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ROTAS - Gestao e organizacao escolar

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ROTA 1 
A GESTÃO ESCOLAR E A LEGISLAÇÃO BRASILEIRA 
 
 A proposta desta Unidade Temática é apresentar na legislação brasileira 
a forma como a gestão escolar está prevista. Para início de conversa, é preciso 
dizer que a gestão escolar é fruto do processo de redemocratização vivido no país 
nos finais dos anos 80. Tanto é assim, que sua aparição ocorreu na Carta Magna 
de 1988, em forma de princípio constitucional disposto no art. 206, VI. “Art 206: O 
ensino será ministrado com base nos seguintes princípios: [...] VI- gestão 
democrática do ensino público, na forma da lei”. 
 A gestão escolar prevista na Constituição Brasileira tem natureza 
democrática, a qual pauta as relações sociais a serem estabelecidas em lei e seu 
alcance é limitado à esfera pública, embora até o presente momento não se tenha 
indicadores precisos, sobre os resultados desta efetivação legal na realidade 
educacional. A gestão escolar, ainda, é reafirmada também na Lei de Diretrizes e 
Bases da Educação Nacional (LDBEN, 9394/98), como um dos princípios a serem 
observados pelos sistemas de ensino público. “Art 3º O ensino será ministrado com 
base nos princípios: [...] VIII- gestão democrática do ensino público na forma desta 
Lei e da legislação dos sistemas de ensino”. 
 Tanto na Constituição Federal como na LDBEN, a gestão é prevista, 
apenas, para o espaço público e isso precisa ser refletido. Afinal, isso indica a 
possibilidade de se ter outro tipo de gestão que não o democrático e, ainda, que 
só cabe democracia quando se está falando de espaço público. Uma visão 
limitadora, porque a democracia não está restrita ao espaço, mas a forma como 
cada cidadão representa a si mesmo e é representado, porém, é preciso 
compreender que a incidência de uma lei sobre a educação nacional, atinge a 
forma como ela se regerá a partir de seus princípios, por isso que a limitação torna-
se paradoxal. 
 A previsão em lei assegura que os processos de decisão da escola sejam 
fundamentados nos ideais da democracia, a qual implica na participação efetiva 
daqueles que direta ou indiretamente são envolvidos com o Projeto de Escola 
desenhado, no que concerne à visão, à missão, aos valores e aos objetivos 
educacionais direcionados ao exercício da cidadania e da construção da 
autonomia. 
 Diante disto pode-se dizer que, a gestão escolar democrática, enquanto 
princípio, confere a comunidade escolar o poder de decisão por meio da 
participação e da colaboração efetiva de todos. Isso indica que o fato de gerir a 
escola, não está associado à determinação e visão de uma pessoa, mas à 
confluência de visões que objetivam o bem maior: a aprendizagem e a formação 
humana. 
 No sentido de assegurar o princípio da gestão escolar democrática foram 
alistadas as seguintes prerrogativas legais que estão dispostas nos artigos 12, 13 
I e IV e 14 da LDBEN. Segue o conteúdo dos artigos: 
 
Art 12: Os estabelecimentos de ensino, respeitadas as normas comuns 
e as dos sistemas de ensino, terão incumbência de: 
I- Elaborar e executar sua proposta pedagógica; 
II- Administrar seu pessoal e seus recursos materiais e financeiros; 
III- Assegurar o cumprimento dos dias letivos e horas-aula 
estabelecidos; 
IV- Velar pelo cumprimento do plano de trabalho de cada docente; 
V- Prover meios para a recuperação dos alunos de menor 
rendimento; 
VI- Articular-se com as famílias e a comunidade, criando processos 
de integração da sociedade com a escola; 
VII- Informar os pais e responsáveis sobre a frequência e o 
rendimento dos alunos, bem como sobre a execução da proposta 
pedagógica. 
 
Art 13: Os docentes incumbir-se-ão de: 
I- Participar da elaboração da proposta pedagógica do 
estabelecimento de ensino; 
[...] 
VI- Colaborar com as atividades de articulação da escola com as 
famílias e a comunidade. 
 
Art 14: os sistemas de ensino definirão as normas de gestão 
democrática do ensino público na educação básica, de acordo com as 
peculiaridades e conforme os seguintes princípios: 
I- Participação dos profissionais da educação na elaboração do 
projeto pedagógico da escola; 
II- Participação das comunidades escolar e local em conselhos 
escolares ou equivalentes. 
 
 
 A partir dos princípios legais dispostos no Artigo 14 é possível observar que eles 
ressaltam a necessidade de participação tanto dos profissionais da educação na 
elaboração do Projeto Político-Pedagógico, como da participação da comunidade 
local para atuar nos conselhos escolares e equivalentes, por serem eles 
mecanismos democráticos da prática gestora. 
 O Plano Nacional de Educação (PNE 2011-2020), assim como o anterior 
(PNE 2001-2010) inclui a questão da gestão escolar democrática como uma 
premissa. Isso indica que a gestão escolar é uma prioridade a ser atendida pelo 
Sistema de Ensino Brasileiro. Inclusive das 20 Metas apresentadas no PNE, uma 
corresponde à gestão escolar democrática. A Meta 19 do PNE (2011-2020) 
assinala a necessidade de garantir a nomeação comissionada de diretores de 
escola vinculada a critérios técnicos de mérito e desempenho e à participação da 
comunidade escolar, observando a legislação específica dos Estados, do Distrito 
Federal e dos Municípios. 
 O documento PNE (2011-2020) defende que o papel do diretor é essencial 
à qualidade de ensino ofertada, por isso que estabelece um processo misto de 
escolha, ou seja, ela não se limitará ao processo de eleição pela comunidade 
escolar, mas da adição de critérios técnicos que visam avaliar o mérito e o 
desempenho. Isso é uma inovação trazida pelo documento e que ultrapassa a 
esfera da escolha por meio da eleição direta dos que são parte dessa mesma 
comunidade. 
 Há aqui o retorno das questões associadas à competência e a 
meritocracia, as quais não faziam parte como requisitos prioritários do processo de 
escolha do gestor escolar. Inclusive, há o retorno da palavra “diretor”, ao invés do 
gestor, embora, é preciso assinalar que o documento resguarde a autonomia dos 
entes federativos sobre este processo, na medida em que aponta a necessidade 
de se atentar para o que a sua legislação estabelece como mecanismo de escolha. 
 Acerca da justificativa sobre o processo de eleição e seleção do cargo de 
diretor de escola, o documento apresenta dados extraídos da pesquisa efetivada 
pelo Sistema de Avaliação da Educação Básica (SAEB). Esses dados indicam que 
o critério de escolha ocorreu, de uma maneira geral, mais por seleção ou seleção 
e eleição do que, apenas, por eleição. Os dados, ainda, revelam que a seleção é 
mais recorrente na esfera dos Estados e a eleição na esfera dos Municípios, 
embora, os dados também apontem que no processo de escolha ainda se tem o 
exercício da indicação política. 
 Interessante que a pesquisa informa que os diretores selecionados ou 
eleitos são aqueles que têm experiência no campo educacional e que usam dos 
mecanismos da gestão, como os Conselhos de Escola. Isso pode indicar que os 
mais experientes veem com bons olhos a inserção dos Conselhos de Escola no 
processo de tomada de decisão compartilhada. 
 O documento aponta a partir dos dados da pesquisa, que há mais 
aderência às propostas democráticas, como conselho de classe, elaboração do 
Projeto Político Pedagógico, formação continuada, quando o diretor é selecionado 
ou selecionado e eleito para o cargo. Esses elementos e mais outros foram 
considerados como justificativa para a construção da Meta 19. 
 É claro que não se deve esquecer que a gestão democrática escolar não 
acontece de uma hora para a outra, antes ela precisa de tempo para ser 
incorporada no modo de ser da comunidade escolar e isso refletirá na sua 
identidade. 
 A identidade da escola é construída em seu Projeto Político-Pedagógico-
PPP- que busca, ainda, definir as diretrizes norteadoras e basilares que dão 
sustento e mobilidade às ações educativas e que se materializam na proposição de 
um currículo vivo, o qual é perpassado pelacultura da escola e pelas expectativas 
geradas em torno da formação objetivada. Assim, pode-se dizer que: 
 
O PPP retrata a identidade da escola, [...], oferecendo diretrizes gerais 
no que se refere ao que a escola necessita desenvolver, objetivando 
tornar o seu trabalho mais agradável, produtivo de qualidade e voltado 
para a formação da cidadania dos sujeitos que dela fazem parte 
(MEDEL, 2008, p. 76). 
 
 Isso informa que o PPP é uma ferramenta essencial para pensar a escola, 
sua missão, seus valores, suas metas e propósitos destinados ao processo 
educativo. O PPP, enquanto ferramenta, possibilita a escola refletir sobre o seu 
sentido de educar as gerações, por isso que cada escola precisa trabalhar em prol 
do seu PPP, projetando sonhos, respondendo necessidades e delineando novas 
trajetórias a serem percorridas por aqueles que são e estão sob sua 
responsabilidade educativa. Afinal, “a escola precisa de uma gestão que 
começando com a elaboração do PPP, permita à escola atingir a sua finalidade, 
concretizando sua função social” (MEDEL, 2008, p. 77). 
 A partir da gestão democrática escolar é possível projetar o plano de ação 
a ser concretizado, de maneira consciente e organizada, reconhecendo as 
limitações e as potencialidades da comunidade escolar diante de sua função e 
finalidade educativas. A gestão escolar é um meio de consolidação do PPP e do 
Projeto de Escola. 
 O ato de pensar sobre a prática educativa requer que a comunidade 
escola consolide sua proposta de ação, desenhada no PPP e no Projeto de Escola. 
Isso indica que, tanto o PPP quanto o Projeto de Escola são meios para o 
desenvolvimento das práticas educativas projetadas. Eles de fato servem como 
instrumentos políticos, na medida em que objetivam a transformação da realidade. 
 A partir da previsão legal da gestão escolar na Constituição, LBDEN e 
PDE é possível agora olhar para o Projeto de Escola como fruto do disposto nessas 
legislações. Observe que a existência do Projeto de Escola é a garantia da 
presença da gestão escolar. Assim pode-se dizer que o Projeto de Escola assegura 
a presença da gestão democrática e por isso, ele não pode ser visto como uma 
alternativa, mas como uma necessidade garantidora do princípio da gestão 
democrática. 
 
OBJETIVOS 
Apresentar a gestão escolar na legislação brasileira e a forma como ela foi 
projetada em relação a sua materialização. 
 
CONTEÚDO 
A gestão escolar como princípio na legislação brasileira. 
 
