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Fisiologia Renal - Resumo

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Fisiologia Renal
Resumindo Geral
É importante parar para pensar nas funções dos rins. Provavelmente você acha que é so
filtrar o sangue e retirar impurezas e toxinas que fazem mal ao corpo. Não está errado, mas
vai além disso. Os rins:
1. Regulam liquido extracelular e pressão sanguínea – quando esse volume de liquido
extracelular aumenta temos aumento de pressão sanguínea e os rins excretam esse
volume excedente para normalizar a pressão.
2. Regulam osmolaridade – concentração de eletrólitos e solutos dos componentes
líquidos, eliminando ou mantendo-os de formar a manter a osmolaridade em valor
constante e adequado para homeostase.
3. Manutençao do equilíbrio iônico – controlam as concentrações de íons no
organismo.
4. Regulam o ph – controle da acidez do plasma através do equilíbrio entre ions
hidrogênio e ions bicarbonato. Quando o ph estiver acido, os rins tratam de remover
prótons e conservar bicarbonato e vice versa.
5. Excretam resíduos – removem subprodutos metabolitos, toxinas, fármacos, todos os
subprodutos finais do metabolismo que são excretados e eliminados pelos rins.
6. Produzem hormônios – eritropoietina para produção de hemácias, a renina para o
sistema renina angiotensina aldosterona.
O rim possui, então, uma gama bem ampla de funções. É importante fazermos uma revisão
da parte anatômica do sistema urinário. Observe a imagem abaixo:
Acima temos uma representação simplificada do sistema urinário. O sangue chega nos rins
através da aorta que dão nas duas artérias renais e, ao mesmo tempo, a veia cava inferior
que desembocam as veias renais que retiram o sangue que circulou nos rins.
Após todo processo de filtração, reabsorção e secreção que acontecem no rim, teremos a
urina que deixa o rim através da pelve renal e atinge os ureteres. Esses dois tubos saem dos
rins e se dirigem para a bexiga, que armazena a urina até o momento de eliminação que é
feito pela uretra.
Agora, observe uma imagem referente a um corte transversal do rim:
Observa-se que o rim é dividido em duas camadas. A mais externa se chama córtex e a
mais interna se chama medula. Esta se organiza no formato de pirâmides, ou pirâmides
renais, as quais são formadas pelo arranjo de pequenos túbulos microscópicos: os nefrons.
Estes nada mais são que as unidades funcionais dos rins. Os processos de filtração,
reabsorção e secreção acontecem neles. Os nefrons afluem nos ductos coletores, que
desembocam nos cálices renais e chegam à pelve renal, a saída para o ureter, por onde a
urina é eliminada dos rins.
Ao lado temos a representação de
um néfron. Ele começa pela
capsula de Bowman, onde
chegam os vasos sanguíneos e se
dá o inicio de filtração renal. Em
sequencia temos o túbulo
contorcido proximal, a alça de
Henle, o túbulo contorcido distal,
que, por sua vez, dá no ducto
coletor. Observe que, este ducto
não recebe a urina produzida
apenas por um néfron, mas por
vários néfrons.
O sangue entra no nefron pela
capsula de Bowman, onde temos
o glomérulo.
Como comentado anteriormente, o sangue entra pelos rins através de uma ramificação da
artéria aorta, a artéria renal. Esta artéria se dicotomiza até formar as arteríolas aferentes
que se encontram com a capsula de Bowman. Nesse local, a arteríola se enovela, formando
uma rede emaranhada e complexa chamada de glomérulo.
Ao lado temos uma
representação de um
glomérulo.
O sangue passa então
pelo glomérulo e sairá
pela arteríola eferente.
Quando o sangue passa
pelo glomérulo, com
suas paredes capilares
finas, é que ocorre o
processo de filtração.
Este é o processo de
passagem de liquido de
solutos de dentro dos
vasos para a Capsula de Bowman, que é a primeira porção do néfron.
