFERENDADA. 1. A Constituição Federal de 1988 consagrou 
expressamente o princípio da publicidade como um dos vetores 
imprescindíveis à Administração Pública, conferindo-lhe absoluta prioridade na 
gestão administrativa e garantindo pleno acesso às informações a toda a 
Sociedade. 2. À consagração constitucional de publicidade e transparência 
corresponde a obrigatoriedade do Estado em fornecer as informações 
solicitadas, sob pena de responsabilização política, civil e criminal, salvo nas 
hipóteses constitucionais de sigilo. 3. O art. 6º-B da Lei 13.979/2020, incluído 
pelo art. 1º da Medida Provisória 928/2020, não estabelece situações 
excepcionais e concretas impeditivas de acesso à informação, pelo contrário, 
transforma a regra constitucional de publicidade e transparência em exceção, 
invertendo a finalidade da proteção constitucional ao livre acesso de 
informações a toda a Sociedade. 4. Julgamento conjunto das Ações Diretas 
de 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2019-2022/2020/Lei/L13979.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2019-2022/2020/Lei/L13979.htm#art6b
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2011/Lei/L12527.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Portaria/DLG6-2020.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Portaria/DLG6-2020.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2011/Lei/L12527.htm#art10
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2011/Lei/L12527.htm
11 
Inconstitucionalidade 6.347, 6.351 e 6.353. Medida cautelar referendada. 
(ADI 6353 MC-Ref, Relator(a): ALEXANDRE DE MORAES, Tribunal Pleno, 
julgado em 30/04/2020, PROCESSO ELETRÔNICO Dje-202 DIVULG 13-08- 
2020 PUBLIC 14-08-2020) 
 
• MP n° 966/2020: relativiza a responsabilização de agentes públicos por atos 
relacionados com a pandemia da Covid-19. 
 
Contexto geral 
Nessa pandemia decorrente da covid-19, os agentes públicos têm adotado uma série de providências para 
enfrentar os problemas relacionados com a saúde da população e também para tentar minimizar os 
prejuízos econômicos ocasionados pela paralisação do comércio e dos serviços. 
Os órgãos de controle e fiscalização (exs: Polícia, Ministério Público, Tribunal de Contas etc.) têm 
acompanhado essas medidas com o objetivo de coibir que governantes mal intencionados utilizem o 
momento para praticar condutas que lesem o erário e causem enriquecimento indevido. 
Por outro lado, é certo também que a situação excepcional que vivemos exige a tomada de decisões rápidas 
e a adoção de algumas soluções que muitas vezes não estão expressamente disciplinadas na lei. 
Diante desse contexto, o Presidente da República entendeu relevante e urgente editar uma Medida 
Provisória para disciplinar regras específicas de responsabilização dos agentes públicos por atos 
relacionados com a pandemia da covid-19. 
Vale ressaltar que o regime instituído pela MP é mais brando do que as regras que vigoram normalmente. 
Isso gerou fortes reações e críticas de alguns setores da imprensa e de diversos doutrinadores. 
Alguns partidos políticos anunciaram que irão ajuizar ações diretas de inconstitucionalidade contra esse 
ato. 
Enquanto não há uma decisão do STF sobre o tema, irei aqui fazer apenas uma exposição sobre o que 
prevê a MP. 
 
Responsabilidade exige dolo ou erro grosseiro 
O caput do art. 1º da MP prevê o seguinte: 
 
REGIME DE RESPONSABILIDADE DOS AGENTES PÚBLICOS NAS ESFERAS CIVIL E 
ADMINISTRATIVA POR MEDIDAS DE ENFRENTAMENTO DA PANDEMIA DA COVID-19 
Os agentes públicos 
somente poderão ser 
responsabilizados pela 
prática de atos 
relacionados com as 
medidas de: 
I – enfrentamento da emergência de saúde pública 
decorrente da covid-19. Ex: dispensa de licitação 
para compra de respiradores. 
Se tiverem agido ou se 
omitido com: 
DOLO ou 
• ERRO GROSSEIRO. 
II – combate aos efeitos econômicos e sociais 
decorrentes da covid-19. Ex: concessão de anistia 
ou remissão para empresários. 
 
A doutrina divide a culpa em três subespécies: culpa grave, leve e levíssima. 
O erro grosseiro é sinônimo de culpa grave. Assim, é como se o art. 1º da MP dissesse: o agente público 
somente responde em caso de dolo ou culpa grave. 
 
Esse art. 1º se aproxima daquilo que prevê o art. 28 da LINDB: 
Art. 28. O agente público responderá pessoalmente por suas decisões ou opiniões técnicas em caso de 
dolo ou erro grosseiro. (Incluído pela Lei nº 13.655/2018) 
 
Esse regime de responsabilidade da MP 966/2020 se aplica para quais esferas? 
Para as esferas civil e administrativa. 
Não abrange a esfera penal, até mesmo porque é vedada a edição de medida provisória sobre direito penal 
(art. 62, § 1º, I, “b”, da CF/88). 
 
O que se entende por esferas civil e administrativa? 
Esfera civil: são as ações judiciais não penais que busquem a responsabilização do agente público. 
Exs: ações de improbidade administrativa, ações populares, ações de ressarcimento ao erário. 
 
