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Feridas e Curativos 1ªparte (1)

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Feridas e Curativos 
Enf.ª Prof.ª Gabriella Garrett dos Santos 
Turma:112 
Pele 
Maior órgão do corpo humano 
 É composta pela: 
• Epiderme 
• Derme 
• Hipoderme ou Tecido subcutâneo 
 
Composição da pele: EPIDERME 
 Camada mais externa 
 Composta de 5 estratos de epitélio: 
• Camada córnea (mais externo) 
• Camada lúdica (somente na pele espessa) 
• Camada granulosa 
• Camada espinhosa (mais espesso) 
• Camada basal ou germinativa (mais interno) 
Queratinócitos e melanócitos 
 Espessura (varia com a localização, idade ou sexo) 
Período de regeneração -> +/- 4 semanas 
Composição da pele: DERME 
 Camada Intermediária 
Composta de 2 estratos: 
• Papilar (mais próximo da epiderme) 
• Reticular 
 Espessura (varia com a localização) 
Compõe-se de células de tecido Conjuntivo (histiócitos, 
fibroblastos, mastócitos e as fibras colágenas, reticulares e 
elásticas) 
Fibras nervosas, pêlos, glândulas sudoríparas e sebáceas. 
 
 
Composição da pele: HIPODERME 
 Compõe-se de fibras de tecidos conjuntivos, que sustentam o 
tecido adiposo. 
 É atravessada por vasos sanguíneos mais calibrosos. 
 Ocorre o metabolismo dos carboidratos e a lipogênise. 
(Síntese de ácidos graxos e triglicérides, que serão armazenados 
subsequentemente no fígado e no tecido adiposo.) 
 É uma camada de ligação e isolante do frio e calor 
exacerbados. 
 
Funções da Pele 
• Manter a integridade do corpo; 
• Proteger o corpo contra infecções, lesões ou traumas; 
• Absorver e excretar líquidos; 
• Manter a temperatura corpórea; 
• Sintetizar vitamina D com a exposição aos raios solares; 
• Agir como órgão do sentido; 
• Exercer papel estético. 
Introdução 
 O tratamento de feridas se refere a proteção de 
lesões contra ação de agentes externos físicos, mecânicos 
ou biológicos, tendo com objetivo reduzir, prevenir e/ou 
minimizar os riscos de complicações decorrentes. Antes 
da seleção e aplicação de um curativo, é necessária uma 
avaliação completa da ferida, do seu grau de 
contaminação, da maneira como esta ferida foi 
produzida, dos fatores locais e sistêmicos e da 
presença de exsudato, como forma de agilizar o 
processo de cicatrização e proteger a ferida. 
As feridas 
 São definidas como interrupções da 
integridade cutâneo-mucosa que resultam no 
desequilíbrio da saúde, muitas vezes impedindo 
ou dificultando atividades básicas do dia a dia, 
como a locomoção. 
Classificação de Feridas 
1. Quanto a causa 
2. Quanto a evolução 
3. Quanto ao grau de contaminação 
4. Quanto ao comprometimento tecidual 
1. Quanto a causa 
Cirúrgicas 
Quando for realizada 
alguma intervenção 
cirúrgica. 
 
Classificação de Feridas 
 Ferida Cirúrgica 
1. Quanto a causa 
Traumática 
Provenientes de situações 
imprevistas, com objetos 
cortantes, perfurantes, 
lacerantes, contundentes 
ou por inoculações de 
venenos, mordeduras e 
queimaduras. 
 
Classificação de Feridas 
 Ferida Traumática 
Agente Causal 
1. Incisas ou cortantes (Cirúrgica ou Traumática): É o ferimento 
produzido pela ação de deslizamento de agentes cortantes, afiados, 
capazes de penetrar na pele, onde produzem uma ferida linear com 
bordas regulares, nítidas e pouco traumatizadas. Sendo que as feridas 
incisas possuem a mesma profundidade de uma extremidade a outra 
e as feridas cortantes possuem a parte mediana mais profunda. 
Agente Causal 
2. Corto-contuso: É o ferimento causado por objeto com superfície 
romba, capaz de romper a integridade da pele, produz feridas com 
bordas traumatizada, além de contusão nos tecidos, exemplo de 
instrumento característico que produz o ferimento corto-contuso é o 
machado, facões sem fio, guilhotina, rodas de trem entre outros. 
Agente Causal 
3. Perfurante: É um ferimento oriundo de 
trauma de um objeto fino e pontiagudo, que é 
capaz de perfurar a pele e tecidos subjacentes, 
produzindo uma lesão cutânea puntiforme ou 
linear de bordas regulares ou não. Os objetos 
característicos desse tipo são classificados 
conforme seu calibre, exemplos: 
• Calibre pequeno: agulha, espinho, alfinete, 
prego, entre outros. 
• Calibre médio: ferro de construção com ponta, 
flexa roliça, picador de gelo, entre outros. 
Agente Causal 
4. Pérfuro-contuso - são as ocasionadas por arma de fogo, 
podendo existir dois orifícios, o de entrada e o de saída. 
Agente Causal 
5. Lácero-contusas:Os 
mecanismos mais freqüentes são 
a compressão: a pele é esmagada 
de encontro ao plano subjacente, 
ou por tração: por rasgo ou 
arrancamento tecidual. As bordas 
são irregulares, com mais de um 
ângulo; constituem exemplo 
clássico as mordidas de cão. 
Agente Causal 
6. Perfuro-incisas: Provocadas por 
instrumentos pérfuro-cortantes 
que possuem gume e ponta, por 
exemplo, um punhal. Deve-se 
sempre lembrar, que externamente, 
poderemos ter uma pequena marca 
na pele, porém profundamente 
podemos ter comprometimento de 
órgãos importantes como na figura 
abaixo na qual pode ser vista lesão 
no músculo cardíaco. 
 
