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Características da adolescência

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Características da adolescência
Psicologia do Desenvolvimento: Adolescência
Prof.: Bruno Carrasco
quando eu tiver setenta anos
então vai acabar esta adolescência
vou largar da vida louca
e terminar minha livre docência
vou fazer o que meu pai quer
começar a vida com passo perfeito
vou fazer o que minha mãe deseja
aproveitar as oportunidades
de virar um pilar da sociedade
e terminar meu curso de direito
então ver tudo em sã consciência
quando acabar esta adolescência
(Paulo Leminski)
Adolescência e juventude
Podemos dizer que a evolução do indivíduo na nossa cultura dá-se através de uma 
série de fases: a pré-natal, a do neonato (a criança assim que nasce), a infância, a 
pré-adolescência, a adolescência, a adulta e, por fim, a velhice.
As palavras adolescência e juventude não têm uma definição precisa. Não há um 
critério claro para definir a fase que vai da puberdade até a idade adulta.
Essa confusão acontece porque a adolescência não é uma fase natural do 
desenvolvimento humano, mas um derivado da estrutura socioeconômica. Em 
outras palavras, nós não temos adolescência e sim adolescentes.
Adolescência enquanto experiência cultural
Os critérios que poderiam definir a adolescência são construídos pela cultura. 
Parece contraditório afirmar que não existe adolescência, mas que existem 
adolescentes. Acontece que os critérios que poderiam definir essa etapa não 
fazem parte da constituição do indivíduo, mas são construídos pela cultura.
Não podemos falar em uma fase, que seja natural do desenvolvimento humano, 
denominada por “adolescência”. Quando uma determinada sociedade exige de 
seus membros uma longa preparação para entrar no mundo adulto, como na 
nossa, teremos de fato o adolescente e as características psicológicas que 
definirão a fase, porém, essas características não são naturais, mas culturais.
“Para evitar qualquer equívoco é necessário 
esclarecer que evidentemente não se nega a 
existência, em qualquer cultura, da puberdade e da 
passagem da pré-adolescência para a idade adulta. O 
que se afirma é que não existe necessariamente uma 
fase de desenvolvimento entre a pré-adolescência e 
a idade adulta que tenha uma duração mais, ou 
menos, longa e tenha o status psicossocial diverso da 
pré-adolescência e da idade adulta.”
(G. Lutte. “Adolescenza e gioventu: fasi naturali dello sviluppo umano o 
istituzioni socio-economiche di emarginazione e sfrutamento?” In: G. 
Lutte et alii. La condizione giovanile. p. 15.)
Período para adquirir conhecimentos
Consideramos adolescência uma fase típica do desenvolvimento do jovem de 
nossa sociedade, que por ser evoluída tecnicamente, exige um período para que o 
jovem adquira os conhecimentos necessários para nela participar.
O adolescente precisa, para enfrentar determinadas profissões, de uma 
preparação muito mais avançada que a das sociedades primitivas. Mas não se 
pode dizer que todo adolescente de nossa sociedade passa pelo mesmo 
processo, já que uma boa parte das tarefas de um adulto não exige um tempo 
muito longo de preparação. É só pensar nos bóias-frias, nos serventes da 
construção civil, nos trabalhadores braçais, de maneira geral. Muitos jovens não 
fazem curso de nível superior.
Período da adolescência e característica
Isso quer dizer que, em nossa sociedade, o período de adolescência não é igual 
para todos os jovens. Cada vez menos podemos identificar a idade adulta como a 
idade do conhecimento adquirido, pois a rapidez da evolução científica e 
tecnológica impõe ao adulto ligado a esse setor uma formação permanente.
Por tudo isso, podemos concluir que fica difícil estabelecer um critério 
cronológico que defina a adolescência, ou um critério de aquisição de 
determinadas habilidades, como ocorre com o desenvolvimento infantil. Dá-se o 
nome de adolescência ou juventude à fase caracterizada pela aquisição de 
conhecimentos necessários para o ingresso do jovem no mundo do trabalho e 
de conhecimentos e valores para que ele constitua sua própria família.
Jovens de classe média e de classe operária
Existe uma fase de preparação para que se considere uma pessoa adulta. Esse 
fenômeno social cria um correspondente psicológico que marca o período.
Os jovens de classe média, por exemplo, passam por um longo período de 
preparação, quando escolhem uma carreira universitária. Tal preparação pode 
mesmo ultrapassar essa fase de juventude.
O jovem da classe operária pode cursar uma escola técnica, onde aprende o 
necessário para tornar-se um ferramenteiro. Esse aprendizado não dura tanto 
tempo quanto um curso de Medicina. Outros jovens, ainda, abandonam a escola 
muito cedo e já trabalham oito horas diárias antes de completarem os 14 anos.
Diferente duração da adolescência
Para cada um desses segmentos, a adolescência terá uma duração peculiar. Um 
garoto que precise enfrentar o mundo do trabalho muito cedo e em condições 
bastante adversas, terá um amadurecimento acelerado.
Um adolescente da classe operária que se prepare para trabalhar depois dos 16 
anos, conseguirá uma condição de vida melhor em relação a este garoto, 
alcançando um tipo de desenvolvimento mais próximo do padrão das classes 
abastadas.
Um jovem de família rica poderá se dar ao luxo de começar a trabalhar aos 28 
anos, após concluir a pós-graduação, atrasando, assim, o seu amadurecimento.
