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Hipersensibilidade e Alergia: Uma Introdução

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1 LAIANE SOUSA-IMUNOLOGIA 
INTRODUÇÃO 
. A imunidade adaptativa tem a impor-
tante função de defesa do hospedeiro 
contra infecções, mas as respostas 
imunológicas também são capazes de 
produzir lesão tecidual e doenças. Em 
geral, as respostas imunes erradicam 
os organismos infectantes sem provo-
car graves lesões aos tecidos do hospe-
deiro. No entanto, essas respostas são, 
algumas vezes, controladas de maneira 
inadequada. 
Então, os distúrbios causados por res-
postas imunes são chamados de hiper-
sensibilidade e podem ser causados por: 
• Autoimunidade: quando há reações 
contra as próprias células e tecidos. São 
doenças crônicas e debilitantes sua inci-
dência é crescente. 
• Respostas imunes exacerbadas ou 
anormalmente persistentes contra mi-
crorganismos, que podem dar origem a 
uma inflamação grave ou produzir imu-
nocomplexos, que se depositam nos te-
cidos e desencadeiam inflamação. 
• Reações contra antígenos ambientais 
ou microorganismos comensais, os 
quais, geralmente, há tolerância. 
O problema na hipersensibilidade é os 
estímulos para essas respostas imunes 
anormais são difíceis ou impossíveis de 
se eliminar (p. ex., autoantígenos, mi-
crorganismos comensais e antígenos 
ambientais) e o sistema imune não está 
tendo um controle normal, então 
sempre que uma resposta imune pato-
lógica é iniciada, é difícil controlá-la ou 
interrompê-la. 
Hipersensibilidade do tipo 1 
Alergia 
(essa parte de alergia está no cap 20) 
Hipersensibilidade causada por anticor-
pos IgE específicos para antígenos am-
bientais não microbianos, chamados co-
mumente de alérgenos. 
Esta reação é dita imediata, porque ela 
começa rapidamente, poucos minutos 
após o contato antigênico. 
Esta reação é chamada de hipersensibi-
lidade imediata, porque ela começa rapi-
damente, poucos minutos após o desa-
fio antigênico (imediata), e tem impor-
tantes consequências patológicas (hi-
persensibilidade). Após a resposta ime-
diata, ocorre o desenvolvimento mais 
lento do componente inflamatório cha-
mado de reação de fase tardia, carac-
terizado pela acumulação de neutrófilos, 
eosinófilos e macrófagos. 
Na medicina clínica, essas reações são 
chamadas de alergia ou atopia, e as do-
enças associadas são chamadas de do-
enças alérgicas, atópicas ou doenças de 
hipersensibilidade imediata. Ataques re-
petidos dessas reações podem conduzir 
a doenças alérgicas crônicas, com dano 
tecidual e remodelamento. Os antígenos 
 
2 LAIANE SOUSA-IMUNOLOGIA 
que provocam hipersensibilidade imedi-
ata são chamados de alérgenos. A mai-
oria deles são proteínas comuns do am-
biente, produtos de origem animal e 
produtos químicos que podem modificar 
proteínas próprias. 
GENERALIDADE DAS REAÇOES ALÉR-
GICAS DEPENDENTES DE IgE 
• A marca de doenças alérgicas é a pro-
dução do anticorpo IgE, que é depen-
dente da ativação doas células T auxilia-
res produtoras de IL-4. 
• A sequência típica de eventos na hi-
persensibilidade imediata consiste na 
exposição a um antígeno, ativação dos 
linfócitos (células TH2, células T folicula-
res auxiliares [TFH] produtoras de IL-4 
e células B), específicos para o antígeno, 
produção do anticorpo IgE, ligação do 
anticorpo aos receptores Fc de mastó-
citos e ativação de mastócitos através 
da reexposição ao antígeno, resultando 
na liberação de mediadores a partir de 
mastócitos e a subsequente reação pa-
tológica. (proxima imagem vai mostrar) 
• A alergia é a doença mediada pelo TH2 
prototípico. Muitos dos primeiros acon-
tecimentos e características patológicas 
da reação são desencadeados por cito-
cinas TH2, que podem ser produzidas 
por células TFH nos órgãos linfoides e 
por células TH2 clássicas nos tecidos. 
• As manifestações clínicas e patológi-
cas da alergia consistem na reação vas-
cular e do músculo liso que desenvolvem 
-se rapidamente após a exposição re-
petida ao alérgeno (hipersensibilidade 
imediata) e uma fase tardia retardada 
de reação inflamatória. 
• As reações alérgicas se manifestam 
de formas diferentes, dependendo dos 
tecidos afetados, incluindo erupções cu-
tâneas na pele, congestão nasal, cons-
trição brônquica, dor abdominal, diarreia 
e choque sistêmico. 
• O desenvolvimento de alergias é o re-
sultado das complexas e mal compre-
endidas interações gene-ambiente. 
Sequência de 
eventos nas 
reações de hi-
persensibilidade 
imediata. Doen-
ças de hiper-
sensibilidade 
imediata são 
iniciadas pela in-
trodução de um 
alérgeno, que 
estimula de 
respostas de 
células T auxili-
ares produzindo 
IL-4 e a pro-
dução de IgE. A 
IgE sensibiliza 
os mastócitos 
através da liga-
ção a Fc RI, e 
uma exposição 
subsequente ao 
alérgeno ativa 
os mastócitos 
para secretarem os mediadores que 
são responsáveis pelas reações patoló-
gicas de hipersensibilidade imediata. 
PRODUÇÃO DE IgE 
Os indivíduos atópicos produzem altos 
níveis de IgE em resposta a alérgenos 
ambientais, enquanto os indivíduos nor-
mais geralmente produzem outros iso-
tipos de Ig, como IgM e IgG, e apenas 
pequenas quantidades de IgE. 
 