APLICAÇÃO PRÁTICA 
 Reflita sobre o seguinte caso: Sr X é o gestor da escola. Ele está bem 
afinado com as mudanças no campo educacional, porém, apenas uma ele não 
abre mão, que é o modo como ele lidera a escola. A sua atuação não oportuniza 
a participação da comunidade escolar, antes, sua palavra é a lei. À luz do que 
foi desenvolvido, a atitude do Sr X é correta? Por quê? 
 
 
INTERAÇÃO 
Escreva sua contribuição sobre a questão problema apresentada. Discuta com 
seus colegas. Boas reflexões. 
 
AUTOESTUDO 
 
Leia o Capítulo 1 do livro Gestão Educacional: uma questão paradigmática de 
autoria de Heloísa Lück, a fim de considerar os aspectos evolutivos da gestão 
educacional. (Biblioteca Pearson) 
 
LEITURA DE TEXTO 
 A partir da leitura do Capítulo 1, faça uma síntese sobre as principais ideias 
desenvolvidas. A síntese auxilia na compreensão da temática e na fixação dos 
pontos apresentados. 
 
VIDEOS 
https://youtu.be/2jO9LMgS86E 
 
ORGANIZA-SE 
Disponha de um tempo para seus estudos. Você tem autonomia e flexibilidade 
para isso, portanto use-os para seu aprimoramento e aprofundamento. 
 
REFERÊNCIAS 
BRASIL. Constituição Federal do Brasil. Brasília: Senado Federal, 1980. 
BRASIL. Lei de Diretrizes da Educação Nacional 9394. Brasília: MEC, 1996. 
BRASIL. Plano Nacional de Educação (PNE 2011-2020). Brasília: MEC, 2011. 
LIBÂNEO, José Carlos; OLIVEIRA, João Ferreira de; TOSCHI, Mirza Seabra. 
Educação Escolar: políticas, estrutura e organização. São Paulo: Cortez, 2012. 
LUCK, H. Concepções e Processos Democráticos de Gestão Educacional. 
Rio de Janeiro: Vozes, 2006. 
MEDEL, Cássia Ravena Mulin de Assis. Projeto Político-Pedagógico: 
construção e implementação na Escola. SP: Autores Associados, 2008. 
https://youtu.be/2jO9LMgS86E
OYAFUSO, Akiko; MAIA, Eny. Plano Escolar: caminho para autonomia. SP: 
Biruta, 2004. 
SANTOS, Clóvis Roberto dos. A Gestão Educacional e Escolar para a 
Modernidade. São Paulo: Cengage Learning, 2008. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ROTA 2 
 
PROJETO DE ESCOLA E A ORGANIZAÇÃO ESCOLAR 
 
A finalidade desta Unidade Temática é apresentar a importância de cada 
organização escolar elaborar um Projeto de Escola como um documento 
orientador de suas ações. Atualmente, a discussão que circunda o âmbito 
escolar diz respeito ao Projeto de Escola a ser implementado, isso porque, nele 
está expresso não somente ações a serem desenvolvidas, mas a própria 
concepção que se tem a respeito da formação do homem, da sociedade, do 
papel da cultura e da produção do conhecimento. 
Antes de apontar a importância do Projeto de Escola, faz-se necessário 
levantar os seguintes questionamentos: Será que um mesmo Projeto de Escola, 
pode ser aplicado em diferentes realidades escolares? Será, ainda, que ao 
sistematizar o Projeto de Escola, não se faz necessário fazer novas adequações, 
ajustes e atualizações? Que elementos precisam constar no Projeto de Escola? 
Bom, você pode observar que os questionamentos irão dar o tom a ser 
discutido nesta Unidade Temática. Nesse sentido, a primeira questão a ser 
respondida diz respeito ao que se entende como Projeto de Escola. Álvaréz et 
al (2004, p. 15) ressaltam que o Projeto Educativo de Escola assume a 
perspectiva de uma diretriz. Nela, estão contidos os objetivos, as ações e as 
metas que conduzem o fazer e o agir da comunidade escolar. Nesse sentido, 
eles asseveram que o Projeto de Escola “pode ser comparado a uma pequena 
constituição da que a comunidade escolar se mune para entrar em consenso 
sobre assuntos substanciais e programáticos”. Esses assuntos dizem respeito à 
ação e à prática educativas a serem concretizadas no interior das comunidades 
escolares. 
Cabe, agora, entender o que são assuntos substanciais e programáticos 
para a escola. O primeiro reclama a ideia de substância, ou seja, o que é inerente 
à escola, atribuindo-lhe uma finalidade. Então, pode-se dizer que os assuntos 
substanciais estão centrados no processo de ensinar e aprender. Afinal, é isso 
que confere à escola o sentido de ser e existir no contexto social. Já o segundo 
revela a necessidade de atender ao que a escola estabelece como prioridade de 
ações a serem materializadas no contexto educativo, o que indica a necessidade 
de planejamento, organização e avaliação sobre o trabalho administrativo-
pedagógico a ser desenvolvido. 
A partir do posicionamento apresentado com relação aos assuntos 
substanciais e programáticos pode-se dizer que o Projeto de Escola é singular e 
particular, pois está direcionado a um contexto escolar específico, o que 
pressupõe que cada escola necessita elaborar o seu plano, de acordo com suas 
necessidades, demandas e deficiências. 
O Projeto de Escola pode ser desenvolvido em forma de plano escolar, 
contendo as metas, os objetivos, as estratégias e os resultados de ação. As 
metas informam sobre os resultados a serem alcançados a curto, médio e longo 
prazos. Os objetivos definem sua missão, visão e valores a serem perseguidos. 
As estratégias delineiam as práticas a serem efetivadas, a fim de se alcançar as 
metas e objetivos. Por fim, os resultados permitem a avaliação do que foi 
materializado no contexto escolar. 
 
Esquema 1: 
 
Elaboração: Domingues (2019). 
 
Projeto 
de 
Escola
Objetivos
Metas
Resultados
Estratégias
De acordo com a Imagem 1, já se pode responder que o Projetode Escola 
precisa ser revisitado continuamente, visto que nem sempre o que foi planejado 
ou estipulado como meta atingiu a sua finalidade. Por esse motivo, que o Projeto 
de Escola é uma ferramenta indispensável à gestão escolar, na medida em que 
oportuniza indicadores sobre a ação e a prática educativas materializadas. 
A partir do Projeto de Escola, a organização escolar revela sua identidade 
e sua razão de ser no contexto em que está situada. É por esse motivo, que cada 
escola precisa ter bem definida a sua identidade, ou seja, sua maneira de ser. 
Afinal, 
 
Reconhecer a importância da construção da identidade é admitir que, 
na condição de instituição singular, cada escola apresenta 
características próprias, clientela diversificada e práticas docentes que 
emanam das relações entre os sujeitos e o conhecimento (OYAFUSO; 
MAIA, 2004, p. 20) 
 
 
Álvarez et al (2004) elencam 5 elementos essenciais ao funcionamento e 
ao desenvolvimento do Projeto de Escola, a saber: 
1- Harmoniza a diversidade, criando espaços de coerência e tolerância 
durante o processo ensino-aprendizagem, mantendo sob controle as 
tendências desagregadoras que a diversidade provoca; 
2- Funciona como um documento de referência, com base no qual irão 
concretizar-se e se desenvolver todos os documentos subsequentes 
que sistematizam a vida escolar de uma instituição autônoma; 
3- Garante a participação, ordenada e eficaz, de todas as categorias na 
tomada de decisões; 
4- Cria âmbitos de negociação para a tomada de decisões, as quais 
fazem do trabalho consensual o método de gestão; 
5- Proporciona um modelo de autorregulação formativa, de caráter 
institucional, mediante a negociação de indicadores de eficácia 
capazes de orientar a autorregulação do funcionamento da escola. 
 
 Ainda, no Projeto de Escola é estabelecido o diálogo de muitas vozes que 
participam da comunidade escolar, na qual comunicam suas ideias, concepções, 
convergências e divergências em torno do fenômeno educacional. O que 
enriquece mais o processo de construção, uma vez que neste conjunto de 
diversidade, a finalidade é encontrar não apenas o equilíbrio, mas a função 
educativa que garanta a efetivação deste projeto 
 Dito de outra maneira, o Projeto de Escola se apresenta na pele de um 
plano escolar que consiste numa ferramenta de ação, contendo fases a serem 
concretizadas a partir da proposta pedagógica a ser efetivada. Por isso, essa 
ferramenta precisa ser concreta, flexível, adequada e possível. 
 Esta primeira constatação pode ser encarada como um dos momentos 
ricos da construção do Projeto de Escola, visto que há espaço tanto para 
participação como para reflexão, que busca uma ação solidificada na interação 
e que oportuniza a produção de novas possibilidades educativas. Claro que não 
é um ato simplista e pontual, porque pensar no Projeto de Escola requer 
entendimento da complexidade que o envolve. Complexidade marcada pelas 
incertezas da realidade e que são eles que fazem nascer o desejo da 
transformação, principalmente, porque é do ser humano que se está falando, 
formando, desenvolvendo e ressignificando. 
 Isto permite compreender que o Projeto de Escola figura como uma das 
ações que se concretiza na prática educativa e que, por esta razão, precisa ser 
pensada sobre as bases epistemológicas que constituíram o Projeto, uma vez 
que são estas que darão sustentação teórica e metodológica para o 
desenvolvimento do trabalho educativo, o que pressupõe a definição clara de 
conceitos nos quais se acredita, como pano de fundo do plano de ação a ser 
viabilizado. Assim, pode-se reiterar que o Projeto de Escola é “um instrumento 
que serve à tomada de decisões colegiadas, à formação e ao trabalho em equipe 
da escola” (ÁLVAREZ et al, 2004, p. 19). 
 Depreende-se disto que, o Projeto de Escola está inserido no projeto 
político pedagógico, enquanto um instrumento viabilizador de ações e 
finalidades, isto porque no projeto político pedagógico é demarcado por 
fundamentações de caráter filosófico, pedagógico, histórico, social, cultural, 
psicológico e antropológico e que por isto é tomado como um documento de 
identidade da própria escola. Nele, encontramos o fazer da escola, no que diz 
respeito aos seus saberes e dizeres sobre o ato educativo. 
 O Projeto Político-Pedagógico (PPP), sendo o núcleo da ação educativa, 
oportuniza a construção e a materialização do Projeto de Escola, que subsidiará 
a gestão na organização do trabalho pedagógico a ser efetivado. Pode-se pensar 
na seguinte correlação: o projeto político pedagógico projeta as diretrizes gerais 
que serão desenvolvidas no Projeto de Escola e que farão parte das práticas 
gestoras realizadas em seus aspectos organizacionais e pedagógicos, ou seja, 
a forma como a escola conduzirá seu trabalho e a concepção pedagógica que 
fundamentará a prática educativa. 
 A fim de ilustrar a correlação existente entre o PPP, o Projeto de Escola e 
a gestão escolar, segue-se o esquema desenvolvido: 
 
 
Esquema 2: 
 
 
Elaboração: Domingues (2019). 
 