Esfera administrativa: consiste na instância que se passa dentro da própria Administração Pública, 
normalmente em um processo administrativo. 
Apesar de não constar expressamente na MP, entendo que, ao falar em esfera administrativa, o art. 1º 
abrange também a chamada “esfera controladora” (Tribunais de Contas). 
Desse modo, a responsabilização que ocorre por decisão dos Tribunais de Contas, que são órgãos de 
controle externo, também deve seguir as regras da MP 966/2020. 
Veja a redação do caput do art. 1º da MP: 
12 
 
 
Dolo 
Abrange tanto os casos de dolo direto como também eventual. 
 
Erro grosseiro = culpa grave 
Considera-se erro grosseiro o erro manifesto, evidente e inescusável praticado com culpa grave, 
caracterizado por ação ou omissão com elevado grau de negligência, imprudência ou imperícia (art. 2º da 
MP). É a mesma definição do art. 12, § 1º, do Decreto nº 9.830/2019, que regulamentou os arts. 20 a 30 da 
LINDB. 
Assim, erro grosseiro é aquele no qual o agente atuou com culpa grave. Isso significa que, se o agente teve 
culpa leve ou levíssima, ele não poderá ser responsabilizado. 
 
Circunstâncias que deverão ser consideradas (art. 3º da MP) 
Na aferição da ocorrência do erro grosseiro serão considerados: 
I – os obstáculos e as dificuldades reais do agente público (é o que se denomina “primado da realidade”*); 
II – a complexidade da matéria e das atribuições exercidas pelo agente público; 
III – a circunstância de incompletude de informações na situação de urgência ou emergência; 
IV – as circunstâncias práticas que houverem imposto, limitado ou condicionado a ação ou a omissão do 
agente público; e 
V – o contexto de incerteza acerca das medidas mais adequadas para enfrentamento da pandemia da 
covid-19 e das suas consequências, inclusive as econômicas. 
 
* Primado da realidade é a “necessidade de seinterpretar o texto normativo e as exigências da gestão 
pública também da perspectiva das dificuldades reais do gestor e das exigências das políticas públicas a 
seu cargo, sendo averiguadas, quando da regularização da situação, portanto, as circunstâncias práticas 
que houverem imposto, limitado ou condicionado a ação do agente.” (MOTTA, Fabrício; NOHARA, Irene 
Patrícia. LINDB no Direito Público. São Paulo: RT, 2019, p. 12). 
 
Comprovação do dolo ou grosseiro é indispensável para a responsabilização do agente 
O mero nexo de causalidade entre a conduta e o resultado danoso não implica responsabilização do agente 
público (art. 1º, § 2º da MP). 
É necessária, portanto, a comprovação do dolo ou do erro grosseiro do agente público. 
 
Responsabilidade do parecerista e do decisor devem ser analisadas de forma independente 
Imagine que o administrador público tomou uma decisão com base em um parecer exarado pelo assessor 
jurídico do órgão ou entidade. Posteriormente, detectou-se que esse assessor jurídico agiu com dolo ou 
erro grosseiro. Neste caso, o parecerista poderá ser responsabilizado, nos termos do art. 1º da MP 966/2020 
e art. 28 da LINDB: 
Art. 28. O agente público responderá pessoalmente por suas decisões ou opiniões técnicas em caso de 
dolo ou erro grosseiro. 
 
Vale ressaltar, no entanto, que o simples fato de ter ficado comprovado que o parecerista agiu com dolo ou 
erro grosseiro não levará, automaticamente, à responsabilização do decisor (administrador que tomou a 
decisão com fundamento neste parecer). 
 
Para que o decisor seja responsabilizado, será necessário que fique demonstrado que ele: 
• tinha condições de aferir que o parecerista agia com dolo ou erro grosseiro; ou 
• estivesse em conluiou com o parecerista. 
 
Essa regra – que decorre da ideia de responsabilidade pessoal e subjetiva – foi prevista no § 1º do art. 1º 
da MP: 
 
 
Essa mesma regra já constava no § 6º do art. 12 do Decreto nº 9.830/2019, que regulamentou os arts. 20 
a 30 da LINDB. 
 
União, Estados/DF e Municípios 
Art. 1º (...) 
§ 1º A responsabilização pela opinião técnica não se estenderá de forma automática ao decisor que a 
houver adotado como fundamento de decidir e somente se configurará: 
I – se estiverem presentes elementos suficientes para o decisor aferir o dolo ou o erro grosseiro da opinião 
técnica; ou 
II – se houver conluio entre os agentes. 
Art. 1º Os agentes públicos somente poderão ser responsabilizados nas esferas civil e administrativa se 
agirem ou se omitirem com dolo ou erro grosseiro pela prática de atos relacionados, direta ou indiretamente, 
com as medidas de: 
I – enfrentamento da emergência de saúde pública decorrente da pandemia da covid-19; e 
II – combate aos efeitos econômicos e sociais decorrentes da pandemia da covid-19. 
13 
Registre-se, por fim, que as regras da MP 966/2020 se aplicam não apenas para a União, mas também 
para os Estados, Distrito Federal e Municípios. 
 
Vigência 
A MP 966/2020 entrou em vigor na data de sua publicação (14/05/2020). 
 
