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Anatomia Patológica – Aula 1 Fígado, pâncreas e vias biliares • Observar a interação do fígado com os outros órgãos na adjacência. Como o fígado relaciona com estômago, com duodeno e baço. • O fígado possui dupla vascularização: dois vasos entram nele, que é a veia porta (formada pelas veias mesentéricas superior e inferior + esplênica). E também a artéria hepática. Ou seja, tudo o que é absorvido nos intestinos passa primeiro pelo fígado: as toxinas, por exemplo, o alimento absorvido. E é o fígado que faz o processamento inicial do alimento, fazendo depósitos de glicogênio e gordura. • Então, por receber esse aporte sanguíneo, o fígado é muito acometido por patologias de outros lugares. Por ser um órgão muito vascularizado, então metástase de outros locais acontecem bastante nele. • Outra coisa interessante é o metabolismo de primeira passagem. Nós ingerimos uma pró- droga, que quando passa no fígado (principalmente em decorrência do citocromo p450) temos a conversão dessas medicações em drogas ativas, gerando um efeito biológico. • Artéria hepática é visivelmente menos calibrosa que a porta, então leva menor quantidade de sangue (cerca de 25% do fluxo sanguíneo). • Então, majoritariamente quem mais oxigena o fígado é sangue proveniente da veia (embora a veia tenha pressão parcial de oxigênio menor, cerca de 70 ou 80%). • Essa dependência do fígado em relação a veia porta promove uma complicação em patologias que aumentam a resistência na veia porta. Diminuição do fluxo pela veia porta é o que causa grande parte das patologias • Patologias que acometam o ventrículo direito vão gerar repercussão no fígado. A insuficiência cardíaca causa por exemplo congestão hepática. Antigamente, causava inclusive isquemia hepática (hoje não é tão comum, porque existe maior acesso a tratamento) • A vesícula biliar é um reservatório. A bile é uma solução formada por sais biliares e colesterol, que está associada a emulsificação de gorduras e vitaminas lipossolúveis. Ela é produzida majoritariamente no fígado. • A árvore biliar é formada por ductos hepáticos direito e esquerdo (cada um dos lobos hepáticos). Estes formam o ducto hepático comum, que une com ducto cístico advindo da vesícula biliar e forma o ducto colédoco, que passa por dentro da cabeça do pâncreas e se une com o ducto pancreático e desemboca na papila duodenal. • Eventuais patologias que acometam o duodeno ou a cabeça do pâncreas, por exemplo, vão repercutir no fígado. • Uma pessoa com cálculo dentro da vesícula, pode acontecer de migrar e obstruir a papila duodenal, causando uma repercussão tanto em relação ao fígado quanto em relação ao pâncreas. Isso porque a bile pode acabar extravasando, já que sua passagem está obstruída. Além de que, a pessoa pode ter também pancreatite. • Cada lobo hepático é dividido em lóbulos menores (cerca de 8), e eles são independentes. Cada um recebe um ramo da veia porta, da artéria hepática e ductos biliares. • Conter a hemorragia de lóbulos não é simples. Se houver um tumor em um lóbulo, é possível ressecar sem que atinja outros lóbulos. • Estrutura microscópica do fígado: vemos o lóbulo hepático. Cada vértice é formado por um espaço porta, onde temos a tríade portal. • Temos um fluxo que vem do espaço porta em direção a veia centro lobular, passando por milhares de sinusóides • A disposição dos hepatócitos é determinante para a sua função. Eles se dispõem em forma de colunas, que ficam alinhadas. Entre cada muro de hepatócito, existe um espaço: onde temos a presença dos capilares sinusóides • Existem uma rede de fibras reticulares que estruturam os hepatócitos e os mantém em posição. Fibras reticulares mantem a integridade da estrutura e são formadas por colágeno. • Cada hepatócito tem um espaço a esquerda e direita. De um lado, o hepatócito não tem revestimento nenhum. Do outro lado, o canal sinusóide é formado por células endoteliais, revestindo o hepatócito. Formando o equivalente a um capilar sanguíneo. • Os sangues arterial e venoso se misturam nesse local, e vão em direção a veia centro- lobular • Os canalículos biliares são formados dentro do fígado, mas caminha em canal diferente do fluxo vascular. O canalículo biliar é também formado por hepatócitos. • A cirrose é um processo de desorganização da estrutura. É uma