Na imagem da página anterior, na qual o nefron é representado. Observe o processo da
saída do sangue pela arteríola eferente. Esta formara uma rede de capilares peritubulares
que estarão ao redor do nefron. Estes capilares desembocarão na veia renal.
Importante tambem observar a disposição espacial dos túbulos do nefron. Veja na imagem
da página anterior na qual o néfron é representado.
Diariamente temos a passagem de 180 litros de plasma, porém, mais de 99 por cento do
plasma é reabsorvido e volta para circulação, sendo apenas 1,5 litros excretados.
O processo de filtração renal acontece exclusivamente no corpúsculo renal. Nessa região
temos uma adaptação nas paredes dos capilares de forma a permitir passagem mais livre
do plasma naquela região. Porém, o rim ainda participa de dois processos. Nem todo o
filtrado pode ser eliminado, vide que são 180 litros diários. Logo, ele precisará reabsorver
parte desse liquido, que acontece nos túbulos contornado proximal e na alça de Henle. O
processo seguinte é a secreção. Apesar da similaridade entre os processos de filtração e
secreção – ambos acontecem no sentido sangue para luz do túbulo – o primeiro é de livre
ocorrência, ao passo que a secreção é altamente seletiva.
Acima, podemos observar uma representação simplificada dos três processos renais:
filtração, reabsorção e secreção.
O sangue chega pela arteríola aferente, passa pelo glomérulo e na região do corpúsculo
renal, acontece o processo de filtração – saída de material do sangue para o lumen. O
filtrado circula por toda extensão do nefron. Passa pelo túbulo contornado proximal, alça de
Henle, ate chegar no túbulo contornado distal e no ducto coletor. O que permanecer nesse
sistema tubular será enviado à bexiga.
Os capilares peritubulares tem contato intimo com os túbulos do nefron, atuando no
processo de reabsorção, no qual algumas substancias serão reabsorvidas para o sangue,
ocorrendo em toda extensão do nefron. Outro processo no qual a presença dos capilares é
importante, é a própria secreção. Moleculas que não foram filtradas, porém, que precisam
ser eliminadas, serão enviadas para o sistema tubular do néfron a fim de serem excretadas.
Há uma equação para medir o que foi excretado pelos rins.
Quantidade filtrada – Quantidade reabsorvida + Quantidade secretada = Quantidade
excretada de soluto
Ou seja, parte do soluto será filtrado, porém parte será reabsorvido e outra parte será
adicionada à quantidade de soluto filtrado. Isso formará a quantidade de soluto que deixa o
organismo.
Filtração
A filtração é o primeiro passo na formação da urina. Consiste na passagem do plasma do
glomérulo para a capsula de Bowman. É um processo inespecífico, com baixa seletividade.
Apenas proteínas plasmáticas, em situações normais, não passam para a capsula de
Bowman.
Obviamente, não é todo o sangue que será filtrado, apenas 20 por cento desse sangue será
filtrado pelo glomérulo, enquanto os outros 80 por cento continuarão na circulação renal. A
porcentagem do plasma que passa do glomérulo para a capsula de Bowman é o que
chamamos de fração de filtração, que corresponde a cerca de 20 por cento.
Para entender o processo de filtração, precisaremos voltar à imagem do corpúsculo renal.
Vemos que o sangue entra pela arteríola aferente para a região do corpúsculo renal, mais
precisamente no glomérulo. Toda substancia que passa dentro do glomérulo e é filtrada
para a capsula de Bowman atravessa determinada barreira.
Essa barreira tripla, representada acima, a gente vê que a substancia filtrada no lumen
atravessa o endotélio do capilar, uma pequena lamina basal e uma parede da capsula de
Bowman que é formado pelos podocitos.
A primeira barreira são as fenestras do endotélio capilar. Permite a passagem da maioria
dos compostos do plasma menos as células sanguíneas. A membrana basal, segunda
camada, é formada por glicoproteínas carregadas negativamente e funciona como uma
peneira. Por fim, o filtrado passa pelos podocitos, nas fendas de filtração, por onde o
filtrado atinge a capsula de Bowman. As fendas de filtração são fechadas por uma
membrana semiporosa que impede a passagem de proteínas plasmáticas que chegaram
nessa membrana.
