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1 INTRODUÇÃO 
 
 
 
O solo é constituído, em diversas proporções, por partículas minerais de dimensões muito 
variadas e também por matéria orgânica resultante da transformação dos resíduos da vegetação 
que se instala desde o começo da meteorização da rocha. Estas frações minerais e orgânicas 
apresentam constituição e propriedades muito variadas e raramente ocorrem isoladas, antes 
interatuando entre si de modo a formar conjuntos de partículas designadas por agregados. Os 
espaços vazios existentes entre as partículas elementares ou agregadas constituem os chamados 
poros do solo, que são preenchidos por água e ar em proporções variáveis e são tão importantes 
para o funcionamento do solo quanto os respetivos constituintes sólidos. 
As características do solo resultam da atuação dos chamados fatores de formação do solo (clima, 
rocha mãe, vegetação e outros organismos, incluindo os seres humanos, relevo e tempo), cuja 
influência relativa nos processos de formação do solo varia de local para local e determina a 
enormíssima variedade de solos existentes. 
De um ponto de vista morfológico, os processos de formação do solo traduzem-se geralmente na 
diferenciação em profundidade de diversas camadas com características distintas, às quais se dá 
o nome de horizontes que, no seu conjunto, constituem o perfil do solo. Estes horizontes, que 
podem ser observados num corte vertical efetuado num solo, são camadas sensivelmente 
paralelas à superfície do terreno, separadas umas das outras por limites mais ou menos 
evidentes, que se distinguem umas das outras através de características como a cor, a textura, a 
estrutura (agregação), a consistência e a densidade das raízes que nelas ocorre. 
Para recolha de um perfil de solo utiliza-se um talude ou abre-se uma cova no terreno, com as 
dimensões pretendidas de forma a obter uma secção vertical que contenha todos os horizontes do 
solo desde a superfície até à rocha mãe. O perfil é retirado com ajuda de uma caixa 
de madeira ou metal, na qual o perfil é transportado para o laboratório. A preparação de um 
monólito de solo envolve numerosas operações, que incluem a sua colheita no terreno, o 
afeiçoamento e impregnação com resinas da superfície a exibir. Estas operações são geralmente 
morosas e dispendiosas, mas resultam muito compensadoras pelo valor acrescido que fornecem 
no ensino da pedologia uma vez que um monólito permite o contato visual direto com exemplares 
de solos colhidos na natureza. 
http://rce.casadasciencias.org/art/2018/045/
http://rce.casadasciencias.org/art/2018/074/
http://rce.casadasciencias.org/art/2015/144/
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2 MATERIAIS E MÉTODOS 
 
Os materiais usados para a escavação do perfil do solo foram uma enxada, e uma pá para a 
retirada solo escavado. Uma fita métrica foi utilizada para a definição de cada camada do solo 
em questão. 
 
Primeiro, efetuou-se as medidas de comprimento e largura para as devidas marcações no solo. 
Em seguida foram tiradas fotos do perfil do solo e do local para registro do ambiente. 
Para melhor observação da transição e quantificação entre as camadas, foi utilizado um 
umedecedor para a verificação da diferença de coloração com o solo umedecido. 
 
Para a produção da maquete do perfil do solo, foi usado um recipiente de vidro, uma colher 
de pedreiro para auxiliar na retirada do material que estava em recipientes separados e 
identificados, para o recipiente a ser usa do na maquete em si. As descrições dos horizontes 
foram feitas com papel e fita adesiva cujas marcações foram feitas à mão. 
 
 
 
3 ÁREA DE ESTUDO 
 
A descrição do perfil de solo a campo foi realizada na Fazenda São Francisco, próximo ao 
Povoado de Mocambo, zona rural do município de Santa Maria da Vitória/BA, na microrregião 
da Bacia do Rio Corrente, oeste baiano, na data de 25/01/2021, no às margens da estrada 
vicinal que dá acesso ao povoado, com dimensões 1,5 m de comprimento, 1,5 m de largura e 2,0 
m de profundidade. 
 
 
 
4 DESCRIÇÃO GERAL 
 
PERFIL 1 
DATA: 25/01/2021 
CLASSIFICAÇÃO: Argilossolo 
LOCALIZAÇÃO, MUNICÍPIO, ESTADO E COORDENADAS: Fazenda São Francisco, zona 
rural do município de Santa Maria da Vitória/BA. 
LATITUDE: - 13° 22' 23'' Sul, Longitude: 44° 11' 25'' Oeste. 
ALTITUDE: 455m. 
LITOLOGIA: arquenas e proterozoicas parcialmente recobertas por rochas siliciclásticos 
cretáceas do Grupo Urucuia e pelos seus produtos erosivos 
FORMAÇÃO GEOLÓGICA: rochas pelito -carbonáticas do Grupo Bambuí 
RELEVO REGIONAL: Depressão do Alto-Médio Rio São Francisco e Baixadas dos Rios 
Jacaré/Salitre, Chapadas do Rio São Francisco e Patamares dos Rios São Francisco/Tocantins e 
Serra da Saudade. 
VEGETAÇÃO PRIMÁRIA: cerrado variando de porte arbóreo denso a gramíneo-lenhoso, 
geralmente com plantas apresentando troncos retorcidos e sinuosos, de casca espessa e 
cortiçosa. 
PEDREGOSIDADE: pedregosa 
EROSÃO: aparente 
DRENAGEM: Imperfeitamente drenado 
 
 
5 CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICAS 
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A textura predominante dos solos, na maior parte dos horizontes e perfis estudados, é argilosa 
tendendo a muito argilosa, resultado esperado visto o desenvolvimento da maioria destes a partir 
de litologias argilosas e carbonáticas. 
 