Fonte: https://www.dizerodireito.com.br/2020/05/mp-9662020-dispoe-sobre.html 
 
Em 13.07.2020, O presidente da Mesa do Congresso Nacional, senador Davi Alcolumbre, prorrogou por 60 
dias a vigência de duas medidas provisórias que tramitam na Casa. Os atos referentes às MPs 965 e 966, 
ambas de 2020, estão publicados no Diário Oficial da União (DOU) desta segunda-feira (13). A MP 
966/2020 relativiza a responsabilidade do agente público durante a pandemia do coronavírus. De acordo 
com o texto, o profissional só poderá ser responsabilizado, nas esferas civil e administrativa, se houver dolo 
ou erro grosseiro, praticado com culpa grave, “com elevado grau de negligência, imprudência ou 
imperícia”. Publicada em 14 de maio, a medida causou reação imediata de senadores. Randolfe Rodrigues 
(Rede-AP) e a bancada do Cidadania chegaram a entrar com requerimento, no mesmo dia, para que o 
Congresso devolvesse o texto ao governo. A Rede também acionou o Supremo Tribunal Federal (STF) 
contra a MP, por meio de uma Ação Direta de Inconstitucionalidade (Adin), com pedido de decisão 
cautelar. Em 20 de maio, então, o STF decidiu impor limites à Medida Provisória 966. Em seu relatório, o 
ministro Luís Roberto Barroso assinalou a legalidade da MP, mas apontou que atos sem respaldo científico 
assinados durante a pandemia poderão ser enquadrados como “erro grosseiro” e não poderão ser 
anistiados. Para os senadores que contestaram a medida, a MP 966/2020 é inconstitucional e carece dos 
pressupostos constitucionais de urgência e relevância necessários para os temas debatidos durante a 
decretação de calamidade em saúde pública pela pandemia de coronavírus. Com o novo prazo de vigência, 
os parlamentares terão mais tempo para discutir a matéria. (Fonte: Agência Senado) 
 
Em sessão realizada nesta quinta-feira (21) por videoconferência, o Plenário do Supremo Tribunal Federal 
(STF) decidiu que os atos de agentes públicos em relação à pandemia da Covid-19 devem observar 
critérios técnicos e científicos de entidades médicas e sanitárias. Por maioria de votos, os ministros 
concederam parcialmente medida cautelar em sete Ações Diretas de Inconstitucionalidade (ADIs), ADI 
6421, ADI 6422, ADI 6424, ADI 6425, ADI 6427, ADI 6428 e ADI 6431, para conferir essa interpretação à 
Medida Provisória (MP) 966/2020, que trata sobre a responsabilização dos agentes públicos durante a 
crise de saúde pública. De acordo com a decisão, os agentes públicos deverão observar o princípio da 
autocontenção no caso de dúvida sobre a eficácia ou o benefício das medidas a serem implementadas. 
As opiniões técnicas em que as decisões se basearem, por sua vez, deverão tratar expressamente dos 
mesmos parâmetros (critérios científicos e precaução), sob pena de se tornarem corresponsáveis por 
eventuais violações a direitos. 
Decisão: O Tribunal, por maioria, analisou a medida cautelar, vencido, 
preliminarmente, o Ministro Marco Aurélio, que entendia pela inadequação da 
ação direta. Na sequência, por maioria, deferiu parcialmente a cautelar para: 
a) conferir interpretação conforme à Constituição ao art. 2º da MP 966/2020, 
no sentido de estabelecer que, na caracterização de erro grosseiro, deve-se 
levar em consideração a observância, pelas autoridades: (i) de standards, 
normas e critérios científicos e técnicos, tal como estabelecidos por 
organizações e entidades internacional e nacionalmente conhecidas; bem 
como (ii) dos princípios constitucionais da precaução e da prevenção; e b) 
conferir, ainda, interpretação conforme à Constituição ao art. 1º da MP 
966/2020, para explicitar que, para os fins de tal dispositivo, a autoridade à 
qual compete a decisão deve exigir que a opinião técnica trate 
expressamente: (i) das normas e critérios científicos e técnicos aplicáveis à 
matéria, tal como estabelecidos por organizações e entidades reconhecidas 
nacional e internacionalmente; (ii) da observância dos princípios 
constitucionais da precaução e da prevenção. Foram firmadas as seguintes 
teses: “1. Configura erro grosseiro o ato administrativo que ensejar violação 
ao direito à vida, à saúde, ao meio ambiente equilibrado ou impactos 
adversos à economia, por inobservância: (i) de normas e critérios científicos e 
técnicos; ou (ii) dos princípios constitucionais da precaução e da prevenção. 
2. A autoridade a quem compete decidir deve exigir que as opiniões técnicas 
em que baseará sua decisão tratem expressamente: (i) das normas e critérios 
científicos e técnicos aplicáveis à matéria, tal como estabelecidos por 
organizações e entidades internacional e nacionalmente reconhecidas; e (ii) 
da observância dos princípios constitucionais da precaução e da prevenção, 
sob pena de se tornarem corresponsáveis por eventuais violações a direitos”. 
Tudo nos termos 
https://www.dizerodireito.com.br/2020/05/mp-9662020-dispoe-sobre.html
http://www.congressonacional.leg.br/materias/medidas-provisorias/-/mpv/141948http://www.congressonacional.leg.br/materias/medidas-provisorias/-/mpv/141949
http://www12.senado.leg.br/noticias/materias/2020/05/14/senadores-pedem-devolucao-de-mp-que-relativiza-responsabilidade-de-gestor-durante-pandemia
14 
1° acepção : Decorre do Princípio da Não-discriminação (isonomia, 
segundo Celso Antônio Bandeira de Mello) e/ou princípio da finalidade 
(para alguns doutrinadores, que visa a satisfação do interesse publico): 
“sob a ótica de quem será atingido pelo ato administrativo” 
 Concurso Público (art. 37, caput, II da CF) 
 Licitação (art. 37, caput, XXI da CF) 
 Pagamento de precatórios (art. 100 da CF) 
do voto do Relator. Ficaram vencidos os Ministros Alexandre de Moraes e 
Carmen Lúcia, que concediam a medida cautelar em maior extensão, e o 
Ministro Marco Aurélio, que a concedia para suspender a eficácia da Medida 
Provisória até o julgamento final do feito. Ausente, justificadamente, o Ministro 
Celso de Mello. Presidência do Ministro Dias Toffoli. Plenário, 21.05.2020 
(Sessão realizada inteiramente por videoconferência – Resolução 
672/2020/STF). 
 
