Buscar

CIRURGIA - ABORDAGEM AO QUEIMADO

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 3 páginas

Prévia do material em texto

Nathália Machado – 4º Semestre 
 CIRURGIA TEÓRICA 
 
Abordagem ao queimado 
 
 
O queimado é vítima de uma lesão 
traumática causada, na maioria das vezes, 
por agentes térmicos, químicos, elétricos ou 
radioativos. 
É importante entender a cinética do trauma 
para definir a conduta. 
Crianças menores que 5 anos: queimadura 
por contato e escaldadura. 
Adultos: alcoolismo, senilidade, transtornos 
psiquiátricos e doenças neurológicos. 
Lesões térmicas: 
Pode ser por: 
Chama; 
Queimadura por escaldadura: 
- Água em 60°C -> 3 segundos -> derme 
profunda. 
- Água em 69°C -> 1 segundo -> derme 
profunda. 
É preciso entender como o paciente se 
queimou, com o que, qual o tempo de 
exposição e qual o ambiente que o indivíduo 
estava inserido. 
Primeiro grau: não ultrapassa a epiderme. 
Apresentação clínica: ardor, vermelhidão, 
área esbranquiçada com pressão digital, 
sensibilidade aumentada e rápida 
regeneração. O tratamento é hidratação 
oral, da pele e analgesia. 
Segundo grau: Alcança a derme. 
Apresentação clínica: dor, inchaço, bolhas 
(flictenas), lesão úmida com regeneração 
mais lenta. Segundo grau mais superficial 
tem a pele da parte interna da flictena rósea, 
enquanto a de segundo grau profunda a 
pele interna da flictena é esbranquiçada. 
Terceiro grau: Ultrapassa a derme e penetra 
o segundo subcutâneo. 
Apresentação clínica: indolor, área escura ou 
marrom, lesão seca e tem necessidade de 
enxertia. 
Tratamento: ressecção, desbridamento 
precoce e enxertia. 
Quarto grau: a lesão alcança músculos e 
ossos. 
Apresentação clínica: carbonização. 
Tratamento: amputação do membro ou 
retirada da parte queimada. 
Queimadura não acidental: 
Existem casos em que se deve desconfiar 
que a lesão foi causada propositalmente: se 
houve demora para procurar ajuda, se 
existem várias versões da história, se a 
cinética da lesão é inconsistente com a idade 
da criança, verificar a interação da criança 
com o cuidador. 
Escaldaduras em meia ou luva, em linhas de 
imersão clara e sem respingo também 
acusam a favor de uma queimadura não 
acidental. 
É comum que o paciente queimado seja um 
paciente vítima de politrauma, então no 
momento inicial é preciso que se questione 
a cinética do trauma e se podem existir 
lesões associadas. 
- Segurança; 
- Interrompa o processo de queimadura; 
Nathália Machado – 4º Semestre 
 CIRURGIA TEÓRICA 
- Retire as roupas, anéis e jóias; 
- Cobrir com pano limpo; 
No decorrer do atendimento do politrauma 
é preciso avaliar o paciente com base no 
ABCDE do trauma, nesse caso entra a letra F 
de fluido. 
A: vias aéreas e proteção de coluna -> 
verificar possíveis lesões por inalação. 
Esse tipo de trauma aumenta a mortalidade 
em 30-40%, maior preditor de mortalidade 
que extensão da lesão. 
Verificar se o paciente teve contato com 
fumaça, se o incêndio foi em um ambiente 
fechado, o paciente foi encontrado 
desacordado ou retirado do local após 
inalação de fumaça. Nesse caso, além de 
queimado, o paciente estará hipoxêmico, 
uma vez que o gás carbônico tem uma 
afinidade infinitamente maior com a 
hemácia que o oxigênio. Deve-se oferecer 
máscara reinalante a 100%. Já no caso do 
paciente rebaixado deve-se intubar o 
paciente. 
 
