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UNIVERSIDADE REGIONAL DO NOROESTE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL DEPARTAMENTO DE ESTUDOS AGRÁRIOS CURSO DE MEDICINA VETERINÁRIA MICHELLE KAROLINE KONRATH PICCININI RELATÓRIO DE ESTÁGIO EM MEDICINA VETERINÁRIA I IJUÍ - RS 2020 MICHELLE KAROLINE KONRATH PICCININI RELATÓRIO DE ESTÁGIO EM MEDICINA VETERINÁRIA I Relatório do estágio I em Medicina Veterinária na área de suinocultura apresentado ao Curso de Medicina Veterinária da Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul (UNIJUÍ, RS). Orientador: Prof. Dr. Med. Vet. Alfredo Skrebsky Cezar Supervisor: Med. Vet. Luiza Veit IJUÍ, RS 2020 MICHELLE KAROLINE KONRATH PICCININI RELATÓRIO DE ESTÁGIO EM MEDICINA VETERINÁRIA I Relatório do estágio I em Medicina Veterinária na área de suinocultura apresentado ao Curso de Medicina Veterinária da Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul (UNIJUÍ, RS). _______________________________ Alfredo Skrebsky Cezar, doutor (UNIJUÍ) (Orientador) _______________________________ Luciane Ribeiro Martins Viana, Mestre (UNIJUÍ) (Banca) IJUÍ - RS 2020 LISTA DE TABELAS Tabela 1 - Resumo das atividades acompanhadas durante o Estágio Curricular Supervisionado em Medicina Veterinária na área de suinocultura, junto a Suinocultura Veit, no período de 5 de Outubro a 24 de outubro de 2020................................................08 Tabela 1 - Ações em medicina veterinária preventiva realizadas durante o Estágio Curricular Supervisionado em Medicina Veterinária na área de suinocultura, junto a Suinocultura Veit, no período de 5 de Outubro a 24 de outubro de 2020...........................................08 Tabela 2 - Procedimentos de manejo acompanhados durante o Estágio Curricular Supervisionado em Medicina Veterinária na área de suinocultura, junto a Suinocultura Veit, no período de 5 de Outubro a 24 de outubro de 2020................................................09 Tabela 4 - Atividades em reprodução desenvolvidas durante o Estágio Curricular Supervisionado em Medicina Veterinária na área de suinocultura, junto a Suinocultura Veit, no período de 5 de Outubro a 24 de outubro de 2020................................................09 Tabela 5 - Ocorrências clínicas acompanhadas durante o Estágio Curricular Supervisionado em Medicina Veterinária na área de suinocultura, junto a Suinocultura Veit, no período de 5 de Outubro a 24 de outubro de 2020...........................................................................09 LISTA DE QUADRO Quadro 1 - Protocolo vacinal realizado no rebanho da granja...................... 21 LISTA DE FIGURAS Figura 1: Escore de lesão nos tetos.................................................................12 Figura 2 – Diagnóstico de cio com auxílio de cachaço na Granja de Suinocultura Veit...............................................................................................14 Figura 3 – Secagem de leitão após parto com o pó secante na Granja de Suinocultura Veit...............................................................................................20 Figura 4 – Leitões fechados no escamoteador para porca se alimentar na Granja de Suinocultura Veit...............................................................................22 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ................................................................................................ 8 2 ATIVIDADES DESENVOLVIDAS ................................................................... 9 3 CARACTERIZAÇÃO DA PROPRIEDADE E DO SISTEMA DE PRODUÇÃO DE SUÍNOS ...................................................................................................... 11 3.1 SETORES DE COBERTURA E GESTAÇÃO ......................................... 11 3.1.1 Instalações ....................................................................................... 11 3.1.2 Fluxograma dos animais .................................................................. 12 3.1.3 Manejo nutricional ............................................................................ 13 3.1.4 Diagnóstico do cio ............................................................................ 14 3.1.5 Manejo da cobertura ........................................................................ 15 3.1.6 Diagnóstico da gestação .................................................................. 15 3.2 SETOR DA MATERNIDADE .................................................................. 16 3.2.1 Instalações ....................................................................................... 16 3.2.2 Fluxograma das matrizes na maternidade ....................................... 17 3.2.3 Preparo para o parto ........................................................................ 17 3.2.4 Assistência ao parto ......................................................................... 18 3.2.5 Manejo dos leitões do parto ao desmame ........................................ 19 3.2.6 Desmame ......................................................................................... 23 3.2.7 Limpeza e desinfecção do setor da maternidade ............................. 23 3.2.8 Manejo dos dejetos .......................................................................... 