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PROGRAMA DE CONTROLE DE INFECÇÕES HOSPITALARES Programa de controle de infecções hospitalares: aspectos. Leva-se em consideração, também, as metas estabelecidas pela lei nº 8080, por meio da assistência voltada para promoção, proteção e recuperação da saúde. → Programa Nacional de Prevenção e Controle de Infecções Relacionadas à Assistência à Saúde (PNPCIRAS): * Anexo I (organização do PCIH): o Programa de Controle de Infecção Hospitalar deve executar suas ações através da Comissão de Controle de Infecção Hospitalar (CCIH) De acordo com a OMS, de cada 100 pacientes, cerca de 10 adquirem infecções relacionadas à assistência à saúde em países em desenvolvimento, especialmente nas unidades de terapia intensiva, alas cirúrgicas e ortopédicas – as infecções mais comuns são as cirúrgicas, respiratórias e urinárias. * Anexo II (infecções hospitalares): é importante diferenciar as infecções que ocorrem na comunidade e as que ocorrem nos hospitais. Para isso, define-se que infecção na comunidade está associada a situações em que o paciente apresenta os sintomas na incubação ou na admissão, além das infecções em recém- nascidos por via transplacentária/bolsa rota. Conforme a CDC (2016, Center for Diseases Control – Centro de Controle de Doenças), as infecções hospitalares podem reduzir 70% quando a equipe de saúde conhece a magnitude e aplica os programas para prevenção e controle dessas infecções. A infecção hospitalar é definida quando o paciente apresenta sintomas durante a internação ou depois de receber alta – de forma que seja possível relacionar a uma infecção hospitalar. Para estabelecer um diagnóstico de infecção hospitalar, são analisados: evidências clínicas, exames laboratoriais (exames microbiológicos, pequisa de antígenos, anticorpos), estudos de imagem, endoscopia, biópsia. O PNPCIRAS para o período de 2016- 2020 tem como objetivo a redução da incidência de infecções nos serviços de saúde, atravé de metas e ações desenvolvidas em conjunto a coordenações de prevenção e controle e à Comissão de Controle de Infecções Hospitalares (CCIH). → Legislação para o Programa de Controle de Infecções Hospitalares: A infecção nosocomial é pode ser caracterizada por: presença de patógenos diferentes da infecção comunitária, manifestação clínica a partir de 72 horas de internação quando o período de incubação do agente é desconhecido, manifestação clínica antes de 72 horas de internação quando há associação a procedimentos médicos realizados, infecções no RN (exceto por bolsa rota superior a 24 h e por infecção transplacentária), pacientes de outros hospitais (a fonte da infecção é o hospital de origem), contaminação cirúrgica. Lei 9431/97 (Lei nº 9.431, de 6 de janeiro de 1997): a partir dessa lei, todos os hospitais devem manter o programa de Controle de Infecções Hospitalares, o qual é responsável por reduzir, ao máximo, os casos de infeções nosocomiais (tanto na incidência, como na gravidade), a partir da elaboração de um conjunto de ações. Para isso, os hospitais devem contar com a Comissão de Controle de Infecções hospitalares. A infecção hospitalar é aquela que o paciente adquire depois de ser internado ou até depois da alta, caso haja relação com o hospital. • Ao fim das cirurgias, o cirurgião as classifica de acordo com o potencial de contaminação (nº de micro-organismos presentes na ferida), podendo ser: limpas, potencialmente contaminadas (tecidos colonizados pela microbiota normal ou tecidos de difícil descontaminação), contaminadas (grande colonização pela Portaria nº 2616, de 12 de maio de 1998: foi elaborada a partir do conhecimento dos riscos à saúde dentro dos hospitais e tem por finalidade a prevenção e o controle de infecções, através de medidas de qualificação da assistência hospitalar, da vigilância sanitária e de outros PROGRAMA DE CONTROLE DE INFECÇÕES HOSPITALARES microbiota, tecidos pouco ou nada descontaminável, feridas de segunda intenção, feridas com inflamação aguda) e infectadas (processo infeccioso ou tecido necrótico). antimicrobianos, frequência de utilização de determinados antimicrobianos. Outro papel da CCIH é a de formular relatórios e preencher notificações Cada relatório deverá conter os indicadores epidemiológicos, sendo divulgado para todo o serviço hospitalar. O relatório deve ter, ainda, informações sobre situações endêmicas do setor e sobre possíveis alterações nesses padrões. Recomenda-se também que os cirurgiões sejam informados sobre o número de casos de infecções em cirurgias limpas e que os relatórios sejam enviados aos órgãos municipal, estadual e federal (Coordenação de Controle de Infecção Hospitalar do Ministério da Saúde). * Anexo III (epidemiologia): a Vigilância Epidemiológica de Infecções Hospitalares é responsável por observar, de forma ativa/sistemática/contínua, a ocorrência esses casos e sua distribuição entre os pacientes, a fim de elaborar medidas de prevenção e de controle. A CCIH deve avaliar os métodos de vigilância, considerando fatores de magnitude, gravidade e redução de taxas/custos, além das taxas de incidência e de prevalência (com estudos prospectivos, retrospectivos e transversais). Qualquer