regeneração que ocorre posteriormente que leva o fígado a perder sua arquitetura. • Possui outras duas células importantes: Célula de Kupffer e célula de Ito. o Célula de Kupffer é um macrófago residente do fígado, que possui duas funções: defesa e hemocaterese. Elas estão presentes também no baço. o Célula de Ito: como função fisiológica guarda vitamina A. Mas também possui papel associado ao processo patológico de cirrose: se transforma em fibroblasto (célula inflamada) e deposita fibrina na parede do capilar, o que contribui para a fibrose dos capilares sinusóide. • Todo sangue que passa no capilar sinusóide precisa entrar em contato com o hepatócito, em um fluxo hepático reduzido para que o tempo de contato com o hepatócito seja suficiente para ele metabolizar as substâncias de interesse. Os capilares sinusóide que favorecem isso pela conformação. • Na cirrose, existe impermeabilização do capilar sinusóide. Então o sangue passa sem entrar em contato com o hepatócito, e o sangue não é processado. Levando ao acúmulo de toxinas. Por exemplo, o hepatopata possui ginecomastia, porque não metaboliza muito bem o estrógeno. • O muro de hepatócitos tem a função de aumentar a superfície de contato. O sangue que chega no espaço porta contém tudo o que tem nas alças intestinais, e o que sai na veia centro-lobular já foi processado e vai chegar a circulação sistêmica • Predinisona é uma pró-droga que precisa da metabolização hepática. Predinisolona já é ativo. Então no hepatopata, é mais interessante prescrever a droga já ativa. • Alguns antibióticos precisam cair na circulação sistêmica, mas não podem ficar ali para sempre. Precisam ser inativados para serem excretados. Um hepatopata crônico que precisa tratar com antibiótico, é necessário saber se o antibiótico é adequado porque talvez o indivíduo não consiga metabolizar o medicamento: seja para tornar ativo ou para inativar a medicação e excretar (muitas vezes, é excretado pela bile) • Paracetamol é o principal causador de hepatite aguda. • Aranhas vasculares podem se apresentar no hepatopata. Surgem na barriga, braços, costas. Essa proliferação vascular é secundária ao excesso de estrógeno (que não foi metabolizado no fígado). • O lóbulo é dividido em zonas, que recebem mais ou menos nutrientes. Essa segmentação funcional é devido a exposição maior ou menor aos nutrientes, como por exemplo ao oxigênio. Mas se chega uma carga grande de vírus, por exemplo, chegando no espaço porta, é natural que hepatócitos mais próximos desse local sejam acometidos primeiramente. • O espaço de Disse que permite que o sangue entre em contato com hepatócitos. Nesse local fica a célula de Ito. Quando ela forma fibrose, fibrosa local entre espaço de Disse, célula endotelial e capilar sinusóide (não permite passar hemácias) • Espaço de Disse permite banhar o hepatócito com o soro do sangue. Pelas suas microvilosidades, absorve tudo aquilo que cai nesse espaço e processa. • A célula de Kupffer fica dentro do capilar sinusóide, mas pode também passar para dentro do espaço de Disse (associado ao processo de fibrose). • O canalículo biliar (canal de Hering) é de fundo cego e ele drena para o espaço porta, ele NÃO drena para a veia centro-lobular. • Funções do fígado: tem em torno de 4 mil funções. O principal: capta, transforma, acumula, neutraliza e elimina substâncias • Biotransformaçãoe detoxificação (hormônios, medicamentos e amônia). Quem produz amônia no corpo? Tudo associado a degradação de proteína. Vários processos da microbiota intestinal também produzem amônia. Essa amônia é absorvida e chega no fígado, que metaboliza a amônia e a converte em ureia (muito tóxica para o SNC, que é até capaz de atravessar a barreira hematoencefálica). Comum no hepatopata, ocorrer a encefalopatia hepática, levando a rebaixamento do nível de consciência e pode levar ao coma. • Degrada também óxido nítrico, que é vasodilatador. Assim, o paciente pode ter uma queda de pressão intensa. Pode levar a uma insuficiência renal aguda (síndrome hepatorrenal). Pode ter também complicações no pulmão. • O fígado faz reserva de glicogênio. A secreção pancreática cai na circulação da veia esplênica, e drena para o fígado. Grande parte da insulina produzida vai diretamente para o fígado. • No momento de jejum, o fígado por ação do glucagon, cortisol, adrenalina libera