3 LAIANE SOUSA-IMUNOLOGIA 
O anticorpo IgE é responsável pela sen-
sibilização dos mastócitos e fornece o 
reconhecimento de antígenos para as 
reações de hipersensibilidade imediata. 
 
 
Efeitos biológicos dos mediadores de hi-
persensibilidade imediata. 
Mediadores dos mastócitos e basófilos 
incluem as aminas biogênicas e enzimas 
armazenadas em grânulos préforma-
dos, bem como as citocinas e mediado-
res lipídicos, que são em grande parte 
recém-sintetizadas na ativação celular. 
As aminas biogênicas e os mediadores 
lipídicos induzem derrame vascular, 
broncoconstrição, e hipermotilidade in-
testinal, todos os componentes da res-
posta imediata. As citocinas e mediado-
res lipídicos contribuem para a inflama-
ção, que faz parte da reação de fase 
tardia. Enzimas provavelmente contri-
buem para o dano tecidual. Eosinófilos 
ativados liberam proteínas catiônicas 
pré-formadas, assim como enzimas 
que são tóxicas para os parasitas e cé-
lulas hospedeiras. Algumas enzimas dos 
grânulos dos eosinófilos provavelmente 
contribuem para danos nos tecidos em 
doenças alérgicas crônicas. 
. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
PROPRIEDADE DOS EO-
SINÓFILOS 
Os eosinófilos são granu-
lócitos derivados da me-
dula óssea abundantes 
nos infiltrados inflama-
tórios das reações de 
fase tardia e estão envolvidos em mui-
tos dos processos patológicos em do-
enças alérgicas. 
 
4 LAIANE SOUSA-IMUNOLOGIA 
Os eosinófilos liberam proteínas granu-
lares que são tóxicas para helmintos 
parasitários e podem ferir o tecido 
normal. 
. 
 
 
 
Hipersensibilidade tipo 2 
DOENÇAS CAUSADAS POR ANTICORPOS 
Doença causada por anticorpos contra 
células fixas e antígenos de tecidos. O 
mecanismo imune desse tipo de hiper-
sensibilidade envolve a interação de an-
tígenos presentes na superfície de di-
ferentes células com anticorpos do tipo 
IgG e IgM. Uma vez produzida a união 
desses anticorpos aos antígenos, ocorre 
a ativação do sistema complemento, o 
qual atuará contra a célula em questão, 
causando lesão tecidual. 
. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Tipos de doenças mediadas por anticorpos. A, Os anti-
corpos podem se ligar especificamente a antígenos te-
ciduais e os leucócitos recrutados causam lesão tecidual. 
B, Complexos de antígenos e anticorpos podem se for-
mar na circulação e se depositar nos vasos sanguíneos e 
em outros locais. Esses imunocomplexos induzem infla-
mação vascular e subsequente dano isquêmico aos teci-
dos. Os anticorpos contra proteínas celulares também 
podem provocar depleção de células e anormalidades 
funcionais (não mostrado). 
Doenças Causadas por Anticorpos con-
tra Células Fixas e Antígenos de Tecido 
Os anticorpos contra os antígenos celu-
lares ou da matriz causam doenças que 
afetam especificamente as células ou 
tecidos onde esses antígenos estão 
presentes e, frequentemente, essas 
doenças não são sistêmicas. Os anticor-
pos contra antígenos de tecidos produ-
zemdoença por três mecanismos prin-
cipais: 
➢ Opsonização e fagocitose 
➢ Inflamação 
➢ Funções celulares anormais 
 
