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TCC- ENFERMAGEM UFRR (7)


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UNIVERSIDADE FEDERAL DE RORAIMA 
CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE 
CURSO DE BACHARELADO EM ENFERMAGEM 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SARHIELI ALBERTINA CHAVES DE MORAES 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A VISITA DOMICILIAR A PUÉRPERA E AO RECÉM-NASCIDO NA PERCEPÇÃO 
DO ENFERMEIRO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
BOA VISTA, RR 
2016 
 
 
 
 
SARHIELI ALBERTINA CHAVES DE MORAES 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A VISITA DOMICILIAR A PUÉRPERA E AO RECÉM-NASCIDO NA PERCEPÇÃO 
DO ENFERMEIRO 
 
 
 
 
 
 
 
 
Trabalho de Conclusão de Curso 
apresentado como pré-requisito para 
conclusão do curso Bacharelado em 
Enfermagem do Centro de Ciências da 
Saúde – CCS, da Universidade Federal de 
Roraima. 
 
Orientadora: Profa. MsC. Tárcia Millene de 
Almeida Costa Barreto. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
BOA VISTA, RR 
2016 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Aos meus amados progenitores Samuel 
Moraes da Silva e Núbia Sousa Chaves, 
pelo apoio e incentivo em minha formação. 
 
 
AGRADECIMENTOS 
 
Primeiramente ao meu Deus, que é dono de uma sabedoria inigualável e 
conhecimento inestimável, o qual me capacitou para que chegasse até aqui. Tenho 
certeza que Ele foi quem guardou e direcionou todos meus passos, me ensinando 
nas várias situações de vitórias e derrotas nessa caminhada universitária. Eu sei que 
tudo acontece debaixo da sua permissão. 
 
À minha família, meu pai Samuel Moraes da Silva, minha mãe Núbia Sousa 
Chaves e aos meus preciosos irmãos, Samuel, Saimon, Sarhiana, pelo cuidado, 
incentivo e orações sobre minha vida, sou extremamente grata por vocês existirem. 
 
Ao meu amado esposo Lucas Viana Andrade, que por diversas vezes me 
consolou, direcionou a mim palavras de ânimo, deu-me o alento que eu precisava 
para que pudesse prosseguir. 
 
À Universidade Federal de Roraima, pela oportunidade de ingresso nesse 
curso acadêmico, trazendo recursos necessários e de qualidade para a conclusão 
do mesmo. 
 
À minha prezada orientadora Profa. MsC. Tárcia Millene de Almeida Costa 
Barreto pelo desafio aceito de conduzir-me em minha pesquisa. Sou extremamente 
grata pela paciência, incentivo, ânimo e direcionamento, não somente na realização 
deste trabalho, mas também por esses cinco longos anos de dedicação. 
 
A todos os enfermeiros(as) participantes da pesquisa, que prontamente se 
disponibilizaram em responder as perguntas contidas nas entrevistas. 
 
Aos meus companheiros de curso, e também futuros enfermeiros, Bárbara 
Alves, Celiane Pereira, João Samuel, Lanna Rodrigues, Maria Janaina, Nathalia 
 
 
Faíza, Thais Pereira e Vitória Lana, que tornaram essa caminhada mais leve e mais 
alegre. Quero dizer que vocês também contribuíram para o meu aprendizado. 
 
Aos meus queridos professores(as) que tanto se dedicaram para minha 
formação, com certeza, vocês foram essenciais nessa caminhada. Posso dizer que 
vocês perseveraram junto comigo. 
 
E, a todos os meus amigos e irmãos que contribuíram direta e indiretamente 
para conclusão desse trabalho. Em especial a minha amiga-irmã Brenda Rodrigues 
que esteve presente de maneira importante nos últimos momentos desta pesquisa, 
meus sinceros agradecimentos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
“Combati o bom combate, completei a carreira, guardei a fé”. 
2Timóteo 4.7 
 
 
RESUMO 
 
O período puerperal compreende uma fase de transição e adaptação tanto para 
mulher, quanto para o neonato. Em vista disso, o Ministério da Saúde recomenda a 
realização da visita domiciliar a esse binômio com intuito de promover uma 
assistência qualificada. Dessa maneira, este trabalho buscou analisar a percepção e 
atuação do enfermeiro frente a visita domiciliar a puérpera e ao recém-nascido. 
Trata-se, portanto, de uma pesquisa descritiva e qualitativa, tendo a caracterização 
dos sujeitos da pesquisa quanto ao sexo, idade, tempo de formação, tempo de 
atuação na unidade e se tinham especialização ou pós graduação. A pesquisa foi 
realizada através de entrevista semiestruturada com enfermeiros, a qual continha 
duas perguntas norteadoras. A população em estudo foi constituída de 12 
enfermeiros que trabalham nas Unidades Básicas de Saúde do município de Boa 
Vista. Após a realização das entrevistas foram realizadas as devidas transcrições, 
obtendo como resultado quatro categorias, onde todos os enfermeiros ressaltam ser 
de grande importância a realização dessa visita evidenciando os benefícios da 
mesma, além de enfatizarem aspectos importantes do cuidado ao binômio mãe-filho. 
No entanto, existem lacunas nesse nível de assistência, onde nota-se que grande 
parte dos enfermeiros não realizam, de maneira mais abrangente, um exame físico e 
ginecológico direcionado a puérpera que busque contemplar ações de inspeção, 
palpação e percussão quando preciso. Outra realidade encontrada está na falta de 
os profissionais seguirem um roteiro especifico para assistência nesse momento. 
Portanto, destaca-se a importância da sistematização da assistência puerperal 
dentro do lar na busca de promover um cuidado ampliado, além de que também é 
de grande relevância a realização de novos estudos que busquem averiguar em 
quanto tempo essa visita é realizada, uma vez que o Ministério da Saúde traz 
recomendações específicas quanto ao tempo de realização da mesma. 
 
 
 
Descritores: Visita domiciliar. Enfermeiro. Puerpério. Puérpera. Recém-nascido. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ABSTRACT 
 
The puerperal period comprises a phase of transition and adaptation for both the 
woman and the newborn. In view of this, the Ministry of Health recommends 
conducting the home visit to this binomial in order to promote qualified care. In this 
way, this work sought to analyze the perception and performance of nurses in the 
home visit to the puerperium and the newborn. It is therefore a descriptive and 
qualitative research, with the characterization of the subjects of the research as to 
the sex, age, time of formation, time of performance in the unit and if they had 
specialization or post graduation. The research was conducted through a 
semistructured interview with nurses, which contained two guiding questions. The 
study population consisted of 12 nurses working in the Basic Health Units of the 
municipality of Boa Vista. After the interviews were carried out, the necessary 
transcripts were carried out, resulting in four categories, where all the nurses 
emphasize that it is of great importance to carry out this visit, evidencing the benefits 
of the same, besides emphasizing important aspects of care to the mother-child 
binomial. However, there are gaps in this level of care, where it is noted that most 
nurses do not perform, in a more comprehensive way, a physical and gynecological 
examination directed at the puerpera who seeks to contemplate actions of inspection, 
palpation and percussion when necessary. Another reality found is the lack of 
professionals to follow a specific roadmap for assistance at that time. Therefore, the 
importance of the systematization of puerperal care within the home in the search to 
promote extended care is highlighted, besides that it is also of great relevance the 
realization of new studies that look for to investigate in how much time this visit is 
realized, since The Ministry of Health provides specific recommendations regarding 
the time it takes to complete it. 
 
 
 
Keywords: Home visit. Nurse. Puerperium. Puerperal. Newborn. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SUMÁRIO 
 
1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 11 
1.1 Apresentação do tema e contextualização do problema ............................... 11 
1.2 Objetivos ............................................................................................................ 13 
1.2.1 ObjetivoGeral .................................................................................................. 13 
1.2.2 Objetivos Específicos ....................................................................................... 13 
1.3 Justificativa ........................................................................................................ 13 
2 REFERÊNCIAL TEÓRICO ..................................................................................... 15 
2.1 Puerpério e suas implicações fisiológicas e psicológicas ............................ 15 
2.2 Aspectos culturais do puerpério ..................................................................... 17 
2.3 Puerpério: visita domiciliar e o cuidado de enfermagem .............................. 19 
3 MATERIAIS E MÉTODOS ..................................................................................... 22 
3.1 Tipo de estudo ................................................................................................... 22 
3.2 Local do estudo ................................................................................................. 22 
3.3 População em estudo ....................................................................................... 23 
3.4 Procedimentos de coleta de dados ................................................................. 23 
3.5 Análise dos dados ............................................................................................. 24 
3.6 Aspectos éticos e legais ................................................................................... 24 
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO ............................................................................. 26 
4.1.1 Contexto socioeconômico e familiar ................................................................. 27 
4.1.2 A visita domiciliar como uma ferramenta que auxilia no cuidado ..................... 30 
4.1.3 A assistência à puérpera no domicílio .............................................................. 33 
4.1.4 A assistência ao recém-nascido no domicílio ................................................... 36 
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................... 40 
APÊNDICE A – ENTREVISTA SEMIESTRUTURADA .............................................. 49 
APÊNDICE B – TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO (TCLT . 50 
ANEXO A - PARECER CONSUBSTANCIADO DO CEP .......................................... 52
11 
 