a glicose. • E quem tem cirrose? Quem tem hepatite aguda? A pessoa não controla sua glicemia no jejum, e pode gerar hipoglicemia. Por outro lado, o hepatopata crônico tende a fazer hiperglicemia (comum ser diagnosticado com diabetes). A pressão maior no fígado faz com que o sangue procure caminhos alternativos para chegar ao coração. Assim, a insulina que deveria ser jogada no fígado não é, e acaba se dispersando na corrente sanguínea, assim como o sangue cheio de glicose e nutrientes (que não foi metabolizado) • Quanto tempo dá para viver sem fígado? Cerca de 24 a 36 horas. Quadro de hepatopatia fulminante (entrando em processo de autodestruição) ele é prioridade na fila de transplante. • Fígado faz também secreção de bile: digere a hemoglobina (pelas células de Kupffer) e forma bilirrubina direta que será associada aos ácidos biliares e forma a bile. • Metaboliza carboidratos, e faz gliconeogênese (síntese de glicose por outras substâncias). • Metaboliza lipídeos • Faz síntese de proteínas: como albumina (que mantém o soro dentro dos vasos sanguíneos, e mantem a pressão adequada). A baixa síntese de albumina reduz a pressão coloidosmótica, e a hidrostática sobrepõem. Isso gera por exemplo ascite e derrames pleurais, além de edema de membro inferior • Produz os fatores de coagulação: produz todos! O fator 8 é produzido nos capilares sinusóides, não é feito pelo hepatócito. Alguns são dependentes de vitamina K (2, 7, 9 e 10), assim o hepatopata possui distúrbio de coagulação, tendo tendência ao sangramento. Lesões Histológicas Fundamentais do Fígado • O acúmulo de substâncias aumenta o estresse oxidativo celular, levando a lesão celular. No fígado, podemos acumular substâncias diversas por causas diversas. • Uma alteração genética que impede a excreção de ferro pode levar acúmulo dentro das células de Kupffer, levando a hemocromatose. Mesmo acontece com o cobre na doença de Wilson. • Outra coisa que acumulamos é gordura. Isso acontece porque todo paciente obeso possui esteatose hepática (alimentação rica em carboidrato). A esteatose é o primeiro processo induzido por álcool e alimentação inadequada. O indivíduo pode até fazer uma hepatite. • Temos depósitos macro e microvesiculares. • Dentro das lesões elementares, temos mecanismos de morte hepatocelular. Como a programada (apoptose) e a não programada (necrose), que acontece por um fator agressivo. • Uma célula constantemente agredida possui como fator limitante a capacidade de produção de energia. • A pessoa sintetiza bilirrubina, e dentro disso tem etapas (degrada hemácia, separa hemoglobina do heme, separa ferro do agrupamento heme, sobrando um anel. Esse anel é metabolizado em biliverdina, bilirrubina indireta e vai para o fígado. Onde será conjugado com ácido e formará a bilirrubina direta para ser excretada. Se a pessoa não tem energia para conjugar ou excretar, teremos tendência ao acúmulo (icterícia). • A necrose lítica é quando o hepatócito entra na autólise, dando lugar a fibrose ou a um novo hepatócito. Existem padrões de necrose, que tem relação com o local que acontece. Na hepatite viral, os que necrosam primeiro é próximo ao espaço portal (necrose em saca- bocados) • Necrose focal (caso da isquêmica que acontece ao redor da veia centro-lobular) • Necrose confluente • Na maioria das hepatites virais, o que destrói o tecido é a própria resposta inflamatória gerada. • NEOFORMAÇÃO CONJUNTIVA: se o fígado tem capacidade ilimitada de regenerar, isso acontece de forma estruturada. Nem sempre consegue estabelecer a estrutura hepática (um fígado cirrótico é regenerado, só que a cada regeneração alguma coisa da arquitetura é comprometida). A neoformação conjuntiva que é responsável pela regeneração. • Lesão reticular gera o colapso. Os colágenos do tipo 1,3 e 4 tentam reestabelecer a estrutura. Tem uma reorganização do fígado então, com reabsorção para tentar chegar próximo do normal (tenta corrigir falhas, mas nem todas são corrigíveis, formando estruturas que não estabelecem a arquitetura inicial). O fígado evolui para fibrogênese importante, gerando isolamento de hepatócitos. Esses hepatócitos se tornam incapazes de exercer sua função, porque não são banhados por sangue. • REGENERAÇÃO HEPÁTICA: acorre em todas as doenças. Ocorre hiperplasia compensatória, ou seja, a regeneração é no sentido portal