Teremos 3 forças de pressão que atuam no auxilio ou não do processo de filtração.
Pressão hidrostática do sangue no capilar
É a força que o sangue faz na parededo capilar ao passar por ela. É a favor do processo
de filtração. É fácil enxergar que o aumento da pressão sanguínea aumenta,
consequentemente, a pressão hidrostática do sangue no capilar, aumentando a taxa de
filtração.
Pressão coloidosmótica do plasma no capilar
É a pressão que gera um gradiente de concentração que promove a passagem do solvente
do lugar menos concentrado para mais concentrado. Favorece a volta do liquido de dentro
da capsula para o capilar, por causa das proteínas plasmáticas que estão no capilar e não
passam para a capsula. A pressão do capilar é sempre maior que a da capsula de Bowman.
Pressão hidrostática na capsula de Bowman
Essa pressão é gerada com o acumulo de filtrado na capsula de Bowman, vide essa ser um
espaço fechado e delimitado por paredes fixas. Desfavorece o processo de filtração, pois
dificulta a passagem de mais filtrado para o espaço da capsula de Bowman.
Porém, mesmo tendo duas forças opostas à filtração, a pressão hidrostática do sangue no
capilar sempre será maior que as opostas. Esse fator é o que mantem a filtração.
Lembre que o processo é inespecífico, ou seja, tudo que passa pelas barreiras de filtração
vai para a capsula de Bowman. O volume de liquido que sai de dentro do capilar e passa
para a capsula de Bowman, por unidade de tempo, é chamado de Taxa de Filtração
Glomerular (TFG ou TGF em inglês). Essa taxa é de cerca de 180 litros por dia ou 125 ml por
minuto. Isso significa que o rim filtra todo o volume sanguíneo do corpo cerca de 60 vezes
por dia.
Temos alguns fatores que regulam a TFG.
Pressão resultante
Relaçao entre as pressões hidrostática do sangue e da capsula de Bowman e da pressão
coloidosmotica.
Coeficiente de filtração
Depende da área total da superfície de troca entre o capilar e a capsula de Bowman. Além
disso, depende também da permeabilidade da interface capilar/capsula que permite maior
ou menor passagem de filtração.
A TFG é relativamente constante e temos um controle muito rigoroso sobre essa taxa. Este
é feito pelo fluxo sanguíneo que chega no glomérulo, ou seja, nas arteríolas, para alterar
esse fluxo.
No esquema acima podemos entender um pouco do controle da TFG através da regulação
do calibre das arteríolas aferente e eferente.
Se aplicarmos uma resistência na arteríola aferente temos a redução da quantidade de
sangue que chega no glomérulo, logo diminuindo o fluxo sanguíneo renal. A diminuição do
fluxo acarreta em menor chegada de sangue, menor pressão sanguínea capilar, menor
pressão hidrostática e menor TFG.
Já no caso contrario, ao aplicarmos resistência na arteríola eferente, temos um acumulo de
sangue na região do glomérulo, logo, maior pressão sanguínea no capilar e maior pressão
hidrostática. Tal fator favorece a TFG.
Essa regulação é um processo que o rim faz localmente, ou seja, ele mesmo se controla.
Esse controle é feito para proteger as membranas de filtração de pressões sanguíneas
altas que poderiam danificar as estruturas. Teremos dois tipos de resposta.
Miogenica
Resposta padrão das arteríolas sistêmicas. Quando há aumento da pressão que chega
nesse capilar, a musculatura lisa se estira, gerando uma resposta de despolarização da
musculatura lisa que abre canais de cálcio que geram contração da musculatura. Acontece,
por fim, a contração da arteríola aferente.
A diminuição da pressão arterial gera uma resposta contraria à citada acima, ou seja,
dilatação maior da musculatura lisa, da arteríola, promovendo maior passagem de sangue
e aumentando a TFG.