 O Projeto de Escola é definido, então, como meio catalisador dos objetivos 
e das finalidades educativas, na forma como se corporifica na realidade e como 
está se delineará no processo educativo para sua comunidade direta e ou 
indiretamente. 
Ao pensar em Projeto de Escola, pensa-se naquilo que se espera e se 
desenha em educação e, ainda, na continuidade de uma ação educativa que se 
Projeto Político 
Pedagógico-PPP
Projeto de 
Escola
Gestão da 
Escola
expressará na concretização de diretrizes que dinamizam a prática pedagógica. 
Isso ocorre, especificamente, no âmbito público, por intermédio do Projeto de 
Escola, que: 
 
 
[...] confere personalidade à escola e a faz funcionar como um 
organismo vivo. Faz dela um órgão autônomo, com um projeto e um 
contexto de desenvolvimento próprios, e, ao mesmo tempo, 
dependente de outras escolas, já que não é detentora de recursos 
próprios nem é capaz de gerá-los (ÁLVAREZ et al, 2004, p. 19). 
 
 Conclui-se, então, que a ação pedagógica se torna a expressão viva do 
Projeto de Escola, enquanto presente nos que-fazeres-saberes de seus agentes 
e, que por tal razão, representa o caráter de legitimidade da comunidade como 
um todo. Assim é que, o Projeto de Escola se evidencia como exteriorização das 
marcas de cada comunidade escolar e que identificam sua visão de mundo, 
homem e sociedade. Diante disso, a gestão escolar atuará, visando a 
materialização do que foi projetado, enquanto finalidade e propósito educativos. 
 Faça uma pesquisa sobre esta temática, visando aprofundamento, afinal 
este assunto é inquietante e ao mesmo tempo fascinante. Vale a pena investir 
mais em seu estudo e reflexão. 
 
OBJETIVOS 
Reconhecer a relevância do Projeto de Escola para a orquestração das ações 
educativas a serem desenvolvidas no âmbito da gestão escolar. 
 
CONTEÚDO 
Projeto de Escola: conceito e finalidade 
Elementos do Projeto de Escola. 
 
APLICAÇÃO PRÁTICA 
 Uma decisão tomada pela gestão escolar é aderir ao Projeto de Escola 
efetivado pelo Grupo Educacional Y, isso porque se tem notícias certas sobre a 
qualidade de ensino conquistada. Está correta a decisão da liderança gestora? 
Justifique sua resposta. 
 
INTERAÇÃO 
Escreva sua contribuição sobre a questão problema apresentada. Discuta com 
seus colegas. Boas reflexões. 
 
 AUTOESTUDO 
Leia o Capítulo 1 do texto de autoria de Heloísa Lück da obra “Concepções e 
Processos Democráticos de Gestão Educacional, dando destaque ao processo 
de democratização da escola. (Pearson) 
 
LEITURA DE TEXTO 
Após a leitura do texto, extraia os conceitos associados ao processo de 
democratização apresentados pela autora. (Pearson) 
 
VIDEOS 
https://youtu.be/cYL80sMsd3w 
 
ORGANIZA-SE 
Disponha de um tempo para seus estudos. Você tem autonomia e flexibilidade 
para isso, portanto use-os para seu aprimoramento eaprofundamento. 
 
REFERÊNCIAS 
 
ÁLVARÉZ, Manuel et al. O Projeto Educativo da Escola. Porto Alegre: Artmed, 
2004. 
LÜCK, Heloísa. Concepções e Processos Democráticos de Gestão Educacional. 
Petrópolis, RJ: Vozes, 2006. (Pearson) 
OYAFUSO, Akiko; MAIA, Eny. Plano Escolar: caminho para autonomia. SP: 
Biruta, 2004. 
 
 
 
 
 
https://youtu.be/cYL80sMsd3w
ROTA 3 
 
GESTÃO ESCOLAR: CONCEITOS E CARACTERÍSTICAS 
 
 A finalidade da Unidade Temática é apresentar o conceito de gestão 
escolar e suas características. A intenção é que se possa compreender que o 
seu exercício requer competências direcionadas à tomada de decisão e que no 
âmbito de uma prática democrática precisa ser compartilhada. Afinal, é muito 
melhor quando a comunidade escolar se envolve diretamente e 
colaborativamente nos processos decisórios. A comunidade escolar não é 
apenas um número, mas uma parte expressiva deste organismo denominado 
escola. 
Para iniciar este estudo é preciso ressaltar que a palavra gestão é muito 
recorrente na área da Administração, no que diz respeito ao modo como as 
empresas e organizações determinam sua linha de ação, porém, no contexto da 
escola, ela assume outra conotação. Isso porque, falar em gestão escolar é 
assumi-la sob a ótica da participação, que pressupõe a existência de diferentes 
olhares expressos na ação educativa e no modo como esta é construída no 
âmbito escolar. 
A gestão escolar pode ser definida enquanto competência para agir e 
tomar decisões diante de uma situação ou um problema complexo. Nesse 
sentido, não se pode pensar a gestão escolar, apenas, como uma forma de 
gerenciamento de ações. Antes, seu alcance atinge proporções associadas às 
esferas administrativa, pedagógica e financeira (orçamentária) de uma 
organização escolar. 
Na esfera administrativa são projetadas as propostas de melhoria 
contínua, associadas a processos organizacionais que podem ir desde a 
elaboração do calendário escolar, como a recepção de documentos e guarda em 
arquivos. Na esfera pedagógica situa-se propostas de ensino e aprendizagem 
que possam imprimir qualidade ao trabalho educativo e a valorização do 
profissional professor. Na esfera financeira (orçamentária) é estipulada a 
previsão de custos, a prestação de contas e a alocação de verbas, de acordo 
com as demandas e as prioridades estabelecidas pela comunidade escolar. 
O termo gestão no âmbito da escola é mais abrangente, visto que está 
correlacionado às dimensões política, social e pedagógica, o que já implica em 
pensar que sua finalidade se distancia das conduções de atividades-meio e se 
volta para as ações valorativas e formativas em que está situada, visando a 
efetividade da prática educativa e cidadã. 
A partir do trabalho diretivo e assertivo da gestão escolar é possível defini-
la como “um conjunto de ações que não se bastam na administração de rotinas. 
Trata-se de planejar, promover a integração e a articulação entre os atores e 
entre os projetos e programas” (OYAFUSO; MAIA, 2004, p. 25), cujo fim é o 
aprimoramento contínuo de sua ação e prática educativas. 
O aprimoramento contínuo ocorre no âmbito da comunidade escolar, visto 
ser ele o espaço de interlocução desta nova gestão escolar. Nesse espaço tenta-
se compreender o movimento, os conflitos e os desafios que se apresentam no 
dia a dia de forma sistêmica e não linear. Isto porque, “a realidade educacional 
é dinâmica e complexa, não sendo possível prever em um âmbito central todos 
os processos e ações necessárias para o seu desenvolvimento” (LÜCK, 2006, 
p.81). Por este motivo, a comunidade escola é reconhecida pelos sujeitos como 
um campo integrado, no qual as ações como os problemas gerados interferem 
mutuamente e diretamente no equilíbrio da organização e do funcionamento da 
instituição. 
Neste sentido, pode-se, ainda, afirmar que a gestão escolar é um modo 
de “construir conhecimento sobre a instituição escolar num movimento que se 
renova na busca da construção da identidade” (OYAFUSO; MAIA, 2004, p. 26). 
Identidade que é desenhada no Projeto de Escola e que apresenta o caminho a 
ser perseguido pela comunidade escolar em prol dos objetivos e das metas 
estabelecidas. 
 No contexto da prática gestora democrática não há como tratar do 
problema ou da ação isoladamente, no sentido de agir para “apagar o incêndio”, 
antes, é preciso discutir, pensar e decidir de modo global, pois um sistema é 
composto de múltiplas dimensões interconectadas e que impactam diretamente 
no modo como as organizações educacionais se constituem e marcam sua 
presença na realidade. Isso revela que o cenário atual, “exige gestores mais 
dinâmicos, criativos e capazes de interpretar as exigências de cada momento e 
de instaurar condições mais adequadas de trabalho na escola” (SANTOS, 2008, 
p. 12). 
 Desta forma, a gestão escolar que se deseja materializar implica no ato 
de gerir, administrar, organizar e liderar pessoas, recursos e ações, a fim de 
promover diálogo e interação capazes de oportunizar tomada de decisão 
colaborativa, participativa e corresponsável, na qual elege como finalidade a 
aprendizagem significativa e a formação humana. Uma representação deste 
processo, pode ser assim delineada: 
 
 
 
 Elaboração: Domingues, 2019. 
 
 A partir desta relação é possível apontar algumas questões que precisam 
ser consideradas na efetivação da gestão escolar, tais como: assegurar o 
envolvimento de toda a comunidade escolar no processo e na prática gestora; 
compartilhar os objetivos e os resultados advindos da tomada de decisão efetivada, 
no sentido de compreender que essa prática atinge a todos e não somente a equipe 
diretiva da escola; e acreditar que a gestão participativa pode trazer ganhos 
substanciais ao processo e à prática educativa, visto que todos estão empenhados 
em assegurar o ensino que promova a aprendizagem e a formação humana. 
APRENDIZAGEM 
E FORMAÇÃO 
HUMANA
PARTICIPAÇÃO 
E 
COLABORAÇÃO
GESTÃO 
ESCOLAR
TOMADA DE 
DECISÃO
 
 Por fim, pode-se dizer que o ato da gestão escolar participativa ao propor 
o engajamento da comunidade escolar, abre-se para o conflito e para diferentes 
óticas sobre o Projeto de Escola a ser concretizado, porém, esse ato não pode 
abrir mão da sua identidade e nem da sua finalidade: aprendizagem e formação 
humana, porque é isso que define sua missão e tarefa educativas. 
 A partir do entendimento sobre o PPP e a gestão escolar faz-se 
necessário trilhar sobre a maneira como eles se concretizarão na realidade social, 
a partir da identificação das chaves a serem utilizadas neste processo. Por esse 
motivo, continue atento a nossa próxima Unidade Temática. 
 Chegamos ao fim de mais um tema. Busque novas fontes que lhe ajudem 
no processo de reflexão e aprofundamento. Isso é essencial para a produção de 
novas ideias, posicionamentos e perspectivas sobre o assunto. 
 