24 3.3 MANEJO SANITÁRIO ................................................................................ 24 3.3.1 Controle de endoparasitas e ectoparasitas ...................................... 26 4 PRINCIPAIS DOENÇAS DIAGNOSTICADAS NO REBANHO .................... 27 5 USO DE ANTIMICROBIANOS ..................................................................... 27 6 USO DE EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL (EPIS) E PREVENÇÃO DA TRANSMISSÃO DE ZOONOSES ENTRE SUÍNOS E O SER-HUMANO ................................................................................................. 28 7 SUGESTÕES DE MELHORIAS .................................................................... 29 8 CONCLUSÃO ............................................................................................... 30 REFERÊNCIAS ................................................................................................ 31 8 1 INTRODUÇÃO A suinocultura é praticada em todo o mundo. No Brasil, a produção de suínos está em constante crescimento, sempre em busca do equilíbrio da relação custo e benefício da produção, com o objetivo de oferecer ao consumidor o alimento rico em proteínas mais consumido no mundo: a carne suína (ORTIGARA, 2000). Grandes e pequenos produtores de suínos estão presentes em todo território. Todos com o mesmo objetivo de produzir carne suína de qualidade obtendo retorno financeiro. A criação de suínos para produção de alimentos, quando aliada a conhecimento do setor e atividade suinícola é economicamente viável e rentável (LOPES, 2012). O estágio em Medicina Veterinária I foi realizado na Granja de Suinocultura Veit, localizado em Linha Almeida, interior de Boa Vista do Buricá, supervisionada pela médica veterinária Luiza Veit e orientada pelo professor Dr. Alfredo Skrebsky Cezar, do dia 05 de outubro até o dia 24 de outubro, acompanhando 6 horas por dia. A granja utiliza sistema de criação intensivo confinado, trabalhando com gestação e maternidade. Os suínos serão destinados para produção de carne. A propriedade conta trabalha com 890 matrizes, 90 leitoas e 7 machos, com genética DB 90. Os animais ficam alocados em 4 pavilhões, 2 pavilhões são maternidades e 2 são destinados para gestação. As atividades que foram desenvolvidas durante o estágio são ligadasaos setores de manutenção e de maternidade da granja. No setor da gestação foram acompanhados os processos de inseminação artificial, detecção do cio, limpeza das baias depois da saída das porcas ou leitoas e preparação para o vazio sanitário. No setor da maternidade, foi observado o fluxograma das matrizes, manejo do parto, manejo dos leitões do parto ao desmame. O objetivo do estágio foi acrescentar ainda mais conhecimentos para a formação profissional da acadêmica, podendo vivenciar a prática que o médico veterinário tem na área da suinocultura, podendo agir de modo a buscar resoluções para os problemas encontrados de acordo com a formação até o momento, a partir do acompanhamento de todas as fases de criação. 9 2 ATIVIDADES DESENVOLVIDAS O estágio foi realizado no turno da manhã, totalizando 6 horas diárias, no período dos dias 05/10/2020 a 24/10/2020, na granja de Suinocultura Veit, localizada no interior do município de Boa Vista do Buricá, sob supervisão da médica veterinária Luiza Veit. As atividades desenvolvidas durante o período de estágio estão descritas na Tabela 1. Tabela 3 - Resumo das atividades acompanhadas durante o Estágio Curricular Supervisionado em Medicina Veterinária na área de suinocultura, junto a Suinocultura Veit, no período de 5 de Outubro a 24 de outubro de 2020 Resumo das atividades Quantidade Frequência Atividades em reprodução suína 40 58,8 % Procedimentos de manejo 15 22,0 % Ocorrências clínicas 10 14,7 % Medicina veterinária preventiva 3 4,4 % Total 68 100 Fonte: autoria própria. Tabela 4 - Ações em medicina veterinária preventiva realizadas durante o Estágio Curricular Supervisionado em Medicina Veterinária na área de suinocultura, junto a Suinocultura Veit, no período de 5 de Outubro a 24 de outubro de 2020 Medicina veterinária preventiva Quantidade Frequência Aplicação de ferro em leitegada 25 86,2% Vacinação com Parvo Shield™ L5E 2 6,9% Vacinação com Microvet e Porcilis coli® Vacinação com Circoflex e Parvo Shield™ 1 3,4% Aplicação de ivermectina 1% 1 3,4% Total 29 100 Fonte: autoria própria. 10 Tabela 3 - Procedimentos de manejo acompanhados durante o Estágio Curricular Supervisionado em Medicina Veterinária na área de suinocultura, junto a Suinocultura Veit, no período de 5 de Outubro a 24 de outubro de 2020 Procedimentos de manejo Quantidade Frequência Pesagem 25 47,2% Auxílio na alimentação dos suínos 15 28,3% Desmame de leitegada 5 9,4% Manejo de troca de piquetes 4 7,5% Enxerto de leitões 4 7,5% Total 53 100 Fonte: autoria própria. Tabela 4 - Atividades em reprodução desenvolvidas durante o Estágio Curricular Supervisionado em Medicina Veterinária na área de suinocultura, junto a Suinocultura Veit, no período de 5 de Outubro a 24 de outubro de 2020 Atividades em reprodução suína Quantidade Frequência Auxílio em parto 30 85,7% Identificar cio com cachaço 3 8,6% Auxílio em cobertura 1 2,8% Inseminação artificial 1 2,8% Total 35 100 Fonte: autoria própria. Tabela 5 - Ocorrências clínicas acompanhadas durante o Estágio Curricular Supervisionado em Medicina Veterinária na área de suinocultura, junto a Suinocultura Veit, no período de 5 de Outubro a 24 de outubro de 2020 Ocorrências clínicas Quantidade Frequência(%) Parto distócico 12 54,6% Artrite séptica em leitão 10 45,4% Total 22 100 Fonte: autoria própria. 