Retro alimentação túbulo glomerular
Resposta paracrina que responde ao maior ou menor fluxo de liquido através da alça de
Henle. Na porção final desta, ela passa entre a arteríola aferente e eferente, formando uma
espécie de pinça. Essa região é chamada de região justaglomerular.
Ao lado temos uma representação
desse aparelho.
Temos o corpúsculo renal, as arteríolas sendo representadas e um corte do túbulo da alça
de Henle, no qual temos a luz do tubo e a parede do túbulo. Nessa região, uma porção de
células modificadas tem uma alta sensibilidade a concentrações de sais que passam por
essa região, cloreto de sódio, e chamamos de macula densa. As células da macula densa
enviam sinais paracrinos para a arteríola aferente em caso de aumento da concentração
de sais nessa região, gerando vasoconstrição nessa. Já o contrario, diminuição da
concentração de sais nessa região, gera um sinal, também para arteríola aferente, que
diminui a resistência nessa arteríola, aumentando TFG ao aumentar a pressão hidrostática.
Outro mecanismo que a redução do cloreto de sódio
estimula a macula densa e essa promove o aumento da
produção de renina pelas células justaglomelulares. Em
ultima instancia, a renina aumenta a produção de
angiotensina II que provoca contração da arteríola
eferente, aumentando a pressão hidrostática glomerular e
a TFG.
Resumindo o mecanismo temos a imagem ao lado.
A redução da pressão arterial leva à liberação de renina.
Ao mesmo tempo, o fígado libera angiotensinogenio, que
cai na circulação e é clivado em angiotensina I pela renina.
Nos pulmões, a angiotensina I será convertido em
angiotensina II, por uma ECA. A angiotensina II, por sua
vez, atuará na glândula adrenal, estimulando a liberação
de aldosterona. A aldosterona gerará vasoconstrição na
arteríola eferente, aumentando a pressão hidrostática no
capilar glomerular e assim a TFG, como também aumentará a retenção de sal e água pelos
rins. A consequência final do processo é o aumento da pressão sanguínea. Abaixo, veja
mais um esquema representando o sistema renina-angiotensina-aldosterona.
Reabsorção
Cerca de 180 litros de plasma são filtrados diariamente, mas somente cerca de 1,5 litros são
excretados. Não seria mais fácil para o organismo filtrar então apenas os 1,5 litros de
plasma a serem excretados?
O mecanismo de filtração em larga escala é feito devido a dois fatores:
1. Simplicidade: o mecanismo é simples e, por ser inespecífico, tem menor demanda
energética para o organismo.
2. Velocidade: uma filtração inespecífica possibilita a excreção de forma mais rápida e
eficiente de metabolitos, xenobioticos e toda gama de coisa ruim que o corpo não
precisa.
A filtragem inespecífica tambem facilita a simplificação da reabsorção de moléculas, íons
etc. O rim tratará de forma diferente, diferentes substancias.
Para explicar melhor esse tratamento, veja os esquemas a seguir.
Acima, temos um esquema que representa uma substancia livremente filtrada pelo
glomérulo. Perceba que não há reabsorção nesse processo. O exemplo da imagem é a
inulina, um marcador exógeno de RFG – ritmo de filtração glomerular, ou também TFG.
Já esse esquema mostra uma substancia que é livremente filtrada, porém tem reabsorção
parcial.
No exemplo acima vemos o caso de uma substancia que é livremente filtrada, porém é
completamente reabsorvida pelos rins. Observe que não há excreção ou secreção.
O ultimo exemplo representa uma substancia que é livremente filtrada em partes, porém
não é reabsorvida, apenas secretada. Observe que não há continuação na presença dela
na circulação sanguínea.
A reabsorção é o processo que mais contribui para a composição final da urina. Determina
os componentes de solutos e agua presentes na urina final. A participação da secreção é
bem menos expressiva.
