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Catarata: causas, sintomas e tratamento

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CATARATA 
QUAL A CAUSA DA CATARATA? 
Atrás da pupila e da íris, dentro da cavidade do bulbo do olho, encontra-se a lente. Nas células 
da lente, proteínas chamadas de cristalinas, organizadas como camadas de uma cebola, 
compõem o meio refrativo da lente, que normalmente é perfeitamente transparente e não possui 
vasos sanguíneos. Ele é envolvido por uma cápsula de tecido conjuntivo e mantido em posição 
pelas fibras zonulares que o cercam, que, por sua vez, se ligam aos processos ciliares. A lente 
ajuda a focar imagens na retina para facilitar a formação de uma visão nítida. 
À medida que as pessoas envelhecem, algumas apresentam perda de transparência da lente por 
áreas de opacidade, denominada de catarata, a qual é uma causa comum de cegueira. A lente se 
torna nebulosa (menos transparente) por causa de modificações na estrutura das proteínas da 
lente. As cataratas ocorrem frequentemente com o envelhecimento, mas também podem ser 
causadas por lesões, exposição excessiva aos raios ultravioleta, determinados medicamentos 
(como o uso prolongado de esteroides) ou por complicações de outras doenças (p. ex., diabetes 
melito). Os fumantes também correm risco elevado de desenvolvimento de catarata. 
Felizmente, a visão pode ser em geral restabelecida pela remoção cirúrgica da lente antiga e a 
implantação de uma nova lente artificial. 
A extração da catarata associada a um implante de lente intraocular tornou-se uma operação 
comum. A extração de catarata extracapsular consiste na retirada da lente, preservando sua 
cápsula para receber uma lente intraocular sintética. A extração da lente intracapsular consiste 
na retirada da lente e da cápsula, com implantação de uma lente intraocular sintética na câmara 
anterior. 
 
COMO ENXERGA UM PACIENTE COM CATARATA? 
Um dos primeiros sintomas da catarata é a sensação de perda progressiva da qualidade visual. 
Em alguns momentos, a visão fica mais nublada e, frequentemente, as pessoas sentem 
necessidade de mais luz para ver melhor, porém, mesmo usando óculos, a visão continua 
embaçada. Há também alteração cromatológica, com mudança da refração e modificação 
progressiva dos contrastes, alteração da percepção espacial e dos detalhes. A catarata atua como 
um filtro amarelo que reforça as cores suaves, como ocres e marrons, e que também impede a 
visualização de cores, como azuis e violetas. À medida que a doença progride, pode ser 
percebida, no centro da pupila, a parte escura do olho, uma mancha branca ou amarelada. 
 
 
 
Nesse viés, evidencia-se o exemplo do artista Claude Monet que foi acometido por catarata. 
Relata-se que os primeiros sinais da doença se encontram nas pinturas de Veneza do ano de 
1908, onde se nota que ele começa a pintar quadros com predominância de ocre (Quadros 2 e 
3), ficando as cores azuis e violeta, de que tanto gostava, em segundo plano. A catarata 
adquirida pelo pintor foi do tipo “nuclear”, a qual é a mais associada à perda da diferenciação 
de cores nas fases iniciais. Nesse tipo de catarata, à medida que o cristalino vai se opacificando, 
a visão vai ficando lenta e progressivamente borrada, surgindo também uma perda da definição 
das letras e objetos. Com o tempo, o aumento da opalescência do cristalino vai agravando o 
borramento visual e, então, o paciente passa a ter dificuldade na visão para perto e longe. Além 
da alteração da visão de cores, as imagens costumam ficar “nubladas e enevoadas”. 
 
 
 
REFERÊNCIAS: 
 MOORE, K. L.; DALEY II, A. F. Anatomia orientada para a clínica. 7ª.edição. 
Guanabara Koogan. Rio de Janeiro, 2014. 
 SOUSA, Cristina de Jesus; OLIVEIRA, Maria Liz Cunha de; GOMES, Lucy Oliveira. 
Catarata e a expressao cromática na obra de Monet. Revista Brasileira de 
Oftalmologia, v. 78, n. 5, p. 304-309, 2019. 
 TELES, Lucas Pinheiro Machado et al. Análise da qualidade de vida antes e após 
cirurgia de catarata com implante de lente intraocular. Revista Brasileira de 
Oftalmologia, v. 79, n. 4, p. 242-247, 2020. 
 TORTORA, G. J. Princípios de anatomia humana. 12ª. edição. Guanabara Koogan . 
Rio de Janeiro, 2013.

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