11 3 CARACTERIZAÇÃO DA PROPRIEDADE E DO SISTEMA DE PRODUÇÃO DE SUÍNOS O estágio curricular foi realizado na Granja de Suinocultura Veit, na cidade de Boa Vista do Buricá. O estágio foi realizado, dia 05/10/2020 até o dia 24/10/2020, completando às 90 horas. O responsável pelo estágio na granja Veit foi o Agrônomo Blasio Veit, sendo supervisionada pela médica veterinária Luiza Veit. A área escolhida foi a de suinocultura, especialmente no setor da gestação e da maternidade. A Granja Veit possui 4 galpões, sendo que 2 para a gestação e 2 para a maternidade. Possui também um galpão destinado para o recebimento de ração que será destinada a alimentação das matrizes. Contém 890 matrizes, 90 leitoas e 7 machos. Possui dois casais de empregados, sendo que mulheres atendem a maternidade e os homens acompanham a gestação e outros afazeres. 3.1 SETORES DE COBERTURA E GESTAÇÃO O período de gestação das porcas normalmente é em torno de 114 dias (três meses, três semanas, três dias), porém comumente com uma variação de 112 a 115 dias. Há uma tendência das leitegadas maiores nascerem antes das leitegadas menores. O que é explicado pelo estimulo provocado pelo maior peso de conteúdo uterino (SILVEIRA et al., 1998). As fêmeas destinadas à produção passam praticamente dois terços de sua vida em gestação, por isso os cuidados a serem tomados durante esse período são fundamentais para garantir uma boa produtividade e um bom aproveitamento das fêmeas durante a sua vida reprodutiva (SOBESTIANSKY, 1985). 3.1.1 Instalações Na granja o setor de cobertura e gestação, se destina a abrigar os animais durante o período necessário para promover a cobertura e desenvolver 12 a gestação das matrizes. Esse setor possui um pavilhão com duas fileiras de celas individuais e baias coletivas. Este pavilhão tem piso de concreto com uma leve inclinação para facilitar a remoção dos dejetos, o telhado é de telha de barro. Os pavilhões da maternidade apresentam celas parideiras para facilitar o manejo e apresentam telhas também para melhor conforto térmico. Segundo Embrapa Suínos e Aves (2006), os prédios da suinocultura devem estar com seu maior eixo no sentido Leste-Oeste, ou com um leve desvio, para um maior aproveitamento da incidência de ventos predominantes, visando o conforto térmico dos animais e a redução da radiação solar. 3.1.2 Fluxograma dos animais As leitoas são oriundas das unidas da empresa Alimentos Estrela, as quais tem por genética DB 90, chegando à granja com 200 a 250 dias de vida. Elas são inseminadas e alocadas no pavilhão de gestação, onde ficam até Figura 1 – Setor de cobertura e gestação na Granja de Suinocultura Veit. Fonte: arquivo pessoal. 13 atingirem 110 dias de prenhez, e posteriormente são encaminhadas para a maternidade. Para isso, são limpas com a ajuda de um jato de água. Antes das fêmeas chegarem ao setor da maternidade devem passar por um pedilúvio preparado com formol e cal misturados com a água, para desinfetar e proteger os cascos das fêmeas. 3.1.3 Manejo nutricional O objetivo da nutrição adequada neste período é propiciar maior taxa de sobrevivência embrionária, um perfeito desenvolvimento das glândulas mamárias, desenvolvimento fetal, complementação do crescimento para leitoas e escore corporal ideal para as leitoas e porcas (MAFESSONI, 2014). A regra nutricional básica para o período de gestação é a de fornecer sempre quantidades suficientes para a manutenção, para o desenvolvimento corporal e dar suporte para o desenvolvimento embrionário e fetal. Isso significa fornecer uma quantidade diária balanceada de ração que evite que as fêmeas ganhem muito peso nessa fase e fiquem sobre peso (MORES et al., 1998). Ao chegarem do desmame as porcas recebem ração lactação duas vezes ao dia. Após terem sido inseminadas recebem ração gestação simples 2 vezes ao dia. Nos primeiros 30 dias recebem 2 kg dia, 1 kg por trato. Dos 30 aos 90 dias de gestação, as porcas permanecem recebendo 2 kg dia, diminuindo se necessário caso as matrizes fiquem obesas. Neste período se avalia o escore corporal das fêmeas, se estiver com escore 1 e 2 (que é medido por escala, sendo escore 1 muito magra e 5 muito gorda, escore 3 seria o ideal) se aumenta a ração conforme a necessidade. Dos 90 a 110 dias, recebem 3 kg por dia sendo 1,5 kg por tratada. Após os 110 dias são encaminhados para a maternidade. Aração fornecida é a base de farelo de soja e milho na forma de silagem de grão úmido. Proporção (80 kg milho silagem, 20 kg farelo soja) ração rica em valor energético. 