O processo de reabsorção ocorre durante todo o túbulo nefrônico. Mesmo que mais da
metade ocorra na região contornada proximal, há também atividade reabsortiva em outras
regiões tambem. Cada substancia presente no plasma e é filtrada terá uma taxa de
reabsorção diferente, local de reabsorção e outros. Não entraremos a fundo sobre o
processo de reabsorção de forma especifica. Falaremos apenas de íons e solutos mais
comuns.
Todo composto a ser
reabsorvido precisará
ultrapassar algumas barreiras.
Observe a imagem ao lado. O
filtrado está no lúmen tubular.
Seus solutos a serem
reabsorvidos, para serem
enviados ao sangue precisam
atravessar, primeiramente, a
membrana celular da célula do
túbulo nefrônico. Passará pordentro do citosol dessa célula a
fim de atravessar a membrana basolateral desta para chegar ao interstício renal. Por fim,
atravessará o endotélio para retornar ao capilar peritubular.
A primeira etapa pode ter dois caminhos. O transepitelial, no qual o soluto atravessa as
duas membranas da célula. Por outro lado, temos a paracelular, no qual as substancias
passam pelas junções que se encontram entre as células.
A formas de passagem dos solutos através de membranas são variadas, podendo ser ativo
ou passivo. Aí a criatividade da natureza vai longe! Temos difusão facilitada e simples,
transportes ativos primário e secundário etc etc e tal.
Uma das principais substancias reabsorvidas pelo túbulo do nefron é o sódio, importante
para a reabsorção de varias outras substancias. Usaremos a reabsorção de sódio como
exemplo.
A imagem ao lado representa, mais uma
vez, duas células tubulares, uma
intercalada e outra principal – não nos
ateremos ao tipo celular por enquanto – e
o lumen do túbulo e o sangue.
O sódio é livremente filtrado pelo
glomérulo. Ele está presente em
concentrações muito baixas dentro da
célula devido à sódio potássio ATPase.
Logo, teremos uma diferença de potencial
entre a luz do túbulo e o interior da célula
tubular, que favorece a passagem de sódio
para dentro da célula. Mas não basta esse
gradiente para o transporte através de membrana, é preciso uma forma para esse
transporte ocorrer. Nesse caso pode ser um transportador de sódio ou um canal de sódio.
Na membrana dessa célula teremos canais de sódio permanentemente abertos, além de
proteínas transportadoras de sódio que o transportam por cotransporte a outras moléculas.
O sódio entra na célula tubular e a sódio potássio ATPase transportará o sódio para o
interstício renal, mantendo baixa concentração de sódio baixo na célula e o gradiente de
sódio.
Outra maneira característica de reabsorção é o cotransporte, um transporte ativo
secundário, na qual a energia gerada em um transporte passivo é usada para realizar o
transporte contra o gradiente de outra substancia. Como exemplo, usaremos a glicose.
A concentração de glicose é
maior dentro da célula tubular
do que dentro do túbulo. Para
o transporte então, a glicose
faz uso de um
cotransportador. O que ocorre
é: uma proteína transporta o
sódio a favor do seu gradiente
e vai cotransportar a glicose
utilizando a energia gerada
por esse transporte passivo.
De dentro da célula para o
interstício, teremos uma
transporte mais fácil, via difusão facilitada. Uma proteína de membrana funcionará como
transportador de forma passiva, devido ao gradiente de glicose. A glicose não consegue
atravessar livremente a membrana plasmática, por isso a necessidade do transportador.
Essa reabsorção é feita na região proximal.
Ao contrario do sódio, que tem transporte livre, a glicose tem um transporte máximo devido
à necessidade de proteínas para o transporte da mesma, sendo passiveis de saturação. A
glicose é 100 por cento reabsorvida em condições fisiológicas normais. Apenas em
condições patológicas ou mesmo de consumo em excesso – e põe excesso nisso – que
teremos parte da glicose excretada.
