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Livro_Introdução a Gestão Pública na EPT (1)

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Você precisa realizar a leitura do livro didático na versão digital completa 
(passando por todos os capítulos, referências e ficha técnica) para que sua 
presença seja corretamente contabilizada pelo sistema nesta unidade 
curricular. Ou seja, sua presença somente é reconhecida pelo sistema, se 
for realizada no AVEA para acompanhamento do professor. 
 
Veja o link do livro digital completo no AVEA aqui: 
https://moodle.ead.ifsc.edu.br/course/view.php?id=2302 
 
 
 
 
https://moodle.ead.ifsc.edu.br/course/view.php?id=2302
 
Página 3 de 99 
 
Sumário 
Apresentação......................................................................................................... 5 
1. Introdução à Educação Profissional e Tecnológica .................................... 6 
1.1 Os primeiros passos da Educação Profissional e Tecnológica ........... 7 
1.2 A oferta da Educação Profissional no Brasil ............................................. 9 
1.3 Implicações para gestão das organizações públicas ............................. 12 
2. Introdução à Gestão Pública na Educação Profissional e Tecnológica .. 15 
2.1 Tipos históricos de Estado .................................................................... 24 
3. Organizações Públicas ................................................................................ 27 
3.1 Estruturas organizacionais na Gestão Pública ................................... 32 
4. As organizações públicas de Educação Profissional e Tecnológica ........ 40 
4.1 As organizações públicas de Educação Profissional: um universo a 
descobrir .......................................................................................................... 42 
4.2 Conceitos e contextos da Educação Profissional e Tecnológica ....... 44 
5. As funções administrativas no contexto da Gestão Pública na Educação 
Profissional e Tecnológica .................................................................................. 50 
5.1 Planejamento ......................................................................................... 53 
5.2 Organização ........................................................................................... 62 
5.3 Direção ................................................................................................... 69 
5.4 Controle .................................................................................................. 75 
6. Desafios atuais à Gestão Pública ............................................................... 81 
6.1 O desafio do gestor na Nova Gestão Pública ..................................... 83 
6.2 A gestão por competência como forma de inovação e flexibilidade 
organizacional.................................................................................................. 85 
6.3 Gestão do Conhecimento na Gestão Pública ..................................... 88 
 
Página 4 de 99 
 
Considerações finais ....................................................................................... 91 
Referências .......................................................................................................... 94 
Ficha Técnica ....................................................................................................... 99 
 
 
 
Página 5 de 99 
 
 
Apresentação 
 
 
Neste livro de Gestão Pública na Educação Profissional e Tecnológica serão 
apresentados os conceitos básicos sobre o que é uma organização pública, 
sua estrutura e seu papel no contexto em que está inserida. Você conhecerá 
os processos e as funções que norteiam a gestão pública. Serão abordados 
também princípios de planejamento, organização, direção e controle, para 
que você possa identificar problemas, propor e executar soluções. Por fim, 
vamos conhecer e analisar alguns desafios e inovações para os gestores no 
período da nova gestão pública. 
Acompanhe! 
 
 
 
Página 6 de 99 
 
 
1. Introdução à Educação Profissional e Tecnológica 
 
 
 
"A educação profissional e tecnológica (EPT) é uma modalidade educacional 
prevista na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB) com a 
finalidade precípua de preparar “para o exercício de profissões”, 
contribuindo para que o cidadão possa se inserir e atuar no mundo do 
trabalho e na vida em sociedade". 
"Para tanto, abrange cursos de qualificação, habilitação técnica e tecnológica, 
e de pós-graduação, organizados de forma a propiciar o aproveitamento 
contínuo e articulado dos estudos". 
Fonte: MEC (Acesso em: http://portal.mec.gov.br/educacao-profissional-e-
tecnologica-ept) 
 
http://www.planalto.gov.br/Ccivil_03/leis/L9394.htm
http://portal.mec.gov.br/educacao-profissional-e-tecnologica-ept
http://portal.mec.gov.br/educacao-profissional-e-tecnologica-ept
 
Página 7 de 99 
 
1.1 Os primeiros passos da Educação Profissional e Tecnológica 
 
 
A criação das Escolas de Aprendizes e Artífices, em 1909, já no período 
republicano da história do Brasil, deve ser considerada o marco inicial de 
uma Educação Profissional articulada em âmbito federal. Como você 
estudou até aqui, outras instituições de ensino profissional já existiam no 
país. 
 
O Decreto de Nilo Peçanha promoveu uma reorganização das instituições 
existentes e a criação de Escolas de Aprendizes e Artífices. Esta nova 
Instituição produziu uma nova concepção de ensino profissional. Para iniciar 
esta etapa do estudo e compreender o significado das mudanças 
provocadas, convidamos você a ler o Decreto expedido por Nilo Peçanha em 
1909, quando assumiu a presidência, após a morte de Afonso Pena. 
 
 
 
Página 8 de 99 
 
 
 
 
Saiba mais: 
Para ler o Decreto expedido por Nilo Peçanha em 1909, quando assumiu a 
presidência, clique na sequência. 
Decreto 1909: 
http://portal.mec.gov.br/setec/arquivos/pdf3/decreto_7566_1909.pdf 
 
Souza (2010) coloca uma diferença fundamental entre as Escolas de 
Aprendizes e Artífices (EAA) e as instituições de ensino profissional que já 
existiam. Na nova Instituição Federal, buscava-se uma relação ensino-
trabalho mais racionalizada, uma formação menos empírica para os 
aprendizes. O caráter de rede federal organizada, em si, já configurava uma 
intencionalidade na direção da racionalização da Educação Profissional. Este 
processo torna-se mais evidente com as reformas pelas quais as EAAs 
passarão nas décadas posteriores à sua criação. Na segunda década do 
Século XX, as mudanças propostas para as EAAs conjugam aspectos de 
diferentes modelos, buscando formar o técnico capaz de projetar sua 
atuação por meio do desenho, como aquele que atua numa indústria mais 
moderna. 
O mesmo autor lembra que as EAAs nascem num momento de aumento da 
população urbana e crescimento das cidades. Neste cenário, os filhos dos 
desfavorecidos, que constituem uma parcela crescente da sociedade, 
ganham um espaço de formação na legislação federal pela primeira vez. 
 
http://portal.mec.gov.br/setec/arquivos/pdf3/decreto_7566_1909.pdf
 
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1.2 A oferta da Educação Profissional no Brasil 
 
Após várias modificações na legislação. O Decreto Nº 4.127/1942, transforma 
os Liceus Industriais (substitutos dos EAAs) em Escolas Industriais ou Escolas 
Técnicas, passando a oferecer a formação profissional em nível equivalente 
ao do secundário, incluída também a formação docente para a Educação 
Profissional, no caso de escola técnica. Somente 1959 as Escolas Industriais 
e Técnicas são transformadas em autarquias com o nome de Escolas 
Técnicas Federais, com autonomia didática e de gestão. 
Pela Lei Nº 11.195/2005, institui-se a expansão da oferta da Educação 
Profissional, preferencialmente em parceria com Estados, Municípios e 
Distrito Federal, setor produtivo ou organizações não governamentais. 
Lançada a primeira fase do Plano de Expansãoda Rede Federal, com a 
construção de 60 novas unidades de ensino pelo Governo Federal. O Cefet 
Paraná passa a ser Universidade Tecnológica Federal do Paraná - UTFPR. 
A Lei 11.892/2008, cria a Rede Federal e os Institutos Federais, ampliando 
ainda mais a implantação de campi dos 38 IF por todo o país, a meta são 
 
Página 10 de 99 
 
600 unidades. Atualmente a rede federal de EPT está com 111 anos de 
existência. 
A oferta de Educação Profissional no Brasil é feita por um grande conjunto 
de instituições públicas e particulares: Rede Federal, Redes Estaduais, Escolas 
Municipais, Serviços Nacionais de Aprendizagem, Escolas Particulares, 
Associações e Instituições Filantrópicas. Todas ofertam seus cursos dentro 
das seguintes possibilidades: 
 
Certificação 
A Certificação é o reconhecimento social de que técnicas e 
saberes podem ser adquiridos fora da escola, no mundo 
laboral e na vida, seja em cursos informais, seja no 
aprendizado como outros profissionais pela convivência e 
prática. O Programa CERTIFIC é um exemplo dessa atividade. 
 
Curso de Qualificação 
Trata-se da formação inicial ou continuada (FIC) de 
trabalhadores para o desempenho de um conjunto de 
atividades no mundo do trabalho. 
 
Curso Técnico 
Equivalente ao ensino médio, mas distinto ao mesmo 
tempo, educa para o domínio de técnicas e a aplicação de 
conhecimentos básicos aos processos, desenvolvendo 
habilidades e valores. 
 
Curso Superior de Tecnologia 
Curso de nível superior, equivalente aos bacharelados e 
licenciaturas, educa para o aprofundamento de saberes 
relacionados diretamente aos processos produtivos e de 
gestão. 
 
Página 11 de 99 
 
 
Pós-Graduação Profissional 
Cursos de Especialização Tecnológica, Mestrado Profissional 
e Doutorado Profissional, equivalentes às demais ofertas de 
pós-graduação. 
 
Curso de Licenciatura 
Assim como os programas especiais de formação 
pedagógica, os cursos de licenciatura têm como objetivo a 
formação de professores para a educação básica, 
especialmente para as disciplinas do segundo segmento do 
ensino fundamental e para o ensino médio, também para a 
Educação Profissional. Aos diplomados concede-se o grau 
de licenciado. 
 
Curso de Bacharelado 
Configuram-se como cursos superiores generalistas, de 
formação científica e humanística, que conferem, ao 
diplomado, competências em determinado campo do saber 
para o exercício de atividade acadêmica, profissional ou 
cultural. Os diplomados recebem o grau de bacharel. 
 