2.3.2 Principio da Impessoalidade 
 
 
O princípio da impessoalidade reflete a necessidade de uma atuação que não discrimina 
as pessoas, seja para benefício ou para prejuízo. Dessa forma, é possível considerar que, ao 
Estado, é irrelevante conhecer quem será atingido pelo ato, pois sua atuação é impessoal. O 
agente fica proibido de priorizar qualquer inclinação ou interesse seu ou de outrem. Para Celso 
Antônio Bandeira de Mello, a 'Administração deve tratar a todo sem favoritismos, nem 
perseguições, simpatias ou animosidades pollticas ou ideológicas'. A Administraçao Publica 
deve dispensar tratamento igualitário a todos os administrados, sem estabelecer tratamentos 
diferenciados, beneficiando determinadas pessoas ou empresas. Não haverá mudança de 
comportamento em razão da pessoa a ser beneficiada ou prejudicada pelo ato administrativo. 
 
A impessoalidade da atuação administrativa impede, portanto, que o ato administrativo 
seja praticado visando a interesses do agente ou de terceiros, devendo ater-se à vontade da lei, 
comando geral e abstrato em essência. Dessa forma, Impede perseguições ou favorecimentos, 
discriminações benéficas ou prejudiciais aos administrados. Qualquer ato praticado com objetivo 
diverso da satisfação do interesse público será nulo por desvio de finalidade. 
Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da 
União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos 
princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência 
e, também, ao seguinte: (Redação dada pela Emenda Constitucional 
nº 19, de 1998) 
II - a investidura em cargo ou emprego público depende de aprovação prévia 
em concurso público de provas ou de provas e títulos, de acordo com a 
natureza e a complexidade do cargo ou emprego, na forma prevista em lei, 
ressalvadas as nomeações para cargo em comissão declarado em lei de livre 
nomeação e exoneração; (Redação dada pela Emenda 
Constitucional nº 19, de 1998) 
XXI - ressalvados os casos especificados na legislação, as obras, serviços, 
compras e alienações serão contratados mediante processo de licitação 
pública que assegure igualdade de condições a todos os concorrentes, com 
cláusulas que estabeleçam obrigações de pagamento, mantidas as condições 
efetivas da proposta, nos termos da lei, o qual somente permitirá as exigências 
de qualificação técnica e econômica indispensáveis à garantia do cumprimento 
das obrigações. (Regulamento) 
 
Art. 100. Os pagamentos devidos pelas Fazendas Públicas Federal, Estaduais, 
Distrital e Municipais, em virtude de sentença judiciária, far-se-ão 
exclusivamente na ordem cronológica de apresentação dos precatórios e à 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Emendas/Emc/emc19.htm#art3
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Emendas/Emc/emc19.htm#art3
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Emendas/Emc/emc19.htm#art3
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Emendas/Emc/emc19.htm#art3
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Emendas/Emc/emc19.htm#art3
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L8666cons.htm
15 
conta dos créditos respectivos, proibida a designação de casos ou de pessoas 
nas dotações orçamentárias e nos créditos adicionais abertos para este 
fim. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 62, de 
2009). (Vide Emenda Constitucional nº 62, de 2009) 
 
 
Nesses dois incisos do artigo 37, o principio da impessoalidade se relaciona diretamente 
com o principio da isonomia: a igualdade como forma de acesso aos cargos públicos e à 
contratação com o Poder Publico. Neste diapasão, o poder público não poderá nomear alguém 
para assunção de cargo público por qualquer outro motivo que não seja a aprovação em 
concurso público de provas ou de provas e títulos. Da mesma forma, não é possível a contratação 
de qualquer pessoa, mas tão somente do sujeito que se sagrou vencedor no procedimento 
licitatório. 
 
