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Luanna Borges – 104 A 1 AULA 4 – FISIOLOGIA DOS DISTÚRBIOS GASTROINTESTINAIS DISTÚRBIOS DA DEGLUTIÇÃO ➔ O alimento vai pela cavidade oral é deglutido e vai sendo impelido pelo esôfago em direção ao estomago. ➔ Se acontecer alguma paralisia no mecanismo da deglutição, geralmente alguma lesão nervosa e pode envolver os nervos trigêmeo, glossofaríngeo ou até o nervo vago que estão envolvidos no processo de deglutição tanto em fases voluntárias quanto em fases involuntárias. Se houver qualquer lesão neural desse tipo, a pessoa pode ter algum comprometimento na deglutição. ➔ Há doenças neurológicas que cursam com dificuldade na deglutição. Um exemplo são as atrofias musculares. Existem doenças neurológicas que vão comprometer uma serie de nervos com funções motoras, dependendo da função motora comprometida – vamos supor: se a pessoa tem um comprometimento da parte de deglutição, fala, essa pessoa pode parar de falar e de deglutir. ➔ Ex. Paralisia do mecanismo de deglutição → 5º (trigêmeo), 9º (glossofaríngeo) e/ou 10º (vago) NC; assim como doenças musculares, da placa motora (miastenia), etc. ➔ Miastenia graves: é uma doença que pode acometer musculatura da face, o olho pode ficar caído (pitose palpebral), pode envolver algumas vezes fala e deglutição. ➔ Há também doenças da placa motora → exemplo do Stephen Hawking – “A teoria de tudo” → esclerose lateral amiotrófica (ELA) → doença que acomete o neurônio motor, vai causando uma serie de paralisias, no caso do Stephen Hawpking ele andava e fazia de tudo até uma certa idade até que a pessoa vai parando de andar, pode parar de falar, pode parar de respirar, as vezes o paciente precisa de aparelhos, a pessoa perde a capacidade de deglutir, na maioria dos casos. A pessoa perde a fala, perde a deglutição, acaba tendo que se alimentar por gastrostomia. DISTÚRBIOS DA DEGLUTIÇÃO E DO ESÔFAGO ➔ Acalasia → doença que acomete o esôfago numa parte baixa, perto do esfíncter esofágico inferior. Acalasia é um distúrbio de motilidade esofágica decorrente da lesão da rede neural do plexo mioentérico nos 2/3 inferiores do esôfago. Nessa doença, o peristaltismo esofágico fica defeituoso e ocorre uma falta de relaxamento do esfíncter esofágico inferior durante a deglutição. Se há uma falta de relaxamento desse esfíncter, o alimento não passa, começa a se acumular na parte anterior do esfíncter, justamente a parte que está lesada no plexo mioentérico então não contrai direito para poder impulsionar o alimento para o estomago. Consequentemente, essa porção do esôfago começa a ficar cada vez mais dilatado. A acalasia é decorrente da lesão da rede neural nessa parte do esôfago. Muitas vezes pode evoluir para o MEGAESÔFAGO. ➔ Megaesôfago → esôfago muito dilatado. É caracterizado pelo aumento difuso do esôfago, associado a uma disfunção da sua musculatura. Luanna Borges – 104 A 2 AULA 4 – FISIOLOGIA DOS DISTÚRBIOS GASTROINTESTINAIS DISTÚRBIOS DO ESTÔMAGO ➔ GASTRITE → aguda ou crônica → leve, moderada ou grave. • Pode causar: o Ulcerações superficiais ou completas o Dor o Atrofia da mucosa gástrica • Causas: o Infecção por H. Pilory (bactéria que foi altamente relacionada ao desenvolvimento de gastrite e úlcera). o Hiperprodução de HCl → qualquer coisa que leve a uma hiperprodução de ácido clorídrico vai levar a gastrite e ulcera. Ex.: uma pessoa muito nervosa que tem um estimulo grande de acetilcolina via vago pode produzir muito ácido clorídrico. Outro exemplo é uma pessoa com tumor que é secretor de gastrina, vai produzir muito ácido clorídrico na célula parietal o Irritáveis → álcool e AINES (anti-inflamatórios – pode lesar a mucosa). ➔ BARREIRA GÁSTRICA • As células mucosas são sempre muito grudadinhas uma na outra. • As junções entre as células epiteliais têm baixa permeabilidade. Há uma camada grande espessa de muco acima dessas células. Isso tudo protege essas células da ação do ácido clorídrico (HCl), da ação da pepsina. Ou seja, essas células estão protegidas pela barreira de muco e pela junção entre elas, que tem uma baixa permeabilidade. • No entanto, com a GASTRITE ocorre um aumento da permeabilidade da barreira gástrica e acaba havendo uma lesão celular/tecidual pelo H+ (hidrogênio acidifica as substancias). ➔ GASTRITE CRÔNICA → no caso da gastrite crônica vai ocorrer uma lesão permanente da mucosa gástrica, o que pode levar a uma atrofia da mucosa, já que se tá ali a barreira de muco, abaixo dele estão as células, se essa barreira de muco for toda rompida e as células ficarem expostas ao HCl e a pepsina, o HCl vai corroer as células da mucosa e a pepsina vai fazer a autodigestão dessas células, isso ocorre porque a pepsina é uma enzima que quebra as proteínas, e as nossas células têm proteína. Se a célula está totalmente exposta a pepsina. Por isso a camada, a barreira do muco é tão importante, só que se ela for rompida, haverá lesão celular. Se está ocorrendo a atrofia dessas células, ou seja, se elas estão sendo destruídas por ação corrosiva do ácido, digestão pela pepsina, ocorre a ACLORIDRIA. • Acloridria → as células parietais estão lesadas, elas não estão mais conseguindo produzir aquele HCl em quantidades suficientes e vai ocorrendo uma acloridria. • Um estado de acloridria prejudica a digestão de proteínas pela pepsina. O pepsinogênio é convertido em pepsina pela presença de um pH ácido, no entanto, uma pessoa com acloridria terá o pH do estômago alterado, porque se ela tem acloridria ela não produz HCl suficiente, então ela não tem aquele pH acido necessário. O pepsinogênio não vai ser transformado em pepsina, a pessoa vai ficar sem pepsina e consequentemente haverá uma má digestão das proteínas. Pode ser que isso seja compensado quando o quimo chegar no duodeno, existem casos e casos. No entanto pode ser que essa pessoa realmente tenha uma dificuldade na digestão de proteínas e uma dificuldade de absorção e as proteínas são muito importantes para os músculos, para tudo no organismo. • Nos casos de ACLORIDRIA não haverá ativação da pepsina. Não há produção suficiente de HCl. • Esse tipo de gastrite tem varias possibilidades de causa como: infecção pode causar gastrite crônica, se a pessoa ficar se expondo a uma coisa irritativa (ex. exposição prolongada ao álcool, alcoólatras – A gastrite pode ser aguda ou crônica e também pode ser classificada como leve, moderada ou grave. Quando a pessoa tem uma gastrite de longa data, isso pode causar pequenas ulcerações superficiais, pode ter muita dor epigástrica, pode ter atrofia da mucosa gástrica. Barreira gástrica → células mucosas resistentes → secreção de muco aderente e viscoso → junções entre as células epiteliais de baixa permeabilidade → BARREIRA GASTRICA. Luanna Borges – 104 