 
 
Página 12 de 99 
 
1.3 Implicações para gestão das organizações públicas 
 
A partir das reflexões apresentadas até aqui cabe ressaltar as implicações 
destas definições da Educação Profissional para gestores desta modalidade 
educacional. 
Assim, as ideias de trabalho como princípio educativo, da especificidade dos 
saberes técnico-profissionais e suas múltiplas relações com outros campos 
do conhecimento, do trabalho como exercício social da técnica e da 
tecnologia como ciência da técnica levam a apontar caminhos para o gestor. 
As necessidades de fortes interações Escola - Mundo do Trabalho - 
Comunidades quase sempre dependem da atuação dos gestores para obter 
êxito em diversos aspectos, em especial o incentivo, a organização e a 
formalização de: 
 
 
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As demandas de formação para o trabalho também são mediadas pelos 
gestores: 
 
 
Página 14 de 99 
 
A atividade do gestor público pode ser vista, à luz de tudo que foi abordado, 
como atividade técnica, de intervenção qualificada no mundo, com uma 
tecnologia própria, que ganha especificidades na Educação Profissional e 
que envolve a cultura de comunidades de práticas, os aspectos citados acima 
e os demais estudados no curso. 
É importante a valorização desta epistemologia do trabalho e da técnica 
também para a atividade do gestor, para a formação de gestores, mas 
também para que esta atividade possa incorporar os valores e o poder 
transformador da Educação Profissional. 
 
As ações dos gestores da EPT estão intimamente ligas às funções 
administrativas no contexto da Gestão Pública na Educação 
Profissional e Tecnológica (veja mais adiante no Capítulo 5 desta unidade 
curricular), ou seja, o gestor público necessita estar atento as funções para 
que possa alcançar com êxito os objetivos da organização. 
 
 
 
Página 15 de 99 
 
 
2. Introdução à Gestão Pública na Educação 
Profissional e Tecnológica 
 
Você sabia que a gestão pública está diretamente relacionada às 
organizações? Sua principal missão é atender às necessidades da sociedade 
por intermédio de agentes públicos. 
 
 
Antes de iniciarmos os estudos sobre as organizações, as funções 
administrativas e a aplicação destes na gestão de instituições de Educação 
Profissional e Tecnológica (EPT), vamos conhecer os conceitos de 
Administração Pública e Gestão Pública. 
 
Administração Pública 
Segundo Santos (2014) é a parte da ciência da Administração que se refere 
ao governo e, principalmente, ao Poder Executivo. O autor detalha, ainda, 
algumas definições conforme dimensões específicas a seguir. 
 
 
Página 16 de 99 
 
 
 
Na Constituição Federal de 1988 (BRASIL) é importante todo gestor público 
conhecer os art. 37 ao 43 que tratam da Administração Pública no país, em 
especial dos princípios constitucionais administrativos da: 
 
Sentido 
Institucional
• É o conjunto de 
órgãos instituídos 
para consecução 
dos objetivos do 
governo.
Sentido 
Funcional
• É o conjunto das 
funções 
necessárias aos 
serviços públicos 
em geral.
Sentido 
Operacional
• É o desempenho 
perene e 
sistemático, legal e 
técnico dos serviços 
próprios do Estado 
ou por ele 
assumidos em 
benefício da 
coletividade.
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicaocompilado.htm
 
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Além disso, Santos (2014) indica também quais são os princípios 
administrativos implícitos mais reconhecidos na prática administrativa e 
no ordenamento jurídico nacional, a saber: 
 
Supremacia do 
interesse público 
 
Indisponibilidade dos 
bens públicos 
 Autotutela 
 
Continuidade dos 
serviços públicos 
 Segurança jurídica Motivação 
 
Razoabilidade Proporcionalidade 
 
Já o conceito de GESTÃO PÚBLICA remete às funções administrativas 
aplicadas à administração pública, ou seja, é o planejamento, a organização, 
a direção e o controle dos bens, serviços e interesses públicos, agindo de 
acordo com os princípios administrativos, visando ao bem comum por meio 
de seus modelos delimitados no tempo e espaço. (SANTOS, 2014). 
 
Além disso, o mesmo autor também ressalta que a gestão pública leva em 
consideração os conhecimentos das várias áreas da ciência que se agregam 
e rompem espaços da especificidade, bem como aproveitam-se de espaços 
racionais para a construção de alternativas de respostas às contingências do 
setor público, dentre as quais destaca: 
 
 
 
Página 18 de 99 
 
 
Filosofia 
Ser humano, ética e valores morais 
Matemática 
Quantidade, medidas, espaços, estruturas e variações 
Psicologia 
Ser humano, corpo e mente 
Sociologia 
Grupos 
Política 
Coordenação das relações 
Economia 
Recursos escassos e necessidades 
Direito 
Público e administrativo 
Ecologia e sustentabilidade 
Preservação e otimização dos recursos 
Informática 
Dados e informações 
Administração 
Arte e ciência 
Gestão 
Modelos delimitados no espaço e no tempo. 
 
Podemos, ainda, brevemente destacar as diferenças básicas entre Gestão 
Pública X Gestão Privada: 
 
 
Página 19 de 99 
 
Gestão Pública X Gestão Privada. 
 GESTÃO PÚBLICA GESTÃO PRIVADA 
Aspecto 
Político 
Funcionamento e resultados, 
bons ou maus, tem impacto 
político. 
Há autonomia 
decisória. 
O processo decisório sofre 
fortes ingerências políticas. 
Há autonomia 
decisória. 
Orientada para o bem-estar 
social. 
Orientada parao lucro. 
Output (resultados/produção) 
em grande parte não 
mensurável. 
Output mensurável. 
Aspecto 
Econômico 
Organizações não 
competitivas no mercado. 
Organização 
competitiva. 
Rentabilidade dispensável 
(custo-benefício). 
Rentabilidade vital para 
o crescimento e 
sobrevivência. 
Muito afetada e/ou dirigida 
por forças externas. 
Tem controle mais 
amplo sobre ela 
mesma. 
Objetivos econômicos e 
sociais. 
Objetivos 
predominantemente 
econômicos. 
Aspecto 
Organizacional 
Alto grau de interdependência 
entre as organizações. 
Maior autonomia em 
relação a outras 
organizações. 
Órgãos com funções múltiplas 
e concomitantes. 
Órgãos com 
funcionalidade 
específica e bem 
discriminada. 
Carência de banco de dados. 
Existência frequente de 
banco de dados. 
Gerência com grande 
rotatividade. 
Gerências mais 
estáveis. 
Gerentes não assumem 
riscos. 
Há risco de emprego de 
capital se houver 
insucesso. 
Fonte: Freitas (1980) apud Santos (2014). 
 
Página 20 de 99 
 
 
Para refletir 
Embora o quadro acima trazido pelo autor seja de 1980, você considera 
que as diferenças ainda permanecem as mesmas? 
 
Para entender a administração pública e suas estruturas, é preciso conhecer 
mais sobre a origem do Estado e suas ramificações. 
O artigo 1º da Constituição Federal trata da formação do Estado Brasileiro e 
apregoa que a República Federativa do Brasil é formada pela união 
indissociável dos Estados, Municípios e do Distrito Federal, constituindo-se 
dos seguintes fundamentos (BRASIL,1988): 
 
Para que esses fundamentos possam ser efetivados, o Estado precisa estar 
estruturado em organizações (instituições públicas) e pessoas (agentes 
públicos), com o objetivo de atender às necessidades da sociedade. Portanto, 
para termos um Estado democrático de direito, devemos obedecer às regras, 
normas e procedimentos estabelecidos por meio de um conjunto de 
 
Página 21 de 99 
 
instituições e “postos de comandos que estruturam a vida social (política, 
econômica, cultural, entre outros de um país” (LINO, 2008, p. 22). 
Assim, o Estado é uma instância politicamente organizada, com poderes para 
exercer a autoridade soberana sobre a sociedade, com o propósito de 
organizar e garantir as relações sociais e políticas em um determinado 
espaço físico. De forma mais ampla, Teixeira (2012,) apregoa que: 
O Estado, na sua concepção moderna e democrática, pode ser 
interpretado como uma autoridade soberana que nasceu 
simultaneamente aos processos de organização da sociedade e se destina 
a garantir que as relações sociais sejam baseadas em regras 
preestabelecidas, independentemente de qualquer força, física ou 
econômica, origem étnica ou crença religiosa. 
 
Nesse conceito, o Estado é caracterizado como uma Instituição ou 
organização que busca administrar as necessidades dos cidadãos, visando 
ao bem-estar social. O Estado passa a ser uma organização/Instituição social 
com poderes e autoridade para permitir a convivência coletiva de forma 
ordenada dos seus governados. 
Para que se possa pôr em prática as características encontradas na definição 
e origem de Estado, uma estrutura mínima é necessária, conforme detalhado 
por Giddens (2005, apud Borba, 2007, p. 22), quando descreve que o Estado: 
(…) existe onde há um mecanismo político de governo (instituição como 
um parlamento ou congresso, além de servidores públicos) controlando 
determinado território, cuja autoridade conta com um amparo de um 
sistema legal e da capacidade de utilizar a força militar para se 
implementar suas políticas. 
 
 
Página 22 de 99 
 
 
 
Assim, entende-se que o Estado é composto pelos poderes: executivo, 
legislativo e judiciário (funções do Estado), e estruturado em níveis 
administrativos, ou seja, União, Estados e Municípios, para que possa 
atender às necessidades de seus cidadãos. 
 
"As funções do Estado, isto é, a executiva - traduzir num ato de vontade 
individualizado a exteriorização abstrata da norma, a legislativa - 
estabelecer normas gerais e abstratas que regem a vida em sociedade, e a 
judiciária - dirimir possíveis controvérsias que possam surgir por ocasião 
da aplicação da lei - são funções fundamentais para estabelecer o estado 
democrático de direito e para garantir o respeito às liberdades civis, 
direitos humanos e garantias fundamentais descritas na Constituição" 
(BASTOS, 2004, p. 180-181). 
 