Por fim, costuma-se apontar como violaçáo ao princípio da impessoalidade a norneaçáo 
de parentes e cônjuge para assunçáo de cargos públicos com funções de direção, chefia ou 
assessoramento, por se tratar de ato praticado com a clara intenção de beneficiar um particular, 
sem preocupação real com o interesse público. A súmula vinculante n°13 veda a realização de 
designações recíprocas, ou seja, não se admite que, de forma indireta, se garanta a nomeação 
do parente do agente público, por meio de troca de favores ou favorecimentos pessoais para 
parentes de outros agentes. 
 
Súmula vinculante n°13: A nomeação de cônjuge, companheiro ou 
parente em linha reta, colateral ou por afinidade, até o terceiro 
grau, inclusive, da autoridade nomeante ou de servidor da 
mesma pessoa jurídica investido em cargo de direção, chefia 
ou assessoramento, para o exercício de cargo em comissão ou 
de confiança ou, ainda, de função gratificada na administração 
pública direta e indireta em qualquer dos poderes da União, dos 
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, compreendido o 
ajuste mediante designações recíprocas, viola a Constituição 
Federal. 
 
Art. 1.595 do Código Civil. Cada cônjuge ou companheiro é aliado aos parentes 
do outro pelo vínculo da afinidade. 
§ 1 o O parentesco por afinidade limita-se aos ascendentes, aos descendentes 
e aos irmãos do cônjuge ou companheiro. 
 
(...), a jurisprudência desta Corte afirma que o conceito de parentesco para 
efeitos da incidência da Súmula não é o do Código Civil, como bem apontou o 
e. Min. Nelson Jobim, quando do julgamento da ADC 12 MC, Rel. Min. Ayres 
Britto: “a questão do parentesco definida no Código Civil é para efeitos civis e, 
aqui, visa-se a vigência absoluta do princípio da impessoalidade”. Isso 
porque, como bem destacou o e. Min. Cezar Peluso, “o problema não é de 
definir quais são os parentes para efeitos civis, mas definir quais aquelas 
pessoas que, sob a classe de parentela, tendem a ser escolhidas, não por 
interesse público, mas por interesse de caráter pessoal”. (...) Como se 
observa da leitura desses 
 
[Rcl 26.448, rel. min. Edson Fachin, dec. monocrática, j. 12-9-2019, DJE 201 
de 17-9-2019.] 
 
A Súmula Vinculante 13 é expressa em incluir a nomeação de parentes por 
afinidade, até o terceiro grau, inclusive, no conceito de nepotismo. Tal 
formulação, é verdade, pode se entender que conflitaria com o conceito de 
parentesco delimitado na lei civil, que, conforme já ressaltado, limita-o aos 
ascendentes, descendentes e irmãos do cônjuge ou companheiro. Essa 
suposta incompatibilidade, contudo, foi afastada por este Tribunal por ocasião 
precedentes, a limitação constante do § 1º do art. 1.595 do Código Civil não 
tem aplicação paraefeitos da Súmula Vinculante 13, vale dizer, o parentesco 
por afinidade não é limitado apenas aos ascendentes, descendentes, irmãos, 
cônjuges ou companheiros. Para efeitos da Súmula Vinculante 13, os 
chamados “concunhados” estão abrangidos no conceito de parente de 3º grau 
em linha colateral. 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Emendas/Emc/emc62.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Emendas/Emc/emc62.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Emendas/Emc/emc62.htm#art4
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/2002/L10406compilada.htm
http://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=AC&docID=372910
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/2002/L10406compilada.htm
https://jurisprudencia.stf.jus.br/pages/search/despacho846487/false
https://jurisprudencia.stf.jus.br/pages/search/seq-sumula761/false
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/2002/L10406compilada.htm
https://jurisprudencia.stf.jus.br/pages/search/seq-sumula761/false
https://jurisprudencia.stf.jus.br/pages/search/seq-sumula761/false
16 
do julgamento da ADC 12 MC/DF, rel. min. Ayres Britto. (...) Verifica-se, dessa 
http://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=AC&docID=372910
17 
 
[Rcl 9.013, rel. min. Ricardo Lewandowski, dec. monocrática, j. 21-9- 
2011, DJE 184 de 26-9-2011.] 
 
 
 
Ocorre que a jurisprudência da própria Corte Suprema já se manifestou no sentido da 
inaplicabilidade da vedação ao nepotismo quando se tratar de nomeação de agentes para 
exercício de cargos políticos, ou seja, cargo de natureza politica, como é o caso de secretário 
ou de ministro de estado, situação na qual a nomeação do parente não encontra óbice, desde 
que o sujeito tenha condições técnicas de exercer o munus público a ele transferido por meio 
da nomeação. Isso decorre do fato de que a nomeaçáo para o exercício de função política se 
reveste da qualidade de ato político, gozando, portanto, de uma discricionariedade ampla e não 
se submetendo às disposições da súmula. Sendo assim, com a ressalva da nomeação de 
particular para assunção de cargos de natureza política, a nomeação de parentes para o 
exercício de função pública é considerada ofensa direta à impessoalidade da atuação estatal. 
 