Agente Causal 
7. Escoriações - a lesão surge tangencialmente à superfície 
cutânea, com arrancamento da pele. 
Agente Causal 
8. Equimoses e hematomas: Na equimose há rompimento dos 
capilares, porém sem perda da continuidade da pele, sendo que 
no hematoma, o sangue extravasado forma uma cavidade. 
1. Quanto a causa 
Patológicas 
Ocorre como consequência de 
uma patologia, (lesão por 
pressão, neoplasia, úlceras 
venosas e arteriais). 
 
Classificação de Feridas 
Ferida Patológica 
1. Quanto a causa 
Iatrogênicas Resultantes de procedimentos 
ou tratamentos (radioterapia). 
 
Classificação de Feridas 
Ferida Iatrogênica 
2. Quanto a evolução 
Aguda 
Classificação de Feridas 
Crônica 
Feridas Agudas 
 Em geral, a cicatrização ocorre dentro do 
período esperado e sem complicações. As 
principais causas são traumatismos, mas 
também podem ser feridas térmicas 
(queimaduras), infecciosas, químicas, 
vasculares, alérgicas e radioativas. 
Feridas Crônicas 
 Quando, fisiologicamente, o processo de cicatrização 
não ocorre da forma esperada. Alguns autores indicam 
que toda ferida com mais de 6 meses é considerada lesão 
crônica. Geralmente, estão associadas a doenças pré-
existentes, como diabetes e insuficiência venosa. São 
exemplos de feridas crônicas as lesões por pressão, 
feridas do pé diabético, feridas infectadas, úlceras 
varicosas, entre outras. 
3. Quanto ao grau de contaminação 
Limpa 
Condições assépticas e isenta de 
microrganismos. 
Feridas cirúrgicas: feridas em ambiente 
cirúrgico, sendo que não foram abertos 
sistemas como o digestório, respiratório 
e geniturinário. Não há evidência de 
infecção. A probabilidade da infecção da 
ferida é baixa, em torno de 1 a 5%. 
 
 
Classificação de Feridas 
 
3. Quanto ao grau de contaminação 
Limpa 
Contaminada 
Também são conhecidas como 
potencialmente contaminadas; são 
lesões com tempo inferior 6h entre o 
trauma e o atendimento inicial. Nelas 
há contaminação grosseira, por 
exemplo, nas ocasionadas por faca de 
cozinha, ou nas situações cirúrgicas em 
que houve abertura dos sistemas 
contaminados descritos anteriormente. 
O risco de infecção é de 3 a 11 %. 
 
Classificação de Feridas 
3. Quanto ao grau de contaminação 
Contaminada 
São feridas acidentais (que tiveram contato 
com material como terra, fezes, etc), 
recentes e abertas, colonizadas por flora 
bacteriana considerável. Também as 
cirúrgicas, quando a técnica asséptica é 
desobedecida ou ainda, feridas cujo tempo 
de atendimento foi superior a 6h após o 
trauma. O risco de infecção da ferida já 
atinge 10 a 17%. 
Classificação de Feridas 
 
3. Quanto ao grau de contaminação 
Infectada 
Presença nítida de agente infeccioso 
local. Como tecido desvitalizado, 
exsudação purulenta e odorcaracterístico 
Classificação de Feridas 
 
 
• Infecção 
▫ Presença de microrganismos com sinais e sintomas de doença 
 Eritema 
 Edema 
 Alterações nas características da drenagem 
 Aumento do odor 
 Febre 
 
Classificação de Feridas 
• Superficial: 
Atinge apenas a epiderme 
• Perda Parcial: 
Atinge as camadas mais profundas da epiderme e derme. 
• Perda Total: 
Atinge as camadas mais profundas da pele, como Tecido 
Subcutâneo (Hipoderme), músculo e osso. 
 
4. Quanto ao comprometimento tecidual 
 
 LESÃO POR PRESSÃO 
 Lesão por pressão é um dano localizado na pele e/ou tecidos 
moles subjacentes, geralmente sobre uma proeminência óssea ou 
relacionada ao uso de dispositivo médico ou a outro artefato. A lesão pode 
se apresentar em pele íntegra ou como lesão aberta e pode ser dolorosa. 
 A lesão ocorre como resultado da pressão intensa e/ou 
prolongada em combinação com o cisalhamento. A tolerância do tecido 
mole à pressão e ao cisalhamento pode também ser afetada pelo 
microclima, nutrição, perfusão, comorbidades e pela sua condição. 
 
Classificação das Feridas Crônicas 
Estágio 1 
Caracteriza-se pelo 
comprometimento da epiderme 
apenas, com formação de eritema 
em pele íntegra e sem perda 
tecidual. 
 
Classificação das Feridas Crônicas 
Estágio 1 
• Pele íntegra; 
• Hiperemia que não regride após remoção da pressão; 
• Edema discreto; 
• Perda discreta da sensibilidade local; 
• Alteração da perfusão local. 
• Presença de eritema 
• Em indivíduos com a pele mais escura, a descoloração da pele, o calor, o 
edema ou o endurecimento também podem ser indicadores de danos. 
ATENÇÃO ! Mudanças na cor não incluem descoloração púrpura ou 
castanha; essas podem indicar dano tissular profundo. 
 
Estágio 2 
A epiderme e a derme estão 
rompidas, podendo envolver tecido 
subcutâneo, e com hiperemia, 
bolhas e cratera rasa. 
 