para centrolobular. Temos prioridades de regeneração, as primeiras são hepatócitos e por último células de ITO. INSUFICIÊNCIA HEPÁTICA • Não precisa de saber escalas de classificação • É a incapacidade do fígado de cumprir suas funções • É a consequência clínica mais grave da doença hepática: ele pode não apresentar nada e evoluir até hepatocarcinoma • As manifestações clínicas são: icterícia (muito típico, mas a pessoa tende a se curar), hipoalbuminemia e hiperamoniemia • A insuficiência gera metabolismo deficiente de estrógeno, gerando as aranhas vasculares e a ginecomastia • Podemos ter redução dos fatores de coagulação • IH aguda: leva a uma necrose maciça em menos de 6 meses. Se for mais que 6 meses, temos uma IH crônica (na hepatite aguda e crônica temos também esse mesmo tempo limite). • IH pode ser causada por muitas coisas, como drogas, toxinas, medicamentos. • As hepatites que evoluem para IH são as A e B. • A IH aguda em excesso (várias crises) acaba gerando uma cirrose, depois IH e pode ou não evoluir com carcinoma. • IHA: ocorre com menos de 6 meses • IHC: com mais de 6 meses • IHF: fulminante (velocidade de lesão supera a de regeneração) é a que apresenta encefalopatia hepática (sintoma clínico) em até 8 semanas de evolução desde o surgimento dos sintomas da hepatite aguda. O tratamento é basicamente dos sintomas. A não ser que você saiba o que está causando, por exemplo a hepatite B e C possuem tratamento. • A encefalopatia está associada a não metabolização da amônia no fígado. Os pacientes com esse quadro tendem a evoluir com edema cerebral. Assim, morrem por alteração da pressão intracraniana. • Encefalopatia hepática: conjunto de manifestações neuropsiquiátricas. Possuímos 4 graus diferentes. Hepatite • Pode ser desencadeado por diversos fatores • Esquistossomose pode até levar à cirrose (não é consenso entre os autores) • Hipertensão porta pode ser causa por patologias antes do fígado e depois do fígado Hepatite Alcoolica • Quanto de álcool a pessoa precisa ingerir pra ter lesões? A ingestão precisa ser da ordem de 60 a 80g de etanol por dia. Para mulheres, é menor do que nos homens (característica intrínseca do gênero) – para mulheres cerca de 40g por dia já podem apresentar • Pensando na cerveja, um homem para fazer hepatite, precisa beber 1,6L. Pegando uma bebidade teor maior, como uísque, essa quantidade reduz bastante • Para desenvolver patologia hepática, essa ingestão precisa ser continua por um período de 10 anos – vai causando insulto hepático e o fígado vai se regenerando até superar a capacidade de regeneração do fígado • Qual a lesão primordial induzida por álcool? É a esteatose hepática! 100% que ingerem esses níveis vão desenvolver esteatose • Temos outras causas de esteatose hepática (ingestão alta de carboidratos) • A hepatite alcoolica pode acontecer em uma pessoa que ingeriu uma quantidade enorme de álcool, mas que foi uma vez • Uma vez é ter lesão hepática crônica induzida por álcool e outra é ter uma lesão hepática aguda • Estetaose é a lesão por álcool induzido a longo prazo • Hepatite é uma inflamação que pode acontecer poder diversos fatores • Se a agressão perpetua, pode haver a cirrose (processo de regeneração defeituosa) • Carcinoma hepatocelular é uma lesão neoplásica induzida por esses processos – qualquer insulto hepático continuado pode levar o fígado a defeitos. É o câncer do hepatócito (não sabemos porque as pessoas desenvolvem) • Uma pessoa que bebe muito e desenvolve esteatose, pode retornar ao fígado normal se parar de beber • Vários podem ter bebido demais, feito esteatose e retornado ao normal • Muito comum fazer hepatite por abuso de paracetamol. Se o fígado se recupera da hepatite aguda, ele recupera sua condição normal • Se isso acontece de forma persistente (pensar em doenças que evoluem para hepatite crônica – hepatite B, C) pode evoluir a lesão hepática intensa • Chega um ponto que a regeneração não acontece da forma como deveria, gerando algo irreversível (no caso, cirrose – fibrose, alteração da arquitetura, da função) Doença hepática alcoolica: • Depósito de gordura macro ou microvesiculares (aumentam o tamanho do fígado – uma das formas de fazer o diagnóstico) • No ultrassom, vemos uma alteração do sinal. O fígado fica mais heterogênio. Menor densificação do sinal (possível fazer o diagnóstico