No gráfico acima podemos observar alguns parâmetros para a glicose nos néfrons. Vemos
que, a glicose, será filtrada, como a maioria dos solutos, livremente. Sua concentração
sanguínea será igual à sua concentração presente no filtrado, isso na reta vermelha. Já na
reta azul temos a saturação do transporte de glicose; a partir desse momento, a glicose
tubular não é mais reabsorvida. O aumento da glicose plasmática aumenta a excreção de
glicose, passando por um limiar. Esse limiar só é atingido em dada concentração
considerada patológica. Essa é uma condição comum no diabetes. Esse marcador pode ser
um dos exames preliminares de diabetes, a glicose presente na urina.
As proteínas, geralmente, não passam pela filtração glomerular. Porém, quando de
tamanho pequeno, elas são filtradas e o organismo precisa reabsorve-las, devido à
natureza das proteínas. Elas serão reabsorvidas, na maioria das vezes, por pinocitose.
Teremos receptores de membrana nas células tubulares que captarão essas proteínas e as
englobarão para dentro da célula. Muitas vezes serão degradadas dentro das células e os
aminoácidos serão reaproveitados pela célula tubular ou serão lançadas na corrente
sanguínea.
A água será reabsorvida em grande quantidade. Seu retorno para o plasma está
largamente associado ao transporte de sódio. O transporte da ureia tambem o está. Para
entender esses transportes precisamos voltar no conceito de que o resultado da filtração
glomerular é uma solução que tem a mesma osmolaridade do plasma. Já que o processo
de filtração é inespecífico. No entanto, ao iniciar o processo de reabsorção, há o inicio do
desequilíbrio da osmolaridade. Esta promove a reabsorção de outras substancias. Essa
mudança é causada principalmente pelo sódio.
Com a reabsorção do sódio temos uma diminuição da osmolaridade do filtrado. Este se
torna menos concentrado que o interior da célula, assim, ocorrerá a reabsorção de agua
por osmose. O acréscimo da reabsorção de água é proporcional à reabsorção de sódio, ou
seja, quanto mais sódio for reabsorvido pelos túbulos, maior a reabsorção de água. Ao
passo que a água é reabsorvida, temos o aumento da osmolaridade do filtrado. A
concentração dos íons cresce como o cloreto e o de substancias como a ureia. Esses dois
passarão a ser reabsorvidos passivamente pela célula tubular devido ao gradiente de
concentração. A reabsorção passiva de cloreto também é estimulada devido à carga
negativa concentrada no lumen do túbulo – baixas concentrações de sódio – e à carga
positiva concentrada na célula tubular – altas concentrações de sódio. Esse processo pode
ser entendido pelo esquema abaixo.
Sabemos que a reabsorção ocorre em taxas diferentes em locais diferentes dos túbulos
nefrônicos. Porém, sabe-se que grande parte da reabsorção, especialmente de sódio e,
consequentemente, água, se dá no túbulo proximal. Isso ocorre devido a características
especiais das células proximais. São células metabolicamente muito ativas, com grande
quantidade de mitocôndrias. Além disso, suas membranas serão muito ricas em
transportadores para os solutos. Por fim, possuem muitas microvilosidades, formando as
bordas em escova, aumentando a área de contato da membrana com o lumen do túbulo
promovendo maior taxa de reabsorção.
Vemos que algumas substancias tem
muita queda de concentração a medida
que passam pelo túbulo proximal. Água e
sódio são bem reabsorvidos, assim como
glicose e algumas proteínas. A
concentração de sódio, apesar disso, se
mantem, pois ao ser reabsorvido, o sódio
carrega a camada de solvatação, ou seja:
água, para o interior da célula. A
concentração de outros solutos também
aumenta, não porque estão sendo
secretados nessa porção, mas porque
estamos aumentando a osmolaridade do meio ao retirar a água.
Já na alça de Henle continuamos com reabsorção de sódio e cloreto. Na porção
descendente temos grande taxa de reabsorção de água. Porém, ao se aproximar da parte
ascendente, o nefron tende a ficar mais impermeável à água e essa característica se
mantem até o túbulo coletor. Ainda temos reabsorção de solutos, porém a água não é
reabsorvida. Temos grande decréscimo da osmolaridade, fator que estimula a passagem
de água para dentro do meio celular. Porém, lembra, as células dessa região são
impermeáveis a água, então ela não passa.
