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Clinica 1 proteção do complexo dentino pulpar COMPLEXO DENTINO PULPAR – OBJESTIVOS DA AULA - componentes: dentina (reacional e reparadora) e polpa (injurias: caries, trauma oclusal, preparo cavitario) - materiais: isolante térmico, formação barreira mineralizadora, biocompativel, adesão, manutenção e recuperação pulpar, forramento (hidróxido de cálcio “Ca(OH)” e MTA), base (biodentine, CIV, oxido de zinco e eugenol) - técnicas: tratamento expectante, capeamento direto, capeamento indireto COMPONENTES - dentina e pré dentina - polpa, composta pela zona pobre, zona rica e região central da polpa - na dentina existem túbulos, nesses túbulos passam o fluido dentinario, que é essencial para a defesa/proteção da dentina. - existe a dentina peritubular (menos conteúdo de colágeno e maior mineral) e a dentina intertubular (entre os anéis da dentina peritububar) - a polpa é constituída 75% de agua e 25% de matéria orgânica, ela é altamente vascularizado e inervado. Ela é conectada com os nervos e vasos por meio do forame apical. É formada por uma camada odontoblastica, ela diminui a permeabilidade da dentina, funciona como um fator de proteção, além dela produzir a dentina. - a polpa possui mecanismos inerentes para limitar os danos causado por agentes agressores. São eles: esclerosamento dos túbulos dentinários, formação de dentina tercearia, sensibilidade dolorosa. - tipos de dentina terceária: - dentina reparadora: objetivo é aumentar a distancia da polpa até a carie. Evita: exposição pulpar, lesão de carie profunda, preparo cavitário sem refrigeração adequada. - dentina reacional: ela é fabricada pelos prolongamentos de odontoblastos que sobreviveram aos danos da carie. - dentina reparativa: é produzida por odontoblastos novos. - esclerose dentinária: funciona como uma primeira proteção da polpa, eles são escuros e de tecido duro. PRINCIPAIS CAUSAS DE INJURIAS PULPARES - Carie (ativa) - promove estímulos inflamatórios que se difundem até a polpa - a dentina cariada infectada, ela possui fragmentos de dentes, resto de alimento, muitas bactérias, degradação de dentina. Não é passível de recuperação. - dentina afetada: em baixo da dentina infectada, ainda é passível de recuperação, ainda pode ser remineralizada - Preparo cavitário - a resposta da polpa vai variar de acordo com os fatores técnicos e clínicos empregados - fatores técnicos: pressão do corte, calor friccional, desidratação da dentina - fatores clínicos: condição inicial da polpa, quantidade e qualidade da dentina remanescente. - instrumentos rotatórios causam a movimentação do fluxo dentinário porque existe aumento da temperatura. Então é necessário a refrigeração para minimizar a temperatura, estudos mostram que aumentar 5º a mais que o normal, já pode causar injuria pulpar. - como minimizar os danos causados pelo preparo cavitário: utilizar instrumentos rotatórios novos, refrigeração abundante, corte intermitente, aplicar menor pressão de corte. - Trauma oclusal - ex: restaurações com contatos exagerados transferem sobrecarga mastigatória para o dente restaurado, estimulando o periodonto e a pressão intrapulpar - pode ser agudo, ex: quando mordemos uma pedra na comida. E o crônico, ex: quando se perde um dente e muda a oclusão. - aumento da pressão intrapulpar torna o dente mais sensível às variações térmicas, principalmente ao frio. - o mínimo excesso oclusal, causa suficiente desconforto para o retorno ao dentista. - como minimizar: em casos de restauração: ajustar contatos após realização das restaurações, em máxima intercuspidação, lateralidade, protrusão, relação Centrica. Em casos de dentes perdidos: reabilitação com implante ou prótese. - Procedimento restaurador e restauração - condicionamento acido: causa movimentação do fluido no interior da dentina, porque ele é hipertônico e pode causar reação pulpar e gerar sensibilidade. - adesivo; apresenta muitos componentes e alguns podem ser tóxicos quando colocados em contato direto com a polpa. E alguns desses podem não ser polimerizados durante a fotopolimerização e então vai causar a injuria a polpa. - agentes químicos da restauração (resina, CIV