pelo ultrassom) • Macroscopicamente, é possível ver o fígado com aspecto mais amarelado. • Essa lesão até esse momento é reversível! Tende voltar sua condição normal sem grandes alterações • Em alguns casos, pode começar a fazer fibrose. Predominante ao redor da veia centro- lobular • No caso das hepatites induzidas por álcool temos esse padrão de acumulo ao redor da veia centrolobular • A esteatose atrapalha o fluxo biliar e hepático • Essa gordura atrapalha a função do fígado (afeta todas as funções) • A esteatose pode levar a hepatite – esteato- hepatite • O paciente tem esteatose (que não dá sintomas) porque tem um mal hábito. Além disso, faz agora uma toxicidade por álcool, que faz um processo agudo. Isso iintensifica os distúrbios metabólicos (temos predomínios de dois grandes grupos que sofrem: metabolismo de glicídios e de lipídeos). • Outro processo metabólico acometido é o necessário dos lisossomos. Fígado tem muitos lisossomos e peroxissomos, que ao serem acometido pela presença da gordura/álcool leva a disfunção, que acomete o sistema de oxirreduçõ hepática, gerando processo inflamatório superposto, que recruta células inflamatórias (principalmente linfócitos) e eles recrutam mais células, produzem citocinas, corrobora para aumento da lesão hepática • Esse quadro de hepatite aguda induzida por álcool: agressão induzida pelo próprio álcool e agrssão pelo processo inflamatório induzido pelo álcool • Pessoa que ingere álcool (molécula fácil de quebrar). Se o fígaod tem oferta constante de álcool metaboliza menos lipídeo e carboidrato, logo tendem a se acumular e serem depositados. • O aumento do etanol leva a aumento de NADH. CLogo, ele tem muita oferta de energia (não faz gliconeogênese, glicogenólise). Em estados agudos, tende a fazer hipoglicemia. Tem baixa utilização do lactato, e tende a fazer acidose lática (caso de agudização da hepatite) • Quem tem oferta de etanol não metaboliza carbo e godura, então guarda tudo isso! • Primeira coisa que começa apresentar é DEGENERAÇÃO HIDRÓPICA • Célula acumula líquido dentro dela. Toda célula precisa produzir energia, mas quando é atacada a produção fica prejudicada. Temos processos dentro da célula que são mais ou menos dependentes de energia. Um que depende para funcionar, é o mecanismo da bomba de sódio e potássio • Assim, tem um prejuízo da capacidade de retirar líquido dentro da célula (a tendência da célula é ganhar líquido, porque ela é hipertônica) • Se isso continua (prolongado interrupção processo de enrgia) começa a ter prejuízo da manutenção de outras estruturas. Uma estrturua crítica é a estabilidade lisossomal (depende da energia). Isso libera essas enzimas para dentro do citoplasma e leva a célula a necrose. • O acúmulo de gordura também provoca essas duas alterações (problema sódio e potássio e lisossomos). Mas ele consegue conviver com isso • Diante de um processo agudo, começam outros acúmulos. Um desses processos patológicos é a reação neutrofílica (se acumulam em torno dos hepatócitos) • Ocorrem formação dos corpos de Mallory (célula agredida se cora melhor por rosa, não é hepatognomônico mas é frequente esse achado) • Se o processo continua, leva a uma fibrose • As manifestações clínicas: só esteatose hepática não gera praticamente nenhuma. Mas se mantem de forma crônica os insultos, temos lesão. Pessoa agudamente acometida, terá sintomas. Se for viral, terá sintoas compatíveis com gripe. Em alguns casos, pode ser sintomas gastrointestinais • COLESTASE: sintoma típico de icterícia. É a estase da bile (manifestação clínica do acúmulo de bilirrubina). Ou a pessoa tá produzindo em excesso (degradando hemácia demais) ou não consegue excretar por obstrução na via biliar. Mas pode ser por outros casos também, mas esses são as principais. • A obstrução pode ser real (ducto colédoco por exemplo) ou por obstrução da via biliar dentro do fígado, que o hepatócito vai obstruindo • Como a doença hepática alcoolica leva a cirrose? • A pessoa já vai possuir esteatose. Então, terá vários períodos de agudização durante a vida dele, com desencademanto de inflamação. Isso leva a alterações com regeneração. Isso que faz com que haja a formação da cirrose hepática • Cirrose: formação de fibrose. Geralmente é nodular. • A regeneração nodular, é irreversível. Uma vez que perde a arquitetura, não reestabelece