A 3 AULA 4 – FISIOLOGIA DOS DISTÚRBIOS GASTROINTESTINAIS os alcoólatras têm deficiência de várias vitaminas, eles vão tendo uma irritação crônica da parede gastrointestinal). • A gastrite crônica pode levar a uma hipocloridria/acloridria, tendo uma implicação na digestão de proteínas. • Relacionadas a processos AUTOIMUNES. PROCESSO AUTOIMUNE: alguma coisa causa uma resposta imunológica no organismo e aí pode ter produção de anticorpos ou citocinas que vão agredir – existe um ANTICORPO “ANTI-CÉLULA PARIETAL” que é produzida em algumas pessoas e esse anticorpo vai destruir as células parietais → pode ser dosada em exames, em casos de anemia perniciosa por ex. – isso acontece devido a um processo imunológico, autoimune que não sabemos exatamente o que intrigou, a pessoa pode fazer um anticorpo anti-célula parietal que vai destruir a célula parietal e não vai produzir FATOR INTRINSECO, consequentemente não vai absorver VITAMINA B12. Geralmente esses pacientes vão chegar com anemia megaloblástica, uma anemia com hemácias grandes. A vitamina B12 é importantena maturação das células da medula óssea. As hemácias mais imaturas são grandes, tem um tamanho maior, por isso chamada de anemia megaloblástica. Além disso, deficiência de ácido fólico também pode dar anemia. Mas nesse caso de vitamina B12, você pediu um exame de rotina para o paciente e viu anemia, então deve dosar a Vitamina B12, se a vitamina B12 estiver muito baixa, uma das coisas que você pode dosar é o anticorpo anti célula parietal. Independente disso, você pode repor a vitamina B12 do paciente, primeiro pode repor oral e ver se esse paciente responder é porque ele estava com baixa ingesta de vitamina B12. No entanto, se fizer reposição oral e o paciente não responder, pode ser que ele tenha realmente uma deficiência do fator intrínseco. Mesmo dando vitamina B12 oral, ele não vai absorver porque não tem fator intrínseco, terá de ser feita reposição intravenosa ou intramuscular (geralmente) e faz uma vez por mês pelo resto da vida se houver esse tipo de anemia. ➔ ÚLCERA PÉPTICA • Ocorre quando tem uma perda do equilíbrio entre a intensidade da secreção de suco gástrico e o grau de proteção dado pela barreira da mucosa gastroduodenal e pela neutralização do ácido gástrico pelos sucos duodenais. • Essa barreira é muito importante, mas quando chega lá no duodeno, além da barreira há a neutralização do ácido gástrico pelos sucos duodenais que protege aquelas células. Quando chega o quimo muito ácido, é estimulada a produção de secretina. A secretina estimula a produção do suco pancreático rico em bicarbonato. Com isso, haverá a neutralização do ácido gástrico, que vai proteger as células duodenais. • Na figura vemos que a primeira mucosa é uma mucosa saldável. Essa mucosa começa a sofrer uma erosão que vai se aprofundando, e pode formar uma úlcera, ou Resuminho rápido: ▪ GASTRITE CRÔNICA → lesão permanente da mucosa gástrica → atrofia da mucosa → perda da capacidade das glândulas de secretarem muco e HCl → acloridria → NÃO HÁ ATIVAÇÃO DA PEPSINA. ➢ Relacionada a processos envolvendo AUTOIMUNIDADE; ➢ Pode levar a ANEMIA PERNICIOSA: ✓ Atrofia da mucosa (células e glândulas) ✓ Perda da capacidade de produzir FATOR INTRÍNSECO ✓ Deficiência na absorção de VITAMINA B12 (apenas 1/50 é absorvido) Luanna Borges – 104 A 4 AULA 4 – FISIOLOGIA DOS DISTÚRBIOS GASTROINTESTINAIS devido a uma alta produção de ácido clorídrico que acaba lesando a mucosa ou algum fator de diminuição da potência da barreira de defesa ou as duas coisas juntas. As vezes a pessoa tem uma hiperprodução de HCl e uma quebra da defesa. • MECANISMO DE CONTROLE POR FEEDBACK ASSEGURAM QUE A NEUTRALIIZAÇÃO DO SUCO GÁSTRICO SEJA COMPLETA o Isso ocorre quando o quimo chega no duodeno o Quando um excesso de ácido entra no duodeno, isso, reflexamente, inibe a secreção gástrica e o peristaltismo no estômago, seja por reflexos nervosos (locais) ou por feedback hormonal (principalmente a colecistocinina), diminuindo, assim, o esvaziamento gástrico. Isso é uma das coisas que dá aquela sensação de plenitude pós prandial (a pessoa fica sentindo-se cheia porque está reduzindo o esvaziamento gástrico para que haja tempo para o quimo ser neutralizado da acidez. As vezes quando a pessoa está produzindo muito ácido, isso pode demorar um pouco mais). o A presença de ácido no intestino delgado libera secretina pela mucosa intestinal para o sangue, e essa estimula o pâncreas a secretar suco pancreático com concentração alta de bicarbonato de sódio. Vai levar o bicarbonato para neutralizar a acidez. • ÁREAS LOCAIS DE POSSÍVEL FORMAÇÃO DE ÚLCERA PÉPTICA o Infecção o Substancias irritativas como Álcool, AINES, Tabagismo. o Muita secreção de ácido o Imagem: já passou do piloro, então há ulceras no duodeno. Pela endoscopia vê-se tanto úlceras no estômago quanto úlceras duodenais. o Baixo suprimento sanguíneo. A célula quando não está bem nutrida, bem suprida de sangue ela pode começar a sofrer isquemia, ficar destruída e também formar uma úlcera. Uma situação de baixo suprimento sanguíneo: na anemia vai até ter líquido de sangue, mas vai ter pouca hemácia, então vai ter baixa oxigenação e a célula pode sofrer. Ateroma, se tiver um monte de placa de colesterol nas artérias que estão irrigando o estomago. O paciente, com alguma coisa que obstrua os vasos, tipo placas de colesterol, pode ter locais mais isquêmicos da parede gástrica, podendo causar úlcera/lesão/erosão na mucosa gástrica. o Pouca secreção de muco. No caso da fibrose cística, há produção de muco espesso, a secreção de muco fica prejudicada, podendo levar a gastrite crônica. o Infecção por H. pilory o Insuficiência renal também pode causar, mas é mais complexo. Tem muitas explicações. A insuficiência renal mexe com o sistema renina-angiotensina, paciente tem alteração do metabolismo do cálcio, alterações que podem ter influencia em cicatrização na possibilidade de abertura de úlcera. • CAUSAS DE ULCERA PÉPTICA o Excesso de secreção de ácido e de pepsina pela mucosa gástrica (infecção, distúrbios psíquicos) o Infecção é uma das coisas que pode levar a um excesso de secreção de ácido e as vezes também de pepsina. o Distúrbios psíquicos. Receptores muscarínicos da acetilcolina. Se a pessoa é muito nervosa, ta produzindo muita acetilcolina, vai ter uma alta produção de HCl e pepsina. Luanna Borges – 104 A 5 AULA 4 – FISIOLOGIA DOS DISTÚRBIOS GASTROINTESTINAIS o Diminuição da capacidade de proteção da barreira mucosa. As infecções crônicas, muitas vezes, vão minar a capacidade de proteção da barreira mucosa. O H. Pylori penetra a barreira mucosa. HELICOBACTER PYLORI ➔ Microorganismo Gram Negativo, espiralado e flagelado. Esses flagelos vão ajudar no desocamento dessa bactéria no