O Estado democrático de direito possui alguns elementos básicos que o 
constituem, são eles: 
 
Página 23 de 99 
 
 
 
Entre os três elementos citados, a soberania é a mais importante, pois sem 
ela não há Estado. 
A evolução ou desenvolvimento do Estado, segundo Teixeira (2012, p.11), foi 
se adequando “às transformações sociais e econômicas; às mudanças de 
regime político e à universalização de direitos fundamentais dos cidadãos, 
como direitos civis, sociais e políticos”. Assim, conforme o mundo se 
transforma, as necessidades da sociedade mudam. Consequentemente, o 
Estado deve acompanhar essa evolução por intermédio da gestão pública. 
 
 
 
Página 24 de 99 
 
2.1 Tipos históricos de Estado 
 
 
O quadro a seguir apresenta os tipos históricos de Estado e seus respectivos 
gerenciamentos, demonstrando efetivamente a evolução do Estado no 
decorrer do tempo. 
 
 
Página 25 de 99 
 
Evolução do Estado no decorrer do tempo. 
 
Fonte: Adaptado de Bresser–Pereira (2009, p. 35 apud Teixeira 2012, p.11). 
 
Página 26 de 99 
 
Na visão de Teixeira (2012, p. 11), esta linha do tempo permite observar a 
modificação do Estado ao longo do tempo e a influência de fatores sociais e 
econômicos, assim como a ampliação dos direitos de cidadania impostos 
pela modernidade. Portanto, percebe-se que a evolução do Estado é, 
consequentemente, a evolução da gestão pública (referência no Estado 
social-liberal republicano). 
Dessa forma, a gestão pública torna-se fundamental para estabelecer e 
executar com eficiência e eficácia as ações necessárias ao desenvolvimento 
de um país. Assim, por intermédio do governo, a gestão pública se faz 
presente nas organizações, que irão mobilizar esforços para fazer cumprir as 
obrigações administrativas, sociais e políticas do Estado. Nesse sentido, 
essas organizações devem estar estruturadas e capazes de fazer funcionar o 
aparelho do Estado por intermédio de seus agentes. 
 
 
 
Página 27 de 99 
 
 
3. Organizações Públicas 
 
 
 
 
Conceito de organização 
Organização é uma estrutura composta por sistemas administrativos, 
processos, tecnologias e pessoas que buscam desenvolver produtos e 
serviços. Assim, a organização faz parte da sociedade, ou seja, estamos 
fortemente dependentes das organizações, sejam elas públicas, privadas ou 
do terceiro setor como as agrícolas, industriais, comerciais ou de serviços. 
 
De acordo com a abordagem contingencial em gestão que se baseia na 
pesquisa realizada na década de 1960 por Pau Lawrence e Jay Lorsch, o 
confronto entre as organizações e o ambiente ou as condições ambientais 
onde a organização está inserida podem causar transformações internas ou 
externas. As organizações, por si só, já constituem um processo de evolução 
da sociedade, pois é em torno das organizações que a sociedade se 
desenvolve, como, por exemplo de áreas industriais, comerciais ou de 
 
Página 28 de 99 
 
serviços. Assim, as organizações contribuem para o crescimento tanto da 
sociedade como de si mesmas, representando modernidade e prosperidade. 
As ações da organização afetam o ambiente onde ela está inserida - 
comunidade, meio ambiente, serviços, comércio, Estado - também são 
afetados por esse contexto. Conforme Araújo (2007), haverá sempre 
alternativas diferentes para o direcionamento de estudos, processos, 
problemas e demandas oriundos da organização. 
Nesse sentido, quando se trata do contexto das organizações, Paradela e 
Costa (2013,p. 9) expõem que, “em uma definição simplificada as 
organizações são vistas como entidades criadas para atender às necessidades 
da sociedade, constituindo-se em sistemas voltados para o alcance de 
determinados objetivos.” 
São as necessidades da sociedade que possibilitam também a evolução das 
organizações. A tecnologia, os recursos, as pessoas são componentes 
importantes das organizações, oriundos da sociedade que os fornece e 
também os consome ao mesmo tempo. 
 
 
Página 29 de 99 
 
As organizações públicas 
Cada organização tem uma missão a cumprir na sociedade. Todas as 
organizações, independentemente do seu tamanho, área de atuação, do 
fato de ser pública, privada ou do terceiro setor, só vão alcançar seus 
objetivos se souberem se posicionar corretamente como prestadoras de 
serviços ou fornecedoras de produtos úteis e necessários à sociedade e se 
o fizerem de forma competitiva. Para atender às demandas sociais, 
existem as organizações públicas, que são estabelecidas para estruturar as 
necessidades do Estado, de forma que ele consiga exercer suas funções. 
 
No contexto das organizações, as organizações públicas necessitam de uma 
boa gestão, muito mais do que as organizações privadas. Para Paradela e 
Costa (2013, p. 9): 
Enquanto as empresas privadas possuem um número limitado de clientes, 
que são mais diretamente atingidos por sua ação, as organizações públicas 
impactam a sociedade como um todo. A abrangência se dá pela necessidade 
de se atingir um maior número de pessoas. 
 
As organizações públicas representam os interesses coletivos na busca efetiva 
de um objetivo comum. No entanto, são interesses que irão depender das 
necessidades de cada esfera do Estado, bem como das ações de seu corpo 
gestor. 
Em relação à missão da organização, outra questão importante é o foco em 
seus objetivos. Estabelecer um planejamento estratégico, tático e 
operacional adequado é fundamental. As organizações que não conseguem 
focar corretamente em seu planejamento deparam-se constantemente com 
dificuldades organizacionais estratégicas que podem comprometer seu 
 
Página 30 de 99 
 
desempenho diante de um ambiente externo cada vez mais competitivo 
(PARADELA E COSTA, 2013). 
Na área pública, a missão das organizações se expande, já que são 
constituídas para atender a uma demanda social e cumprir funções básicas 
do Estado: executivas, legislativas e judiciárias. 
Aqui podemos verificar, por exemplo, no contexto da Educação Profissional 
e Tecnológica (EPT) a missão, visão e valores do IFSC e IFC - duas instituições 
públicas federais de EPT: 
 
Visão e valores do IFSC e IFC (duas instituições públicas federais de EPT). 
Missão e valores IFSC: https://www.ifsc.edu.br/missao-visao-e-valores 
Missão e valores IFC: https://ifc.edu.br/missao-e-visao/ 
 
Esses dois Institutos Federais de Educação Profissional e Tecnológica 
exemplificadas acima são exemplos de organizações públicas que, 
juridicamente, adotam a forma de AUTARQUIAS PÚBLICAS: 
Para Di Pietro (2018), é uma entidade da administração pública “pessoa 
jurídica de direito público, criada por lei, com capacidade de 
autoadministração, para o desempenho de serviço público descentralizado, 
mediante controle administrativo exercido nos limites da lei”. Tem como 
principais características: 
Personalidade de direito público – sendo pessoa jurídica de direito público, 
a autarquia submete-se ao regime jurídico publicístico quanto à criação, 
extinção, poderes, prerrogativas, restrições e privilégios. Pode-se afirmar 
que as autarquias têm praticamente as mesmas prerrogativas, privilégios 
e restrições que as pessoas políticas. 
https://www.ifsc.edu.br/missao-visao-e-valores
https://www.ifsc.edu.br/missao-visao-e-valores
https://ifc.edu.br/missao-e-visao/
https://ifc.edu.br/missao-e-visao/
 
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Desempenho de atividade típica do Estado (as autarquias não podem 
desenvolver atividade comercial ou industrial. Normalmente, os entes 
autárquicos prestam serviço público ou exercem atividade de polícia 
administrativa, atuações tipicamente públicas). 
Capacidade de autoadministração. 
Capacidade administrativa específica 
Sujeição a controle ou tutela. 
 
Os Institutos Federais (IF), de acordo com a Lei n.º 11.892/2008, são 
autarquias da rede de Educação Profissional e Tecnológica, vinculadas ao 
Ministério da Educação, com autonomia administrativa, patrimonial, 
financeira, didático-pedagógica e disciplinar. Oferecem educação básica, 
profissional e superior em estrutura multicampus, com forte inserção na 
área de pesquisa e extensão. 
 
 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2008/Lei/L11892.htm
 
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3.1 Estruturas organizacionais na Gestão Pública 
 
Legenda: Institutos federais são exemplos de organizações públicas. 
Fonte: IFSC Joinville 
 
As organizações públicas são estabelecidas para estruturar as necessidades 
do Estado, para possibilitá-lo a exercer suas funções, com o intuito de 
atender à sociedade. Sendo assim, elas necessitam de uma boa gestão, 
muito mais que uma organização privada. Para Paradela e Costa (2013, p.9): 
Enquanto as empresas privadas possuem um número limitado de clientes, 
que são mais diretamente atingidos por sua ação, as organizações públicas 
impactam a sociedade como um todo. A abrangência se dá pela 
necessidade de se atingir um maior número de pessoas. 
 
As organizações públicas representam os interesses coletivos na busca 
efetiva de um objetivo comum. Para alcançar esse objetivo, as organizações 
precisam de estruturas organizacionais bem definidas, de forma a dinamizar 
ações, fluir processos e gerenciar pessoas com eficiência e eficácia. 
 
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A estruturação ou departamentalização é uma técnica usada para que, de 
forma eficiente e lógica, a rede de fluxos interativos entre seus diversos 
departamentos e níveis hierárquicos alcance os objetivos propostos (LLATAS, 
2012). Independentemente do tipo de organização, seja ela pública ou 
privada, o que prevalece em termos de estrutura é um modelo que atenda 
às necessidades de cada organização. Consequentemente, não deve ser 
realizada uma configuração aleatória, do jeito que os agentes públicos 
acharem mais conveniente. Muito pelo contrário, essa configuração precisa 
estar em perfeita sintonia com os objetivos estratégicos da Instituição. 
Portanto, antes de delinear a estrutura organizacional, é fundamental que se 
tenha clareza sobre os objetivos da organização. 
 