O processo de secreção/reabsorção terá alguns mecanismos de controle.
Aldosterona
A aldosterona é secretada pela glândula suprarrenal e é um hormônio poupador de sódio.
Age no túbulo coletor quando há baixas concentrações de sódio no organismo. A
aldosterona aumentará a expressão de canais de sódio, proteínas transportadoras de sódio
na face luminal da célula tubular e, além disso, aumentará a atuação da sódio potássio
ATPase, gerando maior gradiente de concentração de sódio e aumentando sua reabsorção.
Angiotensina II
Produzida através da liberação de renina e causatambém retenção de sódio. Estimula a
produção de aldosterona na suprarrenal. Porém, também tem ação direta. Ao se ligar a
seus receptores, estimulará a reabsorção de sódio na membrana luminal. A ligação com
seu receptor estimula a passagem do sódio para o liquido intersticial ao estimular a sódio
potássio ATPase e de uma bomba de cotransporte de sódio e bicarbonato.
ADH
É um hormônio secretado pela hipófise em resposta à baixas pressões arteriais. Age sob o
túbulo contornado distal e coletor aumentando sua permeabilidade a água. Aumenta-se a
reabsorção de água e assim a pressão arterial. Não esqueça dos outros efeitos como
concentração de urina.
Secreção
O processo de secreção é bem mais simples e menos significante na formação da urina do
que os processos anteriores. A secreção, assim como a reabsorção, ocorre por todo o
percurso do filtrado pelo néfron. Em alguns pontos a secreção será mais importante e/ou
significativa. Vários ácidos e bases orgânicas são secretados já no túbulo proximal,
normalmente produtos finais do metabolismo que precisam ser rapidamente excretados
pelo organismo.
Passam tambem por um processo de secreção significativa nos rins, vários fármacos e
toxinas. Falaremos dos principais íons a serem secretados no processo de formação da
urina.
A secreção de potássio e de prótons ocorrerão de forma bem parecida, sendo
principalmente feita com cotransporte de íons sódio.
E como num deja vú a imagem ao lado
reaparece, mas a veremos por um ponto
de vista diferente, agora pela secreção de
potássio.
A bomba de sódio potássio da membrana basolateral garantirá que a concentração de
potássio seja grande no interior da célula e pequena no interstício. O potássio em maior
concentração na célula gera um gradiente de concentração que possibilita a passagem de
potássio para o lumen do túbulo. Lembre-se que o sódio é reabsorvido para a célula para
manter a bomba de sódio potássio funcionando.
Já na secreção de prótons, ou íons H+ - tanto faz... – teremos a larga atuação da anidrase
carbônica, que pega uma molécula de gas carbônico e une a agua formando o acido
carbônico. Esse acido é muito instável e se dissocia em bicarbonato e prótons. Os íons
bicarbonato ficarão disponíveis para serem lançados na circulação sanguínea para o
controle do ph do meio extracelular, enquanto os íons hidrogênio serão secretados. Observe
abaixo, o esquema de secreção de íons hidrogênio.
Parou rapidinho pra eu falar de equilíbrio de ph voando...
O organismo controla a atividade da anidrase carbônica a fim de regular o ph sanguíneo.
Em caso de acidose no sangue, a anidrase carbônica tem sua atividade estimulada. Assim,
haverá maior secreção de ions hidrogênio – acido – e maior disponibilidade de bicarbonato
– básico. O contrario também é valido.
Voltou rapidão porque já falei do equilíbrio de ph, voei...
O potássio, para ser secretado, depende da permuta com sódio, então essa eliminação será
dependente da atividade da aldosterona. Em caso de insuficiência da suprarrenal, teremos,
consequentemente, uma diminuição da secreção de potássio, levando a um quadro de
hipopotacemia. Já em caso de hiperatividade da suprarrenal, teremos aumento da
secreção de aldosterona que aumenta reabsorção de sódio e diminui a secreção de
potássio.

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