estômago. ➔ Mais de metade da população mundial está infectada. As vezes a infecção é assintomática, então não precisa fazer nada, mas as vezes é sintomática e pode levar a uma ulcera. ➔ Tratar com antibiótico. ➔ A urease produzida pela bactéria transforma a ureia em amônia e bicarbonato aumentando o pH local. Essa bactéria tem a enzima urease que converte a ureia em amônia e bicarbonato. Quando ela faz isso, ela fica com um pH um pouco mais básico em volta dela por causa da produção de amônia e bicarbonato e isso protege a bactéria da destruição. Essa bactéria se adere nas células epiteliais da mucosa e vai quebrando a barreira mucosa. Quando ela faz a quebra da barreira mucosa, o hidrogênio e a pepsina começam a agir nas células causando uma destruição TESTE DA UREASE ➔ Durante o exame de endoscopia, um pequeno pedaço da parede do estomago é retirado e colocado em um frasco contendo ureia e um indicador de pH. Essa bactéria tem a enzima urease. A urease vai transforma a ureia em amônia e bicarbonato. Se pegar a bactéria e colocar dentro de um frasco cheio de ureia, ela vai transformar a ureia em amônia e bicarbonato. O pH dessa substancia vai aumentar, vai ficar mais básico/alcalino. Nesse frasco há também uma substancia que quando o pH muda, ela muda de cor. Então, é colocado um liquido que tem uma cor dentro frasco, colocam um fragmento do estomago do paciente dentro do frasco, se houver H. pylori nesse fragmento, a substancia vai mudar de cor porque a ureia vai ser degradada em amônia e bicarbonato e o bicarbonato vai fazer o pH dessa substancia aumentar e essa substancia vai mudar de cor. Se a substancia não mudar de cor, não aumentar o pH significa que não há H. pylori ali dentro. ➔ Se após alguns minutos o meio mudar de cor, é dito que o teste urease positiva, confirmando a infecção pela H. pylori. ➔ Solicitado ao paciente quando há suspeita de H. pylori. ➔ Feito para identificar se o paciente tem ou não H. pylori. Essa bactéria está implicada na gastrite aguda e crônica e na ulcera. Principalmente nos casosde ulcera, quando o teste dá urease positiva, trata-se com antibióticos que matam a bactéria e o paciente fica livre, em geral, claro que o paciente vai tomar inibidor de bomba de próton também e vai ficar curado da ulcera. Ela ta implicada tanto em ulcera quanto em surgimento de câncer a longo prazo. Luanna Borges – 104 A 6 AULA 4 – FISIOLOGIA DOS DISTÚRBIOS GASTROINTESTINAIS DISTÚRBIOS DO INTESTINO DELGADO/PÂNCREAS ➔ O intestino delgado é muito importante para ABSORÇÃO. A digestão do alimento no intestino delgado depende ➔ Digestão anormal do alimento no intestino delgado → insuficiência pancreática: • Em pessoas com pancreatite. • Quando o ducto pancreático é bloqueado por calculo na papila de Vater. Se a pessoa tiver uma obstrução no ducto pancreático, como no caso da fibrose cística em que todas as secreções ficam muito espessas e podem acabar funcionando como se fossem uma obstrução. Quando tem uma obstrução as enzimas começam a se ativar, a tripsina se ativa e ativa as outras enzimas e acaba tendo uma autodigestão. • Depois de remoção da cabeça do pâncreas, devido à doença maligna pode ocorrer uma insuficiência pancreática, uma vez que não terá tanto parênquima pancreático para produzir enzima. ➔ INSUFICIÊNCIA PANCREÁTICA • Na insuficiência pancreática, tem-se o Perda de tripsina, quimiotripsina, carboxipolipeptidade, amilase pancreática, lipase pancreática. o Sem essas enzimas, até 60% da gordura que entra no intestino delgado pode não ser absorvida. o 30% a 50% das proteínas e carboidratos também não serão absorvidos. o A digestão de gordura sofre o impacto primeiro, como o caso que aconteceu na fibrose cística. A primeira coisa que os pacientes vão observar são as fezes boiando, a esteatorréia, já que 60% da gordura não vai ser absorvida. Proteína e carboidratos serão menos impactados, pois há as peptidases intestinais que são outras enzimas que fazem também a digestão de carboidratos e de proteínas no intestino, nos enterócitos, e muitas vezes ela consegue suprir. • CAUSAS DE INSUFICIENCIA PANCREÁTICA: o Pancreatite (álcool). Álcool é uma das principais. Pancreatite alcoólica. O álcool é irritativo para a mucosa gástrica, além disso ele causa inflamação no pâncreas. O alcoolismo vai levando a uma inflamação crônica que pode levar a uma destruição do tecido pancreático. o Obstrução do ducto pancreático (presença de cálculos). Quem tem calculo de repetição pode ir tendo obstrução de ducto pancreático. Ademais, se a pessoa tiver um tumor obstruindo algum canalículo, também vai ter um acumulo e pode ter destruição do parênquima pelas enzimas e levar a insuficiência pancreática. o Cálculos biliares: são principalmente de colesterol. Pode ser de colesterol, pode ser de bilirrubina, pode ter outros lipídeos. A bile elimina bilirrubina, colesterol. Quando a pessoa tem um acumulo muito grande de colesterol ou de bilirrubina na bile, essas substancias estão ali diluídas, só que elas precipitam. Quando te uma concentração muito grande de colesterol ou de bilirrubina, aquela substancia que estava diluída, que estava em estado liquido vai se precipitar, vai passar para estado sólido, e vai formar um cálculo. Esse cálculo vai depender de onde ele está e o que ele vai dar de sintoma. Se esse calculo foi formado dentro da vesícula biliar e tiver ali, não acontece nada, não está obstruindo nada. Por outro lado, se esse cálculo foi para o ducto colédoco e era um cálculo grande e obstruiu, aí vai causar todos aqueles sintomas de obstrução, pode dar náusea, vômito, uma serie de coisas, essa pessoa pode ter de ser operada para retirar o cálculo porque pode dar icterícia. Luanna Borges – 104 A 7 AULA 4 – FISIOLOGIA DOS DISTÚRBIOS GASTROINTESTINAIS o Por que paciente com CA de pâncreas tem muito enjoo e ânsia? Há varias causas, mas esse paciente tem, muitas vezes, obstrução de vários canalículos pancreáticos (tem aquelas microgurduras, as enzimas começam a ser ativadas, começa a ter uma autodigestão, uma inflamação daquele tecido pancreático. Esse tipo de inflamação e irritação é uma das coisas que pode gerar náusea e vômito). Qualquer coisa que cause irritação, seja de mucosa gástrica, de mucosa duodenal, em alguma parte baixa do intestino ou em tecido pancreático pode causar náusea e vômito. Inclusive pacientes alcoólatras, etilistas crônicos, que evoluem com pancreatite crônica acabam tendo também náusea e vômito frequentes. o Remoção da cabeça do pâncreas devido a neoplasia maligna que vai sobrar o parênquima. ➔ ESPRU – MÁ ABSORÇÃO PELA MUCOSA DO INTESTINO DELGADO • Quando houver uma carência nutricional, deve-se analisar se é por uma baixa produção de enzimas pelo pâncreas, ou seja, uma insuficiência pancreática, ou