14 3.1.4 Diagnóstico do cio O cio na espécie suína deve ser diagnosticado duas vezes ao dia em um intervalo de 10 a 12 horas. Isso significa a realização do diagnóstico do cio pela manhã e pela tarde. Este é o período em que a fêmea deixa a monta do macho, ou aceita o estimulo da pressão lombar desenvolvido pelo homem na presença do macho, o que, usualmente, ocorre em média, a cada 21 dias (BERTOLINI, 1997). Alguns dos sinais que podem ser observados no cio de porcas seriam as orelhas levantadas; urina frequente; perda do apetite; excitação e emissão de grunhidos; monta nas companheiras e se deixa montar por elas; procura ao cachaço quando ele está por perto; lombo arqueado; cauda levantada e balançando para cima e para baixo; descarga vulvar de muco claro (corrimento vaginal); fica imóvel na presença do cachaço; ao realizar pressão lombar fica imóvel, aceita a monta. (EMBRAPA, 2018) Figura 2 – Diagnóstico de cio com auxílio de cachaço na Granja de Suinocultura Veit. Fonte: arquivo pessoal. 15 O diagnóstico do cio é realizado sempre com o auxílio do cachaço, passando-o em frente às celas onde estão às matrizes duas vezes ao dia, de preferência com intervalo entre 10 à 12h, na granja Veit realizou-se uma pela manhã às 8 horas e outra pela tarde às 16 horas. Sendo observado se a vulva apresenta muco e se a fêmea fica imóvel na hora que é tocada pelo homem (EMBRAPA, 2018). Logo após serem diagnosticadas, as fêmeas são inseminadas. Até que não é mais detectado o cio, sendo utilizado em média 2 a 3 doses de sêmen por matriz. 3.1.5 Manejo da cobertura O momento correto da realização da monta ou da inseminação é primordial para a observação de um bom resultado de fecundação. Baseados na evolução do conhecimento dos processos fisiológicos tem-se procurado adaptar os protocolos de manejo da cobertura para alcançar um alto desempenho reprodutivo (SILVEIRA et al.,1998). Na granja, depois de diagnosticado o cio é realizado a inseminação artificial seguindo os seguintes passos: - Limpeza da vulva com papel toalha; - Lubrificação da pipeta com gel; - Introdução da pipeta na vulva; - Colocação do sêmen na porção final da pipeta; - Aguardas até que a dose de sêmen seja totalmente absorvida; - Retirada a pipeta e dado o destino correto; 3.1.6 Diagnóstico da gestação Para o diagnóstico da gestação as matrizes são observadas 21 dias após a inseminação para confirmar a gestação. Diariamente, durante este período, é realizado o manejo com o macho em frente às matrizes para verificar qualquer sinal de retorno ao cio ou aborto até os 110 dias de prenhes. 16 Durante a gestação, as fêmeas devem ser constantemente observadas, especialmente durante o fechamento dos dois primeiros ciclos (21 e 42 dias), para detecção de eventuais retornos ao cio, abortos e outras enfermidades. 3.2 SETOR DA MATERNIDADE O local onde as porcas irão parir deve ser limpo e com o mínimo de ruído possível. Atualmente recomenda-se que o prédio da maternidade seja separado das demais instalações da granja, devendo ser construído com divisões em salas para permitir o manejo em lotes e a realização de vazio sanitário após a saída de cada lote (MORES et al., 1998). A maternidade é o setor em que se necessitam maiores cuidados contra enfermidades, pois é onde os leitões estão mais sensíveis e podem adquirir algumas doenças devido a vários fatores, além de perder peso durante lactação e aumentar a taxa de refugos (SOUZA et al., 2013). No setor da maternidade a matriz chega com 110 a 112 dias de gestação para que ocorra uma adaptação nesses últimos dias que antecedem o parto. Esse local é dividido em salas, que possuem selas parideiras para que se tenha um correto manejo dos lotes de animais e possa realizar as medidas de controle sanitário corretas. 3.2.1 Instalações A maternidade possui dois galpões com 11 salas com 264 celas parideiras. O telhado é coberto com telha de barro e os galpões feitos de alvenaria. As selas são de ferro medindo espaço das matrizes 0,60 m x 2,20 m, espaço dos leitões 0,60 de cada lado x 2,20 metros de comprimento, com piso vazado feito de barras de ferro. Cada cela possui um escamoteador com piso de concreto aquecido com termostato para controle da temperatura e lâmpadas também para aquecimento. Os comedouros são de alvenaria onde o trato é feito manualmente e os bebedouros são do tipo chupeta. 17 3.2.2 Fluxograma das matrizes na maternidade Após ser devidamente preparada através da limpeza, desinfecção e vazio sanitário, a maternidade está pronta para receber as matrizes, estas são levadas até a maternidade, com 110 a 112 dias de gestação onde permanecem até o dia do desmame. Para ingressar nas maternidades, é realizada a lavagem das porcas com o auxílio de um jato de água e iodo, de preferência para trás e de cima para baixo, dando cuidado especial para as regiões ao redor da vulva, aparelho mamário e cascos. A transferência para a maternidade deve ser feita nas horas mais frescas do dia e procurar conduzir as porcas calmamente para se evitar o estresse. Ali elas têm um período de 3 a 5 dias de adaptação ao novo ambiente para diminuir o estresse. Elas permanecem nesse ambiente durante o período de lactação. No dia do desmame são levadas de volta para a gestação no pavilhão de inseminação onde em 5 dias em média entram em cio novamente e podem ser inseminadas. 3.2.3 Preparo para o parto No pré-parto é necessário que a porca esteja em um ambiente calmo sem ruídos, com pouca movimentação de pessoas para que se tenha o mínimo de estresse possível. Nesse período podem-se observar algumas alterações na matriz, como edema da vulva e de glândulas mamárias nos 3 a 5 dias que antecedem ao parto (SOBESTIANSKY, 1985). A maternidade deve ser mantida limpa, seca e com o menor nível possível de ruídos. Em especial, o piso das celas parideiras deve ser mantido sem umidade, pois isso reduzirá as chances de infecções através do cordão umbilical (que também deve ser mantido seco), e evitará a perda de calor que causará estresse por frio nos leitões (MONTEIRO, 2010). As matrizes que estiverem por parir devem receber apenas água à vontade, para evitar que haja constipação (EMBRAPA, 1998). 