Resumindo, as organizações públicas são: 
Sistemas construídos com a finalidade de alcançar determinados objetivos 
que, como todo sistema, precisam possuir uma estrutura e adotar 
processos compatíveis com os recursos, características e finalidades 
(PARADELA; COSTA, 2013, p. 15). 
 
 
 
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Os recursos, características e finalidades das organizações públicas são 
específicos para atender às necessidades da sociedade. Conforme Paludo 
(2015), a organização da Administração Pública compreende: 
 
 
 
Organizar a Administração significa organizar todo o seu aparato: estrutura 
e recursos; órgão e agentes; serviços e atividades; e competências. A 
estrutura organizacional corresponde ao modo pelo qual a autoridade é 
distribuída, as atividades são divididas e organizadas, e o sistema de 
comunicação é estabelecido. A representação da estrutura é realizada por 
intermédio de organogramas. 
 
 
 
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3.2 Componentes essenciais da estrutura organizacional 
 
 
Os componentes essenciais da estrutura organizacional pública são, 
segundo Paludo (2015): 
 
 
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Os Quadros a seguir explicitam melhor o conceito, funções e dimensões dos 
componentes da estrutura organizacional pública. 
 
Sistema de 
autoridade 
Conceito Funções Dimensões 
Poder concedido 
pela organização 
aos seus agentes 
para que possamdesempenhar 
suas funções. 
Delegação do 
poder de tomar 
decisões, dar 
ordens e 
comandar. 
Amplitude 
hierárquica; 
delegação de 
autoridade; 
descentralização da 
autoridade a níveis 
hierárquicos. 
 
Sistema de 
atividade 
Conceito Aspectos considerados 
Consiste na 
distribuição de 
atividades entre os 
membros da 
organização de 
todos os níveis. 
O agrupamento das atividades em 
departamentos (departamentalização); 
A definição das atividades de linha e 
assessoria; 
A definição do nível de especialização do 
trabalho da entidade. 
 
Sistema de 
comunicação 
Conceito Questões 
Forma pela qual as informações 
necessárias ao funcionamento 
da estrutura organizacional são 
transmitidas a todos os 
interessados, a qual permite a 
integração de todos em torno de 
objetivos comuns. 
O que comunicar, quem 
deve comunicar, qual o 
momento adequado, e qual 
o meio para comunicar, são 
questões que precisam ser 
definidas previamente, a fim 
de que a comunicação 
possa ser eficaz. 
Fonte: Adaptado de Paludo (2015). 
 
 
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O processo descrito na tabela n.º X depende da natureza da Instituição, dos 
serviços que presta, da cultura organizacional e da estratégia escolhida. 
Esses mesmos sistemas são necessários para consolidação da estrutura 
organizacional pública da administração direta ou indireta, que, conforme 
Paludo (2015, p. 28), “dependerá de aprovação legislativa, consoante o 
expresso no art. 37, XIX, da Constituição Federal”: 
Art. 37 XIX 
A administração pública direta e 
indireta de qualquer dos Poderes 
da União, dos Estados, do Distrito 
Federal e dos Municípios 
obedecerá aos princípios de 
legalidade, impessoalidade, 
moralidade, publicidade e 
eficiência e, também, ao seguinte: 
(Redação dada pela Emenda 
Constitucional nº 19, de 1998). 
 
Somente por lei específica poderá 
ser criada autarquia e autorizada a 
instituição de empresa pública, de 
sociedade de economia mista e de 
fundação, cabendo à lei 
complementar, neste último caso, 
definir as áreas de sua atuação. 
(BRASIL, 1988). 
 
A organização pública é constituída para dar condições à execução dos 
serviços públicos necessários, de forma direta ou indireta. Para a efetividade 
da gestão pública, são necessárias condições para estruturar sistemas 
organizacionais adequadamente integrados e constituídos, com vistas a 
atender às necessidades da sociedade nas áreas de competência do Estado. 
Como consequência, as funções administrativas necessárias para que a 
gestão funcione, bem como seus processos administrativos e operacionais, 
serão capazes de fazer fluir e estabelecer a qualidade dos serviços tão 
aguardados pela sociedade. 
 
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Tradicionalmente, as organizações contavam com uma estrutura baseada 
em cargos e funções minuciosamente definidos, representados em 
detalhados organogramas e manuais (PARADELA e COSTA, p. 2013). 
 
Em face das dinâmicas das organizações privadas e as prementes 
necessidades de mais qualidade nos serviços públicos, as organizações 
precisaram mudar a forma de estruturar suas unidades organizacionais. 
Não é mais aceitável ter estruturas rígidas e inflexíveis que não atendem 
aos requisitos de agilidade e adaptação que caracterizam a sociedade 
contemporânea, sendo, portanto, exigidos novos padrões de arranjos 
organizacionais, os quais não comportam os mais rígidos limites de 
competência e autoridade (PARADELA e COSTA, 2013 p. 9). 
 
Na administração pública faz-se necessária maior regulamentação dos 
cargos e funções. O organograma deve ser construído da forma mais flexível 
e orgânica possível. A adoção de estruturas matriciais e de processos 
horizontalizados de trabalho, representados, por exemplo, por comitês de 
ação, são exemplos de soluções que podem ser buscados. É fundamental 
que exista uma definição clara de papéis, de autoridades, de 
responsabilidades e da forma como estarão reunidos os recursos e 
agrupadas as pessoas que compõem a organização. Esse é o centro da 
estrutura. 
Fica clara, portanto, a importância de se estudar os cargos e funções para 
estabelecer adequadamente uma estrutura que seja capaz de dar respostas 
às necessidades da sociedade. A qualidade esperada pelos cidadãos nos 
processos administrativos e operacionais, assim como a criação de 
estruturas organizacionais mais dinâmicas, passa evidentemente pela 
reorganização de processos, pela eficiência e eficácia na execução dos 
recursos públicos e, por fim, pela responsabilidade fiscal. Agregadas a esses 
 
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elementos, as funções administrativas da gestão pública são condição sine 
qua non para alcançar os objetivos propostos. 
 
Lembre-se... 
 
Estruturas 
matriciais 
De acordo com Chiavenato (2010), caracterizam-se 
por uma combinação de modelos de estruturas em 
uma matriz. 
 
Eficácia 
É a extensão na qual as atividades planejadas são 
realizadas e os resultados planejados são 
alcançados. 
 
Eficiência 
É a relação entre o resultado alcançado e os 
recursos usados (NBR ISO 9000, 2008, p. 10-11). 
 
Efetividade 
É quando além de os objetivos terem sido 
alcançados (eficácia) com a otimização dos recursos 
(eficiência) os resultados são necessários e 
relevantes para a solução de problemas da 
coletividade. 
 
 
 
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4. As organizações públicas de Educação 
Profissional e Tecnológica 
 
 
Após conhecer as estruturas e os componentes principais que são bases das 
organizações públicas, vamos neste capítulo conhecer um exemplo de 
organização pública, sua estrutura e gestão. Sabemos que as instituições de 
educação ou escolas, também são estruturas organizacionais que são 
geridas e produzem serviços ou produtos (por exemplo, o conhecimento) e 
podem ser públicas ou privadas. 
 
 
 
Para exemplificar um modelo organização, vamos explorar a gestão pública 
na Educação Profissional e Tecnológica. Apresentando os conceitos básico 
que permeiam a Educação Profissional e a ação da gestão pública na 
educação. 
 
 
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Os conceitos e contextos expostos neste capítulo são fruto do trabalho dos 
professores Olivier Alain e Paulo Roberto Wollinger (2020), profissionais que 
estudam profundamente a Educação Profissional e Tecnológica, no curso de 
especialização em gestão pública, na unidade curricular de Concepções e 
história da EPT. 
 
O IFSC em Santa Catarina representa a Educação Profissional e Tecnológica no 
estado. A gestão pública nas Instituições de educação é tão necessária e 
importante quanto em qualquer outra Instituição pública, principalmente de 
educação. No entanto, é um ambiente amplo, com um contexto diferente da 
educação formal, ou seja, o trabalho, a técnica e a tecnologia são as bases que 
fundamentam estes estudos. 
 
Na continuidade deste capítulo, vamos entender os conceitos e contextos da 
Educação Profissional e Tecnológica, para que possamos compreender como 
a gestão pública atua neste cenário. 
 
 
 
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4.1 As organizações públicas de Educação Profissional: um 
universo a descobrir 
 
A Educação Profissional, também chamada de Educação Profissional e 
Tecnológica, tem um papel específico na educação e uma importância 
estratégica para todos os países. Especialmente quando conhecemos os 
desafios que temos no Brasil, refletidos nas estatísticas educacionais e 
sociais, extremamente preocupantes quanto à baixa escolaridade da 
população, às carências de formação profissional e técnica e às grandes 
diferenças de distribuição de renda (algo que estudaremos nos próximos 
tópicos desta unidade curricular). 
Porém, várias questões ficam geralmente ocultas, remetidas ao senso 
comum, ao que se acredita ser óbvio, ou, infelizmente, enterrado por baixo 
de muitos preconceitos comuns nos discursos educacionais: 
O que é Educação 
Profissional? 
O que é Educação 
Tecnológica?São a mesma coisa? 
O que é formação 
técnica? 
É diferente de 
formação humana? 
O que significa ser 
gestor na EP? 
É diferente de 
gerenciar outras 
modalidades 
educacionais? 
 