seja, a absorção do paciente é boa, mas ele não consegue quebrar para absorver. Ou se é problema na mucosa do intestino delgado, em que ele não absorve, mas pode ter o pâncreas funcionando bem, ou seja, o paciente pode estar digerindo tudo muito bem, mas não consegue absorver. • No início do espru, a absorção intestinal de gorduras é mais comprometida que a de outros nutrientes. Nos casos muito graves de espru, além da disabsorção de gorduras, também ocorre comprometimento da absorção de proteínas, carboidratos, cálcio, vitamina K, acido fólico (B9) e vitamina B12. • O paciente pode apresentar → caquexia (desnutrição), osteomalácia (deficiência de vitamina D – alimentação contribui pouco, a exposição ao sol é o principal mecanismo de ativação dessa vitamina. Insuficiência renal cursa muitas vezes relacionada com a vitamina D), coagulação sanguínea inadequada (se essa pessoa tiver deficiência de cálcio, de vitamina K) e anemia macrocítica (anemia por carência de vitamina B12- as células não conseguem se maturar adequadamente e vão ficar com esse tamanho aumentado circulando no sangue). DISTURBIOS DO INTESTINO DELGADO ESPRU NÃO TROPICAL OU DOENÇA CELÍACA ➔ Não é causado por bactérias, ou seja, não se pega nos trópicos. É uma doença com características de ativação do sistema imune em algumas coisas. ➔ Hoje em dia, todos os alimentos vêm escrito se contém ou não glúten. ➔ Má absorção pela mucosa do intestino delgado decorre dos efeitos tóxicos do glúten, substância presente em certos tipos de grãos, especialmente no trigo e no centeio. ➔ Coisas que contem glúten: pão, bolo, macarrão, tudo que tiver farinha de trigo. Uma pessoa que sofre de doença celíaca não pode ingerir alimentos que contenham glúten em razão do glúten ter efeitos tóxicos no organismo dessa pessoa, inclusive podem ter dificuldade em metabolizar o glúten, então, a partir daí, começa a ter um acúmulo de substancias e isso gera respostas celulares com produção de citocina e anticorpos que vão causar lesão da mucosa. ➔ Como mostrado na imagem, uma mucosa normal com as vilosidades e com o tempo, essas células vão sofrendo agressão de citocinas e anticorpos e vai tendo um achatamento das vilosidades, com isso a capacidade absortiva dessa mucosa vai sendo minada e a pessoa pode acabar tendo uma síndrome disabsortiva. ESPRU = má absorção do intestino delgado Luanna Borges – 104 A 8 AULA 4 – FISIOLOGIA DOS DISTÚRBIOS GASTROINTESTINAIS ➔ Esses pacientes apresentam primeiro muita diarreia e muitas vezes isso aumenta quando consomem mais glúten. Podem ter náusea, vômito porque acaba sendo uma substancia tóxica para esses pacientes. Com o tempo, eles vão desenvolvendo essa disabsorção e aí vão ter uma síndrome disabsortiva causando deficiência de vitaminas (K,A,D,E, B12), podendo apresentar emagrecimento, deficiência de vitaminas, lipossolúveis, em geral, sofrem um impacto maior inicialmente. Podem deixar de absorver Vitamina B12 porque o intestino delgado todo pode ser acometido, inclusive perto do íleo. ➔ Podem ter osteoporose, pois além deles terem vitamina D comosteomalácia, as vezes eles estão absorvendo pouco outras substancias importantes para a matriz óssea. ESPRU TROPICAL ➔ Ocorre frequentemente nos trópicos sendo decorrente da inflamação da mucosa do intestino delgado provocada por agentes infecciosos ➔ Pode ser tratado com agentes antibacterianos. ➔ Doença diarreica, geralmente relacionado a uma infecção bacteriana. Recebe esse nome porque geralmente a pessoa adquire essa doença em países tropicais. Viaja para os trópicos, tem alguma infecção por bactérias que causam uma inflamação mais crônica na mucosa intestinal e podem ter esse espru. ➔ Geralmente a pessoa pega uma infecção por não é só uma bactéria que está implicada nisso, há varias bactérias implicadas (por isso que não colocou agente etiológico no slide). Várias bactérias que podem causar uma inflamação da mucosa do intestino. Geralmente, essas bactérias são endêmicas nos trópicos, a pessoa pega isso. Antigamente falava-se em disenteria “peguei uma disenteria”. Fica com uma inflamação prolongada tendo diarreia por um período prolongado e acaba evoluindo com disabsorção, mas isso costuma responder com antibióticos, são usadas medicações antibacterianas. DISTÚRBIOS DO INTESTINO GROSSO CONSTIPAÇÃO ➔ Significa movimento lento das fezes pelo intestino grosso. ➔ Frequentemente, está associada à grande quantidade de fezes ressecadas e endurecidas no cólon descendente. ➔ Hoje em dia, como ficamos menos em casa devido a rotina, muitas vezes vem o reflexo gastrocólico e a pessoa deixa de ir no banheiro na hora e acaba gerando uma constipação. ➔ Causas • Absorção excessiva de líquido, quando não há muito líquido na luz intestinal e gera uma elevada absorção. Isso acontece muito quando a pessoa tem vontade de ir ao banheiro, mas prende. Líquido vai continuar sendo reabsorvido, as fezes vão ficando cada vez mais ressecadas. • Ingesta insuficiente de líquidos, quando por ex. a pessoa não bebe água. Isso também gera fezes ressecadas. • Dieta pobre em fibras. As fibras fazem com que a água vá para o lúmen, ou seja, puxa mais água para o lúmen intestinal. Elas ajudam na formação do bolo alimentar. • Obstrução por tumores, aderências (as vezes a pessoa fez uma cirurgia, fez um corte ali no local, tempos depois aquilo evolui com uma fibrose cicatricial e repuxa ali, faz uma aderência. Aquela região pode causar uma área de obstrução intestinal). Lembrar: o paciente está com vômito e o médico suspeita de uma obstrução intestinal, de uma aderência, deve-se perguntar ao paciente se ele fez alguma cirurgia, operou a barriga alguma vez, se retirou algum pedaço do intestino. Luanna Borges – 104 A 9 AULA 4 – FISIOLOGIA DOS DISTÚRBIOS GASTROINTESTINAIS MEGACÓLON – DOENÇA DE HIRSCHSPRUNG ➔ Falta ou deficiência de células ganglionares, no plexo mioentérico na região do sigmoide. ➔ Geralmente observado em recém nascidos. São crianças que nasceram com defeito nas células ganglionares do plexo mioentérico na região do sigmoide. Esse sigmoide não consegue se contrair e nem dilatar adequadamente, forma uma estenose na região do sigmoide e o cólon da criança, todo o intestino pra cima, vai sofrer dilatação porque vai acumular fezes, ficando com esse aspecto que é o megacólon. Vai ser um megacolon porque há uma região que não se dilata nem se contrai bem, ou seja, não consegue fazer os movimentos de peristalse. Nessa região vai ter um estreitamento, geralmente essa parte estreitada é retirada cirurgicamente, pois essa parte não funciona. DIARREIA ➔ Resulta do movimento rápido de material fecal pelo intestino grosso. ➔ As enterites são as principais causas de diarreia ➔ ENTERITE: Inflamação da mucosa, da parede (pode ser só a mucosa ou