Classificação das Feridas Cônicas 
• Perda da pele em sua espessura 
parcial com exposição da derme. 
• Coloração rosa ou vermelha, úmido 
• Pode apresentar bolha intacta (preenchida com exsudato 
seroso) ou rompida; 
• O tecido adiposo e tecidos profundos não são visíveis; 
• Essas lesões geralmente resultam de microclima 
inadequado e cisalhamento da pele na região da pélvis e 
no calcâneo. 
 
ATENÇÃO ! Esse estágio não deve ser usado para 
descrever as lesões de pele associadas à umidade, 
incluindo a dermatite associada à incontinência (DAI), a 
dermatite intertriginosa, a lesão de pele associada a 
adesivos médicos ou as feridas traumáticas (lesões por 
fricção, queimaduras, abrasões 
 
 
Estágio 2 
Estágio 2 
 
4. Quanto ao comprometimento tecidual: 
Estágio 3 
Perda da pele em sua espessura total 
na qual a gordura é visível. 
Classificação das Feridas Crônicas 
• Frequentemente visível o tecido de granulação e 
epíbole (lesão com bordas enroladas) estão presentes; 
• Esfacelo e/ou escara pode estar visível; 
• A profundidade do dano tissular varia conforme a localização 
anatômica; 
• Podem ocorrer descolamento e túneis; 
• Não há exposição de fáscia, músculo, tendão , ligamento, cartilagem 
e/ ou osso. 
 
ATENÇÃO ! Quando o esfacelo ou escara prejudica a identificação da 
extensão da perda tissular, deve-se classificá-la como Lesão por 
Pressão Não Classificável. 
 
Estágio 3 
Estágio 3 
 
Estágio 4 
Grande destruição tecidual, com 
necrose, atingindo músculos, 
tendões e ossos. 
Classificação das Feridas Crônicas 
• Perda da pele em sua espessura total e perda tissular 
com exposição ou palpação direta da fáscia, 
músculo, tendão, ligamento, cartilagem ou osso; 
• Esfacelo e/ou escara pode estar visível; 
• Epíbole (lesão com bordas enroladas), deslocamento 
e/ou túneis ocorrem frequentemente; 
• A profundidade varia conforme a localização 
anatômica. 
Estágio 4 
Estágio 4 
 
Não Classificável 
• Perda de pele em sua espessura total e perda tissular na qual a 
extensão do dano não pode ser confirmada porque está 
encoberta pelo esfacelo ou escara. 
• Ao ser removido (esfacelo ou escara), lesão por pressão em 
Estágio 3 ou Estágio 4 ficará aparente. 
 
ATENÇÃO! Escara estável (isto é, seca, aderente, sem eritema 
ou flutuação) em membro isquêmico ou no calcâneo não deve 
ser removida. 
Lesão não classificável 
 
Tissular profunda 
• Pele infectada ou não, com área localizada e persistente de descoloração 
vermelha escura, marrom ou púrpura que não embranquece ou separação 
epidérmica que mostra lesão com leito escurecido ou bolha com exsudato 
sanguinolento. 
• Dor e mudança na temperatura frequentemente precedem as alterações de 
coloração da pele. 
• A descoloração pode apresentar-se diferente em pessoas com pele de 
tonalidade mais escura. 
• Essa lesão resulta de pressão intensa e/ou prolongada e de cisalhamento na 
interface osso-músculo. 
Tissular profunda 
• A ferida pode evoluir rapidamente e revelar a extensão atual da 
lesão tissular ou resolver sem perda tissular. 
• Quando tecido necrótico, tecido subcutâneo, tecido de granulação, 
fáscia, músculo ou outras estruturas subjacentes estão visíveis, isso 
indica lesão por pressão com perda total de tecido (lesão por pressão 
não classificável ou Estágio 3 ou Estágio 4). 
ATENÇÃO! Não se deve utilizar a categoria Lesão por Pressão Tissular 
Profunda (LPTP) para descrever condições vasculares, traumáticas, 
neuropáticas ou dermatológicas. 
 
 
Exercício de Fixação 
1. Qual é o maior órgão do corpo humano? 
2. A pele é composta pela ______________, 
________________ e _____________. 
3. Qual é a camada mais externa da pele e ela é composta de que 
estratos? 
4. Qual é o período de regeneração da parte mais externa da pele? 
5. Qual é a camada intermediária da pele e ela é composta de quais 
estratos? 
6. Qual é a camada mais interna da pele e como ele é composto? 
Exercício de Fixação 
7. Onde é realizado o metabolismo dos carboidratos ? 
8. Como podem ser classificadas as feridas? 
9. O que são feridas patológicas? 
10. O que são feridas iatrogênicas? 
11. Diferencie ferida aguda de ferida crônica. 
12. O que são feridas limpas, contaminadas e infectadas? 
13. Fale de cada um dos 4 estágios das úlceras. 
 
Continua... 
ÚLCERA NEUROPÁTICA 
 O diabetes melittus representa a principal causa da neuropatia 
metabólica periférica, manifestação que inclui um amplo espectro de disfunções 
estruturais e funcionais dos nervos periféricos. 
 O mecanismo básico da neuropatia periférica é multifatorial e pouco 
conhecido. Contudo, os danos metabólicos gerados pela hiperglicemia, 
hipoglicemia e deficiência insulínica estão associados à desmielinização, e a 
degeneração axonal. 
 A complicação mais grave dessa manifestação é o desenvolvimento de 
grangrena de extremidades, principalmente nos pés, e evolução para a 
amputação, a depender da gravidade do comprometimento tecidual. 
Classificação das Feridas Crônicas 
 A principal causa para a ocorrência de úlcera neuropática 
é o traumatismo mecânico, que passa despercebido à pessoa 
cometida por neuropatia. 
 A pressão plantar elevada é um fator importante na 
úlcera neuropática. 
 O evento inicial para a formação da úlcera neuropática 
plantar é o desenvolvimento de calosidade ou calo na 
superfície cutânea. O calo ou calosidade exerce pressão sobre 
os tecidos moles, e uma lesão se desenvolve sob o calo, com a 
formação de uma cavidade preenchida com plasma e sangue, 
que cresce até causar a ruptura da superfície cutânea. 
 