1 INTRODUÇÃO 
 
1.1 Apresentação do tema e contextualização do problema 
 
No Brasil, de 1890 até 1923, as visitas domiciliares que eram realizadas, 
aconteciam por meio das chamadas visitas sanitárias que eram executadas por 
agentes leigos, os quais prestavam assistência à população baseados em 
conhecimento empírico, sem organização e controle formal (ANDRADE; LOBO, 
2007). 
 Essa realidade começou a se reestruturar, em meados da década de 20, 
onde ocorreu o marco da inclusão da visita domiciliar como atividade de saúde 
pública, pois essa iniciativa fazia parte do serviço de profilaxia da tuberculose. 
Concomitante a estes acontecimentos a escola de enfermagem da Cruz Vermelha 
foi contemplada com um curso de visitadoras sanitárias (ANDRADE; LOBO, 2007). 
Neste mesmo período, com o fim de modernizar a saúde pública brasileira, o 
país convida a fundação Rockefeller, para que por meio do departamento nacional 
de saúde pública (DNSP) fosse estabelecido no Brasil um processo de construção 
da enfermagem como uma profissão. Em vista disso, um curso de seis meses foi 
elaborado em condição de emergência para as visitadoras de saúde. Posteriormente 
ao curso, que proporcionou o reconhecimento profissional, eram então chamadas de 
enfermeiras visitadoras (MAZZA, 1994). 
Neste sentido a visita domiciliar, que faz parte do trabalho da enfermagem, 
passou a ser ainda mais estimulada com a criação do Programa de Saúde da 
Família (PSF), sendo uma atividade que representa a assistência à saúde executada 
juntamente com o indivíduo, família e comunidade (SANTOS; KIRSCHBAUM, 2008; 
MAZZA, 1994). 
No que diz respeito a atenção à saúde, a visita domiciliar tem se apresentado 
como uma prática importante para os profissionais da Estratégia Saúde da Família 
(ESF), e em particular, ao enfermeiro, na viabilidade do cuidar da família e 
especialmente ao binômio puérpera e recém-nascido (RODRIGUES et al., 2011). 
Segundo Mazzo, Brito e Santos (2014) a visita domiciliar se apresenta como 
uma estratégia que auxilia na continuação da assistência à mulher no ciclo 
gravídico-puerperal uma vez que o cuidado no pós-parto é uma das medidas que 
12 
 
previne as complicações puerperais, visto que nessa fase há possibilidade de 
agravos ao estado físico e psicológico da mulher, que pode repercutir ao recém-
nascido e família como um todo. 
Portanto, a atividade de visitar o domicílio é uma ferramenta estratégica de 
cuidado no puerpério, pois este período é configurado por uma fase de insegurança, 
mesmo que aquela não seja a primeira experiência como mãe, neste sentido, é de 
grande valor que o profissional enfermeiro tenha sensibilidade para verificar quais 
são as necessidades da mulher no ambiente domiciliar (BERNADI; CARRARO; 
SEBOLD, 2011). 
É fundamental que durante a assistência de enfermagem no período 
puerperal, os profissionais enfermeiros se preocupem em atender tanto suas 
necessidades físicas como as psicossociais, uma vez que a mulher nesse período 
vivencia muitas dúvidas em relação aos cuidados no pós-parto, cuidados com o 
recém-nascido, aleitamento materno e planejamento familiar (RODRIGUES et al., 
2011). 
Por essa razão, o enfermeiro precisa compreender como ocorre a transição 
na mulher em relação ao seu papel de mãe, pois nele a mulher terá de aprender a 
conviver com o novo ser, experimentando novas experiências e descobertas que 
ocorrem a todo o momento e adotando as atividades que são exigidas pelo processo 
puerperal. Portanto, entender esse processo de modificação da mulher facilita que o 
enfermeiro perceba as demandas de cuidado, o que irá auxiliar na implementação 
de medidas técnico-científicas e também humanizadas, influenciando 
significativamente em suas decisões e maneira de agir (CATAFESTA et al., 2009). 
A vista disso se faz necessário que ao prestar assistência a puérpera, esses 
tenham em mente a importância de considerar a sua história de vida, os seus 
sentimentos e o ambiente em que vive, desse modo é possível estabelecer uma 
relação de confiança, que valorize a individualidade de cada mulher (SOARES; 
VARELA, 2007). 
Diante do exposto, observa-se que o puerpério é um momento singular e 
complexo, tanto para a mãe, quanto para o recém-nascido e que ambos necessitam 
de assistência qualificada logo nos primeiros dias pós-parto. Portanto, assim como a 
mulher recebeu assistência de enfermagem no pré-natal e parto, o período do 
puerpério também precisa ser um momento de cuidado precoce e intensivo por parte 
dos enfermeiros das Estratégias Saúde da Família, e que para que seja precoce o 
13 
 
Ministério da Saúde preconiza a atividade da visita domiciliar puerperal. Assim a 
pesquisa tem o intuito de analisar a percepção e atuação do enfermeiro frente à 
visita domiciliar a puérpera e ao recém-nascido. 
 
1.2 Objetivos 
 
1.2.1 Objetivo Geral 
 
Analisar a atuação do enfermeiro na visita domiciliar a puérpera e ao recém-
nascido. 
 
1.2.2 Objetivos Específicos 
 
 Conhecer a percepção do enfermeiro frente a visita domiciliar a puérpera e ao 
recém-nascido; 
 Identificar as ações e procedimentos do enfermeiro frente a visita realizada a 
puérpera ao recém-nascido. 
 
1.3 Justificativa 
 
Segundo o Ministério da Saúde, no Brasil, a mortalidade neonatal (entre 0 e 
27 dias de vida) representa cerca de 60 a 70% da mortalidade infantil. E essas 
mortes precoces são evitáveis na maioria dos casos, pois decorrem de uma 
combinaçãode fatores biológicos, sociais, culturais e de falhas do sistema de saúde. 
Na região norte foram encontrados os índices mais altos de mortalidade neonatal, 
configurando 13, 5 óbitos por mil nascidos vivos no ano de 2011. Em Roraima os 
óbitos por causas evitáveis em menores de cinco anos apresentaram-se com uma 
repercussão negativa, pois em vez de diminuir os números de óbitos, no decorrer 
dos anos houve um acréscimo, onde no ano de 2012, foram constatados um total de 
224 óbitos no estado e já em 2014 foram verificados 259 mortes por causas 
14 
 
evitáveis em menores de cinco anos (BRASIL, 2009; BRASIL, 2011; BRASIL, 2012; 
BRASIL, 2014). 
A vista disso, se não houver um acompanhamento adequado direcionado em 
atender a mulher e ao recém-nascido nesse momento, essa realidade ainda pode se 
agravar. Assim, é de grande valor que ocorra um acompanhamento adequado, com 
uma visão holística, investigando em que realidade esse binômio estão inseridos, 
além de ser fundamental iniciar a assistência logo nos primeiros dias do período 
pós-parto, a fim de prevenir complicações. Para tanto, a visita domiciliar a puérpera 
e ao recém-nascido se torna uma estratégia relevante na assistência à puérpera e 
ao neonato. 
Portanto, o desenvolvimento da pesquisa buscando a percepção e atuação do 
enfermeiro frente à visita domiciliar a mãe e recém-nascido, se torna de suma 
importância, pois é indiscutível a relevância do cuidado a esse binômio. Sabe-se que 
os enfermeiros são mediadores do cuidado, os quais tem grande contribuição na 
prevenção de complicações, e consequentemente, na redução dos elevados índices 
de morbidade e mortalidade materna e neonatal. O estudo também é pertinente 
devido à escassez de pesquisas feitas com enfermeiros da atenção básica na 
investigação de suas percepções e atuação na assistência domiciliar a puérpera e 
seu filho, além da pesquisa gerar conhecimento sobre a importância dessa atividade 
na visão do enfermeiro com intuito de averiguar quais os cuidados prestados por 
estes na visita domiciliar puerperal. 
 
 
15 
 
2 REFERÊNCIAL TEÓRICO 
 
2.1 Puerpério e suas implicações fisiológicas e psicológicas 
 
Segundo Brasil (2001) o puerpério tem seu início de uma a duas horas após a 
saída da placenta e está dividida nas seguintes etapas: imediato (1 ° ao 10° dia), 
tardio (11 ° ao 42° dia), e remoto (a partir do 43° dia) e está definido como um 
período do ciclo gravídico puerperal, que vai desde a dequitação da placenta até a 
volta do organismo materno para o estado inicial da gestação (BRASIL, 2001; 
COSTA, 2001). 
Imediatamente após o nascimento do bebê, o útero diminui 
consideravelmente de volume, sofrendo uma redução de 1.000g no pós-parto 
imediato para 500g ao final da primeira semana, sendo que com dois dias, o útero 
diminui de consistência, e seu fundo é palpado na cicatriz umbilical. Após três ou 
quatro dias, a redução se acentua e, com duas semanas, o fundo uterino é palpado 
na cavidade pélvica, onde pesa em torno de 200g e, com 30 dias, cerca de 100g. 
Isso é característica do processo de involução uterina, onde o útero retorna as 
condições pré-gestacionais gradativamente (COSTA, 2001; GALÃO; HENTSCHEL, 
2011). 
Além disso, a pesquisa realizada por Liz et al. (2013) expõe as maiores 
dificuldades das mulheres nesse período, sendo elas, as intercorrências mamarias, 
como a dor, fissuras, mastites e ingurgitamento, que estão relacionado a 
amamentação. Além dos casos de incontinência urinaria e dores associadas a 
episiotomia e até mesmo o aparecimento de sintomas gastrointestinais, como 
constipações e timpanismo. 
 Outras modificações que podem ocorrer estão ligadas a sexualidade, pois os 
fatores anatômicos, a lesão perineal ou ferida cirúrgica contribuem de forma 
considerável para a ocorrência da dispareunia. Nesse período, a mulher também 
pode referir estafa, fraqueza e privação do sono, e isso faz com que o tempo de 
privacidade e intimidade diminuam, o que interfere no interesse sexual da mulher 
(VETTORAZZI et al., 2012). 
Outra faceta do puerpério está na fase de adaptação emocional, pois nesse 
momento a mulher experimenta o confronto entre as expectativas que foram criadas 
16 
 
