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Lesões de Pele (como avaliar?) CONCEITO Perda da continuidade da pele em decorrência de trauma mecânico, físico ou térmico ou que se desenvolve a partir de uma condição patológica/fisiológica. O procedimento de prevenção e cuidado às feridas deve ser executado no contexto do processo de enfermagem, atendendo à resolução COFEN° 567/2018 e aos princípios da Política Nacional de Segurança do Paciente. OBS: as feridas são consideradas um problema de saúde pública. FISIOLOGIA DA CICATRIZAÇÃO A cicatrização da ferida pode ser definida como o processo fisiológico através do qual o organismo restaura e restabelece os tecidos lesionados. FASES Fase inflamatória: - inicia-se no momento da lesão; acontece a hemostasia e a inflamação (rubor, calor, dor, edema). - são liberadas histamina, serotonina, bradicinina e prostaglandinas. - dura cerca de 4 a 5 dias e é vital para estimular as fases seguintes. Fase proliferativa: - é composta de três eventos importantes: angiogênese (promove a neovascularização), fibroplasia e epitalização. - acontece a formação de tecido de granulação. - incia-se no 4° dia após a lesão e dura té 15 dias. Fase de maturação: - aumento da resistência, sem aumento na quantidade de colágeno. - aumento da resistência deve-se à remodelagem das fibras de colágeno. - o tecido cicatricial é remodelado e só se torna comparável ao tecido normal após um longo período. TIPOS DE CICRATIZAÇÃO 1a INTENÇÃO - aproximação das bordas regulares; não há infecção; cicatrização que deixa poucas marcas (ocorre entre 3 e 18 dias). 2a INTENÇÃO - ocorre perda excessiva de tecido com a presença ou não de infecção; não há aproximação das bordas; são deixadas abertas e se fecharão por meio de contração da epitalização. 3a INTENÇÃO - quando há fatores que retardam a cicatrização de uma lesão incialmente submetida a um fechamento por primeira intenção; ocorre quando a lesão é deixada aberta para drenagem de exsudato e posteriormente fechada. OBS: a cicatrização ocorre da borda para o centro. FATORES QUE INTERFEREM NA CICRATIZAÇÃO FATORES GERAIS Idade, diabetes, nutrição, oxigenação e perfusão tecidual, estado imunológico, medicamentos, infecção, hiperatividade do paciente. FATORES LOCAIS Vascularização das bordas da ferida, tratamento da ferida, grau de contaminação da ferida, incontinência, pressão na ferida, temperatura e umidade. CLASSIFICAÇÃO DAS FERIDAS Quanto a evolução: - aguda: decorrente de cirurgias ou traumas, que respondem rapidamente ao tratamento e em geral cicatrizam sem complicações, até 60 dias; - crônica: cicatrização lenta, de longa duração, que apresentaram complicações , leva mais de 2 meses ou anos. Quanto ao agente causal: - incisas ou cirúrgicas: produzidas por instrumento cortante; bordas ajustáveis, geralmente fechadas por suturas; - contusas: produzidas por objeto rombo e caracterizadas por traumatismo das partes moles, hemorragia e edema; - lacerantes: são ferimentos com margens irregulares e com mais de um ângulo; - perfurantes: caracterizadas por pequenas aberturas na pele, são mais profundas. Quanto a contaminação: Limpa - não apresenta sinais de infecção e feitas em condições assépticas e com probabilidade de infecção baixa. Limpa-contaminada - apresentam contaminação grosseira, o risco de infecção é cerca de 10%. Contaminadas - feridas acidentais com mais de 6 hrs de trauma ou em ambiente cirúrgico em que a técnica asséptica não foi respeitada. Infectadas - apresentam sinais nítidos de infecção como edema, calor, rubor, dor, secreção purulenta. Biofilme: deposição e colonização microrganismos numa superfície (pode se formar em qualquer ferida aberta). COMO O ENFERMEIRO AVALIA? - iniciar a abordagem com a anamnese e exame físico. - avaliar a ferida em todos os aspectos: características do tecido, das bordas, do exsudato, região perilesional e mensuração da lesão. TIPOS DE TECIDO São classificados em: · Tecido viável - formado no processo de cicatrização, com objetivo de reconstituição da área lesada. Tecido de granulação: avermelhado, umedecido e firme, indicativo de boa evolução do processo cicatricial. Tecido de epitelização: tecido de cor rosada, indicativo de encerramento da ferida. · Tecido inviável - é desvitalizado, geralmente composto por necrose ou esfacelo. Necrose: com coloração enegrecida e que pode ter consistência dura ou mole. Esfacelo: tecido necrosado de consistência delgada, de coloração amarela ou acastanhada. Tecido com presença de necrose e esfacelo. Hipergranulação: excesso de tecido de granulação, que se forma para além do nível da ferida, gerando tensão nos bordos; impede a migração das células epiteliais basais e consequentemente a cicatrização. Maceração: resultado de umidade excessiva (exsudato) nas superfícies epiteliais, conferindo ao tecido perilesional aspecto esbranquiçado. Hiperqueratose: espessamento excessivo da pele causado por atrito frequente; contribui diretamente no aumento da lesão se não removido. (formação de tecido caloso ao redor da ferida). TIPOS DE EXSUDATO sanguinolento: fino, vermelho brilhante, ruptura de vasos; seroso: fino, aguado e claro, baixo conteúdo proteico originando do soro sanguíneo ou das secreções serosas das células, observado nas reações inflamatórias agudas e nos estágios precoces da infecção bacteriana. purulento: fino ou espesso de coloração marrom opaco para amarelo, composto por leucócitos e proteínas, produzido por um processo inflamatório. Deve-se observar: volume (ausente, pouco, moderado, grande quantidade), tipo (seroso, sero-sanguinolento, sanguinolento e purulento) e odor (ausente, discreto, moderado e forte) MENSURAÇÃO DA LESÃO Tamanho da ferida: por fotografia ou com uso de papel transparente estéril e caneta para contornar. Profundidade da ferida: técnica realizada seringa estéril para medir a profundidade e avaliar a evolução da ferida.
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