• Fatores de risco para a ulceração com etiologia 
neuropática são: 
 Alterações das estruturas do pé, calo plantar, 
fraturas, fraqueza, cisalhamento, postura e 
marcha anormais, calçados inadequados e 
higiene inadequada. 
 
 
 
 No caso das úlceras de membros inferiores, as mais comuns são 
causadas por problemas de circulação.São elas as úlceras arteriais e as 
úlceras venosas. 
 A circulação sanguínea funciona a partir da distribuição do 
sangue que sai do coração, atividade realizada pelas artérias. Depois que 
todo o corpo foi abastecido com sangue rico em nutrientes e oxigênio, as 
veias levam o sangue de volta ao coração para que sejam filtradas as 
impurezas. 
 
Classificação das Feridas Crônicas 
ÚLCERA DE MEMBROS INFERIORES 
ÚLCERA VENOSA 
 
 Causadas pela dificuldade de retornar o sangue ao coração, 
correspondem a 80% das feridas que acometem pernas e pés. O sangue 
fica estagnado na região e, devido à fragilização da pele, qualquer 
pequeno trauma pode resultar em lesão e evoluir para a condição crônica 
(úlcera). Os grupos com maior probabilidade de desenvolver esse tipo de 
úlcera são: mulheres, sedentários ou pessoas que costumam ficar muito 
tempo em pé. Fatores genéticos também podem influenciar. 
 
Classificação das Feridas Crônicas 
 
Características da Úlcera Venosa 
• Localização: acima do maléolo medial 
• Borda: irregular, com odor fétido 
• Fundo: rede de fibrina, tecido de granulação. 
• Profundidade: rasas. 
• Pele periférica: Dermatite ocre 
(hiperpigmentação azulada), calor local e Edema. 
• Ferida: Sangrante. 
• Dor: Noturna, cãibras 
• Alívio da dor: em repouso com membro 
elevado. 
• Edema: Presente ao final do dia 
• Pulso Distal: Presente 
 
ÚLCERA ARTERIAL 
 A ferida se forma porque há obstrução das artérias, pois existe 
falta de sangue rico em oxigênio e nutrientes para irrigar os tecidos, 
resultando na morte celular e, por consequência, nas lesões. Geralmente, 
está associada à formação de placas de gordura na parede das artérias, 
ocasionando a diminuição ou interrupção do fluxo sanguíneo. 
 Tabagismo, diabetes não controlado e colesterol alto são alguns 
dos fatores que podem favorecer o surgimento desse tipo de úlcera. 
Comuns na região acima da canela e nas extremidades dos dedos dos pés, 
são feridas de difícil cicatrização e bastante dolorosas, podendo, inclusive, 
resultar na amputação do membro. 
Classificação das Feridas Crônicas 
 
Características da Úlcera Arterial 
• Borda: regular 
• Fundo: pálido, pouco tecido de granulação 
• Profundidade: média ou profunda. 
• Pele periférica: Fria, pálida, cianótica, sem 
pelos 
• Ferida: não sangram 
• Dor: noturna, mais doloroso do que a úlcera 
venosa ,aumenta em repouso 
• Alívio da dor: quando posicionar o membro 
para baixo 
• Edema: Ausente. Pode apresenta devido à 
mobilidade. 
• Pulso Distal: diminuído ou ausente 
 
CICATRIZAÇÃO 
 A cicatrização ocorre com tecidos incapazes de uma 
reconstituição completa, em que as estruturas de suporte estão 
danificadas gravemente. A cicatrização é um processo de reparo por 
deposição de tecido conjuntivo (fibroso). 
 O processo de cicatrização da ferida com perda de epiderme e 
derme é contextualizado dentro de quatro principais fases: 
hemostasia, inflamação, proliferação e remodelação. As 
quatro fases se sobrepõem como em uma cascata de eventos. O 
estímulo químico e substâncias produzidas pelas células de uma fase 
induzem a ferida à próxima fase. 
Hemostasia 
 Sangramento da pele ativa uma série de eventos com a 
finalidade de promover a hemostasia e uma barreira temporária 
para a entrada de bactérias. Há a formação de coágulos, composto 
por fibrina, plaquetas agregadas e células sanguíneas. 
 
 A hemostasia (interrupção fisiológica de uma hemorragia ou 
para os procedimentos que têm por finalidade conter sangramentos) 
é, na verdade, o que inicia a cascata de cicatrização da ferida. 
1. Fase Inflamatória 
Estabelecimento de um leito limpo, que envolve: 
- A quebra de tecido desvitalizado ou danificado 
- Eliminação do excesso de bactérias, através de células 
brancas. 
 
• Clinicamente observa-se: Hiperemia, calor, edema e dor. 
 