durante toda a gestação e a realidade que está sendo vivenciada após o parto. 
Nesta perspectiva, a puérpera também pode apresentar ansiedade, relacionada à 
sensação de perda de partes de si mesma, de algo que considera valioso e de 
sentir-se limitada pela necessidade de assumir novas tarefas e também de não 
poder realizar as atividades anteriores (PENNA et al., 2006; BRASIL, 2012). 
Desta forma, a mulher vem se deparar com novos desafios a serem 
enfrentados, que são os de cuidar de si e do bebê, neste sentido, se faz necessário 
o apoio de profissionais capacitados para orientarem suas dúvidas, medos e anseios 
uma vez que a maternidade é uma função que engloba um processo de identificação 
entre a mãe e o filho, que agrega tanto as vivencias reais e subjetivas da mãe como 
as características da própria criança (RAVELLI, 2008; ALT; BENETTI, 2008). 
Ressalta-se que a maioria dos conflitos emocionais acontecem de maneira 
inconsciente e podem não ser percebidos quando há condições favoráveis de 
alegria por causa nascimento do filho. Caso contrário, alguns transtornos podem ser 
identificados e, portanto, para que se compreendam esses transtornos puerperais é 
necessário fazer a distinção entre eles, pois os quadros de depressão materna se 
diversificam em intensidade e duração (MORAES; CREPALDI, 2011). 
Portanto, a chegada do bebê provoca muitas ansiedades e os sintomas 
depressivos são comuns, a mulher continua necessitando de cuidado e proteção, 
assim como ocorreu ao longo da gravidez. Dessa maneira, a assistência de 
enfermagem qualificada nesse período é indispensável para que esta mulher se 
restabeleça o mais rápido possível ao seu estado natural, e não venha se agravar e 
evoluir para uma possível depressão pós-parto ou psicose (SARMENTO; SETUBAL, 
2003; GARCIA; LEITE; NOGUEIRA, 2013). 
Alguns fatores são muito relevantes para a diminuição da ansiedade nesse 
período de transformação da mulher, estes estão na qualidade e quantidade de 
informações transmitidas e também em um adequado suporte psicoemocional da 
equipe e também da família (FRANCISQUINI et al., 2010). 
Portanto, é fundamental enfatizar que o nascimento de um filho é uma 
experiência não somente da mulher, mas de toda família. Desse modo, para se 
oferecer uma atenção de qualidade no puerpério, é importante pensar não apenas 
em termos da mulher puérpera, mas também na família como um todo, incluindo 
nesse ponto de vista as várias formas de organização familiar (BRASIL, 2012). 
 
17 
 
2.2 Aspectos culturais do puerpério 
 
Muitas crenças e tabus estão associados ao ciclo reprodutivo, onde o período 
do puerpério é o que compõe a maior agregação desses tabus. Estes se baseiam 
em interpretações de origem social, sobrenatural e natural, cujo objetivo é evidenciar 
os possíveis perigos dessa fase para a mulher, visto que o período puerperal, que é 
denominado popularmente de dieta, resguardo ou quarentena, necessita de 
cuidados e restrições que visa proporcionar uma boa recuperação para à mulher 
(NAKANO et al., 2013) 
O autocuidado e o cuidado recebido no puerpério são enredados por 
influências, crenças e práticas, que são passadas de geração em geração. Tais 
influências se originam a partir de declarações de sucessos ou falhas ocorridos no 
pós-parto das mulheres da família. São histórias e acontecimentos que muitas vezes 
despertam tanta convicção, que acabam sendo compreendidas como verdades 
absolutas e, assim, são seguidas sem indagações (ACOSTA et al., 2012). 
Pesquisas mostram vários tipos de crenças relatadas por puérperas, dentre 
tais crenças estão a não lavagem dos cabelos no período pós-parto, pois acreditam 
que o processo de lavagem traz o riscode algum comprometimento mental, há 
também a prática de aplicar cascas de fruta nas mamas, como mamão ou banana, 
para curar fissuras e ingurgitamento mamário. Além disso, têm-se as restrições 
alimentares, pois o cuidar da alimentação ingerida precisa ser compatível com essa 
situação de fragilidade, portanto, precisa ser leve, sem temperos fortes, com pouca 
gordura. Dessa maneira, a restrição de certos alimentos visa também à prevenção 
de cólicas no recém-nascido (ACOSTA et al., 2012; BAIÃO et al., 2013). 
A privação de alimentos como, carne suína, de peixe, e ovos são executados 
sob a justificativa de riscos de febre, corrimento e infecções dentre outras situações, 
além de que a mulher pode morrer ou se tornar infértil. No que se refere à ingesta de 
frutas, verduras e legumes, as restrições são para as frutas ácidas porque causam 
inflamação. Além do mais as orientações não incluem somente os alimentos a 
serem restringidos, mas também aqueles que trazem benefícios à mulher nesse 
período, como carne de galinha sendo o único alimento bom para a mãe (NAKANO 
et al., 2013). 
18 
 
Portanto, é de fundamental importância entender que é no domicílio que se 
operam saberes, decisões e práticas que, eventualmente, entrarão em conflitos com 
os cuidados necessários à saúde materna. No entanto, não se deve esquecer que o 
ser humano tem a sua subjetividade, a sua tradição cultural, seus hábitos, crenças e 
valores. Nesse sentido, é preciso respeita-los, tendo cuidado de não ditar normas e 
regras, impondo modelos de saúde, querendo que estes cumpram um protocolo 
estabelecido (ICHISATO; SHIMO, 2001; ACOSTA et al., 2012). 
Em vista disso, é preponderante que enfermeiro saiba valorizar as crenças e 
experiências e venha atuar de forma influenciadora e positiva na promoção da saúde 
das puérperas. Para isso, se faz necessário, que o enfermeiro haja de maneira 
compreensiva e saiba ouvir atentamente, pois algumas puérperas demonstram 
medo por serem julgadas pelas suas atitudes, e isso influencia no cuidado realizado 
(BERNADI, 2011). 
Portanto, agir com consideração e respeito aos hábitos de vida, crenças, 
tabus, costumes e conhecimentos e atender a puérpera juntamente com outros 
indivíduos como o companheiro e demais familiares, considerando todo o contexto 
de maneira reflexiva e compreensiva, faz com que o cuidado se torne efetivo e 
adequado, tanto para aqueles que estão experimentando esse período, como 
puérpera e família, tanto aos profissionais de saúde (BERNADI, 2011). 
Entende-se, dessa forma, que a assistência no cuidado no pós-parto 
desenvolvidas e oferecidas pelos profissionais de saúde, precisa da inclusão de 
outros participantes, os quais também são agentes nesse processo, que são os 
demais membros da família. Pois, englobar o meio de relacionamento, o contexto 
social e as vivencias das puérperas se torna fundamental para o cuidado se torne 
uma realidade positiva, pois assim será possível ajustar o saber científico com o 
saber das puérperas (STEFANELLO; NAKANO; GOMES, 2008). 
Nesse segmento, é imprescindível que os profissionais de saúde conheçam 
quais são as práticas populares, e com isso venham incentivar as que promovem 
saúde e problematizar as posturas prejudiciais que põem em risco o bem-estar do 
binômio mãe e bebê. (ACOSTA et al., 2012). 
Entende-se, portanto, que a perceptiva cultural traz significativa contribuição 
para a prática na medida em que garante a percepção e respeito as diversidades, 
oferecendo oportunidade para uma relação de proximidade na assistência a mulher, 
19 
 
juntamente com suas famílias e, consequentemente, promove a realização de um 
cuidado mais humanizado (STEFANELLO; NAKANO; GOMES, 2007). 
 