Queimadura na face, queimadura em local 
fechado, paciente com rouquidão, escarro 
carbonáceo, dispneia, estridor (sinal de 
obstrução). Nesse caso, deve ser feita uma 
intubação orotraqueal, se o paciente estiver 
sem via aérea pérvia, realiza a intubação 
cirúrgica. Após isso, deve ser feita uma 
endoscopia e broncoscopia com lavagem. 
 ventilação 
No grande queimado deve-se evitar a 
síndrome compartimental, nessa síndrome 
temos uma lesão de terceiro grau, e a lesão 
circunferencial formará uma carapaça que 
causará uma restrição mecânica impedindo 
a expansibilidade do tórax do paciente 
durante o processo de respiração. 
Nesse cenário, deve ser feita a escarotomia, 
não necessita de anestesia pois nesse grau a 
queimadura é indolor. 
 circulação 
Verificar se há edema, checar FC, pulso, PA, 
mas principalmente se a lesão é 
circunferencial ou se acometeu um membro. 
O edema precisa ser resolvido por 
escarotomia para que evite a amputação do 
membro, dessa forma, será possível liberar o 
edema e evitar que ele fique retido causando 
efeitos deletérios. 
Lesões elétricas: normalmente a queimadura 
elétrica tem uma porta de entrada e uma de 
saída, se nesse trajeto o coração for afetado, 
o paciente tem risco de PCR. Deve realizar a 
monitorização cardíaca, avaliar síndrome 
compartimental e deve aumentar a 
hidratação, principalmente porque nesse 
tipo de lesão queima-se mais por dentro que 
por fora e a olho nu não se tem a noção da 
real extensão da lesão. 
D: Glasgow 
Glasgow < 8, intubação para preservar via 
aérea. 
Expõe-se o paciente para verificar a extensão 
do dano e medir a superfície corpórea 
queimada. 
F: fluidy -> avaliar a extensão e 
profundidade da queimadura 
É preciso fazer um acesso venoso, analgesia, 
cateterismo vesical (para verificar o balanço 
hídrico – débito urinário e diurese) e o 
curativo (com prata e em camadas). 
*Importante estar atento para quando 
encaminhar para um centro de tratamento 
para queimados. 
Regra dos 9: serve para avaliar a área da 
superfície corpórea. 
Se a superfície do corpo do paciente foi 
exposta, é preciso cobrir com cobertor 
térmico a fim de evitar hipotermia. 
Fórmula de Parkland serve como guia para 
devolver a volemia do paciente: se o 
paciente perdeu barreira, está hipovolêmico 
e mal perfundido -> será reidratado com 
ringer lactato e cristaloides. Na ausência 
desses, pode usar soro fisiológico, mas não 
é o ideal. 
Nathália Machado – 4º Semestre 
 CIRURGIA TEÓRICA 
O último ATLS pede que, ao invés de usar a 
formula de Parkland, use a fórmula de Brook 
modificada. 
Ringer lactato: 4 x peso (kg) paciente x % da 
superfície corpórea queimada, nas primeiras 
24h. Uma parte nas primeiras 8h e o restante 
em 16h. 
Importante salientar que o tempo conta a 
partir do evento traumático e não do 
momento que o paciente chegou no pronto-
socorro. 
Importante verificar a diurese do paciente e 
o débito urinário. 
No caso do paciente com queimadura 
elétrica deve-se ficar mais atento e os 
parâmetros de balanço hídrico serão 
diferentes. 
Quando está indicado o encaminhamento 
do paciente ao CTQ: 
- Lesão de terceiro grau atingindo mais de 
2% da superfície corporal em menores de 12 
anos e mais de 5% para adultos. 
- Lesão de segundo grau atingindo área 
superior a 10% em crianças e maior que 15% 
em pacientes adultos. 
- Queimaduras em face, pé, mão ou pescoço. 
- Queimaduras de região perineal ou 
genitália. 
- Queimadura circunferencial em tórax ou 
em extremidade. 
- Queimaduras elétricas ou por inalação de 
fumaça ou com lesão de VAS. 
- Queimadura em pacientes de risco com 
comorbidades.

Continue navegando