etc) - restauração mal feita, com espaços entre o dente e restauração, podendo criar um espaço ótimo para bactérias e posterior inflamação. FATORES QUE ORIENTAM A ESTRATEGIA DE PROTEÇÃO DO COMPLEXO DETINOPULPAR - Profundidade da cavidade - determinada pela espessura de dentina remanescente entre o assoalho da cavidade e o teto da câmara pulpar. Como caracterizar a profundidade? - 1: superficiais: ultrapassam ligeiramente a junção amelodentinaria - 2: rasas: ultrapassam cerca de 0,5-1mm da junção amelodentinaria - 3: medias: ultrapassam de 1-2 mm da junção amelodentinaria - 4: profundas: ultrapassam metade da dentina remanescente - 5: bastante profundas: dentina remanescente menor de 0,5mm - idade do paciente - quanto mais idade o paciente tiver, mais dentina esse paciente terá e consequente diminuição da câmara pulpar - Quantidade e qualidade da dentina remanescente - se ainda existir 2mm de dentina, não é necessário usar nenhum material protetor - dentina esclerosada, substrato menos permeável. Com túbulos dentinários parcialmente ou totalmente obliterados. MATERIAIS - requisitos dos agentes de proteção pulpar: - bom isolante térmico e elétrico - propriedades bactericidas e bacteriostáticas - estimular a recuperação das funções biológicas da polpa - favorecer a produção de dentina terceária ou esclerosada - adesão a estrutura dentaria - ser biocompátivel - inibir a penetração de ions metálicos no dente - evitar ou inibir a infiltração bacteriana - ser inócuo à polpa - resistência mecânica suficiente para suportar os esforços mastigatórios QUAL MATERIAL UTILIZAR? - de forramento ou de base? FORRAMENTO - protege a polpa das agressões externas - estimula a formação de barreira mineralizada - se apresentam na forma de pó, líquido ou pasta - formam uma camada bem fina - requisitos para os agentes de forramento: - propriedades biológicas que favoreça a cicatrização da polpa - reduzir os efeitos tóxicos e deletérios dos materiais restauradores definitivos - características bactericidas e bacteriostáticas - exemplos: hidróxido de cálcio e MTA BASE - proteger o material de forramento - reconstruir a dentina perdida - diminuir a quantidade de material restaurador definitivo - adequar o preparo cavitário. - são colocados em cavidades medias e profundas. - exemplos: CIV, Oxido de zinco e eugenol HIDROXIDO DE CALCIO - propriedades - estimula a formação de dentina reparadora - pH alcalino - protege a polpa contra estímulos térmicos e elétricos - ação antimicrobiana - formas de apresentação: - pó: hidróxido de cálcio pa. Ele é feito para ser colocado em contato direto com a polpa, quando há exposição. pH mais alto - pasta: pó de Ca(OH) e solução (agua destilada, ação anestesica). pH mais alto. - cimento autoativados (pasta base + pasta catalisadora, proporção de 1:1 por 10 segundos, tempo de trabalho: 2-3 minutos). São usados em cavidades profundas e só um pontinho de material no lugar mais próximo da polpa. - quando é colocado em pó ou pasta em contato direto com a polpa: ocorre cauterização química superficial, gerando uma zona de necrose superficial. Meio alcalino é propicio à deposição mineral, além de inibir a proliferação bacteriana. A solubilidade elevada é importante na liberação dos ions hidroxila e no papel cauterizador MTA - mineral trioxido agregado - surgiu com o objetivo de selar as comunicações entre o exterior e o interior do dente - indicações: - perfurações resultantes de absorções externas e internas - tratamento conservador da polpa: curetagem, pulpotomia e capeamento pulpar - propriedades: - biocompativel - estimula a formação de ponte de dentina - atividade antimicrobiana - resistência mecânica - possibilidade de utilizar em superfícies úmidas - componentes - silicato dicalcio - silicato tricalcio - aluminatotricalcio - gesso BIODENTINE - boas características de manuseio - a base de silicato de cálcio (MTA) - produz hidroxapatita - induz diferenciação de células pulpares - maior resistência a compressão e flexão – substituto de dentina OXIDO DE ZINCO E EUGENOL - selador de canais radiculares - base para restaurações (só que não ás de resina) - restaurações provisórias - cimentos cirúrgicos - material de moldagem funcional - não é bom ser colocado em contato direto com a polpa - manipulação: - espatulação 40-50 segundos, tempo de trabalho de 4-10 minutos. - é necessário agitar o pó - propriedades: - baixa propriedade mecânica quando comparado ao CIV - uso justificável pelas propriedades terapêuticas de eugenol e hidróxido de zinco - atividades terapêuticas do eugenol - entra em contato diretamente com os microorganismos, inibe seu metabolismo - atividade antimicrobiana, inibem a síntese de prostaglandinas - sedativo, inibição da atividade de células nervosas locais CIMENTO DE IONOMERO DE VIDRO CONVENCIONAL - adesão: dentina condicionada com ac poliacrilico remove resíduos, superfície limpa. Ocorre troca iônica. Ions de poliacrilico e cálcio e fosfato do dente - estética: inferior/opacidade - resistência: como base, resistência mecânica suficiente - solubilidade: necessitam de proteção do meio bucal para minimizar dissolução (presa total: 2 dias) - flúor: liberam ao se dissolverem; diminui a formação de carie de esmalte adjacente à restauração; absorvem ions fluoretos provenientes de dentifrícios e soluções tópicas. - proteção pulpar: contato direto, área de necrose, material de forramento. Bons isolantes térmicos e elétricos - coeficiente de expansão térmica: similar ao dente - proteção da superfície: verniz, resina natural (copal) ou sintéticas (acetato de celulose) TECNICAS DE PROTEÇÃO DO COMPLEXO DENTINO PULPAR - fator a ser observado: grau de comprometimento pulpar 1- capeamento pulpar indireto: - é quando não ocorreu contato direto com a polpa - função de bloquear os estímulos térmicos, elétricos e químicos, decorrentes das restaurações e do meio bucal - manter um ambiente cavitário apropriado, para manutenção ou recuperação da condição pulpar - exercer ação terapêutica sobre o complexo dentinopulpar - evitar ou reduzir a infiltração e crescimento de bactérias sob as restaurações - interagir com as restaurações, melhorando suas propriedades de selamento cavitário - dissipar as forças de condensação durante a inserção de materiais compatíveis (pouco usado com essa finalidade) 2- tratamento expectante - se faz tipicamente em pacientes jovens com lesão de carie aguda de rápida evolução - indicado em lesões profundas com risco de exposição pulpar - tem função de bloquear a penetração de agentes irritantes que podem atingir a polpa através da lesão cariosa - interrompe o circuito metabólico proporcionado pelos fluidos bucais às bactérias remanescentes no assoalho da cavidade - inativar bactérias pela ação bactericida ou bacteriostática dos materiais odontológicos - bloqueia a penetração de agentes irritantes que podem atingir a polpa através da lesão cariosa - remineraliza a dentina cariada afetada - hiper mineraliza a dentina subjacente - estimula a formação de dentina terceária (reacional ou reparadora) - é realizada durante duas sessões: A 1º sessão é composta pela anamnese, diagnostico clinico e radiográfico, remoção da dentina cariada infectada, limpeza da cavidade, aplicação da pasta de hidróxido de cálcio, vedação da cavidade com CIV, proservação de 30-60 dias. A 2º sessão é composta pela definição do prognostico (radiografia, teste de sensibilidade), remoção do material provisório, avaliação da dentina remanescente, forramento com cimento de hidróxido de cálcio, CIV modificado por resina, restauração definitiva. - qual a diferença do capeamento pulpar indireto e o tratamento expectante? resposta: o tratamento expectante é um capeamento pulpar indireto, só que no tratamento expectante ainda é deixado um remanescente de dentina cariada afetada que ainda pode ser recuperada, mas que se for tirada vai ser exposta a polpa e que no capeamento pulpar indireto é deixado uma boa camada de dentina e ainda é restaurado tudo no mesmo dia. CAPEAMENTO PULPAR DIRETO - Já tem um grau de comprometimento pulpar - deve ser avaliado: - extensão da perfuração - tempo de perfuração - tempo de exposição - visa ao restabelecimento pulpar - promove a formação de uma barreira mineralizada - usa-se hidróxido de cálcio em pó ou pasta em contato direto com a polpa.
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