2.3 Puerpério: visita domiciliar e o cuidado de enfermagem 
 
 Para que o enfermeiro entenda a importância da visita domiciliar durante o 
puerpério e obtenha bons resultados na prática, se faz necessário que desde o 
processo de formação profissional haja comprometimento, flexibilidade entre 
conhecimento científico e popular, ética, planejamento e entusiasmo, pois o cuidado 
no domicílio pode oferecer mais conforto e oportunidade para que a mulher exponha 
a sua realidade e condição de vida, o que permite ao enfermeiro associar essa 
realidade com as necessidades observadas bem como os cuidados de enfermagem 
necessários e possíveis de serem desempenhados (BERNARDI, 2011). 
Portanto, a assistência à mulher e ao recém-nascido no puerpério imediato e 
nas primeiras semanas após o parto é fundamental para a saúde materna e do 
neonato. Desta maneira, é preconizado uma visita domiciliar na primeira semana 
após a saída da mãe e recém-nascido da maternidade. Porém, se o bebê foi 
classificado como de risco, essa visita terá de acontecer mais precocemente, nos 
primeiros três dias após a alta hospitalar (BRASIL, 2012). 
O enfermeiro deve ser o encarregado por realizar essas visitas e também 
orientar os agentes comunitários de saúde (ACS) para que a façam, monitorando a 
ação (ANDRADE et al., 2015), pois esse momento representa um período de novos 
acontecimentos na vida da puérpera, que necessita por um suporte profissional 
preparado para atender as suas expectativas, responder suas dúvidas como 
também desempenhar atividades de cuidado voltado para a autoconfiança 
necessária na atividade materna. Sendo assim, essa atividade se apresenta como 
meio de providenciar a continuação da assistência à mulher no ciclo gravídico-
puerperal (MAZZO, 2014). 
No âmbito da Rede Cegonha, é preconizada a realização da “Primeira 
Semana de Saúde Integral” (PSSI), esta é uma estratégia em saúde, na qual são 
executadas atividades na atenção à saúde puerperal e neonatal, onde tais ações 
cooperam para a redução da mortalidade infantil. Nesta perspectiva é preconizado 
que a maternidade, no momento da alta, comunique à equipe de atenção básica, à 
20 
 
qual a mãe e seu bebê estão ligados, que estes estão retornando para casa, com a 
finalidade de que a equipe se prepare para a realização da visita, de modo que esta 
seja realizada em tempo adequado (BRASIL, 2012) 
O objetivo da assistência a puérpera e ao neonato na visita domiciliar está em 
avaliar o estado de saúde da mãe e do recém-nascido, orientar e apoiar 
amamentação, repassar quais são os cuidados básicos com o bebê, avaliar vínculo 
mãe-filho, identificar precocemente risco e intercorrências e direciona-las, conversar 
sobre o planejamento familiar e agendar consulta puerperal. Neste momento deve-
se também indagar-lhe sobre condições de gestação, possíveis intercorrências na 
hora do parto, fazer considerações sobre a alimentação, sono, atividade, dor, 
sangramento, febre, orientar sobre cuidado com as mamas, verificar se foram 
aplicadas no recém-nascido as vacinas BCG e hepatite B, dentre outras atividades 
(BRASIL, 2012). 
 A visita domiciliar no puerpério se faz necessária para que também 
possa evitar o uso de práticas culturais que não são apropriadas ou diferentes das 
que são recomendadas nas propostas de cuidados, como por exemplo, do 
aleitamento através de mamadeira, o uso de fumo mascado em cicatriz umbilical, a 
mulher passar o puerpério sem a realização da higiene intima, dentre outras (NETO 
et al., 2012). 
Portanto, a assistência de enfermagem tendo o cuidado como sua essência 
vem incorporando sua prática na atenção à saúde da mulher no ciclo gravídico-
puerperal, e abrange diversos sentidos que variam desde a abordagem 
simplesmente tecnicista até a prática que irá envolver uma atenção mais 
individualizada e humanizada, centrada na totalidade do ser humano, a partir de 
suas necessidades biofisiológicas e psicossociais (RODRIGUES et al., 2006). 
 Para um desenvolvimento do plano de cuidados na visita domiciliar com a 
mãe, filho e com a família, o enfermeiro deve agregar uma variedade de 
conhecimentos, que vão desde os básicos de anatomia, fisiologia e patologia,obstetrícia, neonatologia, passando pelo conhecimento de saúde pública e saúde 
coletiva, até ao conhecimento dos cuidados mais complexos de abordagem e 
articulação comunitária (NETO et al., 2012). 
 Neste âmbito, o cuidado de saúde surge como base para a prevenção das 
complicações, por meio do um apoio físico, psicoemocional, social e também 
informacional, este último procurando reforçar orientações que possibilitem à mulher 
21 
 
condições para cuidar de si e do seu bebê, envolvendo ações voltadas para 
avaliação e recuperação da puérpera e recém-nascido (RODRIGUES, 2014; 
PEREIRA; GRADIM, 2014). 
 Dentre as diversas atividades que são executadas pelas mães nesse 
período, percebe-se que o cuidado com o filho é o principal, e prover a alimentação 
deste ser tão dependente é um fator que leva as mulheres a se preocuparem 
(PEREIRA; GRADIM, 2014). 
Portanto, destaca-se que no puerpério as mamas sofrem fortes alterações, no 
qual, se as mulheres não forem adequadamente orientadas e esclarecidas, o 
simples ato de amamentar poderá tornar-se dolorido, incômodo, levando sofrimento 
para a mãe, o qual deixa de ser um momento de alegria e realização. Neste sentido 
a educação em saúde torna-se uma prática fundamental, minimizando riscos no 
desmame precoce, onde a mulher deve ser acompanhada nas suas dificuldades, 
para evitar que os obstáculos físicos e psicoemocionais apareçam, pois a 
continuidade da amamentação dependerá da boa interação da mãe com recém-
nascido e profissional de saúde (COSTA, 2001; RAVELLI, 2008). 
A mulher no período puerperal precisa receber atenção humanizada, integral 
e holística e que evidencie ações que promova o autocuidado. Dentre essas ações 
na visita puerperal, destaca-se ainda a observação da loquiação e orientação quanto 
aos cuidados com a episiorrafia ou com a incisão cirúrgica e isso não deve ser 
esquecido, no sentido de ofertar a mulher condições necessárias para o cuidado de 
si na prevenção de possíveis complicações. Dentre esses cuidados também estão a 
investigação e caracterização do fluxo sanguíneo, a fim de identificar alguma 
condição sugestiva de infecção, uma vez que as infecções puerperais estão entre as 
cinco principais causas de morte materna (BRASIL, 2009; PEREIRA, 2014; COSTA, 
2001). 
Portanto, na assistência dirigida a puérpera, o períneo também deve ser 
observado cautelosamente, pois a região deve está livre de anormalidades e a 
cicatrização da episiotomia e laceração, quando houver, precisam evoluir sem 
exsudato ou dor local, investigando se há deiscência de sutura (COSTA, 2001). 
 
22 
 
3 MATERIAIS E MÉTODOS 
 
3.1 Tipo de estudo 
 
Trata-se de um estudo de análise descritiva e qualitativa, desenhada para 
avaliar a atuação do enfermeiro na visita domiciliar a puérpera e ao recém-nascido 
no município de Boa Vista – RR. 
As pesquisas descritivas tem o objetivo de descrever as características de um 
grupo, fenômeno ou o estabelecimento de relações entre as variáveis. Uma das 
características significativas desse tipo de pesquisa é a utilização de técnicas 
padronizadas de coleta de dados (GIL, 2012). 
A pesquisa qualitativa se caracteriza como uma tentativa da compreensão 
minuciosa dos significados e características que são apresentados pelos 
entrevistados no lugar de produzir medidas quantitativas de tais comportamentos e 
significados (RICHARDSON, 2010). 
Além disso a pesquisa qualitativa busca os resultados mais fidedignos 
possíveis, tem o intuito de descrever, compreender e explicar. Esta busca a precisão 
das relações entre o global e o local em determinado fenômeno. Tem a 
característica de observar as diferenças entre o mundo social e o mundo natural, 
respeitar o caráter interativo entre os objetivos buscados pelos investigadores, suas 
orientações teóricas e seus dados empíricos (SILVEIRA; CÓRDOVA, 2009). 
 
3.2 Local do estudo 
 
A pesquisa foi realizada em Unidades Básicas de Saúde (UBS) do Município 
de Boa Vista-RR. Atualmente Boa Vista conta com 32 UBS, sendo estas compostas 
por 55 equipes multidisciplinares. Estas UBS estão divididas em seis macro áreas, 
onde todos os bairros estão divididos nestas macro áreas havendo total cobertura. A 
Macro área 1.0 ( Jardim Floresta, Caranã, Cauamé, Bairro União, Cidade Satélite), 
Macro Área 2.0 (São Vicente, Mecejana, Paraviana, São Pedro, 31 de Março) Macro 
Área 3.0 (Cambará, Asa Branca, Caimbé), Macro Área 4.0 (Buritis, 13 de Setembro, 
Pricumã, Liberdade, Cinturão Verde, Centenário), Macro Área 5.0 (Santa Tereza, 
23 
 
Tancredo Neves, Dr. Silvio Leite, Equatorial, Alvorada, Santa Luzia), Macro Área 6.0 
( Dr. Silvio Botelho, Senador Hélio Campos, Senador Hélio Campos, Nova Cidade, 
Raiar do Sol, Conjunto Cidadão). 
 
3.3 População em estudo 
 
 A população em estudo foram os enfermeiros atuantes nas Unidades 
Básicas de Saúde do munícipio. De acordo com dados da Secretaria Municipal de 
Saúde, totalizam 55 enfermeiros, onde estes estão distribuídos nas 55 equipes 
multidisciplinares da Estratégia Saúde da Família (ESF). 
Critérios de inclusão: Os profissionais enfermeiros que tenham no mínimo 
um ano de atuação na ESF. 
Critérios de exclusão: Todos os profissionais enfermeiros que não estiverem 
presente no dia da pesquisa incluindo aqueles que se encontrarem de férias, licença 
ou afastamento. 
Assim, a população foi estabelecida de acordo com os critérios de inclusão, 
exclusão e no esgotamento de novas percepções, ou seja, quando os discursos dos 
enfermeiros tornaram-se repetitivos o objetivo do estudo foi atingido. 
 