 
 
 
2. Fase Proliferativa 
• Após 72 horas, dura de 12 a 14 dias. 
 
 Começa a produção de mais colágeno na região, que 
vai permitir que a pele lesionada comece a se recompor. 
O processo é acompanhado por intensa migração e 
multiplicação celular. A cicatriz fica com aspecto 
avermelhado. Ocorre o processo de epitelização das 
células (o excesso de células novas começa a ser 
desgastado; de modo que o local da cicatriz tende a ter 
textura semelhante à da área em torno da lesão). 
3. Fase de Maturação 
• Duração indeterminada, que pode variar de 
meses a anos. É a etapa em que ocorre a 
reorganização do colágeno, em que a cicatriz fica 
mais esbranquiçada e ganha mais força de 
tensão. A cicatriz ganha coloração semelhante à 
pele de seu entorno. 
Características das feridas crônicas: 
Tipos de tecido 
 Podem ser classificados em: 
Viáveis 
Tecidos saudáveis, 
propícios para a 
evolução do processo 
de cicatrização. 
Inviáveis 
Tecidos desvitalizados, 
prejudiciais para a 
evolução da ferida. 
Características como cor, textura, consistência e grau de umidade auxiliam o 
avaliador a identificar o tipo de tecido presente no leito da ferida. 
Características das feridas crônicas: 
Tecido Necrótico ou desvitalizado e 
Tecido com Esfacelo ou Fibrina 
 Estão associados a alterações da oxigenação tissular, 
desidratação do local ou aumento na carga bacteriana. 
 Necrose - Escara 
 Aspecto seco, de coloração preta ou 
marrom, endurecido e firmemente 
aderido ao leito. 
 
Esfacelo ou Fibrina 
 Aspecto úmico, amolecido, de coloração 
amarela, branca ou verde, consistência 
mucóide e macia, frouxo ou aderido ao 
leito da ferida. 
 
 
 
 Essas modificações nas características do 
tecido necrótico contribuem para que o leito da 
ferida torne limpo e favorece o desenvolvimento 
de tecido viável, o tecido de granulação e o 
tecido epitelial. 
Tecido de Granulação 
 É composto por tecido conjuntivo e por capilares recém-
formados, que caracterizam a fase proliferativa do processo de 
cicatrização. Desse modo, tem a aparência úmida, rosada e 
granular – “aspecto de framboesa”. 
 
 Esse tecido é importante para a epitelização (Redução da 
vascularização e aumento do colágeno), uma vez que age 
como uma matriz de suporte rica em nutrientes favoráveis à 
migração celular. 
 
 O tecido de granulação pálido, de aspecto pouco granular ou 
liso, é considerado um tecido limpo, no entanto possui capacidade 
diminuída para migração celular, com a neoangiogênese retardada. 
 É comum haver combinações de diferentes tipos de tecido no 
leito na mesma ferida. Para a documentação dessas características, é 
adequado descrever a distribuição dos tipos de tecido, em 
porcentagem. 
 
40% do leito da ferida 
com tecido de granulação 
50% com esfacelo 
amarelado 
10% de epitélio 
Tipos de Cicatrização 
 Maneira pela qual uma ferida é fechada ou 
“deixada" fechar é essencial para o processo de 
cicatrização. Existem três formas pelas quais 
uma ferida pode cicatrizar que dependem da 
quantidade de tecido perdido ou danificado e da 
presença ou não de infecção, são elas: 
Tipos de Cicatrização 
• Cicatrização por 1ª intenção: 
 Mínimo de perda tecidual 
 Resposta inflamatória rápida 
 Menor índice de complicações 
 Bordas regulares unidos por suturas 
 Cicatrizações são discretas, com menor índice de 
defeitos 
 
Tipos de Cicatrização 
• Cicatrização por 2ª intenção: 
 É consequência de complicações 
Ferimentos com grande perda tecidual com presença ou não 
de infecção. 
Período cicatricial mais prolongado devido a resposta 
inflamatória intensa 
Maior incidência de defeitos cicatriciais (cicatriz hipertrófica e 
quelóide) 
Se fecharão por meio de contração e epitelização. 
Tipos de Cicatrização 
• Cicatrização por 3ª intenção: 
 Modalidade de tratamento de feridas se destina 
àquelas em que o fechamento primário imediato não 
é possível. 
 A ferida pode ser tratada,inicialmente, com 
desbridamento cirúrgico, curativos, 
antibioticoterapia e, após o controle da infecção, ser 
fechada com sutura. 
VAMOS EXERCITAR ? 
 
 
Causa: Cirúrgica 
Evolução: Aguda 
Grau de Cont.: Limpa 
Comp. Tecidual: Superficial 
Cicatrização: Por 1ª intenção 
 
 
Causa: Patológica – Úlcera Venosa 
Evolução: Crônica 
Grau de Cont.: Contaminada 
Comp. Tecidual: Perda Parcial 
Cicatrização: Por 2ª intenção 
Tecido:Fibrina ou Esfacelo 
Tipo de tecido: Inviável 
Região: Maléolo Medial interno E. c 
 
Causa: Patológica – Úlcera Venosa? 
Evolução: Crônica 
Grau de Cont.: Contaminada 
Comp. Tecidual: Perda Parcial 
Cicatrização: Por 2ª intenção 
Tecido: Epitelização 
Tipo de tecido: Viável 
Região: ? 
 
 
Causa: Patológica – 
Leão por pressão – Estágio 3 
Evolução: Crônica 
Grau de Cont.: Contaminada 
Comp. Tecidual: Perda parcial 
Cicatrização: De ou por 2ª intenção 
Tecido: Esfacelo ou Fibrina 
Tipo de Tecido: Inviável 
Região: ? 
 
