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AULA 6 
Avaliação de Empreendimentos 
Antes de desenvolver um plano de negócios, o 
empreendedor deve avaliar a oportunidade de 
empreendimento que tem em mãos, para evitar 
despender tempo e recursos em uma ideia que talvez 
não agregue tanto valor ao negócio nascente ou já 
criado. 
 
Qualquer oportunidade deve ser avaliada, pelo menos, 
sob os seguintes aspectos: mercado, análise 
econômica, vantagens competitivas, equipe gerencial e 
critérios pessoais. 
No aspecto mercado devem ser estabelecidas as 
necessidades dos clientes, valor gerado aos usuários, 
ciclo de vida do produto, estrutura, tamanho, taxa de 
crescimento e participação possível. 
A análise econômica visa avaliar os lucros depois dos 
impostos, tempo para ponto de equilíbrio e fluxo de 
caixa positivo, retorno sobre o investimento e 
necessidade de capital inicial. 
A avaliação das vantagens competitivas estabelece os 
custos de produção, marketing e distribuição, grau de 
controle e barreiras de entrada. 
A equipe gerencial estabelece quais as pessoas da 
equipe, sua formação e envolvimento com o negócio. 
Nos critérios pessoais, deve ser levado em 
consideração a disposição para encarar o desafio, 
visão de futuro, apoio familiar e disposição para 
investir os bens. 
Fatores para escolha de empreendimentos 
Segundo Dolabela (1999, p. 90), “a coleta de 
informações é a segunda fase do ciclo de criação de 
um negócio próprio e tem como finalidade analisar as 
características desses negócios”. Portanto, tem a 
finalidade de avaliar a atratividade e possíveis 
problemas desses negócios, para subsidiar a decisão 
do futuro empreendedor na escolha que irá 
desenvolver. 
Ainda conforme Dolabela (1999), na coleta de 
informações sobre a oportunidade de negócio, os 
fatores a serem analisados são os seguintes: 
sazonalidade, efeitos da situação econômica, controle 
governamental, dependência de elementos de 
disponibilidade e custo incerto, ciclo de vida do setor, 
lucratividade, mudanças que estão ocorrendo no setor, 
efeitos da evolução tecnológica, grau de imunidade à 
concorrência, atração pessoal e barreiras à entrada. 
 
Cada oportunidade de negócio identificada terá 
avaliação diferente nos fatores, em função da visão, 
exper iência e recursos de cada potencial 
empreendedor. Se não fosse assim, todos escolheriam 
o mesmo negócio para desenvolver. A seguir serão 
descritos cada um dos fatores para escolha do 
empreendimento: 
 
A sazonalidade, quando for mais acentuada, exige que 
o empreendedor faça algum tipo de ajuste no seu 
negócio para reduzir seus efeitos. Alguns possíveis 
ajustes são: desenvolver outro negócio com a 
sazonalidade complementar ao negócio principal ou 
utilizar pessoal temporário nos períodos de maior 
demanda para evitar a ociosidade nos períodos de 
baixa. 
 
Os efeitos da situação econômica são afetados 
negativamente pela recessão econômica, de forma que 
os produtos de baixo custo tendem a ser menos 
afetados pela recessão econômica do que os de custo 
alto, devido ao fato do consumidor, em época de 
recessão econômica, procurar produtos mais baratos 
que satisfaçam suas necessidades. 
O empreendedor pode adotar medidas para reduzir o 
efeito da recessão, como: planejar a retomada dos 
negócios para o início da recuperação econômica, e 
manter bom relacionamento com os fornecedores na 
recessão para assegurar fornecimento na expansão. 
O controle governamental pode fazer com que o poder 
do governo sobre a livre iniciativa crie distorções, 
favoritismo, corrupções e outros males que acabam 
inibindo o processo de destruição criativa e a própria 
iniciativa. 
Por vezes, negócios sob controle governamental são 
muito vulneráveis a mudanças imprevistas na sua 
regulamentação, em épocas de inflação elevada, de 
déficit da balança comercial ou de eleições. 
Na dependência de elementos de disponibilidade e 
custo incerto, normalmente, a escassez de produtos 
gera uma crise que pressiona os preços para cima, 
pois, o futuro dos negócios dependentes de matérias-
primas, componentes ou produtos sujeitos a escassez 
estará em risco toda vez que essa escassez se 
manifestar. 
Diante disso, o empreendedor deve certificar-se de que 
o negócio escolhido não depende de elementos de 
disponibilidade e custo incerto, ou, pelo menos, que 
tem garantia de fornecimento a preços aceitáveis em 
épocas de escassez. 
 
O ciclo de vida no setor está relacionado ao fato de ser 
mais fácil iniciar um negócio em um setor em 
expansão do que em um setor em estagnação ou 
retração, pois, em setores em expansão os novos 
consumidores que estão entrando no mercado não têm 
tradição ou lealdade para com os fornecedores 
existentes, enquanto que em setores em expansão a 
demanda geralmente é maior do que a oferta, e os 
concorrentes estão mais preocupados em atender a 
essa demanda do que em combater um eventual novo 
concorrente. 
Em setores em estagnação, e sobretudo nos setores em 
retração, a concorrência é acirrada, e cada novo 
concorrente vai ter que enfrentar uma competição 
feroz. 
 