3.4 Procedimentos de coleta de dados 
 
Primeiramente, foi realizada a visita nas UBS, após anuência da Secretaria de 
Saúde do município de Boa Vista-RR, onde foi feita a abordagem ao diretor da 
unidade para apresentação da ideia da pesquisa e também para solicitar a 
autorização e apoio deste na realização da entrevista com o enfermeiro(a) da 
equipe. 
A coleta de dados aconteceu no período de agosto a outubro de 2016, no 
local de trabalho dos sujeitos, de forma individual utilizando-se de entrevista 
semiestruturada, com duração média de vinte minutos. A entrevista continha 
perguntas norteadoras a respeito da atuação do enfermeiro na visita domiciliar a 
puérpera e ao recém-nascido juntamente com suas percepções, ações e 
procedimentos frente esta visita (Apêndice A). 
24 
 
A realização da pesquisa ocorreu por meio de gravação, que segundo Gil 
(2010) é um dos modos mais confiáveis de reproduzir com precisão a resposta, além 
de ser a melhor estratégia na preservação do conteúdo da entrevista. Portanto, a 
vantagem da gravação está na possibilidade de ouvir a conversa quantas vezes for 
necessário, e então estuda-la. Assim o material gravado constitui uma boa 
representação dos acontecimentos (LADEIRA, 2007). 
 
3.5 Análise dos dados 
 
A análise se deu por meio de análise de conteúdo que diz respeito a um 
conjunto de técnicas de análise de comunicações, o qual visa obter, por 
procedimentos objetivos e sistemáticos de descrição do conteúdo das mensagens, 
indicadores que irão permitir a conclusão de conhecimentos relativos às condições 
de elaboração dessas mensagens, além disso, através da análise de conteúdo 
pode-se encontrar respostas para as questões formuladas (BARDIN, 2010; 
MINAYO, 2012). 
A análise de conteúdo abrange três fases, a primeira diz respeito a 
organização do material a ser analisado, por meio da leitura compreensiva do 
material e posteriormente a montagem de uma estrutura que servirá como base para 
a interpretação onde é definido trechos significativos e categorias, a segunda diz 
respeito a exploração do material, onde se identifica ideias explicitas e implícitas, 
nessa fase pode ser preciso fazer várias leituras de um mesmo material. E a terceira 
fase é definida pela elaboração de síntese interpretativa, ou seja, a interpretação 
propriamente dita caracterizada por desvendaro conteúdo subjacente que já está 
sendo manifesto, onde se busca ideologias, tendências, e outras características dos 
fenômenos que está sendo analisado (MINAYO, 2012). 
Portanto, na análise de conteúdo, o texto é o meio pelo qual o sujeito se 
expressa, onde o pesquisador busca categorizar as unidades de texto, os quais 
podem ser palavras ou frases que se repetem, alcançando uma expressão que as 
representem (CAREGNATO; MUTTI, 2006). 
 
3.6 Aspectos éticos e legais 
 
25 
 
O projeto de pesquisa proposto foi submetido ao Comitê de Ética em 
Pesquisa envolvendo Seres Humanos da Universidade Federal de Roraima (CEP-
UFRR), conforme Resolução do Conselho Nacional de Saúde nº 466/2012, tendo 
sido aprovado pelo parecer de n° 1.625.176. Posteriormente a esse trâmite foi 
solicitada autorização da Secretaria Municipal De Saúde de Boa Vista - RR para 
realização das visitas as Unidades Básicas De Saúde. 
As entrevistas só foram realizadas após a autorização dos pesquisados por 
meio do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (Apêndice B), uma vez que, o 
termo de consentimento livre e esclarecido (TCLE) é um documento que tem a 
finalidade de proteger a autonomia dos participantes, no qual atestam estar cientes 
das condições como sujeitos da pesquisa. Desta maneira, este se faz um 
instrumento amplamente utilizado na pesquisa com seres humanos (OLIVERA; 
PIMENTEL; VIEIRA, 2010). Além disso, todos os participantes tiveram suas 
identidades protegidas, através do uso de abreviação da profissão seguida pela 
numeração de ordem das entrevistas. 
 
26 
 
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO 
 
Foram realizadas 12 entrevistas e diante dos dados sociodemográficos dos 
enfermeiros verificou-se que a maiorias dos profissionais são do sexo feminino e a 
faixa etária de idade destes varia entre 25 a 57 anos. Em relação ao tempo de 
atuação da unidade, a maioria dos entrevistados trabalham há 03 anos na unidade 
em que estão atuando, sendo que é de 09 anos o maior tempo encontrado de 
atuação na mesma unidade. O tempo de formação como profissional enfermeiro 
varia de 03 a 20 anos, sendo que 04 destes tem tempo de formação maior que 10 
anos (Quadro 1). 
Com relação a especialização ou pós graduação, verificou-se um bom 
número nos resultados, pois dos 12 enfermeiros entrevistados, 11 relataram ter 
algum tipo de especialização ou pós graduação, sendo “saúde da família” a 
especialização mais citada, conforme o quadro 1. 
 
Quadro 1 – Perfil sociodemográfico dos enfermeiros. 
 
Entrevistados Sexo 
Idade 
(anos) 
Tempo de 
atuação na 
unidade 
(anos) 
Tempo de 
formação 
(anos) 
Contém 
especialização ou 
pós graduação 
Enf. 1 F 25 03 03 
Educação em 
Saúde para 
preceptores do 
SUS 
Enf. 2 F 25 03 03 
Educação em 
Saúde para 
preceptores do 
SUS 
Enf. 3 F 35 03 03 Não contem 
Enf. 4 F 52 03 10 
Ginecologia e 
obstetrícia 
Enf. 5 F 27 03 03 
Saúde coletiva e 
obstetrícia 
Enf. 6 F 49 5 20 
Saúde da família; 
saúde coletiva e 
preceptoria do 
SUS 
27 
 
Enf. 7 F 28 03 6 
Saúde da família e 
saúde do 
trabalhador 
Enf. 8 F 43 09 17 
Saúde da família, 
obstetrícia, gestão 
dos sistemas dos 
serviços de saúde 
Enf. 9 M 45 03 17 
Urgência e 
emergência 
Enf. 10 F 42 03 05 
Enfermagem do 
trabalho 
Enf. 11 F 51 01 15 
Saúde da família, 
saúde pública, 
saúde do idoso e 
gestão hospitalar 
Enf. 12 M 57 03 20 
Saúde da família, 
obstetrícia, gestão 
do SUS 
 
Fonte: Autor (2016). 
 
Após a realização das entrevistas e a transcrição íntegra dos discursos dos 
enfermeiros, foi realizada a análise do conteúdo com base na metodologia proposta. 
Dessa maneira, chegou-se em quatro categorias, sendo elas: contexto 
socioeconômico e familiar; a visita domiciliar como uma ferramenta que auxilia no 
cuidado; a assistência à puérpera no domicílio; a assistência ao recém-nascido no 
domicílio. Portanto, logo abaixo serão descritas cada uma delas. 
 
4.1.1 Contexto socioeconômico e familiar 
 
Quando se perguntou sobre a percepção dos profissionais frente à visita 
domiciliar ao binômio mãe-filho, alguns dos entrevistados referiram que a visita se 
torna importante por oferecer a eles uma abrangência de conhecimento no que diz 
respeito ao contexto socioeconômico e familiar em que a puérpera e seu filho estão 
inseridos. A avaliação da estrutura física do ambiente, bem como do contexto 
familiar e social é realizada logo quando o profissional chega ao domicílio. 
 
28 
 
“A gente primeiro avalia o ambiente que aquele bebê está, que aquele 
recém-nascido e aquela puérpera estão, depois a gente começa avaliar a 
paciente em si [...]” (Enf. 4). 
 
“[...] é lá que gente consegue ver o contexto familiar que aquele bebe está 
inserido né?! É... A questão da estrutura física, o lugar que aquele bebe 
está dormindo, onde ele está tomando banho, como que está a estrutura, 
quem que está com a mãe” (Enf. 1). 
 
“[...] e lá durante essa visita a gente já começa a ter a visão, a percepção 
de qual é o estilo de vida [...]” (Enf. 11). 
 
Conhecer as condições do meio referente à saúde, como moradia e 
saneamento, são de extrema relevância para que sejam estabelecidas medidas de 
promoção da qualidade de vida do indivíduo, família e comunidade (AZEREDO et 
al., 2007). Convergindo a este assunto Drulla (2009) relata que um olhar sobre os 
diferentes aspectos do cuidado juntamente com a compreensão de todo o espaço 
domiciliar possibilita a elaboração de intervenções que estejam direcionadas a 
atender às reais demandas do indivíduo e, portanto o cenário do domicílio, também 
traz a possibilidade de tornar manifesto as relações sociais, pois estas relações 
podem fortificar a qualidade de vida, e, consequentemente promover saúde, ou, ao 
contrário disto, contribuir no processo de adoecimento destes. 
Corroborando com este pensamento Andrade et al. (2015) referem que a 
visita domiciliar no puerpério permite conhecer de forma eficaz as dificuldades e 
necessidades que a puérpera está vivenciando, considerando os aspectos 
biopsicossociais, visando a promoção da saúde da mulher, recém-nascido e família, 
e assim seja alcançado um nível elevado de saúde. 
Em vista disso, verifica-se que não é possível obter um cuidado satisfatório 
sem se envolver, desta forma, é indispensável que o enfermeiro demonstre interesse 
e preocupação, traçando objetivos voltados ao benefício da puérpera de forma 
compartilhada entre o profissional e a paciente em seu contexto familiar 
(BERNARDI; CARRARO; SEBOLD, 2011). 
Em relação a esse contexto familiar Prates, Schmalfuss e Lipinski (2014) 
discorrem que a família tem sido verificada como essencial no processo da prática 
em saúde, no que se refere a questões de apoio, aconselhamento e cuidados 
básicos com a mulher e com recém-nascido. Nessa questão verificou-se que o 
profissional procura identificar como aquela mãe e o seu filho estão sendo assistidos 
29 
 
pela família. Portanto, verificar o comportamento familiar, observando a maneira que 
esse novo membro está sendo recebido na família é importante. Além de ser um 
momento oportuno para analisar se a puérpera está obtendo apoio necessário, e de 
que forma esse apoio está sendo desenvolvido. 
 