envolver camadas mais profundas) do trato intestinal em que há um aumento da secreção e da motilidade local do intestino. • Ex. de causa infecciosa de enterite: CÓLERA ➔ Causas: • Vírus, Bactéria, Helmintos, Protozoários. • Autoimunidade. Doenças autoimunes. Alteração no sistema imunológico do paciente. CÓLERA ➔ É uma causa infecciosa de enterite ➔ A bactéria, Vibrio cholerae, libera uma toxina. Essa toxina da cólera estimula diretamente a secreção excessiva de eletrólitos e liquido pelas criptas de Lieberkuhn no íleo distal e no cólon. Ou seja, a pessoa começa a secretar muitos eletrólitos e muita água, pode perder de 10 a 12 L de água por dia e eletrólitos, então a pessoa vai ter um distúrbio hidroeletrolítico, vai ficar completamente desidratada. ➔ Sem tratamento a mortalidade de cólera é em torno de 50%. Começa a tratar com soro venoso. Além disso, vai fazer uso de antibióticos. DIARREIA PSICOGÊNITA ➔ Estímulo excessivo – parassimpático ➔ Se a pessoa está muito nervosa, produz muita acetilcolina. Acetilcolina vai estimula o parassimpático. O parassimpático, no TGI, aumenta a motilidade, aumenta o peristaltismo, vai dar diarreia. Luanna Borges – 104 A 10 AULA 4 – FISIOLOGIA DOS DISTÚRBIOS GASTROINTESTINAIS DOENÇA DE CROHN E RETROCOLITE ULCERATIVA ➔ Doença inflamatória intestinal ➔ Tem a ver com uma ativação do sistema imunológico, produção de anticorpos. ➔ Essas doenças podem levar a lesão direta por ativação do sistema imunológico, produção de citocinas, leva a lesão de camadas da parede do trato gastrointestinal. ➔ A doença de cronh acomete mais as áreas assinaladas na figura. ➔ A retocolite ulcerativa acomete a área do cólon ascendente, colo sigmoide e reto do intestino grosso. ➔ Existem doenças que tem uma ativação do sistema imunológico que vai acabar causando lesão na parede intestinal. Em geral, vão ser tratadas com imunossupressores e outros tipos de medicação, que reduzam a atividade do sistema imunológico. VÔMITO ➔ Geralmente é causado quando Irritação do trato GI excessiva ou hiperdistensão = antiperistaltismo. ➔ Ex. de hiperdistensão é aquele pessoal que faz competição em rodizio de pizza, quem como mais. É um caso de vômito por hiperdistensão, a pessoa come tanto que acaba vomitando. ➔ Ou causada por irritação. Varias coisas podem ser irritativas, por exemplo, álcool. Vomitar por excesso de álcool. ➔ Tem o centro do vômito, tem os quimiorreceptores que recebem estímulos do cérebro, recebem estímulos emocionais, as vezes a pessoa está nervosa, acaba estimulando uma zona quimiorreceptora, estimulando o centro do vômito e vomitando de nervoso. ➔ CAUSAS DE NÁUSEA E VÔMITO: • Impulsos que venham do trato GI, causados por irritação. • Impulsos que se originem no mesencéfalo, associados à cinetose. Começou a balançar demais por exemplo, a pessoa entra em um barco, num brinquedo que roda. Isso ocorre porque a pessoa começa a estimular áreas no mesencéfalo que vão estimular aqueles quimiorreceptores, estimulando o centro do vômito e a pessoa pode um vômito associado à cinetose. • Impulsos do córtex cerebral, inclusive a parte emocional pode influenciar no desenvolvimento do vômito. • Quando há uma área de obstrução no trato gastrointestinal. OBSTRUÇÃO GASTROINTESTINAL ➔ Principais causas: • Câncer. Há um tumor crescendo para a luz do intestino. • Constipação. • Constrição fibrótica decorrente de ulceração ou por aderências peritoneais. Paciente que já tenha feito uma cirurgia. Ou paciente que teve uma ulcera e essa ulcera cicatrizou e formou uma área fibrótica e pode ter feito uma área que depois vá causar uma obstrução. • Espasmo de segmento do intestino. Se aquele segmento fica espástico, não consegue se mover adequadamente. Luanna Borges – 104 A 11 AULA 4 – FISIOLOGIA DOS DISTÚRBIOS GASTROINTESTINAIS • Paralisia de segmento do intestino. Ex.: uma criança nasce com uma parte do cólon sigmoide sem plexo mioentérico, aquela parte é paralisada e é espástica também porque tem dimensões reduzidas. Nesse caso, as vezes tem de retirar o segmento paralisado. ➔ Sehá uma obstrução no piloro, a pessoa está vomitando, o pH do vômito, nesse caso, será ácido, já que o conteúdo desse vômito está vindo do estômago, é basicamente suco gástrico. ➔ Se há uma obstrução depois do duodeno e a pessoa vomita, vai refluir todo o conteúdo duodenal, o pH desse vômito será neutro ou alcalino/básico, básico é mais provável por ser o pH doo duodeno, mas as vezes está juntando com um pouco de secreção do estômago, então pode está neutro ou básico. Normalmente é básico por conta do local de onde reflui aquele líquido. ➔ Caso a obstrução esteja lá embaixo, não há o que se falar de pH, visto que uma obstrução muito baixa, geralmente não vai cursar com muito vômito. Caso chegue a ter vômito por uma obstrução baixa, as vezes esse vômito pode até ser um vômito fecaloide devido à presença de fezes no vômito. Mas isso é raro. Em geral, uma obstrução baixa não causa muito vômito. ➔ Uma obstrução no intestino delgado é considerada obstrução alta. Já no intestino grosso, fala-se em obstrução baixa. ➔ O vômito vai estar relacionado com o local acometido pela obstrução. DISTÚRBIOS GERAIS DO TGI GASES NO TGI: “FLATOS” Os gases que são formados no intestino são decorrentes: ➔ Ar deglutido ➔ Gases formados no intestino pela ação bacteriana. A ação bacteriana é a que mais produz gases do intestino. Geralmente essa ação bacteriana ocorre em coisas que a gente não digeriu muito ➔ Gases que se difundem do sangue para o trato GI. ➔ No intestino grosso, ação bacteriana produz a maior parte dos gases. Exemplos: ➔ Alimentos como feijão, repolho, cebola, couve-flor, milho. ➔ Por exemplo, o feijão contém carboidrato indigerível que quando entra no cólon e é substrato para as bactérias colônicas. ➔ A maior parte dos gases produzidos no intestino se difunde através da parede intestinal, vai para o sangue, e depois vai ter uma eliminação pulmonar, ou seja, os flatos que a gente elimina não são a maior parte dos gases produzidos no intestino. A maior parte vai se difundir pela parede, vai ser eliminado pelo pulmão. Luanna Borges – 104 A 12 AULA 4 – FISIOLOGIA DOS DISTÚRBIOS GASTROINTESTINAIS FÍGADO: ASPECTOS FISIOLÓGICOS DAS PATOLOGIAS HEPÁTICAS O fígado serve como um reservatório de sangue. As células todas do fígado são muito complacentes, por isso o fígado consegue acumular sangue ou não dependendo da situação clínica, dependendo da necessidade do organismo. O fígado como um reservatório de sangue ➔ Normalmente, o fígado possui cerca de 450mL de sangue dentro dele, ou seja, 10% do volume corporal. ➔ Em determinadas situações, como em caso de pressão sanguínea retrograda do átrio → o coração é uma bomba que está bombeando sangue o tempo todo para o resto do corpo. Se essa