RECURSO EXTRAORDINÁRIO. CONSTITUCIONAL. ADMINISTRATIVO. LEI 
4.627/2013, QUE MODIFICOU A LEI 3.809/1999 DO MUNICÍPIO DE TUPÃ 
SP. AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE EM ÂMBITO 
ESTADUAL. PROVIMENTO DE CARGOS PÚBLICOS. GRAU DE 
PARENTESCO. AGENTES POLÍTICOS. NEPOTISMO. SÚMULA 
VINCULANTE 13. PRINCÍPIOS REPUBLICANOS DA MORALIDADE, 
IMPESSOALIDADE, IGUALDADE E EFICIÊNCIA DA ADMINISTRAÇÃO 
PÚBLICA. SEGURANÇA JURÍDICA. MANIFESTAÇÃO PELA 
REPERCUSSÃO GERAL. 
(RE 1133118 RG, Relator(a): Min. LUIZ FUX, julgado em 14/06/2018, 
PROCESSO ELETRÔNICO DJe-123 DIVULG 20-06-2018 PUBLIC 21-06- 
2018 ) 
 
AGRAVO INTERNO. RECLAMAÇÃO CONSTITUCIONAL. NEPOTISMO. 
SÚMULA VINCULANTE Nº 13. NOMEAÇÃO DE AGENTES POLÍTICOS. 
SECRETÁRIO MUNICIPAL. POSSIBILIDADE. AGRAVO INTERNO A QUE SE 
NEGA PROVIMENTO. 1. Viola a Súmula Vinculante nº 13 a condenação por 
ato de improbidade administrativa atinente à nomeação para cargo de 
natureza política alicerçada unicamente na relação de parentesco entre o 
nomeado e o chefe do Poder Executivo. 2. Agravo interno conhecido e não 
provido, com aplicação da penalidade prevista no art. 1.021, § 4º, do 
CPC/2015, calculada à razão de 1% (um por cento) sobre o valor atualizado 
da causa, se unânime a votação.(Rcl 35662 AgR, Relator(a): ROSA WEBER, 
Primeira Turma, julgado em 14/02/2020, PROCESSO ELETRÔNICO DJe-
049 DIVULG 06-03-2020 PUBLIC 09-03-2020 
 
AGRAVO REGIMENTAL EM RECLAMAÇÃO. 2. Nomeação da esposa de 
Vice-Prefeito para ocupar cargo de secretária municipal. Agente político. 3. 
Ausência de violação ao disposto na Súmula Vinculante 13. 4. Não cabimento 
da reclamação. 5. Agravo regimental a que se nega provimento.(Rcl 29317 
AgR, Relator(a): GILMAR MENDES, Segunda Turma, julgado em 19/03/2019, 
PROCESSO ELETRÔNICO DJe-069 DIVULG 04-04-2019 PUBLIC 05-04- 
2019) 
 
AGRAVO REGIMENTAL EM RECLAMAÇÃO. 2. Nomeação de cônjuge de 
Prefeita para ocupar cargo de Secretário municipal. 3. Agente político. 
Ausência de violação ao disposto na Súmula Vinculante 13. 4. Os cargos que 
compõem a estrutura do Poder Executivo são de livre nomeação e 
exoneração pelo Chefe desse Poder. 4. Fraude à lei ou hipótese de 
nepotismo cruzado por designações recíprocas. Inocorrência. Precedente: RE 
579.951/RN, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, Dje 12.9.2008. 7. Agravo 
regimental a que se dá provimento para julgar procedente 
a reclamação. (Rcl 22339 AgR, Relator(a): EDSON FACHIN, Relator(a) 
p/ Acórdão: GILMAR 
forma, que há independência entre as esferas civil e administrativo- 
constitucional, razão pela qual o conceito de parentesco estabelecido 
no Código Civil/2002 não tem o mesmo alcance para fins de obediência aos 
princípios da impessoalidade, moralidade e eficiência, que vedam a prática de 
nepotismo na Administração Pública. 
https://jurisprudencia.stf.jus.br/pages/search/despacho227661/false
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/2002/l10406.htm
18 
O Supremo Tribunal Federal tem afastado a 
aplicação 
MENDES, Segunda Turma, julgado em 04/09/2018, PROCESSO 
ELETRÔNICO DJe-055 DIVULG 20-03-2019 PUBLIC 21-03-2019) 
 
AÇÃO DECLARATÓRIA DE CONSTITUCIONALIDADE, AJUIZADA EM PROL 
DA RESOLUÇÃO 7, DE 18-10-2005, DO CONSELHO NACIONAL DE 
JUSTIÇA. ATO NORMATIVO QUE “DISCIPLINA O EXERCÍCIO DE CARGOS, 
EMPREGOS E FUNÇÕES POR PARENTES, CÔNJUGES E 
COMPANHEIROS DE MAGISTRADOS E DE SERVIDORES INVESTIDOS EM 
CARGOS DE DIREÇÃO E ASSESSORAMENTO, NO ÂMBITO DOS ÓRGÃOS 
DO PODER JUDICIÁRIO E DÁ OUTRAS PROVIDÊNCIAS”. PROCEDÊNCIA 
DO PEDIDO. 1. Os condicionamentos impostos pela Resolução 7/2005 do 
CNJ não atentam contra a liberdade de prover e desprover cargos em 
comissão e funções de confiança. As restrições constantes do ato resolutivo 
são, no rigor dos termos, as mesmas já impostas pela CF/1988, dedutíveis dos 
republicanos princípios da impessoalidade, da eficiência, da igualdade e da 
moralidade. (...) 3. Ação julgada procedente para: a) emprestar interpretação 
conforme à Constituição para deduzir a função de chefia do substantivo 
“direção” nos incisos II, III, IV, V do art. 2º do ato normativo em foco; b) declarar a 
constitucionalidade da Resolução 7/2005 do Conselho Nacional de Justiça. 
[ADC 12, rel. min. Ayres Britto, P, j. 20-8-2008, DJE 237 de 18-12-2008.] 
 