 
Causa: Patológica – 
Leão por pressão não- classificada 
Evolução: Crônica 
Grau de Cont.: Contaminada 
Comp. Tecidual: - 
Cicatrização: De ou por 2ª intenção 
Tecido: Necrose 
Tipo de tecido: Inviável 
Região: ? 
Avaliando a Ferida 
1. Mensuração 
2. Extensão do tecido envolvido 
3. Localização Anatômica 
4. Tipo de tecido no leito da ferida 
5. Cor do Tecido 
6. Exsudato 
7. Bordas da ferida 
8. Infecção 
1. Mensuração 
 A utilização de parâmetros quantitativos na 
avaliação permite monitorar a evolução da 
ferida, e documentá-la, de modo objetivo. Para 
tanto, é possível dimensionar o tamanho da 
lesão, e considerá-lo como um indicador de 
cicatrização. 
1. Mensuração 
 A dimensão do tamanho da ferida pode ser obtida por métodos variados 
de mensuração, que podem ser: 
 
BIDIMENSIONAL (Dados sobre a área da ferida) 
Indicado para feridas superficiais, que não apresentam profundidade. 
 Medida Linear (comprimento e largura) 
 Fotografia 
 Decalque (acetato) 
 
TRIDIMENSIONAL (Fornece o volume da ferida) 
 Indicado para mensurar a espessura total da ferida. 
 Medida Linear (comprimento X largura X profundidade) 
 Molde (volume) 
 Curativo de espuma 
 
1. Mensuração 
 Método Linear 
 Através deste método é possível mensurar 
comprimento, largura, profundidade, 
lojas e túneis presentes,por meio dos quais é 
possível estimar área e volume da ferida. 
 
1. Mensuração 
 Para a fidedignidade da leitura das medidas, a cada 
avaliação, é importante mensurar a ferida com a pessoa 
na mesma posição, sempre que possível, em local 
iluminado. 
 Outros métodos de mensuração podem ser adotados 
para medir e documentar a ferida, com vantagens e 
desvantagens entre si. 
 
 
1. Mensuração 
 A documentação de feridas através de 
fotografia permite observar e comparar alterações 
no estado da ferida. Entretanto, se limita a 
abordagem bi-dimensional, e a aparência real da 
ferida pode estar modificada na foto, como 
consequência do processo de imagem e cor. As 
fotografias subsequentes devem ser feitar da mesma 
distância e posição que as anteriores. 
1. Mensuração 
 É possível obter traçados dos perímetro externo 
da ferida, utilizando um papel transparente ou 
acetato e uma caneta. Este método é fácil e pode ser 
comparado com traçados subsequentes, porém 
algumas feridas podem estar localizadas em 
posições do corpo, que dificultam a realização do 
traçado. Apenas parâmetros bidimensionais podem 
ser avaliados. 
 
 
2. Extensão do tecido envolvido 
 Estruturas envolvidas 
Estadiamento 
Estadiamento de Feridas – 
 Estruturas envolvidas 
 De acordo com a profundidade 
(comprometimento estrutural): 
 Superficial: envolve até a derme; 
 Profunda superficial: envolve até subcutâneo; 
 Profunda total: envolve músculo e estruturas 
adjacentes 
 
Dificuldade: caracterizar uma ferida com tecido 
necrótico. 
 
Estadiamento de Feridas 
 De acordo com a extensão (área) = cm² 
 Pequena: menor que 50 cm² 
 Média: maior que 50 cm² e menor que 150 cm² 
 Grande: maior que 150 cm² e menor que 250 cm² 
 Extensa: maior que 250 cm² 
 
 Existindo mais de uma ferida no mesmo membro ou 
na mesma área corporal, com uma distância mínima 
entre elas de 2 cm, far-se-á a somatória de suas 
maiores extensões (vertical e horizontal) 
 
3. Tipo de tecido no leito da ferida 
 
 Tecidos viáveis: Granulação e epitelização 
 
Tecidos inviáveis: Fibrina desvitalizada, tecidos 
necróticos 
 
 
4. Localização Anatômica 
 
 Para documentação, escrever qual o local que 
se encontra a ferida. 
Exemplo: Região Sacra 
 Potencial de contaminação 
5. Cor do Tecido 
Características do Tecido de Granulação 
SADIO 
• Vermelho vivo 
• Brilhante 
• Não sangra facilmente 
DOENTE 
• Vermelho escuro 
• Sem brilho ou ressecado 
• Sangra com abundância 
6. Exsudato 
 Líquido rico em proteínas e células é um dos elementos 
fisiológicos do processo de cicatrização. Na fase inflamatória, o 
aumento da permeabilidade vascular faz com que extravase do meio 
intracelular para o extracelular, para a manutenção do leito úmido. 
 Fatores de crescimento presentes em sua composição 
estimulam a migração celular, desbridamento e limita o crescimento 
bacteriano. Assim como a ausência, o excesso de exsudato é 
prejudicial. No decorrer do processo, pode sofrer modificações em 
suas características, que indicam a evolução da ferida. 
 Para a avaliação do exsudato, é necessário considerar cor, odor e 
quantidade. Essas características permitem classificá-los: 
 
 A descrição da quantidade de exsudato é subjetiva. As 
alterações na quantidade de exsudato devem considerar 
como referência o grau de saturação presente a cada 
avaliação e compará-las entre si: 
• Exsudato em pequena quantidade: gaze ou curativo pouco 
úmido (<25%); 
• Moderada quantidade: gaze ou curativo úmido (>25% <75%) 
• Grande quantidade: curativo muito sujo, com 
extravasamento de exsudato para o exterior ou mais que 75% 
da ferida coberta. 
 