mesmo se parar de ingerir bebida. Ao parar de beber, não continua formando novas lesões. Mas as que já se formaram, são irreversíveis • Uma pessoa obesa que já possui esteatose hepática pode também evoluir para a cirrose (porque vão ocorrendo muitos processos de agudização durante a vida). Ele continua regenerando, mas não consegue de forma que consiga manter as funções • Lesões histológicas fundamentais: • Processo de degernação (acúmulo de gordura, acúmulo de água e consequente necrose) e acumulo intracelulares • Neoformação conjuntiva • Morte hepaticelular • Regeraação (processo de fibrose, que é uma regenração que não estabele a arquitetura) Fibrose/Cirrose: é uma fibrose que acontece onde não deveria, que isola hepatócito, isola espaço de disse. O fluxo de sangue continua acontecendo mas não é capaz de permitir que o hepatócito processe. Altera a comunicação entre a vie aporta e centro lobular. ISSO É REGENERAÇÃO! Ele não perdeu a capacidade de regenrar, ele só não consegue manter a arquitetura • Três lesões que levam cirssoe: • Neoformação conjuntiva: insula partes do parênquima • Formação de nódulos • Alteração da arquitetura • Essa substituição por fibrose nodular irá inevitavelmente alterar o fluxo de sangue. Isola nódulos do restante da circulaçãohepática. Isso é difuso, não é localizado. • Processo patogênico: necrose hepatocelular, leva proliferação dos compoentnes do tecido fibroso (que falha em algum momento, falhando a regenração) formando nódulos fibrosos. • Célula de ito fica no espaço de disse. O processo inflamatório em vigência (pessoa com esteatose hepático é uma inflamação crônica, apesar de ser de pequena monta). Isso gera ativação da célulad e ito que se converte em fibroblasto e começa a depositar tecido fibroso no espaço de disse. Com o tempo, o caminho natural do sangue fica isolado. • Disso (capilarização) vem duas lesões: a insuficiência hepática crônica e a hipertensão porta sinusoidal. • Então, cirrose leva a IHC e também a hipertensão porta. • Fígado cirrótico tende a ter redução de tamanho (primeiro porque a fibrose começa substituit os hepatócitos, começa a retrair, e se torna mais duro). • Ao palpar fígado com esteatose, tendemos a palpar. Mas o paciente cirrótico, tendemos a não alcançar – possível sentir a uma consistência endurecida, com borda dura, com lesões sugestivas de massa. No ultrassom, é possível perceber as nodulações. Não precisa fazer biópsia, embora ela seja o padrão-outro. • Fígado cirrótico > hipertensão porta > varizes de esôfago • Começa com fibrose no cepilar sinusóide, que elva ao aumento da pressão. Isso gera aumento da pressão da veia porta e suas tributárias. Podendo transmitir para a veia coronária, que é tributaria da veia esplênica ou da prota diretamente (drena sangue que vem da parte superior do sangue e esôfago). Coneccta também com a veia azigos. Isso vai se transmitindo aos vasos, que começam a drenar sangue que deveria estar passando pelo fígado. • Temos duas transaminases importantes: TGO e TGP. São transglutaminases pirúvica e oxalacética. • Elas vem do hepatócito (são enzimas que ficam lá dentro, e vão cair na circulação quando temos lesão do hepatócito). Elas podem ser produzidas em outros locais, sendo que A ALT (TGP) é produzida especificamente dentro do hepatócito. A AST (TGO) é produzida em outros locais também, como em osso. Temos um valor basal que cai na circulação normalmente. Elas sobe quando temos lesão hepatocelular. Temos também fosfatase alcalina e gama-GT: também produzidas no hepatócito mas não ficam dentro deles, ficam na via biliar. Isso permite saber diferença do local de lesão. • Temos também as bilirrubinas. A icterícia é a manifestação clínica. Temos uma quantidade mínima permitida. Vai se impregando nos tecidos • Elevação de bilirrubina: por aumento de transminases (lesão hepatocelular) ou porque tem lesão canalicular? • Se tem hepatite alcoolica, tem aumento de transminases (porque tem lesão hepatocelular). Normla ter ALT maior que AST. No hepatopata, temos uma inversão dessa relação. Se AST estiver maior que ALT, dizemos que hepatopatia é pelo álcool • A ALT precisa da vitamina B6 para ser sintetizada (hidrossolúvel). O etilista tem déficit de vitaminas do complexo B • ALT e AST aumenta se eu sair e beber, e fazer exame logo depois. Vai aumentar também a GGT