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Nathália Machado – Tut 01 Ativação de linfócitos B Os LB são as células representativas da resposta imune humoral. Em resposta a qualquer injúria, seja patogênica ou não, inicialmente teremos a atuação dos mecanismos inatos, através das células residentes. As células locais reconhecem o invasor ou causador da injúria, gera uma rápida ativação das células residentes que iniciam o combate e, ao mesmo tempo, secretam citocinas inflamatórias para recrutar mais células e formar o infiltrado inflamatório. Mesmo que a imunidade inata não consiga erradicar a infecção, é importante forma de controle do crescimento microbiano para que não haja disseminação, uma vez que controlar uma infecção localizada é mais fácil que uma infecção que se disseminou pelo organismo. Além das células, tem-se os mecanismos solúveis, a exemplo do sistema complemento. Enquanto esse processo ocorre, lentamente a imunidade adaptativa se desenvolve e é mais eficaz por ter características que a inata não possui, como elevada especificidade de reconhecimento e resposta, ampla gama de receptores com afinidade para diferentes epítopos (diversidade), memória imunológica, autolimitação e autotolerância. Na imunidade celular temos os linfócitos citotóxicos que matam diretamente por citotoxicidade, liberando grânulos, e linfócitos auxiliares que secretam citocinas com o objetivo de ativar outras células. Th1 -> ativa macrófagos Th17 -> recruta neutrófilos Quando se fala em imunidade humoral teremos os mastócitos, que são células residentes, e basófilos e eosinófilos que são células sanguíneas que vão apoiar o trabalho iniciado pelos mastócitos. Linfócitos A atuação dos linfócitos se inicia com o reconhecimento através dos receptores TCR e BCR e cada clone ativado tem uma especificidade por determinados epítopos. Os linfócitos são produzidos nos órgãos linfoides primários (medula óssea e timo). Depois de produzidos, saem desses órgãos e ficam circulando pelo sangue e linfa, passeando pelos órgãos linfoides periféricos. Nos órgãos linfoides periféricos os linfócitos têm a possibilidade de encontrar os antígenos. Muitos dos linfócitos produzidos completam seu ciclo de vida e morrem antes mesmo de encontrar um antígeno, eventualmente algum encontrará e será ativado. Os LT precisam de apresentação do antígeno pelas APC, como as DC, para serem ativados. Então é necessário que uma célula Nathália Machado – Tut 01 dendrítica imatura reconheça e fagocite o antígeno, após o processamento ela adquire um fenótipo maduro para migrar para o linfonodo. No linfonodo ela já expressa muitas moléculas de MHC e coestimuladores para apresentar se forma eficaz esses antígenos proteicos para os linfócitos T auxiliares e citotóxicos. Os LB, por sua vez, não precisam de apresentador de antígeno. Eles conseguem reconhecer o antígeno em sua conformação natural, o receptor BCR consegue reconhecer diretamente esse antígeno e, a partir daí, se ativa. Reconhecimento antigênico: ocorre devido ao complexo BCR que é o receptor da célula B, formado por duas estruturas, uma delas é o receptor anticorpo de membrana que é da classe IgM ou IgD, que faz o reconhecimento do epítopo. Os linfócitos B precisam de dois sinais para se ativar, o primeiro é através do reconhecimento do antígeno na interação com o complexo BCR. O segundo sinal depende de qual forma o linfócito B é ativado, se for timo-dependente ou timo-independente, o que depende da natureza antigênica. Se o antígeno for proteico, ele precisa ser apresentado via MHC para o linfócito T auxiliar para que ele coestimule o linfócito B. Nesse caso, o linfócito T auxiliar fornece o segundo sinal de ativação para o linfócito B. Se o antígeno não for de natureza proteica não existe a necessidade da participação do linfócito T auxiliar. A forma de ativação do linfócito B influencia na qualidade e na quantidade dos anticorpos que são produzidos e secretados por essas células. Quando a ativação é timo- dependente, no caso do antígeno proteico, a resposta humoral é mais robusta e consistente. Quando a ativação é timo- independente, antígeno não proteico, a resposta imune é mais branda e simples. Ativação timo-independente: Nesse caso, o receptor BCR reconhece o antígeno e esse reconhecimento gera uma sinalização intracelular. Essa sinalização será amplificada através da proteína do complemento e com isso tem-se a ativação e diferenciação do LB. Outra forma de amplificação do sinal ocorre através dos receptores TOLL, localizados na superfície do LB, que reconhecem o PAMP microbiano, gera uma sinalização intracelular levando a uma ativação do LB. Ativação timo-dependente: O LB reconhece o micróbio através do BCR, esse reconhecimento ocorre através de uma ligação cruzada. Essa ligação requer pelo menos dois anticorpos de membrana reconhecendo simultaneamente o epítopo antigênico, e só assim tem-se a sinalização intracelular. A partir da sinalização intracelular, a endocitose é mediada seguida do processamento antigênico e apresentação via MHC II para o linfócito T auxiliar. Esse linfócito não é um linfócito naive, e sim um linfócito já pré- ativado Th2. Como o linfócito B interage com o linfócito T já que essas células Nathália Machado – Tut 01 ocupam regiões diferentes nos órgãos linfoides periféricos? Através da alteração da expressão de receptores de quimiocinas. O receptor CCR7 do LT se torna menos expresso, com isso, o LT consegue sair do córtex parafolicular e se aproximar da borda do folículo. Da mesma forma, o receptor CXCR5 expresso na célula B será menos expresso e ela consegue sair de dentro do folículo e migrar para a borda. Dessa maneira o LT consegue apresentar o antígeno via MHC II para o linfócito Th2. O linfócito Th2 secreta citocina para ativar o LB. LB se ativa, prolifera e se diferenciar em uma célula efetora ou de memória. Th2 ao auxiliar o LB a se ativar, se diferencia em um plasmócito de vida cursa. Os linfócitos B ativados que ainda não se diferenciaram retornam para o folículo (zona escura) e nesse local ocorre a proliferação. Depois disso, migram (zona clara) e são expostos à antígenos para garantir que os receptores BCR reconheçam esses antígenos com alta afinidade. Os que reconhecerem com alta afinidade se diferenciam em células efetoras e em células de memória. Os receptores que não reconhecem ou o fazem de forma fraca serão destruídos por apoptose. As células efetoras são chamadas de plasmócitos que são produtores e secretores de anticorpos que conferem proteção. Os plasmócitos podem ser de vida curta ou de vida longa, o primeiro está presente tanto na ativação timo-dependente quanto timo- independente, enquanto o segundo está presente apenas na timo- independente. Resposta primária: reconhecimento a nível de linfonodo, ativação, proliferação, e a partir da formação de uma célula efetora que é o plasmócito tem-se a produção de IgM seguido de IgG. Na resposta primária o pico de resposta é menor já que é uma resposta primária, a quantidade de IgM é superior a de IgG, a afinidade desses anticorpos é menor e acontece em resposta a qualquer antígeno que ative LB. Em reexposição temos a reposta de memória, um pico mais elevado e uma resposta mais precoce e mais intensa. A resposta é protetora e o indivíduo não adoece ou apresenta sinais mais brandos. Nesse momento o IgG será maior, e podemos encontrar IgA ou IgE. A afinidade entre os anticorpos é maior que na resposta primária e ocorre somente contra antígenos proteicos.
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