bomba começar a falhar, os órgãos podem entrar em falência porque o sangue não está chegando direito nos órgãos, além disso, acumula sangue nas veias que chegam ao coração e no pulmão. Esse sistema venoso também drena sangue do fígado. O fígado, por ser altamente complacente, quando a pressão de todo o sistema venoso que está indo para o coração está aumentada, o fígado começa a inchar. O fígado consegue se expandir e armazena de 500mL a 1L de sangue extra. Uma pessoa com insuficiência cardíaca tem o fígado grande, muitas vezes palpável. Esses pacientes apresentam turgência jugular, fígado aumentado de tamanho, palpável, por conta de que o coração não está mandando muito sangue. A pessoa pode ter os sintomas de debilidade de algum órgão por pouco sangue chegando em alguns órgãos e outros locais vão estar sofrendo pelo “engarrafamento”. Está sendo muito sangue represado aumentando a pressão naquelas veias que drenam sangue ao coração. Vai ocorrer também uma congestão pulmonar. As vezes uma pessoa com insuficiência cardíaca faz edema de pulmão. Então fica com o fígado aumentado, um pulmão congesto, com turgência jugular. ➔ CONCLUSÃO: o fígado é um grande órgão venoso expansível, capaz de atuar como reservatório de sangue nos momentos de excesso e apto a fornecer sangue nos momentos de volume sanguíneo diminuído. Funções metabólicas: carboidratos O fígado tem várias funções metabólicas. ➔ Armazenamento de grandes quantidades de glicogênio. O fígado é capaz de armazenar grandes quantidades de glicogênio. ➔ Glicogênese. É capaz de fazer a glicogênese. Vai pegar a glicose e transformar em glicogênio, e vai ficar uma grande quantidade de glicogênio armazenada no fígado. ➔ Glicogenólise que é a quebra do glicogênio em glicose, principalmente quando a glicose estiver baixa no sangue, ou seja, quando estiver precisando de glicose. O fígado mobiliza rapidamente através da glicogenólise. ➔ Gliconeogênese. É a formação de glicose a partir de outros compostos, que não carboidratos, ou seja, é mais a gordura, proteína. ➔ Formação de muitos compostos químicos, a partir de produtos intermediários do metabolismo dos carboidratos. ➢ Quando há aumento da glicose sérica, o fígado armazena glicogênio. ➢ Quando há redução da glicose sérica, acontece a glicogenólise para restaurar a glicemia normal. Luanna Borges – 104 A 13 AULA 4 – FISIOLOGIA DOS DISTÚRBIOS GASTROINTESTINAIS ➔ Em pessoas com função hepática precária, a glicemia após uma refeição rica em carboidratos pode aumentar 2 a 3 vezes a mais do que ocorre em pessoa com função hepática normal. Isso ocorre porque o fígado vai estar sobrecarregado e não vai estar transformando a glicose em glicogênio. Quando a glicose está muito alta no sangue, o fígado retira essa glicose do sangue e armazena sob forma de glicogênio. Se isso não está ocorrendo adequadamente, a glicose no sangue irá subir ainda mais. Por isso, uma pessoa com doença hepática pode apresentar uma hiperglicemia, já que o fígado não está tirando a glicose do sangue para transformar em glicogênio. Funções metabólicas: proteínas No fígado vai acontecer: ➔ Desaminação de aminoácidos. ➔ Formação de ureia para remoção da amônia dos líquidos corporais. A amônia é uma substancia altamente tóxica para os neurônios. No fígado ocorre a transformação de amônia em ureia. A ureia é facilmente eliminada na urina. Se a pessoa tem um problema hepático, ela começa a ter um acumulo de amônia porque o fígado não consegue transformar a amônia em ureia. Esse acumulo de amônia lesa as células do sistema nervoso e a pessoa pode ter encefalopatia hepática. Comum em pacientes com cirrose em que, diante de alguma situação de estresse metabólico, sendo o principal a infecção, esse paciente estava bem, de repente ele pegou uma infecção e a família fala “ih, está lento, parece que está retardado, fala devagar, tá com raciocínio lento”. Isso ocorre porque o fígado desse paciente, numa situação de estresse metabólico que tinha que trabalhar mais, ficou sobrecarregado, não está conseguindo converter a amônia em ureia e a amônia está causando a encefalopatia hepática. ➔ Formação das proteínas plasmáticas – albumina (exceto imunoglobulinas). O fígado é muito importante na formação das proteínas plasmáticas, com destaque da albumina. Forma a maioria das proteínas plasmáticas, exceto as imunoglobulinas, os anticorpos ➔ Interconversões entre os diversos aminoácidos e síntese de outros compostos a partir deles. No fígado acontece a síntese de várias proteínas. ➔ O fígado produz a maior parte das proteínas do plasma, ressaltando a albumina. A albumina é uma proteína muito importante para manter a pressão oncótica do plasma. Quando a pessoa tem albumina baixa, ela tem uma pressão oncótica baixa. A pressão oncótica vai reter o líquido dentro do vaso, ou seja, vai regular a quantidade de líquido dentro dos vasos e no interstício. Quanto maior for a pressão oncótica, mais líquido vai ter dentro dos vasos. Quando a pressão oncótica estiver baixa, ou seja, quando tiver porca albumina, o líquido vai para fora dos vasos,vai para o interstício. Isso pode gerar edema. ➔ SINAL DO CACIFO → numa perna muito edemaciada, por exemplo, quando a pessoa comprime, fica a marca do seu dedo, mostrando que o paciente está com muito liquido no interstício, muito líquido fora dos vasos. Esses pacientes podem ter um edema generalizado. Eles têm, em geral, a albumina muito baixa. ➔ Na DOENÇA HEPÁTICA CRÔNICA, os níveis de albumina podem ficar muito baixos reduzindo a pressão oncótica e causando extravasamento de liquido dos vasos, o que gera edema generalizado. ENCEFALOPATICA HEPÁTICA A transformação pelo fígado de amônia em ureia é muito importante para o organismo, pois o acumulo de amônia no sangue pode levar a coma hepático e morte. ➔ Indícios disso é quando a pessoa começa a ficar lentificada. Os pacientes cirróticos, geralmente orienta a família pq próprio paciente pode não perceber quando ele começar a ficar lentificado. Então orienta a Luanna Borges – 104 A 14 AULA 4 – FISIOLOGIA DOS DISTÚRBIOS GASTROINTESTINAIS família, se o familiar ou quem o acompanha perceber que o paciente está lento ou que está ficando lerdo, leva o paciente para o hospital porque, em geral, há algum fator precipitante dessa piora de função hepática que muitas vezes é uma infecção. Pode ser outra coisa, um sangramento gastrointestinal. Mas tem sempre que ficar atento a esse paciente. Funções metabólicas: lipídeos ➔ O fígado é importante na síntese de grandes quantidades de colesterol, fosfolipídeos e da maior parte das lipoproteínas. ➔ Importante também na síntese de gordura a partir das proteínas e carboidratos. ➔ O fígado tem grande importância na formação de proteínas. Fígado: armazenador de vitaminas e