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Posse - Detenção - Propriedade

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Direito Civil III – Direitos Reais
1 - Posse – Conceito
Art. 1.196 do C.C.: Considera-se possuidor todo aquele que tem de fato o exercício, pleno ou não, de
algum dos poderes inerentes à propriedade.
- a lei define possuidor e não posse
- é situação de fato protegida pelo legislador
- adoção da teoria objetiva de Ihering
2- Jurisprudência
Posse
- “A posse, à luz do art. 1.196 do Código Civi/2002, é o exercício, pleno ou não, de algum dos poderes
inerentes ao domínio ou propriedade “ ( posição do STJ – Resp n. 863.396 – DF ( 2006/0143916-2)
rel. Min Luiz Fux, j 27.2.2007)
- “De outro lado, o Código Civil Brasileiro, apesar de não conceituar o instituo da posse, traz o
conceito de possuidor em seu artigo 1.196: “ Considera-se possuidor todo aquele que tem de fato o
exercício, pleno ou não, de algum dos poderes inerentes à propriedade. Para Ihering, dentro da teoria
objetiva então adotada pelo Código Civil Brasileiro, posse é conduta de dono, é a exterioridade do
domínio. Sempre que houver o exercício de poderes de fato, inerentes ao domínio ou propriedade,
existira posse, salvo as hipóteses em que a lei determina configurar referido exercício simples
detenção ou permissão “ ( TJSP AI n. 7.140.477-2 rel. Dês. Ligia Araújo Bisogni j. 9.5.2007 )
Posse e propriedade
- “Ao distinguir posse e propriedade, Silvio Rodrigues afirma”... a propriedade é a relação entre a
pessoal e a coisa, que assenta na vontade objetiva da lei, implicando um poder jurídico e criando uma
relação de direito: a posse consiste em uma relação de pessoa e coisa, fundada na vontade do
possuidor, criando mera relação de fato “ ( TJSP AI n. 7.140.477 – 2, rel. Dês Ligia Araújo Bisogni j.
9.5.2007)
- “Nesse sentido, para ser possuidor e fazer jus à proteção possessória, o indivíduo não precisa
exercer o pleno exercício de todos os poderes constitutivos da propriedade, mas qualquer um deles: o
direito de gozar, de usar ou de dispor da coisa” (TJMG Ap. Cível n. 1.0418.06.002315-1/001, rel. Dês
Wagner Wilson, j. 1.3.2007 )
- “ .... a alienação em qualquer de suas formas, faz parte do jus disponendi. O dispor assim visto o
possuidor não exerce, porque ele não pode alienar aquilo que não lhe pertence. Contudo, o proprietário
tem o direito , pelo fato de ser proprietário, de locar, dar em comodato, etc., e o possuidor, mesmo
não sendo proprietário não fica impedido de assim dispor. É, tal ocorrendo, exercício de poder
inerente da propriedade e ação que se configura como ato possessório” ( TJRS Ap. Cível n.
70016396525, rel. Dês Pedro Celso Dal Pra, j. 31.8.2006)
Distinção entre ius possidendi e ius possessionis
Não há nada em comum entre ius possidendi e o ius possessionis. O Direito à posse é prerrogativa dos
titulares de situações jurídicas de direitos reais que compreendam função de gozo. Já o direito de
posse é conseqüência de estar alguém na situação possessória, é consequência da posse.
- “ Assim, tem-se que a posse decorre de um poder de fato sobre a coisa e independe do título
jurídico que a liga a seu possuidor ( poder de direito). Nesse sentido, importa fazer a clássica
distinção entre ius possidendi e ius possessionis: o primeiro diz respeito ao direito de posse com
fundamento na propriedade, em outro direito real ou mesmo obrigacional ( faculdade jurídica de
possuir) enquanto o segundo, por sua vez, é o direito fundado na posse ( fato da posse),
independentemente do título jurídico que o embasa. Desse modo, é de se convir que, no âmbito das
ações possessórias, discute-se o ius possessionis, isto é o poder de fato sobre determinado bem,
sendo, portanto, irrelevante a invocação do domínio ( ius possidendi) ( TJMG Ap. Civ. N.
1.0024.02.798966-4/001, rel. Dês Lucas Pereira, j. 8.11.2007 )
3- Detenção – Conceito
Art. 1.198. Considera-se detentor aquele que, achando-se em relação de dependência para com o
outro, conserva a posse em nome deste e em cumprimento de ordens ou instruções
Parágrafo único: Aquele que começou a comportar-se do modo como prescreve este artigo em relação
ao bem e à outra pessoal, presume-se detentor, até que prove o contrário.
4- Jurisprudência
- “ Destarte, a detenção é a mera permissão. O detentor não tem posse própria, não passa de
preposto, agente do possuidor. É o flâmulo, o servo da posse, não tem direito algum à proteção
possessória, pelo fato de nunca ter tido a posse” ( TJSP Ap. Civ. N. 7002492-3, rel. Dês José
Francisco de Matos, j. 22.2.2007)
- “ Quanto a esse ponto, diz Sílvio de Salvo Venosa ( in Código Civil Comentado: direito das coisas,
posse, direitos reais , propriedade. Vol XII. Coord Álvaro Villaça Azevedro. São Paulo: Atlas, 2003, p.
41): A idéia básica é de que quem inicia a detenção como mero flâmulo ou detentor não pode alterar
por vontade própria essa situação e tornar-se possuidor. Para que o detentor seja considerado
possuidor, há necessidade de um ato ou negócio jurídico que altere a situação de fato. Isso porque o
fato da detenção da coisa é diverso do fato da posse. Por essa razão, como sufragado de há muito
pela doutrina, mas por vezes obscuro em decisões judiciais, presume-se que fâmulo se tenha mantido
como tal até que ele prove o contrário. Essa modificação de animus, como apontamos, não depende
unicamente da vontade unilateral do detentor “ ( TJSC Decisão Monocrática: AI n.
2007.026671-9/0000-00, rel. Dês Jaime Luiz Vicari, j. 23.7.2007)
- “ 1. Nos termos do art. 1.198 do Código Civil, detentor aquele que, achando-se em relação de
dependência e subordinação para com o legítimo proprietário conserva a posse em nome deste e em
cumprimento de ordens ou instruções suas. 2. A injustificada recusa de desocupação do imóvel feita
pelo detentor, através de notificação extrajudicial, configura esbulho passível de proteção
possessória ( TJDF Ap. Civ. N. 2005 03 1 013470 5, rel. Dês J.J. Costa Carvalho j. 20.9.2006 )

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