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O trabalho é considerado um 
“princípio educativo” da EP, mas o 
que isso significa? 
Como o trabalho pode ser um 
“princípio” (além de ser finalidade 
da formação) e como este princípio 
pode ser “educativo”? 
O que isso significa para o gestor? 
Os saberes e o conhecimento têm 
a mesma forma, o mesmo papel, os 
mesmos modos de construção na 
EP do que em outras ofertas 
educacionais? 
 
São perguntas iniciais, fundamentais, porém ainda muito pouco respondidas 
na sociedade ou no mundo da educação. Mas não faltam autores, textos, 
experiências e práticas por parte de atores da EP para trazer respostas, ainda 
que não definitivas ou fechadas. 
A EP nos liga àquilo que temos de mais antigo, quando juntamos as mãos 
para formar uma concha e tomar água, ao presente, quando percebemos 
que nossa vida é atravessada pelo trabalho dos outros, e ao nosso devir, 
aberto àquilo que nos tornamos ao fazer o que nos faz. 
 
 
 
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4.2 Conceitos e contextos da Educação Profissional e 
Tecnológica 
 
Vamos começar apresentando alguns conceitos-chave. 
O que identifica a Educação Profissional e a distingue das outras 
modalidades educacionais é a formação para o trabalho. (Também 
falaremos sobre o conceito de profissionalização). 
O trabalho é o que permite ao ser humano a produção da sua existência, não 
apenas no sentido econômico, mas em todos os aspectos da vida. É algo que 
filósofos já dizem há muito tempo, como o fez Engels em seu famoso texto 
do século XIX: 
 
O trabalho é a fonte de toda riqueza, afirmam os economistas. Assim é, 
com efeito, ao lado da natureza, encarregada de fornecer materiais que ele 
converte em riqueza. O trabalho, porém, é muito mais do que isso. É a 
condição básica e fundamental de toda vida humana. E em tal grau que, 
até certo ponto, podemos afirmar que o trabalho criou o próprio homem. 
(Friedrich Engels, O Papel do Trabalho na Transformação do Macaco em 
Homem, 1876). 
 
 
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O que nos interessa aqui é reconhecer que o ser humano não se converteu 
de homo para homo sapiens apenas, isto é, pela sua relação com o 
conhecimento (e, mais tarde, à sua racionalidade), mas sua humanização é 
também, fundamentalmente, fruto de sua passagem de homo para homo 
faber. Não só porque passou a fabricar coisas, a fazer coisas como 
instrumentos e a utilizá-los, mas porque seus saberes, sua consciência, sua 
cognição e sua relação social se constituíram (e continuam se constituindo) 
por este fazer (SIGAUT, 2012). 
Uma bela referência quanto à transformação de homo para homo faber é o 
livro de François Sigaut, Como homo se tornou faber (2012). Vários outros 
pensadores (Marx, Bergson, Arendt, Weill, Sennett, entre outros) já se 
debruçaram sobre esta questão, com ideias que trazem importantes e, por 
vezes, problemáticas contribuições. 
Esta produção da existência distingue o ser humano dos outros animais 
(VIEIRA PINTO, 2005), que não precisam recorrer a instrumentos, 
ferramentas, métodos e outras formas de saber para viver (embora alguns 
animais alcancem o que Vieira Pinto chamou de “proto-técnica” e 
desenvolvam formas de organização social bastante “sofisticadas”, por assim 
dizer). Cria e utiliza-se de inúmeros recursos materiais e imateriais para 
produzir o alimento, a indumentária, a habitação, os remédios, mas também 
tudo aquilo que chamamos de arte e cultura: cinema, literatura, dança, 
música, etc. 
Esta capacidade humana de fazer e intervir no mundo para produzir sua 
existência chama-se técnica. 
Esta definição, proposta por Álvaro Vieira Pinto em sua obra magistral, O 
conceito de tecnologia, insiste então no fato de que a técnica é uma 
propriedade caracteristicamente humana (VIEIRA PINTO, 2005). Entende-se, 
desta forma, que a técnica deixa de ser um objeto externo ao ser humano e 
 
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passa a ser uma propriedade sua, uma capacidade, um potencial. Não se 
confunde com alguns de seus resultados – os produtos da técnica. 
Por isso, técnica é "adjetivo" do humano, ela qualifica o ser humano (não é 
"substantivo", não é algo separado da humanidade do ser). 
A técnica pode ser então definida como capacidade de intervir 
qualificadamente no mundo para a produção da existência. 
Estas definições destoam de ideias correntes e do senso comum (inclusive 
textos e documentos educacionais), que, ao não definir, contentam-se em 
reproduzir um imaginário da técnica enquanto “mera” atividade mecânica, 
de reprodução, sem reflexão e pensamento, algo não humano. 
Ora, com Vieira Pinto (2005) e a dimensão essencial que ele traz da técnica, 
podemos caracterizar o trabalho como o exercício social da técnica. Nesta 
definição de exercício social, incorpora-se à técnica suas dimensões laborais 
que são éticas, estéticas, sociais, econômicas, ambientais, etc. 
Exemplo 
Quando um estudante aprende a fazer uma instalação elétrica, ele aprende 
não apenas alguns conceitos de eletricidade que lhe são úteis e um rol de 
saberes técnicos relacionados à instalação, mas também, entre outras 
coisas, que: 
Se não fizer bem feito, a vida de pessoas será posta em risco. 
Entre diversas maneiras de fazer a instalação, haverá uma que ele (ou uma 
comunidade) achará mais bela. 
Há consequências ambientais e econômicas relacionadas ao tipo de 
instalação feita. 
Haverá situações de negociação com clientes, implicando em cobrança de 
preço justo, em que deverá compor com suas as necessidades e limitações 
presentes e futuras, em que deverá utilizar palavras menos técnicas, etc.; 
outros aspectos que você poderá imaginar ou encontrar se analisar com 
cuidado o trabalho deste profissional. 
 
 
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A intervenção que se faz no mundo é sempre situada social e culturalmente, 
de modo que o trabalhador está inserido em determinadas “comunidades 
de práticas” (LAVE & WENGER, 1991) ou “coletivos de trabalho” (CARLY & 
CLOT, 2004). Estas comunidades de práticas possuem uma cultura própria, 
uma cultura técnica (SIGAUT, 2009), comunicacional, ética, que interage com 
as outras dimensões da cultura e outros grupos sociais. 
Por isso, ensinar uma profissão não é apenas ensinar “conteúdos” 
formalizados ou de alguma ciência, é também introduzir o estudante na 
cultura destas comunidades de práticas (BARATO, 2002). Por isso também, a 
técnica deve ser pensada em ligação com o mundo do trabalho (MORAES, 
2016). Ela faz parte da cultura humana, sendo ela mesma uma cultura: ela se 
cultiva, se aprende, se transforma. 
Um dos maiores problemas em nossa tradição ocidental e brasileira, 
especialmente na educação, é justamente que, por falta de ser pensada e de 
ser vista como forma de pensamento e de humanização, a técnica é vista 
como não pertencente à cultura humana e, pior ainda, a cultura é 
frequentemente legitimada ou definida como oposição à técnica (SIGAUT, 
1987). É o que acontece quando se opõe, por exemplo, “formação técnica” e 
“formação humana”. Esta visão também é fruto, sem dúvida, de nossa 
secular cultura de trabalho associado ao trabalho escravo, de repulsa à 
atividade dita "manual", à atividade técnica. 
 
 
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Saiba mais: 
As pesquisas em antropologia das técnicas oferecem muitas entradas para 
(re) pensar a relação da técnica com a cultura. Veja o que diz François Sigaut 
sobre isso no texto no link que segue (este link somente abrirá se você estiver 
no AVEA): Observações sobre a Técnica e a Tecnologia 
 
Finalizando nossa primeira etapa de reflexão e respondendo às questões 
postas na introdução do tópico (Educação Profissional: um universo a 
descobrir), podemos concluir que: 
As expressões “Educação Profissional”, “Educação Tecnológica”,“Educação Profissional e Tecnológica” e “Educação Profissional 
Tecnológica” são, do ponto de vista epistemológico, equivalentes entre 
si. 
Por quê? Porque... 
Se Educação Profissional for educação para o trabalho e se 
considerarmos Educação Tecnológica como educação para a Técnica, 
conforme nossos argumentos, o trabalho sendo o exercício social da 
técnica e a técnica uma capacidade de intervir qualificadamente no 
mundo para produzir a existência, não é possível separar os termos. 
Podemos, então, nos referir ao longo das nossas reflexões apenas à 
expressão Educação Profissional como suficiente para definir este campo 
de estudos. 
Com estas definições, podemos entender melhor o que é formação 
técnica e tecnológica, sua importância fundamental para o 
desenvolvimento dos indivíduos e, consequentemente, da sociedade. 
https://moodle.ead.ifsc.edu.br/pluginfile.php/332851/mod_resource/content/1/Observa%C3%A7%C3%B5es%20sobre%20T%C3%A9cnica%20e%20Tecnologia%20-%20tecnhique-tecnhologies.pdf
 
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O trabalho como princípio educativo significa diversas coisas, entre elas: 
 
 
 
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5. As funções administrativas no contexto da Gestão 
Pública na Educação Profissional e Tecnológica 
 
A administração pública é uma organização que, de forma ampla, traduz as 
atividades de gerir a máquina pública; isto é, por intermédio das funções 
administrativas, cria condições para que as necessidades da sociedade sejam 
atendidas pelos agentes públicos nas funções do Estado: executiva, 
legislativa e judiciária. De acordo com Paludo (2012, p.21): 
 
A administração pública compreende todo o aparato existente (estrutura e 
recursos; órgão e agentes; serviços e atividades) à disposição dos governos 
para realização de seus objetivos políticos e do objetivo maior e primordial 
do estado: a promoção do bem comum da coletividade. 
 