“[...] como é a questão dela familiar né?! quem é que mora com ela? ela tá 
sendo assistida por alguém? Tá a mãe? Tá a cunhada? Tem alguma irmã 
ajudando?” (Enf. 3). 
 
“[...] Comportamento familiar também, como é que a família tá se 
comportando é... no cuidado, quem tá cuidando dessas duas pessoas 
[...]” (Enf.8). 
 
Durante o período puerperal tanto a mulher quanto os demais componentes 
da família compartilham da experiência da chegada de um novo ser nesse convívio, 
estes, por sua vez sofrem um desgaste físico e psíquico, sendo de extremo 
benefício e relevância a formação de uma rede de apoio familiar (MARTINS et al., 
2008). 
Segundo um estudo realizado por Martins et al. (2008) as avós se apresentam 
com papeis significativosno contexto familiar nesse período, por conta da sua 
experiência, conhecimento e do seu auxilio na realização das atividades domésticas 
e no cuidado com o recém-nascido. 
Porém, Angelo e Bousso (2001) salientam que a assistência nesse período 
compete em conhecer como cada família se preocupa e detecta seus pontos fortes, 
identifica suas dificuldades e sua energia para que, então, se compartilhe as 
responsabilidades. Dessarte que, com base nas informações coletadas e na 
realização de observações do contexto familiar, o enfermeiro tem o poder de 
implementar a melhor assistência possível. 
Diante disso, indaga-se também que a família não pode ser vista apenas 
como um grupo que cumpre as atividades estabelecidas pelo profissional. O 
enfermeiro precisa considerar as opiniões, as dúvidas e a atuação da família na 
promoção da saúde, reconhecendo que esta também tem o direito de responder 
pela saúde dos seus membros (ANGELO; BOUSSO, 2001). 
Verifica-se, portanto, que a junção de um ambiente familiar saudável com as 
intervenções e ações de saúde realizadas no puerpério dirigidas a mulher, ao 
30 
 
recém-nascido e a família acabam por promover saúde e bem-estar (ANDRADE et 
al. 2015). 
 
4.1.2 A visita domiciliar como uma ferramenta que auxilia no cuidado 
 
Com essa categoria identifica-se que a visita domiciliar é vista como uma 
estratégia propiciadora no cuidado. Nas falas abaixo, pode-se perceber essas 
afirmações, quando estes expressam suas percepções sobre esta visita domiciliar 
puerperal. Uma das vantagens da visita que também foi mencionada pelo 
profissional está na facilidade do recebimento dessa assistência, uma vez que, 
muitas puérperas não têm condições de buscar a unidade, e por sua vez, a visita 
facilita esse cuidado. 
 
“[...] muitas puérperas não tem condições de procurar a unidade de saúde 
por vários motivos e dentre os quais a visita domiciliar se torna bastante 
importante nesse caso, né” (Enf. 9). 
 
 Segundo Cruz e Bourget (2010) a visita domiciliar também tem a vantagem 
de evitar o deslocamento dos usuários até a unidade de saúde para que sejam 
atendidos em situações em que se encontram impossibilitadas de dirigir-se a 
unidade por eventual desconforto, doença ou falta de tempo. Nesse sentido, verifica-
se que o período do puerpério é um momento de impossibilidade, por ser um fase de 
limitação da mulher, que está passando por um processo de adaptação física, 
emocional e de novas responsabilidades no cuidado de si e do seu filho, portanto a 
assistência no domicilio, será uma ferramenta que irá promover maior conforto à 
puérpera. 
Outro benefício está no oferecimento de informações e esclarecimento das 
dúvidas das pacientes no momento da visita, pois muitas vezes algumas 
informações importantes deixaram de ser repassadas, ou surgiram novas dúvidas 
após o nascimento do filho. 
 
“Então, é importante pra passar alguma informação que durante as 
consultas de pré-natal passou despercebida, entendeu?” (Enf. 5). 
 
31 
 
Nesse contexto, Minasi et al. (2013) revalidam esse assunto quando referem 
que a visita domiciliar se torna eficaz no preenchimento desses espaços vazios que 
se encontram quando não há um esclarecimento pertinente realizado nas consultas 
de pré-natal e também na internação, o que intensifica a relevância de sua 
realização. 
As informações prestadas na visita domiciliar no puerpério tem o poder de 
minimizar os medos e anseios da paciente e família, promovendo um ambiente 
favorável para adaptação física e emocional (RODRIGUES et al., 2011). 
Além disso, Andreatta et al. (2011), evidenciam em sua pesquisa a falta de 
conhecimento das mães em relação aos cuidados básicos com o recém-nascido, 
mostrando, nesse quesito, que o enfermeiro precisa agir como facilitador, 
fornecendo as devidas informações e cuidado. 
Outra vantagem da visita domiciliar que foi relatada é referente à detecção 
precoce das complicações puerperais, que poderão acometer a mulher e/ou ao 
recém-nascido nesse período, para tanto a visita domiciliar torna-se uma estratégia 
na prevenção de agravos. 
 
“É de suma importância essa visita domiciliar por conta da gente fazer a 
detecção precoce né, se tem alguma alteração tanto com a puérpera, 
quanto o recém-nascido [...]” (Enf. 7). 
 
[...] Porque nós temos que observar ela nesse início por conta dos 
sangramentos né, e... Porque tem pessoas que pode desenvolver uma 
infecção, ai ela tá em casa, ai acaba indo pra maternidade, então se nós 
fizer a assistência domiciliar, evita isso [...]” (Enf. 10). 
 
Sabe-se que o período puerperal compreende um conjunto de preocupações 
e cuidados pertinente ao nascimento de um novo ser e também no conjunto de 
situações que acontece no corpo da puérpera, portanto, é evidente que nessa fase a 
grande possibilidade de ocorrer riscos e agravos ao estado físico e psicológico da 
mulher, onde isso pode repercutir ao recém-nascido (MAZZO; BRITO; SANTOS, 
2014). 
Para tanto o profissional enfermeiro tem habilidades técnicas e científicas 
suficientes para desenvolver todos os cuidados na busca da recuperação e 
prevenção de complicações, oferecendo informações referentes a mudanças 
32 
 
ocorridas no puerpério e, como resultado, buscar reduzir a morbimortalidade 
materna (BARROS et al., 2011) 
Segundo Rodrigues et al. (2006) a primeira consulta do pós-parto, na sua 
maioria das vezes, acontece de maneira tardia, entre o 42º ao 45º dia após o parto, 
tempo o bastante para o surgimento de complicações obstétricas e alterações 
relacionada a lactação, ocasionando o desmame precoce. 
Portanto, Garcia, Leite e Nogueira (2013) demostram que a realização da 
visita domiciliar vem a ser uma atividade de extrema importância para a detecção e 
prevenção de alterações que afetam a evolução normal do puerpério, o que nem 
sempre pode ser identificado nas consultas puerperais. 
Diante disso, Mazzo, Brito e Santos (2014), trazem em sua pesquisa que os 
cuidados puerperais dispensados no domicílio são considerados um momento de 
oportunidade para que sejam desenvolvidos procedimentos que previnam essas 
possíveis complicações. Além disso, é evidente que o reconhecimento da 
assistência recebida pela mulher nesse período tem extrema contribuição para que 
as mesmas adotem ações e cuidados que contribuam para seu bem-estar como 
mulher e mãe. 
Nesse sentido, entende-se que a mulher no período do pós-parto precisa 
receber uma atenção que também evidencie o autocuidado, principalmente no que 
se refere aos cuidados com alimentação, sono e repouso, episiorrafia ou incisão 
cirúrgica. Isso precisa ser bem enfatizado, no sentido de oferecer à mulher as 
devidas condições para o cuidado de si e para a prevenção de agravos (PEREIRA; 
GRADIM, 2014). 
Em vista disso, é evidente que a assistência domiciliar no pós-parto permite 
que o enfermeiro identifique essas alterações, realize as devidas intervenções de 
forma imediata para que, consequentemente, haja a resolução dos problemas 
detectados, e assim ocorra a prevenção das alterações relacionadas à puérpera e 
recém-nascido (ROCHA; CORDEIRO, 2015). 
A visita domiciliar também foi mencionada como uma boa ferramenta na 
criação de vínculo entre profissional e paciente, e consequentemente, esse 
momento se torna uma forma de realizar a humanização e o acolhimento no âmbito 
domiciliar. 
 
33 
 
“Então, quando a gente entra na casa da puérpera a gente consegue 
estabelecer esse vínculo [...]” (Enf. 2). 
 
“[...] além do vínculo que a gente cria, é o acolhimento que também a 
gente traz para essa puérpera, tanto o acolhimento quando vou na casa, 
como ela vem na unidade depois” (Enf.11). 
 