OBJETIVOS 
Identificar o conceito e as características da gestão escolar, reconhecendo sua 
importância na consolidação do seu Projeto de Escola. 
 
CONTEÚDO 
Gestão Escolar: conceitos e características. 
 
APLICAÇÃO PRÁTICA 
 Lia encontra com você no corredor da escola e faz a seguinte pergunta: 
Como você conceituaria a gestão democrática? Que resposta, você 
apresentaria? 
 
INTERAÇÃO 
Registre sua contribuição sobre o conceito de gestão no Fórum. Discuta com 
seus colegas. Boas reflexões. 
 
 
 
AUTOESTUDO 
Leia o Capítulo 2 de autoria da Heloísa Lück, contido na obra “Gestão 
Educacional: uma questão paradigmática. Atente para a forma como ocorreu a 
construção do conceito de gestão. 
LEITURA DE TEXTO 
 A partir da leitura indicada, faça um esquema da evolução dos conceitos. 
(Pearson) 
 
VIDEOS 
https://youtu.be/OYgiHR1BFTY 
 
ORGANIZA-SE 
Disponha de um tempo para seus estudos. Você tem autonomia e flexibilidade 
para isso, portanto use-os para seu aprimoramento e aprofundamento. 
 
REFERÊNCIASLUCK, H. Concepções e Processos Democráticos de Gestão Educacional. 
Petrópolis, RJ: Vozes, 2006. (Pearson) 
______. Gestão Educacional: uma questão paradigmática. Petrópolis, RJ: 
Vozes, 2006. (Pearson) 
OYAFUSO, Akiko; MAIA, Eny. Plano Escolar: caminho para autonomia. SP: 
Biruta, 2004. 
SANTOS, Clóvis Roberto dos. A Gestão Educacional e Escolar para a 
Modernidade. São Paulo: Cengage Learning, 2008. 
 
 
 
 
 
 
https://youtu.be/OYgiHR1BFTY
ROTA 4 
 
CONCEPÇÕES DE ORGANIZAÇÃO E GESTÃO ESCOLAR 
 
 A finalidade desta Unidade Temática é apresentar as concepções que 
subsidiam a organização e a gestão escolar. Essas concepções podem ser 
identificadas na forma como a prática gestora é desenvolvida no contexto da 
comunidade escolar. Serão abordadas quatro concepções que foram descritas por 
Libâneo, Oliveira e Toschi (2012), a saber: técnico-científica; autogestão; 
interpretativa; e democrático-participativa. 
 A partir da identificação das concepções de organização e gestão, cabe 
agora descrevê-las de forma particularizada. A primeira a ser abordada é a 
técnico-científica. Como o próprio nome dia, essa concepção está associada a 
parte administrativo-operacional da prática gestora, que envolve cargos, funções e 
papeis determinados. Isso indica que há uma hierarquia envolvida, o que pode ser 
representada por meio do Organograma. 
 A finalidade do Organograma é demonstrar a hierarquia e o grau de 
subordinação entre a funções dispostas. Pode-se dizer que o Organograma é 
representado por meio de um gráfico, cuja relação é verticalizada, ou seja, do líder 
maior para os subalternos. Libâneo, Oliveira e Toschi (2012) informam que a 
versão mais atual da concepção técnico-científica é a da qualidade total, com 
ênfase nos métodos e nas práticas de gestão de natureza empresarial. 
 Ainda na concepção técnico-científica o destaque é atribuído ao cargo de 
diretor, sendo ele a autoridade máxima da organização. Assim, sua palavra é 
ordem e não cabe discordâncias, mas seu cumprimento. A relação estabelecida é 
de chefe e subordinados. 
 A segunda concepção é a autogestionária que tem como premissa a 
coletividade, ou seja, a forma como ela participa e colabora no processo da gestão. 
A relação não é hierárquica e nem de subserviência, visto que não existe a figura 
de um líder central. Antes, cada participação é importante no processo, por isso 
que é ressaltado a participação direta e igualitária de todos. Libâneo, Oliveira e 
Toschi (2012, p. 446) ressaltam que a concepção autogestionária, quando 
presente no contexto da escola, “em contraposição aos elementos instituídos 
(normas, regulamentos, procedimentos), valoriza especialmente os elementos 
instituintes (capacidade do grupo de criar, instituir, suas próprias normas e 
procedimentos”. 
 A terceira concepção interpretativa visa atuar na análise dos processos 
de organização e gestão escolar, enquanto uma realidade construída pelos 
sujeitos, na forma como pensam, idealizam e compartilham suas intenções. Sua 
ênfase recai na ação organizadora a partir do compartilhamento de ideias, projetos 
e valores a serem desenvolvidos no contexto da comunidade escolar. Essa 
concepção rejeita padrões técnico-científicos, assim como modelos e 
conhecimentos advindos dessa forma de pensar a organização. A ideia defendida 
é que as ações nascem das interações sociais, por meio da convivência e da 
cooperação. 
 A quarta concepção democrático-participativa firma-se na visão de 
organismo, em que cada sujeito é imprescindível para o seu bom desenvolvimento. 
Como o nome sugere é possível inferir que as ações reclamam o envolvimento e 
a participação de todos os que estão ligados a esse organismo. Tanto é assim, que 
há liberdade de exercício de direito a voz, vez e voto. Essa liberdade é resultada 
da prática de uma ação colegiada, em que cada um é responsável pelas decisões 
efetivadas. Nesse sentido, o processo gestor é compartilhado e a organização 
requer que cada sujeito se aproprie de seu papel no organismo, a fim de que haja 
equilíbrio e unidade no trabalho a ser materializado na comunidade escola. 
 Na concepção democrático-participativa se requer que os objetivos se 
tornem comum à comunidade escola, por isso que no campo das decisões e ações 
faz-se necessário que o trabalho educativo seja bem orquestrado, coordenado e 
avaliado, no sentido de verificar se as deliberações estão sendo atendidas, 
conforme o pactuado. 
 Libanêo, Oliveira e Toschi (2012, p. 447) afirmam que as “concepções de 
gestão escolar refletem diferentes posições políticas e pareceres do papel das 
pessoas na sociedade” e isso acaba refletindo na própria organização e estrutura 
estabelecidas na comunidade escola, visto que, a gestão escolar é implicadora das 
práticas que serão desenvolvidas e priorizadas por seus participantes. A partir da 
prática da gestão escolar é possível observar a concepção que subjaz o fazer 
educativo. Assim, estudar as concepções favorecem a identificação de suas 
características no jeito de ser da escola, ou seja, sua cultura. 
 Pode-se ainda dizer das concepções autogestionária, interpretativa e 
democrático-participativa que há uma aproximação entre elas no que diz respeito 
ao envolvimento das pessoas no processo de decisões a ser efetivado. Elas 
valorizam a participação das pessoas, compreendendo que elas são 
indispensáveis ao trabalho educativo a ser desenvolvido. 
 Para Libâneo, Oliveira e Toschi (2012, p.448), as concepções 
autogestionária, interpretativa e democrático-participativa “consideram essencial 
levar em conta o contexto social e político, a construção de relações sociais mais 
humanas e justas e a valorização do trabalho coletivo e participativo”. Isso é um 
ponto importante a ser ressaltado, devido a sua aproximação com o sentido de ser 
da gestão democrática. 
 Libâneo, Oliveira e Toschi (2012, p. 449) sintetizam as concepções de 
organização e gestão escolar em forma de um quadro descritivo. A fim de facilitar 
a compreensão dos pontos destacados é acrescentado pela autora desta 
Disciplina, os elementos de análise envolvidos nas descrições efetivadas. 
 
ELEMENTOS Técnico científica Autogestionária Interpretativa Democrático-
participativa 
Fundamento 
da Concepção 
Prescrição 
detalhada de 
funções e tarefas, 
acentuando a 
divisão técnica do 
trabalho escolar 
Vínculo das 
formas de gestão 
interna com as 
formas de 
autogestão 
social. 
A escola é uma 
realidade social 
subjetivamente 
constituída, não 
dada, nem 
objetiva. 
Definição explícita, 
por parte da equipe 
escolar, de 
objetivos 
sociopolíticos e 
pedagógicos da 
escola. 
Forma da 
gestão 
Poder centralizado 
no diretor, 
destacando-se as 
relações de 
subordinação, em 
que uns têm mais 
autoridade do que 
os outros. 
Decisões 
coletivas 
(assembleias, 
reuniões), 
eliminação de 
todas as formas 
de exercício de 
autoridade e de 
poder. 
Privilegia menos 
o ato de 
organizar e mais 
a ação 
organizadora 
com valores e 
práticas 
compartilhados. 
Articulação da 
atividade de 
direção com a 
iniciativa e a 
participação das 
pessoas da escola 
e das que se 
relacionam com ela. 
Características Ênfase na 
administração 
regulada (rígido 
sistema de 
normas, regras, 
procedimentos 
burocráticos de 
controle das 
atividades), 
descuidando-se às 
vezes, dos 
objetivos 
específicos da 
instituição escolar. 
 A ação 
organizadora, 
valoriza muito as 
interpretações, 
os valores e os 
significados 
subjetivos, 
destacando o 
caráter humano 
e preterindo o 
caráter formal, 
estrutural, 
normativo. 
Qualificação e 
competência 
profissional 
Busca de objetivos 
no trato das 
questões da 
organização e da 
gestão, mediante 
coleta de 
informações reais. 
Acompanhamento 
e avaliação 
sistemáticos com 
finalidade 
pedagógica; 
diagnóstico, 
acompanhamentodos trabalhos, 
reorientação de 
rumos e ações, 
tomada de 
decisões. 
 
Processo de 
Comunicação 
Comunicação 
linear (de cima 
para baixo), 
baseada em 
normas e regras. 
Recusa a normas 
e a sistemas de 
controles, 
acentuando a 
responsabilidade 
coletiva. 
 Todos dirigem e 
são dirigidos. 
Todos avaliam e 
são avaliados. 
Relações 
estabelecidas 
Mais ênfase nas 
tarefas do que nas 
pessoas. 
Ênfase mais inter-
relações, mais do 
que nas tarefas. 
 Ênfase tanto nas 
tarefas quanto nas 
relações. 
Fonte: Libâneo; Oliveira; Toschi (2012, p. 449). 
 