 
 
 
 
5 LAIANE SOUSA-IMUNOLOGIA 
Hipersensibilidade tipo 3 
Doenças mediadas por imunocomplexos 
A hipersensibilidade do tipo III é ge-
rada pela presença/deposição de imu-
nocomplexos circulantes, os quais cau-
sam a ativação do sistema comple-
mento, de granulócitos e macrófagos e, 
consequentemente, geram lesão celular. 
Esses imunocomplexos que causam do-
ença podem ser compostos por anti-
corpos ligados a autoantígenos ou a an-
tígenos estranhos. As características 
patológicas das doenças provocadas Fi-
que por dentro! cursomeds.com.br por 
imunocomplexos refletem o local de 
deposição do complexo antígeno-anti-
corpo, sendo que, geralmente, as hiper-
sensibilidades do tipo III são sistêmi-
cas. 
Alguns exemplos de doenças humanas 
mediadas por imunocomplexos são bem 
conhecidas: Reação d Arthus e doença 
do soro. 
 
 
 
 
Hipersensibilidade tipo 4 
Doença causada por linfócitos 
A hipersensibilidade do tipo IV, também 
chamada de hipersensibilidade do tipo 
tardio, é a única relacionada com a imu-
nidade celular, sendo os linfócitos T os 
atuantes desse tipo de reação. Os linfó-
citos T envolvidos na hipersensibilidade 
do tipo IV podem ser autorreativos ou 
específicos para antígenos estranhos. 
Então, a hipersensibilidade do tipo IV 
não tem a presença de anticorpos en-
volvidos e é induzida por antígenos pro-
teicos ou ligados a hapteno-carreado-
res. 
Os linfócitos T danificam os tecidos pelo 
desencadeamento de inflamação ou por 
matar diretamente as células-alvo. As 
reações inflamatórias são desencadea-
das principalmente por células T CD4 + 
das subpopulações TH1 e TH17, que se-
cretam citocinas que recrutam e ati-
vam os leucócitos. Em algumas doenças 
mediadas por células T, os CTLs CD8 + 
matam as células hospedeiras. As célu-
las T que causam lesão dos tecidos po-
dem ser autorreativas ou específicas 
para os antígenos proteicos estranhos 
que são apresentados no interior ou li-
gados a células ou tecidos. A lesão teci-
dual mediada por linfócitos T também 
pode ser acompanhada de fortes res-
postas imunes protetoras contra mi-
crorganismos persistentes, especial-
mente microrganismos intracelulares 
que resistem à erradicação pelos fagó-
citos e anticorpos. 
 
6 LAIANE SOUSA-IMUNOLOGIA 
 
Doenças Causadas por Inflamação Me-
diada por Citocinas 
Na inflamação imunomediada, as células 
TH1 e TH17 secretam citocinas que re-
crutam e ativam leucócitos. 
Muitas doenças autoimunes específicas 
de órgãos são causadas pela interação 
de células T autorreativas com autoan-
tígenos, o que leva à liberação de citoci-
nas e inflamação. 
A reação inflamatória clássica mediada 
por células T é chamada de hipersensi-
bilidade de tipo tardio. 
Hipersensibilidade do tipo tardio 
A hipersensibilidade do tipo tardio (DTH) 
é uma reação inflamatória prejudicial 
mediada por citocinas resultantes da 
ativação de células T, particularmente 
das células T CD4 + . A reação é cha-
mada tardia porque se desenvolve tipi-
camente 24 a 48 horas após o desafio 
com o antígeno, em contraste com as 
reações de hipersensibilidade imediata 
(alérgicas), que se desenvolvem em mi-
nutos. 
As reações crônicas de DTH podem se 
desenvolver se uma resposta TH1 a 
uma infecção ativar os macrófagos, 
mas não conseguir eliminar os micror-
ganismos fagocitados. Se os 
microrganismos estiverem localizados 
em uma área pequena, a reação produ-
zirá nódulos de tecido inflamatório cha-
mados de granulomas.

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