Souza et al. (2011) destacam que o acolhimento ao binômio mãe-filho é uma 
estratégia fundamental na atenção à saúde da mulher e da criança, e esta estratégia 
está dentro das possibilidades de atuação do enfermeiro, onde este pode agir com 
autonomia, prestandoum atendimento humanizado, baseado também na resolução 
de problemas. Nessa ótica, a partir do conhecimento da realidade das mães e 
recém-nascidos, o enfermeiro pode atuar na promoção da saúde e prevenção de 
agravos nos primeiros dias pós-parto, visando uma melhor qualidade de vida a esse 
grupo. 
É de grande valor prestar uma assistência bastante singular e especifica em 
cada período do puerpério, de modo a reconhecer a individualidade de cada 
puérpera, na busca em oferecer um atendimento de enfermagem humanizado 
(BARROS et al., 2011). Por conseguinte, Souza et al. (2008) destacam que o 
acolhimento e a formação de vínculos são essenciais para a equipe multiprofissional 
e, particularmente, ao enfermeiro, que necessita construir esse vínculo nas diversas 
dimensões do viver e fazer saúde. 
Portanto, Minasi et al. (2013) consentem com isto quando expõem que a 
assistência oferecida no domicílio influencia no desenvolvimento de um bom 
relacionamento entre enfermeiro, puérpera e família, propiciando um ambiente mais 
favorável para que a mesma exponha suas dificuldades. Além disso o profissional 
usufrui de um tempo maior do que na unidade. 
Portanto, segundo Drulla (2009), a visita ao domicílio é uma estratégia que 
abre margem para construção de vínculos, pois vem a oferecer um ambiente e 
tempo emocional proficiente para um atendimento mais humanizado que vai além de 
orientações, e tem a intenção de promover saúde, garantindo maior qualidade de 
vida. 
 
4.1.3 A assistência à puérpera no domicílio 
 
34 
 
Esta terceira categoria retrata os cuidados com a puérpera que os 
enfermeiros mais realizam no domicílio. As falas apresentadas abaixo revelam que 
uma das principais ações realizadas são as orientações. Vem-se, no entanto, a falta 
de um exame físico mais detalhado nos relatos de alguns dos entrevistados, 
mostrando que, em muitas situações, a assistência no domicílio se resume em 
observações e perguntas direcionadas a puérpera. 
 
“Então, seriam essas orientações, seriam as avaliações, seriam os 
cuidados mesmo de contínuo, entendeu?” (Enf.5). 
 
“Nós praticamos a orientar a puérpera nos cuidados gerais tanto com o 
recém-nascido, como propriamente dela né. E baseado em cima de 
informações mesmo, maior seriam as orientações” (Enf. 9). 
 
“[...] e os cuidados são orientações pra puérpera [...]. Na puérpera a gente 
observa também a questão do sangramento, se foi cesariana o parto, a 
gente olha a questão de infecção” (Enf. 2). 
 
“Eu pergunto se tá sangrando ainda, como que tá o sangramento, quando 
é possível eu olho, quando não, não olho” (Enf. 1). 
 
“A puérpera a gente verifica né, o tipo de parto, dar as orientações em 
relação a cada parto [...]” (Enf. 7). 
 
Sabe-se que as orientações de enfermagem são extremamente importantes 
nesse período, e vão influenciar nas situações positivas e negativas que poderão 
ocorrer com mulher, porém, isso deve ocorrer juntamente com os cuidados 
(FRANCISQUINI et al., 2010). 
Em sua pesquisa, Mazzo, Brito e Santos (2014), mostram que segundo relato 
de puérperas, houve unanimidade de discursos que referiram a ausência de exame 
físico e ginecológico na visita domiciliar. Portanto, reforçam que na assistência a 
mulher no puerpério, o profissional deve amparar a paciente não somente com 
orientações, mas também com a execução de um exame físico e ginecológico, 
protegendo inclusive, o biopsicossocial da mesma. Ainda relatam que o exame físico 
e ginecológico no puerpério atribui-se a uma atividade executada pela equipe, mas 
principalmente pelo enfermeiro no momento da assistência no domicílio. 
Destaca-se também que o exame físico é uma etapa muito importante para o 
planejamento do cuidado do enfermeiro. Portanto, este exame tem o intuito avaliar o 
paciente através de sinais e sintomas na busca por alterações que podem sugerir 
35 
 
problemas no processo de saúde e doença. O exame físico deve ser realizado de 
maneira sistematizada através de uma avaliação minuciosa de todos os segmentos 
do corpo utilizando as técnicas necessárias (SANTOS; VELGA; ANDRADE, 2009). 
Nos discursos dos depoentes também se percebeu, que durante a visita 
quase a totalidade dos enfermeiros seguem uma avaliação própria que é 
estabelecida naquele momento, a qual contempla algumas ações como observar a 
questão emocional, o vínculo mãe-filho, integridade do mamilo, sangramento, entre 
outras, e, portanto, verifica-se que não se segue um roteiro de cuidado pré-
estabelecido nessa assistência no domicílio. Logo esta ferramenta poderia ser uma 
conduta muito efetiva, uma vez a sistematização da assistência poderá reduzir 
possíveis lacunas que venham a existir no cuidado domiciliar. 
 
“Quando é a mãe eu presto atenção na questão emocional da mãe, como 
que ela tá, se ela aparenta tristeza, como que é o vínculo com o bebe, eu 
presto atenção se o peito dela tem boa produção de leite, se o mamilo tá 
íntegro, se não tá” (Enf.1). 
 
“A assistência nesse momento é orientação sobre fissuras mamárias, 
orientações em relação o período de sangramento, o acompanhamento 
do sangramento em si, né? Por que, conforme o tempo gradativo vai 
diminuindo e a gente tem que acompanhar, só assim ela vai saber 
identificar se tá bom ou não, então você tem que orientar, são as 
orientações né? se for parto Cesária, acompanhar toda a cicatriz né, e 
orientar em relação o tempo de retirar os pontos [...]” (Enf. 10). 
 
“De ver como é que tá a amamentação, como é que tá o sangramento, 
ferida operatória se foi Cesária, se não foi Cesária, como é que tá sendo a 
evolução desse pós parto dela, o bebê está tendo boa pega? Ela está 
conseguindo amamentar? Ela consegue descansar também? [...]” (Enf. 
3). 
 
Os cuidados de enfermagem precisam ser identificados, planejados e 
implementados juntamente com a visão holística sobre o paciente, e então, a 
assistência irá acontecer de maneira adequada (BERNADI, 2011). 
O planejamento do cuidado garante que as ações do enfermeiro tenham 
visibilidade e sejam mais especificas. Ao realizar um roteiro para a assistência, as 
ações de enfermagem tornam-se mais efetivas e com maior qualidade, e isso facilita 
a adaptação da puérpera para o autocuidado, para os cuidados com o recém-
nascido e consequentemente maior sucesso na diminuição de complicações 
(ALMEIDA; FERNANDES; ARAUJO, 2004). 
36 
 
Agregando-se a este assunto, Pereira e Grandim (2014) ressaltam que a 
aplicação de um roteiro especifico ao binômio mãe-filho traz grande contribuição 
para que o enfermeiro desempenhe uma assistência mais ampla, além de orienta-lo 
no processo assistencial. Estes ainda explanam que o uso de um instrumento 
exclusivo para essa atividade torna-se fundamental para uma assistência efetiva a 
puérpera. 
 
4.1.4 A assistência ao recém-nascido no domicílio 
 
Esta última categoria descreve a visão geral e holística dos enfermeiros em 
relação à assistência ao recém-nascido, na qual se observou que o cuidado ao 
neonato se torna mais minucioso e detalhado em comparação com a avaliação da 
mãe. Convergindo com este assunto, Mazzo, Brito e Santos (2014) evidenciam por 
meio dos depoimentos de puérperas, que os enfermeiros valorizam mais o exame 
do recém-nascido durante a visita, não dando a devida importância as demandas da 
mulher em relação ao próprio corpo. 
Portanto, no presente estudo, verificou-se que avaliação do recém-nascido 
acontece de maneira muito mais ampla, contemplando vários aspectos do cuidado. 
 
“E pro bebe eu observo, geralmente o coto umbilical, se ainda tá lá, ou se 
não, a ferida umbilical, a cicatriz umbilical, observo a amamentação, como 
que ele tá pegando, como que tá ele fisicamente, se ele tem sinais de 
maus tratos, de higienização inadequada, oriento pra higienizar a boca 
[...]” (Enf.1). 
 
“O recém-nascido a gente avalia tudo né, avalia a vista, avalia a situação 
do ambiente, se esse neném vai tá bem acolhido, se tá bem acolhido 
pelospais, se ele sofre algum risco por causa de um irmãozinho menor ou 
não, faz as medições de perímetro cefálico, continua observando é... a 
coloraçãozinha da pele, explica do aleitamento materno, ver se a pega 
está correta, orienta em relação as cólicas, dorezinhas que o beber possa 
vir a sentir [...]” (Enf.4) 
 
Pereira e Grandin (2014) afirmam que a avaliação do recém-nascido pelo 
enfermeiro é de extrema relevância, pois essa atitude transfere para a mãe 
segurança e tranquilidade em relação ao desenvolvimento e crescimento de seu 
filho. Dessa forma, o modo, o tipo e a qualidade do amparo recebido nessa fase, são 
fatores que podem contribuir para adaptação mais satisfatória do papel materno. 
37 
 
Além disso, a identificação, a busca e o monitoramento do neonato, 
representa um desafio sempre presente para englobar no modelo de assistência 
voltada e embasada nos princípios de prevenção, promoção da saúde no âmbito da 
atenção básica (SLOMP et., al, 2006). 
Portanto, Brasil (2012) salienta os cuidados gerais dispensados ao recém-
nascido que contemplam as avaliações do peso, atividade, características do crânio, 
olhos, abdome, juntamente com a observação do coto umbilical, genitália, dentre 
outras diversas observações e cuidados. 
Diante dos depoimentos dos enfermeiros verificou-se também que as 
verificações da situação vacinal e dos exames básicos do recém-nascido também 
ficaram bem enfatizadas como sendo uma atividade na assistência ao neonato no 
domicílio. 
 