 Ao observar o quadro acima como referência é possível visualizar a 
relevância que a concepção assume no contexto da comunidade escolar, assim 
como o modo como ela impactará diretamente a organização e a prática gestora a 
ser materializada. 
 Bom, a partir do estudo das concepções já é possível caminhar um pouco 
mais sobre a gestão escolar. Assim, as próximas Unidades de Aprendizagem 
aprofundarão a temática, no sentido de oferecer uma visão global, articulada com 
a proposta de gestão a ser efetivada. 
OBJETIVOS 
Identificar as concepções de organização e gestão e suas características. 
 
CONTEÚDO 
Concepções de organização e gestão escolar. 
 
APLICAÇÃO PRÁTICA 
 Qual dessas relações ilustradas é demarcada pela concepção 
democrático-participativa? Justifique sua resposta. 
 
 
 
 
INTERAÇÃO 
Registre sua resposta no Fórum. Discuta com seus colegas. Boas reflexões. 
 
 AUTOESTUDO 
 
https://acervodigital.unesp.br/bitstream/123456789/32/3/LDB_Gest%C3%A3o.pdf 
 
LEITURA DE TEXTO 
Faça a leitura complementar do texto, disponibilizado no Autoestudo. Extraia as 
principais características apontadas por Libâneo sobre as concepções na 
organização e gestão escolar. 
 
 
https://acervodigital.unesp.br/bitstream/123456789/32/3/LDB_Gest%C3%A3o.pdf
VIDEOS 
https://youtu.be/olzu3iPsCo4 
 
 
ORGANIZA-SE 
Disponha de um tempo para seus estudos. Você tem autonomia e flexibilidade 
para isso, portanto use-os para seu aprimoramento e aprofundamento. 
 
REFERÊNCIAS 
 
GADOTTI, Moacir. Escola Cidadã. SP: Cortez, 2008. 
LIBÂNEO, José Carlos; OLIVEIRA, João Ferreira de; TOSCHI, Mirza Seabra. 
Educação Escolar: políticas, estrutura e organização. São Paulo: Cortez, 2012. 
LUCK, H. Concepções e Processos Democráticos de Gestão Educacional. 
Rio de Janeiro: Vozes, 2006. 
MEDEL, Cássia Ravena Mulin de Assis. Projeto Político-Pedagógico: 
construção e implementação na Escola. SP: Autores Associados, 2008. 
OYAFUSO, Akiko; MAIA, Eny. Plano Escolar: caminho para autonomia. SP: 
Biruta, 2004. 
RIOS, Terezinha Azerêdo. Ética e Competência. SP: Cortez, 2001. 
SOUSA, José Vieira de. A identidade do sujeito social, ético e político e o Projeto 
Pedagógico da Escola. In: VEIGA, Ilma Passos Alencastro; FONSECA, Marília (Orgs.). 
As dimensões do Projeto Político-Pedagógico. Campinas, SP: Papirus, 2012. 
VEIGA, Ilma Passos Alencastro. Projeto Político-Pedagógico: novas trilhas para a 
escola. In: VEIGA, Ilma Passos Alencastro; FONSECA, Marília (Orgs.). As dimensões 
do Projeto Político-Pedagógico. Campinas, SP: Papirus, 2012. 
 
 
 
 
 
 
 
https://youtu.be/olzu3iPsCo4
ROTA 5 
 
A PRIMEIRA CHAVE DA GESTÃO ESCOLAR: CIDADANIA 
 
 A proposta desta Unidade Temática é descrever a finalidade das chaves 
da gestão democrática. A utilização da palavra chave é apenas uma analogia do 
que ela representa, isso é, a possibilidade de abrir portas para a consolidação de 
uma prática democrática. É claro, que pode ocorrer o contrário, ou seja, seu 
fechamento, mas isso dependerá da forma como cada uma das chaves é utilizada, 
visando atender ao propósito da escola: aprendizagem e formação humana. 
 A descrição da finalidade das chaves será feita de maneira 
particularizada, porém, faz-se necessário ressaltar que as chaves da gestão 
escolar podem ser utilizadas como ferramentas de reflexão-ação do próprio 
processo educativo. Sendo assim, elas se consolidam na constituição da 
identidade da escola, a qual elege as competências a serem desenvolvidas, a fim 
de garantir a qualidade educativa nas dimensões social, política e histórica, no 
sentido de garantir a autonomia e a gestão do conhecimento com vistas ao bem 
comum. 
 De uma forma esquemática é possível fazer a seguinte representação da 
relação das chaves com a gestão escolar democrática: 
 
Gestão Escolar 
Democrática
Participação
Cidadania
Liderança 
Democrática
Autonomia
Elaboração: Domingues, 2019. 
 A partir do esquema apresentado é possível deduzir que a prática da 
gestão escolar é complexa e vai além da administração de uma organização, antes, 
implica em ter uma visão de totalidade sobre a realidade em que a escola está 
inserida, lançando mão de mecanismos que de fato objetivam impactar 
positivamente essa mesma realidade. Isso ocorre porque a escola trabalha com 
duas possibilidades. A primeira demonstra quem ela é, ou seja, a sua identidade. 
E a segunda o que ela pode vir a ser, são suas projeções diante das ações a serem 
concretizadas. 
 As chaves da gestão possibilitam que as práticas sejam conduzidas a 
partir da interação e da ação dos protagonistas. Isso indica que as decisões são 
consideradas como sendo da comunidade escolar, o que torna cada um dos 
integrantes corresponsáveis pelas ações e pelos resultados alcançados. 
 É preciso salientar sobre o alcance das ações efetivadas no contexto 
social. Isso porque, a escola não está isolada da realidade, antes suas práticas 
ultrapassam o muro da escola. As práticas ganham significação no contexto social, 
educacional e político, visto que podem ou não ser reconhecidas como referências 
em seu entorno. Sobre o papel da escola, Rios (2001, p. 38) afirma que: 
 
A escola não está nem fora da sociedade, com uma autonomia 
absoluta diante dos fatores que estimulam as mudanças sociais, nem 
muito menos numa relação de subordinação absoluta, que ocorre em 
nível mais amplo na sociedade. A escola é parte da sociedade [...]. 
 
 É por isso que, quando a comunidade escolar lança mão das chaves da 
gestão, ela passa a mensagem de que suas práticas respeitam os direitos e os 
deveres de cada cidadão, enquanto sujeitos ativos e comprometidos com o bem 
comum. Aqui, o bem comum está diretamente relacionado com a aprendizagem e 
a formação humana. 
 As chaves da gestão visam, portanto, assegurar a finalidade educativa da 
comunidade escolar e isso só se torna possível no contexto de viés democrático, 
porque possibilita que diferentes vozes possam contribuir para o desenvolvimento 
dessa missão singular. Por isso, que é na diversidade de vozes que se pode pensar 
na unidade de uma proposta, uma vez que está direcionada ao bem comum. 
 Neste sentido, a primeira chave a ser considerada é a da cidadania, pois 
ela reflete tanto na inserção de cada integrante da comunidade escolar como no 
exercício de seus direitos e deveres. Essa integração é essencial para que a gestão 
escolar possa ganhar legitimidade no âmbito da prática gestora. 
 A cidadania é a capacidade de pertencer a sociedade, exercitando seu 
direito de voz, voto e vez. Esse exercício aponta para a presença da 
responsabilidade que cada cidadão tem com a sociedade. A responsabilidade pode 
ser vista na interrelação entre o saber-dever. Afinal, quando se tem conhecimento 
sobre algo, não se pode usar a desculpa do desconhecimento. Antes, “[...] os 
sujeitos devem ser reconhecidos como agente de um fazer e de um saber, na 
medida em que mediatizam as relações entre escola, sociedade e conhecimento” 
(SOUSA, 2012, p. 232). 
 No contexto da comunidade escolar, a cidadania é uma marca 
indispensável para o bom andamento da prática gestora, visto que, ao mesmo 
tempo em que reclama para si os direitos, em contrapartida ela manifesta o saber-
dever que precisa ser efetivado por cada um dos seus integrantes. Afinal, paraSousa (2012, p. 231), “as práticas escolares podem traduzir-se na forma de gestão 
da escola, visto que a maneira como esse processo ocorre interfere na construção 
identitária”, da qual a cidadania é parte integrante. 
 Ainda sobre a inserção da cidadania no contexto de uma prática gestora 
democrática, faz-se necessário dizer que ela atuará em âmbitos distintos da vida 
em sociedade. Esses âmbitos vão da política até a convivência intercultural. Isso 
indica que “a cidadania é essencialmente consciência de direitos e deveres e 
exercício da democracia” (GADOTTI, 2001, p. 67). A cidadania, enquanto ação 
consciente, estabelece a perspectiva da alteridade. Assim, o sujeito não pode ser 
visto isoladamente, mas em relação com o outro, reconhecendo-se e completando-
se no outro. Essa é a consciência de pertencimento social. 
 Quando se fala em cidadania na escola, o que está por trás é a ampliação 
de oportunidades para a formação do ser cidadão, na medida em que lhe são 
conferidos conhecimentos essenciais ao exercício de seus direitos e deveres. 
Assim, “não se pode falar em cidadania, se a escola nega as oportunidades para 
que se aprenda a ler, a escrever, a pensar, a calcular ...” (OYAFUSO; MAIA, 2004, 
p. 97). 
 Assim, cabe à escola assegurar não apenas os conhecimentos 
sistematizados, mas aqueles que promovam o desenvolvimento de valores, 
princípios e atitudes destinadas à convivência e ao relacionamento interpessoal, o 
que se torna uma ação fundamental a ser projetada pela prática gestora. 
 Conclui-se que a cidadania é uma marca da gestão escolar, o que a torna 
uma chave fundamental na prática a ser efetivada na comunidade escolar, visto 
que o seu exercício traz a cada sujeito, a consciência de si, do outro e da realidade 
em que é parte. 
 
OBJETIVOS 
Identificar a cidadania como a primeira chave da gestão escolar. 
 
CONTEÚDO 
Cidadania no contexto da gestão escolar. 
 
APLICAÇÃO PRÁTICA 
 Pense em duas ações que possam promover a cidadania no interior da 
comunidade escolar. 
 
INTERAÇÃO 
Registre as ações no Fórum. Discuta com seus colegas. Boas reflexões. 
 