6. Exsudato 
 Volume 
 Odor 
 Cor 
 Consistência 
 
Pode ser: Seroso, serosanguinolento, sanguinolento e 
purulento. 
QUANTIDADE: 
 Secas (sem exsudação) 
 Leve Exsudação (1 a 2 ml/24 horas) 
 Moderada Exsudação (2 a 5 ml/24 horas) 
 Intensa Exsudação (mais que 5ml/24 horas) 
 
7. Bordas da Ferida 
Epitelização 
Necrose 
Isquemia (diminuição ou suspensão da irrigação 
sanguínea, numa parte do organismo, ocasionada por 
obstrução arterial ou por vasoconstrição) 
Macerada 
Irregular 
Infecção 
Contaminação 
8. Infecção 
DIFICULDADE NA IDENTIFICAÇÃO DE FERIDAS INFECTADAS 
 
 Os sintomas de inflamação da fase inicial podem ser 
confundidos com sintomas de infecção 
Doenças imunossuprimidos podem não apresentar 
sintomas clássicos de inflamação ou sequer de 
infecção 
Uma ferida que não cicatriza pode ser o único 
sintoma da presença de infecção 
 
 
• Localização: Não se aplica 
• Evolução: Crônica 
• Estágio: 4 
• Grau de Contaminação: Infectada 
• Comprometimento Tecidual: Perda Total 
• Tipo de Tecido: Inviável 
• Tecido:Granulação doente 
• Exsudato: Seroso 
• Borda da ferida: Irregular, 
• Tipo de Cicatrização: por 2ª intenção 
 
 
 
Fatores que interferem na cicatrização 
• Fatores Locais 
São fatores ligados à ferida, que podem interferir no 
processo cicatricial, tais como: 
- Dimensão e profundidade da lesão , 
- Grau de contaminação 
- Presença de secreções, hematoma e corpo estranho, 
- Necrose tecidual e infecção local 
Fatores que interferem na cicatrização 
• Fatores Sistêmicos: 
- Faixa etária: A idade avançada diminui a resposta inflamatória. 
- Estado Nutricional: O estado nutricional interfere em todas as fases 
da cicatrização. A deficiência de proteínas, carboidratos, gorduras,vitaminas do complexo B, Vitaminas K, A e C e Zinco fazem com que 
o organismo torne-se deficitário para suprir os processos 
energéticos celulares, a síntese de colágeno e a integridade da 
membrana capilar, interferindo também na prevenção de infecções. 
Fatores que interferem na cicatrização 
• Doenças Crônicas: Patologias como diabetes, câncer, doença 
vascular periférica, insuficiência renal, hipertensão arterial, alteram 
o metabolismo, exigindo que o profissional monitore de perto o 
cliente por meio de exames específicos; 
• Drogas e medicamentos: A associação medicamentosa pode 
interferir no processo cicatricial, como, por exemplo: 
- Antiinflamatórios, antibióticos, esteróides e agentes 
quimioterápicos. 
• Tratamento Tópico Inadequado 
QUERIMADURAS 
 As queimaduras são lesões decorrentes de 
agentes (tais como a energia térmica, química ou 
elétrica) capazes de produzir calor excessivo que 
danifica os tecidos corporais e acarreta a morte 
celular. 
 
Tipos de Queimaduras 
 Existem vários agentes causais para 
as queimaduras que se incluem em 
quatro grupos principais: 
 
• Queimaduras térmicas: são as mais 
frequentes e que resultam da 
transferência de energia de uma fonte de 
calor para o organismo. Podem ser 
provocadas por calor seco ou úmido 
(água quente, vapor de água, fogo, etc). 
 
Queimaduras elétricas: podem ser causadas 
por “flash” elétrico ou pela passagem direta de 
corrente elétrica através do corpo. O flash elétrico 
produz queimaduras idênticas às térmicas. A 
passagem direta de corrente elétrica pelo corpo 
provoca destruição tecidual interna. A lesão visível 
não reflete os danos que os tecidos subjacentes 
sofreram com a condução elétrica. Habitualmente 
este tipo de lesão apresenta uma porta de entrada 
(local de contacto com a corrente elétrica) e uma 
porta de saída (local de saída de corrente após uma 
trajetória pelo corpo). A sua gravidade depende do 
tipo de corrente, da quantidade de corrente, da 
duração do contato e do seu trajeto. 
 
• Queimaduras químicas: podem 
ser provocadas por ácidos (ex. ácido 
clorídrico) ou bases (ex. soda 
caustica, lixívia). Estes produtos 
quando absorvidos podem provocar 
lesão para além da pele, os órgãos 
internos. O grau de destruição dos 
tecidos depende da natureza do 
agente químico, da sua concentração 
e da duração de contato com a pele. 
 
• Queimaduras por radiação: são causadas pela transferência de 
radiação para o corpo. A mais comum é a radiação solar. 
• Associado a estes tipos de queimadura pode existir também 
queimadura inalatória, classificada como uma lesão causada por 
calor, em que existe inalação de monóxido de carbono ou fumo (que 
contém outros diferentes tipos de gases). 
 
Classificação das queimaduras 
As queimaduras podem ser classificadas quanto ao: 
• Agente causador 
• Profundidade ou grau 
• Extensão ou severidade 
• Localização 
• Período evolutivo 
 
Agente Causador 
• Físicos 
Temperatura: vapor, objetos aquecidos, água quente, chama, 
etc. 
Eletricidade: corrente elétrica, raio, etc. 
Radiação : sol, aparelhos de raios X, raios ultravioletas, 
nucleares, etc. 
• Químicos 
 Produtos químicos: ácidos, bases, álcool, gasolina, etc. e 
• Biológicos 
 Animais: lagarta-de-fogo, água-viva, medusa, etc. 
Vegetais: o látex de certas plantas, etc. 
 