alteração deve ser investigada de forma específica. * Anexo IV (lavagem de mãos): a lavagem de mãos é considerada a principal medida de prevenção e de controle de infecções hospitalares. Usar luvas não exclui a lavagem de mãos antes e depois de procedimentos que entrem em contato com mucosas, sangue, fluidos, secreções ou excreções. Casos de infecções, especialmente nos setores de terapia intensiva, devem ser reportados por indicadores, como: taxa de infecção hospitalar (número de casos de infecção/total de saídas ou entradas), taxa de pacientes com infecção hospitalar (número de doentes com infecção hospitalar/total de saídas ou entradas), distribuição percentual das infecções hospitalares de acordo com a localização do paciente no hospital (número de infecções em cada topografia/número total de casos de infecção) e taxas de infecções hospitalares por procedimento (número de pacientes com infecções depois de um procedimento de risco/total de procedimentos realizados). Em procedimentos cirúrgicos, a lavagem e a antissepsia das mãos deve ser SEMPRE realizada, utilizando antissépticos de forma a considerar os graus de contaminação, as condições do paciente e os procedimentos realizados. O uso de antisséptico é recomendado em procedimentos invasivos, em cuidados a pacientes críticos, em contato direto com lesões e/ou dispositivos invasivos (cateter e drenos). * Anexo V (recomendações gerais): dá recomendações sobre o uso de antissépticos (de acordo com a portaria nº 15, 23 de agosto de 1988 da SVS/MS), os quais não devem conter compostos, como mercúrio, acetona, quaternário de amônio, éter e clorofórmio. Além disso, outros indicadores são: frequência de infecções hospitalares por etiologia (número de infecções pelo agente etiológico/número total de infecções hospitalares), frequência de administração de antibióticos (uso de dado antibiótico/total de tratamentos), taxa de letalidade (número de óbitos por infecções/nº de pacientes que desenvolveram a infecção), coeficiente de sensibilidade ao antimicrobiano (número de cepas sensíveis/número total de cepas), percentual de pacientes em uso de A limpeza, a desinfecção e a esterilização possuem normas indicadas na publicação Processamento de Artigos e Superfícies em Estabelecimentos de Saúde, do Ministério da Saúde e na Portaria nº 15, 23 de agosto de 1988. Nesse anexo, também estão relacionados as condições de procedimentos microbiológicos, PROGRAMA DE CONTROLE DE INFECÇÕES HOSPITALARES normas para lavanderia e orientaçõespara a farmácia hospitalar – com suas respectivas referenciações em manuais e portarias. Em hospitais que tenham pacientes críticos, a CCIH deverá conter uma carga de 2 horas a mais para os membros executores a cada 10 leitos. Os pacientes críticos são: pacientes na UTI, berçário de alto risco, queimados, transplantados de órgãos, pacientes hemato- oncológicos, pacientes com AIDS. → Comissão de Controle de Infecções Hospitalares (CCIH): – Funções (de acordo com a Portaria 2616, 12 de maio de 1998): → Elaborar ações para Vigilância Epidemiológica de Infecções Hospitalares, de acordo com as necessidades de cada instituição; → Educação continuada sobre Infecções Hospitalares: → Adequar/implementar/supervisionar normas e aplicações técnicas para prevenir e controlar infecções; capacitar os funcionários da instituição Uma das funções da CCIH é a de treinar as equipes de saúde, para controlar e prevenir infecções. Para isso, o Ministério da Saúde criou a Política Nacional de Educação Permanente em Saúde (PNEPS), por meio da Portaria nº 198/2004 GM/MS. A PNEPS deve considerar as particularidades de cada região, inclusive as desigualdades e as necessidades específicas de formação e desenvolvimento dos trabalhos em saúde. → Implementar o uso racional de antimicrobianos/germicidas e materiais médico- hospitalares; → Avaliar as informações de Vigilância Epidemiológica das infecções nosocomiais; → Investigar casos e surtos, para elaborar meios de controle, além de isolar esses casos, para que os agentes infecciosos não se disseminem; A Educação Permanente acontece na forma de aprendizagem-trabalho, ou seja, a educação é inserida no contexto diário dos profissionais, a partir de problematizações do processo de trabalho, envolvendo as necessidades de saúde da população atendida. A implementação da Política ocorre por meio da comissão de integração ensino-serviço. Isso teria por finalidade: integralidade da atenção, clínica ampliada, conhecimento da realidade, trabalho multiprofissional e intersetorial. → Notificar casos confirmados e suspeitos de doenças de notificação compulsória e de infecções associadas a produtos industrializados para o Serviço de Vigilância Epidemiológica e Sanitária. – Integrantes: A CCIH é composta por profissionais da área da saúde, com nível superior, podendo ser classificados em membros consultores e membros executores. O coordenador da comissão é indicado pela direção dos hospitais e os membros consultores representam os serviços: médico, de enfermagem, de farmácia, de microbiologia e de administração. A temática tratada na educação é bastante diversa, tratando de procedimentos de higiene das mãos, medidas de