 AUTOESTUDO 
http://www.uel.br/eventos/jornadadidatica/pages/arquivos/III%20Jornada%20de%20Didatica
%20-
%20Desafios%20para%20a%20Docencia%20e%20II%20Seminario%20de%20Pesquisa%20do%
20CEMAD/CIDADANIA%20EM%20CONTEXTO%20ESCOLAR.pdf 
LEITURA DE TEXTO 
Faça a leitura complementar do texto, disponibilizado no Autoestudo. Pense em 
propostas viáveis de ação cidadã e como elas podem impactar a gestão 
democrática nas escolas. 
VIDEOS 
https://youtu.be/2fBdm9PkaXA 
http://www.uel.br/eventos/jornadadidatica/pages/arquivos/III%20Jornada%20de%20Didatica%20-%20Desafios%20para%20a%20Docencia%20e%20II%20Seminario%20de%20Pesquisa%20do%20CEMAD/CIDADANIA%20EM%20CONTEXTO%20ESCOLAR.pdf
http://www.uel.br/eventos/jornadadidatica/pages/arquivos/III%20Jornada%20de%20Didatica%20-%20Desafios%20para%20a%20Docencia%20e%20II%20Seminario%20de%20Pesquisa%20do%20CEMAD/CIDADANIA%20EM%20CONTEXTO%20ESCOLAR.pdf
http://www.uel.br/eventos/jornadadidatica/pages/arquivos/III%20Jornada%20de%20Didatica%20-%20Desafios%20para%20a%20Docencia%20e%20II%20Seminario%20de%20Pesquisa%20do%20CEMAD/CIDADANIA%20EM%20CONTEXTO%20ESCOLAR.pdf
http://www.uel.br/eventos/jornadadidatica/pages/arquivos/III%20Jornada%20de%20Didatica%20-%20Desafios%20para%20a%20Docencia%20e%20II%20Seminario%20de%20Pesquisa%20do%20CEMAD/CIDADANIA%20EM%20CONTEXTO%20ESCOLAR.pdf
https://youtu.be/2fBdm9PkaXA
http://eaulas.usp.br/portal/video.action?idItem=507 
https://youtu.be/iPmm5x0Lssw 
 
 
ORGANIZA-SE 
Disponha de um tempo para seus estudos. Você tem autonomia e flexibilidade 
para isso, portanto use-os para seu aprimoramento e aprofundamento. 
 
REFERÊNCIAS 
 
GADOTTI, Moacir. Escola Cidadã. SP: Cortez, 2008. 
LUCK, H. Concepções e Processos Democráticos de Gestão Educacional. 
Rio de Janeiro: Vozes, 2006. 
MEDEL, Cássia Ravena Mulin de Assis. Projeto Político-Pedagógico: 
construção e implementação na Escola. SP: Autores Associados, 2008. 
OYAFUSO, Akiko; MAIA, Eny. Plano Escolar: caminho para autonomia. SP: 
Biruta, 2004. 
RIOS, Terezinha Azerêdo. Ética e Competência. SP: Cortez, 2001. 
SOUSA, José Vieira de. A identidade do sujeito social, ético e político e o Projeto 
Pedagógico da Escola. In: VEIGA, Ilma Passos Alencastro; FONSECA, Marília (Orgs.). 
As dimensões do Projeto Político-Pedagógico. Campinas, SP: Papirus, 2012. 
VEIGA, Ilma Passos Alencastro. Projeto Político-Pedagógico: novas trilhas para a 
escola. In: VEIGA, Ilma Passos Alencastro; FONSECA, Marília (Orgs.). As dimensões 
do Projeto Político-Pedagógico. Campinas, SP: Papirus, 2012. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
http://eaulas.usp.br/portal/video.action?idItem=507
https://youtu.be/iPmm5x0Lssw
ROTA 6 
 
 
A SEGUNDA CHAVE DA GESTÃO: PARTICIPAÇÃO 
 
 Nesta Unidade Temática é apresentada a segunda chave da gestão 
democrática escolar, a participação. Essa participação requer a colaboração efetiva 
da comunidade escolar, por isso que ela será aqui denominada de gestão 
participativa colaborativa. A intenção é valorizar o papel a ser exercido pela 
comunidade e que vai além da consulta, mas do exercício de protagonismo social. 
 Libâneo, Oliveira e Toschi (2012), ao abordarem sobre a participação, 
informam que ela é o principal meio de concretização da prática gestora 
democrática. Eles, ainda, asseveram a participação estar fundamentada no 
princípio da autonomia, que diz respeito à maneira como pessoas e grupos 
exercem a livre determinação para conduzir a própria vida. É por isso que não se 
pode desvincular a participação da colaboração nos processos decisórios da 
comunidade escolar. Antes ela se faz presente “em cada momento, em cada ação, 
em cada desafio novo, devem ser pensadas novas formas de vida na escola; essas 
novas formas só podem ser consistentes se partem da reflexão coletiva” (SABIÁ; 
BROCANELLI, 2014, p. 38). 
 A participação colaborativa pensada no âmbito da gestão escolar é aquela 
que permite a presença do outro, no tocante à expressão de sua vez e voz. É, 
portanto, uma forma democrática de existir e posicionar-se frente ao seu contexto 
e às suas práticas. 
 Corresponde a dar vez e voz e envolver na construção e 
implementação do seu projeto político pedagógico a comunidade 
escolar como um todo: professores, funcionários, alunos, pais e até 
mesmo a comunidade externa da escola, mediante uma estratégia 
aberta de diálogo e construção do entendimento de responsabilidade 
coletiva pela educação. (LÜCK, 2006, p.81) 
 Este posicionar-se da gestão da escola implica na possibilidade de estar 
aberto para ouvir críticas e sugestões; promover reflexão; planejar 
coletivamente; mudar e ou transformar práticas; decidir em conjunto; desafiar e 
ser desafiado; estreitar relacionamento com a comunidade escolar; reconhecer 
sua limitação; construir novos processos educacionais e assegurar e aperfeiçoar 
a aprendizagem de seus alunos. 
 A chave de participação na gestão democrática escolar pode ser 
encontrada nos art 13 e 14 da LDBEN 9394/96 e que foram apresentados na 
Unidade Temática 1, mas não custa rememorar. Esses artigos preveem que: 
 
Art 13: Os docentes incumbir-se-ão de: 
II- Participar da elaboração da proposta pedagógica do 
estabelecimento de ensino; 
[...] 
VI- Colaborar com as atividades de articulação da escola com as 
famílias e a comunidade. 
Art 14: os sistemas de ensino definirão as normas de gestão 
democrática do ensino público na educação básica, de acordo com as 
peculiaridades e conforme os seguintes princípios: 
I Participação dos profissionais da educação na elaboração do projeto 
pedagógico da escola; 
 II Participação das comunidades escolar e local em conselhos 
escolares ou equivalentes. (grifos nossos). 
 
 Neste sentido é possível dizer que a participação faz toda a diferença no 
contexto da prática gestora, à medida que confere maior visibilidade e 
legitimidadeà comunidade escolar. É por este motivo que: 
 A participação, em seu sentido pleno, caracteriza-se por uma força de 
atuação consistente pela qual os membros da escola reconhecem e 
assumem seu poder de exercer influência na dinâmica dessa unidade 
social, de sua cultura e dos seus resultados. Esse poder seria 
resultante de sua competência e vontade de compreender, decidir e 
agir em torno de questões que lhe dizem respeito (LÜCK, 2000, p.27). 
 Nesta direção, não há como promover esta abertura sem que realmente 
a escola esteja preparada para tal ação, pois é preciso desejar e ainda querer 
praticar, pois nesta nova ótica de participação colaborativa dá-se a ruptura com 
o antigo modelo de gestão calcado na burocratização, centralização, 
hierarquização e transferência de responsabilidades. 
 A aproximação da escola com a comunidade oportuniza o trabalho 
coletivo e a corresponsabilidade tão necessária à tomada de decisão. O gestor 
não pode ser tomado como aquele que pensa e age solitariamente, mas aquele 
que provoca e desafia os demais protagonistas ao exercício contínuo da reflexão 
sobre a ação, nascendo assim a mobilização em prol da participação. 
 É neste ato reflexivo que a escola ganha identidade e visibilidade quanto 
à sua missão, visão, valores e princípios que norteiam a sua prática educativa. 
Por este motivo, a comunidade encontra o real sentido de escola e ressignifica 
o seu papel de caráter social, histórico e educacional. 
 
 Não é por acaso, que a “participação é o principal meio de assegurar a 
gestão democrática da escola, possibilitando o envolvimento de profissionais e 
usuários no processo de tomada de decisões” (LIBÂNEO, 2004, p.102). 
 Esta peculiaridade confere a participação uma posição de destaque, na 
medida em que oportuniza a convivência e o respeito pela diversidade de ideias, 
posições e ainda, procura estar atenta aos objetivos da escola acordados por 
toda comunidade escolar. 
 A participação colaborativa implica, também, na formação de equipes que 
unidas por uma missão trabalham em prol da qualidade de educação a ser 
oportunizada pela escola e que por isto, não pode perder de vista a formação 
desenhada no seu projeto político pedagógico. 
 Sem participação colaborativa a gestão escolar não consegue dar 
continuidade à prática democrática e nem mesmo as ações que transformam os 
seus que fazeres voltados à emancipação dos sujeitos envolvidos, quer direta 
ou indiretamente no trabalho educacional e formativo. 
 Participar implica na ação refletida, pensada e decidida conjuntamente, 
em prol da qualidade da educação, dos seus processos e desafios que tornam 
a escola o que ela é, um espaço de inovações, descobertas, inquietações e 
aprendizagem. 
 Assim, não basta falar em gestão participativa, mas vivê-la e experimentá-
la no dia a dia da escola que ousa e exerce sua autonomia. Assim, a proposta a 
ser perseguida volta-se para a compreensão do papel do gestor e da implicação 
Missão Valores
Visão Princípios
de sua atuação na concretização dos objetivos educacionais delineados no projeto 
de escola a ser implementado. 
 Espero que você tenha apreciado o estudo sobre participação na gestão 
democrática. 
 
OBJETIVOS 
Descrever a importância da participação no contexto da gestão escolar 
democrática. 
 
CONTEÚDO 
A participação no contexto da gestão escolar. 
 
APLICAÇÃO PRÁTICA 
 A participação é um item essencial à gestão escolar, tanto é assim, que 
ela é considerada na LDBEN como princípio. Mas, será que é possível alterar 
este princípio? Sim ou não. Justifique sua resposta. 
 
INTERAÇÃO 
Escreva sua contribuição sobre a questão levantada. Discuta com seus colegas. 
Boas reflexões. 
 
 AUTOESTUDO 
Leia o Capítulo 3 de autoria de Heloísa Lück na obra: Gestão Educacional: uma 
questão paradigmática. (Pearson) 
 
LEITURA DE TEXTO 
A partir da leitura efetivada, estabeleça as diferenças entre administração e 
gestão. (Pearson) 
 
 
 
ORGANIZA-SE 
Disponha de um tempo para seus estudos. Você tem autonomia e flexibilidade 
para isso, portanto use-os para seu aprimoramento e aprofundamento. 
 