porque ela é produzida no hepatócito e liberada na via biliar. Altera um pouco os exames (no processo patológico isso altera muito). O álcool agride diretamente o hepatócito. Além disso, o processo inflamatório desencadeado também agride. • Elevação de transaminases acima de 1000 é de característica viral. • Temos 2 padrões de hepatite: por lesão hepatocelular e por lesão colestática Hipertensão Portal • Uma das complicações da cirrose, mas também é de outras doenças • Mesentérica superior: drena intestino delgado e colon direito. • Mesentérica inferior: colon esquerdo. Geralmente se une com a veia esplênica • A veia coronária (passa na pequena curvatura esofágica, veias esofágicas , veia ázigos e desemboca na veia cava) • Quando o transito de sangue por dentro do fpgado ta complicado, começa sobrecarregar essas veias. Em casos graves, pode recanalizar a veia umbilical e conectar a circulação profunda a superficial (veias da parede abdominal e torácica). Pode sobrecarregar baço e plexo hemorroidário. Pode sobrecarregar as veias esofágicas. • Se divide podendo acontecer antes do fígado (acomete a veia porta, por exemplo por trombose). Ou trombose de outros ramos próximos. • Pode também acontecer trombose das veias hepáticas, que de fato drenam para a cava inferior. Síndrome de Budd-Chiari • Pode ter sobrecarga da porta por insuficiência cardíaca direita. • A que interessa, é a de etiologia hepática. Se divide em 3 possibilidades, em ralação ao sinusóide: pré, sinusoidal e pós. • O pré acontece quando acomete o ramo dentro da tríade portal. A pós acomete a veia centrolobular • Esquistossomose e hepatites virais acometem principalmente a região pré-sinusoidal. A cirrose é sinusoidal. A hepatite isquêmica geralmente é pós-sinusoidal • Processo angiogênico: pela liberação de fatores de crescimento de endotélio. As anastomoses reduzem a resistência mas contribuem para a IH (são os shunts - atalho). • Ascite- extravasa linfa para a cavidade abdominal • Secundário à formação de shunt: essas formações arteriovenosas agravam a encefalopatia hepática. Isso porque o desvio de sangue faz com que ele chegue a circulação sistêmica com muita amônia. • Grau I ele consegue conviver bem. Os Graus 3 e 4 são mais graves, podendo evoluir para coma. • Hepatite fulminante: a encefalopatia hepatia é manifestação clínica máxima da agressão hepática crônica. A pessoa pode também fazer “edema cerebral”, errado usar esse termo. Faz aumento do volume cerebral com risco de herniação das estrturas pelo forame magno, pelo desequilíbrio dos líquidos nos neurônios. • Se ele faz disfunção hepática aguda e evolui rapidamente com encefalopatia, significa que ele tem fulminante. • Porque acontece ascite? Pela resistência a passagem do sangue – aumento da pressão hidrostática. Isso acontece a nível de pequenos vaoss (capilares sinusóides). O fígado começa a suar • O volume de líquido que cai na cavidade abdominal pode acontecer em casos de agudização. Aumenta subitamente a pressão por processo inflamatório intra-hepático. Inicia compressaõ de vasos aumentando a pressão e gerando ascite por processo agudo inflamatório. • No exame clínico, é possível detectar. No ultrassom, volumes pequenos são possíveis de detectar. • Ascite é drenada por paracentese (pode a drenar ate 5L) • Esse líquido é linfa- pode ter também bactérias. Essa infecção é causada geralmente por bactérias do trato gastrointestinal. Peritonite bacteriana espontânea: quando migra p • Qunado adquiriu por causa de outras infecções em vigência é a peritonite bacteriana secundária (devido a uma infecção pulmonar por exemplo) • Retira o líquido e envia para análise, sendo possível dizer se o líquido ascético está infectado ou não) • Pode ter sangue também. Um carcinoma pode intesfiicar o processo inflamatório e levar ao aparecimento de células. • Usamos um gradiente de albumina para saber se é de etiologia hepática ou não: índice de Gaza. Dosa albumina no soro e na ascite, e a relação permite dizer a etiologia • Paciente com ascite tem baixa perfusão renal pelo baixo volume venoso, ativando o SNAA. • Só será drenado o líquido se estiver atrapalhando o paciente em algo. Por exemplo, restrição da respiração ao deitar (diafragma não desce0. Pode ter compressão da VCI, reduzindo o retorno venoso e apresentar sintomas de IC). Pode comprimir as artérias renais, reduzir a filtração glomerular. • Baixa albumina, aumento da pressão porta, aumento da pressão hidrostática: isso não vai mudar. Então o paciente vai recolecionar o líquido. Isso pode gerar hipotensão e choque.