18 3.2.4 Assistência ao parto O parto é sempre um momento crítico no processo de produção, por isso porca e leitões merecem atenção especial. O sucesso do parto depende de um ambiente apropriado, tranquilo, fresco e assistido, oferecendo bem-estar para as porcas e leitões (FERREIRA, 2012). Durante o parto, a participação do assistente é fundamental e exige dedicação para retirar os envoltórios fetais e desobstruir as vias nasais, secar, limpar e desinfetar o umbigo, além de providencias para evitar choque térmico, especialmente em dias frios. Também é de suma importância para monitorar o tempo entre a parição dos leitões para assim poder intervir caso o parto venha a ser distócico (TEIXEIRA, 2013). Caso o assistente que estiver acompanhando notar que é parto distócico, ou seja, um parto ou nascimento difícil, que necessita de intervenção, podendo ser devido à variação de tempo de nascimento entre um leitão e outro (geralmente acima de 30 minutos) ou até a completa incapacidade de parir, ele deve primeiramente tentar estimular a fêmea a se levantar e realizar massagem abdominal para estimular a saída dos leitões, caso ainda não tiver sucesso, deve fazer intervenção manual que é a palpação genital (TEIXEIRA, 2013). Lembrando de tomar todos os cuidados higiênicos para a realização da palpação genital (lavar mãos e braços com água e sabão e utilizar luva parapalpação). Ao nascer o primeiro leitão é aberta uma ficha de controle do parto, onde são anotados os leitões nascidos vivos e mortos. O auxílio ao parto ocorre nas seguintes etapas: - Limpeza das vias aéreas dos leitões assim que nascem; - Corte do cordão umbilical; - Secagem dos leitões com pó a base de alumino silicato de sódio que é passado por todo o corpo preservando a cabeça; - Amarra-se o cordão umbilical com um fio e corta-se a parte restante; - Coloca-se o leitão junto da matriz para mamar o colostro; Durante o parto é observado o intervalo entre os leitões nascidos, que pode ser de 40 minutos a 01 h 30 min dependendo da temperatura do dia. 19 Após exceder esse tempo pode se optar pelo toque vaginal, através do qual são retirados os leitões. Se a fêmea não possui contração uterina pode se optar por aplicação de ocitocina para auxiliar no parto. O parto fisiológico de uma matriz normalmente deve ser de 3h, de acordo com a veterinária Sônia Vitagliano, podendo chegar a 6 horas observando o seu termino após a saída da porção final da placenta. A ocitocina não deve ser aplicada antes do toque vaginal e do nascimento do primeiro leitão, pois pode estar ocorrendo estreitamento da via fetal, torção de útero ou presença de feto muito grande (SOBESTIANSKY et al., 2001). 3.2.5 Manejo dos leitões do parto ao desmame Logo após o nascimento os leitões são colocados junto a matriz para mamar o colostro, que é rico em proteínas, minerais, lipídios principalmente anticorpos que vão ajudar na imunidade dos leitões nas primeiras semanas de vida. Os anticorpos desenvolvidos pela porca para própria proteção dos leitões, não são transferidos através da placenta, o leitão recebe passivamente os anticorpos da mãe através do leite colostro. No primeiro dia de vida os leitões são submetidos a uma série de atividades que provocam um estresse muito grande. As técnicas de manejo adotadas são as seguintes: - Contagem do número de leitões vivos; - Realização do corte da cauda (caudectomia) com um alicate braçadeira Rabycort que além de cortar a cauda também cauteriza o local evitando hemorragias e infecções; - Corte do umbigo; Na granja utilizava-se o pó secante após o nascimento, o mesmo apresenta benefícios em relação a cura do umbigo, já que promove uma desidratação que retira uma alta quantidade de água, o qual seria um ótimo meio para proliferação de bactérias, assim o uso do pó secante adianta a cicatrização e impede que infecções se instalem no cordão umbilical (VIEIRA et al, 2006). 20 - Feito um corte na orelha, sinalizando o leitão; Se alguma matriz parir uma leitegada grande, pode-se fazer uniformização, uniformização é uma técnica usada, principalmente, em granjas que possuem sincronização de partos. A técnica consiste em transferir leitões de uma porca para outra mãe de leite, visando uniformizá-los, ou seja, leitões que nasceram pequenos serão criados com leitões pequenos, leitões médios serão criados com médios, e grandes com leitões grandes. A mãe de leite deverá possuir ao menos 12 tetos, e escore corporal 3 (FERREIRA, 2012). Segundo Ferreira (2012) a composição dessas leitegadas uniformes pode ser feita em relação ao peso e também à quantidade de leitões que cada porca deve criar. O desempenho dessa técnica se mostra eficiente quando realizado em dias subsequentes ao nascimento. Ainda mais efetivo se feito nas primeiras 24 horas após o parto. A redistribuição de leitões diminui a competição entre animais de uma mesma leitegada; melhora o desempenho dos leitões ao desmame; diminui a Figura 3 – Secagem de leitão após parto com o pó secante na Granja de Suinocultura Veit. Fonte: arquivo pessoal. 