REFERÊNCIAS 
 
GADOTTI, Moacir. Escola Cidadã. SP: Cortez, 2008. 
LIBÂNEO, José Carlos; OLIVEIRA, João Carlos; TOSCHI, Mirza Seabra. 
Educação Escolar: políticas, estrutura e organização. SP: Cortez, 2012. 
LUCK, H. Concepções e Processos Democráticos de Gestão Educacional. 
Rio de Janeiro: Vozes, 2006. 
______. Gestão Educacional: uma questão paradigmática. Petrópolis, RJ: 
Vozes, 2006. 
MEDEL, Cássia Ravena Mulin de Assis. Projeto Político-Pedagógico: 
construção e implementação na Escola. SP: Autores Associados, 2008. 
OYAFUSO, Akiko; MAIA, Eny. Plano Escolar: caminho para autonomia. SP: 
Biruta, 2004. 
RIOS, Terezinha Azerêdo. Ética e Competência. SP: Cortez, 2001. 
SOUSA, José Vieira de. A identidade do sujeito social, ético e político e o Projeto 
Pedagógico da Escola. In: VEIGA, Ilma Passos Alencastro; FONSECA, Marília (Orgs.). 
As dimensões do Projeto Político-Pedagógico. Campinas, SP: Papirus, 2012. 
VEIGA, Ilma Passos Alencastro. Projeto Político-Pedagógico: novas trilhas para a 
escola. In: VEIGA, Ilma Passos Alencastro; FONSECA, Marília (Orgs.). As dimensões 
do Projeto Político-Pedagógico. Campinas, SP: Papirus, 2012. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ROTA 7 
 
 
TERCEIRA CHAVE DA GESTÃO ESCOLAR: AUTONOMIA 
 
 O objetivo desta Unidade Temática é apresentar a terceira chave da 
gestão democrática, a autonomia. A autonomia implica no desejo de querer algo, 
seja no campo do fazer, do decidir, do dizer, do sentir. Se não há o desejo de 
querer, não há o exercício de autonomia. Por isso, que a sua presença é 
impactante, visto que, ela revela a intenção do querer em relação a algo a ser 
modificado, substituído, ressignificado. 
No campo da gestão escolar a busca pela autonomia da escola pode ser 
considerada na capacidade de autogestão, que constrói, colaborativamente, 
normas, objetivos, metas e processos formativos de desenvolvimento e 
aprendizagem, os quais abrangem sem distinção toda a comunidade escolar. 
Assim, “a autonomia da escola e gestão democrática são duas dimensões 
indissociáveis e inalienáveis na construção de uma prática educativa de 
qualidade” (WITTMANN, 2000, p. 91). 
Neste sentido, pode-se dizer que a qualidade de ensino proposta no 
Projeto de Escola e PPP está diretamente associada ao processo de autonomia 
e gestão escolar praticados, isso indica que, quanto o maior o desejo da 
comunidade escolar em querer participar das decisões da escola, mais efetiva 
será a mudança e o processo de emancipação das práticas educativas e sociais 
voltadas para a formação e a aprendizagem dos sujeitos aprendentes. 
 
 Ao reconhecer o papel da autonomia a ser exercido no contexto educativo, 
faz-se necessário refletir sobre o que não se configura como autonomia. Para 
Gestão 
Escolar
Autonomia
Formação 
Humana
tal, usa-se a categorização de Lück (2006, p. 122), ao esclarecer que não há 
autonomia quando a ação é particularizada e não compartilhada. Isso é 
interessante, porque a ideia de autonomia sugere a presença de uma ação 
individualizada, ou seja, que parte da vontade de cada sujeito. Talvez, aqui, 
resida o maior obstáculo para sua efetivação, ou seja, o desejo de engajamento 
das pessoas em prol de uma ideia ou ação. Sobre isso, Alves (1999, p. 15) 
assevera que: 
A um movimento nacional pela autonomia da escola deve corresponder 
a existência de um sujeito concreto, criador e garante da autonomia da 
unidade escolar, para que não se caia no erro de doar-se ou impor-se 
uma escola autônoma a pessoas que não a querem ou não a 
compreendem. 
 
 De fato, o alerta de Alves é relevante, visto que a autonomia não pode ser 
considerada como modismo ou tampouco imposição. Antes, é um desejo, um 
querer da própria comunidade escolar. Por isso que a figura do gestor é tão 
importante,porque é ele que garantirá ou traduzirá a vontade das pessoas sobre 
o jeito de ser e fazer da escola. 
Lück (2006, p. 122), ainda, sinaliza que a autonomia não está presente de 
uma forma automática no contexto da comunidade escolar, por isso que alerta 
para algumas atitudes que demonstram sua total ausência. Essa ausência 
ocorre nas seguintes situações: 
 
a) Cada um atuando no seu espaço, desconsiderando os demais; 
b) Cada um empolgado no seu projeto; 
c) Atitude de aguardar o sinal externo para agir; 
d) Falta de uma pauta para orientar o trabalho; 
e) Falta de respeito a uma pauta estabelecida; 
f) Individualismo – cada um na sua; 
g) Falta de uma orientação comum; e 
h) Demora para engrenar no trabalho. 
 
Diante do exposto é possível extrair alguns pressupostos. O primeiro é 
que a autonomia é uma construção coletiva; segundo, que é necessário que 
ocorra em um espaço coletivo; terceiro, que tenha um plano normativo e comum; 
quarto, que reclama a proatividade em prol de um objetivo comum; quinto, que 
se cumpra o acordado; e por fim, que seja participativo, fruto da ação e do 
trabalho de equipe. Lück (2016, p. 120) relaciona as características do que ela 
compreende ser autonomia. São elas: 
Perspectiva de alunos como sujeitos; comunicação e processo 
interativo abertos; participação de todos; prática de valores: 
responsabilidade, organização, respeito, respeito interpessoal; 
criatividade; consciência da relação entre direitos e deveres; uso 
produtivo da liberdade; integração escola e comunidade, a partir de 
ações voltadas para a qualidade; comprometimento com a qualidade 
contínua; e ação orientada para construção da credibilidade. 
 
A partir dos pressupostos elencados já é possível ter uma definição clara 
sobre o sentido de ser da autonomia a ser refletida na prática da gestão 
democrática escolar, assim: 
 
 A autonomia de gestão escolar corresponde à associação entre 
tomada de decisão e ação, entre planejamento e compromisso com a 
execução do planejado, entre execução e monitoramento, entre 
avaliação e prestação de contas, entre resultados promovidos e 
recursos utilizados. (LÜCK, 2006, p.128) 
 O sentido de ser da autonomia é promover a corresponsabilização dos 
participantes da comunidade escolar, mediante a sua contribuição na 
consecução da finalidade educativa. Isso requer envolvimento, participação e, 
acima de tudo, o desejo de fazer algo em prol da formação e da aprendizagem 
dos sujeitos aprendentes. É nesse momento que a escola decide sobre o que 
ela deseja ser e como deseja ser conhecida. 
 O envolvimento da comunidade escolar no processo de decisão possibilita 
não apenas a adesão, mas a cumplicidade sobre as ações e práticas a serem 
materializadas. Por isso, que não se pode pensar na autonomia como uma 
resposta solitária, antes, ela reclama a responsabilização de uma coletividade 
sobre aquilo que ela projeta, acolhe e decide em relação ao trabalho educativo 
a ser desenvolvido. 
A comunidade escolar é livre para dirigir suas ações, na medida em que 
assume seu papel e trabalho educativos. Afinal, “a escola não realiza o seu 
trabalho no vazio; baseia-se em diretrizes e fundamentos do contexto social no 
qual sua prática pedagógica ganha e constrói significados” (SOUSA, 2012, p. 
229). 
 A presença da autonomia no contexto da gestão escolar assegura, ainda, 
a avaliação das ações efetivadas. Ela sinaliza se a identidade da escola está 
sendo evidenciada na condução do Projeto de Escola e nos direcionamentos 
relacionados à construção e desenvolvimento do trabalho educativo. É nesse 
sentido que se pode pensar na autonomia, enquanto “exercício de 
democratização de um espaço público” (MENDEL, 2008, p. 101). 
 A democratização é o ponto fundamental da autonomia, uma vez que 
requer que a comunidade escolar atue como uma unidade em prol da 
coletividade, na medida em que tenha espaço para exigir e prestar contas sobre 
o trabalho realizado. Por esse motivo, que a autonomia se torna fundamental 
para implementar o Projeto de Escola e o PPP, visto sua capacidade de 
compartilhamento e corresponsabilização exercidos. 
 “É nesse sentido que podemos dizer que a autonomia da escola ocorre à 
medida que existe também a capacidade de a instituição assumir 
responsabilidade tornando-se mais competente no seu fazer pedagógico” 
(MENDEL, 2008, p. 36). Nesse sentido, pode-se dizer que a autonomia está para 
a competência, assim como a competência para o exercício da autonomia 
responsável. A partir desta interrelação cabe a escola desenvolver as seguintes 
competências formativas: 
 
Investimento na capacidade do indivíduo de situar-se em relação aos 
outros, de estabelecer relações entre objetos, pessoas e ideias; 
Desenvolvimento da autonomia, isto é, indivíduos capazes de 
reconhecer nas regras e normas sociais o resultado do acordo mútuo, 
do respeito ao outro e da reciprocidade; 
Formação de indivíduos capazes de ser interlocutores competentes, de 
expressar suas ideias, desejos e vontades de forma cognitiva e verbal, 
incluindo a perspectiva do outro (nível de informações, de intenções 
etc.); e 
Capacidade de dialogar (LIBÂNEO; OLIVEIRA; TOSCHI, 2012, p. 
136). 
 
A chave da autonomia na gestão escolar pressupõe a presença de certos 
princípios orientadores da prática a ser efetivada. São eles: comprometimento, 
compartilhamento de ideias, liderança, competência profissional e técnica; 
transparência nas ações, visão estratégica da realidade, iniciativa na busca de 
respostas, criatividade e mobilização coletiva (LÜCK, 2006). Esses princípios 
serão desenvolvidos numa Unidade Temática própria. 
Por fim, conclui-se dizendo que a presença da autonomia, enquanto 
chave da gestão escolar democrática, possibilita a concretização da finalidade 
educativa, ampliando as possiblidades de ação da comunidade escolar, por meio 
da garantia de participação e do compartilhamento do trabalho educativo a ser 
materializado no contexto da escola. 
 
 
OBJETIVOS 
Identificar o exercício da autonomia como meio de reflexão, participação e 
corresponsabilização do trabalho educativo a ser efetivado. 
 
CONTEÚDO 
Autonomia: conceito e finalidade. 
Autonomia e gestão escolar. 
 