Os solos predominantes na área são formados por processos de podzolização com translocação 
de argila do horizonte A para o B bem marcada, inclusive refletida na presença comum de 
cerosidade. Mas na maioria dos perfis analisados não apresentam gradiente textural que os 
classifiquem como argissolos, desta forma, estes solos foram agrupados neste estudo como 
nitossolos/argissolos. 
 
São solos bem desenvolvidos, em geral de coloração avermelhada, com o horizonte A 
proeminente, escuro, com espessuras sempre superiores a 20 cm. O horizonte B nítico ou textural 
tem espessura acima de 60 cm, por vezes apresentando pedregosidade. Em sua composição 
mineralógica predominam quartzo, caolinita e ilita e/ou montmorilonita. Estes solos, em geral, 
evoluem de cambissolos que ocorrem nas porções mais elevadas das encostas e gradam para 
nitossolos, argissolos, até os chernossolos nas regiões mais rebaixadas. 
 
A: 0-30 cm; vermelho-escuro (10 YR 5/2, seca); vermelho-escuro (10 YR 3/2, úmida); textura 
franco-arenosa, se m agregados granulares, consistência macia, muito friável, não plástica, 
pegajosa; transição gradual e plana; presença de poros e muito pequenos; presença de 
cerosidade; presença de cimentação; visto pouca presença de raízes finas e muito finas. 
 
B: 70-100 cm; coloração variegada, composta de (10 YR 10/8, s eca matriz; 10 YR, úmida 
matriz), textura franco-argilosa, com agregados angulares, grandes, de grau forte; 
consistência dura, muito friável, ligeiramente plástico e ligeiramente pegajoso; transição 
gradual e plana; presença de vários poros e muito pequenos; presença de cerosidade; 
ausência de nódulos e concreções minerais; visto rara presença de raízes muito finas. 
 
C: 100-150 cm+ ; coloração variegada, amarelado (10 R 3/6, seca matriz); amarelado (10 R 
3/6 úmida matriz); muito claro-acinzentado ( 10 YR 7/3, seca de fundo); amarelado (10 YR 
5/4 úmida de fundo), textura franco-argilosa, com agregados angular es, grandes e muito 
grandes, de grau forte; consistência dura, muito friável, ligeiramente plástico e pouco 
pegajoso; presença de poros e muito pequenos; presença de cerosidade, de cimentação e 
de nódulos e concreções minerais; visto rara presença de raízes muito finas. 
 
 
 
6. DESCRIÇÃO DAS AMOSTRAS 
Figura 01. barranco da estrada Figura 02. Trecho da estrada Figura03. Escavação 
 
 
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Figuras 04, 05, 06 e 07. Coleta das amostras dos horizontes 
 
 
Figura 08. Confecção da maquete do perfil do solo e m andamento. Figura09. Maquetepronta 
 
 
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7. CONSIDERAÇÕES FINAIS 
 
O objetivo deste trabalho não foi apontar a potencialidade, nem delimitar áreas alvos para 
mineralizações, e sim de ratificar a importância de conhecer e considerar o solo como matriz 
amostral, considerando suas peculiaridades. 
 
Dessa maneira, a realização da análise do perfil do solo em questão ajudou a fixar e reforçar o 
que vem muitas vezes como teoria. Durante a descrição do solo foram retratadas as etapas do 
processo, como a verificação inicial das medidas do solo, corte e raspagem da parte a ser 
descrita, separação e identificação dos horizontes. Assim, foi possível classificar o solo analisado 
como nitossolo/argissolo. Na análise de solo é fundamental a descrição do perfil para aplicação 
do manejo de solo correto para fins desejáveis. 
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REFERÊNCIAS 
 
 
 
EMBRAPA, Os solos do Brasil, disponível em https://www.embrapa.br/tema-solos-brasileiros/solos-do-brasil > acesso 
em 29/01/2021 
 
FONSECA, M., (2019) O que é um perfil de solo?, Rev. Ciência Elem., V7(2):021 
 
SANTOS, Caroline Couto, MOBILIDADE DE ELEMENTOS QUÍMICOS NO PERFIL DE SOLO E SEU CONTROLE NA 
PROSPECÇÃO GEOQUÍMICA: APLICAÇÃO NA REGIÃO DE SANTA MARIA DA VITÓRIA, BA, Universidade de 
Brasília, 2014, disponível em: https://repositorio.unb.br/handle/10482/17758 > acesso em 29/01/2021 
 
FUNDAÇÃO INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA - IBGE. Geografia do Brasil. Região 
Nordeste. Rio d e Janei ro: SERGRAF, 1977. Disponível em 1 CD. 
 
perfil do sol o in Infop édia [em linha]. Po rto: P orto Editora, 2 003-2020. [ consult. 2020-11-14 01:28:00]. Disponível 
em: https://www.infopedia.pt/$perfil-do-solo > acesso em 25/01/2021 
 
 
SANTOS, R. D. dos; LEMOS, R. C. de; SANT OS, H. G. do s; KER, J. C.; ANJOS, L . H. C. dos. Manual 
de descrição e coleta de solo no campo. 5. ed. Viçosa, MG: Sociedade Brasileira de Ciência do Solo, 2005 
 
 
BRASIL. Mini stério das Minas e Energia. Secretaria Geral. Projeto RADAMBRASIL: Folha SC. 1 9. Rio Branco, 
1976. 464 p. (Levantamento de Recur sos Naturais, v. 12). 
 
 
https://www.embrapa.br/tema-solos-brasileiros/solos-do-brasil
https://repositorio.unb.br/handle/10482/17758
https://www.infopedia.pt/$perfil-do-solo

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