Grau de Queimadura 
Tais agravos podem ser classificados como: 
• Queimaduras de 1º Grau 
• Queimaduras de 2º Grau 
• Queimaduras de 3º Grau 
Profundidade da queimadura 
Primeiro Grau (espessura superficial) – Eritema Solar: 
 Afeta somente a epiderme, sem formar bolhas. 
Apresenta vermelhidão, dor, edema e descama 
em 4 a 6 dias. 
Queimadura de 1º Grau 
Profundidade da queimadura 
Segundo Grau (espessura parcial- superficial e 
profunda): 
 Afeta a epiderme e parte da derme, forma bolhas ou 
flictenas. 
 Superficial: a base da bolha é rósea, úmida e dolorosa. 
 Profunda: a base da bolha é branca, seca, indolor e 
menos dolorosa (profunda), 
 A restauração das lesões ocorre entre 7 e 21 dias. 
Queimadura de 2º Grau 
Profundidade da queimadura 
Terceiro Grau (espessura total): 
 Afeta a epiderme, a derme e estruturas profundas. 
 É indolor. 
Existe a presença de placa esbranquiçada ou enegrecida. 
 Possui textura coreácea. 
 Não reepiteliza e necessita de enxertia de pele (indicada 
também para o segundo grau profundo). 
Queimadura de 3º Grau 
 
Extensão da queimadura 
 O importante na queimadura não é o seu tipo 
e nem o seu grau, mas sim a extensão da pele 
queimada, ou seja, a área corporal atingida. 
Extensão da queimadura 
 Regra dos nove (urgência) em criança e adulto 
 A superfície palmar do paciente (incluindo os dedos) 
representa cerca de 1% de área queimada. 
 Áreas nobres/queimaduras especiais: Olhos, orelhas, face, 
pescoço, mão, pé, região inguinal, grandes articulações 
(ombro, axila, cotovelo, punho, articulação coxofemural, 
joelho e tornozelo) e órgãos genitais, bem como queimaduras 
profundas que atinjam estruturas profundas como osso, 
músculos, nervosos e/ou vasos desvitalizados. 
 
Avaliação da extensão da queimadura 
 Uma regra prática para avaliar a extensão 
das queimaduras pequenas ou localizadas, é 
compará-las com a superfície da palma da mão 
do acidentado, que corresponde 
aproximadamente a 1% da superfície corporal. 
• Para queimaduras maiores e mais espalhadas, 
usa-se a REGRA DOS 9%: 
 
Adulto de Frente Adulto de Costas 
9% = os 2 braços 9%= costas 
9% = tórax 9% = abdome 
9% = abdome 9% = perna direita 
9% = perna direita 9% = perna esquerda 
9% = perna esquerda 9% = 0s 2 braços 
9% = os 2 braços 
1% = órgãos genitais 
55% = Subtotal 45% = Subtotal 
55%(frente) + 45%(costas) = 100% da área do corpo. 
Regra dos Nove - Adulto 
Regra dos Nove - Criança 
Gravidade da queimadura: 
Queimadura leve 
• Queimaduras de 1° grau em qualquer idade 
• 2° grau com 5% de área queimada em menores 
de 12 anos ou 10% em maiores. 
Gravidade da queimadura: 
Queimadura grave 
• Extensão/profundidade maior do que 20% de Superfície Corpórea 
Queimada (SCQ) 
• Extensão/profundidade maior do que 10% de SCQ em crianças 
• Idade menor do que 3 anos ou maior do que 65 anos 
• Presença de lesão inalatória 
• Politrauma e doenças prévias associadas 
• Queimadura química 
• Trauma elétrico 
• Áreas nobres/especiais 
• Violência, maus-tratos, tentativa de autoextermínio (suicídio) 
 
 
• Localização 
• Período Evolutivo 
Infecção da área queimada: 
 Mudança da coloração da lesão 
 Edema de bordas das feridas ou do segmento corpóreo afetado 
 Aprofundamento das lesões 
 Mudança do odor (cheiro fétido) 
 Descolamento precoce da escara seca e transformação em escara úmida 
 Coloração hemorrágica sob a escara 
 Celulite ao redor da lesão 
 Vasculite no interior da lesão (pontos avermelhados) 
 Aumento ou modificação da queixa dolorosa. 
Aspectos éticos no tratamento de feridas 
IMPERÍCIA 
 É execução de uma função sem a plena 
capacidade para tal. Cometer um erro por falta 
de conhecimento ou habilidade, como, por 
exemplo, um acadêmico ou profissional não 
habilitado que realiza o procedimento do 
curativo de forma adequada. 
Aspectos éticos no tratamento de feridas 
IMPRUDÊNCIA 
 É o erro cometido com conhecimento das regras, 
porém não executado com as cautelas exigidas no 
tratamento da ferida. Por exemplo, o profissional 
preparado insistisse em realizar um curativo sem o 
diagnóstico ou material adequado, ou caso o 
acadêmico, desacompanhado de seu instrutor, 
executasse o curativo sem a plena convicção do 
diagnóstico e, ainda, sem solicitar auxílio. 
Aspectos éticos no tratamento de feridas 
NEGLIGÊNCIA 
 Não obstante todas essas condutas tenham de 
ser evitadas, a negligência é considerada, no âmbito 
ético-profissional,a mais grave dos três. É o erro 
cometido com consciência de como deve ser feito o 
tratamento da ferida e sem a existência de algum 
fator de impedimento, porém, por meio desleixo, 
menosprezo ou indolência, não é realizado 
adequadamente.

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