APLICAÇÃO PRÁTICA 
 Na Escola P, o gestor escolar teve uma ideia. Reunir toda a comunidade 
escolar para decidir sobre a aplicação do recurso enviado, por meio do Programa 
Educação Básica. Depois de dialogar com a comunidade foi acordado que a 
prioridade deveria ser a construção de uma quadra poliesportiva, visto que na 
região não havia tal espaço. Assim, os participantes da reunião assinaram seus 
nomes, dando anuência. De acordo com o que foi estudado, a medida do diretor 
foi acertada? Justifique sua resposta. 
 
INTERAÇÃO 
Escreva sua contribuição sobre o estudo de caso apresentado. Discuta com seus 
colegas. Boas reflexões. 
 
 AUTOESTUDO 
Leia o Capítulo 3 da autora Heloísa Lück da obra: Concepções e Processos 
Democráticos de Gestão Educacional. (Pearson) 
 
LEITURA DE TEXTO 
A partir da leitura, estabeleça a diferença entre ações desenvolvidas com 
autonomia, das que não são consideradas autônomas. (Pearson) 
 
VIDEOS 
https://youtu.be/xFisydKn10k 
https://youtu.be/xFisydKn10k
https://www.youtube.com/watch?v=Ii67fV1Wp74 
 
ORGANIZA-SE 
Disponha de um tempo para seus estudos. Você tem autonomia e flexibilidade 
para isso, portanto use-os para seu aprimoramento e aprofundamento. 
 
 
REFERÊNCIAS 
 
GADOTTI, Moacir. Escola Cidadã. SP: Cortez, 2008. 
LIBÂNEO, José Carlos; OLIVEIRA, João Ferreira de; TOSCHI, Mirza Seabra. 
Educação Escolar: Políticas, Estrutura e Organização. SP: Cortez, 2012. 
LUCK, H. Concepções e Processos Democráticos de Gestão Educacional. 
Rio de Janeiro: Vozes, 2006. (Pearson) 
MEDEL, Cássia Ravena Mulin de Assis. Projeto Político-Pedagógico: 
construção e implementação na Escola. SP: Autores Associados, 2008. 
OYAFUSO, Akiko; MAIA,Eny. Plano Escolar: caminho para autonomia. SP: 
Biruta, 2004. 
RIOS, Terezinha Azerêdo. Ética e Competência. SP: Cortez, 2001. 
SOUSA, José Vieira de. A identidade do sujeito social, ético e político e o Projeto 
Pedagógico da Escola. In: VEIGA, Ilma Passos Alencastro; FONSECA, Marília (Orgs.). 
As dimensões do Projeto Político-Pedagógico. Campinas, SP: Papirus, 2012. 
VEIGA, Ilma Passos Alencastro. Projeto Político-Pedagógico: novas trilhas para a 
escola. In: VEIGA, Ilma Passos Alencastro; FONSECA, Marília (Orgs.). As dimensões 
do Projeto Político-Pedagógico. Campinas, SP: Papirus, 2012. 
 
 
 
 
 
 
 
 
https://www.youtube.com/watch?v=Ii67fV1Wp74
ROTA 8 
 
QUARTA CHAVE DA GESTÃO ESCOLAR: LIDERANÇA DEMOCRÁTICA 
 
Nesta Unidade Temática é abordada a questão da liderança democrática, 
o que implica em pensar no papel a ser exercido pelo gestor frente ao processo 
educativo. A liderança gestora é aqui denominada democrática, visto que se 
defende a necessidade de participação e colaboração da comunidade escolar 
diante de ações e decisões que afetam o seu dia a dia. 
O líder gestor é responsável pelo bom andamento das práticas educativas 
efetivadas. Isso indica que a gestão democrática por ele exercida, não o isenta 
do seu papel de mediador e conciliador diante dos desafios enfrentados. Antes, 
é considerado como uma referência para a comunidade escolar, exercendo uma 
função essencial e comprometida com a finalidade educativa. 
O gestor pode ser considerado um orquestrador das ações educativas, 
uma vez que sob sua regência torna-se conhecido o caminho a ser seguido, ou 
seja, a melodia e o tom a serem executados; e isso requer habilidade em 
oportunizar unidade na diversidade, visto que são vários os protagonistas 
envolvidos, porém o ritmo da melodia precisa ter harmonia e sonoridade. 
É preciso, ainda, considerar que a liderança democrática não trabalha 
sozinha, antes precisa da cooperação de seus participantes, o que implica em 
buscar adesão e o comprometimento direcionado a um objetivo comum. Isso não 
é tão fácil, mas se houver transparência, firmeza e reciprocidade, o trabalho será 
percebido como parte da coletividade e não do esforço centrado em uma pessoa. 
Santos (2008, p. 49) apresenta cinco pontos que o gestor precisa 
considerar na sua prática. Esses pontos versam sobre a necessidade de manter 
relacionamentos saudáveis entre os participantes da comunidade escolar. São 
eles: 
 
1- criação de um ambiente em que o respeito e a afetividade sejam 
uma constante; 
2- favorecimento do crescimento pessoal e profissional de todas as 
pessoas que trabalham na escola; 
3- humanização do relacionamento, evitando quaisquer 
preconceitos, mesmo que velados; 
4- exercício da cidadania pela comunidade; e 
5- envolvimento em todas as decisões fundamentais da escola. 
 
 
Observa-se que, a liderança democrática do gestor tem início com os 
relacionamentos e é a partir deles que se alicerça um trabalho coletivo, pautados 
no reconhecimento, na alteridade, na responsabilidade, na potencialização e no 
esforço de cada participante da comunidade escolar. 
A liderança democrática está aberta à participação e a interferências da 
comunidade escolar, por isso, ela necessita estar atenta aos movimentos, aos 
silêncios e as manifestações que se fazem presentes no interior da escola. Não 
se pode fechar os olhos diante da realidade. Antes, a leitura dos sinais torna-se 
a ferramenta indispensável para avaliar o trabalho efetivado, mesmo que seja 
necessário recomeçar esse trabalho. 
Dito isto, compete ao gestor escolar agir com sensibilidade diante dos 
desafios e das situações a serem enfrentadas. Para que isso ocorra, se requer 
que ele chame à participação da comunidade escolar, reconhecendo suas 
limitações e possíveis ingerências. Afinal, ele não é infalível. Por fim, é 
necessário que ele assegure uma liderança comprometida com o Projeto de 
Escola desenhado, a fim de que não perca de vista a identidade da escola. 
Sendo assim, cabe ao gestor estar à frente das seguintes ações da comunidade 
escolar: 
Planejamento e coordenação de programas de relações públicas; 
manutenção de regimentos do pessoal escolar; coordenação de 
atividades e recursos didáticos para a aprendizagem; supervisão do 
pessoal profissional; aquisição de suprimento e equipamento 
necessário (ALONSO, 1976, p. 131). 
 
Neste sentido, Santos (2008, p. 15) enfatiza que: “o gestor escolar deve 
organizar o seu tempo e seu serviço, distribuindo tarefas, delegando autoridade, 
criando e usando mecanismos modernos e mais adequados”, visto que sua 
tarefa educativa é estar à frente do seu tempo, num processo contínuo de 
inovação, reinvenção e significação da sua prática gestora. 
A proposta a ser perseguida pela liderança democrática da gestão é de 
que “o gestor escolar não deve se resignar a um trabalho meramente burocrático 
e sim assumir, com coragem, o seu ser educador, e como líder, impulsionar a 
comunidade escolar à mudança” (SANTOS, 2008, p. 68). Se isso ocorrer, a 
comunidade escolar só tem a ganhar, pois, o seu líder reconhece seu papel 
primordial de ser educador. Ao ser educador sua intenção paira no campo 
formativo, o qual é o sentido de ser da escola. 
A perspectiva do gestor, enquanto educador, é relevante, porque a partir 
do papel exercido é possível ver a correspondência da sua ação na prática 
educativa, uma vez que ele se encontra “perfeitamente integrado ao processo, 
coordenando e aprovando todas iniciativas para o êxito da proposta pedagógica, 
que deve ser construída por toda a comunidade interna e externa” (SANTOS, 
2008, p. 48). 
O campo de ação do gestor é complexo, mas isso é que se torna 
desafiador. Afinal, é na prática que ele vai se constituindo enquanto líder. É na 
prática que ele pode confrontar teorias e elaborar novas perspectivas. Afinal, 
reconhece-se que “a modernidade exige gestores mais dinâmicos, criativos e 
capazes de interpretar as exigências de cada momento e de instaurar condições 
mais adequadas de trabalho na escola” (SANTOS, 2008, p. 12). 
Santos (2008, p. 36), ainda, ressalta que a função da liderança é 
influenciar os liderados, no sentido de atuarem em prol de um objetivo comum. 
Por isso que na sua percepção, o líder precisa desenvolver o perfil de liderança, 
fundamentado nos 7 cês: “credibilidade, convicção, caráter, cuidado, coragem, 
compostura e competência”. Ao ler sobre os 7 cês da liderança gestora, observa-
se que a descrição apresentada sinaliza para atitudes de natureza valorativa e 
que refletem na postura ética que se espera não apenas do líder, mas, dos 
liderados. 
 
 
 
7 CÊS DA LIDERANÇA GESTORA 
 
Elaboração: Domingues, 2019. 
 
Não cabe aqui desenhar um perfil engessado do líder democrático, mas 
a partir dos 7 cês, é possível apontar algumas características que são 
fundamentais a sua prática gestora. Essas características são apresentadas em 
um rol exemplificativo, o que pode ser ampliada, reduzida e revisada 
continuamente. Diante disto, enumera-se como competências essenciais: 1- 
Criatividade e Proatividade; 2- Humildade e Assertividade; 3- Atenção e Escuta 
Sensível; 4- Visão Prospectiva e Reflexiva; 5- Dinamicidade na Resolução de 
Conflitos; 6- Bom senso e criticidade; 7- Responsabilidade e comprometimento; 
8- Percepção da missão e da finalidade educativa; 9- Sinceridade e 
transparência nas ações e decisões; 10- Proximidade e empatia. 
Para finalizar, é preciso ressaltar que no contexto da liderança 
democrática está implícita, ainda, a necessidade de adequação às mudanças e 
a reconsideração de posicionamentos, a fim de que as decisões possam de fato 
atender ao que está proposto no Projeto de Escola e no PPP. 
Espero que você tenha apreciado este tema e que possa fazer pesquisas 
acerca dele. Afinal, é muito bom quando se pode aprender mais a partir de 
leituras e investigações. 
 
OBJETIVOS 
Relacionar a liderança

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