• Precisamos impedir o recolecionamento de líquido de forma tão frequente. Precisamos deixar ele mais equilibrado: restringir o sal (aumenta a pressão intravascular e hidrostática, gerando mais acúmulo) e a água. São também usados alguns diuréticos. • Pode ser necessário repor a albumina, para diminuir a velocidade de recolecção. • Medusa: recanalização da veia umbilical. • Síndrome hepatorrenal: induzida por outra substância não degradada pelo fígado, NO. Quem não degrada NO, tem vasodilatação. Isso tem tendência a hipotensão, com má perfusão periférica. Isso, gera baixa taxa de filtração glomerular: má perfusão do parênquima renal. A Artériola eferente que perfunde o rim. • Isso gera insuficiência renal aguda secundária a hepatopatia. É ativado sistema RAA, aumenta retenção de sódio e água, aumenta pressão hidrostática e complica mais. Como trata hipotensão? Dando volume. Aqui, não pode dar volume. É tratado com vasoconctritores esplâncnicos. • Pacinte também tem problemas do sistema imunitário, porque precisa de proteínas para produzir imunoglobulinas • Hepatopulmonar: há também vasodilatação pulmonar. Ele faz troca gasosa por intimidade. Se vasodilata demais, a capacidade de troca de gases fica prejudicada. Ele tem então baixa capacidade de troca. Gera paciente com insuficnecia respiratória que fica difícil tratar (precisa fazer constrição pulmonar, o que é difícil). • Pode acontecer ascite aguda ou crônica • Ascite já traduz hipertensão porta, sendo algo mais grave • Temos alguns pacientes com cirrose e que não tem ascite. Mas pode ser que ele pegue hepatite A ou beba muito em um fim de semana e descompense. Ele então vai acumular líquido agudamente pelo aumento de pressão intra-hepático transitoriamente. Não necessariamente ele precisa possuir shunts. • Se o paciente possui o shunt, podemos afirmar que terá varizes esofágicas, do plexo hemorroidário, etc. • A grande complicação e que irá levar às demais, é a formação dos shunts: varizes de esôfago (órgão que não tem serosa, que funciona à condução de alimentos, podendo sofrer traumas constantes), hemorroidas, colaterais da veia umbilical. • As varizes esofágicas: qualquer alimento que se coma e lese, pode levar à sangramento fazendo hemorragia digestiva alta. Pode fazer anemia grave pela perda de sangue constante. • Podemos ter também sobrecarga do baço: aumento de tamanho. Baço drena pelas gástricas curtas pelo sistema ázigos. Esquistossomose • Causada pelo parasito Schistosoma mansoni • Geralmente as complicações são na fase crônica • A larva não fica dentro do fígado: fica na veia espl~enica e porta • Os ovos quando migram que causam o problema • Existe uma fase de latência: cerca de 15 anos. • O diagnóstico é feito quando temos lesões já importantes • A migração dos ovos pelo sistema porta causa pileflebite (causando lesões no capilar sinusóide). Começa causar inflamçaõ já na tríade portal. No capilar, agride o endotélio. Ele vai em direção ao espaço de disse. Gera inflamação e fibrose (começa no espaço porta, acomete capilar sinusóide). Forma granuloma quando entra no parênquima: estrutura formado ao redor do ovo para tentar conter. É uma estrutura fibrótica para conter o avanço do ovo. • Neoformação conjuntival • Neoformação vascular: libera fatores angiogenicos • Infiltrado inflamatório • Esplenomeglia: porque possui aumento da pressão no espaço porta, e aumento da presaõ no baço. E também porque os ovos acometem também o baço. Ele começa sofrer lesão fibrótica (plea congestão e pela agressão direta). A pessoa fica com ponta de baçopalpável próximo da crista-iliaca • Temos características semelhantes á cirrose. • Fibrose em ponte no corte histológico, além da observação de granulomas • Quando falamos de cirrose, falamos de hipertensão porta. Com isso, acomete vários outros órgãos e estigmas. • Nem todo mundo que tem cirrose tem ascite • Quem tem varizes de esofago provavelmente tem cirrose • Quem tem circulação colateral provavlemnte tem cirrose • Todo alcoolatra tem esteatose • Hepatopata crônico também tem hepatite aguda
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