I — Embora restrita ao âmbito do Judiciário a Resolução 7/2005 do Conselho 
Nacional de Justiça, a prática do nepotismo nos demais Poderes é ilícita. 
II — A vedação do nepotismo não exige a edição de lei formal para coibir a 
prática. III — Proibição que decorre diretamente dos princípios contidos no 
art. 37, caput, da CF/1988. 
[RE 579.951, rel. min. Ricardo Lewandowski, P, j. 20-8-2008, DJE 202 de 24- 
10-2008, Tema 66.] 
 
Então, quando o art. 37 refere-se a cargo em comissão e função de confiança, 
está tratando de cargos e funções singelamente administrativos, não de cargos 
políticos. Portanto, os cargos políticos estariam fora do alcance da decisão que 
tomamos na ADC 12, porque o próprio Capítulo VII é Da Administração Pública 
enquanto segmento do Poder Executivo. E sabemos que os cargos políticos, 
como por exemplo, os de Secretário Municipal, são de agentes do Poder, 
fazem parte do Poder Executivo. O cargo não é em comissão, no sentido do 
art. 37. Somente os cargos e funções singelamente administrativos — é como 
penso — são alcançados pela imperiosidade do art. 37, com seus lapidares 
princípios. Então, essa distinção me parece importante para, no caso, excluir 
do âmbito da nossa decisão anterior os secretários municipais, que 
correspondem a secretários de Estado, no âmbito dos Estados, e ministros de 
Estado, no âmbito federal. 
[RE 579.951, rel. min. RicardoLewandowski, voto do min. Ayres Britto, P, j. 
20-8-2008, DJE 202 de 24-10-2008, Tema 66.] 
 
Direito Administrativo. Agravo interno em reclamação. Nepotismo. Súmula Vinculante 13. 
1. 
da Súmula Vinculante 13 a cargos públicos de natureza política, ressalvados os casos de 
inequívoca falta de razoabilidade, por manifesta ausência de qualificação técnica ou 
inidoneidade moral. Precedentes. 2. Não há nos autos qualquer elemento que demonstre 
a ausência de razoabilidade da nomeação. [Rcl 28.024 AgR, rel. min. Roberto Barroso, 
1ª T, j. 29-5-2018, DJE 125 de 25-6-2018.] 
 
7. A jurisprudência do Supremo Tribunal Federal tem majoritariamente 
afastado a aplicação da Súmula Vinculante 13 aos cargos de natureza política, 
conceito no qual se incluem os secretários municipais ou estaduais. (...) 
8. Registro que as hipóteses de nepotismo cruzado, fraude à lei ou inequívoca 
falta de razoabilidade da indicação, por manifesta ausência de qualificação 
técnica ou idoneidade moral do nomeado, vem sendo ressalvadas da aplicação 
desse entendimento pela jurisprudência do Supremo Tribunal Federal. No 
entanto, os documentos que instruem os autos não constituem prova 
inequívoca a respeito da presença de tais circunstâncias. De forma específica, 
os comprovantes de escolaridade que instruem os autos (docs. 47, 48 e 49) 
não corroboram a alegação de que a qualificação técnica dos nomeados seria 
manifestamente insuficiente para o exercício dos cargos públicos para os quais 
foram nomeados. 
http://www.cnj.jus.br/images/stories/docs_cnj/resolucao/rescnj_07.pdf
http://www.cnj.jus.br/images/stories/docs_cnj/resolucao/rescnj_07.pdf
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm
http://www.cnj.jus.br/images/stories/docs_cnj/resolucao/rescnj_07.pdf
http://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=AC&docID=606840
http://www.cnj.jus.br/images/stories/docs_cnj/resolucao/rescnj_07.pdf
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm
http://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=AC&docID=557587
http://www.stf.jus.br/portal/jurisprudenciaRepercussao/verAndamentoProcesso.asp?incidente=2600331&numeroProcesso=579951&classeProcesso=RE&numeroTema=66
http://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=AC&docID=606840
http://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=AC&docID=557587
http://www.stf.jus.br/portal/jurisprudenciaRepercussao/verAndamentoProcesso.asp?incidente=2600331&numeroProcesso=579951&classeProcesso=RE&numeroTema=66
https://jurisprudencia.stf.jus.br/pages/search/seq-sumula761/false
https://jurisprudencia.stf.jus.br/pages/search/seq-sumula761/false
https://jurisprudencia.stf.jus.br/pages/search/seq-sumula761/false
http://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=15108035
https://jurisprudencia.stf.jus.br/pages/search/seq-sumula761/false
19 
[Rcl 29.099, rel. min. Roberto Barroso, dec. monocrática, j. 4-4-2018, DJE 66 
de 9-4-2018.] 
 