Passagem da infância para a vida adulta
Em muitas culturas, há um ritual de passagem da infância para a vida adulta. No 
caso da nossa cultura, não há um ritual único de passagem para a fase adulta. O 
critério básico é o determinante econômico, e, assim, haverá condições diferentes 
de desenvolvimento do jovem para diferentes classes sociais. Mas, ao mesmo 
tempo, a cultura cria um critério mais geral, que atinge todos os níveis 
socioeconômicos.
Evidentemente, o ingresso no mundo do trabalho não é o único critério para 
definir o tempo de adolescência dos jovens de nossa sociedade — precisamos 
levar em consideração suas características individuais.
Questões psicológicas
Psicologicamente, o jovem vive a angústia da ambigüidade de não ser mais 
criança e ainda não ser adulto. Quando um jovem assume responsabilidades de 
adulto aos 16 anos, vão imaginar como alguém que “perdeu” sua juventude.
A sociedade obriga alguns jovens a se tornarem adultos muito cedo e, ao 
mesmo tempo, considera esse jovem adulto como adolescente. Então não temos 
a adolescência como uma fase definida do desenvolvimento humano, mas como 
um período da vida que apresenta suas características sociais e suas implicações 
na personalidade e identidade do jovem. E o período de transição para a fase 
adulta que, na sociedade contemporânea, prolongou-se bastante se tomarmos, 
como parâmetro, as sociedades primitivas.
“Adultescência”
Atualmente, é possível falar numa espécie de “adultescência”, que seria o 
prolongamento da adolescência para a fase adulta. Muitos são os fatores 
psicológicos, sociais e econômicos que determinam esse processo, como a 
diminuição da oferta de emprego, ou uma boa renda familiar, que possibilita a 
alguns indivíduos viverem relativamente bem mesmo sem trabalhar.
Caracteriza-se por uma excessiva valorização da cultura jovem, que leva o adulto a 
desejar permanecer eternamente jovem. Entretanto, podemos dizer que esse 
fenômeno não leva à ampliação do tempo de passagem para a fase adulta, mas 
demonstra que precisamos repensar os critérios que definem o que é ser jovem e 
adulto numa sociedade em constante transformação, na qual o trabalho já não 
exerce mais o papel que exercia no início da industrialização.
Estado de “suspensão”
Essa fase de preparação para o mundo adulto — a adolescência ou juventude — 
coloca o jovem num certo estado de “suspensão” em relação aos valores e 
normas que ele deve adquirir para entrar para o mundo adulto.
O jovem até agora avaliou o mundo através dos valores da sua família, mas, ao 
confrontá-los com os valores e normas dos novos grupos que passa a freqüentar, 
verifica que os valoresfamiliares não são os únicos disponíveis e que, muitas vezes 
não se adaptam a funções que são agora exigidas.
Evitar a dissonância
A tendência do jovem será no sentido de evitar a dissonância, procurando adequar 
essas contradições, ora evitando a norma do grupo juvenil, ora questionando os 
valores familiares.
Porém isso nem sempre é possível, permanecendo num estado de angústia que 
representa a ambigüidade de não ser mais menino e ainda não ser adulto. Ele quer 
tomar decisões por si mesmo e é incentivado para isso pela família, pela escola, 
mas, quando procura o novo, o proibido, ele é duramente criticado, muitas vezes 
até punido. Nesse sentido, a busca por experiências significativas pode lhe causar 
tanto satisfação quanto medo.
Cognição e “futuro da nação”
Em termos evolutivos, as bases para a cognição, de acordo com Piaget, estão 
prontas por volta dos 11/12 anos de idade. Mas o jovem não será considerado 
preparado, pela sociedade, para assumir a posição de um adulto. No caso 
brasileiro, a maioridade civil é dada aos 21 anos, e a maioridade penal aos 18.
Frases como “Jovem, você é o futuro da nação!” tem um conteúdo verdadeiro, mas 
com alguma coisa como “Veja bem o que você vai fazer, estamos de olho em 
você”. A família, a escola, as instituições em geral, que procuram formar o jovem, 
buscam ao mesmo tempo controlá-lo, para que o jovem de hoje seja o adulto 
comportado de amanhã.
“Minha dor é perceber
Que apesar de termos feito
Tudo, tudo, tudo, tudo o que fizemos
Ainda somos os mesmos e vivemos
Como os nossos pais
Nossos ídolos ainda são os mesmos
E as aparências, as aparências não enganam, não
Você diz que depois deles
Não apareceu mais ninguém”
(‘Como nossos pais’, Belchior)
No “meio do caminho”
O jovem está no meio do caminho. Atrás de si tem toda uma infância, onde a 
família, a escola e os pequenos grupos de amigos deram-lhe proteção, segurança, 
ao mesmo tempo lhe ofereceram um conjunto de valores, crenças e referências 
que formaram sua identidade.
No seu período de juventude, a sociedade permite-lhe algumas transgressões, 
oposições, questionamentos, criação de subculturas com seus dialetos e trajes 
característicos.
Diante de si tem um futuro como adulto, adaptado à sociedade, em que 
segurança e proteção são pretensamente oferecidas pelas instituições sociais — a 
fábrica, o escritório, a família —, da qual se espera que ele seja o ator social.
Referências Bibliográficas
BECKER, Daniel. O que é adolescência. São Paulo: Brasiliense, 1999.
BOCK, Ana Mercês Bahia. Psicologias: uma introdução ao estudo da psicologia. 
14. ed. São Paulo: Saraiva, 2010.
Por: Bruno Carrasco
Professor de filosofia e psicologia, graduado em psicologia, licenciado em filosofia 
e em pedagogia, pós-graduado em ensino de filosofia e em psicologia existencial 
humanista e fenomenológica, pós-graduando em aconselhamento filosófico.
www.brunodevir.blogspot.com
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