ferro O fígado vai ser muito importante no armazenamento de varias substancia. Armazenando ou degradando o glicogênio, o fígado mantém mais ou menos o controle da glicemia. ➔ Grande armazenador de vitaminas, principalmente as lipossolúveis K, E, D, A ➔ Vai armazenar ferro, principalmente sob forma de ferritina ➔ Lembrar: uma pessoa com problema hepático vai ter alteração de tudo isso que nós estudamos. Outras funções hepáticas ➔ Sintetiza substancias utilizadas na coagulação sanguínea • Fibrinogênio, protrombina, Fator VII (cascata de coagulação). O fígado sintetiza alguns fatores da coagulação. Além disso, a vitamina K é armazenada no fígado. Uma pessoa com problema hepático pode ter deficiência de vitamina K e de alguns fatores importantes para a coagulação. A pessoa que tem insuficiência hepática vai ter sangramento fácil devido à dificuldade do sangue de coagular, o sangue demora mais a coagular. • HIPERTENSÃO PORTA: por conta da hipertensão porta, os vasos ficam ingurgitados, com a pressão aumentada la dentro. Se um vaso desse rompe e começa a sangrar, esse paciente apresenta uma dificuldade de parar o sangramento. Sangramento gastrointestinal é algo comum nos pacientes hepatopatas e as vezes de difícil controle porque eles têm essa parte da coagulação prejudicada. • Alguns desses processos exigem a vitamina K, especialmente a protrombina e os fatores VII, IX e X ➔ Remove ou excreta fármacos, hormônios e outras substâncias: • Antibióticos, barbitúricos, hormônios esteroides e cálcio ➔ Muito importante na produção da bile Conjugação da bilirrubina no fígado Identificar quando há uma icterícia se ela é de bilirrubina conjugada ou de bilirrubina não conjugada. ➔ As hemácias estão sofrendo o processo de hemocaterese, sendo destruídas no baço. Com isso, a BILIRRUBINA NÃO CONJUGADA é um produto da degradação das hemácias. Essa bilirrubina não conjugada vai se ligar a albumina e vai viajar ligada à albumina até o fígado. Quando chegar no fígado, essa bilirrubina não conjugada, também chamada de indireta, vai ser captada pelos hepatócitos. Dentro das células do fígado, ela vai sofrer o processo de conjugação e vai se transformar na BILIRRUBINA CONJUGADA. Essa bilirrubina conjugada vai ser excretada na bile. A bilirrubina que tem nos canalículos biliares e no duodeno é a CONJUGADA. O fígado produz a bile e vai jogar a bilirrubina conjugada dentro da bile. A bile vai para o duodeno e vai ser excretada nas fezes. Luanna Borges – 104 A 15 AULA 4 – FISIOLOGIA DOS DISTÚRBIOS GASTROINTESTINAIS A BILIRRUBINA QUE PASSOU PELO FÍGADO É CONJUGADA. ANTES DE CHEGAR NO FÍGADO, A BILIRRUBINA É NÃO CONJUGADA. Antes de chegar no fígado, a bilirrubina que é produzida pela destruição das hemácias é a BILIRRUBINA NÃO CONJUGADA/INDIRETA. Se essa bilirrubina se acumular muito no sangue, vai dar uma coloração que é olho amarelo. A bilirrubina conjugada também vai dar coloração amarela no olho. Quando o paciente tem olhos amarelados, tem uma icterícia, essa pode ser decorrente de bilirrubina conjugada/direta ou de bilirrubina não conjugada/indireta. A bilirrubina direta/conjugada é a mais comum de causar icterícia, já que ocorre a ruptura de canalículos e vazamento dessa bilirrubina para o sangue através dessa ruptura. As hemácias estão sendo destruídas. A bilirrubina não conjugada vai viajar pelo sangue, vai chegar no fígado, no hepatócito, vai se transformar na bilirrubina conjugada que vai ser liberada no duodeno junto com a bile e depois vai ser excretada ou reabsorvida. Se o paciente tiver uma doença obstrutiva, uma obstrução na papila de Vater, causando obstrução dos canalículos e alguns canalículos rompem, vai bilirrubina conjugada/direta para o sangue. Existe outra possibilidade de icterícia que seria pela bilirrubina indireta/não conjugada que é a destruição das hemácias. Nesse caso, algum processo pode estar causando um aumento de destruição de hemácias no baço, como por exemplo, devido a uma doença linfoproliferativa, alguma doença que cause aumento do baço e o baço começa a destruir hemácia demais e será lançada no sangue grande quantidade de BILIRRUBINA NÃO CONJUGADA/INDIRETA. REMEMBER: a icterícia causada pela obstrução de canalículos relaciona-se à bilirrubina direta/conjugada. A icterícia causada por HEMÓLISE (destruição de hemácias) relaciona-se ao acumulo de bilirrubina indireta/não conjugada. TIPOS DE ICTERÍCIA: HEMOLITICA → destruição acentuada das hemácias e o fígado não consegue excretar a bilirrubina com a mesma intensidade. Ou seja, destruição de hemácias, aumenta a bilirrubina livre/não conjugada/indireta. OBSTRUTIVA → causada pela obstrução dos ductos biliares ou pela lesão dos hepatócitos. A bilirrubina se forma normalmente, é conjugada e é devolvida ao sangue por ruptura dos canalículos hepáticos congestionados, drenando de forma direta a bile para a linfa que deixa o fígado. Ou seja, causada pelo acúmulo de bilirrubina direta. Luanna Borges – 104 A 16 AULA 4 – FISIOLOGIA DOS DISTÚRBIOS GASTROINTESTINAIS Causas de cirrose hepática ➔ Hepatites virais, principalmente hepatites B e C. ➔ Esteato-hepatite não alcoólica. É a esteatose hepática, acúmulo de gordura no fígado, muito comum com o sobrepeso. Vai ocorrendo acumulo de gordura nas células hepáticas e isso pode gerar uma inflamação crônica, ou seja, problema nas células hepáticas que podem acabar levando a cirrose. ➔ Hepatite alcoólica. O álcool é uma substancia que pode agredir terrivelmente o fígado e levar a uma hepatite e cirrose. Fisiopatologia da cirrose ➔ A resistência ao fluxo sanguíneo nos sinusóides hepáticos, em geral é muito baixa (1,3L de sangue por minuto), o sangue passa ali devagarinho. É um tecido, em geral, complacente, fenestrado. ➔ Células parenquimatosas (hepatócitos) destruídos – células de Ito se tornam ativadas – miofibroblastos – produzem fibras colágenas – forma-se um tecido fibroso (conjuntivo denso). ➔ Esse tecido conjuntivo denso contrai em torno dos sinusóides, dificultando a passagem do sangue, aumentando a pressão, causando a Hipertensão Porta. ➔ Ou seja, em algumassituações como exposição ao álcool, hepatite, um vírus B ou C, podem causar algumas lesões nos hepatócitos e ocorre uma ativação das células de Ito. Essas células se transformam em miofibroblastos e elas começam a produzir colágeno. Elas formam um tecido fibroso, um tecido conjuntivo denso. Ocorre que todo esse tecido que tinha uma grande complacência vira um tecido duro. Com isso, aquela complacência de expansão acaba. Começa a ter uma pressão aumentada em todos os vasos hepáticos. Essa pressão vai retrogradamente pegando as veias que drenam para o fígado, que é o sistema porta. Devido a isso, ocorre a HIPERTENSÃO PORTA. ➔ Essa Hipertensão Porta, ou seja, esse aumento da pressão