As funções da administração não são novas. No século XIX, Fayol já 
apregoava estas funções por intermédio do que se chamou POC3. POC3 são 
as iniciais de planejar, organizar, controlar, coordenar e comandar (por isso 
3, porque são 3 Cs). 
Todo gestor público deve estar ciente de suas funções administrativas 
básicas, que são as mesmas de qualquer gestor das organizações privadas: 
 
 
 
 
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Gestão Pública X Gestão Privada. 
Função Descrição 
Planejamento 
Planejamento é o processo de definir objetivos, 
atividades e recursos. 
Organização 
Organização é o processo de definir o trabalho a ser 
realizado e as responsabilidades pela realização; é 
também o processo de distribuir os recursos 
disponíveis segundo algum critério. 
Execução / 
Direção 
Execução é o processo de realizar atividades e utilizar 
recursos para atingir os objetivos. O processo de 
execução envolve outros processos, especialmente o 
processo de direção, para acionar os recursos que 
realizam as atividades e os objetivos. 
Controle 
Controle consiste em tomar decisões e ser um processo 
que assegura a realização dos objetivos e identifica a 
necessidade de modificá-los. 
Fonte: MAXIMIANO (2000, p. 2) apud BÄCHTOL (2008). 
 
 
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Como podemos concluir a partir da análise do 
infográfico anterior, as funções 
administrativas são ações ou atividades 
exercidas pelos agentes públicos para 
cumprir os objetivos e interesses da 
coletividade. São sujeitas ao controle 
jurisdicional, que corresponde ao poder que o 
Estado tem de aplicar o direito. Cada função 
tem seu peso na gestão pública ou privada, mas o conjunto é que fará com 
que o administrador exerça com eficiência e eficácia as atividades na 
organização. 
Os próximos subcapítulos, além do contexto macro das funções 
administrativas, iremos abordar como as funções administrativas da gestão 
pública são desenvolvidas no contexto das Instituições que integram a rede 
da Educação Profissional e Tecnológica. 
Assim, você poderá compreender como ocorre a apropriação dos conceitos 
e práticas referentes ao Planejamento, à Organização, à Direção e ao 
Controle, por parte destas Instituições. 
No livro organizado por Eliezer Pacheco abaixo você poderá saber mais sobre 
a gestão pública sob o contexto da rede EPT. 
 
Lembre-se... 
Leia o livro no link a seguir e conheça como os institutos federais auxiliaram 
na expansão da Educação Profissional e Tecnológica. 
(este link somente abrirá se você estiver no AVEA): 
Institutos Federais: uma revolução na Educação Profissional e Tecnológica 
 
https://memoria.ifrn.edu.br/bitstream/handle/1044/1013/Os%20institutos%20federais%20-%20Ebook.pdf?sequence=1&isAllowed=y
 
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5.1 Planejamento 
 
O planejamento é a função administrativa que institui os objetivos e a forma 
de alcançá-los. Paludo (2015, p. 21) explica o conceito informando que o 
planejamento “é um processo que congrega princípios teóricos, 
procedimentos metodológicos e técnicas que auxiliam as organizações a 
mudar uma situação com vistas a alcançar algum objetivo futuro”. Segundo 
Giacomoni (2007, p.59): 
Um dos instrumentos que mais notoriedade obtiveram nos últimos 30 
anos foi o planejamento. Seu emprego sistemático, nos programas 
militares desde a segunda guerra mundial, contribuiu para aperfeiçoá-lo e 
desenvolvê-lo sobremaneira, o que estimulou as empresas e outros 
setores do governo a incorporar as técnicas. 
 
Nesse sentido, o autor explica que planejamento, programação e orçamento 
são processos nos quais os objetivos e recursos, bem como suas inter-
relações, tornam-se relevantes para obtenção de um programa de ação 
coerente e compreensivo para o governo como todo (GIACOMONI, 2007). 
 
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O planejamento permite ao administrador tomar decisões além do presente, 
ampliando as condições para estabelecer possibilidades de alcançar seus 
objetivos com base em projeções. 
Para atingir adequadamente cada uma das necessidades da organização, o 
planejamento pode ser estruturado como: 
Tático Estratégico Operacional 
 
No caso do ambiente público, o planejamento é um instrumento que vai 
além de estabelecer metas e objetivos estratégicos. Avançar no processo 
orçamentário é fundamental para o alcance das realizações e execução dos 
interesses públicos, isto é, das necessidades da sociedade. O planejamento 
orçamentário é composto pelo Plano Plurianual (PPA), Leis de Diretrizes 
orçamentárias (LDO) e Lei Orçamentária Anual (LOA), assunto estudado com 
mais profundidade na UC de Orçamento Público. 
O marco mais importante no planejamento público foi o Decreto-Lei n.º 200, 
que "estabelece o planejamento como um dos princípios fundamentais de 
orientação da administração federal” (VIGNOLI, 2014, p.14). 
 
 
Todo gestor deve saber... 
Não é difícil perceber a importância do planejamento para a gestão pública, 
pois ele tem uma grande importância no desempenho de sua função, tanto 
como planejamento estratégico (longo prazo), planejamento tático (médio 
prazo) ou planejamento operacional (curto prazo). Portanto, leia o artigo a 
seguir para saber mais sobre o assunto segue (este link somente abrirá se 
você estiver no AVEA): A importância do planejamento para a gestão pública 
 
https://moodle.ead.ifsc.edu.br/pluginfile.php/327518/mod_book/chapter/31568/Texto%201%20-%20A%20import%C3%A2ncia%20do%20planejamento%20para%20a%20gest%C3%A3o%20p%C3%BAblica.pdf
 
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Para Peter Drucker (1984), o planejamento não diz respeito a decisões 
futuras, mas às implicações futuras de decisões presentes. Não podemos 
prever o futuro, mas podemos criá-lo. De acordo com Matus (1993), o 
planejamento está associado à ideia de preparação e controle do futuro a 
partir do presente, através da reflexão sistemática sobre a realidade a 
enfrentar e os objetivos a atingir. Assim, os Planos nos ajudam a diminuir o 
nível de incerteza, agregando mais segurança e transparência às decisões 
institucionais e contribuempara a implementação de inovações. 
No tocante à função administrativa Planejamento, considerando as 
Instituições de Ensino Superior (IES), o Plano de Desenvolvimento 
Institucional (PDI) é um dos principais documentos, enquanto norteador da 
estratégia e da gestão Institucional. Nesse sentido, ele tem caráter 
obrigatório considerando os processos regulatórios, tais como avaliação 
institucional, pedidos de credenciamento, recredenciamento e 
reconhecimento de cursos. Em que pese a obrigatoriedade de elaboração 
por Lei, é algo vital e necessário para uma Instituição de ensino. O seu 
processo de construção, realizado a partir de uma abordagem participativa, 
possibilita o tempo, o espaço e o local necessários para a reflexão e a 
inovação institucional. 
De acordo com definição constante no Manual de Conceitos para as Bases 
de Dados do Ministério da Educação sobre Educação Superior, anexo à 
Portaria do MEC de n.º 21, de 21 de dezembro de 2017 (MEC, 2017, p. 32): 
O PDI consiste num documento em que se definem a missão da Instituição 
de ensino superior e as estratégias para atingir suas metas e objetivos. 
Abrangendo um período de cinco anos, deverá contemplar o cronograma 
e a metodologia de implementação dos objetivos, metas e ações do Plano 
da IES, observando a coerência e a articulação entre as diversas ações, a 
manutenção de padrões de qualidade e, quando pertinente, o orçamento. 
 
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Deverá apresentar, ainda, um quadro-resumo contendo a relação dos 
principais indicadores de desempenho, que possibilite comparar, para 
cada um, a situação atual e futura (após a vigência do PDI). 
 
 
Todo gestor deve saber... 
Clique no link a seguir para saber sobre os itens que devem constar do PDI, 
de acordo com o artigo 21 do Decreto n.º 9.235, de 15 de dezembro de 2017 
(BRASIL, 2017). 
Decreto n.º 9.235 
No contexto da Rede da Educação Profissional e Tecnológica, cabe ressaltar 
que as instituições integrantes elaboram os seus PDIs e os demais 
documentos norteadores de gestão utilizando diferentes metodologias. 
Entre as metodologias utilizadas para a concepção e a elaboração do 
Planejamento Estratégico das Instituições integrantes da Rede EPT, destaca-
se o Balanced Scorecard (BSC). Trata-se de um sistema de medição do 
desempenho desenvolvido em 1992, por Robert Kaplan e David Norton, para 
organizações privadas. 
 
 
 
Saiba mais: 
A proposição inicial dos autores foi divulgada no artigo publicado na revista 
Harvard Business Review: "The balanced scorecard – measures that drive 
perfomance" (KAPLAN e NORTON, 1992). Clique no link a seguir para ler. 
The balanced scorecard 
 
 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2017/Decreto/D9235.htm
http://www.geocities.ws/admqualidade/BalancedScoreCardKaplan.pdf
 
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Com o passar do tempo, a proposição inicial dos autores foi evoluindo para 
um sistema de gestão da estratégia, sendo disseminado também para 
utilização nas instituições públicas, com as devidas adaptações. Em síntese, 
o BSC organiza os objetivos estratégicos da Instituição, a partir de quatro 
perspectivas: financeira, cliente, processos internos, aprendizagem e 
crescimento. Essas perspectivas são interligadas com a Missão, a Visão e a 
Estratégia da Instituição, em relações de causa e efeito. A estratégia é assim 
desdobrada em objetivos, indicadores, metas e ações para cada uma das 
quatro perspectivas do BSC, possibilitando uma visão sistêmica e ação 
integrada por parte dos diferentes sujeitos que integram a Instituição 
(KAPLAN e NORTON, 1996, 2000). Cabe observar que as denominações 
originais das quatro perspectivas podem ser adaptadas (conforme figura a 
seguir), de acordo com os diferentes contextos organizacionais. 
 
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Legenda: Perspectivas do BSC 
Fonte: GRANDO (2011). 
 