21 mortalidade da leitegada na fase de aleitamento e aumenta a uniformidade dos leitões no desmame (FERREIRA, 2012). É comum que a transferência de leitões não seja aceita pela matriz receptora, podendo rejeitá-lo ou até matá-lo (BIERHALS, 2010). O método utilizado para que não haja rejeição por parte da matriz, é reunir todos os leitões da porca com o leitão a ser adotado em um local fechado por 10 a 25 minutos e pulverizar uma solução fraca de creolina sobre eles e um pouco no focinho da porca, essa técnica irá dificultar a identificação do leitão pelo cheiro. Nessa fase, alguns cuidados são tomados em relação a temperatura da maternidade, pois os leitões possuem seu mecanismo de termo regulação pouco desenvolvido, e não conseguem manter a temperatura corporal. Para isso deve-se ter cuidado com o manejo das cortinas, pois a temperatura da sala deve se manter entre 22 e 27 0C além de fazer uso do escamoteador (BERTOLINI, 1997) Outra técnica adotada é o encerramento dos leitões dentro do escamoteador nos três primeiros dias de vida durante a alimentação da porca, para evitar que após se alimentar a matriz venha a deitar em cima de algum leitão, diminuindo assim o risco de morte dos leitões por esmagamento. Após a porca se deitar, são soltos os leitões para que possam mamar com tranquilidade (SILVA, 2020). No terceiro dia de vida, é administrado nos leitões uma dose de Baicox (que tem como principio ativo o Toltrazuril), administrando 1 ml via oral que serve para a prevenção da diarreia por coccidiose e faz-se a suplementação com ferro dextrano com suplementação de 100 mg subcutânea em duas aplicações ou 200 mg em uma dose aos 3 dias de idade. Garantindo assim a suplementação de ferro para evitar a anemia (MOURA, 2008). Os leitões ficam em média 21 a 22 dias na maternidade e após isso são desmamados. 22 Figura 4 – Leitões fechados no escamoteador para porca se alimentar na Granja de Suinocultura Veit. Fonte: arquivo pessoal. 23 3.2.6 Desmame Um dia antes do desmame, é realizada uma nova classificação dos leitões. Onde se retiram os leitões de maior peso para o desmame deixando os de menor peso para que eles permaneçam por mais uma semana para atingirem o tamanho ideal para o desmame. O desmame é o ato que oferece maior estresse aos leitões, pois ocorre a retirada da mãe e ainda, a perda do leite materno. Ele é retirado em média aos 21 a 22 dias de lactação, onde a fêmea é levada de volta para a gestação, onde será inseminada ou descartada. No desmame se adotadas as seguintes técnicas de manejo: - Retirada das matrizes; - Pesagem dos leitões desmamados; - Classificação dos leitões; - Encaminhamento ao carregamento; 3.2.7 Limpeza e desinfecção do setor da maternidade Quando são retirados os animais as salas são limpas e desinfetadas para abrigar um novo lote, ficando se não livre de patógenos, com uma carga residual muito baixa destes. O período de vazio sanitário recomendado é de 3 a 7 dias, para que ocorra a queda da pressão de patógenos viáveis. Para isso, é realizado o seguinte procedimento: - Inicialmente uma lavagem com água para umedecer os resíduos presentes na sala com água; - Espera-se secar a sala e, posteriormente, faz-se uma aplicação com desinfetante e deixa-se secar; - Faz-se a aplicação de desinfetante uma vez por dia durante 3 dias, após esse período a sala está pronta para abrigar um novo lote; 24 3.2.8 Manejo dos dejetos Os dejetos produzidos na granja podem ser divididos em dois tipos básicos. Aqueles dejetos líquidos, compostos pelas defecações animais, restos de alimentos e água proveniente da limpeza das baias de cada setor da granja, e os dejetos compostos por carcaças de animais mortos, membranas placentárias, fetos abortivos e outros tecidos animais. Os dejetos líquidos produzidos pelos suínos na granja vão para as canaletas e então encaminhados para dois biodigestores e depois para uma esterqueira onde fica um devido tempo de tratamento. Os dejetos são liberados aos agricultores que utilizam como adubo orgânico nas lavouras e também parafertirrigação da propriedade. Quando não tratados adequadamente, os dejetos suínos podem provocar ou agravar alguns problemas ambientais, tais como: contaminação do lençol freático, acumulação de elementos tóxicos, salinização, impermeabilização, desequilíbrio dos nutrientes no solo e contaminação das culturas por meio da transmissão de patógenos e parasitas (Seganfredo, 2000). Os dejetos compostos por carcaças de animais mortos, membranas placentárias, fetos abortivos e outros tecidos animais são encaminhados para uma composteira para que não ocorra proliferação de moscas, ratos e outros vetores capazes de transmitir alguma enfermidade que possa causar problemas na saúde pública. A composteira funciona da seguinte maneira. Os animais mortos são levados até o local onde existe a composteira, onde são esquartejados e colocados no composto. Após isso, é espalhado maravalha por cima e colocado uma pequena quantidade de água para aumentar a putrefação das carcaças. Quando encher uma das tulhas, esta deve permanecer fechada por no mínimo 6 meses, e depois pode ser aproveitado como adubo orgânico. 