 “Como também se essa criança, esse RN iniciou as vacinas da 
maternidade, a questão da consulta do teste do pezinho, do teste do 
olhinho, do teste da orelhinha, se foi previamente agendado, se não foi, 
já orientar que a mãe tem que procurar logo na primeira semana pra fazer 
o teste do pezinho no posto conosco [...] (Enf. 6) 
 
“Já no recém-nascido a gente verifica os exames básicos, né! as vacinas, 
as básicas e... verifica algumas outras alterações maiores é... em relação 
a diurese, evacuação, ganho de peso, o crescimento” (Enf. 7) 
 
“Quanto a criança a gente olha o coto umbilical, ver se tá cicatrizado, as 
vacinas BCG e hepatite, se foram feitas nas 12 primeiras horas de vida, 
ver se a criança tem boa pega, se tá com as funções fisiológicas 
presentes, tudo isso ai é importante, tem que observar” (Enf.12). 
 
[..] e o recém-nascido, principalmente por causa do teste, saber se o teste 
do pezinho foi colhido, teste da orelhinha, teste do olhinho foi feito E... é 
como te falei, é uma caixinha de surpresa né?! [...] (Enf. 4). 
 
Diante disso, Brasil (2012) vem trazer que dentro das ações relacionadas aos 
cuidados com o recém-nascido, ainda está a importância de verificar se foram 
aplicadas as vacinas BCG e de hepatite B na maternidade, caso não tenham sido 
aplicadas, o enfermeiro deve se encarregar desse papel, juntamente com a 
realização do teste do pezinho no recém-nascido. 
Outra observação realizada mediante os relatos dos enfermeiros, é que estes 
além de prestarem esses cuidados no momento da visita, também procuram 
38 
 
observar e ensinar as mães como se deve cuidar do recém-nascido nas diversas 
situações que ocorrem no dia-dia. 
 
Até na hora do banho também, já aconteceu casos da gente é... 
acompanhar na hora do banho, na banheira ali a gente tá observando, tá 
orientando, tá mostrando pra elas, enfim assim, são uma série de 
orientações e observações que a gente faz né? e sempre assim, 
procurando observar o cuidado de ver o que se precisa melhorar, 
acrescentar mais informações, a gente vai fazendo isso. E sempre 
reforçando também o lado positivo delas né?” (Enf.11). 
 
“[...] fazer orientações em relação aos cuidados com o umbigo, observar e 
conversar com a mãe sobre a amamentação, orientar sobre 
amamentação, a forma de amamentar, sobre a higiene da criança, os 
cuidados com a higiene, tudo isso que nós praticamos na visita 
domiciliar” (Enf. 10). 
 
Nesse quesito, a pesquisa de Pereira e Grandin (2014) revela que, segundo 
depoimentos de enfermeiras, observou-se que estas buscam reforçar as orientações 
sobre os cuidados dispensados ao recém-nascido. Em vista disso, Melo et., al 
(2011) evidenciam que nas ações de educação em saúde dentro do período 
puerperal, o enfermeiro precisa apontar quais são as necessidades de um recém-
nascido, orientando as mães a maneira correta no cuidado desse novo ser de 
maneira que venha destacar os principais aspectos do cuidar (MELO et., al, 2011). 
Nas entrevistas os enfermeiros também deram ênfase na observação e 
orientação do aleitamento materno, na busca de situações que poderão ocasionar o 
desmame precoce. Observa-se, dessa maneira, que a visita vem a ser uma 
ferramenta para também prevenir essa situação, promovendo saúde ao neonato. 
 
É onde a gente reforça o aleitamento materno, que onde a gente 
consegue ter uma maior adesão do aleitamento materno é nos primeiros 
dias minha filha, porque se depois que a vó mandar dar chá e leite pra 
você consegui tirar, você até consegue, mas quanto mais precoce for 
essa introdução reafirmando o aleitamento materno [...] (Enf.1). 
 
[...] a gente procura ir logo nos primeiros cinco a dez dias pra orientar 
justamente a importância do aleitamento materno, os cuidados com o 
seio, a parte higiene dela e ver se ela tem algum tipo de 
comprometimento que possa agravar o impedimento de amamentar 
[...](Enf. 12) 
 
39 
 
A questão da amamentação, perguntar se a mãe tem alguma dúvida 
sobre amamentação, se ela tá fazendo a pega correta, se ela faz a 
higienização da mama [...] (Enf. 6). 
 
Prates, Schmalfuss e Lipinski (2014) frisam que conhecer e buscar entender 
as experiências em amamentação no ambiente familiar, abre oportunidade para que 
o profissional reflita quanto à necessidade de novas estratégias na organização de 
suas ações e análise para que, consequentemente, venha a decidi o melhor plano 
na redução ou prevenção do desmame precoce. Para tanto, é fundamental que o 
profissional conheça os valores e tradições presentes no contexto social da mulher, 
de modo que venha a identificar as situações que podem desfavorecer a 
amamentação. 
Um estudo realizado por Fonseca-Machado et al. (2012), revela que através 
dos depoimentos de profissionais de enfermagem, percebeu-se a unanimidade 
quando estes referem à abordagem ao aleitamento materno nas ações incorporadas 
na assistência à saúde da mulher e da criança. 
Orientar de maneira efetiva sobre amamentação demanda tempo, algo que 
nas consultas raramente acontece. Pois esse momento requer disponibilidade para 
que essas mulheres sejam ouvidas, com intuito que elas contem suas crenças e 
experiências anteriores, pois isso é muito relevante para o futuro da próxima 
amamentação. Esse tem sido um dos papeis essenciais do enfermeiro (AMORIM; 
ANDRADE, 2009). 
Portanto, o trabalho do enfermeiro de orientação à mãe nesse período é de 
fundamental importância, pois pode ocorrer a introdução de alimentos 
complementares, que não seja o leite materno, e isso simboliza um risco elevado de 
doenças e desnutrição, pois os alimentos que estão sendo administrados podem 
está contaminados (AMORIM; ANDRADE, 2009). 
 
40 
 
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS 
 
Na tentativa de verificar a percepção do enfermeiro frente a visita domiciliar a 
puérpera e ao recém-nascido, analisou-se como este atua no cuidado ao binômio 
mãe-filho no âmbito domiciliar. Para isso utilizou-se um questionário semiestruturado 
com intuito de investigar as ações e procedimentos desse profissional no cuidado à 
esse grupo. 
Dessa maneira, constatou-se que para todos os enfermeiros entrevistados a 
visita no domicílio a puérpera e ao neonato é de fundamental importância. Isso é 
identificado quando os profissionais relatam as diversas vantagens e benefícios que 
essa ação traz tanto para o bom resultado profissional destes, quanto para promover 
a saúde da mãe, recém-nascido e família. Diante disso,é evidente que a visita leva 
o enfermeiro a se adentrar a realidade do binômio, e isso traz grande contribuição 
para que se desenvolva uma assistência de qualidade, pois esta será estruturada 
com base nas observações do contexto familiar, econômico e social. 
Na categoria a visita domiciliar como uma ferramenta que auxilia no cuidado, 
a visita (vistoria ou visitação) é notada como uma oportunidade de passar e repassar 
informações importantes desse período, além disso, é uma estratégia para detecção 
precoce de agravos recorrentes na puérpera e neonato. Também é um excelente 
recurso para a criação de vínculos entre o profissional, pacientes e família. 
Já em relação à assistência domiciliar à puérpera, os enfermeiros afirmaram 
realizar várias orientações, no entanto, deixam a desejar a realização do exame 
físico da mãe, que é tão importante nesse período de fragilidade. Logo comparando 
o cuidado que esses profissionais dispensam ao recém-nascido, pode-se afirmar, 
diante dos relatos, que este último recebe mais atenção do que a puérpera. No 
entanto, essa conduta é prejudicial, pois nesse período a mulher passa por diversas 
transformações e adaptações, nas quais se não houver uma atenção minuciosa, 
poderá repercutir em complicações à mesma. 
Nos cuidados com recém-nascido os enfermeiros enfatizam a importância do 
aleitamento materno, expondo a preocupação na ocorrência da introdução de 
alimentos complementares e do desmame precoce. Além disso, também há grande 
interesse na averiguação da situação vacinal e realização dos exames básicos do 
neonato. 
41 
 
Diante do exposto, é possível afirmar que a assistência domiciliar dos 
enfermeiros no cuidado ao binômio mãe-filho no período puerperal abrange 
aspectos importantes. No entanto, existem lacunas nesse cuidado, principalmente 
quando se refere a assistência prestada a puérpera, para isso se faz necessária a 
sistematização da assistência nesse momento da chegada ao lar, pois seguir um 
roteiro de cuidado buscando abranger os vários aspectos da anamnese e exame 
físico, irá repercutir beneficamente a saúde do binômio, uma vez que a assistência 
se dará de maneira muito mais ampla, além de promover mais vínculo e confiança 
entre paciente e profissional. Sugere-se, então, que a visita seja guiada por um 
instrumento que norteie essa assistência e que direcione o momento da visita de 
maneira que evite situações em que, cuidados que são indispensáveis, deixem de 
ser realizados. 
Destaca-se ainda que são necessários novos estudos com intuito de verificar 
em qual espaço de tempo, geralmente, essa visita é realizada, uma vez que o 
Ministério da Saúde preconiza a realização da visita em até uma semana após a alta 
hospitalar. 
 
42 
 
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