Para tornar a estratégia mais compreensível, pode ser elaborado o "mapa 
estratégico" da Instituição, onde é possível visualizar com mais clareza e de 
forma sintética, a estratégia formulada, bem como a tradução da missão e 
visão em objetivos estratégicos, agrupados nas diferentes perspectivas. 
 
 
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Acesse alguns exemplos de mapas estratégicos elaborados por Instituições 
da Rede EPT (estes links somente abrirão se você estiver no AVEA): 
Mapa Estratégico do Instituto Federal do Rio Grande do Sul (IFRS) 
Mapa Estratégico do Instituto Federal de Santa Catarina (IFSC) 
Mapa Estratégico do Instituto Federal do Sergipe (2014-2019) 
 
Veja na sequência como o Instituto Federal de Santa Catarina (IFSC) concebe 
a correlação entre as dimensões político-pedagógica, estratégica, tática 
operacional e os planos adotados pela Instituição (IFSC, 2019). 
 
 
Legenda: Hierarquia do Planos da Instituição 
Fonte: IFSC (2019) 
 
https://ifrs.edu.br/alvorada/wp-content/uploads/sites/17/2019/08/MAPA-ESTRAT%C3%89GICO-IFRS.jpg#gallery
https://moodle.ead.ifsc.edu.br/pluginfile.php/327518/mod_book/chapter/31568/mapaestrategicoifsc.png
http://www.ifs.edu.br/images/prodin/2020/Mapa_Estrat%C3%A9gico_do_IFS.jpg
 
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A integração e o alinhamento entre os diferentes Planos da Instituição 
contribuem para: 
 
A qualificação dos processos de 
gestão 
 
A melhoria do desenvolvimento de 
processos e atividades. 
 
O aumento da clareza da 
importância do fazer de cada 
integrante da Instituição para a 
implementação da estratégia 
delineada. 
 
A entrega de resultados efetivos 
para a sociedade. 
 
E você pensa que finaliza aqui o macroprocesso de Planejamento? Engana-
se quem pensou que sim. De acordo com Deming (1990), "não se gerencia o 
que não se mede", o que também é reforçado na afirmação de Kaplan e 
Norton (1997), “medir é importante: o que não é medido não é gerenciado". 
Deve ter início então, as etapas de acompanhamento e de avaliação, 
essenciais para o replanejamento. No cenário atual uma das competências 
organizacionais mais importantes refere-se à capacidade de análise dos 
cenários internos e externos à Instituição e a definição da correção dos 
rumos traçados no planejamento, se necessário, no menor tempo possível e 
com qualidade. 
 
 
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Neste sentido, o planejamento delineado não é um fim em si mesmo, mas 
um referencial que deve orientar os processos de gestão da Instituição. 
Portanto, se necessário, ele deve ser ajustado. 
 
Na sequência iremos abordar a função Organização e você irá conhecer 
alguns instrumentos e estratégias importantes que podem contribuir para a 
gestão Institucional, em especial para a implementação e acompanhamento 
das estratégias delineadas. 
 
 
 
 
Saiba mais: 
Quer aprender mais? Acesse o conteúdo do ENAP sobre Planejamento 
Estratégico - Módulo 2: Fundamentos do planejamento estratégico e 
Módulo 3: Gestão da Estratégia com o uso do BSC. 
Gestão da estratégia com uso do BSC: 
https://repositorio.enap.gov.br/handle/1/1144 
 
 
https://repositorio.enap.gov.br/handle/1/1144
https://repositorio.enap.gov.br/handle/1/1144
 
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5.2 Organização 
 
A segunda função administrativa é a organização. Essa complementa as 
ações do planejamento, uma vez que permite a execução dos planos, 
provendo os recursos necessários para executá-los. Abrange a estrutura 
organizacional e as ações necessárias para o gestor atingir os objetivos 
propostos no planejamento. Teixeira (2015, p. 209) esclarece melhor essa 
função ao dizer que a organização, 
congrega os diversos recursos e fatores necessários à execução dos planos, 
após seu estabelecimento. Deve ser estabelecida uma estrutura de 
organização por meio da qual os diversos executivos e subordinados serão 
coordenados. Devem ser estabelecidos sistemas de normas para executar 
os projetos especificados nos planos. Devem ser procurados pessoal, 
materiais, instrumentos, equipamentos e outros recursos necessários à 
execução dos planos. Dessamaneira, em certo sentido, a organização é a 
função de assentar a máquina necessária à operação dos planos. 
A gestão pública se organiza para atender às necessidades da sociedade por 
intermédio de seus agentes públicos e de sua estrutura organizacional. Cada 
órgão público tem estrutura e normas organizacionais específicas, mas todos 
 
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são dispostos ou estruturados por intermédio da lei, sejam eles no âmbito 
federal, estadual ou municipal. 
 
O Estado, que representa a gestão pública como um todo, necessita estar 
organizado de forma político-administrativa para que possa alcançar os 
objetivos institucionais dispostos no seu planejamento estratégico, 
permitindo a execução de atividades para atender às necessidades da 
sociedade. 
É na organização político-administrativa que a função administrativa se 
destaca, pois uma série de ações é necessária para que os agentes possam 
atender às necessidades da sociedade. Assim, dividir o trabalho, designar as 
atividades, agrupar as atividades em órgãos e cargos, definir autoridade e 
responsabilidade são papéis importantes impostos à gestão pública. Nesse 
contexto, um exemplo do papel fundamental da organização como função 
administrativa está na execução das políticas públicas, que visam a 
estabelecer normativos, ações e procedimentos para pôr em prática as 
necessidades da sociedade. 
 
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Assim, como as políticas públicas lidam ou procuram resolver os problemas 
públicos em vários setores da sociedade por intermédio de um conjunto de 
ações governamentais, fica clara a necessidade da função administrativa 
de organização, para que as possíveis soluções possam ser realizadas 
conforme especificado nos planos de curto, médio ou longo prazo. 
 
 
 
 
Saiba mais: 
A organização do Estado brasileiro está expressa na Constituição Federal 
de 1988, especificamente no Capítulo I (Da organização político-
administrativa) do Título III (Da organização do Estado). Clique no link 
abaixo e consulte-o para saber mais sobre a organização do Estado. 
Constituição Federal de 1988 (Cap. I e III): 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm 
 
Como vimos no capítulo 3, a função Organização se refere ao processo de 
articular, da maneira mais adequada possível, a utilização de todos os ativos 
tangíveis e intangíveis da organização, em prol do cumprimento do 
planejamento delineado, seja ele de curto, médio ou longo prazo. Destaca-
se que, a forma como esses ativos são articulados e concebidos, 
considerando por exemplo, pessoas, sistemas de informação, 
equipamentos, normativas, estruturas, possibilitará ao final a execução das 
políticas públicas com qualidade. Ou seja, esta função é essencial para a 
implementação da estratégia organizacional e para a entrega de resultados 
efetivos para a sociedade. 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm
 
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Para refletir 
Você já presenciou a elaboração de um processo de planejamento, onde a 
pouca ou equivocada consideração a alguns dos elementos relacionados à 
função Organização contribuiu para problemas na implementação do 
planejamento delineado? 
E no contexto das instituições da Educação Profissional e Tecnológica, 
como ocorre o desenvolvimento dessa importante função? 
 
Legenda: Pessoas, processos e Tecnologia 
Fonte: VEYRAT (2015). 
 
 
 
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Além das normativas de amplitude nacional, existem outras de âmbito local 
onde a Instituição pode explicitar com mais clareza a sua identidade e 
especificidades. 
Esses documentos são geralmente caracterizados como referenciais de 
gestão. Nesta perspectiva, temos inicialmente o Estatuto, em que são 
expressos: finalidades, características e objetivos da Instituição; a 
identificação dos campus; a estrutura básica organizacional; os órgãos 
colegiados, com sua competência e composição; os critérios para 
provimento de cargo para Reitor e Diretor de campus; as competências das 
prós-reitorias; entre outros. 
O Regimento Geral, por sua vez, disciplina a organização, as competências e 
o funcionamento das instâncias deliberativas, consultivas, administrativas e 
acadêmicas da Instituição, com o objetivo de complementar e normatizar as 
disposições estatutárias, bem como estabelecer a dinâmica das atividades 
acadêmicas e administrativas e das relações entre os órgãos da Instituição. 
A partir da observação do Estatuto e do Regimento Geral, a Instituição 
elabora os Regimentos Internos dos Campus, para disciplinar a organização, 
as competências e o funcionamento das instâncias deliberativas, consultivas, 
administrativas e acadêmicas do Campus, com o objetivo de complementar 
e normatizar as disposições estatutárias. Assim, no Regimento Interno do 
campus são definidos, por exemplo, a estrutura organizacional, os órgãos 
colegiados e os critérios para provimento de cargos. 
Dependendo do modelo de gestão utilizado pela Instituição, o Regimento 
Geral e os Regimentos Internos poderão adotar os princípios de gestão em 
rede, em que se busca uma articulação maior entre as estruturas e as 
competências das Unidades organizacionais da Reitoria, com as Unidades 
organizacionais dos Campus. 
 