3.3 MANEJO SANITÁRIO A assistência veterinária da propriedade fica a cargo da médica veterinária Luiza Veit, a qual está presente todos os dias no setor de 25 suinocultura fazendo inspeção. As vacinas utilizadas na propriedade e o protocolo vacinal realizado no rebanho encontram-se no Quadro 1. Quadro 1 - Protocolo vacinal e antibióticorealizado no rebanho da granja Nome comercial do antibiótico ou vacina Motivo Protocolo vacinal ou de antibioticoterapia profilática DRAXXIN Antimicrobiano que age no tratamento de diversas doenças resp. de suínos 1 dose na chegada MICROVET Reduz o índice de mortalidade e condenação ao abate Uma dose 7 dias após de chegada e após mais uma dose 21 dias depois da chegada CIRCOFLEX + Parvo Shield™ L5E Dose Reprodutiva Uma dose aos 35 dias da chegada, repetindo quando completar 50 dias da chegada MICROVET + PORCILIS® COLI Reduz o índice de mortalidade e condenação ao abate, e endoparasitas Aplicar dose quando tiver 90 dias de gestação MILLENIUM Preventivo para gangrena gasosa e tétano Dose aos 85-95 dias de gestação Parvo Shield™ L5E Parvovirose, Leptospirose, Erisipelose suína Dose 14 dias antes da cobertura Fonte: autoria própria (2020). O medicamento Draxxin® é uma solução injetável de uso intramuscular em suínos. Contém tulatromicina, um antibiótico utilizado para tratamento da doença respiratória suína associada com Actinobacillus pleuropneumoniae, Pasteurella multocida, Haemophilus parasuis, Bordetella bronchiseptica e Mycoplasma hyopneumoniae sensíveis à tulatromicina e tratamento metafilático (prevenção) da doença respiratória em suínos submetidos a alto risco de contrair a doença, de acordo com a bula do medicamento. A Microvet é uma vacina que é desenvolvida especialmente para o rebanho de cada propriedade, a partir de agentes isolados de casos clínicos da propriedade. É utilizada para garantir uma resposta imunológica rápida e de longa duração, e reduzir o índice de mortalidade e condenação ao abate, além da melhoria da saúde dos animais. 26 Circoflex é uma vacina recomendada para suínos saudáveis e susceptíveis com 3 semanas ou mais de idade como um auxílio na prevenção e controle de doenças associadas ao circovírus suíno, incluindo a síndrome da refugagem multisistêmica pós desmame causada por infecções por Circovírus Suíno Tipo 2, como um auxílio na redução da viremia e eliminação nasal de circovírus suíno. Deve ser administrado 1 ml injetável. Parvo Shield™ L5E é indicado para uso em suínos saudáveis como auxiliar na prevenção e controle das enferminades causadas por Parvovirus Porcino, Erysipelothrix rhusiopathiae, Leptospira canicola, L. grippotyphosa, L. hardjo, L. icterohaemorrhagiae, L. Pomona. Aplicar 5 mL do produto por via subcutânea ou intramuscular em leitoas e porcas, 4 a 6 semanas antes da cobertura e repetir a dose após 3 a 4 semanas, revacinar com dose única 4 a 6 semanas antes de cada cobertura subsequente. PORCILIS® COLI é recomendado para uso como auxílio na prevenção da colibacilose causada por Escherichia coli (K88, K99, F41 e 987P), da enterotoxemia causada por Clostridium perfringens Tipo C e por diarréias causadas pelo rotavírus suíno em leitões pela aplicação em porcas prenhes saudáveis em fase de amamentação, de acordo com a bula. Deve-se aplicado intramuscular na tábua do pescoço ou subcutâneo 2 ml para marrãs e porcas. MILLENIUM é uma vacina utilizada para prevenir Gangrena Gasosa e Tétano, sendo aplicado subcutâneo 2 ml. 3.3.1 Controle de endoparasitas e ectoparasitas e das enterites Na propriedade realiza-se controle de endoparasitas e ectoparasitas com tratamento de choque através da ração, a cada 4 meses, utilizando o antibiótico norfloxacina, que atua eliminando problemas entéricos e respiratórios em suínos, além de geniturinário em matrizes de suínos; e Silverm, que seria um antiparasitário (fembemdazol 4%) utilizado para tratamento das verminoses gastrointestinais e pulmonares dos suínos causadas por nematódeos. Faz-se também o uso de Ivermectina OF® injetável que é um endectocida que combate os nematódeos gastrintestinais e 27 pulmonares, e também bernicida, sarnicida e piolhicida, de acordo com as bulas dos medicamentos citados. 4 PRINCIPAIS DOENÇAS DIAGNOSTICADAS NO REBANHO As doenças que acometeram o rebanho de suínos durante o acompanhamento foram artrite séptica em leitões e parto distócico de matriz. A artrite séptica atinge tantos membros torácicos como pélvicos, e surge quando as articulações são invadidas por bactérias via corrente sanguínea, sendo as principais portas de entradas a polpa dentária dos incisivos (ocorre no desgaste dos dentes), erosões de pele, castração não estéril e má cura do umbigo. Em ambos os fatores a falta de higiene é um fator importante (MORES et al, 1998).9 O parto distócico se caracteriza pela dificuldade ou impedimento que o feto encontra para ser expulso do útero, tanto pela porca quanto pelo próprio feto (STAINKI, 2001). De acordo com Jackson et al. (2006), o parto distocico ocorre em 0,5 a 1 % de todos os partos e pode ser maior em porcas recém desmamadas ou quando as matrizes são muito velhas. 