junto com a baixa albumina que o paciente tem, então a pressão oncótica já é baixa, acaba gerando o extravasamento cada vez maior de líquidos para fora do vaso. Com isso, além da parte das pernas terem edema, o paciente pode ter ASCITE (acumulo de liquido na região abdominal). ➔ Na HIPERTENSÃO PORTA é muito comum o paciente apresentar varizes de esôfago, porque vai criando uma circulação colateral. Além de ser visível no abdome, essa circulação colateral ocorre na parede do TGI, no caso do esôfago, muitas vezes dá para ver as varizes em uma endoscopia, aquelas veias proeminentes na parede do esôfago. Isso pode acontecer em outras áreas do TGI, não só no esôfago. Se algum vaso desse rompe, o paciente tem uma hemorragia digestiva. Se for no esôfago ou no estomago é uma hemorragia digestiva ALTA. Se for em uma região do intestino lá para baixo é uma hemorragia digestiva BAIXA. Varizes esofagianas são muito comuns em pacientes hepatopatas. Luanna Borges – 104 A 17 AULA 4 – FISIOLOGIA DOS DISTÚRBIOS GASTROINTESTINAIS Abdome ascítico Esses pacientes apresentam dificuldade de coagulação. É muito comum ver várias feridinhas, as vezes equimose (bateu, fica roxo no abdome). Pacientes podem apresentar circulação colateral exacerbada. Várias veias ficam visíveis devido à hipertensão porta, a pressão aumentada nas veias vai criando uma circulação colateral nos vasos abdominais. Pacientes podem apresentar o chamado “CABEÇA DE MEDUSA”, já que a veia vai ficando completamente dilatada, tortuosa. Sinais e sintomas da cirrose hepática ➔ Circulação colateral, as vezes chamada de cabeça de medusa. ➔ Ascite, podendo levar a uma protusão da região umbilical. Acumulo de liquido na região abdominal. ➔ Anasarca/Edema. ➔ Diabetes pode ocorrer devido à dificuldade do metabolismo da glicose, em captar a glicose formando em glicogênio ou degradar o glicogênio dependendo da necessidade do organismo. Por isso esses pacientes podem acabar desenvolvendo hiperglicemia, vão acabar desenvolvendo diabetes mellitus. ➔ Derrame pleural por acumulo de liquido. ➔ Ginecomastia: pacientes cirróticos, muitos acabam tendo um estado, ainda não se elucidou totalmente o motivo disso ocorrer, mas esses pacientes acabam tendo um estado de hipogonadismo. Algumas substancias acabam inibindo o LH e o FSH desses pacientes. No caso da cirrose alcoólica, o álcool tem uma inibição testicular, de células testiculares, então por uma serie de fatores, pode ocorrer um hipogonadismo, esses pacientes ficam com menos testosterona e os efeitos estrogênicos acabam se sobrepondo. Todo homem tem muito mais testosterona e pouco estrogênio, mas os pacientes cirróticos acabam ficando com muito pouco testosterona e eles podem ter a formação de mama, ginecomastia. RESUMÃO: FUNÇÃO HEPÁTICA SÍNTESE ➔ Produção de proteínas do sangue (exceto imunoglobulinas) ➔ Lipoproteínas Luanna Borges – 104 A 18 AULA 4 – FISIOLOGIA DOS DISTÚRBIOS GASTROINTESTINAIS ➔ Fatores de coagulação FUNÇÃO METABÓLICA ➔ Metabolismo dos carboidratos, proteínas, lipídeos ➔ Metabolismo da bilirrubina que vai ser excretada na bile. DETOXIFICAÇÃO ➔ Participa da conversão de substancias tóxicas em outras menos tóxicas • Álcool é processado pelo fígado • Amônia em ureia • Drogas PROCESSOS DE EXCREÇÃO ➔ Restos metabólicos (formação de ureia), drogas, etc. ARMAZENAMENTO ➔ Glicogênio ➔ Vitaminas lipossolúveis K, E, D, A. a vitamina E na gordura corporal e músculos. ➔ Ferro, cobre, etc. IMPORTANTE: se a pessoa perde a função do fígado, ela vai perder várias funções. Vai ter menos proteínas circulantes, vai perder a capacidade de função metabólica de carboidratos, principalmente, podendo gerar uma hiperglicemia. Pode entrar em encefalopatia hepática porque tem muita amônia no sangue. Uso de medicamentos, muitas vezes o paciente começa a tomar um remédio em dose normal, mas para ele pode ser toxico para o fígado se a excreção do remédio for pelo fígado. Facilidade de sangrar. Guyton e Hall – 13ª ed. Caps. 67 e 71 Doença hepática crônica - Cirrose – Remember: O paciente tem um aumento da pressão dos vasos, nas veias que drenam para o fígado, devido a alguma substancia toxica ou a hepatite crônica, ou ao uso de álcool prolongado (considerada substancia tóxica ao fígado), ou seja, alguma coisa que altere os hepatócitos e cause uma destruição nos hepatócitos. Eles vão ativar as células de Ito, que vão se transformar em miofibroblastos e vão começar a produzir fibras colágenas, formando um tecido cicatricial fibroso, um tecido conjuntivo denso. O parênquima do fígado vai se tornar duro, vai ocorrer um aumento de pressão retrograda em todas as veias que estão drenando para o fígado e entrando no fígado. Isso vai gerar a hipertensão porta. Com isso, a pressão dentro do vaso vai estar muito grande, vai acontecer um extravasamento de líquido formando ascite, edema, circulação colateral no abdome. Esse paciente vai tendo características da encefalopatia (porque o fígado transforma amônia que é toxica para o sistema nervoso central em ureia. Se ele não está fazendo isso direito, a amônia está se acumulando e está lesando o sistema nervoso. A pessoa fica lenta, pode até entrar em coma). Pode ter icterícia por acumulo de bilirrubina direta porque, na verdade, depois que ela é conjugada, não está sendo bem drenada para os canalículos biliares, não está sendo bem excretada, enato pode acontecer acumulo geralmente pela bilirrubina direta. A pressão aumentada nos vasos pode estar causando varizes tanto no abdome quanto varizes esofágicas na parede do TGI. O liquido mal distribuído, extravasando para fora do vaso pode causar não só ascite como também derrame pleural. Diabetes porque o metabolismo dos carboidratos fica muito alterado, o fígado não consegue converter a glicose em glicogênio, deixando a glicose aumentada. Anasarca que é o edema generalizado devido a redução da pressão oncótica está extravasando o sangue para fora do vaso. Ginecomastia, formação de mama no paciente masculino, isso ocorre na cirrose hepática por conta de um hipogonadismo. Esses pacientes cirróticos acabam tendo uma menor produção de por vários fatores eles têm uma disfunção do eixo hipotálamo-hipofisário e muitas vezes eles têm uma baixa produção de testosterona, muitas vezes uma baixa produção de FH e LSH que estimula o testículo a produzir testosterona. Essa disfunção não é ainda totalmente explicada, mas já foi observada e, em parte, em alguns casos foi visto que é muito produto do álcool, nos casos de cirrose alcoólica, o álcool tem efeito toxico direto nas células testiculares diminuindo a produção de testosterona. Com isso, acaba prevalecendo mais a função do estrogênio e criando essas mamas que é a ginecomastia.
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