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Na ótica de um trabalho em rede, e de cunho mais participativo, a Instituição 
poderá lançar mão da formalização de Comitês, Comissões e de Grupos de 
Trabalho, para o desenvolvimento de programas, projetos e ações 
específicos. 
Por exemplo, um Comitê destinado ao gerenciamento do processo de 
acompanhamento, avaliação e atualização do PDI, bem como do 
monitorando da implementação da estratégia institucional. Outro exemplo 
seria o da formalização de uma Comissão para o gerenciamento de um 
Programa de Qualidade de Vida Institucional. 
Ainda na perspectiva de documentos que contribuam para o 
desenvolvimento dos processos de gestão, destaca-se a possibilidade de 
emissão de normativas internas específicas, tais como: Políticas, Diretrizes, 
Instruções Normativas, entre outras. 
E como organizar melhor a execução das atividades nas diferentes áreas de 
uma Instituição? Nos capítulos 5.2 e 5.3 vamos abordar a Gestão por 
Competências e a Gestão do Conhecimento, mas aqui vamos destacar 
também a importância da Gestão por Processos para a melhoria do 
desempenho organizacional. Em síntese, os diferentes atores da Instituição 
desenvolvem um conjunto de tarefas e atividades, que podem ser agrupadas 
em processos específicos, que por sua vez constituem os grandes 
macroprocessos institucionais. Uma das formas para representar esse 
conjunto articulado de fazeres, de forma sintética e didática, pode ser o 
modelo da Cadeia de Valor. Veja a seguir dois exemplos: 
Cadeia de Valor da Escola Nacional de Administração 
Pública (ENAP) 
 
Cadeia de Valor do Instituto Federal de Santa Catarina 
(IFSC) 
https://repositorio.enap.gov.br/bitstream/1/3540/1/Cadeia%20de%20Valor_2018.pdf
https://repositorio.enap.gov.br/bitstream/1/3540/1/Cadeia%20de%20Valor_2018.pdf
https://linkdigital.ifsc.edu.br/files/cadeia_de_valor.png
https://linkdigital.ifsc.edu.br/files/cadeia_de_valor.png
 
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Lembrando que toda essa "organização" tem por objetivo coordenar os 
diferentes esforços da Instituição em prol da melhoria do seu desempenho 
e da geração de valor para a sociedade. E consequentemente, tornar o fazer 
de cada integrante da Instituição mais significativo. 
Essa "organização" pode ser otimizada também com o auxílio de sistemas de 
informação, onde é possível gerenciar com mais fidedignidade e qualidade 
dados e informações, de modo a gerar conhecimento estratégico, o qual é 
um dos subsídios principais para a tomada de decisão. 
No âmbito da Rede EPT temos alguns sistemas de caráter nacional, tais como 
os de gestão de dados acadêmicos (Sistece Plataforma Nilo Peçanha) e 
financeiros (SIAFI), bem como sistemas de amplitude local, onde é possível, 
por exemplo, gerenciar o processo de planejamento. Para a gestão de 
processos acadêmicos e administrativos, algumas Instituições da rede têm 
adotado o SIG (Sistema Integrado de Gestão), sistema este desenvolvido pela 
Universidade do Rio Grande do Norte. 
A Plataforma Nilo Peçanha é um ambiente virtual de coleta e disseminação 
dos dados oficiais da Rede Federal de Educação Profissional, Científica e 
Tecnológica. 
 
 
Plataforma Nilo Peçanha 
 
http://plataformanilopecanha.mec.gov.br/
 
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5.3 Direção 
 
A função administrativa de direção permite a execução dos recursos 
especificados no planejamento e organizados estruturalmente para atender 
às necessidades da sociedade. É a função que encaminha as ações para que 
a organização possa atingir seus objetivos. Em face dos recursos necessários 
para o funcionamento de uma organização, a direção deve exercer um papel 
estratégico no processo. As pessoas, a tecnologia e as situações são alguns 
elementos que compõem a organização e devem ser dirigidos para que 
alcancem efetivamente o planejado. 
 
Fonte: Adaptado de Chiavenatto (2012, p. 271). 
 
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Para Chiavenato (2001, p. 111), a organização “interpreta os objetivos e os 
planos para alcançá-los e conduz e orienta as pessoas rumo a eles”. Portanto, 
dar andamentos às ações organizacionais é função da direção. Além de 
estabelecer os processos de comunicação, a direção lidera e motiva as 
pessoas para os esforços de um propósito comum. 
 
É importante reforçar que a direção se refere às relações interpessoais dos 
gestores em todos os níveis, visto que não existem organizações sem 
pessoas. A direção é uma função complexa, pois envolve elementos como 
comunicação, orientação, assistência à execução, liderança, motivação, 
entre outros. Esses elementos permitem aos gestores influenciarem os 
subordinados para que consigam alcançar os objetivos da organização 
(CHIAVENATO, 2001). 
 
Uma das tarefas mais difíceis da direção é fazer com que as pessoas realizem 
suas atividades dentro do que foi proposto no planejamento e organização, 
visto que as pessoas são os “recursos” que mobilizam as ações e as 
atividades. Conforme Chiavenato (2001, p.271), “as pessoas precisam ser 
aplicadas em seus cargos e funções, treinadas, guiadas e motivadas para 
alcançarem os resultados que delas se esperam”. 
 
No contexto público, é importante destacar que é a direção que dá 
andamento ao ritmo dos processos “burocráticos”. Por intermédio das 
ações dos agentes públicos é que se toca a “máquina pública”. A direção está 
estrategicamente relacionada com a forma pela qual os objetivos são 
alcançados, por intermédio de atividades que devem ser realizadas pelos 
gestores em prol da sociedade (MARQUES, 2015). 
 
 
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No mesmo tom, o gestor público usa a função de direção para fazer com que 
os servidores públicos, dentro dos seus cargos e funções, executem os 
processos e as atividades de forma adequada, para servir o cidadão em suas 
necessidades. A função de direção, como visto anteriormente, é 
extremamente árdua, pois congrega as ações para que o planejamento e a 
organização possam ser executados. No entanto, deve ser controlada. Para 
isso, a função controle é uma função administrativa de grande importância 
da gestão, principalmente da gestão pública. 
 
Direção 
Como já vimos, a função Direção tem como objetivo principal executar as 
ações e projetos que foram planejados e organizados pelo gestor nas funções 
"planejamento e controle". 
Na função de Direção, o gestor público deve trabalhar com as questões de 
motivação, liderança e definições de metas, procedimentos de comunicação e 
acompanhamento das ações. Essa função deve ser executada por meio de 
conversas, reuniões e definições formais junto à(s) equipe(s). É importante que 
o gestor defina e divulgue formas de atuação junto aos seus colaboradores: 
reuniões periódicas, relatórios periódicos, outros momentos de 
compartilhamento e de feedbacks. 
É por meio desta função que o gestor define como serão dadas as ordens 
(pessoalmente, por e-mail ou outras formas), delegadas as realizações de 
algumas ações sob sua responsabilidade e, principalmente, como vai 
supervisionar e motivar a execução das ações e projetos sob sua 
responsabilidade. É importante que o gestor conheça e identifique as formas 
possíveis de tratar e motivar, cobrar e acompanhar cada um dos membros de 
sua equipe. 
 
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Nos Institutos Federais, por exemplo, exercem as funções de Direção - desde 
o nível estratégico até o operacional - o Reitor, os Pró-reitores, os Diretores, 
Chefes de Departamento, Gerentes e Coordenadores dentre outros (cada 
instituto varia a nominação de seus cargos de direção - CD - e funções 
gratificadas - FG) e estas estão dispostas nos Regimentos Gerais e dos 
Campus definindo suas atribuições e vinculações. 
 
 
 
 
Veja a seguir um exemplo que é o organograma da Pró-reitoria de Ensino do 
IFSC - ele apresenta quais são as unidades organizacionais e sua vinculação 
e cadeia hierárquica: 
 
 
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Fonte: IFSC 
 
 
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Na função Direção também está o processo de tomada de decisão que exige 
análise, reflexão e posicionamento do gestor em relação aos assuntos de sua 
competência ou àqueles que lhes são trazidos por sua equipe. 
No caso da gestão participativa deverá o gestor consultar e ouvir as opiniões 
de seus colaboradores, especialmente a área técnica envolvida e entender, 
também as instâncias de decisão tais como órgãos colegiados consultivos e 
deliberativos existentes em sua Instituição. 
 
 
 
 
Saiba mais: 
Caso tenha interesse em conhecer e entender um pouco mais sobre 
liderança e processo nos Institutos Federais, indicamos os artigos abaixo 
para leitura (estes links somente abrirão se você estiver no AVEA): 
Liderança participativa 
Processo decisório em um campus 
 
 
https://bibliotecadigital.ipb.pt/bitstream/10198/12598/3/artigo%20lideran%C3%A7a.pdf
https://repositorio.ufsc.br/bitstream/handle/123456789/114698/2013167%20-%20O%20processo%20decis%c3%b3rio%20em%20um%20campus%20de%20uma%20institui%c3%a7%c3%a3o.pdf?sequence=1&isAllowed=y
 
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5.4 Controle 
 
 
Os processos oriundos das outras funções administrativas necessitam ser 
monitorados para avaliar as atividades e se seus objetivos e resultados foram 
alcançados. Essa é a importância do controle como a quarta função 
administrativa. 
 
Para Chiavenato (2004), existem três conceitos para o controle, sendo eles, 
no contexto restritivo e coercitivo, como sistema automático de regulação e 
função administrativa. Para o autor, o controle como função administrativa 
monitora e avalia as atividades e resultados alcançados para assegurar que 
o planejamento, organização e direção sejam bem-sucedidos. 
 
Para que possa ser exercido efetivamente, a função do controle está em 
todos os níveis organizacionais, conforme apresenta Chiavenato (2004) a 
seguir: 
 
 
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Nível 
organizacional 
Tipo de 
controle 
Conteúdo Tempo Amplitude 
Institucional Estratégico 
Genérico e 
sintético 
Direcionado 
a longo 
prazo 
Macro-
orientado. 
Aborda a 
organização 
como um todo 
Intermediário Tático 
Menos genérico 
e mais 
detalhado 
Direcionado 
a médio 
prazo 
Aborda cada 
unidade 
organizacional 
em separado 
Operacional Operacional 
Detalhado e 
analítico 
Direcionado 
a curto 
prazo 
Micro-
orientado. 
Aborda cada 
operação em 
separado 
Fonte: Chiavenato (2004, p.513). 
 
O controle é cíclico e repetitivo, ou seja, sistêmico, portanto, necessário para 
mensurar a execução das transações realizadas e garantir a 
retroalimentação e eventual correção dos rumos das ações em

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