Lucratividade está relacionada a todos os negócios 
bem-sucedidos serem os que tiveram lucratividade 
acima da média em relação a negócios semelhantes. A 
lucratividade de um negócio é a medida direta do seu 
sucesso, ou seja, quanto maior a lucratividade, maior o 
sucesso. Assim, o fator lucratividade deve ser decisivo 
para escolha de um negócio próprio. 
Se a lucratividade do negócio considerado não for 
superior à média de negócios semelhantes, ele deve ser 
desprezado pelo futuro empreendedor. Em outras 
palavras, negócios com boa lucratividade tendem a 
atrair concorrentes. Se o empreendedor não tiver 
barreiras à entrada capazes de proteger seu negócio e 
desencorajar esses concorrentes, eles podem provocar 
excesso de oferta e guerra de preços no setor. 
A boa lucratividade de um negócio é, normalmente, 
consequência da inovação, da diferenciação e de 
barreiras à sua entrada, impostas pelo empreendedor 
para atrair consumidores e manter a concorrência à 
distância. 
 
As mudanças que estão ocorrendo no ramo de um 
negócio podem determinar no futuro o seu sucesso. 
Como existe uma dificuldade em prever o futuro com 
exatidão, a solução é analisar as tendências históricas 
do setor e projetar as tendências. 
O empreendedor deve ter a capacidade de perceber os 
sinais de mudança um pouco antes dos concorrentes, e 
adaptar seu negócio para tirar proveito dessas 
mudanças. É isso que diferencia o empreendedor bem-
sucedido dos demais. 
Por isso, é muito importante identificar as mudanças 
que estão ocorrendo no setor em que atua, com a 
finalidade de identificar e explorar uma oportunidade 
que os concorrentes estabelecidos não viram ou não 
têm agilidade de explorar, devido aos investimentos já 
realizados. 
 
No que tange os efeitos da evolução tecnológica, estas 
tendem a ser mais inesperadas do que mudanças 
demográficas, sociais e até políticas e, por isso, 
tendem a ter maior impacto sobre os setores em que 
ocorrem. 
As mudanças tecnológicas geraram inúmeras 
oportunidades de negócio, inclusive para aqueles que 
sabem tirar proveito delas, e riscos para os negócios 
estabelecidos ou incautos. 
 
O grau de imunidade à concorrência, de forma geral, é 
alguma proteção contra os concorrentes. Na maioria 
dos casos, essa proteção consiste em uma localização 
privilegiada, controle sobre matérias-primas, 
economia de escala, capital disponível, conhecimento 
técnico ou mercadológico. 
Os pequenos negócios em fase de iniciação raramente 
têm alguma proteção. Por esse motivo, a única 
proteção que a grande maioria desses negócios 
emergentes pode desenvolver contra os concorrentes é 
criar uma imagem de qualidade, de confiabilidade e de 
bons serviços aos seus clientes. 
Na avaliação da oportunidade de negócio que pretende 
desenvolver, o futuro empreendedor deve considerar o 
grau de imunidade à concorrência que o setor em que 
esse negócioestá inserido lhe confere. Quanto maior o 
grau de imunidade, melhor sua posição. É importante 
tentar evitar negócios em que não há quase nenhum 
grau de imunidade contra a concorrência estabelecida. 
 
A atração pessoal está relacionada a não trabalharmos 
só por dinheiro, mas também a precisarmos nos 
realizar e nos satisfazer no desenvolvimento do nosso 
negócio. Se não estivermos atraídos pessoalmente pelo 
empreendimento, se por alguma razão ele nos 
desmotiva ou aborrece, não vamos conseguir investir 
entusiasmo e enfrentar as longas horas de trabalho 
necessárias para seu sucesso. Sem essa atração e 
entusiasmo, o empreendimento não terá sucesso. 
Na escolha de um negócio, o futuro empreendedor 
deve considerar suas qualidades e defeitos. O objetivo 
é encontrar um empreendimento no qual as suas 
qualidades vão ajudar no sucesso, e os defeitos não 
vão atrapalhar. 
 
As barreiras à entrada influenciam diretamente na 
lucratividade, pois a probabilidade de sucesso depende 
diretamente disto. Quanto menores essas barreiras à 
entrada, mais fácil é o aparecimento de concorrentes, e 
menor a probabilidade de sucesso. 
O empreendedor tem um caminho estreito para 
desenvolver seu negócio: há negócios atrativos, mas 
com barreiras à entrada muito difíceis de serem 
transponíveis, assim como há negócios pouco 
atrativos, mas com barreiras à entrada facilmente 
transponíveis. 
Se o empreendedor for para o lado das barreiras muito 
difíceis, ele pode não conseguir montar seu negócio; 
se optar pelo lado das barreiras muito fáceis, consegue 
montar seu negócio com facilidade, mas o excesso de 
concorrentes, atraídos pela facilidade de entrada, vai 
acabar comprometendo a lucratividade do negócio. 
Esse caminho estreito é diferente para cada 
empreendedor e é exatamente essa diferença que 
permite a cada um desenvolver seu próprio caminho, 
que só com grande dificuldade pode ser imitado pelos 
outros empreendedores. 
Alguns fatores responsáveis por essas barreiras são: 
capital, conhecimento (técnico, financeiro e gerencial), 
marketing, matérias-primas, custos de produção 
baixos, legais e localização do ponto comercial. A 
combinação desses fatores forma as barreiras à entrada 
em um negócio.

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