5 USO DE ANTIMICROBIANOS Na propriedade não ocorre o uso indiscriminado de antibióticos, todos os intervalos são respeitados e rigorosamente seguidos, sempre sendo marcados nas fichas para controle eficiente, já que, segundo Morés (2014), o mau uso de antimicrobianos pode acarretar em resistência bacteriana, que influenciará não somente o indivíduo tratado, mas todo o ecossistema em que ele está inserido. O desenvolvimento da resistência é um fenômeno biológico natural a partir do uso de antimicrobianos, com isso pode-se ter a formação de superbactérias, causando diretamente um aumento da mortalidade, morbidade e custos com a saúde na população mundial. 28 6 USO DE EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL (EPIS) E PREVENÇÃO DA TRANSMISSÃO DE ZOONOSES ENTRE SUÍNOS E O SER-HUMANO As zoonoses são um grande risco para a saúde pública, sendo essencial tomar as devidas precauções para evitar qualquer tipo de contaminação. Os EPI’s (Equipamento de Proteção Individual) são essenciais à proteção de riscos suscetíveis de ameaçar a segurança e a saúde no trabalho (SAMWAYS; MICHALOSKI, 2016). As principais zoonoses que os suínos podem transmitir ao homem pelo contato direto com os suínos (doenças ocupacionais) são brucelose, leptospiro se, erisipela suína e Streptococcus suis (Cardoso, 2009). Os EPI´s são os equipamentos de proteção individual que deve ser utilizado por cada trabalhador, podendo ser uma ferramenta ou vestimenta. Os EPI’s minimos necessários são macacão ouuniforme (calça e camisa), calçados de segurança (botina), bota de borracha, luvas de borracha para evitar contato com material biológico, luvas de raspa de couro em função da utilização de ferramentas manuais de acordo com a Revista Espacios (SAMWAYS; MICHALOSKI, 2016). O uso de protetor auricular é recomendado durante a alimentação e vacinação, principalmente nas instalações para suínos na fase de terminação. A NR 6 – Equipamentos de Proteção Individual, determina as responsabilidades do empregador e do trabalhador quanto aos EPI’s, e é de responsabilidade do empregador adquirir e fornecer equipamentos adequados ao risco de cada atividade, que contenham Certificado de Aprovação (CA) expedido pelo MTE, além de fexigir seu uso; orientar e treinar o trabalhador sobre o uso adequado guarda e conservação; fazer a substituição de equipamentos danificados, e registrar seu fornecimento (Sampaio et al., 2005). Aos empregados cabe responsabilizarse pela guarda e conservação dos EPI’s, utilizandoos apenas para os fins a se destinam e devem comunicar ao empregador qualquer alteração que os tornem impróprios para uso como ocorrência de danos, saturação ou validade (SAMWAYS; MICHALOSKI, 2016). 29 7 SUGESTÕES DE MELHORIAS A propriedade possui um sistema/instalações que não necessita muitas melhorias. Sugeriria utilizar uma balança de precisão ou até mesmo copo medidor para saber a quantia exata de ração fornecida às porcas. A realização do controle de roedores, baratas e moscas é essencial para evitar a proliferação de insetos que possam causar danos à saúde também. De acordo com a literatura vista durante relatório, daria também como sugestão realizar o banho das matrizes que vão para maternidade com sabão, escova e jato. Na área reprodutiva um ultrassom seria de grande valor para controle gestacional. Os EPI’s são de suma importância para prevenção de zoonoses, portanto, indicaria a utilização de luvas para evitar o contato com o material biológico. 30 8 CONCLUSÃO O estágio realizado em suinocultura foi de grande importância para meu conhecimento e crescimento na área, e formação acadêmica, a realização do mesmo possibilitou ver e colocar em prática diversos aprendizados vistos na graduação. Através dele foi possível me posicionar como médica veterinária diante de várias situações e assim poder sugerir melhoras. A propriedade acompanhada, Suinocultura Veit, possui baixas perdas gestacionais e nascimentos natimortos, e esporádicos casos de diarreia de leitões. A suinocultura é uma atividade que está em expansão, onde ocorrem grandes investimentos na área de genética e nutrição que visam maior rendimento em menor tempo, com a comercialização de produtos com melhor qualidade. A constante evolução na genética e nutrição na área de suinocultura proporciona maiores oportunidades para os profissionais da área, levando em consideração sua intensificação, que por sua vez leva ao surgimento de novos problemas e novas doenças, sendo assim é de extrema importância a presença de um médico veterinário eficiente nesse ramo. A área de suinocultura vem crescendo cada dia mais na nossa região, tendo a necessidade de mais profissionais qualificados nessa área, pois com os melhoramentos que vem ocorrendo na genética e na nutrição há um aumento na produção, mas também no número de doenças e de enfermidades ocorridas com os leitões e as porcas na produção. 31 REFERÊNCIAS BERTOLINI, Edson. Manejo de suínos. Florianópolis, 1997. BIERHALS T.; HEIM, G.; PIUCO, P. et al. Uso prático do manejo de uniformização de leitegadas. Acta Scientiae Veterinariae, 2010 CARDOSO M. (2009). O que representam os suínos na transmissão de zoonos es para humanos? Acta Scientiae Veterinariae. CHRISTIANSON, W.T.; KIM, H.S.; JOO, H.S.; BARNES, D.M. Vet. Rec., 1990. DONE, S. Respir. Diseas. Pig Progr. 1998. INSEMINAÇÃO ARTIFICIAL EM SUÍNOS Boletim Técnico - n.º 79 - p. 1-16 - 2008 Lavras/MG. FERREIRA, R.A. Suinocultura: Manual prático de criação. Viçosa: Aprenda fácil, 2012. FILGUEIRA, F. A. R. 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