prevenção de infecção de corrente sanguínea relacionada a cateter, cuidado com feridas, assepsia da pele antes de inserção de dispositivos, uso de EPI e de EPC, preparo do campo operatório. Os membros executores são responsáveis pela representação dos serviços prestados para controle de infecções. O grupo executor é composto por 2 profissionais da saúde com nível superior (é preferível que, pelo menos 1, seja enfermeiro) a cada 200 leitos ou uma parte desse número com uma carga horária de, no mínimo, 6 horas para o enfermeiro e de 4 horas para outros profissionais. → Medidas de combate à antibioticoterapia indiscriminada no meio hospitalar: A resistência aos antimicrobianos é preocupante, principalmente, pela dificuldade crescente de tratamento de infecções. Essa resistência se agrava com a utilização inadequada desses medicamentos na saúde humana e animal. Além disso, a PROGRAMA DE CONTROLE DE INFECÇÕES HOSPITALARES inexistência/baixa realização de programas de prevenção e controla, a vigilância ineficaz e a regulação inadequada são fatores que intensificam essas situações no tratamento. CCIH deve conhecer todos os casos de uso de antibioticoterapia e sua proporção. O controle da disponibilização de antimicrobianos é dividida em 2 tipos de modalidade: Quando um micro-organismo é resistente, os pacientes infectados têm infecções prolongadas, maior taxa de mortalidade, maior permanência nos hospitais e menor suporte preventivo. → Sem reserva terapêutica: o médico pode prescrever o medicamento disponível no hospital, informando a localização do paciente, a finalidade da terapia e sua duração. Essas informações são utilizadas pela CCIH, a fim de avaliar a prescrição realizada. Para lidar com essa situação, a Anvisa estabeleceu ações, como: prevenção e controle de infecções e da resistência em serviços de saúde, regulação do controle da venda de antimicrobianos, vigilância de infecções relacionadas à assistência à saúde, monitoramento da qualidade dos medicamentos, estabelecimento de limites para medicamentos veterinários em alimentos e verificação da presença de micro-organismos resistentes nos alimentos. → Com reserva terapêutica: ocorre com a prescrição de medicamentos mais caros, mais tóxicos e mais indutores de resistência. Nesses casos, a continuidade do tratamento depende da concordância da CCIH após as 48 horas de prescrição. Outro caso que pode acontecer é o de a farmácia suspender o fornecimento do medicamento depois que o tempo estipulado pela CCIH expirou. Além do âmbito nacional, a OMS elaborou um Plano de Ação Global em Resistência a Antimicrobianos, com as seguintes formas de atuação: Para que os antimicrobianos sejam utilizados de forma coerente, é de grande importância a educação continuada dos médicos sobre a prescrição desses medicamentos. Além disso, é essencial avaliar o perfil de resistência e de sensibilidade dos micro-organismos de dado hospital, o que facilita o estabelecimento de uma antibioticoterapia empírica em situações comuns, levando em consideração o volume e o custo x benefício. → Aperfeiçoar a conscientização sobre a resistência aos medicamentos, por meio da comunicação, educação e formação efetivas. → Reforçar o conhecimento sobre o assunto através da vigilância e da pesquisa. → Reduzir os casos de infecções com medidas de saneamento, higiene e prevenção. A farmácia hospitalar deve ser bem estruturada e os laboratórios de microbiologia devem funcionar adequadamente para a identificação e para os estudos de sensibilidade dos patógenos prevalentes no local. → Estimular o uso racional dos medicamentos. → Promover um investimento sustentável em novos medicamentos, meios diagnósticos, vacinas. A redução do uso de antimicrobianos está relacionado ao desenvolvimento de ações de conscientização da população e de capacitação dos profissionais de saúde. É importante ressaltar, também, que a meta estipulada é a de diminuir o uso inadequado desses medicamentos, sem prejudicar o acesso a eles. É importante a implantação de rotinas de esquemas terapêuticos específicos para tratar as infecções mais comuns, além de haver uma padronização dos fármacos utilizados na instituição de saúde. Quando uma terapia é estabelecida, leva- se em conta os antimicrobianos de menor toxicidade, a via de administração mais adequada, a menor indução de resistência, posologia mais cômoda (facilita a adesão) e menor custo. O uso de antimicrobianos pode ser diferenciado de acordo com a instituição e com a disponibilidade de certos recursos, sendo que a PROGRAMA DE CONTROLE DE INFECÇÕES HOSPITALARES A padronização e o controle do uso de antimicrobianos é avaliada e supervisionada pela CCIH e pela Comissão de Farmácia Terapêutica. Essas duas comissões atuam também no controle da prescrição de medicamentos, especialmente as cefalosporinas de 3º e 4º gerações, aminoglicosídeos, quinolonas e novos betalactâmicos. A padronização é realizada de acordo com as características do hospital, dependendodo tipo de atendimento (pacientes crônicos, atendimento primário ou hospitais com UTI) e dos aspectos de resistência, de epidemiologia, de aquisição e de custos.
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