OBS: Sumula Vinculante n° 13 do STF que veda o nepotismo NÃO SE APLICA A 
CARGOS DE NATUREZA POLITICA, DESDE QUE O SUJEITO COMPROVE TER 
QUALIFICACAO 
TECNICA ou IDONEIDADE MORAL para exercer a função do cargo para o qual foi 
nomeado. Ou seja, se a nomeação se deu exclusivamente em virtude do parentesco, a 
Súmula Vinculante n°13 (vedação ao nepotismo) se aplica à designação de agentes 
políticos. 
 
Da mesma forma, não se aplica a Súmula Vinculante n°13 se a pessoa nomeada possui um 
parente no órgão, mas sem influência hierárquica sobre a nomeação. 
 
OBS: Nepotismo cruzado: não se admite que o promotor "X" nomeie a esposa do juiz "Y" para 
exercer a função de assessoria em seu gabinete e, em troca, o juiz "Y" garanta a nomeação da 
esposa ou companheira do promotor "X" para exercer função gratificada em seu gabinete. Essa 
reciprocidade de nomeações, conhecida como "nepotismo cruzado" é vedada expressamente 
pelo texto da súmula, impedindo qualquer expediente que, ainda de forma indireta, atente contra 
a impessoalidade das nomeações. Lembre-se, também, que o texto da súmula abrange, ainda, 
a nomeação de companheiros ou companheiras, assim entendidos aqueles que possuam 
relação de união estável com a autoridade nomeante. 
 
Reconhecida a competência do Tribunal de Contas da União para a verificação 
da legalidade do ato praticado pelo impetrante, nos termos do art. 71, VIII e IX, 
da CF/1988. Procedimento instaurado no TCU a partir de encaminhamento de 
autos de procedimento administrativo concluído pelo Ministério Público Federal 
no Estado do Espírito Santo. No mérito, configurada a prática de nepotismo 
cruzado, tendo em vista que a assessora nomeada pelo impetrante para 
exercer cargo em comissão no Tribunal Regional do Trabalho da 17ª Região, 
sediado em Vitória/ES, é nora do magistrado que nomeou a esposa do 
impetrante para cargo em comissão no Tribunal Regional do Trabalho da 1ª 
Região, sediado no Rio de Janeiro/RJ. A nomeação para o cargo de assessor 
do impetrante é ato formalmente lícito. Contudo, no momento em que é 
apurada a finalidade contrária ao interesse público, qual seja, uma troca de 
favores entre membros do Judiciário, o ato deve ser invalidado, por violação 
ao princípio da moralidade administrativa e por estar caracterizada a sua 
. 
[MS 24.020, rel. min. Joaquim Barbosa, 2ª T, j. 6-3-2012, DJE 114 de 13-6- 
2012.] 
 
OBS: Conforme entendimento do STF, os Membros da Magistratura e MP seriam classificados 
como agentes políticos (uma vez que atuam em funções essenciais ao Estado e praticam atos 
inerentes à soberania deste), enquanto conselheiros e ministros dos Tribunais de Contas seriam 
“agentes administrativos” (que são agentes públicos, mas servidores strictu sensu). 
 
Com efeito, a doutrina, de um modo geral, repele o enquadramento dos 
 
nepotismo cruzado ou de fraude à lei. (...) Convém assinalar, ainda, que se 
afigura de duvidosa constitucionalidade, à luz do princípio da simetria, a 
escolha de membros do Tribunal de Contas pela Assembleia Legislativa por 
votação aberta, quando o art. 52, III, b, da CF/1988 determina que seja 
fechada em casos análogos, instituída para a proteção dos próprios 
parlamentares. Não fosse tudo isso, a nomeação do irmão, pelo governador do 
Estado, para ocupar o cargo de Conselheiro do TCE, agente incumbido 
pela CF/1988 de fiscalizar as contas do nomeante, está a sugerir, ao menos 
neste exame preliminar da matéria, afronta direta aos mais elementares 
princípios republicanos. 
[Rcl 6.702 MC-AgR, voto do rel. min. Ricardo Lewandowski, P, j. 4-3- 
2009, DJE 79 de 30-4-2009.] 
Conselheiros dos Tribunais de Contas na categoria de agentes políticos, 
os quais, como regra, estão fora do alcance da Súmula Vinculante 13, 
salvo nas exceções acima assinaladas, quais sejam, as hipóteses de 
ilegalidade, por desvio de finalidade 
https://jurisprudencia.stf.jus.br/pages/search/despacho848691/false
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm
http://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=2174134
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm
http://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=AC&docID=590425
https://jurisprudencia.stf.jus.br/pages/search/seq-sumula761/false
20 
2° acepção : Relaciona-se com Princípio da Moralidade : “sob a ótica 
do agente que exerce o múnus publico” 
 Obs: Resolução n°7/2005 do CNJ veda a prática de nepotismo no Poder Judiciário. A norma 
 prevê a exoneração, no prazo de 90 dias contados a partir da publicação da Resolução, de 
 ocupantes de cargos em comissão ou de função gratificada abrangidos pelo dispositivo. Entre 
 os critérios estabelecidos pelo CNJ, considera-se nepotismo o exercício de cargo de 
provimento em comissão ou de função gratificada, no âmbito de cada tribunal ou juízo, por 
cônjuge, companheiro ou parente em linha reta, colateral ou por afinidade, até o terceiro

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